&2/e*,2 0$5,$ ,0$&8/$'$ 4, FK /$*2 68/ %5$6Ë/,$ ± ') (0$,/ FPLGI#FPLGIFRPEU )21( 6,7( ZZZFPLGIFRPEU APOSTILA DE RECUPERAÇÃO SEMESTRAL LÍNGUA PORTUGUESA 8ºANO 2008 1 &2/e*,2 0$5,$ ,0$&8/$'$ 4, FK /$*2 68/ %5$6Ë/,$ ± ') (0$,/ FPLGI#FPLGIFRPEU )21( 6,7( ZZZFPLGIFRPEU $12/Ì1*8$32578*8(6$ 1RPH&RPSOHWRBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBBQBBBB'DWDBBBB 9RFrVDEHTXHPDIDPtOLD6LOYD"/HLDDFU{QLFDGH5XEHP%UDJDSDUD VDEHU /XWRGDIDPtOLD6LOYD Na leitura desta crônica, você verá como o autor procura envolver o leitor e sensibilizálo com a situação do personagem. Observe como ele cria uma atmosfera que ajuda o leitor a expressar sua revolta e sua solidariedade com o drama de João da Silva A assistência foi chamada. Veio tinindo. Um homem estava deitado na calçada. Uma poça de sangue. A assistência voltou vazia. O homem estava morto. O cadáver foi re movido para o necrotério. Na seção dos “Fatos Diversos” do Diário de Pernambuco, leio o nome do sujeito: João da Silva. Morava na rua da Alegria. Morreu de hemoptise. João da Silva — Neste momento em que seu corpo vai baixar à vala comum, nós, seus amigos e seus irmãos, vimos lhe prestar esta homenagem. Nós somos os joões da silva. Nós somos os populares joões da silva. Moramos em várias casas e em várias cidades. Moramos principalmente na rua. Nós pertencemos, como você, à família Silva. Não é uma família ilustre; nós não temos avós na história. Muitos de nós usamos outros nomes, para disfarce. No fundo, somos os Silva. Quando o Brasil foi colonizado, nós éramos os degredados. Depois fomos os índios. Depois fomos os negros. Depois fomos imigrantes, mestiços. Somos os Silva. Algumas pessoas importantes usaram e usam nosso nome. É por engano. Os Silva somos nós. Não temos a mínima importância. Trabalhamos, andamos pelas ruas e morremos. Saímos da vala comum da vida para o mesmo local da morte. Às vezes, por modéstia, não usamos nosso nome de família. Usamos o sobrenome “de Tal”. A família Silva e a família “de Tal” são a mesma família. E, para falar a verdade, urna família que não pode ser considerada boa família. Até as mulheres que não são de família pertencem à família Silva. João da Silva — Nunca nenhum de nós esquecerá seu nome. Você não possuía sangue azul. O sangue que saia de sua boca era vermelho — vermelhinho da silva. Sangue de nossa família. Nossa família, João, vai mal em política. Sempre por baixo. Nossa família, entretanto, é que trabalha para os homens importantes. A família Crespi, a família Matarazzo, a família Guinle, a família Rocha Miranda, a família Pereira Carneiro, todas essas famílias assim são sustentadas pela nossa família. Nós auxiliamos várias famílias importantes na América do Norte, na Inglaterra, na França, no Japão. A gente de nossa família trabalha nas plantações de mate, nos pastos, nas fazendas, nas usinas, nas praias, nas fábricas, nas minas, nos balcões, no mato, nas cozinhas, em todo lugar onde se trabalha. Nossa família quebra pedra, faz telhas de barro, laça os bois, levanta os prédios, conduz os bondes, enrola o tapete do circo, enche os 2 porões dos navios, conta o dinheiro dos bancos, faz os jornais, serve no Exército e na Marinha. Nossa família é feito Maria Polaca: faz tudo. Apesar disso, João da Silva, nós temos de enterrar você é mesmo na vala comum. Na vala comum da miséria. Na vala comum da glória, João da Silva. Porque nossa família um dia há de subir na política... %5$*$5XEHQ,Q3DUDJRVWDUGHOHUHG6mR 3DXORÈWLFDYS Antes de responder às perguntas vamos entender o texto: $7026)(5$&/,0$28(67$'2'((63Ë5,72 Quanto melhor souber utilizar os climas da narrativa, maior envolvimento do leitor conseguirá o autor. São esses climas que sensibilizam o leitor, traduzindo emoção suspense, tensão, angústia, terror, tristeza, revolta, assim como alegria e tranqüilidade. Também denominados estados de espírito ou atmosfera, esses climas são evidenciados pelos sentimentos dos personagens, ou pelo próprio narrador, que procura contagiar o leitor com o estado de espírito que o domina no momento em que escreve. 1. De forma resumida, o que o narrador relata no primeiro parágrafo? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. Coloque ) se a afirmação for falsa e 9 se for verdadeira. a. ( ) Relata a forma como ocorreu a morte de João da Silva. b..( ) Apresenta com frieza a morte de João da Silva, mostrando que é um fato tão comum que nem mereceu destaque no jornal. c. ( ) Solidariza-se e identifica-se com o dra ma vivido por João da Silva. d. ( ) Faz uma espécie de elogio fúnebre em honra do falecido. 3. Em sua opinião, o que o narrador quis dizer ao afirmar “No fundo, somos os Silva”? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 4. De acordo com o narrador, os Silva existem desde que os portugueses chegaram ao Brasil. Quem formou essa família em diferentes épocas? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5. No segundo parágrafo, Rubem Braga afirma que os Silva não têm a menor Importância. Depois de ler o texto integralmente, você acha que ele pensa mesmo dessa maneira? Por quê? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 3 6. No texto, o narrador usa a expressão “sangue azul” . a) Qual o significado dessa expressão? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ b) O que o narrador revela ao dizer que João da Silva não possuía sangue azul? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 7. Em contraste com o sangue azul da nobreza, o autor faz um trocadilho com a cor do sangue do João: “O sangue que saía de sua boca era vermelho — vermelhinho da. silva”. Que elementos dessa frase você destacaria como sinais de realce da Insignificância do falecido João? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 8. No terceiro parágrafo, ao se referir à família Silva, o autor faz uso de verbos na voz ativa que dão idéia de trabalho, produção, criação, realização, construção, execução, movimento. Destaque esses verbos. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 9. Em oposição, a ação das famílias ditas importantes são referidas uma frase na voz passiva. Identifique e transcreva essa frase. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 10. Que sentimentos o narrador expressa em seu texto? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 11. No final do texto, ao escrever que “nós temos de enterrar você p PHVPR na vala comum”, qual você acha que foi a intenção do autor ao empregar o termo em destaque? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 12. Tente explicar o significado das palavras destacadas do texto. Se for preciso, consulte o dicionário. a. “Morava na rua da Alegria. Morreu de KHPRSWLVH.” __________________________________________________________________________ b. “O cadáver foi removido para o QHFURWpULR 4 Leia 13. Agora complete o diagrama com palavras dos quadrinhos. 1 - Adjunto adnominal do núcleo do sujeito (último quadrinho). 2 - Adjunto adnominal do núcleo do objeto (último quadrinho). 3 -Verbo auxiliar da locução verbal com verbo principal no infinitivo (2° quadrinho). 4 - Verbo da 1ª conjugação em um tempo simples (último quadrinho). 5 - Locução verbal com verbo auxiliar estar na 3ª pessoa do singular(3º quadrinho). 6 - Sujeito da oração com o verbo devorar. 7 - Núcleo do objeto direto da locução verbal estou fazendo. 8 - Substantivo da frase nominal exclamativa. 9 - Verbo principal da locução com infinitivo. 10 - Adjunto adnominal do adjunto adverbial de modo em ritual sangrento. 11 - Verbo transitivo direto cujo objeto direto é vítima. 12 -Pronome pessoal de tratamento, 3ª pessoa do singular. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 ( 6 7 2 8 ) $ = ( 1 ' 2 5 14. Identifique os verbos e classifique cada período em simples ou composto. a. As crianças descobrem mundos fascinantes na leitura. b. Parece desligado, e observa tudo. __________________________________________________________________________ c. Dormia-se um sono solto por todas aquelas casas. __________________________________________________________________________ d. Fui eu que vi o cruzeiro erguer-se do mar e mais tarde chegar até o horizonte de minha varanda. __________________________________________________________________________ 15. Transforme os períodos simples em períodos compostos, acrescentando as conjunções adequadas. a.Vinicius de Morais já morreu. Não morreram seus poemas e músicas. Sua criação artística é eterna. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ b. Faltava dinheiro para o lazer. O jeito era particular de pelada aos domingos. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ c. Observei o comentário do diretor. Percebi o meu engano. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 16. Sublinhe os verbos, identifique as conjunções, separe as orações e classifique-as em coordenadas assindéticas e coordenadas sindéticas. Modelo: A seleção feminina de basquete estava preparada,/ PDV perdeu a partida. Or. coord. assindética Or. coord. sindética a. As autoridades pedem rigor e exigem a fiscalização dos maus comerciantes. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ b. A personagem saiu do quarto, escondeu as lágrimas, saiu pela porta dos fundos. __________________________________________________________________________ 6 c. Não beba muito que faz mal. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 17. Separe e classifique as orações dos períodos abaixo. Modelo: Eu considerava a história boa, mas não poderia avaliá-la melhor, pois me faltava tempo. 1ª oração: Eu considerava a história boa. __ Or. coord. assindética. 2ª oração: mas não poderia avaliá-la melhor. __ Or. coord. sindética adversativa. 3ª oração: pois me faltava tempo. __ Or. coord. sindética explicativa. Período composto por coordenação. a. Um número cada vez maior de animais de estimação contrai câncer e poucos veterinários oferecem tratamento para a doença. b. A fumaça do cigarro faz mal, também às pessoas não-fumantes e prejudica a saúde dos animais domésticos. c. A constituição brasileira assegura direitos iguais a todos os cidadãos, entretanto isso não ocorre de fato: ora as mulheres recebem salários inferiores aos homens, ora os negros são inferiorizados. BOM TRABALHO! 7 AULA DE REDAÇÃO Vamos ler A busca de um objetivo requer persistência e vigília constantes. Ícaro e Dédalo Dédalo foi o construtor e inventor mais habilidoso de sua época, na Grécia antiga. Construiu palácios e jardins magníficos e criou obras de arte maravilhosas em todos os lugares. Acontece que na ilha de Creta, a pouca distância do litoral grego, havia um rei chamado Minos. O rei Minos possuía um monstro terrível que era metade touro e metade homem chamado Minotauro, e o monarca precisava de um lugar onde pudesse manter presa a criatura. Quando ouviu falar de Dédalo e suas habilidades, convidou-o a visitar seu país a fim de construir uma prisão para a fera. Dédalo, então, junto com seu filho Ícaro, dirigiu-se para Creta, onde construiu o famoso Labirinto, intrincada construção de caminhos sinuosos de tal forma emaranhados que, uma vez em seu interior, ninguém conseguia encontrar a saída. E lá foi colocado Minotauro. Concluído o Labirinto, Dédalo quis retornar à Grécia com o filho, mas Minos já estava decidido a mantê-los em Creta. Queria Dédalo em seu país para que este lhe construísse inventos maravilhosos e mandou prender os dois no alto de uma torre defronte ao mar. O rei sabia que Dédalo era suficientemente esperto para conseguir fugir e mandou vistoriar todos os navios a fim de evitar que passageiros clandestinos abandonassem a ilha. Outros teriam desistido, mas Dédalo não. Do alto da torre, passou a observar as gaivotas voando ao sabor da brisa. “Minos pode ter o controle da terra e do mar, mas não manda no ar. Será este o nosso caminho.” E pôs-se a trabalhar, colocando em prática todos os segredos de seu ofício. Pouco a pouco, reuniu um monte de penas de todos os tamanhos. Utilizando uma linha, juntou todas e modelou-as com cera; e conseguiu, afinal, fazer duas asas grandes, como as das gaivotas. Prendeu-as aos ombros e, depois de uma ou duas tentativas malfadadas, descobriu que, adejando como os pássaros, conseguia alçar vôo. Manteve-se no ar assim, flutuando ao sabor do vento, até que aprendeu a deslizar com as correntes, elevando-se graciosamente como uma gaivota. Construiu depois um outro par de asas para Ícaro. Ensinou o menino a mexer as penas e a ficar pairando no ar, e depois deixou-o dar alguns vôos de um lado para o outro do aposento. A seguir, ensinou-o a aproveitar as correntes, subindo em círculos e flutuando com o vento. Praticaram juntos até que Ícaro estivesse preparado. Finalmente, chegou um dia em que os ventos estavam bem apropriados. Pai e filho amarraram as asas e prepararam-se para voar de volta para casa. Dédalo então disse: Não se esqueça de tudo que lhe falei. Lembre-se, principalmente, de não voar muito alto, nem baixo demais. Se baixar muito, os respingos do mar molharão suas asas, deixandoas pesadas. Se subir muito, o calor do sol derreterá a cera, estragando suas asas. Fique perto de mim e dará tudo certo. Partiram, então, o menino seguindo o pai; e a detestável terra de Creta foi ficando para trás, muito abaixo deles. A princípio, o vôo foi terrível para Dédalo e Ícaro. O céu infinito, com toda a sua magnitude, dava-lhes vertigem, e mesmo uma rápida olhadela para baixo os estonteava. Mas foram gradativamente se adaptando a passar pelas nuvens até que perderam o medo. Ícaro sentia o vento enfunar-lhe as asas, levando-o cada vez mais para cima, e começou a sentir uma liberdade que nunca experimentara. Olhava para baixo com grande empolgação; via as ilhas passando, seus habitantes, e aquele mar grandioso a 8 espalhar-se em todas as direções, pontilhado pelas velas brancas das embarcações. Subia cada vez mais, esquecendo-se dos conselhos do pai. Esqueceu-se de tudo que havia no mundo, menos da alegria. — Volte! — gritou-lhe o pai, freneticamente. — Você está subindo muito! Lembre-se do sol! Desça! Desça! Mas Ícaro não pensava em nada além do próprio deslumbramento e felicidade. Almejava chegar o mais próximo do céu que conseguisse. Foi aproximando-se cada vez mais do sol e as asas começaram a amolecer. Uma a uma, as penas foram se soltando e caindo, até que a cera acabou se derretendo toda de imediato. Ícaro sentiu-se despencando no ar. Agitou os braços o mais rápido que pôde, porém já não havia mais penas para dar-lhe sustentação. Pediu socorro ao pai, mas foi tarde demais: soltou um grito e despencou das alturas, indo cair no mar e desaparecendo sob as vagas. Dédalo ficou voando em círculos pouco acima do nível da água, mas só conseguia ver as penas boiando, e percebeu que o filho se fora. Depois de algum tempo, o corpo voltou à superfície, e ele conseguiu içá-lo. Carregando pesado fardo e um coração despedaçado, Dédalo prosseguiu seu vôo. Ao chegar à terra firme, enterrou o filho e construiu um templo aos deuses. Pendurou, então, as asas e jamais tornou a voar. BENNETT, William J. O livro das virtudes. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995. p. 155-7. Vamos escrever Reconte a história de Ícaro e Dédalo mudando o foco narrativo. Dessa vez o narrador deverá ser em primeira pessoa. Dédalo contará sua história e a de seu filho. Não se esqueça de que você deverá mostrar com ênfase os sentimentos e sensações do narradorpersonagem, especialmente ao perceber que o filho não ouviu seus conselhos e morreu no mar. Crie um novo título para o texto. Redação número: ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 9 ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ Bom trabalho! $QRWDo}HVGDSURIHVVRUD Adequação ao tema proposto Adequação ao tipo de texto solicitado Correção gramatical Adequação da linguagem Coesão e coerência Tarciana ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ ___________________ Criatividade 10