Núcleo de Pós-Graduação Pitágoras
Escola Satélite
Curso de Especialização
em Engenharia de Segurança do
Trabalho
Núcleo de Pós-Graduação Pitágoras
Escola Satélite
ENGº MECÂNICO E DE SEGURANÇA DO TRABALHO
JARBAS DE CARVALHO RIBEIRO
[email protected]
PRÁTICA DE MEDIÇÃO EM
INSTRUMENTOS DE HIGIENE
INDUSTRIAL
PRÁTICA DE MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO
DE POEIRA E PARTICULADOS
Particulado ou aerodispersóide
Termo técnico correto para identificar partículas
sólidas ou líquidas, que ficam em suspensão no ar.
De uma forma geral, um contaminante particulado é
formado por uma dispersão de partículas sólidas ou
liquidas no ar, de tamanho reduzido, variando entre
0,01 a 100 µm, de acordo com o tipo do
aerodispersóide.
Particulado ou aerodispersóide
Os particulados, conforme suas propriedades físicas ou
químicas, estão classificados pela NBR 12543 como:
Poeiras
Névoas;
Fumos;
Neblinas;
Fumaça e
Radionuclídeos.
POEIRA
São partículas sólidas produzidas pela ruptura
mecânica de um sólido, seja pelo simples
manuseio (limpeza de bancada), ou em
conseqüência de uma operação mecânica
(trituração, moagem, peneiramento, polimento,
dentre outras).
Ex: Poeira de sílica, asbesto e carvão.
Tamanho da partícula varia de 0,1 a 25 μm.
FUMOS
São partículas sólidas resultantes da condensação de
vapores ou reação química, geralmente após a
volatilização de metais fundidos.
Tamanho das partículas que constituem os fumos são
bem menores do que as poeiras, geralmente abaixo de
5 μm. Ex.: Fumos de Chumbo – soldagem de terminais
de baterias; Fumos de Zinco – Galvanoplastia; Fumos
de Ferro – Metalurgia.
FIBRAS
São partículas sólidas, com comprimento (L)
maior que 5 μm e diâmetro (d) menor que 3
μm, e uma relação L/d ≥ 3:1, e que podem estar
ou tornar-se dispersas no ar, dependendo da
sua origem, características físicas e condições
ambientais.
NÉVOAS
Suspensão de partículas líquidas no ar,
formadas por ruptura mecânica de líquido.
Diâmetro da partícula acima de 5 μm.
As névoas estão sempre acompanhadas pelo
vapor do líquido que lhe deu origem.
Ex.: Névoa de tinta de pintura a pistola.
NEBLINA
Partículas líquidas suspensa no ar, produzidas
por condensação de vapores de substâncias
que são líquidas e voláteis a temperatura
normal. A ocorrência de neblina está
diretamente relacionada com o grau de
saturação do ar pelo vapor do líquido em
questão. Ex.: Neblina em banheiro fechado,
durante um banho quente.
FUMAÇA
Mistura de gases, vapores, partículas no ar,
resultantes de um processo incompleto de
combustão de um determinado material. As
partículas presentes na fumaça, sólidas, líquidas,
são decorrentes das reações químicas
envolvendo substâncias orgânicas sólidas (C) e
hidrocarbonetos líquidos a temperatura normal.
RADIONUCLÍDEO
São
materiais
radioativos,
emissores
espontâneos de radiação ionizante, que
podem estar presentes no ar na forma de
partículas.
É interessante observar que o radionuclídeo é
um agente químico que emite radiação
ionizante (agente físico).
TAMANHO DE PARTÍCULAS
PARTICULADO INALÁVEL – É a fração de material
particulado suspenso no ar, constituída por
partículas de diâmetro aerodinâmico menor que
100 μm, capaz de entrar pelas narinas e pela
boca, penetrando no trato respiratório durante a
inalação.
TAMANHO DE PARTÍCULAS
PARTICULADO TORÁCICO – É a fração de
material particulado suspenso no ar, constituída
por partículas de diâmetro aerodinâmico menor
que 25 μm, capaz de passar pela laringe e entrar
pelas vias aéreas superiores e penetrar nas vias
aéreas dos pulmões.
TAMANHO DE PARTÍCULAS
PARTICULADO RESPIRÁVEL - É a fração de
material particulado suspenso no ar,
constituída por partículas de diâmetro
aerodinâmico menor que 10 μm, capaz de
penetrar além dos bronquíolos terminais e se
depositar na região de troca de gases dos
pulmões, causando efeito adverso nesse local.
TAMANHO DE PARTÍCULAS
PARTICULADO TOTAL – É o material particulado
suspenso no ar coletado em porta-filtro de
poliestireno de 37 mm de diâmetro, de três
peças, com face fechada e orifício para entrada
do ar de 4 mm de diâmetro, conhecido como
cassete.
PARTICULADO TOTAL
PARTICULADO TOTAL –A coleta de particulado
total deve ser utilizada somente quando não
houver indicação específica para a coleta de
particulado inalável, torácico ou respirável.
DANOS PARA A SAÚDE DECORRENTE DA
EXPOSIÇÃO A PARTICULADOS
Os principais efeitos são:
- doenças pulmonares,
- efeitos sistêmicos,
- câncer,
- irritação,
- mutação e alterações genéticas.
DANOS PARA A SAÚDE DECORRENTE DA
EXPOSIÇÃO A PARTICULADOS
A poeira inorgânica de maior interesse para a Higiene
Ocupacional é a Sílica Livre Cristalizada, a qual se acha
em grandes quantidades na crosta terrestre (cerca de
60%), formando parte de rochas, minérios, areias,
tecidos vegetais, etc.
PARTICULADOS FIBROGÊNICOS E NÃO FIBROGÊNICOS
Um particulado é considerado fibrogênico quando tem
potencial para causar fibrose no tecido pulmonar.
As fibroses mais significativas são a silicose, causada
por sílica livre cristalizada e a asbestose, provocada
pela inalação de fibras de amianto.
Normalmente os particulados fibrogênicos são
compostos de partículas sólidas minerais (naturais ou
artificiais) e inorgânicas como sílica cristalina e
asbesto.
PARTICULADOS FIBROGÊNICOS E NÃO FIBROGÊNICOS
São considerados particulados fibrogênicos qualquer
aerodispersóide que contenha mais de 7,5% de sílica
livre cristalizada (SiO2) em sua composição ou,
aqueles que tenham menos de 7,5% de SiO2, mas
cuja concentração total de poeiras respiráveis
ultrapasse o resultado da expressão abaixo:
LT = 8 / (% SiO2 + 2)
LT´s PARA PARTICULADOS – Anexo 12 da NR-15
• Poeira mineral contendo sílica livre cristalizada:
Limite de tolerância para poeiras minerais
contendo sílica livre cristalizada:
a) O limite de tolerância para poeira
respirável, expresso em mg/m3:
LT =
8
% quartzo + 2
(mg/m³)
LT´s PARA PARTICULADOS – Anexo 12 da NR-15
b) Limite de tolerância para poeira total (frações
respirável e não respirável),
LT =
24
mg/m³
% quartzo + 3
“quartzo” = significa sílica livre cristalizada.
LT`s válidos para jornadas de trabalho de até 48
horas semanais, inclusive ou 8 h/dia.
Exemplo de Avaliação de Poeira Total
• Dados do setor de abastecimento de areia de fundição
de uma empresa X, amostragem de poeira total, em
empregado:
- Massa inicial (mi) = 14,0 mg
- Massa final (mf) = 14,8 mg
- Vazão inicial = 1,50 l/min
- Vazão final = 1,40 l/min
- Tempo inicial = 12:00 horas
- Tempo final = 17:00 horas
- % SiO2 (sílica livre) = 4%
Com base nos dados, a análise e a interpretação
são feitas da seguinte maneira:
1) - Massa da amostra (ma)
Ma = mf – mi → Ma = 14,8 – 14,0 = 0,8 mg
Esse dado normalmente é fornecido pelo laboratório.
2) - Vazão media (Qm)
Qm = Qi + Qf → Qm = 1,50 + 1,40 = 1,45 l/min
2
2
3) - Tempo de amostragem (Ta)
Ta = Tf – Ti → Ta = 17 – 12 = 5 horas = 5 x 60 min = 300
minutos
4) Volume amostrado (m³)
Va = Qm x Ta → Va = 1,45 x 300 = 0,435 m³
1000
1000
5) Concentração
C = Ma →
Va
C = 0,8
0,435
= 1,84 mg/m³
6) - Limite de Tolerância
Para a poeira total (NR-15, Anexo 12) :
LT =
24
=
% quartzo + 3
24
4+3
= 3,42 mg/m³
Conclusão: a concentração de poeira total (1,84
mg/m³) é inferior ao Limite de Tolerância fixado pelo
Anexo 12, NR-15, Portaria 3.214/78 (3,42 mg/m³).
Exemplo de Avaliação de Poeira Respirável
Em uma empresa X foram realizadas coletas de
amostra de poeira respirável, para avaliação à poeira
de Ajudante de Britador de calcário. Dados:
- Massa inicial = 14,0 mg
- Massa final = 15,4 mg
- Vazão média = 1,70 l/min
- Tempo de amostragem = 5 horas e 30 minutos
- % quartzo (sílica livre) = 2%
Análise e interpretação dos dados
1) Massa da amostra (Ma)
Ma = 15,4 – 14,0 = 1,4 mg
2) Tempo de amostragem (Ta)
Ta = 5 x 60 + 30 = 330 minutos
Análise e interpretação dos dados (cont)
3) Volume amostrado (Va)
Va = Qm x Ta → Va = 1,70 x 330 = 0,561 m³
1000
1000
4) Concentração
C = Ma → C = 1,40 = 2,49 mg/m³
Va
0,561
5) - Limite de Tolerância
LT para poeira respirável da NR-15,Anexo 12:
LT =
8
=
% quartzo + 2
8
2+2
= 2,0 mg/m³
Conclusão: a concentração de poeira respirável (2,49
mg/m³) superou o limite de tolerância estabelecido
na NR-15, Anexo 12, Portaria 3.214/78 (2,0 mg/m³).
Critério ACGIH
1 – Massa de quartzo = % de quartzo x Ma
100
Massa = 2 x 1,40 = 0,028 mg de quartzo
100
2 – Concentração de quartzo
C = massa de quartzo → 0,028 = 0,05 mg/m³
Va
0,561
CRITÉRIO ACGIH
3 – Limite de Tolerância
LT recomendado pela ACGIH(2006) é 0,025
mg/m³, corrigido para a jornada de trabalho
brasileira teremos:
LT = 0,025 x 0,88 = 0,022 mg/m³
Conclusão: A concentração de quartzo (0,05
mg/m³), encontra-se acima do Limite de
Tolerância da ACGIH (0,022 mg/m³).
LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA O
ASBESTO
LT para as atividades de exposição ao asbesto
está legalmente definido no Anexo 12 da NR-15
da Portaria n.3.214/78.
Entende-se por “exposição ao asbesto” a exposição
no trabalho às fibras de asbesto respiráveis ou poeira
de asbesto em suspensão no ar originada pelo
asbesto ou por minerais, materiais ou produtos que
contenham asbesto.
Entende-se por "fibras respiráveis de asbesto"
aquelas com diâmetro inferior a 3 (três)
micrômetros, comprimento maior que 5 (cinco)
micrômetros e relação entre comprimento e
diâmetro superior a 3:1.
A coleta de asbesto é feita com bomba gravimétrica,
coletado em filtro de éster celulose, montado em
cassete condutivo.
A avaliação ambiental será realizada pelo método do
filtro de membrana, utilizando-se aumentos de 400 a
500x, com iluminação de contraste de fase.
LT PARA MANGANÊS – Anexo 12 da NR-15
O limite de tolerância para as operações com
manganês e seus compostos, referente à extração,
tratamento, moagem, transporte de minério, ou ainda
a outras operações com exposição a poeiras do
manganês ou de seus compostos é de 5 mg/m³, no ar,
para jornada de até 8 horas por dia.
LT PARA MANGANÊS – Anexo 12 da NR-15
O limite de tolerância para operações com manganês e
seus compostos referente à metalurgia de minerais de
manganês, fabricação de compostos de manganês,
fabricação de baterias de pilhas secas, fabricação de
vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de
eletrodos de solda, fabricação de produtos químicos,
tintas e fertilizantes, ou ainda outras operações com
exposição a fumos de manganês ou de seus compostos
é de até 1mg/m³ no ar, para jornadas de até 8 horas
por dia.
LT PARA NEGRO DE FUMO – Anexo 12 da NR-15
Entende-se por negro de fumo as formas finamente
divididas de carbono produzidas pela combustão
incompleta ou decomposição térmica de gás natural
ou óleo de petróleo.
A exposição ao negro de fumo é decorrente da
presença deste agente em suspensão no ar, quando
do manuseio do mesmo.
LT é de até 3,5 mg/m³ , jornada até 48 horas
semanais de exposição (Portaria n.9, de 09/10/92)
LT CHUMBO E OUTRAS POEIRAS METÁLICAS
Chumbo: o limite de tolerância para o chumbo é 0,1
mg/m³ , para jornada de trabalho de até 48 horas por
semana, inclusive (anexo n.11 da NR-15).
Outros fumos e poeiras metálicas: a legislação
brasileira só estabelece limites de exposição para
alguns poucos elementos, mais especificamente no
Anexo n.11 da NR 15 da Portaria n.3.214/78.
Sendo assim, na avaliação de fumos metálicos temos
de recorrer aos limites da ACGIH, devidamente
corrigidos para a jornada de trabalho nacional.
OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO SEGUNDO A ACGIH
• Limite de exposição média ponderada (LEmp) → TLV
– TWA (Threshold Limit Value-Time) – Limite para
turno de 8 horas ou 40 horas / semanais.
• Limite de exposição curta exposição (LEce) → TLVSTEL (Threshold Limit Value – Short Term Exposure
Limit) - Representa a concentração à qual
trabalhadores podem ser expostos continuamente
por breves períodos sem sofrer os efeitos.
OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO SEGUNDO A ACGIH
• Limite de exposição valor teto (LEvt) → TLV-C
(Threshold Limit Value-Ceiling) – Representa a
concentração que nunca pode ser excedida, mesmo
instantaneamente durante o tempo de trabalho.
Para determinar o LEmp faz-se necessário certo
número de amostras que permitam o cálculo da
média relativa a um ciclo de serviço ou a um turno.
OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO SEGUNDO A ACGIH
• A partir de 2000, a ACGIH definiu que ...
“Para materiais particulados sólidos e líquidos, os TLV’s
são expressos em termos de material particulado total,
exceto onde os termos massa inalável, torácica ou
respirável são usados.”
Essa é a recomendação, até que LIMITES ESPECÍFICOS
sejam definidos.
OS LIMITES DE EXPOSIÇÃO SEGUNDO A ACGIH
Portanto, consultar sempre a última edição dos
TLV´s.
Substâncias para as quais o Limite de Exposição é
associado à massa de particulado que deve ser
coletada (R; T; I):
Exemplos:
• Sílica cristalina (R)
• Ácido sulfúrico (T)
• Óxido de magnésio (I)
• Óxido de zinco (R)
LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA SUBSTÂNCIAS QUE
APRESENTAM EFEITOS COMBINADOS
Devem ser utilizados quando os efeitos independentes
não foram ultrapassados e na certeza de que existe
sinergia entre os contaminantes presentes no
ambiente.
Consiste na realização de somatório das concentrações
dos metais divididos pelos respectivos limites de
tolerância.
O resultado desta soma não deve exceder a unidade.
Se exceder, o limite será considerado como excedido.
LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA SUBSTÂNCIAS QUE
APRESENTAM EFEITOS COMBINADOS
LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA SUBSTÂNCIAS QUE
APRESENTAM EFEITOS COMBINADOS
• Exemplo: coleta de fumos metálicos de operação de
soldagem:
Concentração Ni = 0,3 mg/m3 (LT = 0,88 mg/m3)
Concentração Zn = 2,4 mg/m3 (LT = 4,4 mg/m3)
Concentração Cu = 0,05 mg/m3 (LT = 0,176 mg/m3)
LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA SUBSTÂNCIAS QUE
APRESENTAM EFEITOS COMBINADOS
Aplicando o conceito de Efeitos Combinados, teremos:
• Como ∑ Cn / Tn > 1, conclui-se que o limite de
tolerância para fumos metálicos foi ultrapassado de
acordo com o conceito de efeitos combinados.
Brief & Scala
A adoção dos limites de tolerância da ACGIH devem
ser corrigidos através da fórmula Brief & Scala, vez
que a jornada de trabalho no Brasil é de 8 horas
diárias e 44 horas semanais, enquanto que, os
limites da ACGIH são para jornada de 40 horas
semanais.
Brief & Scala
O fator de redução é o seguinte:
FR = 40 x 168 – h
h
128
onde: FR = Fator de Redução
h = Jornada de trabalho (em horas)
FATOR DE REDUÇÃO BRASILEIRO
F.R. = 40 x 168 - 44
44
128
F.R. = 0,909 x 0,968
FR = 0,88
Exemplo
Gasolina
LT ACGIH = 300 ppm
L.T. (h) = L.T. (40 h/s) x F.R.
L.T. (44 h/s) = 300 x 0,88
L.T.(Brasil) = 264 ppm
Poeira de Algodão:
NR-15 não estabelece Limite de Tolerância para
exposição ocupacional à poeira de algodão.
ACGIH recomenda o limite de 0,02 mg/m³.
O meio de coleta é o filtro de PVC de 5,0 μm de poro e
37 mm de diâmetro montado em cassete de poliestireno
Deve ser utilizado o filtro aberto, ou seja, sem a peça
superior do cassete (usar cassete de 3 peças).
O instrumento usado na coleta é o elutriador vertical.
Elutriador
Exemplo de avaliação:
Foi realizada uma amostragem de poeira de
algodão no setor de uma fábrica têxtil, tendo sido
obtidos os seguintes dados:
- Vazão (Q) = 7,4 l/min
- tempo de amostragem = 150 minutos
- Massa de amostragem = 0,25 mg
Pergunta-se:
Há risco de exposição à poeira de algodão?
Avaliação
a) - Volume amostrado em m³
V = Q x t → V = 7,4 x 150 → V = 1,11 m³
1000
1000
b) - Concentração de poeira de algodão
C = Ma → C = 0,25 → C = 0,23 mg/m³
Va
1,11
c) - Limite de Tolerância
Recomendado pela ACGIH é igual a 0,20 mg/m³.
Aplicando-se Brief & Scala : 0,20 x 0,88 = 0,176 mg/m³.
d) – Conclusão
A concentração de poeira de algodão obtida
com o elutriador vertical foi superior ao limite
de tolerância 0,18 mg/m³ recomendado pela
ACGIH.
Poeira de Madeira
Limites de Tolerância - ACGIH
Madeiras leves ou moles
5 mg/m3
Madeiras duras
1 mg/m3
Poeira de Madeira
• O meio de coleta é o mesmo da sílica livre
cristalizada (filtro de PVC de 5,0 μm de
porosidade montado em cassete de 37 mm de
diâmetro), conectado a uma bomba
gravimétrica (devidamente calibrada), com uma
vazão de 1,50 – 2,00 l/min.
• A análise da amostra é feita por gravimetria
com a pesagem do filtro antes e depois da
coleta.
Poeira de Madeira
ACGIH 2005
Carcinogenicidade humana confirmada:
Carvalho e Faia
Suspeita de carcinogenicidade humana:
Mogno, nogueira, teca e vidoeiro
PNOS – Partículas que são especificadas de
outra maneira
O critério não pode ser aplicado para qualquer
material particulado suspenso no ar.
PNOS são poeiras que:
1- ficam excluídos os riscos de sílica e asbesto,
2 – são de substâncias que não possuem nenhum TLV
aplicável,
3 – são insolúveis ou fracamente solúveis em água (e
fluidos pulmonares),
4 – tenham baixa toxicidade,
5 – não sejam ionizantes,
6 – não causam imunosensibilização ou outros efeitos
tóxicos que não sejam inflamação ou “sobrecarga
pulmonar”.
(Fonte: livreto dos TLVs da ACGIH, Anexo B)
PNOS
• A ACGIH acredita que as partículas insolúveis ou
fracamente solúveis, mesmo que biologicamente
inertes, podem causar efeitos adversos e recomenda
que as concentrações ambientais devam ser
mantidas abaixo de 3,0 mg/m³, para partículas
respiráveis e 10 mg/m³, para partículas inaláveis
(aplicar Brief & Scala para a jornada brasileira), até
que seja estabelecido o limite de tolerância para uma
substância em particular.
• Os instrumentos utilizados e o meio de coleta são os
mesmos da poeira de sílica livre cristalizada,
utilizando uma vazão de 1,50 l/min.
AVALIAÇÃO DE
AERODISPESÓIDES
(PARTICULADOS)
NHO 08
Esta norma da Fundacentro se aplica a
coleta de poeiras minerais, metálicas,
vegetais, animais, fumos metálicos,
negro de fumo e partículas insolúveis
não classificadas.
NHO 08
Esta norma não se aplica a coleta de
asbesto, algodão e fibra de vidro.
(NHO 04 - Coleta de Fibras em Locais de Trabalho)
NBR 12.085
Agentes químicos no ar Coleta de
aerodispersóides por filtração.
(ABNT)
Instrumental necessário
Amostrador Gravimétrico
Bomba de amostragem que mantenha, ao
longo do período de coleta, a vazão inicial
de calibração com variação máxima de 5%.
Com vazão de 0,5 – 5 l/min.
Amostrador
Gravimétrico
NBR 12.085
Unidade de captação
Filtro específico
Suporte de filtro
Mangueira flexível
Sistema de calibração
Filtro-membrana
Filtro de malha rígida, de polímero, forma de película,
poros de tamanho uniforme, confeccionados em
variados materiais, tais como:
- Éster-celulose para metais, fumos de solda, asbestos e
outras fibras;
- PVC para sílica, cromatos e análises gravimétricas de
poeiras totais e Respiráveis;
- Teflon para pesticidas, névoas de ácidos e solventes;
- Membrana de prata para brometos, cloretos e
demethon
- Fibra de vidro para análises gravimétricas de pesticidas
e isocianatos.
Filtromembrana
Porta-filtro ou Cassete
Conjunto para retenção da amostra, composto
por um suporte de poliestireno diâmetro de
25 ou 37 mm de 2 ou 3 peças, contendo um
suporte de papelão para o filtro.
Cassete
Calibração do equipamento
- Bolhômetro
Este método encontra-se normatizado pela
FUNDACENTRO, através da norma
NHO 07.
- Indicador de fluxo digital ou eletrônico
Bolhômetro
Ciclone
Separador de partículas, do tipo ciclone,
projetado para selecionar partículas menores
que 10μm com 50% de eficiência de coleta em
partículas com diâmetro aerodinâmico de
4μm.
Ciclone
Pergunta
Qual a vazão a ser adotada
quando se usa “ciclone”?
a)1,7 litros / min
b) 2,0 litros / min
c) 2,2 litros / min
d) 2,5 litros / min
e) 2,75 litros / min
Depende
Luttgardes
1,7 litros / min
2,2 litros / min
2,5 litros / min
2,75 litros / min
Luttgardes
Calibração Método Bolha de Sabão:
a) ligar a bomba gravimétrica durante 15 a 20 minutos
para estabilização da voltagem;
b) medir a voltagem e verificar junto ao manual da
bomba se a mesma está dentro das especificações
do fabricante;
c) fazer teste de vazamento da bomba, certificando, se
for o caso, o rotâmetro;
Calibração Método Bolha de Sabão:
d) acoplar a bomba a bureta, através da mangueira;
e) umedecer a bureta com bolhas de sabão de modo a
lubrificar a parte interna da mesma;
f) tomar uma bolha e cronometrar o tempo de
percurso de 0 (zero) a 1000 ml. O tempo que a bolha
deve levar para percorrer a bureta é função do
volume e vazão requeridos:
Q = V / t → t = (V / Q) x 60
Onde:
Q = vazão (l/min)
V = volume (l)
t = tempo (min)
Como calibrar uma bomba
com ciclone para avaliar poeira
respirável?
Como intercalar um cassete com
ciclone entre a bomba e o
calibrador?
Análise Laboratorial:
Dentre os tipos de análise praticados pelos laboratórios
atualmente, destacam- se os seguintes:
- Volume
- Titulação
- Gravimetria
- Precipitação
- Extração
- Espectrofotometria de Infravermelho, Ultravioleta e/ou Luz
Visível
- Difração de Raio X
- Espectrofotometria de Absorção Atômica
- Cromatografia Gasosa
NHO 08
LABORATÓRIO
Antes de iniciar a coleta das amostras,
escolha e entre em contato com o
laboratório.
Verifique as exigências e orientações
especiais.
NHO 08
COLETA DE AMOSTRAS
Anotar, em formulário de registro:
• Data
• Horário
• Identificação do local
• Número do filtro
NBR 12.085
Execução da coleta
Colocar na cintura do indivíduo,
preferencialmente na parte posterior, a
bomba de amostragem devidamente
calibrada, prendendo-a com um cinto
apropriado.
NBR 12.085
Execução da coleta
Fixar a unidade de captação na vertical, de
modo que a face de coleta esteja voltada
para baixo, na altura da zona respiratória
do indivíduo.
NBR 12.085
Execução da coleta
• Abrir o orifício de entrada do ar
no porta-filtro
• Ligar a bomba
• Iniciar a amostragem
A caracterização da exposição deve
ser feita de maneira individual.
GRUPOS
Havendo a possibilidade de se estabelecer
“grupos de representatividade”, a avaliação
pode considerar um número menor de
amostragens.
GHE
São obtidos através de
•
•
•
•
•
observação de campo
conhecimento do processo
atividades desenvolvidas
estudo dos agentes
experiência do profissional
NBR 12.085
Execução da coleta
Após a coleta, proceder à verificação da
vazão final da bomba utilizada.
NBR 12.085
Invalidação de amostra
Sempre que houver diferença superior a 5%
entre as vazões inicial e final, a amostra
deve ser invalidada.
NBR 12.085
Invalidação de amostra
A verificação da vazão final deve ser
efetuada no mesmo local da verificação da
vazão inicial.
NHO 08
PERÍODO DE
AMOSTRAGEM
Pelo menos 70% da jornada
5 a 6 horas por dia
3 a 4 dias por semana
FORMAS AMOSTRAIS - Guia geral NIOSH
1. IDEAL: amostras consecutivas cobrindo toda a
jornada. De preferência 2 amostras de 4 horas cada.
2. Amostras simples cobrindo toda a jornada.
3. Amostras consecutivas cobrindo pelo menos
75% da jornada normal de 8 horas ( 6 horas ).
4. Amostras curtas.
Devem ser colhidas de 8 a 11 amostras.
Volume mínimo de ar ?
Volume mínimo de ar:
400 litros
Volume máximo de ar ?
Volume máximo de ar:
1000 litros
E o tempo de coleta ?
Vocês se lembram disso ?
Os métodos NIOSH
não fornecem tempos
mínimo nem máximo de coleta.
Volume = Q x T
Tempo = Volume
Vazão
400 litros
Tempo = Volume =
= 160 min
Vazão
2,5 litros
min
T mínimo = 2 horas e 40 min
Tempo = Volume
Vazão
1000 litros
Tempo = Volume =
= 400 min
Vazão
2,5 litros
min
T máximo = 6 horas e 40 min
Fumos de solda
Particulado inalável
TLV / TWA = 5 mg / m3
Limites dependem da liga, do processo e
dos eletrodos
Fumos de solda
São partículas respiráveis !
Coleta: filtro de éster de celulose
(sem ciclone).
Não é possível usar ciclone, pois as
as partículas aderem às paredes do
ciclone.
Avaliação de Fumos Metálicos
- Membrana de éster de celulose
de 0,8 micrômetros de porosidade
- Vazão: 2,0 litros por minuto
- Tempo: 4 horas
- Volume: 480 litros
- Análise: Espectrofotometria de absorção
atômica.
Poeiras
Metálicas
Poeiras Metálicas
Não devem ser analisadas como
poeiras metálicas respiráveis.
Ciclone – fornece resultados
imprevisíveis.
Poeiras Metálicas
Só é possível separar fração respirável
de Poeiras Metálicas através de um
Impactador em Cascata.
ESTATÍSTICA
• É ferramenta de apoio
• Fundamental na análise de dados de
exposição
A Estatística deve estabelecer ou auxiliar no
julgamento das exposições?
A Estatística deve auxiliar no julgamento!
Relembrando a aula anterior ...
• O julgamento é do profissional
• “O rabo não deve abanar o cachorro”
Estudando a exposição...
• Os dados servem para que se ajuste uma
distribuição aos mesmos → geralmente
lognormal, para dados de exposição
• Estudando-se as propriedades da distribuição,
podemos tirar conclusões de auxílio no
julgamento das exposições
Análise estatística das amostragens
• O NIOSH estabelece os métodos estatísticos
com intervalo de confiança de 95% de certeza
em relação a média
• LIC = x – 1,645 CV
• LSC = X + 1,645 CV
• CV = Coeficiente de Variação, conforme o
método analítico utilizado
Onde:
x = X = Concentração relativa, obtida pela
relação da média das concentrações e o limite
de tolerância
LIC = Limite Inferior de Confiabilidade
LSC = Limite Superior de Confiabilidade
MUITO OBRIGADO !
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Slide 1 - Escola Satélite