Sigfrid, um nobre, reconheceu que o Bock era um local adequado para
construir um castelo. Ele negociou com o proprietário da Abadia de São.
Maximin, em Trier, as rochas e o planalto com as terras em redor da sua
propriedade em “Feulen”. Um documento do ano 963 mostra esta troca.
Era este o aspecto que Depois da construção da fortificação no rochedo do Bock pelo conde
a cidade do Sigfrid no século X, uma primeira colónia, formada principalmente
Luxemburgo deveria pelos criados do conde, nasceu no planalto em frente ao castelo. As
ter no ano de 1200. dependências que pertenciam ao castelo também estavam neste
planalto.
Neste local, onde tinha nascido a primeira aglomeração, o conde
Sigfrid mandou construir uma igreja. A riqueza das suas relíquias
atraiu muitos peregrinos. Um mercado nasceu junto a esta igreja. Os
agricultores dos arredores vinham aqui vender os seus produtos. No
mercado havia muitos peregrinos, comerciantes e compradores. A
cidade foi protegida por várias torres e talvez também por um fosso.
Mais tarde, foi criado um novo mercado com uma igreja ainda maior.
Esta igreja foi dedicada ao São Nicolau, protetor dos comerciantes.
Formou-se assim um novo bairro, habitado principalmente por
artesãos e comerciantes.
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(Ciclo 4.2)
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Uma torre da
muralha do século
XII antes da sua
queda (1981) e
depois da sua
reconstrução
Para proteger a cidade que cresceu muito rapidamente, o conde
mandou construir uma muralha com 8 a 10 metros de altura. A muralha
foi reforçada por torres quadrangulares. Julga-se que o fosso, em frente
da muralha, foi alargado e aprofundado. 5 portas permitiam a entrada e
saída da cidade.
Muralha construída
nos últimos anos do
século XIV
Até ao século XIV a população não parou de aumentar atingindo no
final cerca de 5 000 habitantes. Começou então a construção de uma
nova muralha. Esta muralha cercava um terreno muito maior. Esta
fortificação cercou também os bairros do Grund e Pfaffental e o planalto
de Rham.
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(Ciclo 4.2)
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Os habitantes da cidade
(Die Einwohner der Stadt)
Uma família de cidadãos
ricos
Na cidade do Luxemburgo viviam algumas famílias ricas. Os
criados do conde também lá viviam. A cidade era dirigida por
altos funcionários mandatados pelo conde. Também houve
alguns comerciantes que se tornaram muito ricos. Muitos
destes comerciantes tornaram-se nobres: compravam uma
propriedade e mandavam aí construir um castelo.
Os artesãos constituíam a maior parte da população da cidade:
Artesãos do mesmo ofício juntaram-se e formaram associações
profissionais. Acontece frequentemente que muitos membros
da mesma associação profissional trabalhavam na mesma rua.
Assim, era normal encontrarem-se na mesma rua várias
oficinas de curtição de peles e de sapateiros.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
Artesãos no seu
trabalho
As associações profissionais impunham regras que os
seus membros deviam cumprir rigorosamente. Os
membros das associações profissionais escolhiam os
fiscais que controlavam o cumprimento das regras.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
Os aprendizes viviam na casa do artesão que era o seu mestre.
Comiam em casa do mestre e dormiam em pequenos quartos
nos sótãos.
As famílias ricas tinham ao seu serviço criados e serventes que
trabalhavam na limpeza, nos trabalhos domésticos ou que
faziam os trabalhos mais pesados. Estes criados ganhavam tão
pouco que nem chegava para alimentar a família.
Criados, serventes e
aprendizes pertenciam à
camada da população
mais pobre da cidade.
As pessoas que exerciam estas profissões não eram respeitadas
e ficaram conhecidas na Idade Média como “gente” sem honra.
Eram considerados como o “lixo” da sociedade. Eram
desprezados e ignorados. O carrasco, o coveiro e os que
recolhiam os cadáveres dos animais pertenciam a este grupo de
pessoas. Também os trovadores, que andavam de cidade em
cidade, a tocarem as suas canções nos mercados, eram
considerados “gente sem honra”.
Os ilusionistas,
equilibristas e trovadores
eram considerados como
pessoas desonestas.
Os deficientes estavam
dependentes das esmolas
Todos os pobres eram pedintes e viviam só das esmolas que
recebiam. Estavam sentados nas ruas e pediam esmola a
quem passava.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
As cartas de
“Franquia”
(Der Freiheitsbrief)
Da mesma maneira que os camponeses obedeciam aos
senhores proprietários das terras, também os habitantes
da cidade do Luxemburgo obedeciam ao seu conde.
Este documento, do ano
de 1244, foi escrito em
Latim; foi manuscrito em
pergaminho e selado com
vários lacres.
Em nome da Santíssima e indivisível Trindade. Ermesinde,
Condessa do Luxemburgo por toda a eternidade: Nós queremos
fazer saber a todos, passados e futuros, crentes em Cristo, que nos
esforçamos para garantir a paz e a tranquilidade dos cidadãos do
Luxemburgo, decidimos privilegiá-los com a honra à liberdade. A
liberdade concedida que foi atribuída, tanto como os direitos e
No documento estão os deveres são expostos neste documento.
direitos e deveres do
Os cidadãos do Luxemburgo poderão sempre em termos de
Conde e dos cidadãos.
pessoas, de liberdade, de mercadorias e segurança, usufruir disto …
Michel Margue/Michel Pauly: Priviligium libertatis
In: Michel Margue: Ermesinde et l’affranchissement de la ville de Luxembourg
CLUDEM, Luxembourg 1994
Os comerciantes e artesãos vão adquirindo, gradualmente, mais
direitos. No ano de 1244 foram definidos, pela Condessa
Ermesinde, os direitos e obrigações dos Condes e cidadãos. Os
habitantes da cidade já não eram escravizados e como cidadãos
livres eles podiam sair e ir viver para outra cidade desde que o
desejassem. Eles também passaram a ter direito à propriedade,
mas ainda eram obrigados a pagar impostos ao seu senhor.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
Na feira
(Auf dem Markt)
Um dia de feira numa
cidade na época
medieval e uma feira na
atualidade
A feira era o ponto central da cidade aqui, os camponeses das
redondezas vendiam o excedente dos seus produtos: leite,
manteiga, queijo, ovos, cereais, legumes e frutos … os artesãos, da
cidade, tinham tendas e apregoavam assim, os seus produtos. Num
canto da feira era vendido o gado: gado bovino, cavalos, porcos e
aves … Em lugares mais fechados os comerciantes vendiam
produtos importados de países longínquos, como por exemplo a
seda, tecidos e tapetes …
Malabaristas e jograis proporcionavam entretenimento e alegria.
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(Ciclo 4.2)
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Regulamento do
Mercado do duque de
Niederbayern para a
cidade de Landshut
(1256)
É proibido o porte de espadas e adagas dentro da cidade. Quem andar
com uma espada tem de pagar à cidade 6 xelins e ao Juiz 60 centavos.
Nós proibimos o fabrico de panos cinzentos que tenham cinco palmos
de largura; e o metro desse tecido tem de ser vendido a 10 centavos …
Nós ordenamos que duas libras e meia de carne de vaca seja vendida a
1 centavo e a mesma coisa para a carne de carneiro e 3 libras para a
carne de cabra.
As pessoas que não cumpram esta regra terão que pagar à cidade 6
xelins e ao Juiz 60 centavos …
Nós prescrevemos que duas boas salsichas que têm o comprimento
definido, têm de ser vendidas por 1 centavo, mas essas salsichas só
podem ser feitas de carne de porco. Os que revenderem o que
compraram têm de pagar uma libra (= a 240 centavos) e durante um
ano ficam excluídos do seu ofício.
Nós prescrevemos que os sapateiros terão de renovar as solas e os
saltos por 1 centavo mas só o salto é por meio centavo.
In: Michel Margue: Entdecken und Verstehen 2
Cornelsen Verlag, Berlin 1997
A compra e a venda eram geridas pelo Regulamento do Mercado.
Preços, medidas e pesos das mercadorias eram controlados. Só os
rolos de tecido fechados (selados) com um selo em pano é que podiam
ser vendidos. Esse selo era a garantia de boa qualidade e de boa
medida. Quem não cumprisse o Regulamento do Mercado era
severamente castigado.
Os tribunais que os
comerciantes
utilizavam eram
antigamente
controlados pelos
funcionários do
conde ou da cidade.
O mercado (a feira) era uma fonte de receita para os condes e para a
cidade. Aos vendedores era exigida uma taxa de venda. Até a
utilização da balança e do medidor dos cereais públicos era exigida o
pagamento de uma taxa. Os comerciantes estrangeiros tinham de
pagar impostos pelos seus produtos.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
A criação da Feira
Franca
(Die Gründung der
Schobermesse)
Johann, pela Graça de Deus, rei de Böhmen, conde de
Luxemburgo. A todos aqueles que vivem, ouvirem ou lerem esta
carta a minha saudação.
Como nós desejamos à nossa terra e especialmente à nossa cidade
do Luxemburgo muitas regalias e muito progresso, como convém
a um Príncipe, decidi por meio desta carta e para todo o sempre
que, será organizada, na nossa cidade do Luxemburgo, uma feira
anual, que começará na noite anterior ao S. Bartolomeu e durará
oito dias.
Todos os compradores, homens ou mulheres e outros de todos os
países que vierem a esta feira anual, estando na terra ou na água
sob proteção; oito dias antes da chegada, oito dias depois da
partida e durante os oito dias de feira.
Os vendedores, homens ou mulheres, ficam isentos do pagamento
de taxas individuais, de impostos e de outras imposições …
in: Michel Margue/ Michel Pauly: Das Leben in der mittelalterlichen Stadt
Ministère de l’Education nationale, Luxembourg 1992
Carta da criação da feira
franca “Schobermesse”
(20 de outubro de 1340)
A feira « Schobermesse » é,
atualmente, um simples
evento de lazer.
No ano de 1340 o conde Johann “o cego” fundou a Feira Franca.
Antigamente não era um simples evento de lazer mas, era um
local de comércio, com regalias especiais, como proteção nas
viagens e isenção de taxas, o conde pretendia assim, atrair muitos
vendedores para o Luxemburgo. Especialmente o comércio de
tecidos e de vinhos floresceu.
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(Ciclo 4.2)
Adaptado e traduzido por Irene Lemos
Doenças e catástrofes
(Krankheiten und
Kastastrophen)
No hospital eram os
religiosos que tratavam os
doentes.
A água canalizada e a recolha do lixo eram desconhecidas na
cidade, na época medieval. As fracas condições de higiene
levaram à propagação de doenças contagiosas. Curar doenças
era
praticamente
impossível,
devido
aos
escassos
conhecimentos da medicina.
No início, eram os Mosteiros que se ocupavam dos pobres e
dos doentes. O próprio conde e os cidadãos ricos fundaram os
hospitais da cidade. Outros cidadãos ajudavam com doações.
Eles esperavam com esses atos piedosos serem
recompensados após a morte. De modo que, em breve, os
hospitais possuíam grandes riquezas.
Os hospitais eram geridos por religiosos. Eles tratavam dos
doentes, davam de comer aos pobres, abrigavam viajantes e
peregrinos de passagem e cuidavam dos velhos.
Enquanto os pobres tinham de se contentar com quartos
coletivos, os ricos tinham à sua disposição quartos individuais.
Ao lado das doenças, os incêndios constituíam uma ameaça
constante. A lareira na cozinha, uma vela esquecida, uma
lamparina ou um raio podiam levar a um desastre devastador.
Assim, no fim de junho de 1509, houve um grande incêndio que
durou seis dias, queimando 180 casas à volta do velho
mercado, entre elas estava a igreja Sankt-Michaels.
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1. cidade na Idade Média - Alice