Informativo do Conselho Regional de Biologia da 2ª Região • Rio de Janeiro e Espírito Santo • Ano XI • Nº 111 • 2º TRIMESTRE • 2014 CRBio-02: cada vez mais próximo do biólogo capixaba Biólogos que fazem: Ricardo Cerqueira, Marcus Nadruz, Rosa Maria C. Wekid Castello Branco e Rafaela Vieira Bruno BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 Em mares nem sempre calmos Conselho Regional de Biologia da 2ª Região Rio de Janeiro e Espírito Santo Presidente: Vicente Moreira Conti Vice-presidente: Santiago Valentim de Souza Conselheira Secretária: Elizabeth dos Santos Rios Conselheiro Tesoureiro: Valdir Alves Lage Conselheiros Efetivos: A nderson M endes Augusto Cristina Aparecida G omes Nassar Glaucia Freitas Sampaio (em licença) N ew ton Dias Lourenço Válber da Silva Frutuoso Vera Lúcia Va z Agarez Conselheiros Suplentes: Dimário Aluisio Pesce de Castro Humber to Ker de A ndrade Maria das Graças Ávila Guimarães Mário Flavio M oreira Mar ta Regina Reis A mendoeira Renato Rodrigues de S ouza Rodrigo S oares de M oura N eto Rosa Maria C. Wekid Castello Branco (em exercício da titularidade) Endereços: Rio de Janeiro • Sede: Rua Álvaro Alvim, 21/12º andar Cinelândia. Rio de Janeiro. RJ CEP: 20031-010 Tel.: (21) 2142-5700 Fax: (21) 2142-5715 www.crbio-02.gov.br [email protected] Delegacia Regional • Vitória • ES: Edifício Cimas Center, Rua Fortunato Ramos, 30, Salas 208 e 210, Santa Lúcia, Vitória (ES) CEP: 29056-935 Tel./Fax: (27) 3222-2965 Cel.: (27) 9944-4390 [email protected] Delegado Regional: Humberto Ker de Andrade Delegada Substituta: Olga Anita Lisboa Ventorim Santos Informativo Trimestral do CRBio-02 Ano X • Nº 111 • 2º trimestre • 2014 Edição e Produção: Assessoria de Comunicação do CRBio-02 AG Rio Comunicação Corporativa Rua Santo Afonso, 44/405 Tijuca • Rio de Janeiro • RJ • CEP 20511-170 Jornalista Responsável: Arlete Gadelha (MTb 13.875/RJ) Impressão: IMOS Gráfica e Editora Tiragem: 10 mil exemplares Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores. Fale conosco: [email protected] N a edição anterior, falamos a respeito do importante papel que os nossos funcionários desempenham se dedicando aos biólogos. Claro que muito temos que fazer, pois existem ainda algumas não conformidades que estamos trabalhando para corrigir. O volume de trabalho nos últimos dois anos acompanhou a crescente participação dos biólogos junto ao seu Conselho, notadamente depois que criamos a nossa Assessoria de Comunicação, que vem atuando forte na mídia (impressa, eletrônica e digital), com velocidade e eficácia na resposta às solicitações. Aumentou consideravelmente o acionamento do Fale Conosco e as próprias demandas oriundas da nossa FanPage. Curioso ressaltar que até colegas profissionais de outros conselhos regionais vêm nos acessando, na certeza de que procuramos responder a todos de forma a eliminar o vácuo de informações que existia anteriormente. Para aprimorar ainda mais os serviços prestados aos biólogos, estamos revendo o papel da nossa Ouvidoria, já assumida por um conselheiro. Assim, nos preparamos para reestruturar mais esse serviço de atendimento com base na disposição legal existente. Nossas participações em reuniões, solenidades e eventos têm sido crescente, procurados que somos, não só em instituições acadêmicas (públicas e privadas), mas também em entidades de categorias profissionais, como é o caso da Confederação Nacional da Saúde (CNS), que convidou o CRBio-02 por ser o único Conselho Regional de Biologia que além da legislação vigente, possui legislação extra para o Rio de Janeiro, conquistada a base de muita luta, que garante ainda mais o profissional que atua como responsável técnico em laboratórios.* Por outro lado, acreditamos estar seguindo um novo caminho nos serviços prestados aos nossos registrados e percebemos que estamos incomodando alguns que não querem arregaçar as mangas e trabalhar duro como nós, em prol da nossa profissão. Exemplificando, recentemente recebemos comunicação do Ministério Público da União, por ofício da lavra do doutor Vinicius Panetto do Nascimento, em que especificava algumas denúncias, comprovadas inverídicas, pela análise criteriosa das devidas esferas de controle, e que comunicava o arquivamento do processo. Cada vez que nova “pedra” é lançada, esta com certeza nos fortalece a perseguir a construção de um Conselho que orgulhe o biólogo, e o incentive a fazer parte desta casa que o representa. *Nota da redação A mesma legislação está sendo pleiteada para o estado do Espírito Santo. Leia matéria na página 4 desta edição. Tucano de bico preto, ou ramphastos vitellinus. É encontrado em floretas tropicais, em toda a faixa litorânea do Pará até Santa Catarina. Alimentam-se de animais e frutas. Seu ninho é feito em ocos de árvores. A fêmea deposita de 2 a 4 ovos, com cerca de 18 dias de incubação. Gostam de tomar banho e vivem em bandos de 4 a 10 indivíduos. • 2• Vicente Moreira Conti Presidente 2º TRIMESTRE • 2014 Uma história conquistada com esmero Em 2014, a regulamentação da profissão de biólogo completa 35 anos de existência, com muitas conquistas a ser comemoradas. Ano a ano, as Ciências Biológicas vêm ganhando importância no país graças ao trabalho realizado em todas as instâncias, públicas e privadas, pelo Sistema CFBio/CRBios e, certamente, a competência dos profissionais que marcam presença em todas as áreas de atuação da Biologia. A seguir, todos poderão ler em que ponto tudo começou. F oi no dia 3 de setembro de 1979, que a regulamentação da profissão de biólogo foi efetivada por meio da Lei nº 6.684, sancionada pelo então presidente da República João Baptista Figueiredo, que criou os Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina. Mais tarde, em 30 de agosto de 1982, a Lei nº 7.017 alterou a Lei nº 6.684, determinando o desmembramento dos Conselhos Federal e Regionais de Biologia e Biomedicina, que passaram a constituir entidades autárquicas autônomas. A implantação do CFBio ocorreu a partir da nomeação e posse, em cerimônia presidida pelo então ministro do Trabalho Murilo Macedo, dos dez conselheiros titulares e seus respectivos suplentes, todos com mandato de quatro anos. Coube ao primeiro presidente, Paulo Nogueira Neto, juntamente com sua diretoria, iniciar os procedimentos administrativos e normativos e traçar a configuração da infraestrutura de bens móveis e imóveis do CFBio. Com seu empenho e determinação, o CFBio fixou sede própria em Brasília no final do primeiro ano de sua gestão, com a aquisição de uma sala de 100m2 que até hoje abriga a entidade. É importante registrar que foi o pioneirismo de Paulo Nogueira Neto, convocando 30 colegas para, juntos, criarem a Associação Paulista de Biólogos (APAB), no início da década de 1970, que originou a regulamentação da profissão. A essa empreitada juntaram-se as representações das associações do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro. Na fase final de tramitação do projeto de lei, iniciativa do deputado Adhemar Ghisi (antigo UDN/PDS) na Câmara dos Deputados, e na apresentação do substitutivo no Senado pelo senador Jarbas Passarinho, somaram-se várias delegações de docentes e estudantes de graduação de Ciências Biológicas de diversos estados. O episódio contou com cobertura da imprensa, favorável à causa dos biólogos. Em 1986, o CFBio tomou decisão fundamental para consolidar sua atuação: criar os Conselhos Regionais de Biologia. Por meio da Resolução CFBio nº 8, de 2 de dezembro de 1986, foram criados cinco conselhos regionais, dotados de personalidade jurídica e de direito público, e autonomia administrativa e financeira. Também em 1997, o CFBio instituiu o modelo da Cédula de Identidade Profissional do Biólogo, expedida pelos Conselhos Regionais de Biologia, e o Símbolo do Biólogo, por meio de concurso, do qual participaram 24 trabalhos. Em 1998, o CFBio foi convidado a participar do Conselho Nacional de Saúde (CSN) e do Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área da Saúde (Fentas), consolidando a participação dos biólogos na área da saúde. Preocupado em regulamentar as atividades do biólogo perante a sociedade, que deve sempre consagrar respeito à vida, em todas as suas formas e manifestações e à qualidade do meio ambiente, foi aprovado o “Código de ética do profissional biólogo” e, visando nortear o biólogo sobre a sua atuação profissional, foi publicada a Resolução nº 10, em 5 de julho de 2003, que dispõe sobre as atividades, áreas e subáreas do conhecimento do biólogo. Em comemoração aos 30 anos de regulamentação da profissão, em 2009, foi instituída a bandeira do Conselho Federal de Biologia (CFBio) e decidido que o dia 3 de setembro passaria a ser o Dia Nacional do Biólogo. No dia 23 outubro de 2011, tomou posse a nova gestão do CFBio, que atuará no período de 2011 a 2015. A nova diretoria apresentou o novo periódico, o CFBio Notícias, que veicula informações sobre o que está ocorrendo atualmente no Sistema CFBio/CRBios. Também são divulgadas a participação do CFBio nos diversos fóruns de debates interprofissionais, os novos atos normativos que interessam diretamente à profissão, bem como mudanças, melhorias e conquistas obtidas para o biólogo. n (Fonte: Site CFBio – História) • 3• BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 Toda atenção ao biólogo capixaba Periodicamente, representantes da diretoria do CRBio-02 têm estado na Delegacia Regional no Espírito Santo, atuando com exclusividade em favor do biólogo capixaba. Durante os primeiros meses do ano várias reuniões importantes foram realizadas no estado. Uma reunião produtiva P or solicitação de um grupo de biólogos capixabas, reuniram-se na sede da Delegacia Regional no Espírito Santo, os profissionais André Luiz Dutra da Silva Capezzuto e Edvaldo Peisino, juntamente com o vice-presidente do Conselho, Santiago Valentin de De frente, a partir da esquerda: os biólogos André Luiz Dutra da Silva Souza, o delegado titular, Capezzuto e Edvaldo Peisino com o vice-presidente Santiago Valentin Humberto Ker de Andrade, a delegada substituta, Olga Anita Ventorim Lisboa dos Santos, além do ramento dos serviços prestados ao biólogo assessor jurídico, Flavio Torres Nunes. capixaba. Por outro lado, tivemos acesso a A reunião teve como foco informar sobre uma série de informações sobre a estrutura os trabalhos e investimentos que o Consede funcionamento do Conselho, tanto no Rio lho Regional de Biologia da 2ª Região RJ/ES de Janeiro como no Espírito Santo, o que foi vem realizando nos últimos anos. bastante positivo”, afirmou Edvaldo Peisino. “Foi um ótimo momento, no qual houve Os dois biólogos afirmaram que serão uma aproximação entre os biólogos do Esmultiplicadores das informações repassapírito Santo e o seu conselho profissional, das pelo CRBio-02, uma vez que tal ação estreitando mais a relação”, diz André Luiz, traria mais clareza ao trabalho que a atual que acredita que todos entenderam o quangestão vem realizando, tanto na aplicação to isso era necessário. dos recursos como na qualidade dos servi“Durante a reunião vários temas foram ços prestados, visando à profissionalização colocados em pauta e foi possível apresendo Conselho e um melhor atendimento aos tar sugestões de melhorias para o aprimobiólogos registrados. n • 4• Apoio para os biólogos na ALES O presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, acompanhado da delegada substituta da Delegacia Regional no Espírito Santo, Olga Anita Ventorim, visitaram a deputada estadual Solange Lube (PMDB/ ES), com o objetivo de estreitar a parceria com a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). A visita aconteceu, no gabinete da deputada, na Ales, em Vitória, no início de abril. No encontro o presidente falou sobre o trabalho do biólogo no mercado de trabalho capixaba e apresentou a Lei nº 1.767-A, em vigor no Rio de Janeiro, que inclui a profissão de biólogo como responsável técnico por estabelecimentos de análises e pesquisas clínicas, devidamente registrados no CRBio-02. O presidente agradeceu a recepção dada pela deputada Solange Lube, que abriu um futuro de parcerias em projetos capixabas que envolvam os biólogos e possibilitem uma maior visibilidade da profissão no estado. n A partir da esquerda: Vicente Moreira Conti, Solange Lube e Olga Anita Ventorim Biólogos da Prefeitura de Cariacica O nze biólogos, servidores da Prefeitura de Cariacica, na Grande Vitória/ES, se reuniram no começo de abril com o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, para receberem orientações sobre o exercício do cargo no órgão municipal em que trabalham. A principal reivindicação se refere ao Decreto nº 52/2014, assinado pelo prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Junior, o Juninho, em vigor desde o dia 27 de março, que criou a Comissão Permanente de Avaliação de Projetos (Cepror), que tem como finalidade analisar projetos apresentados por empresa contratada pela prefeitura e emitir relatórios conclusivos sobre cada um, seja o projeto aprovado ou não. O decreto privilegia apenas os profissionais das áreas de engenharia, arquitetura e os agrônomos, deixando de fora o biólogo que tem formação para cumprir os objetivos da comissão. O presidente recebeu uma cópia do decreto e disse que a assessoria jurídica do Conselho irá analisá-lo para verificar sua legalidade e a forma que será feita a reivindicação para a inclusão dos biólogos, servidores da PMC, como aptos a fazerem parte da comissão. O biólogo Romulo Felix Boldrini – presente na reunião – disse que é importante ter o apoio do Conselho na busca por melhores e mais condições de trabalho. “Viemos à Delegacia Regional do CRBio-02 solicitar apoio à nossa causa, receber orientações sobre nossos direitos e ter uma força maior. Antes, não havia essa aproximação com o Conselho, mas agora vimos que essa nova diretoria é séria e extremamente parceira.” n 2º TRIMESTRE • 2014 CRBio-02 busca parceria com IDAF Q ualificar os biólogos para elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de um imóvel, com inserção de dados no Sistema de Licenciamento e Monitoramento Ambiental (SIMLAM-IDAF), este é o objetivo da parceria que o CRBio-02 está buscando com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF). No início de abril, o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, e a delegada substituta da Delegacia Regional no Espírito Santo, Olga Anita Ventorim, estiveram reunidos com o diretor-técnico do IDAF, Eduardo Chagas, na sede do instituto, em Vitória. Na reunião foi apresentado um termo de Cooperação Técnico-Científico que será celebrado pelas duas entidades que visa um programa de intercâmbio. Como resultado dessa parceria haverá investimentos em cursos, eventos e suporte institucional para o desenvolvimento de projetos de interesse recíproco. No próximo mês de maio, ainda sem dia definido, deverá haver o primeiro curso ministrado aos biólogos que será o de SIMLAM. As inscrições serão anunciadas logo após a confirmação da data de realização do curso. As vagas, no total de 30, serão preenchidas por ordem de chegada à Delegacia O 5• Regional do Conselho, em Vitória. Como prérequisito é necessário que o biólogo tenha conhecimento de geoprocessamento. Com a revitalização da Delegacia Regional no Espírito Santo por parte da atual gestão do Conselho, o CRBio-02 está procurando firmar parcerias com diversos órgãos governamentais e privados, com o objetivo de fortalecer a atuação do biólogo no estado. Nesse primeiro curso, os investimentos serão custeados pelo Conselho e irá qualificar o profissional no SIMLAM para atender às exigências contidas no novo Código Florestal Brasileiro, proporcionando-lhe o conhecimento de novas técnicas. n Biólogos da SEMMAM presidente do CRBio, Vicente Moreira Conti, acompanhado da delegada substituta da Delegacia Regional, Olga Anita Ventorim Lisboa Santos, receberam na sede da Delegacia Regional, em Vitória (ES), os biólogos Andrea Campos Rocha, Flavio Nascimento Coelho, Mariele Portugal da Silva e Felipe Bertholdi Fraga, servidores da Secretaria de Meio Ambiente (SEMMAM) da Prefeitura Municipal de Vitória. Nessa reunião, consultado, o presidente explanou sobre a Resolução CFBio n° 330 pela qual é oferecido desconto nas anuidades do ano corrente aos biólogos que cursam pós-graduação stricto-sensu. Uma das sugestões apresentas na reunião foi a da participação de um representante do • Conselho investe em curso para qualificar biólogos no SIMLAM-IDAF Conselho nas reuniões a serem realizadas na prefeitura como forma de fortalecer a atuação dos biólogos no município. “A reunião com biólogos da prefeitura é importante, na medida em que estreita a relação entre os biólogos e o CRBio-02”, disse Vicente Conti. Também estiveram presentes no encontro as fiscais da DELREG Tayla Martins e Raquel Menegaz, que ajudaram a esclarecer diversas dúvidas dos visitantes. Ao final, os biólogos, notadamente sobre a disposição em Lei para inscrição dos profissionais no Conselho e a emissão de ART, que é obrigatória. classificaram a reunião como positiva e de grande valia na busca por tornar a classe cada vez mais atuante e unida no Espírito Santo. n BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 EM DIA COM O SEU CILSJ atende solicitação do CRBio-02 e abre vaga para biólogo 2º TRIMESTRE • 2014 CONSELHO Registro Itinerante começa o ano em pleno vapor Contas de 2013 são aprovadas sem ressalvas No mês de fevereiro, o setor de Registro do CRBio-02 esteve no Centro Universitário de Barra Mansa (UBM), sul do estado do Rio de Janeiro, na região dos lagos, na Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC – Quissamã) e também em Petrópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro, no campus da Universidade Estácio. As visitas tiveram como objetivo realizar inscrições provisórias e definitivas de formandos em Ciências Biológicas, facilitando o processo de registro no Conselho. A prestação de contas referente ao exercício 2013 do CRBio-02 foram aprovadas por unanimidade e sem ressalvas pelo Conselho Federal de Biologia. Tal aprovação foi divulgada no Diário Oficial da União por meio da Resolução nº 335, de 4 de abril de 2013. Os biólogos que desejarem ter acesso às contas do seu Conselho poderão verificar no site do CRBio-02, na sessão Transparência. Com base na Lei Federal 6684/79º, o CRBio-02 conquistou a inclusão dos biólogos como profissionais aptos a ocuparem o cargo de Coordenador Geral no processo seletivo do Consórcio Intermunicipal para Gestão Ambiental das Bacias Hidrográficas da Região dos Lagos, Rio São João e Zona Costeira (CILSJ), no estado do Rio de Janeiro. As inscrições foram até prorrogadas para beneficiar os biólogos. ações do crbio-02 importantes para a vida dos biólogos Alunos da Famesp Vice-presidente marca presença em diversos eventos A fim de esclarecer dúvidas de alunos de Ciências Biológicas e aproximar a comunidade acadêmica do CRBio-02, o vice-presidente Santiago Valentim participou de palestras importantes na Estácio, em Petrópolis, e no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis. A Unifeso também inaugurou a ‘Sala Verde’, projeto que incentiva a implantação de espaços socioambientais. Presidentes do Sistema se reúnem em São Paulo Para o debate sobre demandas comuns a todos os Conselhos Regionais de Biologia e do aperfeiçoamento para o melhor funcionamento do Sistema, o presidente do CRBio-02, Vicente Moreira Conti, esteve presente na reunião dos Presidentes dos Conselhos Regionais integrantes do Sistema CFBio/CRBios, realizada no final de março em São Paulo (SP), na sede do CRBio-01. CRBio-02 participa de reuniões da CNS A presença atuante do CRBio-02 nas reuniões mensais da Divisão de Laboratórios de Análises Clínicas da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços (CNS) possibilita que o Conselho trabalhe melhor a questão dos seus registrados que atuam na área de Saúde e Qualidade de Vida. Por outro lado, significa o reconhecimento e a valorização do significativo número de biólogos em atuação neste campo de trabalho. • 6• Novos registros são entregues em formatura da Famesc A Conselheira Rosa Maria C. Wekid Castello Branco representou o CRBio-02 no evento, realizado no último dia 14 de março, em Quissamã, região Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Dezesseis biólogos, formados nesta e na última turma do ano passado, receberam seus registros e já podem atuar regularmente como profissionais no mercado de trabalho. Em pauta a educação ambiental marinha e costeira no Brasil Lançada em 2010, a obra organizada pelo biólogo Alexandre de Gusmão Pedrini é um valioso instrumento de reflexão sobre a questão - sempre atual - de preservação ambiental, desta vez centrada no extenso litoral brasileiro, abordando temas levantados pelo Relatório Mundial Independente sobre os Oceanos (CMIO). Artigos e relatos de pesquisas e experiências realizadas em diversos pontos do país para uma adequada gestão costeira baseada o desenvolvimento sustentável e propõe estratégias de combate ao turismo ambiental. Vale muito a pena conferir. Rosa Maria C. Wekid Castello Branco (Conselheira do CRBio-02), Fernanda de Oliveira Pinto (Coordenadora do Curso de Licenciatura de Ciências Biológicas da FAMESC), bióloga recém-graduada com o registro em mãos, e Fernanda Castro Manhães (Diretora Acadêmica da FAMESC), em solenidade. • 7• BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 Teste rápido identifica tuberculose em duas horas N disponibilizando um teste piloto do GeneXpert, o novo exame rápido que identifica a tuberculose em menos de duas horas. Nesse método, o paciente fornece uma amostra de secreção, que é manipulada em um recipiente estéril por cerca de dez minutos e, depois, levada ao equipamento. A máquina demanda menos de uma hora e meia para averiguar, naquela porção, a presença do material genético do bacilo de Koch. O teste também detecta se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento da doença. O GeneXpert é o primeiro método de biologia molecular usado com essa finalidade, e faz parte do projeto “Inovação no controle da tuberculose no Brasil”, desenvolvido pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) em parceria com a Fundação Ataulpho de Paiva e o patrocínio da Fundação Bill e Melinda Gates. Apesar de já existir em alguns laboratórios privados do Rio de Janeiro e de São Paulo, foi utilizado nas cidades do Rio de Janeiro, Manaus, Recife, São Paulo, Porto Alegre e Brasília por meio do programa. Draurio Barreira, coordenador do PNCT, afirma que se trata de um teste novo no mundo e que as máquinas de diagnóstico serão doadas pelo Ministério da Saúde às secretarias municipais de Saúde das seis capitais brasileiras, iniciando o processo de distribuição. Até maio deste ano, segundo o Ministério da Saúde, a nova tecnologia deverá estar presente em 92 cidades estratégicas para o controle da tuberculose, onde se concentram 55% dos casos novos do país, o que engloba todas as capitais e os municípios com mais de 130 casos novos de tuberculose. Ao todo, serão 160 máquinas, com capacidade de realizar, juntas, 640 mil testes rápidos ao ano. De acordo com Ricardo Cerqueira Campos Braga, biólogo do Conselho Regional de Biologia – 2ª Região (CRBio-02), que desempenha atividades na Vigilância Epidemiológica (VE) o dia 24 de março foi comemorado o Dia Mundial da Luta Contra a Tuberculose (TB), mas ainda há muito a fazer nesse combate. Ao contrário do que a maioria da população acredita, a doença ainda existe e continua a ser um grave problema de saúde pública: estima-se que 1/3 da população mundial esteja infectada pelo Mycobacterium tuberculosis. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o 17º país com maior incidência de tuberculose, que só no Rio de Janeiro mata cerca de 800 pessoas por ano, contaminando 72 em cada 100 mil habitantes. Os dados são preocupantes e levam o estado à condição de primeiro lugar em incidência da doença no país. Em 2012 foram registrados 14.505 casos da doença, com 739 óbitos. Para mudar esse cenário, entra em ação a biologia molecular e seus enormes benefícios. O Ministério da Saúde está Ricardo Cerqueira Campos Braga, biólogo • 8• “A aplicação do teste rápido na rede pública irá detectar precocemente os casos, já que muitas pessoas desconhecem seu diagnóstico. A redução no tempo de espera do resultado com o GeneXpert é o ponto mais positivo nesse combate, pois diminui a proliferação da doença, evitando que os pacientes infectados circulem sem diagnóstico final e portanto, sem tratamento inicial, podendo transmiti-la a qualquer pessoa. Além disso, o caminho para a cura é longo: no mínimo seis meses de tratamento para casos de tuberculose pulmonar, o que aumenta a taxa de abandono e reduz a adesão correta dos pacientes.” A epidemia de Aids/HIV, a densidade populacional e fatores relacionados à infraestrutura tornam os habitantes dos grandes centros urbanos mais vulneráveis à doença. Por ser contagiosa, basta tossir, espirrar ou falar para que a bactéria, que consegue viver até 24 horas suspensa no ar antes de entrar no pulmão de alguém, contamine o ar. O principal sintoma da tuberculose é a tosse, com ou sem catarro, por mais de três semanas. Quem apresenta esse quadro deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS. Devido à coinfecção tuberculose e HIV, é necessário, segundo o Ministério da Saúde, oferecer o anti-HIV ao paciente que iniciar o tratamento, possibilitando o diagnóstico precoce, a diminuição no impacto da transmissão do HIV, sua morbidade e mortalidade. Ricardo Braga ressalta a importância não só do biólogo, mas de todos os profissionais de saúde no combate à doença e no esforço em realizar a busca dos sintomáticos respiratórios na sua unidade de saúde, assim como entre os contactantes, encaminhando-os à unidade de saúde mais próxima. n Genexpert utiliza método de biologia molecular para reduzir o tempo de diagnóstico e identifica resistência à medicação. do Serviço de Epidemiologia no Hospital Federal dos Servidores do Estado (HSFE), a falta de informação sobre a doença, o tratamento, além da demora no “fechamento” do diagnóstico (a cultura leva entre 30 a 60 dias), ampliam as estatísticas de contaminação. Ricardo acredita que a biologia molecular, utilizada no novo equipamento, pode trazer inúmeros benefícios à luta contra a doença. O que você faz • 9• V árias empresas registradas no CRBio-02 costumam contatar os funcionários do Conselho, no Rio e no Espírito Santo, para solicitar a indicação de profissionais. Da mesma forma, a grande imprensa também procura a entidade solicitando a indicação de biólogos para falarem sobre determinados temas de interesse da população em geral. Saber com segurança as áreas de atuação dos seus registrados é o melhor caminho para atender plenamente as duas situações, o que certamente é de interesse dos biólogos fluminenses e capixabas. Foi pensando assim que o CRBio-02 lançou a campanha abaixo, divulgada no Facebook, no site (www.crbio-02. gov.br) e via e-mail marketing. Se você ainda não atualizou sua área de atuação no Sistema ECO – Área do Biólogo, faça o mais rapidamente possível, pode estar perdendo a oportunidade da sua vida. n BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 Projeto explora diversidade vegetal “Montanha da Amazônia” registra a vasta riqueza de regiões de difícil acesso. Espécies raras da flora brasileira poderão ser encontradas. A Pesquisadores na coleta de materiais – Foto Ricardo Azoury mpliar o conhecimento da flora em áreas montanhosas, elaborar listas preliminares das espécies encontradas indicando quais são raras, endêmicas e novas para a ciência, e transformar os resultados em livro e publicações científicas. Esses são os objetivos que motivaram o biólogo Marcus Nadruz a coordenar o projeto do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), “Riqueza de Espécies em Regiões Montanhosas da Amazônia: Diversidade e Conservação”. Consideradas regiões prioritárias para pesquisa científica e tendo em vista a escassez de conhecimento sobre a diversidade nas montanhas, nasceu a ideia do projeto, iniciado em 2011, que selecionou quatro áreas de estudo, das quais duas foram visitadas: a Serra do Aracá e o Pico da Neblina (ambas no estado do Amazonas). As próximas expedições serão para a Serra da Mocidade e Monte Caburaí, em Roraima. A cada viagem são trazidas cerca de 800 a 1.000 amostras. O critério uti- lizado para a escolha dos locais deve-se ao fato de pertencerem à mesma cadeia de montanhas, possuírem alta diversidade biológica, serem consideradas áreas • 10 • prioritárias para estudos florísticos na Amazônia e por representarem uma lacuna no conhecimento botânico. Com doutorado em Botânica e especializado em taxonomia botânica, o principal trabalho de Marcus Nadruz na coordenação é organizar as expedições, providenciando documentação para o desenvolvimento das pesquisas e a infraestrutura necessária para a permanência da equipe no local, organizando o meio de transporte até os pontos escolhidos e, juntamente com a equipe, a coleta e identificação as espécies e materiais encontrados durante as expedições, bem como a elaboração de relatórios e artigos científicos. Além do biólogo, a equipe é composta por um profissional de imagens, Ricardo Azoury, e mais três biólogos, os pesquisadores do JBRJ: Gustavo Martinelli, Denise Costa e Rafaela Forzza. Marcus Nadruz reforça a importância da Biologia no desenvolvimento do projeto. “Os biólogos exercem um papel fundamental pela formação adquirida – incluindo os cursos de mestrado e doutorado – pois contribuem para o conhecimento da flora das montanhas da Amazônia brasileira, seja no incremento do acervo da instituição (herbário), na divulgação científica (publicação dos resultados, confecção de relatórios e livros) ou na formação de recursos humanos (alunos), consequentemente tornandose imprescindível em projetos dessa e de outras naturezas”, conclui. Segundo Nadruz, o projeto encontra-se em andamento, ou seja, ainda em fase de coleta de dados. “Estamos coletando, fotografando e identificando amostras botânicas férteis e trazendo para o herbário do Duas das inúmeras espécies coletadas na região – Fotos Marcus Nadruz A expedição na Serra da Mocidade, no Amazonas – Foto Ricardo Azoury Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde passam por um processo de conservação (herborização) para os estudos posteriores. Para se fazer um levantamento florístico de uma determinada área, é necessário coletarmos ramos das plantas com flor e/ou fruto. Sem eles, as chances de se chegar ao nome científico é muito pequena”, explica o biólogo. “No final do projeto, com base no material identificado, será elaborado um banco de dados com as espécies encontradas, indicando espécies raras, endêmicas ou novas para a ciência”, complementa. A metodologia de coleta dos dados é padrão para trabalhos florísticos, sendo utilizados podões de vara para cortes de ramos em locais altos, tesouras de poda, GPS (para georreferenciamento das amostras coletadas), sacos plásticos, estufas de campo e facas para cortes de pequenos fragmentos de vegetais. Todo esse material é prensado entre jornais ou acondicionado em envelopes de papel – no caso de briófitas – e, posteriormente, herborizados (secados) em estufas. As expedições restantes acontecerão ainda esse ano, enquanto a confecção do livro sobre o projeto está planejada para 2015. Ainda não há dados concretos para divulgação, pois a análise do material só poderá ser feita após a conclusão de todo o projeto. Mas é enorme a expectativa de encontrar espécies novas para a ciência e, também, atualizar a Lista de Espécies da Flora do Brasil com novos registros para o país. O objetivo do projeto é revelar a biodiversidade vegetal e catalogar possíveis espécies ainda desconhecidas, que habitam as áreas elevadas da flora das montanhas da Amazônia brasileira, fornecendo dados para auxiliar nas tomadas de decisões sobre políticas de conservação e manejo de espécies vegetais e incentivo ao desenvolvimento a novas pesquisas em unidades de conservação. • 11 • Orquidário do JBRJ é reaberto N o início do ano, foi reaberto o orquidário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Após quase um ano de obras, o espaço foi todo recuperado, do telhado à qualidade do solo, do formato original dos canteiros ao sistema de aproveitamento de água da chuva para o lago. Uma das novidades é a mudança da concepção paisagística e da coleção. Foram incluídos alguns grupos de plantas que fazem contraste com as orquídeas, ajudando a perceber como elas se distinguem na diversidade do mundo vegetal. Outra novidade é que o espaço do orquidário aberto ao público foi ampliado para mais de 360m2. A história do orquidário do JBRJ remonta ao século XIX e poderá ser conhecida pelo público. Em transparências no centro da estufa principal, cercado por um lado com plantas aquáticas, estão em exibição fotos antigas e a biografia de Barbosa Rodrigues, que dirigiu o Jardim Botânico de 1892 a 1909 e estudou as orquídeas. n A estufa central do orquidário BIÓLOGOS • 111 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 Conselheira integra debate sobre a queima de canaviais e os impactos ambientais em Campos (RJ) A chefe do Escritório Regional do IBAMA em Campos dos Goytcazes (RJ), Conselheira do CRBio-02, Rosa Maria C. Wekid Castello Branco, esteve em audiência pública, convocada pelo Ministério Público Federal (MPF), para debater o tema “Repensando as queimadas: a cana como fator de desenvolvimento humano”, que levantou a questão da queima da palha da cana-de-açúcar na região Norte Fluminense do Rio de Janeiro, os impactos ambientais que tal queima causa e a situação das condições trabalhistas no meio rural. Rosa Maria: “O repensar das queimadas abre um vasto campo de atuação para os biólogos” O céu da cidade de Campos dos Goytacazes em dia de queimada • 12 • 2º TRIMESTRE • 2014 O evento aconteceu em março, no auditório da Universidade Cânoutros predadores de maior porte, como o cachorro-do-mato. A dido Mendes (UCAM), na cidade de Campos e reuniu autoridades essa população juntam-se outros animais, como a capivara e a de diversos segmentos a fim de recolher informações e capacitar paca. profissionais para futuras tomadas de decisões sobre o assunto. “Impiedosamente, a queimada alcança esse nicho ecológico “Esse é um vasto campo para a atuação do biólogo: gerenque tenta se restabelecer dentro do canavial, matando os aniciamento ambiental das usinas produtoras de açúcar e álcool; mais que dificilmente conseguem fugir dessa verdadeira armadieducação ambiental; pesquisas científicas nas universidades, lha preparada pelo ser humano. Assim, estão fora desse levantarelacionadas às perdas da flora e faumento todos os insetos e praticamente na; execução de projetos sustentáveis todas as aves e pequenos roedores. junto aos produtores rurais, perícia técTambém não estão computados aninica para a justiça e Ministério Públimais que conseguem fugir, lesionados, co da região, e na função de fiscal dos e acabam por morrer em outro lugar”, órgãos do Sistema Nacional do Meio enfatiza Rosa Maria. Ambiente (Sisnama). Destaco ainda, a A contextualização sobre os problenecessidade de estudo da fauna silvesmas socioambientais que acarretam as tre que morre queimada nos canaviais. queimadas dos canaviais no estado do A grande falha na apuração é não reRio de Janeiro, mais precisamente na gistrar a quantidade desses animais região Norte Fluminense, é de longa que voltam à natureza. Para se protedata, e foi pautada na audiência. ger do fogo, espécimes de aves, por A conselheira do CRBio-02 acompaDo ponto de vista ambiental, o uso de exemplo, mudam seu comportamento. nha e participa desse processo profisfogo em canaviais causa: Muitos bichos fogem para as cidades. sionalmente, desde 1991, como bióloga • Redução e perda da biodiversidade, em Não existe um levantamento estatístie representante do Ibama em Campos função do desmatamento e da monocultura. co científico sobre as espécies e nem dos Goytacazes. Historicamente, em • Poluição das águas de superfície e subsua quantidade exata”, declara. Os meio às discussões da Eco-92, surgiu superfície e do solo em face do uso indiscridados existentes sobre a fauna, nesse um avanço ambiental no Rio de Janeiminado de agrotóxicos. contexto, são escassos e representam ro: a Lei Estadual nº 2.049/92, permi• Endurecimento do solo pelo uso excesuma fração ínfima da realidade, pois tindo uma adaptação gradativa pelos sivo de maquinários durante a fase de plansão referentes apenas aos animais resprodutores de um percentual para tio e de colheita. gatados das queimadas dos canaviais colheita da cana crua e outro ainda da •Assoreamento dos rios, córregos em com vida e levados a um atendimento cana queimada, num período de quatro decorrência da erosão dos solos. emergencial. Na maioria das vezes, o anos (1993 a 1997). Ela informa: “Se • Produção de fuligem entre outros poresgate é sem sucesso – animais como cumprida efetivamente, desde 1998 no luentes devido à queima da palha da cana gatos do mato, preás, onças, tamanestado do Rio de Janeiro, o uso de fogo para a colheita. duás, tatus, cobras e muitos outros. É em canaviais e qualquer outra vegeta• Prejuízos irremediáveis a fauna e flora em grande a quantidade de animais que ção estaria totalmente proibido.” consequência de incêndios descontrolados. morrem pelo fogo, pela elevada tempeRecentemente publicada, a Lei Esta• Concentração de renda e condições de ratura (de 100º a 800ºC) ou por asfixia dual nº 5.990/12 revoga a Lei nº 2.049/92, trabalho degradantes para o cortador. causada pela fumaça. Além disso, há e por isso a queimada da palha da cana • Risco à saúde dos trabalhadores. O proum número espantosamente maior de continua permitida de forma controlada cesso da queima libera hidrocarbonetos polioutros integrantes da fauna, como ine gradativa, devendo ser totalmente elicílicos aromáticos (HPAs) – componentes alsetos, pequenos roedores e pássaros, minada somente em 2024. tamente cancerígenos; aumenta as doenças que são completamente incinerados e Na Audiência Pública, os atores sorespiratórias e outras decorrentes. sequer deixam vestígios.” ciais diretamente envolvidos, tais como •Aumento das despesas públicas para o A bióloga ainda explica que muitos, trabalhadores rurais, produtores rurais, tratamento das doenças. por não encontrarem mais as matas industriais do açúcar e do álcool, órnativas que foram destruídas para imgãos ambientais/agropecuários, foram plantação dos canaviais, têm como únifinalmente unânimes na conclusão: as co abrigo o próprio canavial, que serve queimadas em canaviais são danosas para sobrevivência e procriação. Por ao ambiente como um todo, degradanesse motivo é muito comum os animais tes para os trabalhadores rurais e nocisilvestres se multiplicarem no meio dos vas à saúde da sociedade. Assim, a fiscanaviais, onde muitas aves fazem seus calização ambiental deve ser cumprida ninhos e colocam ovos, atraídas pela rigorosamente, por todos os órgãos do farta oferta de insetos. Em contraparSisnama, Ibama, Inea e secretarias de Animal em fuga tida, atraem também predadores como Meio Ambiente dos municípios, conforcobras e ratos, que por sua vez atraem me as leis vigentes. n • 13 • 2º TRIMESTRE • 2014 BIÓLOGOS • 111 Dia Mundial da Saúde Tema de 2014 aborda doenças vetoriais Quem domina o assunto é a bióloga Rafaela Vieira Bruno, que trabalha no Instituto Oswaldo Cruz há 9 anos e, atualmente, é pesquisadora e chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos: “Comecei como pós-doc, posteriormente fui efetivada após prestar concurso público”, comenta. Com uma equipe de quatro alunos de iniciação científica (IC), um de mestrado, dois de doutorado e três pós-doc, o laboratório de Rafaela estuda os ritmos biológicos de insetos vetores (mosquitos, flebotomíneos e barbeiros) além de aspectos relacionados à genética evolutiva destes insetos. A pesquisadora escolheu ser bióloga porque se descobriu apaixonada por genética no último ano do ensino médio: “Resolvia todos os problemas dos livros e queria estudar doenças humanas, más formações embriológicas. Acabei trabalhando com embriologia de insetos.” Rafaela afirma que as doenças provocadas por vetores nem sempre são características de países subdesenvolvidos, como muitos dizem: “No caso do dengue, por exemplo, a relação não é socioeconômica e sim de clima. A incidência do dengue é muito maior nos países com clima tropical, por causa da relação entre as chuvas e a eclosão dos ovos do mosquito. Como a maior parte dos países com clima tropical é de países subdesenvolvidos, a associação (errônea) é quase que imediata. A leishmaniose também é uma doença chamada de tropical, mas ela já pode ser mais associada a baixos níveis socioeconômicos. O Dia Mundial da Saúde é celebrado anualmente em 7 de abril para marcar a data de aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A cada ano um tema é selecionando, destacando-se uma área prioritária na saúde pública. A data e as campanhas realizadas servem de oportunidade para que cada indivíduo, em qualquer lugar do mundo, envolva-se em atividades visando a melhoria da saúde. Em 2014, o tema da campanha do Dia Mundial da Saúde é sobre doenças veiculadas por vetores. Atualmente, no Brasil, as principais doenças vetoriais (doenças metaxênicas) sujeitas a controle são: dengue, malária, leishmanioses, doença de Chagas, febre amarela, esquistossomose, filarioses (bancroftose e oncocercose), peste e febre do Oeste do Nilo. cipal doença re-emergente no Brasil. Durante quase 60 anos, de 1923 a 1982, não se apresentou registro de casos de dengue no país. Porém, desde 1976, o Aedes aegypti foi re-introduzido, a partir de Salvador, Bahia, e estava presente em muitos países vizinhos. Países da América Central, México, Venezuela, Colômbia, Suriname e alguns outros do Caribe já vinham apresentando a doença desde os anos 70 (Pedro, 1923; Osanai et al., 1983). O combate ao principal vetor do dengue, o mosquito Aedes aegypti, consiste em medidas contra as larvas e contra os mosquitos adultos. O vetor é o único elo vulnerável de cadeia de transmissão. Depois da sua re-emergência, nenhum país eliminou o Aedes aegypti. Ele tem uma enorme facilidade de adaptação as condições ambientais. Contudo, outras atividades de controle da doença, como a redução da sua letalidade, por meio de uma assistência técnica oportuna e adequada, e a redução das dimensões das epidemias, por meio de uma vigilância ambiental e epidemiológica efetivas, podem e devem ser perseguidas, pois se mostram exequíveis. Provavelmente, o desenvolvimento de uma vacina preventiva eficaz seja o grande diferencial para modificar favoravelmente a perspectiva de controle do dengue. O IOC possui estudos sobre o tema, mas ainda não tem nenhum resultado efetivo. n Conselho parabeniza biólogos E que trabalham na área de saúde m sua FanPage, no Site e via e-mail marketing, no dia 5 de abril de 2014 o CRBio-02 homenageou todos os biólogos que trabalham na área de saúde. L parabéns BiOlogos! DA ÚDE 7 DE RI A M U N DI A I D • L SA Do trabalho que realiza, o que a Rafaela mais gosta é da falta de rotina: “Apesar de ter umas tarefas diárias que preciso cumprir, o fato de todos os dias lidar com alguma coisa nova me fascina e me motiva.” 2º TRIMESTRE • 2014 Apesar de existir tratamento, ele é caro e, em regiões mais isoladas, de difícil acesso. Além disso, fatores como desnutrição e imunossupressão contribuem para o agravo da doença.” Em artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, escrito pelo pesquisador Pedro Luiz Tauil e disponibilizado pela bióloga Rafaela Bruno, é afirmado que a análise do controle de doenças transmitidas por vetores no Brasil necessita considerar três aspectos: a urbanização da população, a transformação do caráter eminentemente rural dessas doenças em concomitante transmissão urbana ou peri-urbana e a descentralização do controle para os municípios. Mais de 80% da população brasileira vive atualmente em médias e grandes cidades. Esse processo ocorreu de forma tão rápida e intensa nos últimos 30 a 40 anos, que boa parte (cerca de 20%) dos moradores urbanos vive em condições precárias de habitação e saneamento, o que possibilitou que algumas doenças metaxênicas passassem a ser naturalmente transmitidas em áreas peri-urbanas ou urbanas, graças à emergência ou re-emergência de seus vetores nessas áreas. O dengue, a leishmaniose visceral e a malária são exemplos clássicos. O controle do dengue é um enorme desafio no mundo. É a prin- AB BIÓLOGOS • 111 Esse dia também é seu. Biólogos zelam pela saúde da população em nada menos que 26 áreas. Entre elas: • análises clínicas; • controle de vetores e pragas; • biologia forense; • genética; • reprodução humana assistida; • saneamento; • fiscalização e vigilância sanitária; • vigilância ambiental; • terapia gênica e celular; e muitas outras. • 14 • • 15 • O verdadeiro BIÓLOGO tem registro e ART no CRBio Ao contratar um BIÓLOGO, exija o seu registro no CRBio e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Somente com esses documentos ele é capacitado a exercer a profissão. Cada ART registra uma atividade desenvolvida pelo profissional e leva a geração da Certidão de Acervo Técnico (CAT). A CAT certifica, para efeitos legais, todas as atividades profissionais registradas no CRBio por meio das ARTs emitidas. Profissional que tem ART tem garantia de qualidade. Sistema CFBio/CRBios