UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Caroline Vidal Zamboni
ANESTESIA INTRAOSSEA NA ODONTOLOGIA
CURITIBA
2011
ANESTESIA INTRAOSSEA NA ODONTOLOGIA
CURITIBA
2011
Caroline Vidal Zamboni
ANESTESIA INTRAOSSEA NA ODONTOLOGIA
Trabalho de Conclusilo de Curso apresentado ao
curso de Odontologia da Faculdade de Cii!ncias
Biol6gicas da Universidade
Tuiuti do Parana,
como requisito parcial para obtenc;:ao do grau de
Cirurgiilo Oentista.
Orientador:Professor
Claudio Roberto de Carvalho
Silva
CURITIBA
2011
TERMO DE APROVACAo
Caroline Vidal Zamboni
ANESTESIA INTRAOSSEA NA ODONTOLOGIA
Este trabalho de Conclusao de Curso foi julgado e aprovado para obten~ao de grau de Cirurgiao
Oentista no curso de Odontologia da Universidade Tuiuti do Parana.
Curitiba, 18 de novembro de 2011
Curso de Odontologia
Universidade Tuiuti do Parana
Orientador:
Prof. Claudio Roberto de Carvalho e Silva
Universidade Tuiuti do Parana
Prof ..
Universidade Tuiuti do Parana
Prof ..
Universidade Tuiuti do Parana
RESUMO
Este trabalho
intraossea
tem
Foram observadas
complica90es,
anestesicas.
como
objetivo
assim como descrever
rever
os conceitos
os principais
de
Segundo
realizar
os autores,
falham ou sao insuficientes.
de sucesso,
algumas
na atualidade.
a anestesia
Os tres principais
principalmente
quando
Anestesia,
desvantagens
compara90es
intraossea
sistemas
pulpite; endodontia.
com
e muito
revisados
e possiveis
outras
quando as tecnicas
utilizados
molares inferiores.
Palavras-chave:
de anestesia
utilizados
as suas indica90es de uso, vantagens,
alem
tecnica prima ria ou como tecnica complementar,
taxas
da tecnica
sistemas
tecnicas
eficaz
como
convencionais
apresentam
para pulpite
irreversivel
altas
de
SUMARIO
1. INTRODUCAO E OBJETIVO .....................................................•.•..•.......................
2. REVISAO DE LlTERATURA
2.1 SISTEMA STABIDENT
2.2 SISTEMA X-TIP
2.3 SISTEMA INTRAFLOW
3. DISCUSSAO
4. CONCLUSAO
5. REFERENCIAS
8
9
16
19
21
22
25
26
LlSTA DE FIGURAS
1. FIGURA
1-
DEPOSITO
DO
ANESTESICO
PROXI MO AO APICE DO DENTE
NO
OSSO
ESPONJOSO
10
2. FIGURA 2 - SISTEMA INTRAFLOW
11
3. FIGURA 3 - OSTEONECROSE.
15
4. FIGURA 4 - SELE<;Ao
5. FIGURA 5 - ANESTESIA
DO LOCAL...
DA MUCOSA.
6. FIGURA 6 - PERFURA<;AO
STABIDENT..
7. FIGURA 7- INJE<;AO DO ANESTESICO
8. FIGURA 8 - DESCARTE
DA AGULHA.
9. FIGURA 9 - PERFURADOR
10.FIGURA
X-TIP
10 - GUIA DA PERFURA<;AO
17
17
18
18
19
20
20
11. FIGURA 11 - INJE<;AO DO ANESTESICO
21
12. FIGURA 12 - PERFURADOR
21
INTRAFLOW
8
1 INTRODUC;AO
Um dos principais fatores para 0 sucesso do tratamento
odontologico
e 0
controle eficaz da dar, e para isso foram desenvolvidas varias tecnicas anestesicas.
As
maiores
necessidade
mandibula,
dificuldades
na supressao
de bloqueio
na regiao de mandibula.
utiliza-se
da
dor
sao
encontradas
Para dentes
a tecnica de bloqueio do nervo alveolar
quando
ha
posteriares
na
inferior
que pode
apresentar algumas dificuldades devido it anatomia do local da aplicayao ou mesmo
por outros fatores como a abertura bucal do paciente, sua condiyao de ansiedade e
tambem certas patologias infecciosas que levam ao trismo e dificultam 0 aces so ao
local da infiltrayao
(Meechan,
autares como suplementar
1999). A tecnica intraossea
e descrita
a tecnica alveolar inferior, mas tambem
par varios
como tecnica
primaria e vem sendo abordada de forma continua e eficaz ao longo dos ultimos
anos. A manobra consiste na injeyao do anestesico
osso esponjoso
diretamente
do
ao redor dos dentes. Para atingir esse osso, deve-se passar par
quatro camadas de tecidos que sao 0 epitelio, tecido conjuntivo,
cortical. Ja em 1910, Masselik encorajava
anestesia
nos espayos
periosteo e osso
os dentistas a utilizarem
a tecnica de
intraossea para a diminuiyao da dar na pratica clinica. De acardo com
Christopher (2003), a anestesia intraossea foi desenvolvida
para se obter 0 maximo
de eficacia
Estes beneficios
clinica
com 0 minima
de efeitos colaterais.
ficam
evidentes quando utilizada como tecnica primaria, uma vez que os pacientes
nao
sentem seus labios e lingua anestesiados.
No entanto,
problemas
como
osteonecrose
e alterayao
do
batimento
cardiaco sao citados por diversos autares e devem ser levados em considerayao
na
decisao da utilizayao desta tecnica.
Este trabalho e uma revisao de Iiteratura que tem como principal objetivo
9
esclarecer
0 uso da tecnica
desvantagens,
assim
de anestesia
como
odontologia
atual.
2 REVISAo
DE LlTERATURA
Ha decadas
bloqueio
completo
(1995) descreveu
tecnicas
descrever
a anestesia
os
intraossea
0 uso desta tecnica
sistemas
odontologicas.
rapidez de execuyao
na perfurayao.
e instalayao,
na busca do
e comparou
as
demonstrando
ser este ultimo eficaz
de lidocaina
a 2% com epinefrina
dos casos com a utilizayao
diretamente
na
Myer S. Leonard
para realizayao de exodontias
1: 100.000 e que as falhas ocorridas estavam relacionadas
anestesico
vantagens,
utilizados
(10) vem sendo utilizada
com 0 sistema Stabident,
maioria
suas indicayoes,
principais
da dor durante as intervenyoes
tradicionais
na grande
intraossea,
a dificuldade
0 autor relata como vantagens
de injetar 0
da tecnica
a
utilizados
e
menor numero de tubetes anestesicos
auselncia de anestesia de labios e lingua, comuns as tecnicas tradicionais.
Segundo
Christopher
H. Kleber
(2003),
a anestesia
intraossea
utilizada como tecnica complementar
ao bloqueio do nervo alveolar
tambem
primaria.
ser utilizada
procedimento
de duas
como
tecnica
etapas
para depositar
A tecnica
proximo ao apice do dente (Figura 1). Primeiramente
furo atraves
milimetros.
do tecido
mole e do osso cortical
ser tao eficiente
com 0 minima
esponjoso
0 buraco
de 5 a 8
e inserir a agulha do
inicial para que 0 anestesico
0 autor discute 0 fato de a anestesia
de efeitos colaterais
comenta que a falta da popularidade
um
deveria ser feito um pequeno
mesmo diametro e na mesma orientayao da perfurayao
no osso esponjoso.
envolvia
no osso
a uma profundidade
A segunda etapa consistia em encontrar
fosse entregue diretamente
inferior e pode
tradicional
0 anestesico
pode ser
e ser tao pouco
utilizada,
desta tecnica se deve ao fato da relutancia
e
dos
10
dentistas em perfurar a ossa cortical e a dificuldade de inserir a agulha precisamente
na perfurayao. 0 autor ainda relata que alguns fatores podem afetar 0 sucesso da
anestesia 10 como a seleyao do lugar de infusao e
0
anestesico de eleiyao.
FIGURA 1: Deposito do anestesico no os so esponjoso proximo ao apice do dente
FONTE: Journal American Dental Association (1999, p. 650)
A evoluyao da tecnica de anestesia intra-6ssea gerou a criayao de novos
sistemas como exemplo
0
sistema Stabident,
que consiste em uma agulha para
injeyao e um perfurador. 0 perfurador envolve uma agulha de ayo inoxidavel de 0.43
milimetros, chanfrado na extremidade livre que e impulsionado par uma peya de
mao de baixa velocidade para perfurar a tecido mole e a ossa cortical. 0 perfurador
entao e retirado e uma agulha com a mesmo diametro e oito milfmetros
de
comprimento e colocada na seringa padrao. 0 segundo passo deste sistema e
encontrar a orificio, orientar
a agulha para a mesmo eixo, inseri-Ia no ossa
esponjoso e injetar manualmente a volume desejado do anestesico escolhido. A
anestesia e imediata.
Outro sistema tambem utilizado e a sistema X-tip, que tem um perfurador
girat6rio com uma ponteira removivel utilizada durante a perfurayao. A ponteira
entao e retirada deixando um tuba no ossa esponjoso no qual uma agulha curta e
inserida para a infusao do anestesico. A vantagem do sistema X-tip e a melhor
visualizayao do local da perfurayao.
II
Ja,
0
sistema Intraflow foi desenvolvido
tecnica de anestesia
no sentido de facilitar a utilizagao da
10, uma vez que utiliza uma mesma agulha que realiza a
perfuragao e a injegao do anestesico. 0 sistema e composto por um tipo especial de
perfurador de baixa velocidade que consiste em quatro partes principais: uma agulha
que perfura 0 osso e injeta 0 anestesico,
levando
0
anestesico
um transfusor
que age como condutor
ate a agulha, uma trava que dirige e governa a rota gao da
agulha e um motor que control a 0 poder de rotagao da agulha, mantendo 0 tubete de
anestesico no local (Figura 2).
Figura 2: Sistema Inlraflow
FONTE: Induslry Report, 2007
Juliane Gallantin, et. al (2003) compararam
0
sistema Stabident e
0
sistema
X-tip, como tecnica primaria, em um estudo com 2341 individuos utilizando lidocaina
a 2% com epinefrina 1:100.000. Os pacientes foram anestesiados
testados atraves de testes de vitalidade com
as duas anestesias foram respectivamente
0
e os dentes foram
pulp-test. As taxas de sucesso entre
de 93% e 93% nos primeiros molares,
95% e 95% nos segundos molares e 81 % e 83% nos segundos
pre molares.
Os
autores concluiram que nao houve diferenga significativa entre as duas tecnicas no
que diz respeito ao sucesso, inicio de agao e duragao.
John Nusstein
tecnica complementar,
et.al (2003) estudaram
em dentes inferiores diagnosticados
33 pacientes foram submetidos
relata ram sentir
dor
a eficacia do sistema X-tip, como
a
moderada
com pulpite irreversivel.
tecnica anestesica convencional
a severa
durante
0
acesso
alveolar inferior e
endod6ntico.
Na
12
sequencia,
1: 100.00. Apenas 18% das injeyoes 10 falharam,
anestesico
para cavidade
urn acesso
endod6ntico
concluiram
quando
bucal,
a 2%
foi utilizado 0 sistema X-tip com 1.8ml de lidocaina
e isto ocorreu devido ao refluxo de
oral e 82% das anestesias
e instrumentayao
com epinefrina
obtiveram
inicial totalmente
sucesso
permitindo
sem dor. Os autores
que quando 0 bloqueio do nervo alveolar inferior falha, 0 sistema X-tip,
utilizado
promove
de maneira
excelente
correta
anestesia
e sem refluxo de anestesico
pulpar em dentes
para cavidade
inferiores
posteriores
com
pulpite irreversivel.
Por sua vez, Stephen A. Parente et.al (1998) testa ram 0 sistema
em 37 pacientes,
com pulpite
autores
tambem
irreversivel
concluiram
como tecnica
utilizando
que apes a tecnica
a eficacia
et. al (2008), compararam
bloqueio
alveolar
convencional
utilizando
em dentes
diagnosticados
2% com epinefrina
10 91 % dos dentes
1:100.000.
inferiores
Os
e 67% dos
anestesiados .
do sistema
Remmers
inferior
a
lidocaina
dentes superiores foram devidamente
. Para testar
complementar
Stabident
Intraflow
este sistema
testes
de
como tecnica
com a tecnica
vitalidade
obteve sucesso em 9 dos 15 casos testados
primaria,
Todd
convencional
pulpar.
A
de
anestesia
(60%) e a anestesia
10
obteve sucesso em 13 dos 15 cas os (87%).
Na tentativa de analisar a eficacia da Articaina
na tecnica de anestesia
foram
submetidos
moderada
foram
relatam
10, Jason Bigby et. al (2006) analisaram
previamente
a anestesia
alveolar
ou severa dor durante 0 acesso endod6ntico.
submetidos
Stabident.
4% com epinefrina
a
anestesia
A taxa de sucesso
ser este resultado
inferior
pelos autores
similar as taxas obtidas
37 pacientes
e
que
apresentavam
Logo apes, os pacientes
10 com 1.8ml de anestesico,
observada
1:100.000
atraves
do sistema
foi de 86% e os autores
em outros
estudos
utilizando
13
lidocaina 2% com epinefrina 1:100.000.
Porem, ainda com rela980 a eficacia da articaina a 4%, Leandro Augusto
Pinto Pereira (2010, no prelo) realizou um estudo com 0 obejtivo de comparar
eficacia
anestesica
de 0.9ml de articafna
a 4% com epinefrina
1:100.000
a
ou
epinefrina 1:200.000. Ambas as solU90es foram injetadas 10 para molares inferiores
com pulpite irreversivel sintomatica em 60 pacientes. 0 tempo medio
diagnosticados
para realiza980 de todo 0 procedimento
endod6ntico foi de aproximadamente
18.6
minutos e 0 autor tambem concluiu que ambas as solu96es tiveram alta taxa de
sucesso (96.8% para articaina com epinefrina 1:100.000 e 93.1% para articafna com
epinefrina 1:200.000).
Articaina a 4% e lidocaina a 2%, ambos com epinefrina 1:100.000 ja haviam
side comparadas
por Andrew Haase et.al (2008) e Paul A. Rosenberg
em anestesias suplementares
et.al (2007)
do nervo bucal em primeiros molares inferiores, apos
o bloqueio do nervo alveolar inferior e estes autores concluiram
obteve resultados significativamente
que a articaina
melhores (88%) em rela980 a lidocaina
no primeiro estudo e 70.5% para articaina
e 62.2% para lidocafna
(71%)
no segundo
estudo.
Quando
mepivacaina
demonstram
comparada
a 3%,
Karan
a lidocaina
Replogle
a 2% com epinefrina
et. al (1997)
obtiveram
1: 100.000
com a
resultados
que
ser ainda a lidocaina a melhor escolha, com indice de sucesso de 74%
para primeiros molares contra 45% da mepivacaina.
Com rela980
a
dura980 do efeito anestesico,
Karan Replogle, et.al (1997)
concluem que a lidocaina 2% com epinefrina 1:100.000 e melhor que a mepivacaina
3%, promovendo um maior tempo de analgesia.
Ainda com rela980 ao tempo de dura980 do efeito anestesico na tecnica 10,
14
Joanne Jensen et.al (2008) relatam em seu trabalho que utHizando-se a tecnica 10
primaria e repetindo
esta aplica~ao ap6s 30 minutos, obtiveram
aumento
de 15
minutos no tempo de trabalho.
Porem, para reportar os efeitos cardiovasculares
Karan
Replogle
et.al
(1999)
1:100.000 de epinefrina
realizaram
e mepivacaina
um estudo
a 3%.
gerados pelas tecnicas 10,
com
licocaina
Foram escolhidos
a 2% com
42 candidatos,
dentre eles 17 mulheres e 25 homens, entre 18 e 39 anos de idade, para receber 1.8
ml de anestesico em duas sess5es diferentes. Os selecionados
e nao estavam fazendo uso de nenhum medicamento.
monitoraram
a eletrocardiograma,
durante e depois do procedimento.
aleatoriamente
epinefrina
receberam
uma
1:100.000,
batimentos
sessao,
a 3% ou lidocaina
eles receberam
de lidocaina
ao uso da epinefrina.
a 2% com
a solu~ao
que nao
2% com epinefrina
Em 79% destes candidatos,
batimentos retornaram ao normal em aproximadamente
diferen~
receberam
dos candidatos perceberam um aumento nos batimentos cardiacos,
o que pode ser atribufdo
do anestesico.
e pressao arterial antes,
Na primeira sessao os escolhidos
na primeira vez. Com a anestesico
1:100.000,67%
A cada sessao, os autores
cardiacos
inje~ao com mepivacafna
na segunda
estavam saudaveis
Ja, com 0 usc da mepivacaina
os
4 minutos ap6s a infiltra~ao
a 3% os pacientes nao perceberam
de batimentos cardfacos. Nenhuma diferen~
respeito a pressao arterial em nenhum dos casos.
foi constatada no que se diz
Segundo os autores, 0 aumento
dos batimentos cardfacos nos pacientes que receberam licocafna 2% com epinefrina
1:100.000
nao representa
saudaveis.
Os autores
aceitavel
nenhuma implica~ao cllnica significante
tambem
conciuem
que a mepivacafna
para pacientes
uma
alternativa
para aqueles pacientes com condi~5es medicas limitadas, terapias
medicamentos
ou sensibilidade a epinefrina.
com
15
Alterayoes
dos batimentos
cardiacos
ja foram observadas
por outros
autores como Julliane Gallantin et.al (2003) que relataram
que 85%
dos pacientes
perceberam
Stabident
e 93% quando
esta alterayao
quando foi utilizado 0 sistema
utilizado 0 sistema X-tip, ambos com a utilizayao
de lidocaina
a 2% com epinefrina
1:100.000.
Como complicayao
advinda do uso da tecnica 10 Karl F. Woodmansey
(2009) relata um caso de osteonecrose
(Figura
3) em paciente
autores sugerem que 0 calor gerado pela fricyao desenvolvida
pode ser uma das causas de alterayoes
Tambem
cortical 6ssea. Quanto maior a dificuldade
sugerem
Os autores
concluem
tecnica e correto treinamento
de perfurayao,
que e necessario
Os
durante a perfurayao
entre 15000 a 20000 rpms com leve pressao por 2 a 4 segundos
adjacente.
HIV positiv~.
6sseas uma vez que 0 sistema
neste estudo, X-tip, nao faz uso de irrigayao.
et. al
utilizado
0 uso de rotayao
para perfurayao
da
maior 0 risco para 0 osso
um perfeito
conhecimento
da
antes da aplicayao nos pacientes.
FIGURA 3 - Osteonecrose
FONTE: Journal of Endodontics, (2009, p.289)
Em continuidade
a esta linha de raciocinio,
Christopher
descreve os fatores que afetam 0 sucesso da anestesia
•
Seleyao
do local de aplicayao
radiografica
do
local,
espayo
da anestesia:
interradicular
H. Kleber
(2003)
10:
deve ser precedida
e comprimento
da analise
das
raizes.
16
Tambem
requer a presenya
de gengiva
inserida
para assegurar
que a
perfurayao no tecido mole esteja alinhada com a perfurayao ossea.
•
Seleyao
do anestesico:
absoryao
alta vascularizayao
do anestesico
vasoconstritor
da mandibula
e sendo assim a utilizayao
se faz necessaria,
pois ira aumentar
•
rapida
do anestesico
0 tempo
Para os casos de pacientes com alterayoes cardiacas
da mepivacaina
causa
0
com
de analgesia.
autor sugere
0
usa
a 3%.
Conforto do Paciente: os cuidados iniciais com analgesia da mucosa devem
ser tomados para que 0 paciente nao sinta desconforto consideravel.
A grande
dentista esta ligada
barreira
na utilizayao
a necessidade
das tecnicas
intraosseas
pelo cirurgiao
de perfurayao ossea em um tecido sadio. Ainda
assim Chad Bangerter et. al (2009) apos pesquisa entre os endodontistas
relataram
que aproximadamente
questionario
94.77% dos endodontistas
nos EUA,
que responderam
ao
usam algum tipo de anestesia intraossea, sendo 61.99% dos casos de
pulpite irreversivel e 0 anestesico mais utilizado e a lidocaina
a
2% com epinefrina
1:100.000. Como resultado tambem foi possivel observar que mais da metade dos
entrevistados
2.1
utilizam esta tecnica anestesica mais de duas vezes por semana.
SISTEMA STAB/DENT
Nesta
seyao
serao
apresentadas
as formas
de utilizayao
do sistema
Stabident utilizado para a realizac;:ao da anestesia intraossea:
•
Etapa Inicial: Para perfurayao lateral deve-se imaginar uma linha horizontal ao
longo da margem gengival dos dentes e uma linha vertical atraves da papila
interdental.
Um ponto a cerca de 2mm apicalmente
de onde estas linhas se
17
cruzam e geralmente
um local adequado
para perfura<;:ao lateral (Figura 4).
FIGURA 4: Sele<;ao do Local
SELECT A SITE FOR INJECTION
FONTE: figura extra ida do site www.stabident.com
Ultimo acesso em 10 de outubro de 2011
•
Anestesia
da Gengiva Inserida: desinfectar
logo ap6s anestesiar
isquemia.
0 local, realizar anestesia
a mucosa normalmente
Eo necessario
aguardar
anestesia se instale adequadamente
pelo
t6pica e
ate que a regiao apresente
menos
30 segundos
para
uma
que
a
(Figura 5).
FIGURA 5: Anestesia da Mucosa
FONTE: figura extra ida do site www.stabident.com
Ultimo acesso em 10 de outubro de 2011
Perfura<;:ao Atraves da Placa Cortical: Colocar 0 perfurador
Stabident em um
contra angulo de baixa rota<;:ao e retirar a tampa do perfurador.
deve estar perpendicular
deve ser empurrado
a placa cortical e ainda sem ativar a pe<;:a de mao
suavemente
com 0 0550. Logo ap6s,
empurra
0 perfurador
0 perfurador
atraves da gengiva
ate que tenha contato
a pe<;:a de mao deve ser ativada
contra
0 0550 com
leve pressao.
enquanto
se
0 movimento
de
18
"packing" deve ser utilizado repetidas vezes para perfurayao da cortical ate
que 0 osso esponjoso
seja atingido e isto ocorre cerca de dois a cinco
segundos do tempo total da perfurayao. Este movimento e importante para
que nao haja superaquecimento
do osso, podendo
gerar algum tipo de
inflamayao ou ate mesmo necrose ossea. Apos a perfurayao,
0 perfurador
deve ser descartado com seguranya (Figura 6).
FIGURA 6: Perfura~iio - Stabident
FONTE: figura extra ida do site www.stabident.com
Ultimo acesso em 10 de outubro de 2011
•
Inserir
a Agulha
de
Injeyao
e
Injetar
0
profissional deve fazer uma leve compressao
Anestesico:
Primeiramente
no local da perfurayao
0
para
absorver qualquer tipo de sangramento e assim ter uma melhor visualizayao
da perfurayao. A agulha deve ser inserida no orificio na mesma angulayao em
que 0 perfurador foi retirado (Figura 7).
FIGURA 7: Inje~iio do Anestesico
FONTE: figura extra ida do site www.stabident.com
Ultimo acesso em 10 de outubro de 2011
19
• 0 anestesico deve entao ser injetado lentamente e a agulha de injec;:ao deve
ser descartada logo apos 0 termino do procedimento
(Figura 8)
FIGURA 8: Descarte da agulha
FONTE: Figura extra ida do site www.stabident.com
Ultimo acesso em 10 de outubro de 2011
2.2
SISTEMA X- TIP
Nesta sec;:ao serao apresentadas
as formas de utilizac;:ao do sistema X-Tip
utilizado para a realizac;:ao da anestesia intraossea:
• Anestesia
do Local da Perfurac;:ao: Selecionar
0
local da perfurac;:ao, fazer
desinfecc;:ao do locar, fazer anestesia topica e injetar pequena quantidade de
anestesico para anestesiar a mucosa. 0 local de eleic;:ao deve estar de 2 a
4mm apicalmente
ao dente e tambem deve estar ligeiramente
na distal do
dente a ser tratado.
Perfurac;:ao da Placa Cortical: Colocar 0 perfurador na pec;:ade mao com baixa
velocidade
(15.000
posicionar
a broca perfuradora
Acionar
0 contra
a 20.000
angulo
rpms), fazer leve pressao
maxima
0
90 graus com
aproximadamente
na velocidade
contra
e fazer
entrada e saida de no maximo 4 segundos (Figura 9).
0550
0
e
0550.
movimentos
de
20
FIGURA 9: Perfurador X-Tip
FONTE: Journal of Endodontics (2003, p.725)
Este sistema possui uma guia que ira ficar na mucosa exatamente no local
em que foi realizada a perfura"ao,
par isso a broca deve ser retirada
delicadamente do local para que a guia nao se desloque (Figura 10).
FIGURA 10: Guia da perfura<;:ao
FONTE: Figura extra fda do site http://www.tulsadental.com
(Jltimo acesso em 05 de outubro de 2011.
Inje"ao do Anestesico no Ossa Esponjoso: Posicionar a anestesico dentro da
guia e injetar a solu"ao
anestesica
lentamente
ate que atinja a ossa
esponjoso (Figura 11). Ap6s terminar a procedimento anestesico a agulha e a
broca perfuradora devem ser descartadas com seguran9a.
21
FIGURA 11: Injeyao do Aneslesico
FONTE: Figura extra ida do site http://www.tulsadental.com
Ultimo acesso em 05 de outubro de 2011
2.3
SISTEMA INTRAFLOW
Nesta seyao serao apresentadas
as formas
de utilizayao
do sistema
Intraflow utilizado para a realizayao da anestesia intra6ssea.
Seleyao do Local de Injeyao: Eo um dos passos mais importantes para
0
sucesso da tecnica. Eo recomendado que a anestesia seja realizada na parte
distal do dente a ser tratado. Pode ser necessaria a realizayao de uma
radiografia para se certificar a proximidade das raizes e sua angulayao.
Penetrayao: Assim que 0 local de injeyao for selecionado,
0 botao
de
transfusao deve ser retraido e 0 reostato deve ser ativado. Novamente devem
ser feitos movimentos de entrada e saida ate que
esponjoso,
0
0
perfurador atinja
que levara aproximadamente 4 segundos (Figura 12).
FIGURA 12: Perfurador Intraf/ow
FONTE: Figura exIra ida do sile www.dentlcompare.com
(Illimo acesso em 05 de outubro de 2011
0
osso
22
•
Infusao: Pisar novamente no reostato para que a anestesico seja injetado.
E
importante lembrar que nesta fase a contra angulo deve estar desligado.
•
Retirada: Assim que a quantidade desejada de anestesico for depositada
ossa esponjoso, a agulha deve ser retirada em um unico movimento
no
com a
motor funcionando lentamente.
3 DISCUssAo
A anestesia intra6ssea e descrita em diversos trabalhos tanto como tecnica
prima ria como na complementayao
de outras tecnicas quando estas nao atingem
seu objetivo.
Autores como Christopher
intra6ssea
H. Kleber (2003) discutem
a fato da anestesia
ser tao eficaz e no entanto tao pouco utilizada pelos profissionais
odontologia.
A relutancia na sua utilizayao talvez se deva ao fato do profissional
perfurar um tecido sadio para realizayao da tecnica. Outra dificuldade
autor seria a posicionamento
E
da
relatada pelo
da agulha precisamente na perfurayao realizada.
possivel que a melhoria dos equipamentos
e tecnicas utilizados
para a
realizayao da anestesia 10 tenham contribuido para as resultados obtidos par Chad
Bangerter et. al (2009) que relataram que em uma pesquisa nos Estados Unidos,
metade dos profissionais entrevistados
utilizam esta tecnica ao menos 2 vezes par
semana.
Fica clara a evoluyao da tecnica inicial, que consistia em realizar uma
perfurayao e logo ap6s a injeyao do anestesico no mesmo local, para as tecnicas
atuais como a que utiliza a perfurador Stabident, X-tip au mesmo a Intraflow, todos
eles possibilitando
a injec;:aodo anestesico de forma mais agil.
Com relayao
a
eficiencia
da tecnica, autores como John Nusstein
et. al
23
(2003) comprovam que 0 sistema X-tip quando testado como tecnica complementar
em dentes
inferiores
diagnosticados
com pulpite irreversivel
apresenta
taxa de
sucesso de 82%.
Ja 0 sistema Stabident, apresentou uma taxa de sucesso de 91 %, tambem
como
tecnica
complementar
em
molares
inferiores
com
pulpite
irreversfvel.
(Stephen A. Parente et. ai, 1998).
Mesmo na tecnica primaria 0 sistema Intraflow obteve resultados muito bons,
chegando a 87% de sucesso. (Todd Remmers et. ai, 2008).
Quando
utilizada como tecnica
primaria,
a anestesia
10 apresenta
uma
grande vantagem que e a ausencia de anestesia tanto do labia como da lingua do
paciente, possibilitando que este saia da consulta sem este desconforto.
Dentre os sistemas aqui discutidos, 0 sistema Stabident e 0 mais utilizado
apesar de ser 0 que oferece maior dificuldade na inseryao da agulha na perfurayao.
(Christopher H. Kleber, 2003).
Por sua vez, 0 sistema X-tip tern como vantagem a melhor visualizayao
da
perfurayao por possuir urn guia que fica no local e permite que a agulha seja inserida
corretamente
no local da perfurayao. (Christopher H. Kleber, 2003).
JtI 0 sistema Intraflow e 0 mais facH de ser utilizado por possuir somente
uma agulha que realiza a perfurayao
e a infusao do anetesico.
(Christopher
H.
Kleber, 2003).
No que diz respeito ao tipo de anestesico utilizado, a lidocafna a 2% com
epinefrina 1:100.000 aparece como a rnais utilizada.
Para avaliar a eficacia da articaina 4% com epinefrina
1:100.000,
Jason
Bigby et.al (2006), aplicaram a tecnica atraves do sistema Stabident e obtiveram
uma
taxa
e sucesso
de 86%.
A taxa
de sucesso
observada
neste
estudo
24
demonstrou
ser similar as taxas de sucesso obtidas nos estudos em quais foram
utilizados lidocaina 2% com epiefrina 1:100.000. Porem, ainda testando a eficacia da
articaina,
Leandro
Augusto
1:100.000 ou epinefrina
Pereira (2010) utilizou articaina
1:200.000. Ambas as soluyoes anestesicas
altas taxas de sucesso, sendo respectivamente
duas taxas maiores
4% com epinefrina
que as apresentadas
apresentaram
de 96.8% e 93.1 % e sendo estas
nos estudos
com lidocaina
2% com
epinefrina 1:100.000.
A lidocaina
mepivacaina
2% com
epinefrina
1:100.000
quando
comparada
3%, apresenta uma taxa de sucesso significantemente
com
a
maior no que se
diz respeito a analgesia (Karan Replogle et. al. 1997), porem a mepivacaina
3% nao
apresenta
nao
alterayao
vasoconstritor,
dos
batimentos
ao contrario
cardiacos,
da lidocaina
devido
ao
2% com epinefrina
fato
de
1:100.000.
ter
(Karan
Replogle et. al. 1999).
Alguns fatores podem comprometer
0 sucesso
da anestesia
seleyao do local de aplicayao ou mesmo a seleyao do anestesico.
10, como a
(Chrisopher
H.
Kleber, 2003).
Outro fator a ser considerado
(Chrisopher
H. Kleber,
e 0 conforto do paciente para a aplicayao.
2003).Recomenda-se
a c~rreta
desinfecyao
do
local,
aplicayao de anestesico t6pico e anestesia da gengiva inserida para que 0 paciente
sinta 0 menor desconforto possivel durante a perfurayao do local.
o
conhecimento
fundamentais
detalhado
no momento
da tecnica e a habilidade
da aplicayao
como a citada por Karl F. Woodmansey
osteonecrose
da anestesia
do profissional
10 evitando
sao
complicayoes
et. al (2009), que relata um caso clinico de
devido ao calor gerado pela fricyao desenvolvida durante a perfurayao
e aus€Jncia de irrigayao.
25
4CONCLUSAO
Segundo as autores pesquisados,
a anestesia
como tecnica prima ria como na complementa9ao
10 pode ser utilizada tanto
de outras tecnicas, mostrando alto
grau de sucesso e rapida instala9ao quando empregada
corretamente.
Stabident e relata do como a mais utilizado, porem a sistema Intraflowe
0 sistema
mais facil de
ser utilizado uma vez que possui apenas uma agulha que faz a perfura9ao
inje9ao do anestesico.
e a
26
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Intraosseous Anesthesia
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