a serem praticadas tarifas muito mais acessíveis e extremamente atrativas para aqueles que querem utilizar o porto como um player para sua mercadoria”, analisa Hernani. Ele destaca que Pecém tem como diferencial a profundidade natural, que varia de 15 metros, no píer 1, a 16,5 metros, no píer 2. A próxima fase do Terminal de Múltiplo Uso (TMUT), que está em expansão, prevê 17,5 metros de cais, o que permitirá o trânsito de navios post-panamax. A administração do porto prevê ainda uma terceira fase de expansão. “Como estamos trabalhando para atender às demandas de granéis líquidos e sólidos, vamos ter berços com profundidade de 20 metros, tudo isso sem necessidade de dragagem. Isso se torna um diferencial que faz o porto competitivo”, projeta Hernani. O presidente do porto Itapoá (SC), Patrício Junior, admite que nem sempre “é a melhor coisa ser offshore”. Ele diz que o ideal é quando o berço faz parte do terminal, diminuindo custos operacionais. O executivo explica que um trajeto maior para os caminhões chegarem a um berço afastado afeta a produtividade. “A maior desvantagem, a princípio, é essa: a parte de operação mais distante do pátio. Por outro lado, é preciso analisar o que faz o berço offshore. No caso do porto Itapoá, ele foi feito para aproveitar ao máximo a profundidade natural”, destaca. Segundo ele, a ponte de 230 metros leva o berço a ficar na profundidade natural, sem necessidade de dragagem, conforme o porto foi projetado. A administração do porto Itapoá busca apoio do governo para dragagem do canal de acesso para profundidades maiores. Enquanto o porto tem 17 metros de profundidade, o canal de acesso está limitado a 14 metros em alguns pontos. O porto e a autoridade portuária de São Francisco do Sul (SC) estão investindo R$ 2 milhões para elaboração do estudo de viabilidade. “Somos prejudicados pelo canal de acesso. Estamos trabalhando junto ao governo federal para ver se conseguimos dragar o canal de acesso para profundidades maiores”, conta Patrício Junior. O serviço deve durar um ano. A expectativa de Suape (PE) é aumentar, nos próximos anos, o número de petroleiros que chega ao porto. “A demanda vai crescer ainda mais em função da refinaria Abreu e Lima (PE). A tendência é que ela sozinha movimente em torno de 15 milhões de toneladas/ano quando estiver operando 100%. A demanda ainda tende a aumentar bastante para área de líquidos”, avalia o diretor de gestão portuária de Suape, Leonardo Cerquinho. Recentemente, Suape construiu dois novos píeres para dar suporte à refinaria, um para petróleo e outro para diesel. O cais de múltiplo uso, que no passado movimentava granéis sólidos, hoje movimenta basicamente óleo combustível. Cerquinho não descarta a tendência de movimentar ouDaniela Nader LEONARDO CERQUINHO Demanda vai crescer ainda mais em função da refinaria Abreu e Lima tras mercadorias no cais de líquidos, caso seja necessário no futuro. A movimentação de granéis líquidos em Suape utiliza a estrutura offshore do porto, que opera carga sólida somente na parte onshore de suas instalações. “É muito mais tranquilo ter operação de líquidos offshore através de dutovias. Não é necessário investir em pontes avançadas ao mar para poder ter acesso aos berços”, explica Cerquinho. A profundidade varia de acordo com o berço e a necessidade do porto. Apesar de não considerar Suape um porto offshore em sua essência, ele acrescenta que o molhe projetado dá maior suporte aos navios que precisam de profundidades acima de 15 metros. “Como são líquidos e conseguimos movimentar através de dutos, é muito mais tranquilo fazer isso offshore porque podemos destinar a área onshore para movimentar cargas que possuem necessidade de movimentação terrestre através de caminhão ou outro tipo de movimentação”, detalha Cerquinho. De janeiro até outubro de 2014, o crescimento da movimentação de granéis líquidos no porto de Suape foi da ordem de 43%, em relação ao mesmo período de 2013. As principais cargas líquidas são diesel, óleo combustível, gasolina e gás liquefeito. A maior parte dessa carga chega para atender aos mercados das regiões Norte e Nor- Suape construiu dois novos píeres para dar suporte à refinaria, um para petróleo e outro para diesel Daniela Nader PORTOS E NAVIOS JANEIRO 2015 39