Publicação da Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen Ano 34 • n• 310 Novembro 2O12 VWaindaCC mais sofisticado e dinâmico RECADO O show da Volkswagen Quase um milhão de visitantes compartilharam as novidades do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo entre o fim de outubro e o começo de novembro. Além dos lançamentos, que foram vários, as atenções se voltaram, como sempre, para os carros de sonho - os super esportivos, bólidos de cinema e os veículos que antecipam tecnologias, como os híbridos e o clássico, porém ainda distante do consumidor comum, carro elétrico. Entre as marcas conhecidas e com produtos para todos os bolsos, mereceu destaque a Volkswagen, que apresentou nada menos do que 13 modelos inéditos, entre eles o Taigun, SUV ainda conceito, mas que será fabricado em vários países, inclusive no Brasil. Na outra ponta, na ala do luxo, o renovado e desejado VW CC, que ilustra a capa desta edição. Com a dianteira e a traseira completamente redesenhadas, adaptando o modelo ao DNA de design da Volkswagen, o carro ganhou uma aparência geral ainda mais ousada. As outras estrelas VW foram o Novo Gol duas portas, o Fusca, o GT up!, o buggy up!, o E-Bugster, o Cross Coupé – já apresentado na Showroom 308 -, a Amarok Canyon e o Jetta Hybrid, mas o grande mérito da marca no Salão de São Paulo foi ter recebido o presidente da Volkswagen mundial, Martin Winterkorn, que impressionado com o crescimento do nosso consumo, declarou: “Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica.” E para completar as boas-novas, nada como uma injeção de certeza: Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, anunciou mais R$ 750 milhões para as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São Carlos. É isso. Quem está há quase 60 anos no Brasil conhece muito bem o mercado. Por isso investe continuamente, e com total confiança. S H OW R O O M 3 SUMÁRIO 22 Capa Salão Internacional do Automóvel de São Paulo: no estande da Volkswagen, que concentrou todos os olhares da mostra graças ao lançamento mundial do Taigun, SUV ainda conceito,Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, anunciou mais R$ 750 milhões para as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São Carlos e o presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, também presente à abertura do evento, dada a sua importância para a marca, garantiu: “Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica.” 44 S H OW R O O M 3Recado 5 E@mail 6 Quem Passou Por Aqui 8 Gente 13 TechMania 14 Aonde Eu Vou Com O Meu VW 16 Design 22 Capa 30 A Passeio 36 Quem Tevê? 37 Sabor Particular 38 Na Varanda 39 Coleção 40 A um toque 41 Livros & Afins 42 Vinhos & Videiras E@mail Sempre Pollyanna Minha mãe chegou em casa com uma folha de uma revista que nem sei qual é; a folha do texto ‘Melhor viver dias de Pollyanna” (Showroom 302 – Março 2012) e eu, coincidentemente, estava lendo o livro (que havia parado há anos!) e gostei muito! Procurei a matéria na internet para mandar para diversas pessoas! Raissa Sartori Assobrav TV Tenho assistido à transmissão da Assobrav TV “Insights de Mercado” e pude verificar que nesta última a imagem dos números apresentados não estava tão nítida quanto a apresentada em setembro. Gostaria de deixar minha Expediente Publicação mensal da Ano 34 • Edição 310 • NOV. • 2012 Conselho Editorial Antonio Francischinelli Jr. , Juan Carlos Escorza Dominguez, Mauro I.C. Imperatori e Silvia Teresa Bella Ramunno. Editoria e Redação Trade AT Once - Comunicação e Websites Ltda. Rua Itápolis, 815 • CEP 01245-000 São Paulo •SP • Tel (11) 5078-5427 [email protected] Editora e Jornalista Responsável Silvia Teresa Bella Ramunno (13.452/MT) Projeto Gráfico e Direção de Arte Marcelo Azevedo [email protected] Publicidade Disal Serviços - Wanda Miguel (011) 5079-5181 [email protected] Impressão Gráfica Itú Tiragem 5.500 exemplares 14 Aonde eu vou com meu VW O espaço dos clientes e dos concessionários Volkswagen. sugestão para que o tempo em que a TV transmite os números (que são importantes) seja maior que o do instrutor, pois assim poderemos memorizar, analisar e anotar estes números com mais calma. Parabéns pela iniciativa! Esta sendo muito útil para nós. super oportunda com o que aconteceu em outubro. Parabéns, bom jornalismo é isso: estar sempre ligado e prever boas pautas. Mesmo em uma revista segmentada e mensal como Showroom. Ângela Costa Bley Jr Tempo e temperatura Muito acertada a entrevista com o meteorologista Willians Bini, da Somar, profissional e empresa sérios e competentes. Vocês previram o Sandy nos USA? Brincadeira... Foi apenas uma maneira divertida de dizer que vocês se anteciparam aos eventos de verão e deram “sorte” publicando uma matéria JK Recomendo com ênfase o livro do Cony “JK e a ditadura”, indicado por vocês na seção Livros & Afins. Não só por se tratar da biografia de Juscelino Kubitschek, mas pelo texto deste que é um dos mais brilhantes jornalistas e escritores contemporâneos do Brasil. Mário Punci Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte. As matérias assinadas são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a posição da Assobrav. Registro nº 137.785 – 3º Cartório Civil de Pessoas Jurídicas da Capital de São Paulo. Assobrav Av. José Maria Whitaker, 603 CEP 04057-900 São Paulo – SP Tel: (11) 5078-5400 [email protected] Continue recebendo Showroom Há quase nove anos recebemos a revista Showroom e, seguramente, acredito ser uma das melhores em matérias automobilísticas. Nenhum exemplar passa sem ser lido na íntegra. Em junho mudamos de endereço e até a edição de junho/12 recebemos Showroom regularmente. Fiquei feliz em falar com vocês e saber que podem continuar nos enviando a publicação, a partir de agora em nosso novo endereço. Taipan Veículos Diretoria Executiva Presidente: Sergio Antonio Reze Vice-presidentes: André Luiz Cortes Martins Bruno Ferreira Abib Carlos Roberto Franco de Mattos Jr. Cesar Fernando Álvares de Moura Eraldo Barbosa dos Santos Francisco Veríssimo de Souza Filho Marcelo Cyrino da Silva Marcos Ricci Goldstein Mauro Pinto de Moraes Filho Diretores Ad-hoc: Álvaro Antonio Cardoso de Souza Darli Antonio Borin Eduardo Rosa Biacchi Luiz Francisco Viscardi Rodrigo André Gaspar de Faria Sergio Ribeiro Werner Walter Keiti Yaginuma Conselho de Ex-Presidentes Mauro Saddi, Elias Monteiro, Paulo Pires Simões, João Cláudio Pentagna Guimarães, Rômulo D. Queiroz Monteiro Filho, Orlando S. Álvares de Moura, Amaury Rodrigues de Amorim, Carlos Roberto Franco de Mattos, Roberto Torres Neves Osório, Elmano Moisés Nigri e Rui Flávio Chúfalo Guião. S H OW R O O M 5 Quem Passou por Aqui José Luis Mano, que aproveitou a revisão dos 15 mil km do seu Tiguan e 15 dias longe de suas empresas Polilínguas (cursos de idiomas in company) e Street Publicidade (mídia externa) para curtir o seu hobby: o motociclismo de aventura. Na foto, cedida à coluna, a vista enigmática do deserto do Atacama, no Chile. Roberto de Almeida Pires, Sócio Diretor da BRDEALER, empresa de tecnologia de internet parceira da DISAL, está entusiasmado com o Carclick e a crescente utilização da internet pela Rede Volkswagen. 6 S H OW R O O M Gente da Casa, Sidney Franceschini, responsável pelo setor de Assistência Técnica da Assobrav, anda muito satisfeito com a resposta da Rede VW na condução do departamento que considera “a bola da vez”. “A Assistência Técnica – diz ele - tem não só enorme potencial para melhorar a rentabilidade da concessionária como a possibilidade efetiva de reter clientes. O aumento da frota nacional VW que dobrou de tamanho nos últimos cinco anos, propicia, esta oportunidade.” Hugo Fleury, da Learnway – Learning Solutions, para apresentar soluções criativas de treinamento a distância, à equipe da Assobrav TV... O sempre querido, eterno amigo da Assobrav, Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, para uma visita de cortesia Bertrand Restivo, diretor comercial da badalada agência Wish, especializada em eventos internacionais, para uma visita técnica à área de Comunicação da Assobrav. Para importante reunião na Assobrav, o português Luis Alves, executivo da Volkswagen AG, que há um ano está no Brasil para acompanhar o Projeto SER (Research Supply Excellence), que prevê o aprimoramento técnico dos Gerentes de Vendas da Rede VW. E o professor José Augusto Minarelli, diretor presidente da Lens & Minarelli Outplacement e Aconselhamento de Carreira, também conselheiro do CIEE, entre outras muitas outras atividades, sempre presente com suas assertivas e sábias recomendações. S H OW R O O M 7 GENTE 8 S H OW R O O M Marcelo Sodelli “Se você disser “eu sou o mesmo pai para meus três filhos”, geralmente você está cometendo um erro com um deles. Metade dos adolescentes brasileiros já provou alguma droga e 80% deles bebeu antes dos 18 anos. Os dados, surpreendentes, fazem parte de um estudo coordenado pela Escola Paulista de Medicina, mas há muitas outras pesquisas que apontam este como um grave problema de saúde pública, e vários especialistas dedicados a minimizar os riscos a que estes jovens, os futuros dirigentes do País, estão expostos. por Silvia Bella Marcelo Sodelli, psicólogo, professor e pesquisador da faculdade de Ciências Humanas e da Saúde (Curso de Psicologia) da PUC –SP, doutor em Psicologia da Educação pela mesma universidade, presidente da ABRAMD – Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas e membro da Sociedade Brasileira de Fenomenologia é um dos principais expoentes. Com a tese da “prevenção do possível”, isto é, diante do fato de que “não vamos acabar com as drogas porque as drogas fazem parte da vida ao longo da História”, Sodelli defende a educação, o esclarecimento sobre o uso de drogas e não a repressão. “Pensar na perspectiva do controle não vai ajudar as pessoas no combate às drogas”, diz. Revista Showroom: Falar sobre drogas ainda é tabu. Falar sobre drogas com os filhos, pior ainda. Como o Sr. diz, aterrorizar, reprimir, não é o caminho. Como lidar com o assunto, então? É dizer: meu filho, beba pouco, fume pouco? (risos) Marcelo Sodelli: O primeiro ponto que a gente tem que pensar em relação às drogas e que elas estão inseridas neste mundo. Mundo que interfere de maneira muito determinada. O que vem de imediato à nossa mente quando falamos em drogas é a questão da violência, a questão do tráfico e a questão da dependência. E são estes três aspectos que chegam aos pais quando a gente fala em drogas. Claro que existe a violência, claro que existe o tráfico, claro que existe a questão da dependência e da doença, só que esses três aspectos costumam ser super valorizados, e o grande problema disso é que os pais acabam ficando desesperados, tendo uma atitude, muitas vezes, até incoerente. Têm tanto medo em relação às drogas que em vez de ajudar os filhos acabam S H OW R O O M 9 GENTE “É ensinar de uma maneira sistemática a criança, o jovem, a pensar sobre o que vale a pena na vida. Que ele seja crítico em relação à sua própria vida. O único problema disso é que pensar dói. É por isso que geralmente as pessoas não pensam.” crescendo o problema. Então, o primeiro ponto é esse: tratar de não super valorizar a questão da violência, do tráfico e da dependência. Mas os pais só ouvem falar em violência, em dizer que fulaninho se matou, que o coleguinha do filho virou traficante... Por quê? Porque o que aparece na mídia, na televisão são sempre os problemas. Geralmente o que vemos são as pessoas na Cracolândia, são as pessoas que usaram drogas e tiveram overdose, as que usaram drogas e pararam de estudar. Isso pode acontecer, claro que pode, mas eu posso lhe dizer que isso não acontece com a maioria das pessoas. Então, essa super valorização do medo das drogas só atrapalha. Por isso precisamos sair disso. Os pais teriam que ser mais tolerantes ou mais esclarece- 10 S H OW R O O M dores sobre o uso de drogas? Se a gente for pensar em uma droga, a droga que tem que ser cuidada é o álcool. Porque é a droga mais usada. Só que não adianta você proibir. A questão, é como você falou anteriormente, é educar sobre o assunto. Até é possível fazer uso do álcool sem que você aumente consideravelmente o risco. O problema é que como não se explica nada, o jovem vai aprendendo por ele mesmo, e aí parte para o exagero. Ele passa a estar mais vulnerável à violência, a acidentes... Sabe o que é engraçado? Os pais ficam tão preocupados com a questão do crack, que é consumido por 0,8% da população que esquecem do álcool, droga que é usada por 80% da população. É uma coisa absurda! Que conduta os pais devem adotar? É necessário que os pais se informem melhor sobre o assunto, que consultem publicações de caráter científico. Os pais precisam sair da informação superficial, sensacionalista. Porque, veja, o adolescente vive num mundo onde o tráfico, a dependência e a violência não acontecem. Na escola ele não vê o trá- fico de drogas, não vê ninguém dependente, doente, se arrastando por causa de drogas como as imagens mostradas na TV, então o discurso que os pais fazem em casa não bate. Percebe? No quesito drogas, a realidade dos pais é diferente da realidade dos filhos. Os pais devem dar uma desencanada, é isso? É importante ter preocupação, porque qualquer relação com drogas tem um risco. Pode ser o álcool, pode ser o tabaco - que são as drogas lícitas - e podem ser as drogas ilícitas. Qualquer tipo de uso, qualquer tipo de contato tem risco, mas os pais têm que conseguir estabelecer um canal de diálogo e isso é muito difícil porque dialogo não é ditadura. É preciso estar disposto a ouvir. O que eu estou tentando mostrar em um primeiro momento é que os pais devem sair de um certo aprisionamento, no sentido de ficarem morren- do de medo das coisas e tentarem se aproximar do filho e tentarem ver tudo isso sobre uma outra ótica. Conversando, ensinando, falando a verdade... A grande questão é a seguinte: neste mundo moderno, as coisas são muito rápidas e a gente tem que conseguir ganhar tempo o tempo todo, então, o trabalho de prevenção às drogas não tem que acontecer só na adolescência, ele tem que começar lá na infância. Desde que a criança é pequenininha, os pais já tem que estabelecer esse diálogo, esse costume de conversar sobre os assuntos mais difíceis. E quando a criança for crescendo, naturalmente terá essa abertura para falar sobre sexualidade, para falar sobre drogas, sempre dentro de um certo limite. Você não consegue falar sobre tudo de sexo com seu filho, nem é pra falar também. Nem consegue falar tudo sobre drogas. Você vai ser pai e mãe. É interessante constatar que pais tão preparados, que tiveram uma educação liberal, sejam tão fechados e caretas com os filhos, incapazes de conversar com eles, de lhes dizer claramente as coisas mais simples, tipo: não misture bebidas, não passe do limite para não dar vexame, não vomitar na pista...(risos). Essa geração de pais de agora são os filhos daqueles pais bem liberais que pegaram o pós-contracultura, a década de 60, então, eles viveram como filhos uma liberdade que até então não existia e tentam ser mais enérgicos. Eu acho assim, os pais não têm que ser nem totalmente liberais, nem totalmente repressores, têm que achar o meio termo com cada filho, porque cada filho tem a sua necessidade. As pessoas não são iguais. Se você disser: eu sou o mesmo pai para meus três filhos, geralmente você está cometendo um erro com um deles. Porque cada filho necessita de um certo cuidado. Eu como pai tenho que estar atento ao que cada um dos meus filhos necessita. Então, por exemplo, o filho mais velho precisa de mais regra, o filho do meio precisa de um pai mais tranquilo e o último de um pai ultra liberal. O pai, sendo um adulto, tem que ter uma certa flexibilidade, só que, no nosso mundo, como as coisas são muito rápidas, geralmente os pais não têm muito tempo, não têm tempo nem para pensar nos filhos... É a prevenção do possível... Exato. Tem a ver com fazer um trabalho dentro de uma perspectiva, de uma realidade. Tem a ver com a escola e tem a ver com o Estado. A gente poderia até pensar assim: se não existissem as drogas a gente poderia ter resolvidos todos os problemas. Talvez sim, talvez não. Mas o ponto é que não existe esse mundo e nunca vai existir. Simplesmente porque desde que o mundo é mundo sempre existiram as drogas. Porque é o próprio ser humano que busca atividades que alterem a consciência. Independentemente das drogas, o ser humano necessita em algum momento alterar sua consciência, seja jogando bola, seja assistindo a um filme, seja assistindo novela, sabe, vendo televisão, teatro. As drogas entram nessa possibilidade de alterar a consciência. Por isso é impossível pensar em um mundo onde não existam drogas. O que a gente tem que fazer, então, é trabalhar a prevenção do possível, que é justamente isso, é você pensar em ações - por exemplo, na escola – que reduzam os riscos. Não vamos acabar com os riscos, mas vamos reduzir de maneira bastante considerável. Não tem outro jeito, os pais têm que educar os filhos para que eles vivam no mundo real. E qual é a parte dos adolescentes? O que eles precisam fazer para resguardar-se desse risco? Os pais têm que ter informação de qualidade para ensinar essa perspectiva aos filhos e os adolescentes têm que ter consciência de saber até aonde vão; até onde vale a pena uma experiência; “que vida é essa minha que eu quero colocar em risco?” Eu acho que é por aí que eu coloco em prática a prevenção do possível. É ensinar de uma maneira sistemática a criança, o jovem, a pensar sobre o que vale a pena na vida. Que ele seja crítico em relação à sua própria vida. O único problema disso é que pensar dói. É por isso que geralmente as pessoas não pensam. A questão não é proibir de beber refrigerante, mas é fazer pensar e fazer decidir o quanto você precisa beber de refrigerante. Será que você precisa beber refrigerante todo dia? É claro que falar sobre drogas com os pais incomoda. Eles querem que os filhos não usem drogas, eu entendo isso, é claro, entendo o risco, mas eu volto a enfocar a questão da prevenção do possível. Esse risco é a afinidade química que cada indivíduo pode estabelecer com determinado tipo de droga? É mais ou menos isso? Sim. Cada pessoa tem um tipo de vulnerabilidade. Tem gente que vai beber e vai controlar bem a bebida, tem gente que começa a beber e não tem esse controle. Então, a pessoa tem 11 S H OW R O O M GENTE que ser crítica em relação a isso, ela tem que perceber que se ela decidir usar alguma droga, precisa estar consciente de como vai reagir à droga e do quanto será capaz de controlá-la. Quando o ser humano sente necessidade de drogar-se pela primeira vez? O que o leva a fazer isso? São só as “companhias”? Uma criança que vai brincar no gira-gira, por exemplo, e fica tonta sabe que aquela atividade lhe dá um tipo de prazer, um prazer que, na verdade, nada mais é que um modo de alterar a consciência. Ela não tem uma compreensão total disso, o que ela entende é que quando ela faz esse tipo de coisa ela sente uma diferença, e isso, de alguma forma, a reforça a fazer mais. Então, veja, é o próprio ser humano que vai descobrindo coisas que dão prazer. E a adolescência nada mais é do que ganhar liberdade. Aquela pessoa que antes era o tempo todo vigiada por um adulto, passa, na adolescência a ter o primeiro momento 12 S H OW R O O M em que está por ela mesma. Quando a criança vai a uma festa, os pais vão junto, quando o adolescente vai a uma festa, só há adolescentes. Então ele experimenta a liberdade. “Eu tenho liberdade, o que eu faço comigo?” A importância da prevenção do possível é exatamente esta. O quanto é importante trabalhá-la desde a infância, para ir ensinando a criança a cuidar de si mesma. Vendo os riscos que ela corre, o que vale a pena, qual a experiência que ela procura, o que de fato ela precisa. Ela tem que ter uma clareza de que o mundo oferece um monte de coisas, o mundo vai solicitar dela um monte de comportamentos, só que ela tem que ter capacidade de discernir o que é bom para ela, e isso é muito difícil... É muito difícil em todas as etapas da vida... Mas é esse o nosso desafio. O desafio da vida é que a vida é uma questão: a gente nunca vai resolver a vida”. “Resolvi a minha vida. Não tenho mais problemas. Não existe isso. Todo mundo acorda de ma-nhã e tem que cuidar da vida. mundo exige demais da gente, quando o mundo extrapola exigência, do outro lado vai acontecer a mesma coisa. Quando a gente exige demais do filho, que ele estude pra caramba, que ele dê conta de um monte de coisas – que é a hora do trabalho dele - , na hora da diversão ele também vai extrapolar. Por que existem as raves que duram dois, três dias? Quando a pessoa está trabalhando muito, ela tem que se divertir muito. Mas nenhuma das duas coisas tem um equilíbrio. Esse é o nosso mundo. E isso é uma coisa que todo mundo tem que pensar. O seu consultório tem mais adolescentes ou tem mais pais? Trabalho tanto com adolescentes quanto com pais, mas nunca atendo os dois. Quando atendo o adolescente, indico os pais para um colega e vice-versa. E na sua visão quem está mais louquinho o adolescente ou os pais? (risos) Os dois. Todos estamos sofrendo as consequências de um mundo que está exigindo muita coisa e que não dá tempo da gente pensar. A gente fica meio que perdido no meio dessa tecnologia abQue cansaço, não doutor? surda, no meio dessa velocidade, (risos) e vai aceitando e vai entendo que É, não é fácil não... o mundo é assim, mas o mundo não é assim, ele está assim. Ele O mundo também exige muito está assim porque a gente aceidos jovens. Tem o vestibular ta. A gente tem que rever esse que é uma maratona de super processo de mundo. A gente provas...Depois eles têm que trabalha 14 horas por dia. Pra falar no mínimo dois idiomas que? Para responder a esse estrangeiros, serem seguros, mundo, que é um mundo de consimpáticos e lindos.... sumo. Olha que interessante: nós Como a gente se comporta somos consumidores de roupas, tem muito a ver como a gente de carros, de lazer e de drogas. se insere no mundo. Quando o Faz sentido, não é? TechMania Distrações fatais por FERNANDO Calmon As estatísticas no Brasil, pouco confiáveis, não chegam a captar corretamente esse problema. Mas, no exterior, em especial nos EUA, os estudos se aprofundam. A Administração Nacional de Segurança de Tráfego em Rodovias (NHTSA, em inglês) informou que mais de 900 mil colisões envolvendo distração dos motoristas foram reportadas pelos policiais em 2011. Destas, 26 mil ocorreram em razão de ajuste em dispositivos portáteis ou controles nos veículos. Distrações têm várias origens e causas: cansaço, sonolência, conversas com ocupantes, estresse, doenças, idade, entre outras. Mais recentemente, o uso de equipamentos instalados a bordo ou embarcados, como celulares, tablets, tocadores de áudio e vídeo, navegadores, telefones inteligentes e sua frenética troca de textos, passou a ser fonte de preocupações. No passado, motoristas se limitavam a mudar estação de rádio ou faixa musical, ajustar a temperatura do ar-condicionado, ligar faróis ou limpadores. Agora, a corrida tecnológica envolve fabricantes de automóveis e compradores, principalmente os jovens, e exige conectividade total. Aperfeiçoar a interface homem-máquina pode ser uma saída para gerenciar esses riscos ao unir segurança e conveniência. A tendência é programar os dispositivos para serem utilizados em condições favoráveis, como baixas velocidades no trânsito e paradas em semáforos ou congestionamentos. Condições meteorológicas, visibilidade (à noite, em particular) e até traçado do percurso levariam a restrições voluntárias, adotadas pelos próprios fabricantes. Pesquisas apontam, ainda, outras soluções, além das tradicionais teclas no volante: ativação direta por voz em vários idiomas, botões que indiquem sensação tátil para não deixar o motorista em dúvida e tela de toque com sensibilidade adequada e fácil entendimento. A empresa Seeing Machines propõe uma tecnologia de reconhecimento do rosto ou de movimentos dos olhos. Essa câmera avisa ao motorista quando ele não está suficientemente atento ao dirigir e pode ativar alarmes luminosos e sonoros ou restringir a conectividade. O tempo para dar uma espiada no painel ou no sistema de áudio não deve passar de dois segundos. Mudar o tipo e o tamanho da fonte das letras exibidas permite ganho de 11% na leitura. Essa pequena diferença, em velocidade típica de rodovias, reduz em cerca de 20 metros a distância percorrida em que o motorista deixou de fixar o olhar no caminho à frente. Os produtores de celulares ajudariam Mais de 5 mil pessoas morreram por falta de atenção, cerca de 15% das fatalidades totais. se mudassem a tipologia de mensagens e comandos, pois alguns modelos de carros de maior preço permitem replicá-los na tela multimídia do veículo. Outra forma, mais difundida, é aperfeiçoar sistemas de conversão de texto para voz e vice-versa. Para os viciados em troca de mensagens e torpedos seria uma ajuda e tanto por diminuir possibilidades de distração. Embora o NHTSA não tenha chegado ao ponto de se preocupar com a tipologia nas telas, dá boas-vindas a qualquer inovação que permita reduzir o intervalo de tempo em que os motoristas tiram os olhos da estrada. Fernando Calmon é jornalista, engenheiro, e consultor em assuntos técnicos e de mercado [email protected] 13 S H OW R O O M Aonde eu vou com o meu VW Fã da linha Fox, Celso Lehnen, publicitário, hoje abastece suas aventuras a bordo da Spacefox que comprou, assim como seus outros carros, na VW UNIDOS, de Porto Alegre (RS). “E um ótimo carro, câmbio fácil, versátil, com o tamanho exato para as minhas viagens e para o uso diário”, justifica ele, que é adepto de caminhadas, corridas e escaladas. Enfrentou o Everest até boa altura e pretende repetir a empreitada. Como bom publicitário, não se furta a um slogan e a um trocadilho: “quando estou dirigindo, o sentimento que tenho é este: eu e meu VW, UNIDOS”. Uau! Quituteira de mão cheia, Miúra Maria Gonçalves dos Reis, 62 anos super bem-dispostos, proprietária da Fazenda Santa Maria em Sawanopolis, município de Santa Maria das Barreiras, no Pará, produz queijo, requeijão e doces, entre muitas outras delícias típicas da região norte, que ela semanalmente leva à Redenção a bordo do seu valente Gol G IV comprado na VW NB AUTOMÓVEIS (Redenção, PA), de quem é cliente há mais de 20 anos, para comercializá-los na feira da cidade. Na volta para a fazenda, Miúra vai com o espaçoso porta-malas vazio, mas o bolso e o coração cheios de satisfação. 14 S H OW R O O M Para percorrer sua propriedade, o produtor Dirso Antonio Veronese não teve dúvidas; precisava de uma Amarok. Ficou encantado com o modelo logo que saiu e comprou uma de câmbio mecânico na VW PIRÂMIDE, de Pato Branco (PR), de quem é cliente desde a inauguração. E para circular pela cidade, o cartorário Dirso Antonio Veronese também escolheu a Amarok. Por isso voltou à VW Pirâmide e comprou uma Amarok Automática, assim que saiu. “A Amarok é perfeita, diz. Para o passeio e para o campo.” O empresário Pedro Tomooka, de Vargem Grande Paulista, cliente de primeira hora da VW DISCOVEL, de Cotia (SP), não vê a hora de testar seu Jetta Variant na estrada. Ele e a mulher Roselisa querem visitar uma das duas filhas que mora no Rio de Janeiro. A programação será diversificada, porque além das livrarias previstas – hobby do Sr. Pedro – os netos de lá, de 3 e 6 anos, serão muito paparicados. “Mas o Jetta tem muito espaço e é robusto para tudo isso”, garante, com verdadeiro conhecimento de causa, já que a outra filha, que como ele mora em Vargem Grande Paulista, também tem dois meninos, de 2 e 4 anos de idade, ambos ligadíssimos no avô. E no carro do avô. 15 S H OW R O O M D esig n Tem que ter elegância “É um projeto inovador, fantástico.” Os adjetivos foram usados por Paolo Pininfarina para, com entusiasmo, defender o sistema de car-sharing Autolib e os BlueCars, os carros compactos desenhados pelo Studio Pininfarina utilizados na iniciativa que está funcionando por ROSÂNGELA LOTFI em Paris e em 45 cidades dos arredores parisiense desde dezembro de 2011. Com igual entusiasmo, Paolo O Autolib coloca o automóvel Pininfarina falou do design em uma nova era, seja porque é a como valor competitivo de primeira iniciativa de compartilhamento de 16 S H OW R O O M diferenciação mercadológica e do TODesign in the World Program, programa de internacionalização da Câmara de Comércio de Turim e Centro Externo de Internacionalização do Piemonte, que pretende trazer a excelência do design “Made in Italy” para o Brasil. “Mobilidade sustentável é e sempre foi um pilar da atuação do Studio Pininfarina que trabalhará cada vez mais nessa vertente.” carro em uma grande metrópole do planeta, seja porque os BlueCars são equipados com motores elétricos de baterias de lítio-metalpolímero (LMP), diferente dos elétricos e híbridos comuns mundo afora que utilizam baterias de íon de lítio, similares às que equipam telefones celulares ou computadores portáteis. A diferença entre ambas é que as LMP não utilizam líquido ou pasta eletrolítica, e por serem secas não necessitam de manutenção, correm menos riscos de superaquecer, são mais baratas e têm maior vida útil. Estima-se que podem durar 10 anos, contra uma média de três anos da bateria comum, além de permitir que o BlueCar rode 249 quilômetros com uma carga de 4 horas. Iniciativa do prefeito de Paris, Bertrand Delanoe, que objetivava duplicar o sucesso do Vélib, serviço de compartilhamento de bicicletas lançado em 2007 e copiado por várias cidades da França e do resto do mundo. Várias montadoras participaram da concorrência, mas quem venceu foi Vincent Bolloré, que não tinha tradição na fabricação de carros, mas é o décimo-segundo francês mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 1,7 bilhão de dólares. Além de fazer o que acredita ser um bom negócio, o empresário que produz na França e no Canadá as baterias de lítio-metalpolímero, quer provar ao mundo que elas são a melhor solução para automóveis elétricos. Para isso, o Grupo Bolloré e a Pininfarina estabeleceram a joint venture Véhicules Électriques Pininfarina-Bolloré. Paolo Pininfarina Laboratório de mobilidade sustentável O Studio reconhecido por Ferraris, Maserattis e outros sonhos de consumo sobre rodas, começou a desenvolver o BlueCar em 2007. O carro, em formato de bolha, tem quatro lugares e um pequeno porta-malas. As primeiras unidades não eram pintadas, eram cinza, a cor do metal para economizar recursos. A Autolib começou com 300 carros, até meados de 2012 a meta era chegar 1.700 carros e alcançar a marca dos 3 mil veículos em 2013. A joint-venture prevê a produção de 4 mil carros elétricos destinados a Autolib e a capacidade de produzir 5 carros/dia. Mas se depender do sucesso pode ser bem mais: há 8 mil interessados em têlos na garagem e três metrópoles interessadas em replicar o programa: Tel Aviv, Londres e Rio de Janeiro. Paolo Pininfarina disse na apresentação do intercâmbio entre a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), a Câmara de Comércio de Turim e o Centro Externo de Internacionalização do Piemonte, que Paris é hoje o maior laboratório do mundo em carros elétricos e mobilidade sustentável. “Não foi fácil, encontramos resistência do status quo vigente, foi uma empreitada astronômica, mas na próxima cidade será mais fácil.” Paolo, o terceiro da família no comando do estúdio, admite que o BlueCar não desenvolve muita velocidade e não tem muito conteúdo; há problemas 17 S H OW R O O M D esig n Pininfarina Cambiano, eleito o carro-conceito mais bonito no Salão de Genebra deste ano. de manutenção – por ser um carro compartilhado – e problemas de software. “Não é um carro, é uma ideia de mobilidade. Bolloré é um visionário e não importa quanto tempo vai levar, cinco ou dez anos; teremos projetos de mobilidade elétrica e compartilhada em várias cidades do mundo.” O Studio Pininfarina também desenhou as estações de recarga, mais de mil até o final de 2012. A parceira já rendeu outros frutos: um ônibus de 22 lugares equipado com baterias LMP. Da Itália para o mundo 18 S H OW R O O M A fronteira do design não tem limite, explicou Paolo, se referindo a missão que quer trazer o design italiano para o Brasil. “Somos uma marca e queremos aumentar nosso valor em várias áreas, de veículos a utensílios de cozinha, passando pelo interior dos ambientes e pela arquitetura, seja de uma igreja ou do estádio do Juventus”, (time de Paolo Pininfarina). A partir dos anos 1990, o grupo Pininfarina se internacionalizou e diversificou, assina projetos de arquitetura, design de interiores (hotel The Keating, nos Estados Unidos), meios de transporte (ônibus em Madri e trem na Holanda), além de produtos, mobiliário, entre outros setores. O mais recente sonho de consumo sobre rodas do Studio é o carroconceito Pininfarina Cambiano, eleito o carroconceito mais bonito no Salão de Genebra deste ano. O protótipo quer ampliar os negócios com as montadoras chinesas nas áreas de engenharia, estilo e mobilidade sustentável. Presente na China há 10 anos, com o Pininfarina Engenharia Automotiva (Shanghai), o Studio mantém parcerias com BAIC, Brilliance, Chery, FAW e JAC. O Cambiano é um sedan de luxo elétrico plug-in que combina design puro atemporal – futurista e contemporâneo – no melhor estilo italiano com tecnologia de alto nível. Antes ainda, o Studio colaborou com todas as marcas de automóveis mundiais, com as japonesas, como Honda e Mitsubishi, com a qual desenvolveu o conceito SUV (Sport Utility Vehicle). Com a francesa Peugeot, a colaboração se estendeu por meio século, já que a Pininfarina foi associada ao desenho dos modelos 403 e 404, dos sedans 404 e 504, e dos conversíveis 205 e 306. O Grupo até chegou a comprar uma planta industrial na França. A crise econômica fez o Grupo abandonar a atividade de produção de veículos para montadoras em outubro, mantendo as atividades de design, engenharia, pesquisa e desenvolvimento, principalmente no setor de veículos elétricos. Sem falar na parceria de 60 anos com a Ferrari que criou os lendários Ferrari Testarossa e os modelos Daytona, Dino e 308 GTB. No Brasil já há uma parceria com a empresa naútica Schaefer desde 2010 que criou os iates o Phantom 620 e Phantom 800. abrir uma filial no Brasil”, afirmou Paolo, ao responder a pergunta se haveria a possibilidade de um veículo by Pininfarina ser produzido no Brasil. “Veículos de massa requerem presença local, desenvolvimento de atividades de engenharia perto dos fabricantes, em alguns casos, com eles. Esta é a forma de melhor atender as necessidades de um determinado mercado. Além disso, os veículos que vi nas ruas e avenidas não funcionariam em outros lugares, são modelos específicos para o mercado daqui e o design tem que ser feito aqui.” Ao dizer foco, o presidente do Studio se refere à decisão do Studio de só trabalhar veículos de luxo. A realidade globalizada do Studio Pininfarina não é comum às outras empresas da cidade de Turim (capital de Piemonte – norte da Itália). Segundo Patrizia Ludi, a gerente da TO-Design in the World Program e da agência que promove as empresas no exterior, a maioria é de pequenas e médias empresas, com menos de 50 funcionários. “Não estamos promovendo produtos, mas criatividade. Queremos exportar a capacidade de Turim no segmento de luxo, crescente no Brasil; a cultura, a gastronomia, as bebidas, a moda, todas as formas de entrar em contato com a história do lugar.” Para o competitivo mercado brasileiro, investir no design de produtos é um instrumento que rapidamente traz diferenciação. Isto porque, mundo afora as empresas sofrem com o que os especialistas chamam de isomorfismo mimético, ou seja, o de ficar parecido em tudo: na marca, no produto, na tecnologia e no serviço. “O design tem que ser inovador e antecipar tendências. O bom design não é suficiente, tem que ter elegância.” “Temos interesse no mercado brasileiro. Exploramos novos mercados, somos globais, poderíamos ser mais, mas há limitações de recursos, temos que ter foco e não vamos 19 CAPA Salão de São Paulo Volkswagen mostra 13 modelos inéditos e a estreia mundial do TAIGUN por Silvia Bella No estande da Volkswagen, que concentrou todos os olhares da mostra, graças ao lançamento mundial do Taigun, SUV ainda conceito, mas que será fabricado em vários países, inclusive aqui, outro executivo da marca era disputado pelos jornalistas especializados: Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, que 22 S H OW R O O M anunciou mais R$ 750 milhões para as fábricas de carros de Taubaté e de motores de São Carlos. O desaquecimento dos mercados europeu e norteamericano associado ao anúncio do Novo Regime Automotivo brasileiro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o INOVAR- AUTO) que estará em vigor até 31 de dezembro de 2017, e que favorece a produção local de veículos, acendeu o desejo das montadoras de ter pelo menos uma unidade fabril aqui. É o caso das tradicionais e sofisticadas Audi, BMW e Mercedes que já tiveram linhas de produção no País e anunciaram sua intenção de retornar. Além destas marcas luxuosas, as que atuam em todos os segmentos, como as japonesas Toyota, Honda e Nissan, também pretendem ampliar instalações ou aumentar o número de suas unidades fabris. A Honda, que quer brigar no nicho dos compactos, precisa de uma nova fábrica daqui a dois anos e a Nissan, que pretende fabricar o March, hoje importado do México, em território brasileiro, também tem que por “Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica.” Assim o presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, presente à abertura para a imprensa e autoridades na 27ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo (21/10 a 4/11) se referiu ao País, hoje o quarto maior mercado mundial e caminhado rapidamente para ocupar o terceiro lugar. em funcionamento sua unidade em Resende (RJ) em 2014. O Salão de São Paulo trouxe, além de carros, estas novidades, mas foram os superesportivos, os protótipos elétricos e os carrosconceitos que atraíram a atenção da multidão de mais de 800 mil admiradores que mesmo sofrendo o calor incomum da última semana de outubro, lotaram as dependências do Pavilhão de Exposições do Anhembi. Foram 13 os modelos inéditos apresentados pela Volkswagen no Salão Internacional de São Paulo e por isso seu estande – o maior da mostra, com 5.050 m² -, roubou a cena e ganhou os melhores comentários. Os olhos do público foram atraídos imediatamente para o robusto Taigun, lançamento mundial da marca no Brasil. Com uma aparência sofisticada e de elevada qualidade, o Taigun tem 3,85 metros de comprimento, 1,72 metro de largura e 1,57 metro de altura. A distância entre-eixos é de 2,47 metros, relativamente longa em relação ao comprimento exterior. O motor 1,0l turbo com sistema de injeção direta do conceito também é uma estreia mundial. O novo propulsor, que desenvolve 81 kW / 110 cv de potência (a 5.000 rpm), amplia a gama de motores a gasolina de três cilindros com base na família EA211 e abre um novo capítulo na estratégia de downsizing da Volkswagen. O protótipo de quatro lugares (peso: 985 kg) acelera de 0 a 100 km/h em apenas 9,2 segundos e tem velocidade máxima de 186 km/h. A transmissão é manual de seis marchas. Observado de perfil, saltam à vista os para-lamas salientes, cuja forma atlética se integra 23 S H OW R O O M CAPA de forma harmoniosa às laterais e que se estendem até as portas. As seções dianteira e traseira do carro-conceito estão ligadas visualmente pela vincada linha abaixo dos vidros laterais, que se funde com a coluna C. A forma exclusiva da coluna C é típica de um Volkswagen. Aí, os designers integraram os puxadores das portas traseiras, totalmente nivelados com a carroceria, de forma aerodinamicamente ideal. Toda a silhueta emana robustez e segurança. Na parte inferior da carroceria, repara-se logo na moldura inferior robusta, que inclui as saias laterais, as caixas de rodas e as partes inferiores dos para-choques. Agradáveis à vista e convenientes para um melhor aproveitamento do espaço são os balanços curtos: 708 mm na frente e 681 mm atrás. Por último, mas não 24 S H OW R O O M menos importante: o visual da silhueta é complementado pelas práticas barras de teto com luzes de LED integradas. Na seção dianteira, os designers do Taigun criaram propositalmente semelhanças com os utilitários esportivos Tiguan e Touareg da Volkswagen. Da mesma forma, o carroconceito apresenta linhas dominadas por um design com elementos horizontais. O para-choque integra uma proteção inferior em metal. Como de qualquer outro ângulo, o protótipo - com as suas proporções equilibradas – mostra-se robusto e confiante também na dianteira, sublinhando a enorme largura da bitola de 1.473 mm (igual na frente e atrás) em relação à largura total do veículo (1.728 mm sem retrovisores). A traseira do Taigun também se aproxima, do ponto de vista estilístico, dos irmãos maiores Tiguan e Touareg. As lanternas traseiras são ligadas visualmente por uma aresta por baixo do emblema da Volkswagen; abaixo dessa linha fica a placa do veículo. De forma geral, as linhas horizontais também marcam o design da traseira. Assim como na dianteira, o carro-conceito possui proteção inferior atrás. A tampa traseira do bagageiro é bipartida, de forma visualmente escondida. A parte superior (2/3), até a linha inferior das lanternas, abre para cima. A parte inferior, que vai até a proteção inferior (1/3), abre para baixo. É possível abrir também a parte de cima, com o vidro traseiro separado da tampa. Assim como na parte externa, os designers desenvolveram no interior um visual que, com a sua clareza, reflete o espírito do tempo do nosso mundo urbano. Quem está habituado a utilizar os smartphones ou tablets atuais também irá gostar do design interno, do contato com as superfícies e da disposição dos elementos no Taigun. O SUV é um bom exemplo de aproveitamento ideal do espaço, com porta-malas de 280 litros. Rebatendo o banco traseiro, a capacidade aumenta para 987 litros. A elevada posição do assento é típica dos SUV e reflete os desejos de muitos clientes de conduzir um veículo que permite um maior conforto ao entrar e sair, assim como uma melhor visibilidade em torno do veículo. Este VW CC está com a dianteira e traseira completamente redesenhadas, adaptando o modelo ao DNA de design da Volkswagen. Como No outro extremo, o luxo do cupê de quatro lugares com motor V6 de 300 cv já poderá estar no mercado brasileiro no fim do ano. É o VW CC, cuja primeira versão estreou mundialmente há quatro anos, tornando-se conhecida imediatamente. O estilo criado pela Volkswagen também causou excelente impressão: só em 2009 - seu primeiro ano completo no mercado - o Passat CC ganhou o ‘iF Product Design Award’ (Fórum Industrial de Hannover), o ‘red dot Design Award’ (Centro de Design de Nordrhein Westphalia, Essen) e o ‘Design Award’ australiano (Australian International Design Awards, Sydney). resultado, o carro ganhou uma aparência geral ainda mais sofisticada e dinâmica com oito cores disponíveis: Branco Cristal, Cinza Urano (sólidas),Marron Oak, Cinza Iron, Marrom Light, Azul Night e Prata Sargas (metálicas) e Preto Mystic (perolizada). Sobressaem na parte da frente do carro o design da nova grade cromada do radiador com três barbatanas transversais, os faróis bi-xenônio de série redesenhados com luzes de curva estáticas e o capô, também redesenhado. O Volkswagen CC traz luzes de curva dinâmicas, onde 15 LEDs montados em cada um dos alojamentos dos faróis funcionam como luzes de circulação diurnas. Comparada à do modelo anterior, toda a área que compreende o novo para-choque dianteiro, faróis e grade do radiador exibem linhas mais limpas, totalmente de acordo com o DNA de design da Volkswagen. Este DNA é marcado por características como a ênfase nas linhas horizontais e a concisa harmonia dos faróis e da grade do radiador. Esta não é mais desenhada como um “V” isolado emoldurado por elementos na cor da carroceria. Agora, a grade do radiador se une aos faróis para formar uma faixa visualmente contínua e carismática. Como no sedan de luxo Phaeton, o novo Volkswagen CC também tem uma entrada de ar adicional sob o parachoque dianteiro com a cor da carroceria. Aletas se integram às laterais desta tomada de ar, assim como os faróis de neblina. Apesar de seu design independente, a dianteira deixa claro que o Volkswagen CC pertence a uma marca global. Observando a grade do radiador: com suas três barbatanas cromadas ela possui uma semelhança estilística com o Phaeton (produzido na ‘Gläserne Manufaktur’ – a Fábrica Transparente – em Dresden, na Alemanha). Como o modelo anterior, o CC também é produzido na fábrica da Volkswagen em Emden, no norte da Alemanha. Esta fábrica de última geração dá acesso a um porto a partir do qual o cupê de quatro portas é embarcado para todas as regiões do mundo. Apesar das portas sem molduras do CC não terem sido modificadas, o perfil do carro tem nova aparência. Muitos pontos foram trabalhados: na dianteira, o desenho mais reforçado do capô – em contraponto ao novo design do para-choque – torna mais afiado o perfil lateral do carro. Enquanto isso, as soleiras laterais esculpidas de forma mais nítida se destacam entre as rodas. Elas criam uma ligação visual entre os para-choques dianteiro e traseiro e afinam o contorno inferior da silhueta do carro. Na traseira, o para-choque agora tem mais volume e claridade de estilo. Isso cria uma dinâmica muito especial com o estilo das colunas C e a longa e esticada janela traseira. Como na frente, os designers também redesenharam totalmente o para-choque traseiro do carro. Isso envolveu modificações na faixa cromada e do logotipo da Volkswagen, que serve como maçaneta de abertura do porta-malas. Quando equipado com o “Rear Assist”, uma câmara de ré é incorporada ao logotipo do CC. Toda a seção traseira mostra 25 S H OW R O O M CAPA agora superfícies mais retas e uma grande ênfase nas linhas horizontais. Também combinam com essa imagem o novo estilo das lanternas traseiras. Na extremidade inferior, elas são alongadas horizontalmente. Em contraste com o modelo anterior, as novas lanternas traseiras têm elementos luminosos de LEDs. O visual diferenciado dessas lanternas torna o CC inconfundível quando visto de trás. A placa traseira e os indicadores de direção integrados aos espelhos das portas também são iluminados por LEDs. Também há muito espaço para os cotovelos: o CC tem 1.461 mm de largura na parte da frente da cabine e 1.497 mm atrás. A altura interna é consideravelmente maior do que a aparência externa possa sugerir: na frente é de 946 mm e, na traseira, 930 mm. vez este sistema pode também frear o carro preventivamente se uma colisão estiver prestes a ocorrer. As outras estrelas da Volkswagen foram o Novo Gol duas portas, o Fusca, o GT up!, o buggy up!, o E-Bugster, o Cross Park Assist, Coupé – já apresentado segunda geração na Showroom 308 -, a Comparado aos sistemas Amarok Canyon e o Jetta de primeira geração, Hybrid. que só realizavam o A versão mais esportiva estacionamento paralelo, do modelo mais vendido o mais novo assistente no mercado brasileiro, de estacionamento aliado a uma excelente também ajuda a parar relação custo-benefício, perpendicularmente, em o Novo Gol duas portas ângulo reto com a via de 1.0 tem preço sugerido Dimensões de R$ 26.690. Com motor O Volkswagen CC tem 4.798 rolamento. O sistema é 1.6, o modelo parte de ativado em velocidades mm de comprimento e 2.711 mm de distância entre até 40 km/h pela pressão R$ 30.590. E, com a transmissão I-Motion, o eixos e 1.855 mm de largura de um botão no console preço é de R$ 33.190. É (fora os espelhos). A altura central. O motorista um modelo imbatível. indica o lado da rua em do cupê de quatro portas é O Fusca, ícone da marca, que quer estacionar baixa como a de um carro retorna e dá continuidade acionando o pisca-pisca. esportivo: 1.417 mm. a uma das histórias de O interior do Volkswagen CC Assim que o Park Assist detecta espaço suficiente, maior sucesso no País, também foi redesenhado. utilizando sensores sendo este o Fusca mais Na frente, o carro sempre ultrassônicos, a manobra potente de todos os vem com assentos de estacionamento pode tempos, com motor 2.0 esportivos ergonômicos TSI com injeção direta de começar: o motorista projetados para longas gasolina, que desenvolve engata a ré e, a partir viagens. A distância entre 200 cv de potência, de então, só precisa o chamado ponto “H” acoplado à transmissão acelerar e frear. O carro (vértice das superfícies de seis marchas DSG assume a direção. O do assento e encosto) dos (Direct Shift Gearbox) de motorista é orientado bancos dianteiros e o dos dupla embreagem. por avisos acústicos e bancos traseiros é de 847 visuais no mostrador mm. O resultado é amplo multifuncional. O dinâmico GT espaço para as pernas Durante o up! mostrou como um dos passageiros de trás. estacionamento, o Park up! mais potente poderá Assist limita a velocidade ser. A princípio, seu a 7 km/h. Pela primeira motor poderá ter potência S H OW R O O M 26 da até 100 cv. O que, para um conceito de 900 kg, seria o suficiente para dar muito prazer ao volante Já o buggy up! é o conceito do bugue do Século 21, baseado no novo up! Este é feito de aços de alta tecnologia e baixo peso. As áreas sobre os parachoques e as laterais abertas são pintadas em “hot orange”, cor especialmente criada para este veículo. O nome desta cor faz lembrar os bugues dos anos 60. Os parachoques e soleiras laterais são em cinza metálico, fosco e rústico. O mesmo jogo de cores domina o interior. Apropriadamente para um veículo de praia, o interior é completamente à prova d’água. Drenos no assoalho e nas laterais evitam que o carro inunde. Até mesmo os assentos em formato de concha, forrados de neoprene, possuem drenos para que a água não se acumule no carro. Comparado ao up!, o buggy up! tem assentos rebaixados 58 mm. O resultado é a sensação de guiar um kart. O Novo Gol duas portas 1.0 tem preço sugerido de R$ 26.690. Com motor 1.6, o modelo parte de R$ 30.590. E, com a transmissão I-Motion, o preço é de R$ 33.190. É um modelo imbatível. O conceito E-Bugster foi projetado para mostrar que a esportividade de um protótipo totalmente elétrico também pode ser transferida para um Beetle. Com dois lugares, 85 kW de potência, esse protótipo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 10,8 segundos com emissão zero. O módulo elétrico central do E-Bugster tem um design inovador: pesa apenas 80 quilos. A energia para alimentar o motor elétrico é armazenada em uma bateria de íons de lítio, cujos módulos são alojados atrás dos bancos dianteiros. A capacidade da bateria, de 28,3 kWh, permite uma autonomia de pelo menos 180 quilômetros no trânsito urbano. Como o modelo tem uma função de carga rápida, a bateria pode ser “reabastecida” em 35 minutos em estações de recarga especialmente adaptadas. A versão conceitual da bem-sucedida picape média Amarok tem como referência os esportes radicais. Projetada para ser um modelo “freestyle”, a picape com apelo aventureiro conta com faróis auxiliares fixados no teto, santoantonio exclusivo, proteção da caçamba e estribo lateral rebatido eletricamente. Além disso, o protótipo traz várias exclusividades, a começar pelas cores da carroceria e das rodas. As caixas das rodas foram alargadas 35 mm em cada lado para criar espaço para os grandes pneus todoterreno 275/65 R18, montados em rodas tipo “Durban” pintadas na cor Adamantiun Dark, com alto brilho. Para garantir a máxima capacidade off-road, a Amarok Canyon utiliza o poderoso motor biturbo 2.0 TDI com 180 cv (132 kW), que oferece torque máximo de 40,81 kgfm (400 Nm) entre 1.500 e 2.250 rpm. O sistema 4MOTION de tração integral selecionável, juntamente com a caixa de redução e o travamento do diferencial no eixo traseiro, assegura a eficiência da transmissão de força para as rodas, mesmo nas mais duras condições. Movido por um motor a gasolina de alta tecnologia (1.4 TSI com 150 cv / 110 kW) e um motor elétrico sem emissões (20 kW), o GT Up: potência da até 100 cv. O que, para um conceito de 900 kg, seria o suficiente para dar muito prazer ao volante Jetta Hybrid oferece desempenho marcante, acelerando de 0 a 100 km/h em menos de 9 segundos. Ao mesmo tempo, atinge um índice de consumo impressionante, percorrendo 19 quilômetros com um litro de gasolina em circuito combinado cidade/ estrada. Isto significa que o sedan esportivo consome cerca de 20% menos combustível do que um carro com potência equivalente com propulsão tradicional. Uma bateria de íons de lítio fornece energia para movimentar o motor elétrico. 27 S H OW R O O M A PASSEIO A velha montanha continua atraindo muita gente A velha canção do Gil dizia “quem não dormiu em sleep bag nem sequer sonhou”. Dá para ir mais longe, quem não sonhou com uma viagem a Machu Picchu não foi jovem... por Carolina Gonçalves 32 S H OW R O O M Gerações deixaram-se encantar pelo destino favorito dos ditos “bichogrilos”. Mas a verdade é que os jovens dos anos 70 intuíram que o lugar era maravilhoso e colocaram a cidadela no mapa. Machu Picchu, que em quíchua significa “velha montanha”, é conhecida como a cidade perdida dos Incas. Está muito bem conservada no topo de uma montanha a 2 mil e 400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, desde o período pré-colombiano. Foi construída por Pachacuti, que em quíchua significa “o que muda a Terra”, entre 1438 e 1471. Ele foi o nono governante do Império Inca e o seu primeiro imperador. Ele teria vivido por 125 anos, tendo reinado durante 103 anos, uma vez que tomou o reino aos 22 anos. No final de sua vida de conquistador, dedicouse a construir os mais importantes monumentos da cultura Inca. Além de Machu Picchu, fez o Templo do Sol em Cuzco e a cidadela de Sacsayhuaman, perto da capital. A teoria mais aceita sobre a construção de Machu Picchu aponta sua uma cidade imponente tomada pela vegetação nativa e infestada por víboras. Nem ele mesmo acreditou em sua grande descoberta. Escreveu em seu diário: “Será que alguém vai acreditar no que encontrei?” Bronze, cobre e prata localização estratégica para o controle da economia das regiões conquistadas. Era também um centro de culto e observatório astronômico. E, principalmente, o refúgio perfeito para o Imperador Pachacuti e seu séquito mais próximo, em caso de ataque. Tanto que no muro que divide a zona agrícola da zona urbana há uma porta, com mecanismo de fechamento interno. Machu Picchu só foi descoberta em 1911. O arqueólogo americano Hiram Bingham foi quem primeiro reportou o achado, no livro Lost City of the Incas. Ele encontrou Machu Picchu durante sua busca por Vilcabamba, famosa por ter sido o baluarte da resistência aos invasores espanhóis entre 1536 e 1572. Ao entrar no cânion do Urubamba, um camponês contou ao explorador sobre as ruínas no alto do cerro de Machu Picchu. Depois de uma escalada íngreme, deparou-se com Nos anos seguintes diversos pesquisadores foram para lá, traçaram mapas, exploraram toda a área. Foram encontrados centenas de objetos de bronze, cobre, prata e pedra, entre outros materiais. A arte Inca está expressa em cerâmica e metal, em objetos como braceletes, brincos e prendedores decorados, além de facas e machados. Mesmo não havendo ouro, estava claro que Machu Picchu remonta aos tempos do esplendor Inca, também em evidência no estilo arquitetônico. Ao lado de Machu Picchu está Huayna Picchu, “montanha jovem” em quíchua, que paira sobre a cidadela e qualquer visitante pode escalar sua trilha pavimentada de pedra, muito íngreme. As duas montanhas são parte de uma grande formação orográfica conhecida como Batolito de Vilcabamba, na Cordilheira Central dos Andes Peruanos, no Departamento de Cuzco. Estão à margem esquerda do Cânion do Urubamba, que já foi chamado Quebrada de Picchu. Ao pé dos montes, rodeando-os, corre o rio Urubamba. As ruínas Incas ficam a meio caminho entre os picos das duas montanhas, a 450 metros acima do nível do vale e a 2.mil e 438 metros acima do nível do mar. A superfície edificada tem aproximadamente 530 metros de comprimento por 200 metros de largura e tem 172 edifícios em sua área urbana.O território das ruínas é chamado Santuário Histórico de Machu Picchu, no Sistema Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado. Além das ruínas, o Santuário protege espécies em extinção e outros vários estabelecimentos Incas. Cuzco, a cidade sagrada dos Incas Visitar Machu Picchu começa em Cuzco, a cidade sagrada dos Incas e a capital arqueológica das Américas. Aproveite e conheça a cidade antes de seguir viagem. Os espanhóis construíram sua capital colonial sobre a cidade Inca e as igrejas católicas sobre os templos mais reverenciados. O Peru tornou-se independente em 1820. Hoje, Cuzco tem população de mais de 300 mil habitantes, que misturam espanhol com quíchua. Gente de todo tipo vai para lá. A cidade oferece restaurantes e hotéis de todas as categorias, além de comércio agitado. Visite a praça principal que os Incas chamavam de Huacaypata. Faça compras no bairro dos artesãos de São Blas. E veja a fusão de duas culturas no Convento de Santo Domingo, construído em cima do Templo do Sol ou Koricancha. As muitas atrações arqueológicas rivalizam com a prática de esportes de aventura. Você ainda pode 33 S H OW R O O M A PASSEIO Zona Agrícola participar de celebrações religiosas como o Qoyllur Rití, a procissão de Corpus Christi e o espetáculo de Inti Rayme, que acontece na chegada do inverno e lembra um Mardi Gras... A vida noturna é agitada e a cena cultural respaldada por seu rico legado arqueológico. Mas não é fácil! A cidade está a mais de 3 mil e 300 metros acima do nível do mar, mais alto ainda que Machu Picchu. É preciso adaptar o organismo, tomando muita água e chá de coca. Come-se bem em Cuzco. Os chefs vão do tradicional ao moderníssimo, sempre explorando a batata e o milho. micro-ônibus, que leva 30 minutos até chegar à cidadela, pela rodovia Hiram Bingham. Esta estrada sobe a encosta do cerro Machu Picchu desde a estação ferroviária Puente Ruinas, localizada no fundo do cânion. Mas se a ideia é aventura, o visitante deve seguir pelo Caminho Inca, numa caminhada de quatro dias e entrar em Machu Picchu pela “porta do sol”. É a rota mais popular do Peru e um dos passeios mais legais das Américas. Ele é parte dos mais de 23 mil km de estradas construídas pelos Incas na América do Sul. A caminhada parte do km 88 da ferrovia CuzcoQuillabamba. O percurso atravessa diferentes Águas Calientes Os turistas interessados em altitudes e ecossistemas, Machu Picchu encontram em desde a planície andina Cuzco toda a infraestrutura. até as florestas entre Dali, seguem para o povoado nuvens. A trilha sobe revelando várias atrações, de Águas Calientes, que como os assentamentos cresceu muito, vivendo só Incas esculpidos na para o turismo, com hotéis pedra de Wiñay Wayna e e restaurantes de todo tipo, Phuyupatamarca. É um além dos banhos de água festival de orquídeas, aves e quente que deram o nome para a cidade. Um trem leva paisagens de sonho. Existem acampamentos de pernoite o visitante de Cuzco para com toda a infraestrutura Águas em 3 ou 4 horas. De para quem enfrenta os 43 Águas, o turista segue em km de caminhada. Todo ano, mais de 25 mil pessoas aventuram-se pelo caminho S H OW R O O M 34 Os terraços parecem grandes escadarias construídas no terreno íngreme, formados por muros de pedra com diferentes coberturas de materiais que facilitam a drenagem, como pedras grandes e pequenas, cascalho, argila e terra de cultivo. Chove muito na região, mas a água não forma poças. Outros terraços mais estreitos pavimentado de pedras na parte baixa de Machu para chegar ao fundo da Picchu, ao redor de toda floresta de Cuzco. a cidade, tinham a função Machu Picchu é de tirar o de muros de contenção. fôlego! Talvez, o símbolo Sobre os terraços, ao mais típico do Império Inca. leste, encontram-se cinco Ainda que somente 30% grandes construções da cidade seja construção que eram usadas para original. O restante foi armazenar a produção. reconstruído e é facilmente Já a oeste, há outros identificável, uma vez que dois grandes conjuntos na construção original as de terraços, alguns pedras são maiores e os semicirculares e outros encaixes mais bem feitos. retos. São duas grandes áreas destinadas a diferentes Zona Urbana usos. Terraços e áreas Um muro de mais ou menos de armazenamento de 400 metros de comprimento alimentos formam a divide as duas áreas. parte agrícola. Já na Paralelo ao muro corre um área urbana, está a zona fosso usado para drenar sagrada, com praças, a cidade. No alto do muro templos e mausoléus reais. está a porta de Machu O desenvolvimento da Picchu. Os arqueólogos sociedade Inca está modernos dividiram a presente no trabalho zona urbana em grupos excelente de construção. de edifícios, classificados A cidade impressiona pela por números de 1 a 18. Em disposição dos prédios 1961, o arqueólogo Chavez e o grande número de Ballón propôs dividir a zona terraços. Templos, casas urbana em dois setores: e cemitérios muito bem hanan e hurin, alto e distribuídos entre as baixo, seguindo a divisão montanhas, formando ruas tradicional da sociedade e oferecendo escadarias e da hierarquia andinas. para circulação. Segundo Hanan simboliza o superior, a história Inca, tudo como as montanhas, foi planejado para a o homem, o dia, céu, passagem do deus sol. sol e o presente. Hurin, Tudo foi esculpido com representado pelo litoral, um extraordinário grau de a mulher, a selva, terra, perfeição. água, noite e o passado, simboliza o inferior. Os setores dividem-se por uma praça comprida, construída sobre terraços de diferentes níveis, acompanhando o contorno da montanha. Cortando a praça, formando uma cruz, há uma larga escadaria, que atravessa as ruínas de leste a oeste, ladeada por um conjunto de fontes. Esta escada faz as vezes de rua principal. Na intersecção dos dois, estão a residência do Inca, o templo observatório e a primeira e mais importante das fontes de água. tenha abrigado múmias, inclusive a de Pachacuti, até pouco depois da chegada dos espanhóis. De frente para a primeira fonte, está a entrada da residência real, uma construção fina, bem distribuída. Conta com duas peças de grandes monólitos de pedra bem talhada. Em uma dessas peças se tem acesso a um quarto de serviço com canal de deságue. Também tem um curral para lhamas e um terraço privado com vista para o lado leste da cidade. A zona sagrada é formada por um pátio quadrado com várias construções em torno. Lugar destinado a diferentes rituais, Setor Hanan e tem dois dos mais as cerimônias interessantes edifícios de do solstício de Machu Picchu, formados verão por enormes rochas O Templo do Sol e a trabalhadas: Templo das residência real ficam no Três Janelas e Templo grupo 1. Para entrar no Principal, feito de blocos Templo do Sol passa-se mais regulares, onde por uma porta dupla, acredita-se que fosse o que originalmente devia recinto cerimonial mais permanecer fechada, já importante da cidade. que são visíveis restos Já o das três janelas de um mecanismo de tem muros que parecem segurança. A edificação quebra cabeças com principal é conhecida seus grandes blocos como Torreón, está poligonais. Ao lado, está sobre uma grande pedra a casa do sacerdote, ou e tem blocos finamente câmara dos ornamentos. lavrados. Era usada em Aparentemente, o projeto cerimônias do solstício original do conjunto de verão. Uma das teria mais elementos, janelas mostra sinais de que não chegaram a ser ornamentos que foram construídos. arrancados em algum Com suas laterais momento, destruindo convertidas em terraços, parte da estrutura. Há a colina de Intihuatana também sinais de um toma a forma de uma grande incêndio no local. pirâmide. Uma de suas Sob a rocha que sustenta duas escadas é muito o Torreón existe uma interessante por ter um pequena cova forrada trecho talhado em uma só de argamassa fina. pedra. A pedra Intihuana Acredita-se que fosse está no topo. Seu nome um mausoléu e que significa ‘onde se amarra o sol”. Esta pedra é um dos objetos mais estudados de Machu Picchu, por estar relacionado com vários lugares considerados sagrados. Setor Urin Sobre um grande pedestal, está a rocha sagrada que é uma pedra de face plana. Ponto de partida do caminho de Huayana Picchu, marca o extremo norte da cidade. Três kanchas dispostas simetricamente e com comunicação entre elas formam o grupo das três portas, que são idênticas e estão voltadas para a zona central de Machu Picchu. Kancha é uma unidade de composição arquitetônica muito comum na cultura Inca, que reúne três ou mais estruturas retangulares, dispostas ao redor de um pátio central. Serviram de base para residências, mas também para palácios e templos. Poderiam juntar várias kanchas para formar grandes assentamentos, como acontece em Cuzco. Grandes engenheiros, avançados astrônomos Se a arquitetura Inca impressiona, a engenharia hidráulica é ainda mais interessante. Machu Picchu foi construída no alto de um istmo entre duas montanhas e entre duas falhas geológicas, numa região submetida a constantes terremotos e chuvas o ano todo. Evitar que o complexo desmorone é um grande desafio para qualquer construtor. O segredo de Machu Picchu é o sistema de drenagem, que é feito de capas de pedras trituradas e rochas, que evitam o empoçamento das chuvas. São 129 canais de drenagem na área urbana, que desembocam no fosso que separa as áreas urbana e agrícola e evitam a erosão. Além de toda essa tecnologia construtiva, ainda foram levados em conta critérios astronômicos e rituais para a construção. O alinhamento de alguns edifícios importantes coincide com o azimute solar durante os solstícios de maneira constante. Também combina com pontos de nascer e pôr do sol em determinadas épocas do ano. Os prédios, em sua maioria, são retangulares, com uma, duas e até oito portas, no lado mais largo. Construções curvas ou circulares não são comuns. Os muros e paredes são de dois tipos: pedras unidas com argamassa de barro, ou pedra lavrada nas construções da elite. São blocos de granito, sem brilho, em forma de prismas retangulares, como tijolos, ou poligonais. Algumas faces exteriores são almofadadas ou lisas. A união dos blocos é feita com uma fina camada de material aglutinante, que não é visível. Considerando-se que só tinham instrumentos de bronze, muito menos rígido que o ferro, é impressionante observar o trabalho. Machu Picchu é Patrimônio Mundial da UNESCO. Por ser um dos pontos mais visitados do Peru, está sob constante controle para sua preservação. Ao escolher as novas sete maravilhas do mundo em 2007, Machu Picchu conquistou seu lugar ao lado da Muralha da China, do Coliseu, do Taj Mahal e do nosso Cristo Redentor. Brasileiros não precisam de visto para ir ao Peru. 35 S H OW R O O M Quem TeVê? por JOEL LEITE Quadro grave “Os exames médicos indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação. Como a eleição presidencial se realiza dentro de oito meses, dificilmente o presidente venezuelano estaria em condições de fazer uma campanha eleitoral”. Merval Pereira, em O Globo (janeiro de 2012). Afinal, comprovou-se que “grave” não era o estado de saúde de Chávez, mas a desfaçatez do colunista, que em vez de dar notícia expõe os seus desejos. Atenção, última notícia: Quem é o idiota? Haddad foi eleito prefeito de São Paulo! Os jornais impressos não conseguiram se reinventar na era da internet. Uns morrem, caso do Jornal da Tarde (sem contar a revista estaduidense Newsweek, cuja versão impressa também parou de circular). Tudo isso só nas últimas semanas. Outros resistem, mas passam vergonha: patéticos, Estadão e Folha estamparam, na segunda-feira após a eleição, o mesmo título broxante: “Haddad é eleito em São Paulo”. Noticiaram o que todo mundo já sabia: deste às sete da noite anterior - e madrugada adentro - rádio, TV e internet já tinham anunciado a eleição de Haddad, analistas tinham avaliado o futuro da cidade sob o comando do prefeito do PT, a oportunidade de parcerias com o governo estadual e federal, os nomes mais cotados para o secretariado, os apoios de partidos para formar a base aliada, as possíveis composições na Câmara para dar sustentação ao prefeito, enfim, o assunto eleição já era coisa do passado. E lá estavam os jornalões, resignados na sua missão de registrar os fatos para a História. Se não se reinventarem logo, é nisso que eles vão se transformar: em História. 36 S H OW R O O M Joel Leite é jornalista e diretor da Agência AutoInforme A Associação Nacional de História (Anpuh) disse que a Veja de tem uma mentalidade “medíocre, pequena e mal intencionada”. Bem, isso todo mundo já sabia. Mas a reação ocorreu desta vez ocorreu porque a revista chamou o historiador Eric Hobsbawm, morto em 1º de outubro passado, de ‘idiota moral’. Segundo a nota, trata-se de “um julgamento barato e despropositado”. Intelectual, Hobsbawm foi responsável por vasta obra a respeito da formação do capitalismo, do nascimento da classe operária, das culturas do mundo contemporâneo, bem como das perspectivas para o pensamento de esquerda no século XXI. Sabor Particular A História: Manjericão Francis Fotos e texto de Emerson Haas Montevidéu representa o que há de melhor no Uruguai no tocante a gastronomia. Punta del Este continua sendo o xodó quando se fala de restaurantes “in”, mas a capital é mais globalizada e populosa e, por isso, a diversidade mais ampla. O uruguaio consome muita carne bovina – cerca de 65 kg per capita/ano (para se ter uma idéia no Brasil é de 30 kg/ano) – e, sendo assim, as parrillas são encontradas praticamente em todas as esquinas. Mas a gastronomia fusion – aquela que envolve técnicas e pratos recheados de ecletismo – surge muito forte e emblemática em ótimos restaurantes. Um dos melhores restaurantes da capital uruguaia é o Francis. A cozinha aberta, à mostra para os comensais, prima nas opções de frutos do mar, sushis, risotos, carnes e uma carta de vinhos ampla e com atendimento diferenciado. Provei o trio de pescados com salmão, peixe espada e linguado, muito bem servido e saboroso, uma das sugestões mais pedidas da casa. É claro que os excepcionais cortes de carne uruguaios também figuram no extenso menu. No comando dos rótulos da adega, Federico de Moura, eleito nos últimos dois anos o melhor sommelier do Uruguai segue atento às harmonizações com os pratos da casa. Salão lotado, fila de espera a partir das 21h, mas nada que o sorriso tenro e a simpatia do proprietário Alberto Latarowski não atenuem, oferecendo uma taça de espumante àqueles que aguardam. Confira! Restaurante Francis: Rua Luis de la Torre 502, esquina com a Rua José Maria Montero, bairro Punta Carretas – Montevidéu. Tel: (00598)27118603 www.francis.com.uy Talvez não haja folha mais cheirosa e perfumada que o manjericão, planta originária da Índia, onde é tido como sagrado. Há 4 mil anos, os hindus, responsáveis pela cultura do manjericão, o exportaram para o Egito, onde o nome quer dizer “planta do rei”, sendo introduzido na Europa na antiguidade e de lá para o resto do mundo. Cientificamente é conhecido como Ocimum Basilicum e é composto de cálcio e vitaminas A e B2. Grande parte da fama do manjericão se deve à culinária italiana, onde reina há séculos nos melhores pratos de sua cozinha. Sua parceria com o tomate se tornou célebre na utilização na Pizza Margherita, feita em homenagem a rainha de mesmo nome e na deliciosa Insalata Caprese. Mas a sua atuação mais famosa é mesmo no preparo do Pesto Genovês (um molho feito com folhas de manjericão, pinólis ou nozes, óleo de oliva, alho e queijo parmesão ou pecorino, triturados em pilão). Como o seu sabor se perde com o cozimento, assim como seus princípios ativos, é conveniente adicioná-lo ao prato, no final do cozimento. Romanesco é um tipo de brócolis muito exótico de cor verde claro brilhante, formato inusitado e sabor diferenciado. Também é conhecido por CouveFlor Romanesco ou Brócoli Romanesco; esta variedade é originária da Itália – por isso o nome. Produz uma cabeça densa, verde-limão, formada por floretes extremamente atrativos. Oferecendo um distinto sabor que é descrito como “mais sofisticado do que brócolis”, o Romanesco delicia gourmets com um paladar que lembra uma mistura de couve-flor e brócolis. Diferente dos outros tipos de brócolis, o Romanesco é tão suave e crocante que pode ser comido crú. Emerson Haas é colunista de enogastronomia em jornais, revistas e blogs [email protected] www.eu-gourmet.com 37 S H OW R O O M NA VARANDA Remexendo guardados encontrei a foto de um amigo que é inesquecível por personificar uma coisa difícil de encontrar ultimamente: savoir-faire. por Maria Regina Cyrino Corrêa Cresci ouvindo esta expressão tão interessante... Infelizmente não falo francês, mas fui buscar o significado. Quem tem savoir-faire é adaptável, ágil, sabe o que fazer em qualquer situação. Aquilo que chamamos de traquejo social. Achei que a definição ainda era pequena e apelei de novo para o francês para achar joie de vivre, alegria de viver. Mas, veja bem, “viver” no sentido de alguém que acorda todo dia em Paris... Convenhamos que joie de vivre em Paris faz mais sentido, né? Divagando sobre tudo isso, decidi dividir com vocês um lugar que é puro joie de vivre, mesmo não sendo em Paris... Aposto que muita gente conhece. Se você está entre os que não conhecem, inclua este local na sua lista na próxima viagem a Los Angeles. Estou falando do The Ivy, um dos restaurantes mais charmosos e low profile de Los Angeles. O restaurante é famoso – até o ”Charlie Harper”, de Two and a half Men, levava as namoradas lá para impressioná-las! Mas com aquele estilo despretensioso que só a Califórnia tem. O cardápio é eclético, vai de saladas coloridas a hambúrgueres, passando por lagosta. Os vinhos, californianos, lógico, são ótimos. As porções generosas, mas não constrangedoras. A decoração, florida e simples, faz a gente se sentir em casa. Mesmo que o John Travolta esteja na mesa ao lado... The Ivy, 113 North Robertson Blvd., Los Angeles, tel - 310 274-8303, é sempre bom reservar...Abre todos os dias. 38 S H OW R O O M Maria Regina Cyrino Corrêa, é jornalista e publicitária [email protected] Vejo no Globo News (“No” ou “na”? acho que faz mais sentido no canal.) Enfim, vi uma entrevista com Andrew Keen, teoricamente, o maior inimigo da internet. Não é bem assim. Ele tem twitter: @ajkeen. Título: O anticristo do Vale do Silício. Ele já publicou um livro intitulado “O Culto do Amador”, onde acusa a internet de estar matando a cultura. Agora, lança mais um: “#vertigemdigital – porque as redes sociais estão nos dividindo, diminuindo e desorientando.” O título é uma homenagem ao Hitchcock e seu primoroso “Vertigo” (Um corpo que cai). Keen diz que a distinção entre o virtual e o real deixaram de existir. Ele diz que “compartilhar” é uma ideologia do século 21. Hoje, nós ainda podemos escolher entre compartilhar ou não. Aí, ele faz uma pergunta difícil: nós queremos criar um mundo, uma plataforma onde compartilhamos tudo? “Ou queremos um mundo onde mantemos nossa autonomia, nossa dignidade, nosso mistério, nossos segredos como indivíduos?” Palavras dele. Mesmo assim, quando perguntado se as redes sociais são narcisistas, responde que até certo ponto. Ele não é só crítico. Divide-se por entender que num mundo onde muito mais gente trabalha individual e independentemente, a rede é importante para esta vida econômica acontecer. Se quiser ver na íntegra, espero que ainda esteja disponível no site do GloboNews, programa Ciência e Tecnologia. “Dá um Google” que o canal compartilhou... Bem dizem que ídolos nascem e morrem. FIM DAS ELEIÇÕES. FIM DA SUJEIRA As eleições cívico acabaram. cumprido. A Coleção Dever cidade ficou mais bonita. Os rostos de candidatos a prefeito e vereador não ficam mais afixados em cavaletes nas esquinas, canteiros, meio-fio, praças e outdoor. Carros com caixa de som no teto já não emitem músicas irreconhecíveis por Marcelo Allendes e de gosto bastante duvidoso. Não há mais carreatas atrapalhando o trânsito já congestionado. Minha caixa de correio não é mais tomada E geralmente morrem quando crescemos e quando já não faz muito sentido tê-los por santinhos, que também sujam ruas e calçadas. Cada responsável por tudo isso não levou meu voto. E daqui a dois anos tudo se repete. pendurados na parede. Eu tive os meus. No esporte, na política, nas artes. Uns me acompanharam da infância à adolescência. Outros apareceram quase na fase adulta. Mas há ídolos para a vida toda. Como há também aqueles DOMINADOS E DOMINADORES de barro, que nos decepcionam. Penso nisso com Estive nas ilhas britânicas no mês passado. Redundância me da França, principal competição da categoria. ater à rivalidade entre os reinos. Mas alguns fatos curiosos Além de campeão, Lance ainda superou um merecem destaque. Por exemplo: sempre que um escocês se câncer e abriu uma fundação para prevenção da destaca, ele é considerado britânico. Quando comete algum doença. Tudo isso não impediu que um relatório crime, reiteram sua nacionalidade escocesa. Agora, quando um com mais de mil páginas, preparado pela agência inglês ganha fama, reforçam sua origem inglesa. Quando pisa antidoping americana, comprovasse que o atleta na bola, volta a ser britânico. Coisas de um Estado dominado se dopou durante toda a carreira. Não acompanho pela Inglaterra, onde reside oficialmente a Rainha e toda a esse esporte, e Lance nunca foi meu ídolo. Mas corte. Veja alguns famosos britânicos escoceses: Adam Smith para muitos deve ter sido e deixou de ocupar um (pensador), Alexander Fleming (científico), Arthur Conan Doyle lugar na parede. um jornal aberto sobre minha mesa. Noticiam o doping do ciclista americano Lance Armstrong, até então herói, vencedor por sete vezes da Volta (escritor), Alexander Graham Bell (inventor). Curiosa, também, é a origem da bandeira britânica, que sempre causa confusão. Marcelo Allendes é jornalista e colaborador do Banco Volkswagen [email protected] 39 S H OW R O O M A um toque Tablet para produzir conteúdo Estreantes Novos computadores Sony Vaio com o estreante sistema operacional Windows 8, entre eles, o Vaio Duo 11 e o Vaio TAP 20. Os dois são touchscreen. O DUO 11 tem tela de 11 polegadas e permite ao usuário alternar entre o modo touch e o modo teclado, com um simples deslizar da tela LCD. Tem uma caneta digitalizadora para escrever, desenhar e interagir com os conteúdos na tela. O peso é de apenas 1,3 quilos e o processador é o Intel Core i7. O design é característico dos VAIO: fino, compacto, elegante. Já o TAP 20 tem tela touch de 20 polegadas e pode ser utilizado em diversos ângulos e posições, com a utilização do mouse e teclados wireless fornecidos. O equipamento pode ser usado como um desktop convencional e para assistir vídeo tem tecnologia similar às TVs Bravia. Também tem bateria integrada, que possibilita o transporte, mas o peso é de 5,2 quilos e não é muito prático carregá-lo por aí. Preço sugerido: Vaio Duo 11 R$ 5.299.00 e Vaio Tap 20 R$ 4.499.00 Onde encontrar: nas principais revendas ou no site www.sony.com.br/store. 40 S H OW R O O M Desde 2009, ano do lançamento, a procura por tablets cresce. Entre 2011 e 2012, a expectativa de expansão do setor é de 200%. Tablets são usados para consumir conteúdo. Agora a Samsung trouxe para o mercado brasileiro o Samsung Galaxy Note 10.1 que possibilita a criação de conteúdo próprio com a caneta S Pen, embarcada em um compartimento na parte inferior do tablet. Quando retirada ativa a barra de tarefas que dá acesso rápido aos aplicativos multitarefa para fazer várias coisas diferentes na mesma tela. Ainda tem o Adobe Photoshop Touch embarcado e mais R$ 1.400,00 em valor agregado por meio de conteúdos embarcados em parcerias com a Editora Abril, a Editora Globo, livrarias Cultura e Saraiva Digital, NetMovies, entre outros. Tudo roda em um processador rápido de 4 núcleos de 1.4 GHz e de 2GB de RAM; a memória é de 16 GB e o Galaxy Note 10.1 está disponível nas cores branca e cinza. Preço sugerido: R$ 1.899,00 Da Nikon para o Brasil A Coolpix L315 é a primeira câmera produzida para o mercado brasileiro pela Nikon. Tem monitor LCD de 3,0 polegadas, tela clear color, película antirreflexo com zoom ótico de 21 vezes, recurso de estabilização de imagem que mantém a câmera estável com o uso de qualquer faixa de zoom, e outros recursos avançados, como os 11 modos de cena, entre eles, o automático fácil, que seleciona automaticamente o modo mais apropriado de acordo com cada situação de disparo. Assim fica fácil tirar fotos com qualidade. Preço não divulgado Onde encontrar: nos principais varejos do Brasil. LIVROS & AFINS Thriller policial com Brad Pitt Absurdos bem humorados Crônicas escritas com um notável bom humor sobre o absurdo da existência humana, que quando o ser humano fala se torna mais evidente. “Diálogos impossíveis”, o mais recente livro de Luis Fernando Verissimo fala da impossibilidade, incomunicabilidade e mal-entendidos, da condição humana através de diálogos com personagens improváveis, tais como Drácula e Batman, Goya e Picasso e pessoas comuns como Juvenal, que planeja matar a mulher que “Diálogos impossíveis”, o despreza, Marinei, e a recém-casacrônicas de Luis Fernando Verissimo (Editora Objetiva, 176 da Heleninha, que pede conselhos ao páginas) urso de pelúcia. Divertidas crônicas Preço sugerido: R$ 32,90 sobre o que as pessoas falam e sobre o que não devem calar. “O homem da máfia” é o segundo filme em que o diretor neozelandês Andrew Dominik e Brad Pitt trabalham juntos. A dupla já fez “O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford”, em 2007. Com passagem pelo Festival de Cannes 2012, “O homem...” conta a história de Jackie Cogan (Brad Pitt), matador profissional contratado para investigar um assalto em meio a uma partida de pôquer protegida pela máfia. No caminho de Jackie, um monte de armadilhas para ele desarmar numa corrida contra o tempo para solucionar esse mistério. Baseado no livro “Cogan´s Trade” de George V. Higgins, o elenco conta ainda com James Gandolfini (Os Sopranos), Richard Jenkins (Amizade Colorida), Ray Liotta (Anti-Heróis). Um bom thriller policial com elenco de peso. 41 S H OW R O O M Vinhos &VIDEIRAS Herdade do Pinheiro, uma preciosidade alentejana Os vinhos portugueses, em especial os produzidos no Alentejo, são bastante apreciados pelos brasileiros e certamente têm lugar garantido no mercado de nosso país. Uma das principais características desses vinhos é a sua originalidade, fator hoje de grande importância, pois proporciona aos vinhos caráter e personalidade. Um dos melhores produtores do Alentejo é a Herdade do Pinheiro, uma vinícola com mais de 50 anos de história, fruto da paixão do empresário agrícola António Francisco Silvestre Ferreira, que adquiriu propriedades na região de Ferreira do Alentejo, entre as quais a Herdade do Pinheiro, onde chegou a plantar 400 hectares de uva de mesa e 90 hectares de uvas viníferas. Nessa época, o vinho produzido era vendido para negociantes e engarrafadores. Com a modernização das instalações da viní- 42 S H OW R O O M por Arthur Azevedo cola, com a instalação de cubas de aço inoxidável e prensas pneumáticas, iniciada na década de 90 e com a atuação dos netos do fundador, Ana Bicó e Miguel Silvestre Ferreira, a empresa passou a partir de 2000 a engarrafar o vinho na propriedade, iniciando uma nova fase na história da Herdade do Pinheiro. Toda a linha de produtos foi trazida ao Brasil pela Bruck Importadora, com destaque para a grande estrela da casa, o Herdade do Pinheiro Homenagem a António Silvestre Ferreira Colheita Seleccionada 2004, um vinho de alta gama, produzido com a Touriga Nacional (50%), escoltada por Trincadeira e Alicante Bouschet em partes iguais, que se revela um dos grandes vinhos portugueses da atualidade, com complexos aromas de frutas escuras maduras, tabaco, toffee, cacau e fino carvalho tostado. Encorpado, com perfeito equilíbrio escorado na excelente acidez e na firme estrutura de taninos de ótima qualidade, é um vinho Arthur Azevedo é diretor-executivo da Associação Brasileira de Sommeliers-SP e editor do website Artwine (www.artwine.com.br) que já pode ser degustado com grande prazer, mas que certamente possui potencial para muitos anos de guarda. Destaque também para o Herdade do Pinheiro Reserva, um corte de Aragonez, Trincadeira e Touriga Nacional, muito saboroso e elegante. Chegaram também o Herdade do Pinheiro, Branco e Tinto, além dos vinhos da linha de entrada, denominada Moinho Asseiceira. Vale a pena conhecêlos. Mais informações em www.bruck.com.br