Informativo do
Conselho Regional de
Biologia da 2ª Região
Rio de Janeiro e
Espírito Santo
Ano IX • Nº 105 • setembro • 2012
3 de setembro:
Dia Nacional do Biólogo
Conselho vai
melhorar ainda mais
a qualidade dos
seus serviços
Concursos públicos na mira do Conselho
O
Conselho Regional
de Biologia da 2ª Região
Rio de Janeiro e Espírito Santo
Conselho Regional de Biologia 2ª Região – RJ/ES vem exercendo sua missão de fiscalizar
os concursos públicos para fazer cumprir a legislação vigente, abrindo oportunidades para
os biólogos em todas as suas áreas de atuação: biotecnologia e produção, meio ambiente
e biodiversidade e saúde, e coibindo que cargos onde ocorra o desempenho das Ciências Biológicas
deixem de ser franqueados aos biólogos, tanto no Rio de Janeiro como no Espírito Santo.
De acordo com o Assessor Jurídico do CRBio-02, Adv. Flavio Nunes, no estado do Rio de Janeiro às vezes ocorre problema na área ambiental, onde o biólogo divide espaço de atuação com os
engenheiros ambientais, florestais e agrônomos, por ser uma área de atenção multiprofissional. Já no
Espírito Santo, o problema se concentra mais na
área das análises clínicas, também de atenção
multiprofissional.
O Adv. Flavio Nunes diz que tanto no
Rio de Janeiro como no Espírito Santo o
CRBio-02 tem conseguido resolver todas
as questões: “Normalmente os órgãos
executores dos concursos nos atendem
e voltam atrás incluindo o biólogo como
apto a participar dos certames.” n
Vice-Presidente
no exercício da Presidência:
Vicente Moreira Conti
Diretora Secretária:
Elizabeth dos Santos Rios
Diretor Tesoureiro:
Valdir Alves Lage
Conselheiros Efetivos:
Anderson Mendes Augusto
Carlos Alberto Fonteles de Souza
Cristina Aparecida Gomes Nassar
Dimário Aluisio Pesce de Castro
Glaucia Freitas Sampaio
Santiago Valentim de Souza
Válber da Silva Frutuoso
Vera Lúcia Vaz Agarez
Biólogo pode
ser responsável
técnico até de
fábrica de gelo
Conselheiros Suplentes:
Humberto Ker de Andrade
Maria das Graças Ávila Guimarães
Marta Regina Reis Amendoeira
Mário Flávio Moreira
Renato Rodrigues de Souza
Rodrigo Soares de Moura Neto
Rosa Maria C. Wekid Castello Branco
Endereços:
Rio de Janeiro • Sede:
Rua Álvaro Alvim, 21/12º andar
Cinelândia. Rio de Janeiro. RJ
CEP: 20031-010
Tel.: (21) 2142-5700
Fax: (21) 2142-5715
www.crbio-02.gov.br
[email protected]
Jacaré-do-pantanal
(Caiman yacare)
é um jacaré que habita a parte
central da América do Sul,
incluindo o norte da Argentina,
sul da Bolívia e Centro-Oeste
do Brasil, especialmente no
Pantanal e rios do Paraguai.
Em castelhano é chamado
de yacaré-negro.
Mede entre dois a três metros
de comprimento.
Sua dieta é constituída por
peixe, moluscos e crustáceos.
Põe de 20 a 30 ovos
dentro de um ninho na mata,
entre os meses de
janeiro e março.
O período de incubação
é de 70 a 80 dias.
Delegacia Regional • Vitória • ES:
Rua Graciano Neves, 73 • sala 501 •
Ed. Léa • Centro • Vitória • ES •
CEP: 29015-330
• Tel./Fax: (27) 3222-2965
• Cel.: (27) 9944-4390
[email protected]
Delegado Regional:
Humberto Ker de Andrade
Delegado Substituto:
Renato Rodrigues de Souza
Informativo Trimestral do CRBio-02
Ano IX • Nº 105 • setembro • 2012
Edição e Produção:
AG Rio Comunicação Corporativa
Rua Santo Afonso, 44/405
Tijuca • Rio de Janeiro • RJ •
CEP 20511-170
Jornalista Responsável:
Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ
B
iólogo pode ser responsável técnico de
diversos tipos de empresas, desde que
vinculadas às suas áreas de atuação previstas nas Resoluções nº 10/2003 e nº 227/2010
que são biotecnologia e produção, meio ambiente e biodiversidade e saúde.
Recentemente um dos registrados do
CRBio-02 fez uma consulta indagando se ele
podia ser responsável técnico por uma fábrica
de gelo ou se tal empresa só poderia ter um
químico como responsável técnico.
Feito a pesquisa, o Assessor Jurídico do CRBio-02, Adv. Flavio Nunes, respondeu: “A fabricação de gelo não envolve reações químicas,
portanto não há respaldo legal para a exigência de contratação específica de profissional
de química. A discussão acerca da legalidade
da exigência da contratação de profissional de
química para operar o fabrico do gelo encerra-
Impressão:
IMOS Gráfica e Editora
Tiragem:
10 mil exemplares
Os artigos assinados são de
responsabilidade dos seus autores.
Fale conosco:
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• Este jornal é impresso
em papel Reciclato.
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BIÓLOGOS • 105 • set 2012
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
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O Assessor Jurídico do
CRBio-02, Adv. Flavio
Nunes, diz que tanto
no Rio de Janeiro como
no Espírito Santo, o
Conselho tem conseguido
resolver todas as
questões de forma
favorável aos biólogos.
se na redação do art. 335, do Decreto-lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação
das Leis do Trabalho), que prevê as estritas situações de imperiosidade de químicos nos seguintes tipos de indústria:
a) que fabricam produtos químicos;
b) que mantenham laboratório de controle
químico;
c) que fabricam produtos industriais obtidos por meio de reações químicas dirigidas,
tais como: cimento, açúcar e álcool, vidro, curtume, massas plásticas artificiais, explosivos,
derivados de carvão ou de petróleo, refinação
de óleos vegetais ou minerais, sabão, celulose
e derivados.”
Diante das normas transcritas, deduz-se que
só se faz obrigatória a admissão de químico nas
indústrias de confecção de produtos de natureza
química, seja os fabricando, seja os manipulando, ou seja, por meio de reações químicas.
Como uma fábrica de gelo não desempenha atividade alguma de manejo industrial de
elementos químicos, não existe a necessidade
de profissional com essa formação, destinado a
controlar o processo produtivo de tal empresa.
Neste sentido, não há impedimento legal
para que o biólogo seja responsável técnico
por fábrica de gelo. O advogado do CRBio-02
chegou a apresentar jurisprudência de alguns
tribunais sobre o assunto.
Qualquer dúvida que você tenha sobre o
exercício da sua profissão, entre em contato
com o CRBio-02, que terá o máximo prazer em
lhe atender, prestando os esclarecimentos que
forem necessários. n
Conselho lança concurso público para melhorar
a qualidade dos seus serviços
N
o fechamento desta edição, mais
de 1.500 pessoas já estavam inscritas no concurso público lançado pelo CRBio-02, o segundo
nesses 32 anos de existência, que ampliará
o número de funcionários do Conselho para
atender a demanda de serviços que há muito já
vinha sendo reprimida.
De acordo com o Vice-Presidente no exercício da Presidência, Vicente Moreira Conti, a
atual gestão prima pela qualidade dos serviços
prestados e está focada na profissionalização e
qualificação dos funcionários que atendem o biólogo e realizam a atividade fim da instituição: a
fiscalização do exercício da profissão.
“Com o aumento significativo da demanda da atividade fim do Conselho Regional de
Biologia – o segundo do país em número de
registrados – nossos profissionais tiveram que
se desdobrar, fiscalizando cada vez mais um
maior número de empresas que atuam na profissão, bem como todas as atividades exercidas
pelo biólogo em suas três grandes áreas: meio
ambiente e biodiversidade, biotecnologia e
produção e saúde”, diz Vicente Conti.
Ele ainda informa que foi oficializado um
novo organograma para o CRBio-02, com a
criação de setores de compras, licitações e
logística, entre outros. Também foram criados
outros cargos como o de técnico de informática, técnico em contabilidade e secretaria executiva: “A secretaria executiva, por exemplo,
gerenciará toda a estrutura administrativa e fará
a ligação dessa estrutura com a Diretoria, especialmente, e com os Conselheiros”, explica o
Vice-Presidente no exercício da Presidência.
O concurso oferece 16 vagas para cargos de
nível médio e superior. Os salários vão de R$ 950
a R$ 2.500, mais benefícios como os R$ 484 de
auxílio-alimentação, planos de saúde (Unimed) e
odontológico (Uniodonto) com o custo simbólico
de apenas R$1 para o funcionário. O Conselho
também oferece vale transporte e auxílio refeição
de R$24 por dia, adota seis meses de licença maternidade para as funcionárias e fornece auxílio
educação para a compra de material escolar no
valor de R$150 por ano, além de auxílio-creche
que pode chegar ao valor de até R$300.
O CRBio-02 também incentiva o funcionário a continuar se capacitando e tem como
meta implementar cursos para melhor capacitação do funcionário em cada área específica
de atuação dentro do Conselho.
No Rio de Janeiro, as vagas são distribuídas da seguinte forma: para os níveis médio
e médio/técnico há uma vaga de técnico em
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O Conselheiro do CRBio-02
Vicente Moreira Conti presidiu a Comissão
Temporária de Concurso Público com a certeza
de que as novas contratações darão mais
eficiência ao CRBio-02
contabilidade, outra para técnico em informática, seis para assistente administrativo e duas de
agente fiscal. Os graduados podem concorrer
a duas oportunidades de biólogo fiscal (salário
inicial de R$ 2.500) e uma de secretária executiva (com vencimentos de R$ 2.100). Em Vitória
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
tem duas vagas para assistente administrativo e
uma para biólogo fiscal.
O Concurso prevê ainda um Cadastro de
Reservas e existe grande probabilidade de serem chamados outros concursados aprovados,
mas não classificados.
As inscrições foram feitas na página eletrônica do organizador, que é o Centro de
Produção da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro (Cepuerj). Quem não teve acesso
à internet pôde efetuar o cadastramento no
campus Maracanã da Universidade Estadual
do Rio de Janeiro (Uerj). A taxa de inscrição
foi de R$ 60 para os cargos de nível médio e
de R$90 para os graduados. Candidatos carentes tiveram isenção da taxa.
No dia 14 de outubro serão realizadas as
provas objetiva, discursiva e de redação – essa
apenas para os cargos de nível médio. O concurso terá validade de dois anos, podendo ser
prorrogada pelo mesmo período. Os contratados deverão cumprir jornada semanal de trabalho de 40 horas.
O Vice-Presidente no exercício da Presidência, Vicente Moreira Conti “espera que o concurso transcorra com sucesso, para todos os
envolvidos, sejam eles candidatos ou os organizadores”, finaliza. n
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
Boas
novas
para os
Biólogo Marcelo Szpilman (a partir da esquerda, o segundo da
segunda fileira) participa de reunião para elaborar plano visando
salvar espécies de tubarão ameaçadas
tubarões e raias
O
Biólogo Marcelo Szpilman participou da Elaboração do Plano de Ação Nacional dos Elasmobrânquios Marinhos, promovido pelo Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), de 14 a 16
de agosto, em Itajaí (SC).
Na ocasião foram reunidos os maiores especialistas em tubarões e raias para debaterem e sugerirem ações de melhoria
da situação atual de 12 espécies de elasmobrânquios marinhos
ameaçadas, visando sua conservação e seu manejo sustentável.
O grupo abordou os problemas atuais, examinou objetivos
específicos e estabeleceu algumas ações prioritárias para os elasmobrânquios, como: projetos de levantamento e pesquisa de
conhecimentos biológicos e de impactos pesqueiros sobre suas
populações, regulação da frota pesqueira e qualificação e redução
do esforço de pesca, identificação das áreas de concentração reprodutiva e de berçário, definição de critérios mais rigorosos para
licenciamento ambiental de empreendimentos costeiros, reordenamento das regras para as pescas de emalhe, arrasto e espinhel e
até mesmo a identificação de pontos de uso dos elasmobrânquios
para o turismo sustentável como alternativa econômica.
Até o final desse ano, mais duas oficinas ocorrerão, do score
Central e do score Norte-Nordeste que contribuirão também para
revisão e fechamento do Plano de Ação Nacional dos Elasmobrânquios Marinhos. O período de implementação do plano de ação
deverá ser de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2018. n
5
Uma
bióloga
no
Ovos, larvas
e adultos
do Aedes
aegypti
podem ser
observados
com lupas e
microscópios
combate
à dengue
Biólogos: No que consiste o projeto Educação Antidengue?
Marise Maleck: O projeto de pesquisa “Educação Antidengue” é realizado
pelo Laboratório de Insetos Vetores da Universidade Severino Sombra, sob a minha coordenação e colaboração do Prof. Cleber Barreto Espindola. Em 2010, o
projeto obteve aprovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio
de Janeiro (Faperj), no Edital do Programa Difusão e Popularização da Ciência e
Tecnologia no Estado do Rio de Janeiro. Esse apoio aliado à USS e a Secretaria
de Saúde do município propiciou que fossem realizadas diversas campanhas de
conscientização do controle do mosquito vetor da dengue.
Pesquisadora e professora há 12 anos
na Universidade Severino Sombra (USS), em
Vassouras (RJ), a Bióloga Dra. Marise Maleck,
atua na área de Entomologia e Malacologia de
Parasitos e Vetores. Desde 2008, desenvolve
e coordena com os universitários do curso de
Ciências Biológicas, em parceria com a
Secretaria de Vigilância Sanitária da Secretaria
de Saúde, projetos de pesquisas relacionados
ao levantamento de formas imaturas de Aedes
albopictus e de Aedes aegypti, o mosquito
vetor da dengue e ao estudo de atividade
biológica de produtos naturais de plantas na
busca de um larvicida de origem vegetal.
Os resultados das atividades mostraram que 87% dos alunos das escolas
responderam positivamente às questões sobre o mosquito e a dengue
B: Quem participa da implantação do projeto?
MM: O projeto conta com a participação de estudantes de iniciação científica, capacitação técnico-científica, envolvendo os cursos de graduação em Ciências Biológicas, Biomedicina e Farmácia; alunos do Ensino Médio do programa
jovens talentos da Faperj e também com alunos do curso de mestrado profissional
em Ciências Ambientais da USS.
B: Onde já foi implementado?
MM: Escolas do município de Vassouras e das cidades vizinhas, além de
atividades extensionistas, com apresentação em praça pública do “Aedes na
praça” a fim de conscientizar a população em geral. Este projeto tem como
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BIÓLOGOS • 105 • set 2012
ANBio
objetivo principal a promoção da educação ambiental nas escolas de forma
lúdica. Ele está diretamente ligado ao incentivo à ciência, como no treinamento
e formação de estudantes como agentes de educação ambiental, e também
promotores efetivos de ações no âmbito ensino-meio ambiente e saúde. Além
lança novo
site
Equipe
do projeto
“Educação
Antidengue”
C
om 13 anos de existência
e referência internacional,
a Associação Nacional
de Biossegurança – ANBio
homenageou os biólogos no dia
3 de setembro, lançando seu novo site
www.anbio.org.br.
disso, visa aliar o conhecimento científico à comunidade local formando multiplicadores no controle do mosquito e prevenção da dengue.
B: Quais os principais resultados obtidos?
MM: Na universidade o projeto já resultou em dissertação
de trabalho de conclusão do curso de Ciências Biológicas e resumos científicos em congressos e eventos sobre a temática. Nas
escolas visitadas, cartazes e textos organizados pelos alunos e
inúmeras solicitações para o nosso retorno. Os resultados das
atividades mostraram que 87% dos alunos das escolas responderam positivamente às questões sobre o mosquito e a dengue.
Os dados mostraram que a educação é a melhor forma de prevenir e controlar a dengue e o vetor.
B: Qual a programação do projeto?
MM: Aulas expositivas, jogos, brincadeiras, informes, eventos internos e externos com apresentação teatral e musical “O
mosquito dengoso”, concurso de cartazes e textos dos alunos,
além de demonstrações do ciclo de desenvolvimento do mosquito vetor da doença. As atividades sempre com o tema: “Prevenção e controle do mosquito vetor do vírus da dengue”. O projeto
de pesquisa “Educação antidengue” como atividade extensionista
o “Aedes na praça” – que desde 2009 é realizado, duas vezes ao
ano, nas ruas da cidade, com a mesma proposta de divulgar e informar a população
sobre a necessidade de controlar o mosquito. Entre as atividades estão: apresentação da peça de teatro “O mosquito dengoso", como atração para o público infantil;
saída de trenzinho pela cidade com os alunos das escolas participantes, tocando
a música do “O mosquito dengoso” de autoria do João Luiz (músico da cidade),
estandes com material de informação sobre os ovos, larvas e adultos do Aedes aegypti, em lupas e microscópios, para que os interessados possam conhecer o ciclo
de desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue; folders, cartazes e banner
informativos do programa de controle da dengue da Prefeitura local, sobre como se
prevenir dos focos dos mosquitos; jogos como o labirinto, corrida maluca, jogo da
memória e máscaras do mosquito para colorir etc.; todas as atividades com indicações de como se prevenir dos criadouros das larvas de Ae. aegypti. n
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
A presidente da Associação,
Leila Macedo, microbiologista e com
pós-doutorado em análise de riscos diz
que “Escolhemos o Dia do Biólogo
para lançar o novo site porque o
biólogo tem como meta conhecer tudo
sobre a vida no planeta e a ANBio tem
como meta apoiar ações que garantam
a segurança da vida no planeta”.
Entre outras novidades o site tem
design avançado, navegação mais fácil,
maior velocidade, mais recursos para
o usuário, área VIP para os sócios,
newsletter, sistema de busca, acesso a
redes sociais, maior interatividade.
Além disso, tem uma seção exclusiva
para anúncios de parceiros que
desenvolvam projetos socioambientais
e em uma política da economia verde.
n
7
Rosa Maria
Cordeiro Wekid
Castello Branco
MB
EIO AMBIENTE E
IODIVERSIDADE
Está na hora de fazer um mundo melhor
A
partir do tema “Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental – da Eco/92 até a Rio+20”, a Biól. Marta de Azevedo
Irving, que desde 2005 lidera o Grupo de Pesquisa Governança, Biodiversidade, Áreas Protegidas e Inclusão Social da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gapis/UFRJ), respondeu os questionamentos sobre economia verde, pobreza e governança na política de
proteção ambiental. Assuntos debatidos durante a Conferência Rio+20.
Biól. Rosa Maria Wekid Castelo Branco: Com o crescente aumento
da população e do consumo, a competição por recursos naturais acirrou as tensões sociais e a probabilidade de corrupção. Nesse sentido,
a corrupção é uma ameaça a sustentabilidade?
Biól. Marta de Azevedo Irving: A corrupção é uma ameaça a qualquer sistema democrático, ela coloca em xeque a noção de bem comum. Além disso, ela mostra a maneira como as sociedades foram estruturadas, como o tecido social se organiza e, inclusive, como é exercido o
controle social. Certamente, esse estado de corrupção que pode ocorrer
em alguns países, em alguns momentos, é um espelho de uma sociedade
que ainda não está pronta para exigir os seus direitos. Isso toca numa
discussão central da Rio+20 que é o tema da governança em termos de
compartilhamento de poder, de capacidade da sociedade exercer um controle mais efetivo sobre os órgãos governamentais e uma definição compartilhada de prioridades. Os recursos que existem na sociedade acabam
não sendo distribuídos de maneira justa porque há uma intervenção no
processo em benefício de alguns em detrimento de outros. Em países com
índice elevado de desigualdade social e pobreza, isso se torna uma vulnerabilidade séria com relação ao compromisso ético de sustentabilidade.
um sistema de proteção à natureza que reserve a possibilidade dela se
reciclar e se revigorar para as gerações futuras. Isso significa desenvolvimento justo e democrático para os diversos cidadãos. Além disso, significa um processo de desenvolvimento economicamente viável, com base
em pressupostos éticos. Como será possível todos os países discutirem
desenvolvimento sustentável com base nos mesmos parâmetros de consumo, por exemplo, dos países desenvolvidos? Como é possível insistir
na questão do desenvolvimento sustentável quando o Draft Zero da
ONU repete o mesmo problema dos textos mais antigos ao falar em
crescimento, crescimento, crescimento e progresso? Hoje o grande debate é o seguinte: é possível a gente dizer que está caminhando para
um debate planetário de desenvolvimento sustentável sabendo que é
uma utopia? Ou a gente tem que repensar profundamente os modos de
consumo e de vida em sociedade? O mundo atual é traduzido em dólares, cifras e ações nas bolsas de valores. Então se os ambientalistas não
souberem fazer a tradução para esse outro tipo de ator social, perderemos um grande momento para se avançar numa reforma civilizacional
e não apenas o discurso vazio do desenvolvimento sustentável que, a
meu ver, já está obsoleto.
RMWCB: Você acredita nos resultados de índices como o IDH
(que mede aspectos educacionais, de saúde, habitação, trabalho etc.)
e o FIB (que mede o índice de felicidade de um país)?
MAI: Esses indicadores têm um papel pedagógico, educativo ao permitir alguns graus de comparação, uma noção de escala e a possibilidade
de entender e identificar onde estão os problemas graves que precisam
ser alterados e as transformações necessárias. O único problema é que
esses índices são utilizados como se fossem medidas absolutas. Hoje
não se pode ter outro tipo de medida, de avaliação, de interpretação dos
fatos da realidade que não seja por índices quantificáveis e “economicamente aceitos”. Só que o mundo real não é assim, a realidade é complexa e nem sempre quantificavel. Precisamos descobrir um equilíbrio entre
o que esses índices podem e não podem mostrar. O Edgar Morin (Paris,
1921)** defende uma reforma de civilização e sou completamente sintonizada com a proposta dele. Porque, por exemplo, na convenção
RMWCB: Em sua opinião, o que seria desenvolvimento sustentável?
MAI: Muito antes da questão do desenvolvimento sustentável começar a ser discutida, o Ignacy Sachs (Varsóvia, 1927*) já abordava o conceito de ecodesenvolvimento. Hoje tratam o tema como se fosse inédito.
Se pensar quais são os compromissos centrais do conceito de desenvolvimento sustentável, vai entender que ele só pode ser interpretado como
uma utopia necessária. O conceito implica um modo de desenvolvimento que considere a questão da conservação dos recursos naturais,
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BIÓLOGOS • 105 • set 2012
de mudanças climáticas/aquecimento global tudo está sendo discutido
em termos de quanto se compensa pelas emissões, quanto se paga
por isso. É todo um jogo do mercado se apropriando de um processo
que está muito além desse jogo de mercado. Por exemplo, modos de
vida, de consumo. Não é mais possível nós continuarmos um desenvolvimento dito sustentável e no momento em que se tem uma crise
econômica a primeira coisa que se faz é mandar comprar carros. E a
população sai se endividando por causa disso.
RMWCB: Como bióloga você acredita ser possível reverter o quadro de destruição ambiental? Como vê o futuro do planeta se tomar
por base o que está em discussão na Rio+20?
MAI: Parece que todos entenderam a mensagem do desenvolvimento sustentado no plano da discussão teórica,
mas nada mudou no plano da aplicação do conceito.
Mas, por outro lado existem iniciativas mundiais
que partem do movimento social e de algumas
alianças do movimento social com a mídia, com
as empresas que mudaram seus conceitos, com a
academia, gestão pública etc., que estão mostrando que caminhos são possíveis. O grande problema disso é que são experiências dispersas, com
pouca visibilidade e não estão sendo capazes
de focar o processo como um fenômeno de
mudança, porque não estão acontecendo
no canal principal ou pelo menos no canal
mais visível dessa discussão de desenvolvimento. Mas isso está acontecendo no
mundo todo. Chegamos a um ponto em
que a grande questão é a sobrevivência humana e o ser humano sempre foi
muito arrogante acreditando que tinha
domínio total sobre a natureza, sobre
o processo de industrialização, que
poderia dominar tudo e todos e
que poderia de alguma maneira
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
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transformar o mundo da maneira como ele quisesse. Só que quando
você está numa situação de risco, de sobrevivência, essa arrogância sobre a natureza começa a se perder por conta de desastres que estão se
tornando cada vez mais frequentes e que alguns cientistas associam ao
aquecimento global, perda de biodiversidade, à questão da escassez da
água. Sou otimista porque acho que essas experiências que estão ocorrendo no mundo inteiro, no momento em que elas tiverem visibilidade
e estiverem funcionando em rede podem mudar a realidade. Ações
como a primavera árabe, a queda dos regimes totalitários, a ocupação
da Wall Street (EUA) etc. Quando essas coisas começam a acontecer,
com uma inspiração comum de mudança, ficamos atentos, uma vez
que não é um movimento isolado. Ele está represado e precisa ter um
canal que provavelmente virá associado à necessidade de justiça social e de proteção da biodiversidade, da natureza, como uma garantia
de futuro. Nós estamos deixando um mundo com um passivo muito
grande para aqueles que ainda estão por nascer. A grande questão é:
será que vamos ter tempo, vigor e audácia para fazer essa mudança?
Ou vamos nos acomodar e fingir que está tudo bem e acreditar que os
índices vão resolver todos os problemas?
Apresentação:
Bióloga Marta de Azevedo Irving é graduada em Ecologia/Biologia
Marinha pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e registrada no CRBio-02 sob o nº 7.125/02-D. Em 1981, concluiu Psicologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com
ênfase em psicologia social. Mestre pela Universidade de
Southampton (UK) em gestão de ecossistemas costeiros.
Na Universidade de São Paulo, fez Doutorado em Ciências. Entre 2004 e 2008 concluiu os pós-doutorados na
Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS)
de Paris; no Departamento de Ecologia e Gestão da
Biodiversidade do Museu de História Natural de Paris
e no Departamento Homens, Naturezas e Sociedades, sobre a temática da gestão da biodiversidade e inclusão social.
*Há mais de 30 anos Ignacy Sachs lançou alguns dos fundamentos
do debate contemporâneo sobre a
necessidade de um novo paradigma de desenvolvimento, baseado
na convergência entre economia,
ecologia, antropologia cultural e
ciência política. n
** Edgar Morin, pseudônimo de
Edgar Nahoum é antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu de
origem sefardita.
3 de setembro:
Dia Nacional do Biólogo
Saiba o que
11 profissionais em atividade
falam sobre o que é
ser biólogo
“Ser multidisciplinar, é ter um
grande leque de opções para atuar
na busca de um futuro melhor para o planeta
e seus habitantes.”
“Ter atividades e atitudes, a cada dia,
todos os dias, pelo simples prazer de as ter
e, em muitos casos, ser até capaz
de pagar para fazer essas atividades
ou ter essas atitudes.”
Claudio Ribeiro, fiscal ambiental
da Prefeitura de Miguel Pereira.
Anthony Érico Guimarães, chefe do Laboratóprio
de Dioptera do Instituto Oswaldo Cruz – Fiocruz.
“Ter um compromisso com a vida
em todas as suas formas
e com a preservação/conservação
dos ambientes/ecossistemas
que lhes dão suporte.”
Luzia Alice Ferreira de Moraes,
professora da Unirio.
“Proteger, divulgar, administrar
a vida para um mundo melhor!”
Fernando Perotta, citologista clínico
do Laboratório AJA de Análises Médicas
de Cascadura.
“Ter a chance de fazer a diferença na
interação entre as pessoas e o ambiente.
É mediar a relação entre o desenvolvimento
e a preservação da natureza. Ajudar as
pessoas a compreenderem como fazemos
parte do ambiente natural”
“Ter um profundo e curioso encontro
com a natureza; é investigar, revelar e
compreender seus elementos e processos;
é ser parte de sua preservação
e conservação.”
Daniel Vitor Ferreira Noleto, diretor e
proprietário da empresa Bios-diversa: Serviços
Educacionais e Consultoria Ambiental, coordenador
da Pós-graduação Especialização em Educação
Ambiental, no Senac Rio.
Márcia Souto Couri, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das curadoras
de dípteros do Museu Nacional.
“O prazer de estudar
ambientes onde a natureza
nos mostra o valor da vida
em sua essência.”
“Poder ajudar a melhorar
a qualidade de vida, mantendo
o equilíbrio constante em
cada área de atuação.
Procurar também aperfeiçoar
técnicas e procedimentos,
visando sempre aprimorar a
assistência dada por este
grande multiprofissional –
o biólogo.”
Hilton Ribeiro, coordenador do
Núcleo de Vigilância Hospitalar
do Hospital Municipal
Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo,
em Duque de Caxias.
“Profissional qualificado de nível superior
com capacidade de compreender a vida em todas
as suas expressões e capacitar o cidadão e sua coletividade
para conceber, planejar, realizar e avaliar modos de viver
socioambientalmente compatibilizados com a justiça social.”
Alexandre de Gusmão Pedrini, da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
10
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
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Fernando Coreixas de Moraes,
biólogo marinho, pesquisador
do Museu Nacional da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“Trabalhar pela natureza e,
parafraseando Goethe,
‘a natureza é o único livro que
oferece um conteúdo valioso
em todas as suas folhas’.”
Dina Alves, da Biosane Tecnologias
Ambientais Ltda.
“Amar aquilo que se faz com
dedicação, integridade e sabedoria.”
Ricardo Cerqueira Campos Braga, professor
da Universidade Estácio de Sá e biólogo do
MS/Hospital Federal dos Servidores
do Estado, Serviço de Epidemiologia.
ORT recebe Prêmio Nobel de Química
Prêmio
Tião Sá
A
17ª edição do Prêmio
Tião Sá analisa projetos em duas categorias:
Pesquisa e Educação Ambiental.
Em 2012, os primeiros lugares
de cada categoria receberão um
cheque no valor de R$ 5.600,
além do troféu Biodiversidade,
criado pelo artista plástico Magno Godoy e executado pelo artista plástico Penithência. Já os
2º e 3º lugares de cada categoria
receberão troféus e certificados.
As inscrições serão encerradas em 28 de setembro e a
premiação acontecerá no dia
29 de novembro, na 23ª Feira
do Verde, realizada de 24 de
novembro a 2 de dezembro, na
Praça do Papa, em Vitória (ES),
com o tema “Cidades em busca
da sustentabilidade”.
O Prêmio Nobel de Química Dan Shechtman
observando a homenagem prestada pelo ORT
O
s Biólogos Newton Dias Lourenço e Danielle Grynszpan estiveram no auditório do Instituto de Tecnologia ORT, em Botafogo,
para receber o Prêmio Nobel de Química 2011, Professor Dan
Shechtman, que esteve no Brasil em julho de 2012.
Dan Shechtman conheceu os laboratórios da escola e ficou impressionado com suas instalações e com a equipe de professores e alunos de
Biotecnologia e do Clube de Ciências. Logo após, foi inaugurada uma placa em homenagem a sua visita e, em seguida, o Prêmio Nobel falou aos
presentes no auditório do ORT.
O convidado, que também é presidente do Conselho Acadêmico da
World ORT, falou da longa tradição em educação das escolas ORT em
todo o mundo, contou um pouco de sua história pessoal e sobre a cerimônia de premiação do Prêmio Nobel na Suécia, além de explicar o início das
pesquisas e as implicações de sua descoberta dos quase-cristais, pela qual
recebeu a premiação internacional.
Professor há mais de 25 anos na Universidade Technion, em Israel, Dan Shechtman deu um conselho aos jovens para um futuro profissional de sucesso:
12
A Bióloga Maria Antonia Malajovich,
do Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro, com
Dan Shechtman, que ouve atentamente as estudantes
“Escolha um tema que você goste e torne-se especialista no assunto. Se você fizer isto, seu futuro será brilhante. E isto vale para
qualquer campo, seja para um cientista ou para um pianista. Essa
é a receita para um futuro maravilhoso”, afirmou. n
Fotos de Leonardo Goldfard
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
Planalto do Itatiaia ganha guia de
plantas da região
C
om o patrocínio das Indústrias Nucleares do
Brasil e o apoio do Parque Nacional do Itatiaia
e Instituto Chico Mendes de Biodiversidade
foi lançado o livro Guia de plantas Planalto de Itatiaia
no Jardim Botânico (RJ) que teve como idealizadores e
pesquisadores os Biólogos Izar Aximoff e Kátia Torres
Ribeiro, dois montanhistas que estudam há tempos o
ambiente do Parque Nacional do Itatiaia. Segundo o Biólogo Izar Aximoff, o Guia faz parte
de um trabalho pioneiro para conhecer a riqueza biológica de um dos pontos turísticos mais importantes
do país, levando o leitor a uma reflexão sobre a diversidade biológica que existe na região e a entender
o quanto ela é valiosa. “A pesquisa que realizamos
é mais uma contribuição para o reconhecimento da
diversidade florística de um dos campos de altitude
mais importantes do bioma Mata Atlântica do Brasil,
o Campo de Altitude do Itatiaia, que só aconteceu
porque recebemos o apoio da INB”, afirmou.
Kátia Torres, outra bióloga do projeto, fez questão de relembrar em seu discurso o início dos estudos e a importância do trabalho para a sociedade
atual e principalmente para as gerações futuras. “O
Guia foi criado para permitir que biólogos, pesquisadores, turistas e visitantes do parque e estudantes
em geral tenham um material valioso de pesquisa
ou consulta sobre a flora da região”, acrescentou.
O Prêmio Tião Sá de Incentivo à Pesquisa e à Educação Ambiental foi criado
pela Prefeitura de Vitória –
Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, pela Lei nº 4.203,
de 18 de maio de 1995. Seu
nome homenageia o ambientalista Sebastião Salles de Sá, que
nasceu em 17 de janeiro de
1955 e morreu em 1994. Tião
Sá, como era conhecido, engenheiro civil e pós-graduado em
Recursos Naturais, era defensor
da Mata Atlântica. n
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
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O Guia de plantas Planalto de Itatiaia tem uma linguagem acessível a todos e será distribuído em escolas e bibliotecas dos municípios de Itatiaia e Resende.
Nele consta a identificação das principais espécies da
flora do Planalto de Itatiaia, com ilustrações fotográficas e descrições concisas de cada uma, além de informações sobre espécies ameaçadas de extinção.
O Parque do Itatiaia é dividido em duas partes:
a Parte Baixa, com hotéis e predominância da Mata
Atlântica, e a Parte Alta, ou planalto, com campos
de altitude, afloramentos rochosos e plantas raras.
O Planalto é agreste, diferente da maior parte dos
ambientes naturais conhecidos pelo brasileiro comum. O livro é de altíssima utilidade para os já
acostumados com o Planalto e essencial para os novatos. Inicia com uma interessante introdução com
aspectos gerais do parque e até orientações práticas
aos visitantes para atingirem o mínimo impacto sobre a natureza. Da página 70 em diante começa o
guia para identificação das plantas. Izar e Kátia dividiram as plantas do planalto em
flores amarelas, flores brancas, flores vermelhas e
flores azuis e lilases. Para cada flor aparece o nome
da família, a foto colorida, o nome científico e a página onde encontrar mais informações sobre cada
planta e outras fotos maiores e mais belas. Na página
183 começam as plantas sem flores, as araucárias, as
parentes das samambaias, os fungos, os líquens e as
briófitas. Tudo muito fácil, muito prático e bonito.
É importante lembrar que este livro serve para
identificar a maioria das plantas de outras “partes
altas” de outras montanhas do Sudeste brasileiro,
servirá então para a Serra dos Órgãos, Três Picos
de Salinas, Serra Fina/Pedra da Mina, Pedra do Baú,
Marins e Itaguaré etc. n
Curso de Perícia Ambiental
P
ela quarta vez, o Biólogo Murilo Damato, Conselheiro Federal pelo CRBio-01 e membro da área de meio ambiente do
Conselho Federal de Biologia, desde 2011, esteve na sede do
CRBio-02, Centro do Rio de Janeiro, para ministrar o curso
de Perícia Ambiental: “Desta vez, ampliamos o número de exercícios
realizados tornando as aulas mais participativas e abrimos uma maior
discussão sobre os procedimentos legais da perícia ambiental.”
Murilo Damato é licenciado e bacharel em Ciências Biológicas
pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, mestre em Ecologia pelo Instituto de Biociências da USP e doutor em
Professor e
alunos visitaram
a Praça XV para
uma aula prática
Engenharia Hidráulica Sanitária pelo Departamento de
Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica
da USP. Desenvolve trabalhos em diversas áreas, como
tratamento de efluentes industriais, avaliação de risco em
águas de reúso, avaliação ecotoxicológica de áreas contaminadas e análise de risco ambiental.
O curso foi realizado em agosto com a participação
de 52 alunos, sendo que cerca de 20 pessoas ficaram
na fila de espera. Para atender aos que não conseguiram
se inscrever nesta quarta turma, o CRBio-02 pretende
abrir uma quinta turma ainda este ano. Com intensa
procura e o mesmo sucesso, o Conselho já ofereceu o
curso de Perícia Ambiental aos seus registrados duas
vezes em 2010 e uma vez em meados de 2011.
Ele capacita e habilita o biólogo na elaboração de
laudos e pareceres sobre danos ambientais, metodologia do trabalho multidisciplinar de perito, métodos de
perícia ambiental (fauna, flora, ecossistemas, efeitos de
poluentes em ecossistemas: água, solo e sedimentos).
Confere análise da responsabilidade civil na degradação, poluição e dano ambiental. Identificação das infrações passíveis de perícia ecológica. Ainda aborda a
legislação aplicada, avaliação dos danos causados por
poluição e danos aos ecossistemas.
O profissional que realiza esse curso tem contato
com técnicas e procedimentos para trabalhar como perito de juiz, assistente técnico do Ministério Público e
assistente técnico de escritórios de advocacia.
Murilo Damato diz que “existem muitas vagas nos
escritórios de advocacia e uma grande procura por peritos que conheçam bem a legislação e tenham domínio da área técnica. A maior demanda está concentrada
nos grandes centros onde existem muitos conflitos de
uso e ocupação do solo.” Em relação a ganhos financeiros, o professor explica que quanto mais o trabalho do perito é conhecido
mais o profissional é valorizado: “Como qualquer consultor é importante manter-se atualizado. A educação
continuada é fundamental”, afirma.
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BIÓLOGOS • 105 • set 2012
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
Para o biólogo, o convite do CRBio-02 é sempre um momento de
grande desafio e oportunidades: “O Conselho abre um importante espaço para debatermos a questão da pericia ambiental e a avaliação dos
danos ambientais nos ecossistemas terrestres e aquáticos. Ministrar o
curso no CRBio-02 é algo que sempre me dá muito prazer, para mim o
Conselho tem uma atitude de vanguarda quando se antecipa a discussão
na área ambiental, abrindo espaço para os biólogos alcançarem o mercado da perícia ambiental.”
Murilo destaca ainda que o curso capacita o biólogo em perícia
ambiental, mas todo biólogo formado e registrado e em dia com o seu
Conselho Regional de Biologia está habilitado a ser um perito ou prestar
assessoria técnica na sua área de excelência técnica. n
15
Macroalgas
cosméticos e muitos outros), além do consumo direto como alimento, geralmente, associada à culinária oriental (ex.: saladas, sushis, sopas etc.). As
algas (micro e macroalgas), assim como as plantas no ambiente terrestre,
são a base da cadeia alimentar marinha. Delas depende uma grande
diversidade de organismos, que as utilizam não apenas como alimento,
mas também como substrato, abrigo e berçário de animais jovens.”
Por outro lado, como listado no guia, algumas características das
macroalgas, favorecem sua utilização como indicadoras da qualidade
da água, ou seja, de certa forma, indicadoras de poluição
marinha, tais como:
São organismos que não possuem mobilidade, portanto, totalmente dependentes da qualidade da água do
local onde ocorrem;
Ocorrem em todos os ambientes marinhos ou sob sua influência (exemplo: costões rochosos, lagunas e manguezais),
portanto, sua simples ausência pode indicar uma alteração local na qualidade da água.
Os estudos com macroalgas já ocorrem no Brasil há diversas décadas, portanto, as espécies são, relativamente, bem
conhecidas ao longo da região costeira rasa do nosso litoral.
Sua distribuição nos costões é bem conhecida, o que
permite uma rápida detecção de alterações drásticas no ambiente, seja a origem do problema visível ou não.
Muitas espécies possuem ciclo de vida curto e reprodução rápida,
fazendo com que modificações na qualidade da água, sejam imediatamente sentidas.
Diferentes fatores geradores de estresse produzem diferentes respostas fisiológicas, que se traduzem na ocorrência, distribuição e morfologia das espécies.
Como podem absorver substância ou elementos tóxicos (metais pesados, radionuclídeos etc.) presentes na água, possibilitam sua detecção
mais facilmente e com menor custo do que no meio aquoso.
São facilmente coletadas, sem o uso de instrumentos sofisticados, na
região entre marés e na submersa rasa.
Cristina Nassar informa ainda que, devido à sensibilidade às variações da qualidade da água, as comunidades de macroalgas estão
sujeitas – e todos os organismos que delas dependem – a alterações da
estrutura de suas comunidades, em função do lançamento de esgoto
doméstico e industrial no mar, bem como construções irregulares, dragagens e outras obras na região costeira: “A melhor forma de manter os
bancos de algas saudáveis, seria que todos respeitassem a legislação
quanto à exploração e cultivo das algas, bem como a não poluir e destruir os ambientes costeiros onde elas ocorrem.”
Para finalizar, a professora diz que desde criança queria trabalhar fazendo pesquisa e sempre se imaginou em um laboratório, o interesse pelas
algas veio só na universidade, com as primeiras aulas em botânica e biologia marinha: “Antes de me formar já fazia estágio com monitoramento ambiental marinho utilizando as macroalgas, o que continuo a fazer, como
professora. Junto com meus colegas do Laboratório Integrado de Ficologia
da UFRJ realizamos pesquisas ecológicas (campo e cultivo em laboratório)
em diversas regiões do Rio de Janeiro e Espírito Santo, bem com estudos
de sistemática molecular de macroalgas marinhas de todo o Brasil.”
Seu maior desejo agora é o de trabalhar em uma nova versão do atual
Guia, incluindo espécies que ficaram de fora da primeira versão. n
Elas servem como indicadoras da poluição marinha
Cristina Aparecida Gomes
Nassar é bióloga, doutora
em Ecologia e professora do
Departamento de Botânica
do Instituto de Biologia e do
Programa de Pós-graduação
em Engenharia Ambiental
da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, no CRBio-02
é Conselheira Efetiva.
Em entrevista, ela conta
como foi escrever o livro
Macroalgas marinhas do Brasil
– guia de campo das
principais espécies, destinado
àqueles que querem se
aventurar em um costão
rochoso e descobrir a imensa
diversidade de macroalgas
da região costeira brasileira.
O guia possui uma linguagem
simples o que permite sua
utilização por professores, estudantes, técnicos e gestores
ambientais sem treinamento em ficologia, que é o estudo das algas.
D
e acordo com a autora, há muito se aguardava um guia de algas dessa região: “Esse tipo de iniciativa é bastante comum em
outros países, mas ainda se inicia de forma tímida no Brasil.”
A autora vem trabalhando com macroalgas há cerca de
25 anos e nos últimos cinco anos passou a registrar com uma câmera digital espécies encontradas nas praias que costuma frequentar: “As
espécies apresentadas são facilmente observadas em nossas praias, em
especial nas das regiões Sudeste e Nordeste. Comecei a organizar as
fotografias e descrições para auxiliar no treinamento de estudantes e biólogos em trabalhos de campo. Em princípio pensei em fazer um pôster
com algumas espécies do Espírito Santo e terminei com um guia com 110
espécies do Brasil, de um total de cerca de 700 espécies existentes em
nosso litoral. Isso indica que ainda existe um longo caminho pela frente.
Seria muito interessante que, não só os estados litorâneos elaborassem
seu guia ilustrado, mas, principalmente, que cada unidade de conservação costeira produzisse seu próprio material.”
Cristina Nassar informa que um dos principais objetivos do seu Guia é
desmitificar as macroalgas: “Muitas vezes quando a população vai a uma
praia, onde existe uma grande quantidade de algas na areia (arribadas) ou na
água, a primeira reação é a de nojo, ou por não conhecer o organismo, ou por
associá-lo com lixo, limo ou algo perigoso. Quando as pessoas entendem o
que estão vendo, não têm uma reação tão forte de repulsa. Se pararmos para
olhar cada exemplar observaremos que nossas espécies são muito bonitas.”
Para a pesquisadora, as algas auxiliam na manutenção da biodiversidade marinha: “Das macroalgas são extraídas diversas substâncias utilizadas pela indústria em produtos do nosso dia a dia (ex.: gelatinas, tintas,
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BIÓLOGOS • 105 • set 2012
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
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Eventos
II Congresso Brasileiro de
Reflorestamento Ambiental
E
ntre os dias 23 e 26 de outubro
de 2012 acontece o II Congresso Brasileiro de Reflorestamento
Ambiental, no SESC Guarapari (ES).
Com o tema produção de água, o
evento terá os seguintes objetivos:
ampliar e aprofundar o debate entre
os diferentes segmentos ligados ao
assunto sobre os principais problemas e alternativas de soluções para o
desenvolvimento do setor; conhecer
as experiências de geração de renda com florestas ambientais; conhecer o estágio atual e as novas estratégias
na implantação e conservação de florestas ambientais;
conhecer as tecnologias e as experiências referentes à
“produção de água” pelas florestas ambientais.
I Conferência
em Saúde Silvestre e Humana
E
ntre os dias 24 a 26 de outubro de 2012 haverá a I
Conferência em Saúde Silvestre e Humana, no Rio
Othon Palace, Rio de Janeiro (RJ), que terá como diferencial a perspectiva ecológica pela qual olhamos a
saúde. Além disso, seu objetivo é desenvolver em todos
os participantes a capacidade de buscar modelos que
permitam predizer agravos à saúde humana e dos animais silvestres ou domésticos, lembrando sempre que
agentes infecciosos circulam entre diferentes espécies.
A conferência é uma iniciativa da Fundação Oswaldo
Cruz, Ministério da Saúde do Brasil em conjunto com
o “Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade” – Probio II, desenvolvido pela
parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a
Caixa Econômica Federal, com recursos do Global Environment Facility (GEF) e do Banco Mundial.
4º Congresso
Brasileiro de Biotecnologia
ao uso de animais, baseado no conceito de 3R (redução,
refinamento e substituição), modelo do World Congress
on Alternatives and Animal Uses in the Life Science. Possui
abrangência internacional, proporcionando aos pesquisadores divulgar suas pesquisas e aos alunos e professores
conhecerem novas técnicas de ensino. Além do caráter
acadêmico, o congresso busca sempre o caráter de inovação e integração com o setor industrial, fazendo o conhecimento acadêmico ser aplicado na sociedade.
I Simpósio de Evolução
da UFES
E
ntre os dias 8 e 10 de outubro de 2012 será realizado
o I Simpósio de Evolução da
UFES, no Auditório Manoel
Vereza de Oliveira, Centro
de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES), Av.
Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória – ES. O Simpósio contará com professores palestrantes de outros estados do país e apesar de ser um assunto controverso,
sua importância em vários campos de pesquisa básica e
aplicada, justifica a necessidade de um evento que integre várias áreas de conhecimento, cujas aplicações em
benefício da sociedade são inúmeras.
O
4º Congresso Brasileiro de Biotecnologia – Brasil
Biotec, será realizado de 28 de outubro a 1º de
novembro de 2012, no Centro de Convenções do Casa
Grande Hotel Resort, em Guarujá – SP. Paralelamente ao
congresso acontece rodada e feira de negócios. O 4º CBBiotec tem como objetivo incentivar a interação da
ciência brasileira com o setor produtivo para transformar conhecimento em produto e aproveitar os
profissionais bem qualificados no setor de pesquisa
e desenvolvimento das empresas brasileiras.
III Simpósio
Internacional de Plantas
Medicinais e Nutracêuticas
D
e 14 a 19 de outubro de 2012 no Centro de Convenções de Aracaju, Sergipe, o Laboratório de Flavor
& Análises Cromatográficas da Universidade Federal de
Sergipe organizará o III Simpósio Internacional de Plantas
Medicinais e Nutracêuticas, juntamente com a III Conferência do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
de Frutos Tropicais, em colaboração com a International
Society for Horticultural Science (ISHS), Bélgica. A conferência terá foco inicial de 4 dias (14 a 18 de outubro de
2012) para plantas medicinais e nutracêuticas e de 1 dia
(19 de outubro de 2012) para frutos tropicais.
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Ana Luiza Oliveira, Fernanda Nogueira, Grazieli Lourenço, Patricia
Cardoso, Pauline Fontenele, Renato Etchart, Romulo Custodio, Vander
Ferreira, Tainara Amorim e Bruna Vieira.
Madrinha: Bióloga Mariza Gonçalves Morgado.
Agosto
André Costa, Camila Mattos, Cristiane Laurentino, Flávio Morais,
Gabriela Melloni, Gisele Sampaio, Luana Burgos, Patricia Souza, Renato
Ferreira e Talita Marcelino.
Madrinha: Conselheira Dra. Rosa Maria Cordeiro Wekid Castello Branco
da Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART).
Colama 2012
I Congresso Latino-Americano
de Métodos Alternativos ao
Uso de Animais no Ensino, Pesquisa e Indústria será realizado de 25 a 29 de novembro de
2012, no Teatro Popular de Niterói – RJ, paralelamente à
II Conferência Latino-Americana de Educação Humanitária e Alternativas. Seu objetivo é proporcionar um momento de divulgação e atualização sobre métodos alternativos
ntre os dias 11 e 14 de novembro de 2012, no Hangar
– Centro de Convenções da Amazônia, em Belém –
PA, será realizado o VII Congresso Brasileiro sobre Crustáceos. O evento acontece bienalmente e nesta edição
abordará o estudo da diversidade e a sustentabilidade
nos diferentes ambientes que envolvem os crustáceos,
tendo como tema: “Dos ambientes à sustentabilidade: a
Amazônia em destaque.”
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
Julho
R
egistre suas
atividades profissionais através
VII Congresso
Brasileiro sobre Crustáceos
O
Novos Registrados
E
BIÓLOGOS • 105 • set 2012
A
ntes de
emitir sua primeira
ART consulte o
CRBio-02.
CRBio-02 não quer
perder você de vista: mantenha
seu endereço atualizado:
CEP, telefone e e-mail.
O
L
embre-se:
o Termo de Responsabilidade
Técnica (TRT) deve ser renovado
anualmente.
19
Conselho Regional de
Biologia • 2ª Região • RJ/ES
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Conselho vai melhorar ainda mais a qualidade dos seus - CRBio-02