4º RETIRO DAS SMP MISSIONÁRIOS DE FORA DIOCESE DE ITABIRA-FABRICIANO CELEBRAÇÃO DE ABERTURA. A equipe paroquial acolhe os missionários de fora de forma bem calorosa, e alguns minutos antes da celebração, cantos animados de acolhida, etc. Na celebração, pode ser feito de forma criativa o Evangelho de Lc 4,14-20. No decorrer da celebração, o assessor pode aprofundar estes pontos: Jesus cheio do Espírito Santo, volta para Nazaré/Cafarnaum (Galiléia) e começa a sua MISSÃO (Lc 4,14-20). As atitudes de Jesus Missionário: 1) Ir aos outros/ escutar/ estar com os outros; 2) Sentir a situação das pessoas; 3) Pregar e curar, anunciar o Reino e torná-lo presente; 4) Jesus não espera o povo ir a Ele; é Ele quem vai ao encontro (Sinagoga, ruas, casas...); 5) Jesus está sempre atento às situações das pessoas (sogra de Pedro, Zaqueu, outros). Jesus e o chamado dos primeiros discípulos/missionários. Chamou-os a estar com Ele e enviá-los para a missão (Mc 3,1314). Jesus não quis realizar a Missão só, quis contar com ajuda de pessoas (colaboradores). Ainda na abertura: 1) Informes das boas notícias do trabalho missionário na Paróquia e apresentação dos anseios e do que se espera da SM (por parte da equipe local ou pároco). 2) Apresentação dos missionários de fora, leituras de cartinhas, etc. 1º MOMENTO: CHAMADOS PARA A MISSÃO (Lc 10,1-2) A Igreja toda em estado permanente de Missão. O ponto de partida para a Missão é a realidade; e ponto de chegada é a Vida. O sentido da missão no DA é a vida. E o Documento vem falar das condições para a Missão: conversão pastoral/ conversão pessoal. As SMP: As SMP estão dentro da proposta e dos objetivos de Aparecida; SMP – É um projeto, que se dá em três etapas: Pré-Missão (tempo de acordar); Missão (tempo de saborear); A Missão continua (tempo de aprofundar). Semana Missionária – É o ponto alto das SMP, é o momento mais importante de todo o processo das SMP, é o momento mais bonito de toda a caminhada das SMP. Sentido da Semana Missionária: 1) É um grande retiro espiritual popular;2) É uma semana especial; 3) É um tempo de muitas visitas, encontros, celebrações, partilhas, fraternidades, perdão/conversão, celebrações. A Semana Missionária é um tempo de muita escuta e de aprender com as pessoas. A Semana Missionária é uma bonita experiência de vivência eclesial. A Semana Missionária e um momento especial para SABOREAR A BELEZA DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO, que é VIDA. Jesus Cristo: O EVANGELHO VIVO. ► MISSÃO em sentido amplo. 1) “Assumimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente” (DA 362). 2) “A missão continental procurará colocar a Igreja em estado permanente de missão” (DA 551). 3) “Hoje, toda a Igreja na América Latina e no Caribe quer colocar-se em estado de missão” (DA 213). 4) “A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade” (DA 362). 5) “Esperamos em novo Pentecostes, uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA 362). 6) “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA 370). 7) “Precisamos de uma evangelização muito mais missionária, em diálogo com todos os cristãos e a serviço de todos os homens” (DA 13). 8) “Missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã” (DA 144). 9) “A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (PA 347). 10) “A missão é a razão de ser da Igreja, define sua identidade mais profunda” (DA 373). 11) “A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo” (DA 145). 12) “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais” (DA 11). 13) “A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes” (DA 31, cita Mt 9,35-36). ► PARÓQUIAS em missão “As paróquias são células vivas da Igreja... São chamadas a ser casas e escolas de comunhão” (DA 170). “Todas as nossas paróquias se tornem missionárias” (DA 173) “A renovação missionária das paróquias se impõe tanto nas cidades como no mundo rural” (DA 173) “A renovação missionária das paróquias exige de nós imaginação e criatividade para chegar às multidões” (DA 173). “Os melhores esforços das paróquias devem estar na convocação e na formação de leigos missionários” (DA 174) “Todos os membros da comunidade paroquial são responsáveis pela evangelização dos homens e mulheres em cada ambiente” (DA 171). “A renovação das paróquias exige a reformulação de suas estruturas, para que ela seja uma rede de comunidades e grupos, capazes de se articular conseguindo que seus membros se sintam realmente discípulos e missionários de Jesus Cristo em comunhão” (DA 172). “A imensa maioria dos católicos de nosso continente vive sob o flagelo da pobreza... A paróquia tem a maravilhosa ocasião de responder às grandes necessidades de nossos povos. Para isso tem que seguir o caminho de Jesus e chegar a ser a boa samaritana como Ele. Cada paróquia deve chegar a concretizar em sinais solidários seu compromisso social nos diversos meios em que se move, com toda a ‘imaginação da caridade’” (DA 176) “A paróquia chegará a ser comunidade de comunidades’” (DA 309, citando Santo Domingo 58). “Uma paróquia, comunidade de discípulos missionários, requer organismos que superem qualquer tipo de burocracia. Os Conselhos Pastorais Paroquiais terão de estar formados por discípulos missionários constantemente preocupados em chegar a todos” (DA 203). ► COMUNIDADES em missão “As CEBs têm sido escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor”. (DA 178). “As CEBs são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São fonte e semente de variados serviços e ministérios a favor da vida na sociedade e na Igreja” (DA 179). “É preciso reanimar os processos de formação de pequenas comunidades no Continente” (DA 310). “A conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Daí nasce a atitude de abertura, diálogo e disponibilidade para promover a co-responsabilidade e participação efetiva de todos os fiéis na vida das comunidades cristãs” (DA 368). “Enraizadas no coração do mundo, as CEBs são espaços privilegiados para a vivência comunitária da fé, mananciais de fraternidade e de solidariedade, alternativa à sociedade atual fundada no egoísmo e na concorrência brutal” (presente no texto original aprovado pela assembléia, tirado do documento oficial aprovado pela Santa Sé). “Queremos decididamente reafirmar e dar novo impulso à vida e à missão profética e santificadora das CEBs, no seguimento missionário de Jesus. Elas têm sido uma das grandes manifestações do Espírito na América Latina e no Caribe depois do Vaticano II”(presente no texto original aprovado pela assembléia, tirado do documento oficial aprovado pela Santa Sé). “Depois do caminho feito até agora, com avanços e dificuldades, é o momento de uma profunda renovação desta rica experiência eclesial em nosso Continente, para que não percam sua eficácia missionária e sim a melhorem e a aumentem diante das continuas novas exigências da época” (presente no texto original aprovado pela assembléia, tirado do documento oficial aprovado pela Santa Sé). ► TODOS OS CRISTÃOS: discípulos missionários de Jesus Cristo. “Somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, nele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação” (DA 103). “Todo discípulo de Jesus Cristo é missionário” (DA 144). “Os discípulos por essência são também missionários, em virtude do Batismo e da Confirmação” (DA 377). “O discípulo missionário torna visível o amor misericordioso do Pai, especialmente para com os pobres e pecadores” (DA 147) “Os discípulos missionários de Jesus Cristo devem iluminar com a luz do Evangelho todos os âmbitos da vida social. A opção preferencial pelos pobres, de raiz evangélica, exige atenção pastoral voltada aos construtores da sociedade” (DA 501). 2º MOMENTO – JESUS NOS ENVIA EM MISSÃO (Lc 10,3-5) A partir do texto indicado, dar continuidade ao sentido da Palavra Missão. 1 - O Conceito de Missões "Missão" (no singular) e "Missões" (no plural). MISSÃO. Palavra muito usada entre nós É “encargo, incumbência” (Aurélio) Missão é todo apostolado da Igreja. Tudo o que a Igreja faz e qualquer campo. 1.1 - Missão:Enfoque Existencial A vida precisa de sentido. Não se vive sem sentido. Dar um sentido verdadeiro a vida é um desafio. A vida é uma missão A grande missão: dar um sentido verdadeiro a vida. 1.2 - Missão:Enfoque Sócil –político cultural A missão só existe dentro de um contexto. A missão só existe situada. A missão é partidária. A missão visa a transformação. Em que mundo vivemos? Qual o verdadeiro sentido da sua vida? 1.3 - Missão:Enfoque Bíblico. Por quê ir à bíblia? Deus é mistério Deuséamor(trindade) Amor é missão Deus é missão. (Missio Dei) Esse deve ser o eixo de todas as missões. 1.4 - Missão:Enfoque Teológico Tirar o universo do nada (criação) Deus não se cansa (dilúvio) Missão de libertação (êxodo) A Missio Dei visa: A defesa da vida Faz sonhar tempos novos Não sossega enquanto toda a humanidade não estiver livre. 1.5 - Missão:Enfoque Místico Para ser testemunha é preciso experimentar. Experiência de sentido, de opção, comunhão. Convicção Mística e missão são inseparáveis. O místico é fiel a Missio Dei. 1.6 - Missão:Enfoque Eclesial A Igreja é herdeira e testemunha da Missio Dei. A missão é eclesial. O missionário é um enviado. 1.7 – Missão: Enfoque Escatológico A vida é uma caminhada. Rumo a quê? A uma nova terra. Missões é um aspeto particular da única e abrangente Missão da Igreja. (CNBB. Doc.45, 11°81) "M i s s õ e s" as iniciativas especiais dos ara1tos do Evangelho que, enviados pela Igreja, vão pelo mundo, todo realizando o múnus de pregar o Evangelho e a fundar a própria Igreja entre os povos ou sociedades que ainda não crêem em Cristo. São realizadas pela atividade missionária e em geral exercidas em certos territórios reconhecidos pela Santa Sé. O fim próprio dessa atividade missionária é a evangelização e a fundação da Igreja nos povos ou sociedades onde ainda não está radicada.” (AD) Antigo Testamento A escolha de Deus visa sempre uma tarefa a executar. Israel foi o “povo escolhido” de Deus. Sua tarefa era a de ser testemunha e mediador entre deus e as demais nações. Israel conhecia o desejo de deus: a salvação de todos. (Is45,21-25) A mentalidade missionária não desabrochou em Israel Deus tem um plano: a salvação de TODOS Objetivo da obra missionária: levar o povo a um compromisso leal com Deus. Patriarcas, profetas, reis. A atividade missionária chegou a florir somente com a Vinda de Jesus Cristo. Novo Testamento Dinamismo do amor de Deus A infância de Jesus Nascimento Magos do oriente VÊM Simeão: Luz para iluminar os povos A vida pública de Jesus Missão: Lc 4,18-21 Destinatários Após a ressurreição A Paixão de Cristo A sua glorificação A continuação da obra por virtude do Espírito Santo A Igreja dos Primórdios JESUS CRISTO É O MESMO ONTEM HOJE E SEMPRE. Missão da Igreja “Toda a autoridade foi dada a mim no ceu e sobre a terra. Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. E ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt28,18b-20) A Igreja, enquanto missionária precisa: Evangelização: dar testemunho diante de todas as nações, até “fazer discípulos” Sacramentalização: Batizar. Administrar os sacramentos Catequese: Impregnar a vida. Ensinar a observar tudo o que cristo mandou. Missão: Ir aos outros, sair de nós mesmos, deixar o nosso mundo e abraçar outro mundo, às vezes até desconhecido por nós. Ser missionário é tornar-se seguidor de Jesus na prática, ou seja, gostar e fazer gostar do seguimento de Jesus, como os seus discípulos: “conhecemos Jesus...” (Jo 1,41). Jesus prepara os seus para a Missão (Lc 10,6-9). Daí algumas observações: 1) A Missão é urgente; 2) O missionário deve ser uma pessoa atenta às diversas situações; 3) O missionário tem um jeito (estilo) especial, que sabe compreender as pessoas e suas preocupações; 4) O missionário deve ser uma pessoa de muita simplicidade, sem exigir muita coisa, aceitar o que lhe é oferecido (acolhida); 5) O missionário é uma pessoa com espírito de abertura. A presença do missionário deve gerar VIDA, PAZ, CURA conforme nos relata o texto de Lucas. ►Se possível, alguns testemunhos de missionários que já participaram de SM. 3º MOMENTO – ESTAR NA MISSÃO HOJE (Lc 9,6) – “E os discípulos partiram”. O centro da pregação e da mensagem de Jesus – e portanto, de sua missão como enviado de Deus - está em seu ensinamento sobre o Reino de Deus. O evangelho de Marcos resumiu muito bem o que aqui afirmamos com estas palavras programáticas: "Quando detiveram João Batista, Jesus foi à Galiléia pregar de parte de Deus a boa notícia. Dizia: cumpriu-se o prazo, já chega o reinado de Deus. Convertam-se e creiam na boa nova" (Mc 1,14-15). Nestas palavras há dois elementos muito claros: por uma parte, a mensagem essencial de Jesus era sua pregação sobre o Reino; por outra parte, essa pregação sobre o Reino é a "boa notícia", o evangelho que Jesus tinha que proclamar. Por conseguinte, fica claro que o centro mesmo do evangelho é a pregação sobre o Reino de Deus. Um Reino de justiça e de paz O Reino de Deus não se reduz a um mero projeto de justiça social. Vai muito mais longe, uma vez que somente alcançará seu estádio definitivo na plenitude da vida, mais à frente, quando Deus seja tudo em todas as coisas. O projeto do Reino é de Deus, portanto não se esgota nos limites do tempo e do espaço. O Reino de Deus supõe e exige conversão, mudança de mentalidade e de atitudes (Mc 1,15), adesão incondicional à mensagem de Jesus (Mc 4,3-20), coração de pobre aberto e disponível para acolher sua pessoa e sua mensagem. Portanto, nesse sentido, exige interioridade. O estádio definitivo do Reino será somente a consumação da nova sociedade antes sumariamente descrita e que deve prefigurar-se já neste mundo e nesta terra, nas condições de nossa sociedade atual. Um Reino que é de Deus dado a nós como graça Decididamente, as exigências do Reino não se satisfazem apenas mediante a prática da caridade é preciso chegar até a solidariedade, a igualdade verdadeira, a fraternidade incondicional, em um sistema de convivência que faça tudo isso realmente possível e viável. O projeto do Reino de Deus é uma utopia, no sentido mais estrito dessa palavra. Utopia, com efeito, segundo a etimologia da palavra, é o que ainda não tem lugar, ainda não acontece. Na verdade a utopia é o motor da história, pelo fato de que é ela que aviva os ideais e dá força aos projetos. Pode-se portanto afirmar, com todo direito, que o projeto do Reino de Deus é uma utopia. Trata-se de um projeto que antecipa um futuro melhor. Mas essa utopia, que é o projeto de Jesus, é possível. É realizável. Porém ela não vai se dar por um passe de mágica ou como resultado de um prodígio que Deus realiza sem nossa colaboração. O projeto do Reino se fará realidade na medida em que os cristãos tenham fé em que esse projeto é realizável. E sobretudo, na medida em que os que cremos em Jesus nos dediquemos a realizá-lo. Embora custe suor e sangue como aconteceu com muitos projetos na história da humanidade. O projeto do Reino de Deus será sempre utópico, ou seja, será sempre algo não plenamente realizado na história. Esse projeto aponta para uma meta tão perfeita que será sempre algo irrealizável plenamente na condição histórica do ser humano. O Reino de Deus se fará realidade na medida em que haja homens e mulheres que mudem radicalmente sua própria mentalidade, sua escala de valores, sua relação prática e concreta com o dinheiro, o poder e o prestígio. Porém isso não se dará em nível de toda a sociedade sem cair no totalitarismo e na repressão.. A Comunidade, lugar do Reino de Deus Como sabemos, Jesus escolheu doze dentre os membros desta comunidade (Mt 10,1-2; 11,1;20,17; 26,20; Mc 3,14-16;4,10;6,7; 9,35; 10,32; Lc 6,13; 8,1; 9,1; 18,31; Jo 6,67-71; 20,24). A estes doze discípulos confiou uma missão e poderes especiais (Mt 10,7; Mc 1,22.37; 2,10; 11,28-29.33). Após a Ressurreição, comunicou-lhes o Espírito (At 2,1ss), que fora prometido (Lc 24,49; At 1,5.8), para que fossem suas "testemunhas" em todo o mundo (At 1,8). De fato, estes "doze" desempenharam uma função de primeira importância na constituição da Igreja (cf. 1Cor 15,5; Ap 21,14). Porém, há que ter consciência que os "doze", além da função histórica que desempenharam na organização e estrutura da Igreja, tinham evidentemente uma dimensão simbólica: representavam as "doze tribos" de Israel (Mt 19,28; Ap 21,14. 20), ou seja, simbolizavam a plenitude do novo povo de Deus inaugurado por Jesus, o novo Israel. Dito mais claramente, da mesma maneira que o povo de Israel tinha sido a expansão e a multiplicação dos doze filhos de Jacó, assim também a Igreja, novo povo de Deus, não era outra coisa senão a posteridade e o desenvolvimento dos doze apóstolos encarregados da transmissão do evangelho de Jesus. A intenção primeira de Jesus, portanto, foi constituir uma comunidade. Dentro dela os doze desempenharam uma missão particular. A Igreja, no entanto, é a comunidade toda inteira. Os doze não são anteriores e exteriores à comunidade. Surgem dentro dela e por causa dela e estão a serviço dela. Sem a comunidade, cada um dos doze como indivíduo não tem sentido e razão de ser enquanto testemunha. A primeira providência de Jesus para levar a cabo a missão para a qual o Pai o enviou foi, portanto, formar uma comunidade de discípulos. O programa de vida que Jesus propõe a sua comunidade consiste, antes de tudo, em escolher ser pobres (primeira bemaventurança: Mt 5,3; Lc 6,20), para ter de verdade somente a Deus por rei. Trata-se da condição de admissão no grupo cristão. Jesus aceita entre os seus somente a quem não reconhece como absolutos: nem o dinheiro, nem o prestígio, nem o poder, mas unicamente Deus. As conseqüências da adesão a este programa de vida serão : em primeiro lugar, os que sofrem vão deixar de sofrer (segunda bemaventurança: Mt 5,4; Lc 6,21); em segundo lugar, os oprimidos vão sair de sua situação humilhante e humilhada (terceira bemaventurança: Mt 5,5); em terceiro lugar, os que têm fome e sede de justiça vão ser saciados (quarta bem-aventurança: Mt 5,6). Estas promessas de Jesus expressam a abundância característica dos tempos messiânicos, que plenificam as aspirações humanas para além do necessário até o transbordamento das expectativas vitais. As três bem-aventuranças seguintes expõem as razões profundas desta situação surpreendente . Sobretudo o que é dito na quinta bem-aventurança: “Bem aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7). Na comunidade de Jesus a ninguém vai faltar nada, porque tudo vai estar à disposição de todos. E isso porque, segundo a sexta bem-aventurança, na comunidade todos serão pessoas de coração puro e limpo (Mt 5,8), pessoas sem má intenção, sem idéias distorcidas e olhares enviesados, pessoas verdadeiras, incapazes de traição. Por isso tais pessoas "vão ver a Deus". Esta expressão quer dizer que os membros da comunidade serão pessoas que existem para servir aos outros. Na sétima bem-aventurança, Jesus elogia os membros da comunidade porque trabalharão e construirão a paz (Mt 5,9). A comunidade cristã vai ser uma fonte de reconciliação e de harmonia entre os homens, de tal maneira que assim se instaurará uma ordem nova, não apoiada sobre a repressão , a competição e a violência , mas repousando sobre a humildade e a aceitação incondicional do outro. O evangelho certamente tem em mente aqui regular a ação do grupo naquela sociedade onde estão inseridos, não apenas a nível interpessoal (reconciliar os indivíduos entre si), mas também em âmbito social e político, que tão fortemente condiciona a convivência humana. A última bem-aventurança elogia os que "vivem perseguidos por sua fidelidade" (Mt 5,10). A razão desta perseguição está em que a ordem presente (o "mundo") não tolera de maneira nenhuma o programa de vida e ação que a comunidade vive. Portanto, praticar o programa da comunidade de Jesus é algo que não se pode fazer impunemente e sem riscos ou perigos. O mundo se sente ameaçado por pessoas que comunitariamente não aceitam o dinheiro, o poder e o prestígio como bases da organização social. Jesus, carinhosa e pedagogicamente, prepara seus discípulos para as perseguições e os sofrimentos que certamente virão e adverte-os que deverão sentir-se felizes quando isto lhes acontecer, pois significará que estão sendo fiéis ao Mestre e seu projeto, testemunhas puras e santas de Deus e Seu Reino. Jesus e a comunidade do Reino de Deus: paradigma de uma nova humanidade Na comunidade de Jesus se exige uma atitude fundamental: o serviço a outros. A afirmação de Jesus neste sentido é radical e não deixa lugar a dúvidas: "Sabem que os chefes das nações as tiranizam e que os grandes as oprimem. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser ser o primeiro, seja servidor de todos; e o que queira ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque este homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por todos" (Mt 20,25-28). Portanto, Jesus afirma que na comunidade os primeiros têm que ser os mais desprezados, os que são considerados inúteis e desprestigiados, a quem são designados os serviços mais humildes. Na comunidade de Jesus, portanto, não pode haver ambição ou desejo de poder ou dominação. Por isso Jesus proíbe aos seus a utilização de títulos honoríficos: "pai", senhor, mestre, doutor", etc. são termos proibidos em Mt 23,8-10 (cf. tb. Mt 20,26-27; 23,11; Mc 9,35; 10,43-44; Lc 22,25; Jo 15,131524). Pelo contrário, na comunidade, diz Jesus, "todos vocês são irmãos" (Mt 23,9) e "o maior de vocês será o servidor de todos" (Mt 23,11). Daí se segue que no grupo cristão deve reinar a mais absoluta igualdade e caridade, até o ponto em que nem sequer Jesus se comporta como "Senhor" (Jo 13,13) e chama os discípulos "amigos" (Lc 12,4; Jo 15,15) e "irmãos" (Mt 28,10; Jo 20,17. Cf. tb. Paulo em 1Cor 3,21-23; ROM 14,7-9; Gal 3,27; Col 3,11). A missão fundamental de Jesus consistiu, portanto, no anúncio do Reino e na formação de uma comunidade que visibilizasse esse Reino para o mundo e a humanidade. Jesus viu claramente, desde o primeiro momento, que o mais urgente para a implantação do Reino de Deus é a existência de uma comunidade que viva e pratique os princípios e os valores do Reino. Mas a missão de Jesus não se reduziu somente a formar a nova comunidade de salvação. Sua atividade em favor do projeto do Pai foi muito mais longe. Ele sabia perfeitamente que o inimigo número um do projeto do Reino de Deus é o sistema estabelecido sobre o dinheiro, o poder e o prestígio. E sabia também que os dirigentes do sistema são, e têm que ser, os mais encarniçados inimigos de seu projeto e de sua comunidade. Por tudo isso, os enfrentamentos entre Jesus e esses dirigentes do povo não demoraram a vir. Apareceram e aconteceram logo que Jesus começou a pregar e a pôr em ação seu projeto. Na verdade, o conflito esteve sempre presente na vida e na pessoa de Jesus e configurou seu ministério público . Apesar de certa espiritualidade sempre ter procurado dar-nos outra imagem e outra idéia disto, sempre lemos nos evangelhos o relato das palavras duras de Jesus contra os fariseus e contra os sacerdotes. A lista de ataques, e denúncias, muito fortes, é impressionante: Jesus os chama assassinos (Mc 12,1-12) e lhes diz que Deus lhes tirou o Reino (Mt 21,3346); compara os dirigentes com crianças insensatas e inconseqüentes (Mt 11,1619; Lc 7,31-35); diz-lhes que são uma "raça de víboras" e más pessoas (Mt 12,34)26; chama-os "gente perversa e idólatra" (MT 12,39); joga-lhes constantemente no rosto que são uns hipócritas (Mt 6,1-6.16-18; 15,7; 23,13.15.23.25.29; Lc 13,15) e que seu fermento é a hipocrisia (Lc 12,2); chama-os cegos e guias de cegos (Mt 15,14; 23,16.19.24); diz-lhes que são "sepulcros caiados" (Mt 23,27) ou "túmulo sem sinal" (Lc 11,44), insensatos cheios de roubos e maldades (Lc 11,3941) e que além disso são incorrigíveis (Mt19,8), que o culto que praticam é inútil (Mt 15,8-9). Assegura que os publicanos e as prostitutas são melhores que eles (Mt 21,31-32) e que passam por cima da justiça e do amor de Deus (Lc 11,42); aos juristas diz com desassombro que afligem as pessoas com fardos insuportáveis, enquanto eles nem os roçam com o dedo (Lc 11,46); e denuncia que guardaram a chave do saber enganando ao povo (Lc 11,52); ridiculariza os fariseus e sua piedade (Lc 18,9-14), assim como questiona o clero, que fica abaixo de um herege samaritano em termos de valorização por parte de Jesus (Lc 10,30-37); desacredita os letrados diante do povo, jogando-lhes na cara que "comem os bens das viúvas com pretexto de rezas longas" (Lc 20,45-47); denuncia que os saduceus não entendem as Escrituras (Mc 12,24); ameaça os ricos, os satisfeitos e os que riem (Lc 6,2426). No evangelho de João, os enfrentamentos entre Jesus e os dirigentes judeus se repetem constantemente. É verdade que João não especifica, como o fazem os Sinóticos, a que grupos dirigentes fala Jesus em seus repetidos ataques. Se todas estas coisas não estivessem nos evangelhos, resultar-nos-ia quase impossível acreditar nelas. Ninguém que tenha sido formado pela catequese tradiconal imagina a Jesus falando desta maneira, porque a imagem que dele nos ofereceu a pregação e a literatura religiosa é completamente distinta. Entretanto, aí estão os testemunhos dos quatro evangelhos, para nos dizer até que ponto a imagem usual de Jesus, como uma pessoa doce e inofensiva, avessa aos conflitos e tímida, é completamente falsa. Por outra parte, é evidente que se tirarmos dos evangelhos tudo o que se refere aos enfrentamentos de Jesus com os dirigentes do povo, mutilamos essencialmente aquilo que a mensagem do Novo Testamento nos quer transmitir. E o que nos quer transmitir é muito claro: que Jesus foi o mais radical de todos os profetas, porque não transigiu com a injustiça e a opressão que as classes dirigentes exerciam sobre o povo, falseando dessa maneira o significado da religião. Missão de Jesus, Missão de Deus e nossa Missão Reforçamos a idéia de que a Missão é de Deus, mas confiada a nós. Dizemos: estamos em Missão ou estamos no trabalho missionário. Neste sentido, aprofundamos estes pontos: Quem faz a Missão é o Espírito Santo, que é o ANIMADOR por excelência da SM. Mas os missionários estão a serviço do Espírito Santo, e a sua tarefa é ajudar, criar condições para que a graça de Deus possa atuar, para transformar. Para isto – Os missionários devem: 1) Gostar da Missão, e ter paixão por ela; 2) Ser um bom conselheiro: contagiar as pessoas; 3) Ter espírito de humildade e simplicidade; 4) Ser pessoas conscientes, não um alienado e ser GENTE DE FÉ. AS VISITAS: São a alma da SM, uma grande riqueza; as visitas fazem bem... As visitas dos missionários não são para ensinar, fazer pregação, etc. A visita é um meio para ir ao encontro das pessoas, para contatos pessoais. Em síntese: estar na Missão SER PRESENÇA no meio dos outros. Nas visitas, procurar valorizar o que há de bom na família. Não é preciso ter pressa: escutar, conversar, criar clima, etc. E se alguma porta se fechar? Continuar a viagem, seguir em Missão... Para aprofundar: O missionário deve se identificar com JC (Gl 2,20). 4º MOMENTO – ESTAR NA MISSÃO Programação da Semana Missionária. 1 - REGRA DE VIDA DOS MISSIONÁRIOS DIOCESANOS As tarefas dos missionários diocesanos, assim como vimos acima, já dizem que perfil de missionário necessitam, com qual regra de vida viver. Cada diocese poderá ver melhor para seus missionários diocesanos. A seguir algumas sugestões: Ser missionário diocesano não é título, é serviço humilde (Mc 10,43-44). Viver a missão com gratidão, eficácia e gratuidade (Lc 17,10). Viver pessoalmente o que se quer transmitir aos outros, procurando superar toda e qualquer hipocrisia (Mt 23,3). Buscar ser cada vez mais pessoa verdadeira (Mc 8,36). Cultivar o encanto e a atração ao mistério de Deus, que se revela por amor, gratuitamente na pessoa de Jesus de Nazaré (Ef 3,14-20). Cultivar sempre a espiritualidade do discípulo missionário de Jesus de Nazaré (Mc 3,1415). Isso exige fé humilde e serena; e conversão permanente. Buscar inspiração na regra de vida dos missionários, elaborada pelas primeiras comunidades, tirada dos ensinamentos de Jesus (Mt 10,1-42; Lc 10,1-24). Estudo meditado, continuado, orante do Evangelho do ano litúrgico (Fl 3,7-12). Oração silenciosa e contemplativa; possivelmente 10-20 minutos, cada dia, em adoração (Mt 6,5-6). Manter atual a ligação fé-vida, dando sempre razão de nossa esperança (1Pd 3,15). Participar ativamente da própria comunidade eclesial, sem assumir outros compromissos (somente em caso de necessidade), para se dedicar mais ao serviço missionário. Ter consciência crítica e vigilante sobre a vida do mundo Estar comprometido com uma prática transformadora e libertadora; simples e popular, nos vários níveis. Viver com doação, com jubilo interior, com gosto, a missão de missionário diocesano. Tomar iniciativa, sem esperar ordens de fora; ternura e firmeza na caminhada. Ser humilde, dócil à ação do Espírito Santo. Saber reconhecer as próprias falhas, pedir perdão, perdoar; levantar e caminhar, sempre, com paz e firmeza (Mt 7,3-5). Dar atenção especial à própria família, ser companheiro fiel com colegas no trabalho. Viver nos ambientes de trabalho a missão de missionário, partindo sempre da realidade sócio-econômica, dos anseios do povo, testemunhando os valores evangélicos. Ver tudo em função da missão: relações, contatos, visitas, organização do tempo, opções. Saber trabalhar em equipe, valorizando os dons dos outros, deixando-se questionar. Cuidar da própria vida afetiva e emocional; que seja sadia, serena, coerente. Viver um estilo de vida simples e sóbria; fraterna e solidária, sem consumismos. Cultivar a própria formação permanente, também através da ajuda dos livros que as SMP publicaram e vem publicando, e outros elaborados pela própria diocese. Mas cuidado: as regras não devem abafar, cortar asas; não estão aí para fiscalizar. Elas somente apontam o rumo a seguir, querem dar asas a uma belíssima experiência de vida. Querem encher de sentido profundo, de criatividade e fidelidade. O importante não é fazer missão, mas ser missionário, ou seja, estar na Missão de Jesus. SER PRESENÇA DE JESUS NO MEIO DAS PESSOAS, pois somos enviados. Se houver tempo, pode ser feita uma reflexão sobre a pessoa de Paulo, um modelo de missionário, homem de uma santa ousadia, que conseguiu ser presença de Jesus em culturas diferentes e situações desafiadoras São Paulo: “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus” (Fl 2,5). Uma máxima: ESVAZIAR-SE A SI MESMO. O missionário é uma pessoa que se confia à graça de Deus, como Paulo: “Basta-nos a graça do Senhor” (2Cor 12,9). Para isto: ORAÇÃO, APROXIMAR-SE DAS PESSOAS, AJUDAR NO QUE FOR PRECISO (espírito de serviço), VALORIZAÇÃO DOS GESTOS E SÍMBOLOS e o jeito simples das pessoas expressarem a sua fé, RESPEITAR A REALIDADE E VALORIZAR AS PESSOAS. Durante a SM – CELEBRAÇÕES VIVAS que esquentam o coração. Outras questões práticas: acolhida nas famílias, etc. 2 – VISITAS As Visitas: derrubam barreiras e fortalecem a solidariedade Páginas 233 a 247 Orientações para as visitas dos missionários/as As visitas de Jesus não eram desarticuladas, ingênuas, sem um fio condutor. Visitava movido pela missão que o Pai e o Espírito Santo lhe haviam confiado. Eram visitas sábias, inteligentes, questionadoras, esperançosas; tinham rumo. Alertou seus discípulos a visitar com o mesmo objetivo. Assim também querem ser as visitas dos missionários/as das SMP. Nas visitas, os missionários: a) Sabem colher e valorizar as Boas-Notícias do Reino acontecendo (Mt 9,37-38) e não somente semear (Mc4,3-9). Louvam, agradecem pelas coisas boas; tiram lições de vida. b) Conforme os terrenos que encontram, vão lançando sementes, com convicção, com fé, com gratuidade, sem exigir retomo como recomendou Jesus: "Vocês receberam de graça, dêem também de graça" (Mt 10,8). Assim também querem ser as visitas dos missionários/as das SMP. Nas visitas, os missionários: a) Sabem colher e valorizar as Boas-Notícias do Reino acontecendo (Mt 9,37-38) e não somente semear (Mc4,3-9). Louvam, agradecem pelas coisas boas; tiram lições de vida. b) Conforme os terrenos que encontram, vão lançando sementes, com convicção, com fé, com gratuidade, sem exigir retomo como recomendou Jesus: "Vocês receberam de graça, dêem também de graça" (Mt 10,8). c) Visitam as pessoas não somente nas casas; gostam de encontrá-Ias e conversar com elas na rua, no trabalho, no lazer. d) Não se apegam a formalismos, não ficam na retranca, ou acanhados; conseguem descongelar corações frios, derrubam barreiras, fazem as pessoas se sentirem à vontade. e) Sabem construir relações de simpatia, de abertura, de busca. f) Carregam o mesmo sonho de Jesus, despertando caminhos de conversão, fortalecendo esperança, denunciando contravalores, articulando energias nova. g) Consideram os outros como pessoas, como irmãos e irmãs da grande família humana. Não se deixam bloquear por preconceitos, mas também não são ingênuos. Eles levam sempre em conta as situações sociais e culturais das pessoas, das famílias. h) Sabem escutar anseios e preocupações, sonhos e alegrias, vitórias e derrotas, sacrifícios e fragilidades. Eles não se calam diante de corrupções, conchavos ambíguos e injustiças; sabem despertar indignação e compromisso ético. Eles mantêm atitudes livres e acolhedoras, inteligentes e sábias, abertas e respeitosas. i) Longe de qualquer fanatismo, eles querem ser uma presença viva de Jesus, mensageiros da paz, resumo de todos os bens: “A paz esteja nesta casa!” (Lc 10,5). j) Eles não desanimam diante de possíveis dificuldades; não jogam pragas quando não são bem acolhidos. Sabem que, num lugar ou outro, poderão não ser bem recebidos e até recusados. Avaliarão o porque disso, talvez pedindo perdão por alguma falha; e irão continuar o caminho, semeando, na certeza de que bons terrenos irão aparecer (cf. Mt 13,19). Vão com humildade, com serenidade e júbilo interior, como fazia Francisco de Assis, quando alguma porta ficava fechada. k) Os missionários não querem visitar, de uma vez, com pressa, todas as casas de uma rua, parecendo “arrastão”. Não são como tropas de assalto. Eles preferem, antes, comunicar às pessoas o desejo de visitá-las; e entram nas casas quando percebem que serão bem acolhidos; não forçam. Entrando nas casas, sobretudo se não são conhecidos, apresentam-se de maneira simples e humilde, como missionários da paz e da vida, do Evangelho de Jesus. Eles são e sentem-se enviados pela Igreja Católica; quando necessário, fazem questão de dizê-Io. Sabem que isso é grande responsabilidade e confiança; procuram cumprir a missão com dedicação e fidelidade. I) Não fazem questão de levar a Bíblia nas mãos ou debaixo dos braços; preferem guardá-Ia com respeito numa pasta simples ou na mochila. m) Usam roupa simples e decente, possivelmente camisetas estampadas com dizeres ligados às SMP. n) Não gostam de usar folhetos com esquemas de visitas, pois isso tira a espontaneidade, dá a sensação de querer ensinar; não fazem sermões, nem despejam normas e leis. Não abrem logo a Bíblia; sabem que a Palavra de Deus revela-se, sobretudo, em suas posturas e atitudes. Eles criam um clima agradável, descontraído, sincero. o) Fazem as pessoas se sentirem bem à vontade, conversando sobre fatos da vida, com sabedoria. p) Conforme as situações sabem transformar a visita em clima de oração, lendo ou lembrando algum fato ou mensagem de Jesus e fazendo um comentário simples que esteja relacionado à vida; em seguida convidam a fazer orações espontâneas e, se for o caso, uma bênção final. Eles fazem da visita um encontro personalizado, desejado, vivido, uma festa. q) Nas visitas, se forem solicitados, os missionários poderão exercer o serviço do aconselhamento, com carinho, com responsabilidade e clareza. Quando perceberem que se acham inseguros diante de certos assuntos, eles podem sugerir e/ou providenciar a visita de outras pessoas mais capacitadas. E farão isso com boa vontade. Quando certos assuntos são de interesse comum da vizinhança, aí os missionários podem sugerir reuniões ampliadas. r) Na medida do possível, escolhem os horários mais convenientes para as pessoas que vão visitar. 2.1 - Orientações gerais para a Visita Missionária: 1) Ao chegar à casa, o visitador deverá respeitar três momentos: a) Conquistar a amizade das pessoas, ser cordial e simpático. SABER OUVIR. (Encontrará pessoas felizes, mas também muitos angustiados, revoltados contra a Igreja, padres...). - Acolher os desabafos com serenidade. Este não é o momento para debate ou doutrinação. b) Tempo da palavra: - Conquistada a amizade, há mais chance de evangelizar: Esclarecer sobre a intenção da visita. c) Tempo da ação: - Ao perceber que há situações de problemas mais sérios, como alcoolismo, desemprego, conflitos no casamento... O visitador deverá voltar para ajudar buscar soluções para os problemas. (O problema deverá ser levado ao conhecimento da equipe central, que procurará a melhor maneira possível de solucioná-lo). 2) O visitador não deve desanimar quando for mal recebido. É preciso ter paciência e calma. Disse Jesus: "Abençoai a quem vos persegue". 3) Onde for bem recebido, não deixar o orgulho tomar conta do coração. 4) Guardar sigilo de tudo o que ouvir na visita, sobretudo das confidências feitas. 5) O visitador deve estar bem informado sobre a vida da Paróquia: horário, cursos etc. 6) NÃO DISCUTIR RELIGIÃO. Não ser "chato". Evitar perguntas indiscretas, não ser moralista... 7) Depois de algumas visitas, pode-se fazer ficha sobre dados importantes. 8) Quando for possível, criar clima de oração, e convidar para rezar. 9) Entregar folhetos com orações, mensagens e informações sobre a Paróquia. 10) As visitas devem ser feitas sempre de dois em dois. 2.2 - Passos para evangelizar de casa em casa: 1°) - No dia da visita não esquecer de fazer uma oração antes de sair de casa, pedindo ao Senhor a unção do Espírito Santo para o bom êxito de seu trabalho como evangelizador. 2°) - Não esquecer de verificar antes de sair de casa se está com todo o material. 3°) - No caminho, faça oração. 4°) Na chegada nas casas: a) - Cumprimentar as pessoas e apresentar-se como Missionário Católico da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, dizendo: “A paz do Senhor Jesus Cristo esteja nesta casa”. b) - Havendo barulho (rádio muito alto, TV ligada em alto som etc.) pedir com delicadeza para abaixar o volume; c) - Perguntar o nome de quem lhe atendeu e se tiver esposo (a), filhos, amigos, convidar a todos para participarem da conversa se for possível; d) - Não esquecer que o missionário deve em primeiro lugar OUVIR, OUVIR, OUVIR; e) - Manter uma disposição de profundo acolhimento para o visitado. 5°) No desenrolar da visita: (Prestar atenção naquilo que as pessoas falam). a) - Esclarecer o motivo da visita missionária: é um trabalho apostólico, onde estamos realizando o mesmo trabalho feito por Jesus e pelos Apóstolos. Falar sobre o conteúdo das missões populares. b) - Perguntar se freqüenta alguma Igreja... c) - Se for Católico, perguntar se quer participar da vida comunitária da Igreja... Caso for Católico e não participa da vida da Igreja, perguntar se sente necessidade de participar da comunidade, com muita delicadeza. d)- Perguntar se há alguém doente em casa. Caso haja algum doente, perguntar se gostariam de fazer uma oração pelo mesmo. e) - Pedir a Deus que abençoe as pessoas, derrame sua graça sobre aquela família. f) - Rezar em conjunto o Pai Nosso. 6°) Na despedida: a) - Agradecer a acolhida e dizer que foi grande a alegria de conhecer e visitar essa família e estas pessoas; b) - Informe que dentro em breve, voltaremos para fazer outra visita, se não se opuserem; c) - Desejar que a Paz de Jesus permaneça nesta casa e com todos os membros da família. 7°) Após a saída das casas: a) - Fazer as anotações necessárias na ficha. b) - Lembrar-se do sigilo sobre os assuntos e as pessoas visitadas; c) - Anotar as casas em que não foi possível fazer a visita por qualquer razão, para visitálas em outra ocasião; d) – Anotar o nome de pessoas que queiram trabalhar como lideranças nas comunidades; e) – Perceber se há algum problema pastoral que precise ser resolvido. Ainda no sábado, pedir a equipe paroquial para apresentar alguns aspectos da realidade local, os objetivos da Semana Missionária, o que esperam dos missionários e em que eles podem colaborar, etc. Apresentar a programação da SM, e fazer alguns encaminhamentos práticos. Se for oportuno, fazer a destinação dos missionários e dar tempo para eles se encontrarem com representantes dos setores. VIGÍLIA DE ORAÇÃO Como à noite vai ter o festival de músicas, pode terminar o retiro com um momento especial para os missionários de fora: clima de oração e meditação pessoal, se possível, com a presença do Santíssimo, momento de perdão, etc. DOMINGO, Missa de envio, conforme programação. MISSIONÁRIOS DE FORA Página: 166 a 170 SUGESTÃO PARA TODOS OS DIAS DA SEMANA MISSIONÁRIA 272 a 306