SITUAÇÃO ALARMANTE DOS REFUGIADOS ANUNCIA DESASTRE AINDA MAIS TERRÍVEL +Louis Raphael Sako Patriarca Caldeu da Babilónia Presidente da Conferência Episcopal do Iraque Bagdade – Iraque 10 de Agosto 2014 A morte e a doença estão a arrebatar as crianças e os idosos que se encontram entre os milhares de famílias refugiadas espalhadas pela região do Curdistão, as quais perderam tudo nos recentes desenvolvimentos trágicos, enquanto os combatentes do ISIS avançam e a ajuda humanitária é insuficiente. Há 70 mil cristãos deslocados em Ankawa, juntamente com outras minorias, nesta cidade com uma população de mais de 25 mil cristãos. As famílias que encontraram abrigo dentro de igrejas e escolas estão relativamente seguras, enquanto as que ainda dormem na rua e nos parques públicos se encontram numa situação deplorável… Em Dohuk, o número de refugiados cristãos ultrapassa os 60 mil e a sua situação é pior que em Erbil. Há também famílias que encontraram abrigo em Kirkuk e Sulaymaniyah, e outras chegaram até à capital, Bagdade. DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA FUNDAÇÃO AIS Tel. 217544000 | [email protected] | www.fundacao-ais.pt Enquanto as necessidades humanitárias se agravam – abrigo, alimentos, água, medicamentos e dinheiro - a falta de coordenação internacional está a demorar e a limitar uma assistência eficaz a estes milhares de pessoas que aguardam um apoio imediato. As Igrejas estão a prestar toda a assistência possível dentro das suas capacidades. Em resumo, a situação das aldeias cristãs em torno de Mossul até à fronteira com a região do Curdistão é a seguinte: as igrejas foram abandonadas e profanadas; cinco bispos estão fora dos seus episcopados, os sacerdotes e as religiosas deixaram as suas missões e instituições, deixando tudo para trás, as famílias fugiram com as suas crianças, abandonando tudo! O nível de desastre é extremo. A posição do presidente americano Obama de apenas disponibilizar assistência militar para proteger Erbil é decepcionante. As palavras que sugerem a divisão do Iraque são ameaçadoras. Os Americanos não estão dispostos a contribuir para uma solução rápida que traga a esperança, uma vez que não vão atacar o ISIS em Mossul e na planície de Nínive. A confirmação de que esta situação terrível irá continuar até as Forças de Segurança do Iraque combaterem, juntamente com os peshmerga, os membros do ISIS é bastante deprimente. O Presidente da região do Curdistão afirmou que as tropas curdas estão a combater com um estado terrorista e não com grupos minoritários! Enquanto o país está sob fogo, os políticos em Bagdade estão a lutar pelo poder. No final, talvez Mossul e as aldeias da planície de Nínive não sejam libertadas. Não há nenhuma estratégia para secar as fontes humanas e os recursos destes terroristas islâmicos. Eles controlam a cidade petrolífera de Zumar e os campos petrolíferos de Ain Zalah e Batma, assim como os de Al-Raqqa e Deir ez-Zor, na Síria. Os combatentes extremistas islâmicos estão a juntar-se a eles vindos de diferentes países. As escolhas das famílias refugiadas: Migração: para onde e terão os documentos e o dinheiro necessários? Para ficar: nos salões e em campos de refugiados, à espera que o Verão termine e o Inverno chegue? Reabrirão as escolas e poderão as crianças e os jovens frequentar as escolas primárias, secundárias e as universidades? Serão acolhidos nas escolas de Erbil, Duhok e Sulaymaniyah? Qual é o futuro das propriedades e dos bens, bem como dos empregos, destes milhares de pessoas inocentes forçadas a fugir das suas aldeias, de um dia para o outro? Estas são perguntas que deveriam causar dor na consciência de cada pessoa e organização, a fim de que se faça algo para salvar este povo que tem a sua história nesta terra desde a sua origem. DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO DA FUNDAÇÃO AIS Tel. 217544000 | [email protected] | www.fundacao-ais.pt