A importância da TIC no processo da Inclusão Escolar Agnes Junqueira “O mundo pertence àqueles que pensam em novos caminhos.” Uwe Grahl - Arquiteto FACILITAÇÃO PELO USO DE TIC • ATENDIMENTO ÀS ESPECIFICIDADES • ESCOLARIDADE • PERSONALIZAÇÃO DO RÍTMO DE APRENDIZADO • AUTONOMIA NA COMUNICAÇÃO • PROFISSIONALIZAÇÃO • MERCADO DE TRABALHO • ACESSO AS TECNOLOGIAS NO DIA-A-DIA INTRODUÇÃO O uso das TIC vem amplificando as possibilidades de participação das pessoas com deficiência tanto no universo escolar quanto no mundo corporativo com a inclusão no mercado de trabalho pelas possibilidades de acesso usando este tipo de Tecnologia Assistiva. As adaptações proporcionadas pelas TIC tem o objetivo de facilitar e em alguns casos chega a ser a única maneira de interação e integração de pessoas com deficiência, de tal forma que possam fazer parte da sociedade como participantes efetivos, colaborativos e produtivos. Como praticamente todos os recursos existentes são elaborados pensando-se em termos quantitativos - que visam ao maior numero de pessoas - as pessoas com deficiência ficam excluídas por necessitarem de especificidades. Temos avançado lentamente neste atendimento com recursos e na disponibilidade atitudinal com relação à inclusão destas pessoas, que precisam maneiras alternativas para que participem do dia-a-dia social e educacional. As tecnologias assistivas computacionais além de serem ferramentas práticas, permitem algumas adaptações em conformidade com as necessidades individuais, atendendo especificidades de alunos com coordenação motora reduzida, diminuição de atenção ou alunos com baixa visão ou cegueira e transtorno global de desenvolvimento. Algumas vezes faz-se necessário uso de acessório externo de tal forma que adéque às necessidades pessoais, tais como teclado em casulo, mouse aumentado, TrackBall, joystck, acessório para digitação, que se somarão aos recursos, permitindo o entrosamento perfeito do usuário no manuseio do computador. Para que o aluno com deficiência possa participar de sua aula, primeiramente deve-se analisar o tipo de acessibilidade atenderá melhor à suas necessidades especiais e especificas e adaptar o conteúdo a ser transmitido para linguagem digital. Lei nº 9.394/96 – “Lei de Diretrizes e Bases da Educação” no capítulo V diz: • que a Educação Especial na modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. • que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender suas necessidades. • Professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos em classes comuns. • educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. • o Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições privadas sem fins lucrativos especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. SE 23,9% DA POPULAÇÃO TEM DEFICIÊNCIA, ONDE ESTÃO? O Censo 2010 divulgado pelo IBGE aponta que 45,6 milhões de pessoas declararam ter ao menos um tipo de deficiência, o que corresponde a 23,9% da população brasileira. A maior parte delas vive em áreas urbanas - 38.473.702, ante 7.132.347 nas áreas rurais. E mostra ainda que são muitas as desigualdades em relação aos sem deficiência. A deficiência visual foi a mais apontada, atinge 18,8% da população. Em seguida vêm as deficiências motora (7%), auditiva (5,1%) e mental ou intelectual (1,4%). Conforme o Censo Escolar do MEC-INEP em 1998 temos: 293.403 alunos matriculados sendo: 58% com deficiência mental; 13,8% com deficiências múltiplas; 12% com problemas de audição; 3,1% com problemas de visão; 4,5% com problemas físicos; 2,4% com problemas de conduta; 0,3% com altas habilidades ou superdotados; 5,9% com outro tipo de atendimento (Censo Escolar /MECINEP) TERMINOLOGIA Nos dias atuais, não mais devemos utilizar os termos: “Pessoa Deficiente”, “Pessoa com Necessidades Especiais” ou “Pessoa Portadora de Deficiência”. Em Convenção fica estabelecido que o termo aceito seja “Pessoa com Deficiência” (PcD) pois ela não é e nem porta deficiência mas a tem como característica, assim como olhos azuis, cabelos negros por exemplo. Algumas vezes necessitam adaptações por suas necessidades individuais que em alguns documentos são designadas como “necessidades especiais ou específicas”, que podem ser atendidas através de TECNOLOGIAS ASSISTIVAS que referem desde bengalas, próteses e cadeiras de rodas até as TIC que vem para auxiliar nas formas Comunicacionais, Educacionais e Profissionais. Os recursos de Acessibilidade que atendem a deficiências leves e moderadas e o uso das TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) visam a inclusão real e participativa de alunos com deficiência no aprendizado formal das escolas visto que facilita ou permite o uso do computador como ferramenta de aprendizado na sala de aula, permitindo a individualização e personalização requeridos pelas necessidades especiais destas pessoas. • Permanência do material didático • Respeito ao ritmo individual • Respostas imediatas • O aluno elabora seu tempo • Constância de conteúdo • Possibilidade de repetição • Facilidades aos impossibilitados de manusear material escolar • Nas deficiências de comunicação utilizando mensagens texto • Recurso de leitura e escrita de textos em dislexias • Caligrafia – alguns alunos tem grande dificuldade motora impossibilitando a comunicação escrita manual • Disponibilização de dicionários • Aumento de letras e contrastes • Cursor como guia de leitura • Noção de consequência dos movimentos • Imagens no papel tradução de mensagens fotográficas por meio de vídeo descrição para deficientes visuais • Personalização do computador de acordo com as necessidades individuais • Inclusão real e participativa dos alunos com necessidades especiais na obtenção e manuseio do conteúdo educacional • Apresentação de conteúdos programáticos educacionais de maneira atraente, dinâmica e permanente • Pela permanência e constância, pode ser usado em treinamentos de deficientes intelectuais e também transmitir segurança a autistas que tem baixa tolerância à inconstância • Simplificação de mensagens através de imagens representativas Pela possibilidade de projeção em tela facilita visualização por pessoas com baixa visão • Pode imprimir dinâmica diferente às aulas que seriam montadas pelos alunos concomitante à apresentação em projetor • Atua como auxiliar em instruções procedimentais recorrentes “O mundo é muito duro quando não é concebido para você” “Aceitar que a diversidade existe, é o primeiro passo para a inclusão” Agnes Junqueira é Terapeuta Ocupacional, formada em 1984 na PUC Campinas, iniciou o trabalho de Inclusão de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho em 1986 na Apae de Bragança Paulista. Especialista em Acessibilidade Arquitetônica, Comunicacional, Tecnológica e Atitudinal para Inclusão de Pessoas com Deficiência. Sócia Fundadora da Escola Vivenda, Franca, São Paulo 2007/2009, mediadora de Conflitos pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em 2011 e sócia Fundadora e Conselheira Fiscal do Instituto Paramitas - São Paulo, SP desde 2009.