UNIVERSID ADE DO V ALE DO IT AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR INTERNO DE SALAS DE AULA Acadêmico: Luiz Geraldo Nunes Orientadora: Albertina Xavier da Rosa Corrêa, MSc. Itajaí, Junho/2013 UNIVERSID ADE DO V ALE DO IT AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO AR INTERNO DE SALAS DE AULA Luiz Geraldo Nunes Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental. Itajaí, Junho/2013. DEDICATÓRIA A minha mãe, Juraci e minha irmã Patrícia, por todo o apoio, confiança e amor, e por sempre estarem comigo em todos os momentos, sejam eles tristes ou felizes. AGRADECIMENTOS A todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. i RESUMO A Organização Mundial da Saúde – OMS, estima que cerca da metade da população mundial sofra com a má qualidade do ar interior, com comprometimento dos sistemas respiratórios e cardiovasculares e, por isso, este tema é fator determinante na saúde e bem estar das populações. Alguns estudos relacionam a redução de produtividade de alunos e professores à má qualidade do ar interior de salas de aula, além da possibilidade de aparecimento de problemas de saúde. A escolha da sala de aula levou em consideração o grande número de pessoas que frequenta esse ambiente, anualmente, com média de seis horas diárias de permanência. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a qualidade do ar interno de 3 salas de aula, duas do setor D (109 e 133), e uma do setor E (401), dos cursos de Engenharia Ambiental e Farmácia – UNIVAL. A avaliação ocorreu durante o segundo semestre letivo de 2012, e para melhor comparação, foram monitorados a luminosidade, concentração de CO, CO2, Temperatura, Umidade do ar, taxa de ocupação, ruído e material biológico, para determinar à que ponto alguns destes parâmetros está de acordo com as normas brasileiras. Feita as devidas comparações, observou-se a inadequação dos valores de CO2, e da influencia externa interferindo no conforto acústico interno, para todas as três salas estudadas, constatação da extrapolação da taxa de ocupação da sala 133, bem como valores abaixo do mínimo recomendado de iluminamento nas salas de aula 133 e 401 e umidade excessiva em todas as coletas. Algumas recomendações foram feitas, para buscar melhorar as condições apresentadas e para a utilização de novos métodos de avaliação da qualidade do ar interno. Palavras-chaves: Qualidade do ar interno; sala de aula; ambientes internos. ii ABSTRACT The World Health Organization – WHO, estimates that about half the world's population suffers from poor indoor air quality, affecting the respiratory and cardiovascular systems, and therefore, this issue is an important factor in the health and welfare of the people. Some studies have reported a reduction in productivity of students and teachers to poor indoor air quality in classrooms, in addition to the potential emergence of health problems. The choice of the classroom took into consideration the large number of people who attend this environment annually, with an average of six hours per day of stay. The objective of this research was to evaluate the indoor air quality of 3 classrooms, two sector D (109 to 133), and a sector E (401), Environmental Engineering courses and Pharmacy – UNIVAL. The evaluation took place during the second semester of 2012, and for better comparison, were monitored the brightness, concentration of CO, CO2, temperature, air humidity, occupancy, noise and biological material, to determine to what extent some of these parameters is in accordance with auditing standards. Made the necessary comparisons, there was a mismatch of CO2 values, and external influences interfering in the internal acoustic comfort for all three rooms studied, finding the extrapolation of the occupancy of the room 133, as well as values below the recommended minimum of illuminance in classrooms 133 and 401 and excessive moisture in all samples. Some recommendations were made, to seek to improve the conditions presented and the use of new methods for assessing indoor air quality. Keywords: Indoor air quality; classroom; indoors. iii SUMÁRIO DEDICATÓRIA ...................................................................................................................... 3 AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 4 Resumo .................................................................................................................................. i Abstract ................................................................................................................................. ii Sumário ................................................................................................................................. iii 1 Introdução....................................................................................................................... 1 1.1 2 3 Objetivos ................................................................................................................. 2 1.1.1 Geral ................................................................................................................ 2 1.1.2 Específicos ....................................................................................................... 2 Fundamentação Teórica ................................................................................................. 3 2.1 Principais e conceitos .............................................................................................. 3 2.2 Tipos de contaminantes, saúde e meio ambiente .................................................... 6 2.2.1 Monóxido de carbono (CO)............................................................................... 6 2.2.2 Dióxido de carbono (CO2) ................................................................................. 7 2.2.3 Contaminante microbiológico............................................................................ 9 2.2.4 Iluminação ........................................................................................................ 9 2.2.5 Ruídos ............................................................................................................ 12 2.2.6 Temperatura e umidade relativa do ar ............................................................ 13 2.3 Estudos anteriores ................................................................................................. 14 2.4 Legislação ............................................................................................................. 15 Metodologia .................................................................................................................. 17 3.1 Salas de aula ......................................................................................................... 17 iv 4 3.1.1 Sala 401 ......................................................................................................... 17 3.1.2 Sala 109 ......................................................................................................... 18 3.1.3 Sala 133 ......................................................................................................... 19 3.2 Determinação de monóxido de carbono ................................................................ 20 3.3 Determinação de dióxido de carbono, temperatura e umidade relativa do ar ......... 23 3.4 Análise microbiológica ........................................................................................... 24 3.5 Iluminação ............................................................................................................. 24 3.6 Ruído ..................................................................................................................... 26 Resultados e discussão ................................................................................................ 30 4.1 Monóxido de Carbono ........................................................................................... 30 4.2 Dióxido de Carbono ............................................................................................... 31 4.3 Temperatura e umidade relativa do ar ................................................................... 32 4.4 Microbiologia ......................................................................................................... 33 4.5 Iluminação ............................................................................................................. 35 4.6 Ruído ..................................................................................................................... 37 4.7 Taxa de Ocupação ................................................................................................ 38 5 Conclusão..................................................................................................................... 39 6 Recomendações ........................................................................................................... 40 7 Referências .................................................................................................................. 42 v LISTA DE FIGURAS Figura 1. Fluxo luminoso de uma lâmpada. Fonte: Santos et al. (2006) ............................... 11 Figura 2. Iluminância de uma fonte de luz. Fonte: Santos et al. (2006) ................................ 11 Figura 3. Sala de aula nº 401: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala ............................ 17 Figura 4. Representação em perspectiva da sala 401 ......................................................... 18 Figura 5. Sala de aula nº 109: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala ............................ 18 Figura 6. Representação em perspectiva da sala 109 ......................................................... 19 Figura 7. Sala de aula nº 133: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala ............................ 19 Figura 8. Representação em perspectiva da sala 133 ......................................................... 20 Figura 9. Medidor de monóxido de carbono (CO) ................................................................ 20 Figura 10. Sala 401, perspectiva dos pontos de coleta de CO ............................................. 21 Figura 11. Sala 109, perspectiva dos pontos de coleta de CO ............................................. 22 Figura 12. Sala 133, perspectiva dos pontos de coleta de CO ............................................. 22 Figura 13. Analisador de dióxido de carbono (CO2) ............................................................. 23 Figura 14. Fotômetro digital ................................................................................................. 25 Figura 15. Decibelímetro modelo DEC – 420 da INTRUTHERM .......................................... 27 Figura 16. Sala 109, perspectiva dos pontos de coleta de ruído .......................................... 28 Figura 17. Sala 133, perspectiva dos pontos de coleta de ruído .......................................... 29 Figura 18. Sala 401, perspectiva dos pontos de coleta de ruído .......................................... 29 Figura 19. Fotografia das placas em meio de cultura (a) fungo e (b) bactéria ...................... 34 vi LISTA DE TABELAS Tabela 1. Especificações do aparelho ................................................................................. 26 Tabela 2. Fatores determinantes da iluminância adequada ................................................. 26 Tabela 3. Condições das salas de aula durante as coletas .................................................. 30 Tabela 4. Concentração de CO em 3 locais distintos das salas 109, 133 e 401 .................. 30 Tabela 5. Concentração de CO2 nas salas de aulas 109,133 e 401 .................................... 31 Tabela 6. Valores de temperatura de bulbo seco nas 3 salas de aula analisadas ................ 32 Tabela 7. Valores de umidade relativa do ar para as 3 salas de aula analisadas................. 32 Tabela 8. Quantidade de colônias de bactérias e fungos nas 3 salas de aula ..................... 35 Tabela 9. Valores dos pontos do plano de trabalho nas salas 109, 133 e 401 ..................... 35 Tabela 10. Valores de iluminância média para as salas 109, 133 e 401 .............................. 36 Tabela 11. Resultados para conforto acústico nas salas 109, 133 e 401 ............................. 37 Tabela 12. Ocupação das salas de aula 109, 133 e 401, em cada dia de coleta ................. 38 Tabela 13. Síntese com os resultados das salas de aula ..................................................... 39 vii LISTA DE ABREVIATURAS BRI – Building Related Ilness CGPM – Conférence Générale des Poids et Mesures CO – Monóxido de Carbono CO2 – Dióxido de Carbono EPA – Environmental Protection Agency IRC – Índice de Reprodução de Cor NBR – Norma Brasileira NOx – Número de Oxidação O3 – Trioxigênio (Ozônio) PPM – Partes por Milhão QAI – Qualidade do Ar Interno SBS – Sick Building Syndrome SO2 – Dióxido de Enxofre UR – Umidade Relativa 1 1 INTRODUÇÃO Até décadas atrás não se levava em consideração a poluição de ambientes internos como um fator determinante para a qualidade de vida do individuo, pensava-se quase que exclusivamente nas técnicas construtivas, como maneira de proporcionar o desenvolvimento de atividades produtivas ou até mesmo de lazer. Entende-se por ar de interiores, aquelas áreas não industriais, como habitações, escritórios, escolas e hospitais (WANG; ANG; TADE, 2007). Assim com o passar dos tempos os edifícios foram se tornando locais muito fechados, com pouca ventilação, Gioda (2003) destaca inclusive que há uma tendência atual em se construir edifícios selados por motivos estéticos, controle de ruído e mesmo climatização, o que causa um aumento nos casos de problemas de qualidade do ar interno. E para solucionar o problema de falta de ventilação, tornou-se necessário a instalação de sistemas de ventilação forçada ou de ar condicionado, dentre outros, que ocasionou em um consumo maior de energia, aumentando a preocupação com os gastos decorrentes da automação. Se, por um lado, houve um aumento na preocupação com a economia de energia, por outro, a qualidade do ar interno foi deixada de lado. As técnicas desenvolvidas para evitar a infiltração de ar, que aumentou a eficiência dos sistemas de refrigeração, causaram uma redução dramática do consumo de energia, mas também causaram um aumento substancial nas concentrações médias dos vários poluentes no ar interior. (MORAES, 2006). Hoje, sabemos que uma série de poluentes – dentre eles, monóxido de carbono, dióxido de carbono, amônia, óxido de enxofre e nitrogênio – são produzidos dentro do edifício por materiais de construção baseados em solventes orgânicos, por materiais de limpeza, mofo, bolor, metabolismo humano e também pelas próprias atividades do homem, como cozinhar ou lavar e secar roupas. Tais poluentes podem comprometem a saúde, e no caso dos estudantes uma diminuição de rendimento. Portanto devemos estudar a qualidade do ar interno, pela importância que tem para garantir a saúde aos ocupantes das diferentes áreas, bem como o ótimo desempenho de suas atividades. (GIODA, 2003). Analisar a QAI de salas de aula é de grande importância, principalmente sobre dois dos principais aspectos, pois salas de aula geralmente carecem de um programa de manutenção eficiente; jovens e crianças são mais suscetíveis a alguns tipos de contaminantes. Aa altas taxas de ocupação, deficiência na ventilação e a deterioração das 2 edificações contribuem para a má qualidade do ar interno, o que dificulta a atenção dos alunos e seu desempenho. (MENDELL, 2005). 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Geral Medir as condições do ar no interior das salas de aula 109, 135 do bloco D2, D4 e da sala 401 do bloco E1, da UNIVALI, para avaliar a qualidade do ar. 1.1.2 Específicos - Levantamento da taxa de ocupação das salas de aula; - Determinar os níveis de umidade relativa, intensidade luminosidade, temperatura e ruído no interior das salas; - Analisar quantitativamente bactérias e fungos no interior das salas; - Determinar a quantidade de Monóxido de Carbono (CO) e Dióxido de Carbono (CO2) no interior das salas. 3 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PRINCIPAIS E CONCEITOS Para tratar de poluição atmosférica, é fundamental conhecer antes a definição de poluente atmosférico, que segundo a Resolução Conama nº 3, de 28 de junho de 1990, Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, que possam vir a tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Dentre os vários níveis de analise, há uma combinação de agentes que devem ser analisados na poluição do ar interior, em uma perspectiva física, a concentração de uma substância no interior de um ambiente depende das fontes e das condições de dispersão, dos níveis de temperatura e pressão, e do tempo de exposição a esses fatores. Sob um foco químico, a importância é voltada para a determinação das substâncias presentes no ambiente em análise com a finalidade de verificar qual a concentração de determinado composto no local. Já para um ponto de vista biológico, a concentração dos compostos químicos deve ser avaliada com ênfase nos efeitos na saúde. (WALSH et al, 1984). Os ambientes internos e externos podem deferir, significativamente, em relação aos níveis e tipos de poluentes comuns a ambos. Poluentes com fontes predominantemente externas incluem SO2, O3, pólen, e vários compostos orgânicos. Poluentes gerados originalmente de fontes internas incluem formaldeído, amônia, compostos orgânicos, e bioaerosóis. Material particulado, compostos orgânicos, esporos, CO, NOx e CO2, são poluentes comuns a ambos os ambientes. Diferenças nos níveis de poluentes interiores e exteriores são da reatividade química de alguns poluentes, de sua mobilidade entre os ambientes, da presença de fontes internas, das praticas de construção e manutenção das edificações que reduzem a troca de ar (ventilação) entre os ambientes internos e externos. (GODISH, 1991). O interesse por estudos sobre a QAI surgiu após a descoberta de que a diminuição das taxas de troca de ar nesses ambientes era a grande responsável pelo aumento da concentração de poluentes biológicos e não biológicos. Essa preocupação se justifica uma vez que grande parte das pessoas passa a maior parte do seu tempo dentro desses edifícios e, consequentemente, exposta aos seus poluentes. (BRICKUS, 1999). 4 A qualidade inadequada do ar em ambientes internos está associada à perda de produtividade e ao absenteísmo no ambiente de trabalho. (JONES, 1999; SPENGLER, 2004). Sabe-se ainda que sistemas de ventilação, quando mal operados e sem manutenção adequada, tornam-se fontes potenciais de poluentes, principalmente de microrganismos (decorrentes do acúmulo de umidade nesses sistemas). (REDLICH, SPARER e CULLEN, 1997). Sendo assim alguns edifícios já estão sendo chamados de “doentes” devido a baixa qualidade do ar em seu interior, e também foi criado uma expressão, a chamada Síndrome do Edifício Doente, em inglês “Sick Building Syndrome” (SBS), que refere-se à relação entre causa e efeito das condições ambientais observadas em áreas internas, com reduzida renovação de ar, e os vários níveis de agressão à saúde de seus ocupantes através de fontes poluentes de origem física, química e/ou microbiológica. Portanto, são chamados de “doentes” aqueles nos quais uma porção significativa dos usuários, em torno de 20% segundo Robertson (1995), apresentam uma série de sintomas, tais como: dor de cabeça, náuseas, cansaço, irritação dos olhos, nariz e garganta, falta de concentração, problemas de pele, dentre outros. Mas existe uma diferença entre SBS, ou SED (síndrome do edifício doente), e as doenças relativas ao edifício. Conforme, Hansen (1991), as doenças relacionadas ao edifício, identificadas pelo termo “Building Related Ilness” (BRI), estão relacionadas a uma infecção verdadeira, e não temporária, dos usuários. Ela pode ser detectada por testes de laboratório e é causada por microrganismos como bactérias, vírus e fungos. Já a SBS não causa doenças, mas pode colaborar no sentido de agravar males de pessoas predispostas. Atualmente, há uma estimativa de que grande parte das pessoas, principalmente em ambientes urbanos, passa entre 80 e 90% do seu tempo dentro de edifícios. De acordo com Parker (1993), isto significa que, na maior parte do tempo, estamos sujeitos a um ambiente artificial que é modificado pelo espaço fechado do edifício. E o que é pior, modificado de maneira negativa, já que o problema da qualidade do ar é real e crescente. Segundo Raw (1997), sua natureza é difícil de avaliar, pois muitos componentes químicos diferentes estão envolvidos e alguns deles não são perceptíveis como, por exemplo, o radônio. A taxa na qual o ar externo é introduzida no ambiente interno é especificada por normas Asharae (1989). Ela é baseada na necessidade de controle dos odores e dos níveis de CO2. O dióxido de carbono é um componente do ar externo, mas ele pode ser produzido internamente e seu excesso, sua acumulação interna, pode indicar uma ventilação inadequada. No começo do século, as normas de ventilação para edificações, conforme 5 descreve EPA, pediam por aproximadamente 25 m3/h de ar externo fresco para cada um dos ocupantes. Essa taxa era usada basicamente para diluir os poluentes e remover odores originários do metabolismo humano. Como resultado da crise do petróleo na década de 70, medidas nacionais de economia de energia impuseram uma redução nessas taxas para aproximadamente 8 m3/h para cada um dos usuários do edifício, segundo a Ashrae (1989). Em muitos casos, estas taxas reduzidas de fornecimento de ar foram inadequadas para manter a saúde e o conforto dos ocupantes. Pois uma ventilação inadequada é uma das causas da síndrome dos edifícios doentes. Em uma tentativa de providenciar taxas de troca de ar adequadas e em concordância com a necessidade de economia de energia, a Ashrae revisou os padrões de ventilação, e concluiu que é possível, com a tecnologia atual, fornecer uma taxa de 25 m3/h por usuário sem gastos adicionais de energia. Dependendo das atividades desenvolvidas no local, uma taxa de 100 m3/h pode ser necessária. Há uma notável contribuição das pessoas e suas respectivas atividades ocupacionais para a poluição do ar em ambientes fechados. As atividades metabólicas, tanto a respiração quanto a transpiração, liberal substancias químicas para a atmosfera e, alem disso, facilitam o transporte de microorganismos. Partículas grandes em suspensão são removidas com simples processo de limpeza, como varrer, aspirar e espanar a poeira. Mas, devido à ressuspensão de partículas pequenas, a concentração dessas substâncias frequentemente aumenta. (BRICKUS, 1999). A partir da concentração máxima admissível de um poluente no ambiente e da quantidade de ar externo necessário para sua diluição, é possível garantir o controle da fonte do composto nocivo. Porem, a diluição exige grandes volumes de ar externo e, consequentemente, maiores gastos com energia. Por esse e outros motivos, torna-se correto e mais econômico evitar a dispersão dos poluentes químicos, físicos e biológicos, do que adotar ações corretivas. (MORAES, 2006). Sendo assim, para se ter um edifício saudável deve-se ter uma boa qualidade do ar interior, através do uso de adequadas taxas de ventilação, de sistemas de automação predial e principalmente de um monitoramento contínuo dessas instalações. (CARMO, 1999). Uma série de fatores interfere nas condições de um ambiente interno, dentre eles, destacam – se as características do ambiente externo, aspectos construtivos do prédio, a rotina do prédio, além das atividades realizadas pelos ocupantes do local. Cada prédio possui variáveis a serem monitoradas e que se comportam distintamente se comparadas com outros prédios. O conhecimento das características do ar em ambientes internos é fundamental, pois ele é o meio pelo qual se realiza a interação entre clima, prédio e pessoas: é também fator determinante da saúde e bem estar dos ocupantes; além de ser 6 peça fundamental para controle e racionalização da qualidade do ar interno. (MEYER, 1983). 2.2 TIPOS DE CONTAMINANTES, SAÚDE E MEIO AMBIENTE 2.2.1 Monóxido de carbono (CO) O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e insípido. É um subproduto da combustão de materiais que contenham carbono em um local com deficiência de oxigênio (combustão incompleta). As principais fontes externas de CO são: exaustões de veículos automotores e processos industriais que envolvem a queima de combustíveis. (CARMO, 1999). A concentração média de monóxido de carbono (CO) na atmosfera é de 0,1 ppm, sendo 90 por cento do monóxido de carbono atmosférico produzido pela própria natureza e 10 por cento produzidos pela atividade do homem. Emissões vindas de veículos próximos as salas de aula, aquecedores a gás ou a querosene não ventilados, aquecedores de água, fogões e quaisquer outros aparelhos em que haja combustão são fontes internas de CO. Contudo, quando os aparelhos estão em boas condições de manutenção e sobre utilização adequada produzem pouca quantidade deste gás ou em casos de chaminés e fogões, por exemplo, sua dispersão deve ser garantida por exaustores e dispositivos desse tipo, segundo EPA (1993) e EPA (1996). Em escritórios e edifícios comerciais, fontes importantes de produtos derivados da combustão incluem fumaça de cigarro e exaustões de veículos (por exemplo, um motor de combustão produz concentrações de monóxido de carbono de mais de 100 ppm) nas proximidades, como já falado anteriormente. Entradas de ar localizadas no nível do terreno ou próximas ao tráfego ou outras fontes podem espalhar os poluentes por todo o edifício através do sistema de ventilação. (CARMO, 1999). O monóxido de carbono torna-se altamente perigoso e fatal quando produzido ou libertado em espaços fechados ou semi-fechados com ventilação inadequada e ai inalados por pessoas ou animais. Ele possui uma afinidade química com a hemoglobina cerca de 250 vezes maior que o oxigênio, conforme Hansen (1991). Quando a carboxihemoglobina (COHb) é formada, a capacidade que os glóbulos vermelhos possuem de transportar oxigênio aos tecidos é reduzida. As células privadas de oxigênio morrem por inanição. Portanto, o monóxido de carbono age como um agente asfixiante. As partes do corpo que mais necessitam de oxigênio, tais como o cérebro e o coração, são as mais profundamente afetadas. Segundo Hansen (1991), há evidencias que sugerem que o CO também pode 7 afetar a habilidade da mioglobina em lidar com o oxigênio e, portanto, aumentam a deficiência de oxigênio das células (CARMO, 1999). Pessoas mais idosas, crianças ou pessoas com problemas cardiovasculares ou doenças pulmonares são particularmente sensíveis a elevadas concentrações desse gás. Os níveis de carboxihemoglobina (COHb) no sangue são, de acordo com a Agência Canadense de Saúde, aproximadamente 0,5% do total de hemoglobina. É interessante ressaltar que níveis de até 3% podem ser encontrados em não fumantes, podendo ainda serem considerados normais. Níveis entre 10 e 15% podem ser considerados normais após fumar um cigarro. (BRICKUS, 1997). Em níveis baixos o CO pode produzir sintomas não específicos, parecidos com a gripe. Sintomas como vertigens, dor de cabeça, náuseas, zumbido nos ouvidos, palpitação cardíaca e respiração irregular podem ocorrer para níveis de carboxihemoglobina entre 2 e 10%. Em concentrações elevadas, a inalação do CO pode induzir inconsciência, danos ao sistema nervoso central e ao sistema circulatório. Uma exposição aguda pode ser fatal. Pessoas com asma, anemia ou doenças do coração são mais suscetíveis. (BRICKUS, 1997). Níveis médios desse gás em casas variam de 0,5 a 5 partes por milhão (ppm) EPA (1995), sendo que próximo a fogões adequadamente ajustados estão freqüentemente entre 5 e 15 ppm e próximo àqueles desajustados podem ser tão altos quanto 30 ppm ou mais. O nível de concentração aceitável para uma exposição a curto prazo em residências, conforme recomendação da Agência Canadense de Saúde, é igual a 11 ppm (permanência de 8 h por dia) ou menor que 25 ppm para uma hora de exposição. A EPA propõe que a atenção ao uso, com a devida manutenção de aparelhos que utilizem combustão, seja a mais importante medida para reduzir o risco de envenenamento por monóxido de carbono em residências. Um detector de CO pode fornecer uma proteção adicional, contudo não há substitutos para o uso adequado de fontes potenciais de CO. Ainda deve-se considerar que não existem detectores totalmente seletivos e algumas pessoas podem sentir problemas de saúde em níveis mais baixos que a sensibilidade dos detectores. 2.2.2 Dióxido de carbono (CO2) O dióxido de carbono (CO2) é um gás incolor, inodoro e não inflamável, que é produzido por um processo de combustão completa de combustíveis fósseis e também por processos metabólicos. A concentração média de CO2 na atmosfera é cerca de 340 ppm 8 (Federal – Provincial Advisory Committee on Environmental and Occupational Health – 1989), mas os níveis podem variar muito, dependendo da localização e do tempo. A concentração interna do CO2 depende dos níveis externos deste gás e da sua taxa de produção dentro do edifício. É um gás considerado como relativamente não tóxico e, segundo Liddament (1997), concentrações tão altas quanto 10.000 ppm ou mais não possuem efeitos significativos à saúde. Porém, ele controla as taxas de respiração em uma pessoa e, conforme seu nível de concentração aumenta, a pessoa sente como se não houvesse ar suficiente no ambiente. A taxa respiratória aumenta no sentido de compensar essa falta de ar. Fogões a gás, aquecedores não ventilados que utilizem algum processo de combustão, seres humanos e animais de estimação estão entre as principais fontes internas de CO2. As concentrações residenciais mais altas tendem a ser encontradas nas áreas da casa na qual os ocupantes permanecem a maioria do tempo, sendo diretamente relacionada com o número de ocupantes. Em salas inadequadamente ventiladas os níveis podem exceder 3.000 ppm apenas a partir do metabolismo humano. Um aumento da concentração interna de dióxido de carbono aumenta a acidez do sangue e provoca um aumento na taxa e na profundidade da respiração. Acima de períodos prolongados, da ordem de dias, a regulagem dos níveis sanguíneos de CO2 é feita pela ação dos rins e pelo metabolismo do cálcio dos ossos EPA (1995). Segundo a Associação de Saúde do Canadá (1989), uma exposição continua deste gás, pode levar a desmineralização dos ossos, e se a exposição exceder 50.000 ppm, pode gerar danos no sistema nervoso central, como dores de cabeça, problemas visuais, tonturas, além de algumas evidencias de efeitos cardiovasculares em concentrações semelhantes. A concentração mais baixa para a qual algum efeito adverso à saúde foi observado foi 7.000 ppm. Mesmo o CO2 não sendo um gás que possa vir a causar problemas à saúde, pois para isso seria necessário uma exposição a concentrações muito altas e por alguns dias, mas a princípio, a taxa de CO2 pode ser usada para avaliar as taxas de ventilação, determinar a proporção de ar externo que é misturado com o ar recirculado e providenciar uma indicação de como está a qualidade do ar interno. Para condições normais de ocupação, concentrações acima de 10.000 ppm, de acordo com Liddament (1997), já indicam que as taxas de ventilação podem estar inadequadas para diluir outros poluentes mais nocivos que podem estar presentes. 9 Porém, níveis de CO2 devem ser usados com cautela como indicadores de uma IAQ aceitável. A premissa básica é que, se o sistema de ventilação, aquecimento e ar condicionado não estão sendo eficazes na remoção desse gás, então os outros poluentes estão provavelmente se acumulando na mesma proporção. Contudo, pode haver uma fonte interna muito forte de outro contaminante, independentemente das medidas de CO2. Além do mais, pode haver erros nas medidas do dióxido de carbono ou variações temporais nessas medidas que também podem levar a erros de interpretação dos níveis internos. (CARMO, 1999). 2.2.3 Contaminante microbiológico Em se tratando de contaminantes biológicos, esses podem ser encontrados em diversas concentrações em todos os tipos de ambiente, sejam eles domésticos, industriais, escolas ou escritórios Federal – Provincial Advisory Committee on Environmental and Occupational Health (1995). Pessoas e animais domésticos liberam fungos e bactérias, reservatórios de água permitem o crescimento dos mesmos e o ar externo pode trazê-los também para ambientes internos com salas de aula. No ar interno, a contaminação microbiológica pode ser um problema sério, sendo que uma série de fatores permitem o crescimento e a liberação desses agentes biológicos no ar. Alta umidade, ventilação reduzida, edifícios “selados” e sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado que possuem água ou condensação em algumas partes, permitem o crescimento e a distribuição de vários microorganismos. Dentre esses fatores, a alta umidade relativa do ar é um dos mais importantes, pois permite o aumento das populações de ácaros e o crescimento de fungos sobre superfícies úmidas. O desenvolvimento de estudos sobre os contaminantes microbiológicos é importante devido às várias implicações de saúde e conforto decorrentes. (CARMO, 1999). Agentes biológicos no ar interno são conhecidos por causarem três tipos de doenças humanas EPA (1994): infecções, doenças causadas por microorganismos que invadem os tecidos humanos, como por exemplo, o resfriado comum e a tuberculose; hipersensibilidade, causada por uma ativação específica do sistema imunológico; e toxidade, quando as toxinas produzidas por esses agentes causam efeitos nocivos diretos. 2.2.4 Iluminação Iluminação deixou de ser uma mera eliminação da escuridão, para se tornar um elemento de conforto, segurança, e até já foi comprovado a sua aplicação como elemento fundamental para o aumento de produtividade. (SILVA et al, 2003). 10 A adequada iluminação de interiores é um aspecto influente na melhoria dos ambientes de trabalho e evidencia-se a importância dessa vertente na qualidade do ar interno por meio do conforto visual. Segundo Moreira (1987), é especialmente importante o estudo do grupo de radiações compreendidas entre os comprimentos de onda de 380 e 760 nanômetros (1nm = 10-9 m), pois esses estão visíveis ao olho humano, sendo capazes de estimular a retina e produzindo a sensação luminosa, sendo que a impressão de cor está intimamente ligada ao comprimento de onda das radiações. Mauri (2004) define a luz como sendo uma onda eletromagnética situada na faixa indicada acima e que, percebida por nosso cérebro, tem a capacidade de refletir em determinadas superfícies. Então se verifica que cada comprimento de onda esta relacionado com uma cor especifica, e que o olho humano não é igualmente sensível a todas as cores do espectro visível. A retina do olho humano está provida de duas espécies de células sensíveis à luz, os cones e os bastonetes, sendo a primeira responsável pela percepção das cores, e a segunda unicamente à luz. Essas células transformam a luz em impulsos elétricos que os nervos ópticos conduzem ao cérebro. O centro visual do cérebro recebe as informações e as interpreta, verificando-se a percepção visual. (MOREIRA, 1987). Um conceito luminotécnico importante é o de temperatura de cor, que define a cor da luz emitida pela lâmpada, pois existem várias tonalidades de cor e são catalogadas conforme sua temperatura em kelvin. Outro aspecto importante, e que é muito usual para a elaboração de projetos de iluminação de interiores, é o índice de reprodução de cores (IRC), que serve para medir o quanto a luz artificial consegue imitar a luz natural, que na escala IRC seria 100. Desta forma quanto mais próximo de 100 for o IRC de uma fonte de luz artificial, mais próxima da luz natural estará, ou seja, reproduzirá mais fielmente as cores e, quanto menos for esse índice ou mais longe dos 100%, pior será a reprodução de cores. (MAURI, 2004). Candela (cd): - Definição: Intensidade luminosa, numa direção dada, de uma fonte que emite uma radiação monocromática de frequência 540x1012 hertz e cuja intensidade energética naquela direção é 1/683 watt por esterradiano. (unidade de base ratificada pela 16ª CGPM – 1979). (NBR 5461, 1990). Lúmen (lm): 11 - Definição: Fluxo luminoso emitido por uma fonte puntiforme e invariável de 1 candela, de mesmo valor em todas as direções, no interior de um ângulo sólido de 1 esterradiano. (NBR 5461, 1990). Figura 1. Fluxo luminoso de uma lâmpada. Fonte: Santos et al. (2006) Lux (lx) - Definição: Iluminamento ou Iluminância de uma superfície plana, de área igual a 1 m², que recebe, na direção perpendicular, uma fluxo luminoso igual a 1 lúmen (lm) uniformemente distribuído. (NBR 5461, 1990). Figura 2. Iluminância de uma fonte de luz. Fonte: Santos et al. (2006) 12 Para conhecer os níveis de iluminamento de interiores, devemos utilizar para a sua medição, fotômetros calibrados em lux (Luxímetro). Mas antes de realizar as medições, é preciso deixar as lâmpadas funcionando por 30 minutos. Com isso, as condições de funcionamento serão aproximadamente as ótimas, pois as temperaturas das fontes e as pressões deverão ser feitas com os aparelhos medidores se deslocando no plano de trabalho. (MOREIRA, 1976). A NBR 5382 fixa o modo pelo qual se faz a verificação da iluminância de interiores de áreas retangulares, através da iluminância média sobre um plano horizontal, proveniente da iluminação geral. Já a NBR 5413 estabelece os valores de iluminância média mínima em serviço para iluminação artificial em interiores, onde se realizem atividade como a de ensino. 2.2.5 Ruídos O som é parte tão comum da vida diária que, raramente nós apreciamos todos os seus usos. Como exemplo, nos permite a comunicação através da fala, nos alerta ou previne em muitas circunstâncias entre outras utilidades. O som pode ser caracterizado como sendo flutuações de pressão em uma meio compressível. Mas a sensação de som só será percebida se a amplitude destas flutuações e a frequência com que elas se repetem estiverem dentro de determinada faixa de valores. Sendo assim flutuações de pressão inferiores a certos mínimos não serão audíveis, e ondas com alto nível de pressão, podem produzir uma sensação de dor ao invés de som. Ainda, existem as ondas cuja frequência de repetição das flutuações, estão abaixo ou acima de frequências geradoras da sensação auditiva (20Hz a 20KHz) e são denominadas por ondas infrassônicas e ultrassônicas, respectivamente. (GERGES, 2000). Contudo, com muita frequência na sociedade moderna, o som nos incomoda. Desta forma o som desagradável ou indesejável é chamado de ruído. Pois o homem moderno vem sendo submetido, cada vez mais, a condições sonoras agressivas no ambiente em que vive, ficando prejudicado até mesmo nas horas chamadas de lazer. (DERISIO, 1992). O ruído não afeta apenas a audição, porém é neste órgão que os sinais são mais perceptíveis, e uma exposição prolongada a ruídos pode causar alguma deterioração ao sistema auditivo. O ouvido humano permite perceber e interpretar o som, mas mesmo hoje em dia ele não é totalmente intendido, pelo seu alto grau de complexidade. Ele é dividido em três partes: o ouvido externo, o médio e o interno. As ondas sonoras percorrem o ouvido externo até atingir o tímpano, provocando vibrações que por sua vez são transferidas para os três ossos do ouvido médio, atuando como um amplificador. As vibrações são captadas 13 pelas membranas basal e tectória, o que estimula as células a produzirem sinais elétricos. Para uma audição boa, é necessário que os dois ouvidos estejam funcionando corretamente, pois a percepção da direcionalidade do som ocorre através do processo de correlação cruzada entre os dois ouvidos. Sendo assim, qualquer redução da sensibilidade de audição é considerada perda de audição. (GERGES, 2000). E como citado anteriormente, não é só o ouvido que sofre com o ruído. Pesquisadores vêm estudando nos últimos 30 anos os efeitos do ruído no corpo humano, e são conhecidos sérios efeitos tais como: aceleração da pulsação, aumento da pressão sanguínea e estreitamento dos vasos sanguíneos. (GERGES, 2000). Em se tratando de conforto acústico para ambientes internos, existem algumas normas que levam em conta os parâmetros que influenciam o desconforto acústico, dentre elas a ISO R 1996, CONAMA 001 ou NBR 10151. Para a realização deste trabalho, a avaliação do ruído das salas de aula foi baseada nas diretrizes da NBR 10151. E com os resultados obtidos, foi feita a comparação com os níveis de ruídos compatíveis com o ambiente “Sala de Aula” determinado pela NBR 10152. 2.2.6 Temperatura e umidade relativa do ar Sabe-se que o conforto térmico depende do grau de fatores termorreguladores para manter a temperatura interna do corpo. Portanto, é necessário conhecer tais fatores que influenciam os processos de troca de calor do corpo com o ambiente, visto que influenciarão no trabalho do sistema termorregulador bem como na sensação de conforto térmico. A temperatura é o conceito físico que nos permite medir o estado térmico de um sistema, estabelecendo a sua maior ou menor capacidade de transmitir calor, ou, ainda, de acordo com a teoria cinética, a energia cinética média de suas moléculas. (COSTA, 1991). Umidade relativa do ar, numa determinada temperatura, é a razão entre o número de gramas de vapor d'água existente em lm3 de ar e a quantidade máxima de gramas de vapor d'água que 1m³ de ar pode conter, quando está saturado naquela temperatura. A umidade relativa varia com a temperatura do ar. Com o aumento da temperatura, a quantidade máxima de vapor d'água que 1m³ de ar pode conter também aumenta. Com a diminuição da temperatura, a quantidade máxima de vapor d'água que 1m³ de ar pode conter também diminui. Isso significa que quando se deseja umidade relativa menor num ambiente, deve-se reduzir a quantidade de vapor d'água no ar ou aumentar a temperatura do ar ambiente. Por outro lado, quando se deseja umidade relativa maior, deve-se aumentar a quantidade de 14 vapor d'água no ar ou reduzir a temperatura do ar desse ambiente. (FUNDACENTRO, 1999). Para valores de temperatura e umidade relativa do ar, a RE/ ANVISA nº 9/2003 recomenda para ambientes internos temperaturas de 23ºC a 26ºC no varão e de 20ºC a 22ºC para inverno. E para umidade de 40% a 65% verão e de 35% a 65% inverno. A umidade relativa do ar não deve ser inferior a 30%, de forma a evitar o desconforto e moléstia que podem ser causadas pelo ressecamento das vias respiratórias. O excesso de umidade também deve ser evitado, de maneira a prevenir a condensação superficial e o desenvolvimento de microrganismos nos componentes da edificação. (PEDROSO, 1987). Alguns estudos analisaram a produtividade, fadiga e estado psicológico (vigor, concentração, ativação e bom humor), de 144 pessoas, 71 homens e 73 mulheres, em uma câmara de testes controlada em 13ºC, 23ºC e 30ºC de temperatura e a umidade relativa constante de 40%. As pessoas escreviam estórias relacionadas a figuras, e a produtividade era medida em termos de número de palavras e número de temas desenvolvidos. Os resultados mostraram que a produtividade é maior em ar frio e que a fadiga desenvolveu-se mais vagarosamente em ambiente frio do que em ambiente confortável ou quente. O estudo indicou que o trabalho em condições frias aumentou o vigor, a concentração e ativação e o bom humor. O autor sugere que temperaturas consideravelmente mais baixas do que alguma recomendadas para conforto, podem trazer benefícios à produtividade. (XAVIER, 1999). 2.3 ESTUDOS ANTERIORES Em Hong Kong, Lee e Chang (2000) avaliaram a QAI em salas de aula de cinco escolas, localizadas em diferentes pontos da cidade e com distintas características de condicionamento de ar. O maior problema encontrado foi em relação ao material particulado, uma vez que o pico de concentração excedeu em mais de três vezes o limite estabelecido em norma. Outro problema detectado foi à respeito de gás carbônico, já que o valor aferido no interior das salas de aula excedeu o limite estabelecido por normas internacionais. Godwin e Batterman (2006) avaliaram parâmetros do ar interior em 64 salas de aula de escolas na cidade de Michigan EUA, e relevam a importância da taxa de renovação do ar interior neste ambiente. Houve coleta de dados relativos à concentração de COV’S , CO 2, bioaerosóis, níveis de temperatura e umidade relativa, além de mensuração de taxas de ventilação. Como conclusão, os autores identificam emissões locais nos ambientes com base na avaliação de parâmetros internos e externos. Eles destacam a importância na 15 renovação do ar interior devido à contaminação proveniente de emissões com fontes internas, como utilização de tintas em aulas de arte ou determinados compostas nas aulas de ciências. A renovação do ar interior mostra-se essencial para evitar altas concentrações desses compostos prejudiciais à saúde humana. 2.4 LEGISLAÇÃO A primeira legislação brasileira que tratou da poluição atmosférica foi a Conama nº 5, de 15 de junho de 1989, ela instituiu o programa nacional de controle de qualidade do ar (PRONAR), mas esta resolução trata sobre fontes poluidoras externas. Outra resolução que trata do mesmo tema é a Conama nº 3 de, 28 de junho de 1990, que estabelece os limites de concentrações para diversos poluentes: partículas totais em suspenção, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. A preocupação com a qualidade do ar interno aparece primeiramente na Portaria nº 3.523, de 28 de agosto de 1998, da ANVISA que regulamentou a manutenção e limpeza de sistemas de climatização de ambientes. E para regulamentar os padrões de referencias de qualidade do ar interior em ambientes climatizados, a ANVISA publicou a RE/ANVISA nº 9 de 2003. Ela estabelece limites para a concentração de CO2 nos ambientes internos, que é de 1000 ppm. A respeito do conforto térmico, um método muito conhecido é o de Fanger, mas tal método possui uma teia de parâmetros de difícil valoração, dentre eles, o metabolismo humano. Contudo a RE/ANVISA nº 9 de 2003 estabeleceu limites para temperatura e umidade em diversas estações do ano. Os níveis de umidade relativa do ar devem estar no intervalo de 40 a 65% no verão e de 35 a 65% no inverno. Já a faixa de temperatura para verão e inverno deve ser de 23 a 26ºC e de 20 a 22ºC respectivamente. Em 2003, a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), publicou a Resolução Normativa, RN 02, estabelecendo diretrizes de projeto, operação e manutenção para a obtenção de ar interior de qualidade. Ela indica valores para taxa de ocupação. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) possui normas a respeito do monitoramento dos níveis de ruídos em ambientes. A NBR 10151 de 2000 estabelece os procedimentos para a verificação dos valores nos ambientes, enquanto que a NBR 10152 de 2000, dita os limites para cada tipo de ambiente. Para salas de aula a norma estipula 16 valores de até 40 dB para conforto acústico, e para um nível de ruído aceitável é estipulado 50 dB. Para a avaliação da iluminância média, a ABNT publicou a NBR 5382 de 1985, que dita o procedimento de iluminância em ambientes internos, e a NBR 5413 de 1993 estipula os valores aceitáveis, que para salas de aula pode varia de 200 a 500 Lux dependendo das condições encontradas. 17 3 METODOLOGIA 3.1 SALAS DE AULA As salas de aulas foram escolhidas pela facilidade de acesso e proximidade com o laboratório de remediação ambiental, facilitando assim, o transporte e incubação das amostras biológicas, que podem ser facilmente contaminadas. Foram selecionadas três salas de aula de maior ocupação salas de aula 109, 135 do bloco D2, D4 e da sala 401 do bloco E1, UNIVALI – campus Itajaí. As análises ocorreram no período de agosto e novembro de 2012. 3.1.1 Sala 401 A sala 401 está localizada no 4º andar do centro de ciências da saúde, setor E1, sendo todas as coletas ocorreram no período noturno. A sala de aula possui 88 m² de área e 281 m³ de volume, com 10 janelas do tipo basculante, com área de 0,85 m² cada e porta de 2,5 m² de área. A sala possui 6 luminárias (12 lâmpadas) e sistema de condicionamento de ar. (a) Figura 3. Sala de aula nº 401: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala (b) 18 Figura 4. Representação em perspectiva da sala 401 3.1.2 Sala 109 A sala 109 localiza-se no piso térreo do centro de ciências tecnológicas da terra e do mar, setor D2, as coletas ocorreram no período matutino. Ela possui 74 m² de área e 236 m³ de volume, com 8 janelas do tipo basculante, com uma área de 0,8 m² cada e uma porta com área de 1,85 m². A sala também possui 6 ventiladores, 9 luminárias (36 lâmpadas) e sistema de condicionamento de ar. A Figura 2 representa a sala 109. (a) Figura 5. Sala de aula nº 109: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala (b) 19 Figura 6. Representação em perspectiva da sala 109 3.1.3 Sala 133 A sala 133 está localizada no piso térreo do centro de ciências tecnológicas da terra e do mar, as coletas ocorreram no período matutino, setor D4. Ela possui 75 m² de área e 248 m³ de volume, com 6 janelas do tipo basculante, com uma área de 0,8 m² cada e uma porta com área de 2,1 m². A sala também possui 4 ventiladores, 8 luminárias (20 lâmpadas) e sistema de condicionamento de ar. A Figura 4 representa a sala 133: (a) Figura 7. Sala de aula nº 133: (a) vista frontal, (b) vista do fundo da sala (b) 20 Figura 8. Representação em perspectiva da sala 133 3.2 DETERMINAÇÃO DE MONÓXIDO DE CARBONO O aparelho utilizado na amostragem foi o CO-1000 da marca INSTRUTHERM. Ele possui uma escala de medição de 0 a 999 ppm, com precisão ± 5% da leitura ou ± 5 PPM, Figura 9: Figura 9. Medidor de monóxido de carbono (CO) 21 A RESOLUÇÃO CONAMA nº 3, de 28 de junho de 1990, possui dois padrões para a concentração permitida de monóxido de carbono, o padrão primário e o secundário, sendo o primário um nível que se ultrapassado pode vir prejudicar a saúde da população, e o padrão secundário, que se refere ao nível mínimo da concentração de CO, antes que ele possa causar algum dano à saúde ou até mesmo a fauna, flora ou materiais. Devido a esse critério, se estabelece um tempo Máximo de exposição de 8 (oito) horas, a uma concentração de no Máximo 10000 (dez mil) microgramas por metro cúbico de ar (9 ppm), que não devem ser excedida mais de uma vez por ano para o padrão primário, e de no máximo 40000 (quarenta mil) microgramas por metro cúbico de ar (35 ppm), que também não deve ser excedida mais de uma vez por ano, para o padrão secundário. A coleta de dados foi realizada em três pontos da sala, no meio da sala, e próximo de portas e janelas, a uma altura de 1,30 metros, que é aproximadamente a altura das vias aéreas de pessoas sentadas. O local de coleta dentro das salas de aula pode ser observado nas figuras 10,11 e 12. Figura 10. Sala 401, perspectiva dos pontos de coleta de CO 22 Figura 11. Sala 109, perspectiva dos pontos de coleta de CO Figura 12. Sala 133, perspectiva dos pontos de coleta de CO 23 3.3 DETERMINAÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO, TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR Para a coleta de dados, foi utilizado um Analisador de Dióxido de Carbono do modelo C-02 da INSTRUTHERM (figura 13), com uma faixa de análise de 0 a 6000 ppm e Sensor de CO2 infravermelho NDIR de comprimento de onda dupla, precisão de 3% de leitura ou 50 ppm e resolução de 1 ppm. Figura 13. Analisador de dióxido de carbono (CO2) A coleta de dados de CO2 foi realizada segundo as recomendações da Norma Técnica 002, que estabelece diretrizes para tal. O número de amostras depende do tamanho das salas, e como nenhuma das quatro salas possui mais de 1000 m² de área construída, só foi necessário fazer uma amostra por ambiente, onde o equipamento permaneceu antes da coleta por cerca de 20 minutos, até estabilizar. Para somente um ponto de coleta, o mesmo deve situar-se no meio da sala e o aparelho disposto a 1,5 metros de altura. A Norma Técnica 003 determina as diretrizes para a coleta de dados de temperatura e umidade relativa do ar. O equipamento utilizado para a coleta de dados foi o INSTRUTHERM modelo C-02, o mesmo aparelho utilizado para a coleta de CO2. A NT 003 estabelece os mesmos critérios que a NT 002 em relação a quantidade de amostras e a altura que o aparelho deve estar no momento da coleta. Portanto as coletas puderam ser realizadas simultaneamente. 24 3.4 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA O meio de cultura do tipo Agar Nutriente, marca Merck foi empregado para a cultura de bactéria e/ou fungos e sua preparação foi efetuada de acordo com as recomendações indicadas no rótulo, sendo necessária: Para fungo: 20 gramas de extrato de malte, 5 gramas de caldo peptona,15 gramas de Ágar bacteriológico.Quantia para 250 ml. Para bactéria: 3,75 gramas de Ágar bacteriológico., 2 gramas de caldo nutriente. Quantia para 250 ml. Os ingredientes foram misturados e aquecidos em um forno microondas até obter uma solução translúcida, homogênea. O meio nutritivo foi esterilizado em uma autoclave vertical durante 20 minutos a 120oC. Para a utilização do meio no experimento, 20 mL de meio nutritivo foram vertida em placas de petry estéreis, sendo esse procedimento realizado próximo a uma chama. Após essa etapa, as placas foram tampadas e seladas com filme plástico para evitar risco de contaminação e armazenado em uma geladeira para manter a frescura do meio de cultura. As placas foram colocadas nas salas para análise microbiológica, foram no total quatro placas por sala, 2 com meio de cultura específica para fungo, e duas para bactéria, durante 20 minutos de exposição, nos mesmos dias que foram realizados os outros parâmetros. As placas posteriormente, foram levadas para incubação por uma semana à 370C para finalmente, serem analisadas. 3.5 ILUMINAÇÃO Para verificar a iluminância de ambientes interno, a NBR 5382 estabelece seis métodos de verificação, onde a escolha de qual seguir depende diretamente das características do local de estudo. O método que se enquadrou com as características das salas de aula, foi o item 4.1 da respectiva norma (Campo de trabalho retangular, iluminado com fontes de luz em padrão regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais fileiras). As medições da iluminância foram realizadas a 0,80 m do chão, e a fotocélula foi exposta à radiação do ambiente de estudo, por cerca de quinze minutos anterior às medições. Para essa medição, segundo a NBR 5382 foi necessário fazer a caracterização das salas de aula, como a cor das paredes e do teto, quantificação de lâmpadas e luminárias, 25 quantidade de janelas e portas, que são fatores que podem influenciar o resultado obtido. Tal caracterização pode ser observada nos itens 3.1.1, 3.1.2, 3.1.3. A determinação da iluminância média na área é dada pela seguinte equação: Iluminância média = R(N – 1) (M – 1) + Q(N – 1) + T(M – 1) + P [equação 1] MN Os valores de R, Q, T e P, são encontrados fazendo medições em determinados pontos da sala, e realizando a média aritmética entre os pontos de mesma letra, já M é definido como sendo o número de luminárias por fila, e N como sendo o número de filas. Para a realização das medições, foi utilizado o aparelho Fotômetro Digital Light Meter Lx-102: Figura 14. Fotômetro digital O aparelho possui uma faixa de 0 a 50.000 Lux, que é subdividida em três faixas: 26 Tabela 1. Especificações do aparelho Série Resolução Precisão 2.000 Lux 01 Lux ± (5% + 2 d) 20.000 Lux 10 Lux ± (5% + 2 d) 50.000 Lux 100 Lux ± (5% + 2 d) A NBR 5413 estabelece valores mínimos de iluminância, para cada tipo de trabalho visual a ser realizado. Onde o valor de iluminância a ser definido pode ser encontrado no item 5.3.13 da norma. Que dava como valor mínimo 200, valor médio 300, e valor máximo 500 para salas de aulas. Porém para determinar qual dos três valores acima se deve utilizar para cada sala, foi necessário analisar a tabela abaixo proveniente da NBR 5413 e fazer a soma de acordo com a mesma. Esse procedimento foi realizado, e os itens foram escolhidos de acordo com as características da área de estudo. Tabela 2. Fatores determinantes da iluminância adequada Características da tarefa e do observador Peso -1 0 +1 Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica Refletância do fundo Superior a 70% 30 a 70 % Inferior a 30% da tarefa 3.6 RUÍDO Para a coleta de dados foram obedecidas as normas da ABNT, seguindo as diretrizes da NBR 10151 (Acústica – avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da 27 comunidade – procedimento) de junho de 2000. Esta norma tem como objetivo fixar as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em ambientes internos. O método de avaliação envolve as medições do nível de pressão sonora equivalente (LAeq), em decibéis ponderados em nível “A”, comumente chamado dB(A), sendo efetuadas nas condições normais do ambiente. O decibelímetro utilizado foi um INSTRUTHERM modelo DEC 420, com escala de 30 a 130 dB, precisão de ± 1,5 dB, resolução de 0,1 dB, resposta rápida e lenta e ponderação nas escalas A e C. Figura 15: Figura 15. Decibelímetro modelo DEC – 420 da INTRUTHERM Como o aparelho não possui medição do nível de pressão sonora equivalente LAeq., assim utilizou-se um modo alternativo para o calculo do LAeq, usando-se a seguinte equação: [equação 2] Onde, Li é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta rápida (fast) a cada 5 segundos, em pelos menos 3 pontos da sala, no mínimo distantes 0,5 metros entre si, e 28 com uma distância maior ou igual à 1 metro de qualquer superfícies como paredes, teto e pisos. E n é o número total de leituras, sendo realizadas 6 leituras em um período de 30 segundos. Para uma melhor comparação entre os resultados obtidos nas coletas, as medições foram efetuadas sempre nos mesmos pontos relativos às salas. Como mostra as figuras 16, 17 e 18. Figura 16. Sala 109, perspectiva dos pontos de coleta de ruído 29 Figura 17. Sala 133, perspectiva dos pontos de coleta de ruído Figura 18. Sala 401, perspectiva dos pontos de coleta de ruído 30 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Neste tópico vamos tratar sobre os resultados obtidos, com as análises dos dados coletados nas salas de aula. Os resultados foram comparados com valores recomendados por normas brasileiras, e algumas conclusões sobre as condições encontradas nos locais de estudos foram feitas. As condições apresentadas pelas salas de aula no momento das coletas formularam uma tabela, para uma melhor análise do ambiente de estudo. Tabela 3. Condições das salas de aula durante as coletas Coleta Sala 109 Sala 133 Sala 401 Nº Janelas Abertas 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 2 5 0 4 3 5 2 5 6 3 3 9 3 6 5 Porta Aberta Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Ar Ligado Não Não Sim Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não Não 4.1 MONÓXIDO DE CARBONO As concentrações de monóxido de carbono encontradas no interior das salas estão mostradas na figura 4. Pelos resultados pode ser observado que os valores encontrados nas salas foram em torno de 1 a 2 ppm de CO, possuindo um valor de 3 ppm. Os resultados obtidos, no estudo, estão dentro do limite estabelecido pela RESOLUÇÃO CONAMA nº 3, de 28 de junho de 1990. Tabela 4. Concentração de CO em 3 locais distintos das salas 109, 133 e 401 31 CO PPM Coleta Sala 109 Sala 133 Sala 401 Frente Meio Fundo Frente Meio Fundo Frente Meio Fundo 1 2 2 2 1 1 2 1 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 4 2 2 2 2 1 2 2 3 2 5 2 2 2 2 1 2 1 1 1 Branco 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Esta análise tem um caráter demonstrativo, pois a coleta de dados condiz, parcialmente, com a metodologia necessária. As salas de aula estudadas não possuem nenhum tipo de calefação interna, ou algum tipo de queima de materiais a base de carbono que possam produzir CO. Portanto, os valores acima de 1 ppm encontrados, provavelmente provem de fontes externas, como os gases do escapamento de automóveis. 4.2 DIÓXIDO DE CARBONO As coletas de CO2 foram realizadas em todas as amostragem no ambiente interno das 3 salas de aula, e para uma melhor visualização fenomenológica, a tabela 5 foi confeccionada. Tabela 5. Concentração de CO2 nas salas de aulas 109,133 e 401 Coleta CO2 PPM Sala 109 Sala 133 Sala 401 1 1253,5 1161,5 1297 2 1254 1426 1068 3 2191 1268,5 1171 4 1268 1240,5 1094,5 5 1408,5 1256 1119 Branco 852 837,5 859,5 A RE/ ANVISA nº 9/2003 recomenda como valor máximo 1000 ppm de concentração de CO2 para ambientes internos. Ao analisar os resultados tabela 5, é possível constatar que os valores de todas as coletas em todas as salas, extrapolaram o valor determinado pela norma. A maior concentração foi obtida na coleta 3, da sala 109, onde observa-se um valor muito acima do permitido, sendo mais que duas vezes o valor do limite máximo permitido, este resultado expressivo se deve, provavelmente, ao fato que no dia da coleta o 32 ar condicionado estava ligado, e todas as portas e janelas fechadas, o que reduziu muito a renovação de ar. Os menores valores foram observados na sala 401, apresentando valores próximos ao permitido. Na sala 133, todos os resultados obtidos também estão acima do valor máximo permitido, onde foi observado o maior valor na coleta 2 e menor valor na coleta 1. Esses valores acima do máximo recomendado pela RE/ ANVISA nº 9/2003 evidenciam uma ventilação inadequada nas salas de aula estudadas. Segundo Liddament (1997), altas concentrações de CO2 podem estar mascarando outros contaminantes que estão se acumulando no ambiente interno, proporcionalmente, com o valor de CO2 encontrado no ambiente, além de provocar reações indesejadas, como sonolência, o que para um ambiente de estudo não se torna conveniente, portanto, valores altos, não são indicadores de uma boa QAI. 4.3 TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA DO AR A RE/ ANVISA nº 9/2003 recomenda valores para ambientes internos de 23ºC a 26ºC e 40% a 65% para temperatura e umidade relativa do ar, respectivamente, isso para o verão, e para o inverno de 20ºC a 22ºC e de 35% a 65%. Abaixo são mostrados os resultados encontrados referente a temperatura (tabela 6) e umidade relativa do ar (tabela 7) Tabela 6. Valores de temperatura de bulbo seco nas 3 salas de aula analisadas 1 Temperatura ºC. Sala Sala Sala 109 133 401 22,4 23 24,2 2 23,4 25 26 3 23,6 26 21,6 4 18,2 24,55 23,9 5 24,2 22,7 25,95 Coleta Tabela 7. Valores de umidade relativa do ar para as 3 salas de aula analisadas Coleta 1 Umidade Relativa do Ar UR% Sala 109 Sala 133 Sala 401 77,9 61,35 91,8 33 2 82,5 78,3 87,1 3 69,5 81,45 67,15 4 53,35 82,2 100 5 100 95,2 85,95 Fonte: Elaborado pelo acadêmico É importante salientar que as coletas são respectivas à estação do ano primavera, e que a norma se refere a ambiente climatizado como, por exemplo, as salas de aula. A norma não englobar todas as estações do ano, na verdade ela da uma direção ao procedimento adotado. Então, é plausível a utilização dos dois extremos de temperatura e umidade relativa do ar para fins de comparação. Portando, as faixas que foram usadas como aceitáveis ficam 20 ºC a 26 ºC para temperatura e 35% a 65% para umidade relativa do ar. A sala 109 apresentou somente um valor de temperatura abaixo da faixa aceitável estipulada, por outro lado, apenas uma coleta de UR esteve na faixa aceitável, sendo observados valores muito altos, chegando até 100% de UR. Já a sala 133 não apresentou nenhum valor de temperatura fora do padrão aceitável, porém, das 5 coletas apenas uma coleta possui um valor aceitável de UR. E por ultimo a sala 401, que obteve todos os valores de temperatura dentro da faixa estipulada, mas em contraponto, todos os valores de UR estão em desacordo com a faixa, sendo encontrado, novamente, um valor de 100% de UR. Como já citado anteriormente, valores de umidade elevados podem gerar condensação superficial, o que facilita a proliferação de microrganismos. Para amenizar este problema de excesso de umidade, algumas medidas podem ser tomadas, como a utilização de desumidificadores ou aumentando a temperatura do ambiente. Tais soluções, poderiam amenizar a condição da umidade excessiva, mas acarretariam em um maior consumo de energia, além de poder ocasionar uma piora no conforto térmico. 4.4 MICROBIOLOGIA Os dados relacionados ao número de colônias de bactérias e fungo para as salas de aulas estudadas, estão mostradas na tabela 8 e nos apêndices A, B, C, D, E e F. Os resultados da tabela 8, representam o somatório da quantidade de colônias de bactérias e fungos por salas. Na figura 19, são mostrados placas de cultivo de bactéria (a) e fungos (b). 34 (a) (b) Figura 19. Fotografia das placas em meio de cultura (a) fungo e (b) bactéria Na figura 19, é possível observar a diferença entre a placa (a) e (b), onde a placa (a) representa colônias de fungos que possuem aspecto filamentoso, já a placa (b) representa colônias de bactérias com aspecto gelatinoso e reflexivo, assim foi possível realizar a contagem do número de colônias de fungos e bactéria por placa. Neste trabalho não foi realizado análise microscópica como tentativa de diferenciar os tipos de fungos e bactérias presentes nas salas, bem como o UFC (unidade formadora de colônias). Foi realizada uma análise qualitativa (bactéria ou fungo) e quantitativa (número de colônias encontradas). Pelos resultados pode-se observar que na maioria das coletas o número de fungos sempre foi superior ao número de bactérias, exceto na sala 401, na quinta coleta e na sala 133 na primeira coleta. Na coleta 3, da sala 109, a quantidade de colônias de bactérias ficou extremamente alto (115 colônias), comparada com os outros dias, e o provável motivo foi que neste dia, o ar condicionado estava funcionando, diferente das outras salas. Neste aumento de quantidade de bactérias, provavelmente, ocorreu pela diminuição da circulação de ar. Por este fator, o somatório do número de colônias de bactérias (figura 25,26,35 e 36 dos apêndices C e D),para sala 109 na 3 coleta, ficou maior do que o esperado. Pode-se observar, também, que a sala 133, apresentou quantidade de bactérias e fungos no total, superior ao encontrado nas outras duas salas. Uma possível, explicação é a alta taxa de ocupação observada nesta sala nos dias de coleta. 35 Tabela 8. Quantidade de colônias de bactérias e fungos nas 3 salas de aula Coleta 1 2 3 4 5 Total Sala 401 Sala 109 Sala 133 Bactérias Fungos Bactérias Fungos Bactérias Fungos 10 29 13 29 50 19 3 23 8 15 42 52 18 29 115 25 16 32 23 27 33 15 12 38 50 16 14 27 28 38 104 124 183 111 148 179 4.5 ILUMINAÇÃO Com auxilio de um luxímetro, foi medida a intensidade luminosa nos pontos determinados pela NBR 5382, que fixa o modo pelo qual se faz a verificação da iluminância média de interiores de áreas retangulares, os resultados estão na tabela 9. As medições foram realizadas em 2 situações, na primeira com as janelas, cortinas e portas abertas, e na segunda com elas fechadas. Vale salientar que as salas 133 e 401 possuem cortinas, sendo as medições realizadas tanto com elas abertas quanto fechadas, já as janelas da sala 109 são pintadas de branco e, portanto, não tinha cortinas. A NBR 5413 estabelece valores de iluminância médias mínimas para ambientes internos, dentre eles salas de aula. Mas o valor é mutável, dependendo das características encontradas no local. Então, de acordo com os requisitos da NBR 5413, a iluminância média mínima para este estudo em questão é de 300 lux. Tabela 9. Valores dos pontos do plano de trabalho nas salas 109, 133 e 401 Iluminância em Lux Pontos Sala 109 Sala 133 Sala 401 Aberta Fechada Aberta Fechada Aberta Fechada P1 690 500 2530 339 227 151 P2 629 540 288 120 109 125 T1 870 849 487 265 180 158 T2 790 745 862 315 153 180 T3 825 740 309 229 144 143 T4 937 694 213 182 84 122 Q1 580 670 1161 259 163 185 Q2 570 614 2440 249 155 155 Q3 568 530 230 193 177 178 36 Q4 504 470 133 88 180 166 R1 1104 1050 422 339 313 308 R2 960 933 495 343 240 224 R3 1090 1110 555 288 193 206 R4 1016 960 392 306 231 232 R5 1060 1040 188 108 215 232 R6 893 860 291 188 183 230 R7 1010 1130 432 358 243 244 R8 938 930 257 254 188 196 A NBR 5382 indica uma fórmula para o cálculo da iluminância média a partir da configuração da sala, sendo a configuração que mais se assemelha ao caso real a de “campo de trabalho retangular, iluminado com fontes de luz em padrão regular, simetricamente espaçadas em duas ou mais fileiras”. A equação 1 foi utilizada para encontrar os valores de iluminância média, e os valore encontrados para cada sala pode ser visto na tabela 10. Tabela 10. Valores de iluminância média para as salas 109, 133 e 401 Salas Iluminância Média em Lux Janelas, Cortinas e Porta Abertas. Janelas, Cortinas e Porta Fechadas. 109 838,3 794,3 133 639,3 253,8 401 183,7 182,4 A única sala de aula que apresentou iluminância média acima de 300 lux, nas duas situações estudadas, foi a sala 109, com valores muito acima dos estabelecidos pela NBR 5413. A sala 133 com janelas, cortinas e porta fechadas não atendeu ao mínimo exigido, somente quando estava com anelas, cortinas e porta abertas, que obteve um valor de iluminância médio acima de 300 lux. Já a sala 401 apresentou valores muito baixos em ambas às situações, bem distante do mínimo de 300 lux de iluminância média. Comparando os resultados dos pontos da tabela 9 que possuem valores em lux inferior a 300, com os apêndices G, H e I, que localiza a posição destes pontos dentro das salas de aula, podemos identificar as regiões do ambiente que necessitam de melhor iluminação artificial, para se atender os valores desejáveis de iluminamento interno. 37 4.6 RUÍDO Os resultados encontrados com relação ao ruído na sala de aulas são mostrados na tabela 11, que contém valores dos três pontos de coleta, além do valor total, para cada sala. Para a avaliação do ruído no ambiente interno, foi utilizado um decibelímetro nas condições normais de aula. Os limites de ruído na escala decibel para salas de aula são estipulados pela NBR 10152, que recomenda um valor de 40 dB para conforto acústico, enquanto que para um nível de ruído aceitável é estipulado 50 dB. A princípio seriam realizadas 6 coletas, incluindo o branco, mas devido a problemas com a aparelhagem, somente 3 coletas foram feitas.Para avaliar o ruído, adotou-se o procedimento definido pela NBR 10151, que define um método para medição do nível de pressão sonora equivalente (LAeq) em decibels ponderados em “A” comumente chamado dB(A). Tabela 11. Resultados para conforto acústico nas salas 109, 133 e 401 Coleta Sala 109 LA Equivalente Frente Meio Fundo LA Equivalente Total 4 64,67 62,94 63,86 63,83 5 61,53 60,47 66,56 62,85 Branco 47,09 41,69 44,59 44,46 Coleta Sala 133 LA Equivalente Frente Meio Fundo LA Equivalente Total 4 57,7 65,07 71,44 64,74 5 69,12 58,39 66,52 64,68 Branco 48,75 51,8 52,9 51,15 Coleta Sala 401 LA Equivalente Frente Meio Fundo LA Equivalente Total 4 65,98 63,67 61,05 63,57 5 65,16 63,95 64,57 64,56 Branco 47,81 47,02 52,41 49,08 Nenhuma das 3 salas de aula apresentou valores dentro do recomendável pela NBR 10152, variando o valor total de 62,85 à 64,74 dB. A coleta do branco obteve valores acima de 40 dB, que é recomendado para conforto acústico, evidenciando a influência de ruídos externos nestes ambientes. 38 4.7 TAXA DE OCUPAÇÃO Os valores para taxa de ocupação é determinado pela RN02 da ABRAVA, onde relaciona a quantidade de 50 indivíduos para cada 100 m² de área construída para ambientes como salas de aula. Tabela 12. Ocupação das salas de aula 109, 133 e 401, em cada dia de coleta Coleta 109 133 401 1 28 44 25 2 27 53 26 3 26 38 27 4 28 46 25 5 29 44 25 As salas de aula 109 e 133 possuem, praticamente, as mesmas metragens, portanto, o número máximo de pessoas que poderiam frequentar o local é de aproximadamente 37 pessoas, de acordo com a norma citada. A sala 401 por ser maior, permite uma ocupação de cerca de 40 pessoas. Pelos resultados na tabela 12, somente, a sala de aula 133 encontra-se fora do padrão de ocupação estabelecido pela norma. 39 5 CONCLUSÃO Através dos resultados chegou-se a seguinte conclusão que são mostradas no quadro abaixo. Este capítulo é um resumo dos resultados de todos os parâmetros em comparação com os valores normativos, e foi feita algumas considerações em relação ao tema. Tabela 13. Síntese com os resultados das salas de aula Parâmetro Sala 401 Sala 109 Sala133 Norma/Referência Observações Monóxido de Carbono Adequado Adequado Adequado CONAMA nº 3,1990 Todos os valores ficaram dentro do estabelecido em norma. Dióxido de Carbono Inadequado Inadequado Inadequado Temperatura Adequado P.I.* Adequado RE/ ANVISA nº 9/2003 RE/ ANVISA nº 9/2003 Umidade Relativa P.A.* P.A.* Inadequado RE/ ANVISA nº 9/2003 Intensidade Luminosa Inadequado Adequado Inadequado NBR 5.413 Ruído Inadequado Inadequado Inadequado NBR 10.152 Taxa de Ocupação Adequado Adequado Inadequado RN02/ABRAVA Todos os valores acima do máximo permitido em norma. As salas 133 e 401 obtiveram valores dentro dos padrões da norma, e a sala 109 possuiu um resultado abaixo do valor mínimo. Os valores de UR na sala 133 ficaram acima do máximo permitido, e as salas 401 e 109 apresentaram 1 resultado cada dentro dos padrões. As salas 401 e 133 apresentaram valores abaixo do mínimo. E a sala 109 apresentou resultados dentro do recomendado em norma. Ruído acima do recomendado em norma. A sala 133 possui número de ocupante acima do recomendado, e a 401 e 109 estão de acordo com a norma. *P.I. – Parcialmente Inadequado *P.A. – Parcialmente Adequado Das salas analisadas, a que apresentou uma maior quantidade dos parâmetros estudados fora do permitido pelas normas vigentes, foi a sala 133, e algumas modificações poderiam ser efetuadas para melhorar esta situação como: - Para diminuir as concentrações de CO2, poderia ser feito algumas melhorias no sistema de ventilação das salas de aula, aumentando as trocas de gases interna/externa, porém, até mesmo a maior concentração encontrada não representa um risco à saúde dos ocupantes do ambiente. - Uma solução para amenizar os efeitos deletérios do ruído, seria fechar as janelas e portas, porém esta situação poderia ocasionar uma piora no conforto térmico e na ventilação do ambiente como também na qualidade microbiológica. 40 - Para melhorar as condições de iluminância, seria interessante investir em luminárias mais eficientes e aumentar a quantidade de lâmpadas, além de pintar as paredes de branco para melhorar a refletância do ambiente. - Se a temperatura da sala for aumentada, poderá reduzir uma porcentagem da umidade interna do ambiente, porém isso poderia ocasionar uma piora no conforto térmico. Outra maneira seria a utilização de algum sistema de desumidificação de ar, por não influenciar diretamente na temperatura ambiente e reduzir a umidade, porém aumenta os custos com energia elétrica. - A taxa de ocupação deveria ser levada mais a sério, pois um dos motivos de uma QAI inferior se deve ao fato de, a sala 133 possuir uma quantidade elevada de alunos. - Das 3 salas de aula, a 133 possuiu a maior quantidade de colônias de fungos e bactérias. Para reduzir o aparecimento e proliferação de microrganismos, manutenções regulares no sistema de condicionamento de ar, e limpezas periódicas serviriam para amenizar o problema. As outras salas possuem alguns problemas similares a 133, e as modificações, citadas acima, podem ser úteis para melhorar a condição de ambas as salas. 6 RECOMENDAÇÕES A metodologia utilizada neste trabalho para análise do material microbiológico não apresentou resultados compatíveis para feito de comparação com alguma norma vigente. Portanto, em trabalhos futuros seria interessante utilizar uma metodologia que se enquadra com alguma norma, para comparações mais concretas. Além de realizar tais análises em ambiente internos diferentes, como laboratórios e salas de informática. Uma abordagem mais abrangente em relação ao conforto térmico poderia ser realizada, utilizando o método de Fanger (1970), pois o conforto térmico envolve diversas variáveis físicas e ambientais, sendo que não é possível que um grupo de pessoas sujeitas ao mesmo ambiente, ao mesmo tempo, esteja todo ele satisfeito com as condições térmicas do mesmo, devido às características individuais das pessoas. E uma maior gama de análises pode ser realizada, como: Ozônio; Dióxido de Nitrogênio; Material particulado e levantamento da Taxa de ventilação. Esses parâmetros são normalmente citados em bibliografias que tratam da qualidade do ar interno. 41 42 7 REFERÊNCIAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NORMA – NBR 5.382 de 1985. Verificação da iluminância de interiores. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NORMA – NBR 5.413 de 1992. Iluminância de interiores. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NORMA – NBR 5.461 de 1990. Iluminação. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NORMA – NBR 10.151 de 2000. Avaliação do ruído. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NORMA – NBR 10.152 de 2000. Níveis de ruídos para conforto acústico. ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. Recomendação Normativa RN-02 – 2003. Disponível em: <http://www.portalabrava.com.br. Anvisa – Agencia Nacional da Vigilância Sanitária. PORTARIA Nº 3.523 de 28 de agosto de 1998. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br. Anvisa – Agencia Nacional da Vigilância Sanitária. PORTARIA Nº 9 de 16 de janeiro de 2003. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br ASHARAE Standard 62-1989. Ventilation for acceptable indoor air quality. Atlanta,GA,1989. BERNSTEIN, J.A. 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(15) e (16): 3ª coleta de fungos, sala 401. (17) e (18): 4ª coleta de fungos, sala 401. (19) e (20): 5ª coleta de fungos, sala 401. APÊNDICE C – Sala 109 – Bactérias Legenda (21) e (22): 1ª coleta de bactérias, sala 109. (23) e (24): 2ª coleta de bactérias, sala 109. (25) e (26): 3ª coleta de bactérias, sala 109. (27) e (28): 4ª coleta de bactérias, sala 109. (29) e (30): 5ª coleta de bactérias, sala 109. APÊNDICE D – Sala 109 – Fungos Legenda (31) e (32): 1ª coleta de fungo, sala 109. (33) e (34): 2ª coleta de fungo, sala 109. (35) e (36): 3ª coleta de fungo, sala 109. (37) e (38): 4ª coleta de fungo, sala 109. (39) e (40): 5ª coleta de fungo, sala 109. APÊNDICE E – Sala 133 – Bactérias Legenda (41) e (42): 1ª coleta de bactéria, sala 133. (43) e (44): 2ª coleta de bactéria, sala 133. (45) e (46): 3ª coleta de bactéria, sala 133. (47) e (48): 4ª coleta de bactéria, sala 133. (49) e (50): 5ª coleta de bactéria, sala 133. APÊNDICE F – Sala 133 – Fungos Legenda (51) e (52): 1ª coleta de fungo, sala 133. (53) e (54): 2ª coleta de fungo, sala 133. (55) e (56): 3ª coleta de fungo, sala 133. (57) e (58): 4ª coleta de fungo, sala 133. (59) e (60): 5ª coleta de fungo, sala 133. APÊNDICE G – Sala 401, pontos de coleta de intensidade luminosa APÊNDICE H – Sala 109, pontos de coleta de intensidade luminosa APÊNDICE I – Sala 133, pontos de coleta de intensidade luminosa