COOPEROESTE - Maio de 2012 MST de Santa Catarina completa 27 anos Pág. 03 Feira da Melancia tem data e coordenador definidos IFSC de São Miguel do Oeste oferece cursos gratuitos a filhos de agricultores Pág. 04 Pág. 06 Produtor obtém ótimos resultados na produção de leite por meio de pastagens perenes Pág. 05 GRITO DA TERRA NO RÁDIO Ouça todos os sábados o programa Grito da Terra, da Cooperoeste/Terra Viva, nas seguintes rádios e horários: -Rádio Cedro FM, de São José do Cedro( 90,7): 13h10 -Rádio Peperi AM, de São Miguel do Oeste (1370) : 13h25 -Rádio Atalaia AM, de Campo Erê (850): 13h 30 *Obs: esporadicamente os programas podem começar alguns minutos antes ou depois do horário previsto. COOPEROESTE - Maio de 2012 Roger Brunetto Patricia Diel MATRIZ Filial 01 MST 27 ANOS DE LUTAS E CONQUISTAS No dia 25 de maio, no Assentamento José Maria, em Abelardo Luz, o Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST) de Santa Catarina comemorou 27 anos. Uma jornada marcada por inúmeras dificuldades e preconceitos, mas, acima de tudo, muita luta que continua até os dias atuais. Se hoje o MST, principalmente o de Santa Catarina, é exemplo para o mundo - prova disso são as constantes visitas de caravanas de vários países de todos os continentes a assentamentos e indústrias oriundas da reforma agrária - foi graças as suas ações sempre com foco na justiça social. O MST não conseguiu nada de graça. Tudo foi conquistado através de manifestações, incansáveis reuniões, humildade e muita persistência. Outra marca do movimento é não se acomodar, além da solidariedade. As famílias que já conseguiram seu pedaço de chão para plantar não se esquecem das outras que estão acampadas. E lutam por elas num claro exemplo de fraternidade. Infelizmente, ainda há quem 'vire a cara' para o MST. Principalmente os ligados a grande elite que não admitem que seres humanos pobres, mas dignos, tenham o direito – assegurado na Constituição – de poder produzir e se organizar em forma de cooperativas para que surjam empresas e indústrias que geram empregos, renda e impostos como a Cooperoeste/Terra Viva, a segunda maior de São Miguel do Oeste. E há muitas outras espalhadas pelo Brasil. O MST, como dito, é exemplo para o mundo. E os que fazem parte desta organização têm que se orgulhar, pois são batalhadores que venceram os incontáveis obstáculos com dignidade e sem trapaças. São pessoas honradas que merecem o respeito de toda a sociedade. Parabéns MST! ATENÇÃO MULHERES ASSENTADAS A Cooperoeste e a Brigada Justino Draszevsky iniciam dia 10 de junho os encontros de mulheres nos assentamentos da região. Nas reuniões serão debatidos assuntos relacionados a mulheres, saúde, hortas medicinais, entre outros. É importante a participação de todas as mulheres assentadas. Todos os encontros iniciam às 13 horas, com o seguinte roteiro: -Dia 10 de junho, domingo, Assentamento Oito Março, em de São Miguel do Oeste. -Dia 12 de junho, terça-feira, Assentamento Sanga Azul, em Anchieta. -Dia 13 de junho, quarta-feira, Assentamento Aparecida, também em Anchieta. -Dia 15 de junho, sexta-feira, Assentamento Olívio Albani, em Campo Erê -Dia 26 de junho, terça-feira, Assentamento Três Passos, em Paraíso. -Dia 27 de junho, quarta-feira, Assentamento 21 de Novembro, em São José do Cedro. -Dia 28 de junho, quinta-feira, Assentamento Imperatriz,em São José do Cedro. -Dia 29 de junho, sexta-feira, Assentamento São Mateus, também em São José do Cedro. -Dia 10 de julho, terça-feira, Assentamento Rosário, em Romelândia. -Dia 11 de julho, quarta-feira, Assentamento São Luiz I e II, em Palma Sola. -Dia 12 de julho, quinta-feira, Assentamento 26 de Outubro, em São Miguel do Oeste. *Obs: Nos próximos dias serão marcadas as datas dos demais assentamentos que não foram mencionados. PARA REFLETIR Aprendi que se aprende errando. Que crescer não significa fazer aniversário. Que o silêncio é a melhor resposta quando se ouve uma bobagem. Que trabalhar significa não só ganhar dinheiro. Que amigos a gente conquista mostrando o que somos. Que os verdadeiros amigos sempre ficam com você até o fim. Que amar significa se doar por inteiro. Que um só dia pode ser mais importante que muitos anos. Que ouvir uma palavra de carinho faz bem à saúde. Que sonhar é preciso. Que se deve ser criança a vida toda. Que nosso ser é livre. Que Deus não proíbe nada em nome do amor. Que o julgamento alheio não é importante Que o que realmente importa é a paz interior. “Não podemos viver apenas para nós mesmos. Mil fibras nos conectam com outras pessoas. E por essas fibras nossas ações vão como causas e voltam pra nós como efeitos". *Herman Melville “Sou associado da Cooperoeste/Terra Viva desde sua fundação. Sinto orgulho disso, pois a cooperativa cresce a cada ano. Somos grandes e, por isso, temos condições de enfrentar qualquer tempestade adversária”. *Evaldo Kuhn, Assentamento Itatiba, Campo Erê. COOPEROESTE - Maio de 2012 MST: 27 anos de história em Santa Catarina Reportagem: Fábio Reis Edição: Roger Brunetto Foto: Márcio Megedanzz O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Santa Catarina comemorou no dia 25 de maio 27 anos de história. A festividade foi realizada no Assentamento José Maria, em de Abelardo Luz. A região é privilegiada por ser uma das primeiras a ter famílias assentadas no Estado, praticamente onde iniciou o MST. Atualmente a região conta com aproximadamente 1500 famílias assentadas. Boa parte delas estavam representadas pelas cerca de 600 pessoas que passaram pela festa. Seguindo em marcha as pessoas se dirigiram ao ginásio de esportes, onde foi servido o almoço a base de mandioca e churrasco. Na parte da tarde teve show com diversos músicos da região, encerrando com a animação do grupo musical Terra Viva de São Miguel do Oeste. Além da comemoração do aniversário, foi inaugurado um centro de múltiplo uso que servirá como uma ferramenta para que as pessoas possam ter onde realizar atividades relacionadas a eventos culturais e encontros. Foto: Márcio Megedanzz Mística lembrou a primeira ocupação AUTORIDADES PRESTIGIAM O EVENTO A festa iniciou com a mística que lembrou o trajeto percorrido pelas famílias em 1985. Em seguida aconteceu a missa celebrada pelo Padre Genuino. O pároco também relembrou os momentos do passado já que esteve presente naquele período. Ele também procedeu a benção do centro de múltiplo uso. A inauguração do centro contou com a presença de diversas autoridades, desde vereadores, representantes de deputados ao prefeito de Abelardo Luz, Dilmar Fontinelli, que aproveitou o momento para também relembrar o tamanho do município antes dos assentamentos e agora. Ele decretou ponto facultativo por ocasião da data comemorativa. Com a atitude, começam os debates para que nos próximos anos o dia 25 de maio seja feriado municipal. Foto: Márcio Megedanzz Grande público participou da confraternização FESTA COMEÇOU ANTES DO SOL RAIAR Antes mesmo do sol aparecer era possível escutar o som de fogos de artifício que foram soltados por integrantes das comunidades que simbolizavam a chegada das milhares de pessoas na terra, rompendo com a cerca do latifúndio. O fazendeiro enfurecido, naquele período, manda atear fogo à ponte de acesso à fazenda na tentativa de impedir a entrada das famílias, relembrou a mística ocorrida no início do ato. Um dos membros da direção estadual do MST, Altair Lavratti, se emociona ao recordar aquele tempo. “As pessoas não tinham nem ao menos roupas para se vestir, quanto menos carro, moto”, comenta. Ele estava feliz ao presenciar que depois de 27 anos essas mesmas famílias podem ver todas as estruturas conquistadas, sendo que a maior delas é a qualidade de vida. “Isso aconteceu graças ao esforço, dedicação e luta feita oelos militantes que na época eram taxados de vagabundos e ladrões”, menciona. Inauguração do centro de múltiplo uso COOPEROESTE - Maio de 2012 Sebastião Pinheiro: “Agrotóxico Tamaron provoca neuroses, manias, insônia e depressão” O engenheiro agrônomo e florestal há 33 anos e, integrante do Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sebastião Pinheiro, foi um dos palestrantes da 5ª Festa Nacional das Sementes Crioulas. Ele concedeu entrevista ao Jornal Grito da Terra sobre a problemática dos agrotóxicos. Segundo Pinheiro, os adubos e fertilizantes químicos não são colocados à disposição do agricultor, mas são impostos sobre a agricultura. “É prejudicial ao consumidor ingerir alimentos produzidos com agrotóxico. Porém, o maior dano é causado no produtor que recebe uma quantidade de resíduos tóxicos muito grande sobre seu corpo” afirma. Ele menciona que os agrotóxicos foram criados na Europa para fins militares e acabaram sendo trazidos por generais quando se instituiu a ditadura militar no Brasil. MAIS DE 250 TIPOS DE AGROTÓXICOS Conforme Sebastião Pinheiro, mais de 250 tipos de agrotóxicos são utilizados na agricultura convencional. Ele menciona que análises laboratoriais são realizadas para detectar a presença de agrotóxicos, entretanto são testes demorados e muito caros. “Custam em torno de 600 a 800 dólares”, informa. Ele cita dois exemplos de agrotóxicos e seus efeitos: o Tamaron provoca neuroses, manias, insônia e depressão. Já o Temik é vendido no Rio de Janeiro como "chumbinho" para potencializar o efeito da cocaína. “Então se pode imaginar a periculosidade dessas substâncias na agricultura”, raciocina. ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA E CONVENCIONAL No entender do integrante do Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS, a diferença nutricional entre o alimento cultivado com agrotóxicos e no cultivo orgânico é enorme. “Quando o produtor cultiva o produto de forma ecológica ou biológica o conteúdo de cálcio, por exemplo, é de 96 mg. A mesma espécie, no mesmo solo, porém cultivado com o uso de agrotóxicos, tem 47 mg”, explica, acrescentando que quanto ao magnésio, o conteúdo é de 203 mg para 46 mg na agricultura convencional. Em relação ao ferro a diferença é ainda maior: 1585 mg para 19mg. Sebastião Pinheiro: mais de 250 tipos de agrotóxicos são utilizados na agricultura convencional Na visão de Sebastião Pinheiro, a agricultura ecológica poderia alimentar o mundo. Entretanto, segundo ele, a agricultura convencional necessita de dinheiro para mantê-la. “Por isso é tão difícil sustentar um modelo de agricultura que vai contra o sistema capitalista”, lamenta. Definido coordenador da Feira da Melancia 2013 A direção da Cooperoeste definiu o nome do coordenador da Feira da Melancia 2013. Trata-se de Aldo Postal. Ele exerce o cargo de 1° tesoureiro da cooperativa que promove o evento em parceria com outras entidades e movimentos sociais. Esta é a nona edição da exposição que será realizada de 11 a 13 de janeiro no Parque de Exposições Rineu Gransotto. Paralelamente também acontecem a 7ª Feira da Terneira e a 6ª Feira da Uva. A programação também inclui a feira da economia solidária e outras atrações que começarão a ser debatidas a partir da próxima semana quando serão constituídas as comissões. Conforme Postal, a feira não ocorreu neste ano devido à proximidade com a Expo São Miguel realizada em novembro. “Estaríamos num ano diferente, mas o espaço de tempo entre uma e outra seria de apenas dois meses, sem contar que neste intervalo há as festas de final de ano”, argumenta, acrescentando que, a partir de agora, a feira acontecerá de dois em dois anos. O coordenador antecipa que o interessado em expor deve entrar em contato com a Cooperoeste (3631-0200). “Além disso, a partir do próximo mês a comissão responsável estará visitando empresários do município e região”, informa. Ainda, conforme Postal, nos próximos dias serão realizadas outras reuniões e todas as novidades serão repassadas nos programas Grito da Terra (rádio), no Jornal Grito da Terra e nos meios de comunicação da região. Aldo Postal, coordenador da Feira da Melancia 2013 COOPEROESTE - Maio de 2012 Pastagens perenes proporcionam mais quantidade e qualidade na produção de leite Nos últimos anos muitos produtores descobriram nas pastagens perenes uma forma de aumentar a produção do leite. E o melhor: com qualidade e sem custos elevados. Um exemplo pode ser conferido na propriedade de Dorildo e Erildes Camargo, em Linha Fátima, interior de São Miguel do Oeste, que comercializam com a Cooperoeste/Terra Viva a mais de uma década. Há sete anos eles decidiram apostar nesta alternativa. E não se arrependem. Dos 32 hectares, 8,5 são destinados a pastagens perenes. Dona Erildes conta que em 2005 um técnico agrícola da Cooperoeste/Terra Viva sugeriu que eles fizessem uma experiência. “No começo ficamos com receio, mas plantamos e notamos os bons resultados. De lá para cá fomos aumentando a área a cada ano”, revela. Eles utilizam as pastagens Pioneiro e Tifton. “Nas nossas terras o Tifton apresenta melhores resultados”, assinala Erildes. No inverno a área destinada a pastagens perenes é utilizada para a plantação de aveia. Dona Erildes em um dos piquetes ESTIAGEM NÃO AFETOU PASTAGEM A última - e longa - estiagem que assolou a região não afetou tanto as pastagens. Segunda a produtora, a pastagem é boa e reflete na qualidade do leite. “Além disso, durante a seca não houve queda na produção”, expõe. A agricultora alerta, no entanto, que para se obter bons resultados alguns cuidados devem ser adotados. Uma boa adubação é fundamental. Além disso, o manejo e o ‘piqueteamento’ são muito importantes. CONSELHO Erildes diz que os produtores devem investir na pastagem perene que, além da qualidade que proporciona no alimento fornecido ao animal, em pouco espaço rende muito, sem custos elevados. “Considero que hoje já é uma necessidade. Quem trabalha com vaca de leite tem que pensar na pastagem perene”, aconselha. PLANTEL/PRODUÇÃO A propriedade tem um plantel de 82 animais da raça holandesa. Destas, 42 estão em lactação. Ainda há 28 novilhas, nove bezerras e três vacas secas. A produção mensal chega a 30 mil litros. TÉCNICO AGRÍCOLA CONFIRMA BENEFÍCIOS Para o técnico agrícola da Cooperoeste/Terra Viva, Dyoi Vergutz, atualmente a pastagem perene não é mais uma alternativa, mas sim, uma necessidade. “Desta forma não se precisará mais remanejar o solo, nem trabalhar com sementes. A pastagem é permanente na lavoura”, comenta. Ainda, conforme ele, além de Pioneiro e Tifton existem outros tipos. “O importante é que o agricultor avalie qual o melhor para a sua área”. Conforme o técnico, não adianta implantar a pastagem de Tifton numa área que não esteja devidamente corrigida. De acordo com Vergutz, os técnicos auxiliam os agricultores para saberem qual a melhor cultura a ser implantada em cada propriedade, pois cada uma tem sua necessidade de manejo e exigências nutricionais quanto à fertilidade do solo. MAIS TRABALHO DO QUE INVESTIMENTO Segundo o técnico agrícola, o investimento para implantação da pastagem perene é pequeno, porém o processo é trabalhoso, pois precisa de cuidados. “É mais dedicação do que investimento financeiro, mas o principal é que o resultado é altamente compensador”, afirma. Vergutz destaca, ainda, que a pastagem perene é mais resistente, além de proporcionar uma boa alimentação ao rebanho e refletir muito na qualidade da produção. Na avaliação do técnico, está na hora dos produtores analisarem muito bem essa questão, pois a concorrência e a disputa pelo mercado é cada dia maior. ‘’E quantidade aliada a qualidade e custo de produção serão fundamentais para que os agricultores se mantenham na atividade leiteira’’, alerta. CUSTO/BENEFÍCIO Quando questionada sobre o custo/benefício, dona Erildes é enfática ao afirmar que é muito vantajoso investir na pastagem perene. “Vale a pena, pois plantamos uma vez só durante o ano. Isso diminui o gasto com a compra de sementes”, diz, acrescentando que se trata de um pasto perene que necessita apenas da época e de adubação para rebrotar. “Com isso não há a necessidade de ficar semeando e gradiando a toda hora”, complementa. O técnico agrícola da Cooperoeste/Terra Viva, Dyoi Vergutz, em uma área de pastagem perene COOPEROESTE - Maio de 2012 IFSC de São Miguel oferece cursos técnicos gratuitos Estão abertas as inscrições, até o dia 10 de junho, para o processo seletivo de ingresso em cursos técnicos do Instituto Federal de Santa Catarina APLICAÇÃO DA PROVA (IFSC). Em São Miguel do Oeste, são oferecidas 120 vagas divididas em três A aplicação da prova do exame de classificação será realizada no dia 1º cursos. As inscrições devem ser feitas no site www.ingresso.ifsc.edu.br . O de julho. A divulgação dos aprovados estará disponível a partir do dia 13 de candidato deve preencher a ficha disponível no site julho no site do Instituto Federal. www.ingresso.ifsc.edu.br , responder ao questionário socioeconômico e CURSOS pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 30,00. O pagamento é exclusivo nas Os cursos técnicos oferecidos são nas áreas de Recursos Naturais agências do Banco do Brasil, até 11 de junho, um dia após o término das (Técnico em Agroecologia Concomitante) e Produção Alimentícia (Técnico em inscrições. Agroindústria). Este último possui duas modalidades: integrado ao ensino médio, no qual o aluno faz o ensino médio junto com o ensino técnico e concomitante ao ensino médio, onde o aluno pode frequentar o ensino técnico no IFSC e o ensino médio em outra instituição, ou ainda para aquele que já concluiu o ensino médio. Para os aprovados, as aulas iniciam no segundo semestre deste ano. É importante ressaltar que os cursos oferecidos são totalmente gratuitos. Mais informações no site ou pelos telefones 0800 722 0250 ou (49) 3631 - 0400. VAGAS Campus São Miguel do Oeste Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio – 40 vagas | Noturno Técnico em Agroindústria Concomitante – 40 vagas | Noturno Técnico em Agroecologia Concomitante – 40 vagas | Noturno Daniel Carossi, assessor da direção geral do campus do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), de São Miguel do Oeste Diretor da Conab ouve representantes de cooperativas e pequenas associações da região O diretor de política agrícola e informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Silvio Porto, esteve em São Miguel do Oeste no dia 21 de maio. Ele atendeu representantes de associações de agricultores, cooperativas e outras organizações. O encontro aconteceu no salão nobre da Prefeitura. Conforme Porto, o principal objetivo foi avalizar o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que existe desde 2003 e que, na avaliação dele, foi um grande avanço na perspectiva do governo federal comprar diretamente da agricultura familiar e dos assentados. A produção adquirida é distribuída aos projetos sociais como creches e escolas públicas. “Desta forma valorizamos o que é produzido aqui, com preços justos, e destinando os produtos para quem está numa insegurança alimentar”, expõe. REIVINDICAÇÕES Durante a reunião, que também serviu para diluir dúvidas dos participantes, o representante da Conab ouviu várias reivindicações. Porto assegurou que todas serão avaliadas. “Faremos uma análise para saber até que ponto poderemos atender o que nos foi solicitado”, disse. Ele acredita, no entanto, que poderão ser feitos ajustes em boa parte das solicitações, principalmente na questão dos preços pagos. Porto adiantou que tudo será debatido junto com o grupo gestor do PPA e com os ministérios de Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social e Combate a Fome de onde provêm os recursos para manter o programa. PREÇOS O diretor da Conab comentou que o critério para analisar a questão de preços será feita de uma forma simples e direta. “Vamos avaliar os valores que efetivamente estão sendo praticados nesta região. Desta forma verificarmos até que ponto nossos preços estão defasados. Detectando a defasagem faremos os reajustes necessários e pagaremos o referencial que está sendo reivindicado”, destaca. AVALIAÇÃO DO ENCONTRO Para Silvio Porto, o encontro também foi uma forma de valorizar as políticas públicas como a do PAA que repassa recursos às cooperativas e associações que, no seu entender, são as protagonistas deste processo, pois estabelecerem uma relação direta com os que recebem os produtos. “Além disso, são as responsáveis pelas articulações com o poder público local para a operacionalização do programa como, também, na solução de problemas de logísticas”, complementa. Porto disse, ainda, que a reunião serviu para reafirmar o princípio do governo federal que é a valorização das organizações sociais, da agricultura familiar e da reforma agrária. “Isso, como já mencionado, ocorre desde 2003 e nossa intenção é ampliar ainda mais”, afirma. O diretor da Conab mencionou que o Extremo Oeste tem sido uma das grandes experiências do PAA. “A primeira implantação do Programa de Aquisição de Alimentos, a nível de Brasil, foi nesta região”, lembrou. Ele elogiou a forma de como a agricultura familiar é executada na região. Mencionou, também, que é sempre importante dialogar, avaliar e colher sugestões porque se trata de uma referência regional, estadual e até para o Brasil. Diretor da Conab, Silvio Porto (E), ao lado do prefeito de São Miguel do Oeste, Nelson Foss da Silva COOPEROESTE - Maio de 2012 Eldorado dos Carajás Envolvidos no massacre se entregam à polícia; MST espera que comandantes cumpram pena Por Luiz Felipe Albuquerque/da Página do MST Edição: Roger Brunetto/Cooperoeste/Terra Viva Dezesseis anos após o episódio que ficou conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás, o Tribunal de Justiça do Pará expediu dia 7 de maio o mandado de prisão contra o coronel Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira. Pantoja se apresentou a um presídio no município de Santa Isabel do Pará, a 50 km de Belém onde deve cumprir a pena. Já Oliveira, se entregou ao se apresentar no Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves, no município de Santa Isabel Oliveira, que foi condenado a 158 anos e quatro meses pelos crimes, apresentou-se no Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves e agora é vizinho de cela do coronel Mário Colares Pantoja, condenado, no mesmo processo, a 228 anos. Pantoja apresentou-se após tomar ciência do mandado de prisão expedido contra ele pelo juiz Edmar Pereira, da 1.ª Vara do Tribunal do Júri de Belém. Ambos policiais militares foram condenados pelo envolvimento no massacre de 21 Sem Terra no município de Eldorado dos Carajás, no sudeste do Pará, em 1996. Eles foram julgados e condenados em 2002, mas desde então elesrecorriam em liberdade. Foram dez anos que os policiais ficaram apresentando inúmeros recursos ao Poder Judiciário. No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF,) Gilmar Mendes, pediu em março que a documentação do processo retornasse ao Tribunal de Justiça do Pará, ao alegar que era uma tentativa de protelar a sentença. Com isso, o juiz Edmar Pereira, da 1ª vara do Tribunal do Júri, expediu o mandado para que os condenados cumprissem as sentenças. Pantoja foi condenado a 228 anos de prisão, e o major Oliveira a 158 anos e quatro meses, mas a lei penal brasileira permite o cumprimento máximo de 30 Foto: Site MST anos de reclusão. ADVOGADA DO MST FICARÁ ATENTA “É importante aguardar o cumprimento do mandado e a efetivação da prisão, porque só assim poderemos dizer que a impunidade teve fim. Só a expedição de um documento não garante nada”, afirma Giane Alvarez, advogada do MST. “De todos os crimes que ocorrem contra lavradores no Pará, são raras as vezes que os mandantes ou os autores diretos dos crimes são condenados. E quando condenados é mais raro ainda que eles cheguem a cumprir as decisões tomadas pela Justiça”, destaca Giane. Segundo ela, a resolução dos problemas relacionados à questão agrária do país não se resume somente com o problema da impunidade. "O desfecho desse caso tem caráter efetivamente simbólico de mudança do estado de coisas daquela região. A ideia da impunidade pode ter uma mudança de curso. Não resolverá tudo uma hora para outra, mas já é um bom sinal”, pontua Giane. O MASSACRE O Massacre de Eldorado dos Carajás aconteceu em 1996, durante uma operação da Polícia Militar para reprimir o tráfego da rodovia PA 150, no município de Eldorado do Carajás, sudeste do Pará. Na ação, 19 trabalhadores rurais do MST foram mortos na hora pela PM. Outros dois morreram horas depois devido aos ferimentos da ação truculenta. Mais de 60 pessoas ficaram feridas, muitas delas com sequelas que levarão para o resto da vida. Mesmo tendo participado da operação mais de 150 policiais militares, apenas Pantoja e Oliveira foram condenados pela morte dos trabalhadores. O governador da época Almir Gabriel não foi punido. ATENÇÃO PRODUTOR PARA OS CONTATOS PARA ATENDIMENTOS VETERINÁRIOS Atendimento veterinário para São Miguel e região: horário comercial de segunda a sexta-feira: Agropecuária (49) 3622-1646 ou 3621-1733. Fora do horário comercial, sábados e domingos: Cooperoeste/Terra Viva pelo número (49) 3631-0229. Atendimento veterinário para Abelardo Luz e região: horário comercial de segunda a sexta-feira: mercado 8833-9185. Posto de resfriamento 8833-8642. Fora do horário comercial, sábados e domingos, em sistema de plantão: Paulo 8833-8651 ou Osório 88338649.