Oficina de Educação Ambiental É uma Oficina na área de Educação Ambiental para os professores desenvolverem com os alunos e comunidades, cuja autora é a Sra. Michiko Nakai de Araujo1. Duração da oficina: - Montagem: cerca de 2 a 3 horas com uma equipe de quatro a seis pessoas; - Percorrer a oficina: 20 a 30 pessoas por hora, com cinco monitores. O objetivo O objetivo dessa oficina é de conscientizar crianças e adultos sobre o meio ambiente e os problemas ambientais. Ao percorrer a trilha com os olhos vendados e pés descalços, os participantes adquirem a experiência cognitiva de perceber o meio ambiente através dos sentidos do tato, audição, olfato e paladar. Cada pessoa é acompanhada por um monitor que, como guia, acompanha e interage com o participante. A trilha tem início com o caminhar na floresta, sentindo a flora, a fauna, o solo, o ar e a água. Após sentir os recursos naturais, o participante passa a perceber os produtos obtidos a partir desses recursos, desde os mais simples até os mais sofisticados, incluindo o cultivo e os produtos da terra, da era industrial e da tecnologia moderna. Na seqüência, passa a sentir a degradação ambiental e o lixo gerado pela sociedade humana, bem como os conflitos humanos, como a guerra. Após a violência, percebe a morte e novamente a vida. A trilha termina quando o participante tem sua venda retirada em frente a um espelho e é confrontado com a questão: “PROTEÇÃO OU DESTRUIÇÃO, VOCÊ É O RESPONSÁVEL...”. A experiência visa despertar valores e interesse pelo meio ambiente e motivar as pessoas a participar da proteção do meio ambiente e da melhoria da qualidade de vida. Relação dos materiais utilizados - painéis; mesas; carteiras; vendas pretas feitas de tecido; animais empalhados; ramos, toras, galhos, acículas, folhas de árvores verdes e secas; pedaços de tábuas de madeira; pedra britada; areia; terra; serragem de madeira; sucata de eletrodomésticos (ferro elétrico, ventilador, televisor, etc.), telefone, máquina de escrever, computador com teclado, celular; retalhos de tecidos, plásticos, couro; materiais recicláveis como latas, copos plásticos, garrafas pet, papel, vidro; lixo orgânico; armas (de brinquedo ou inoperantes); caveira (crânio bovino ou similar) ou ossos de animal; vaso de flor natural (crisântemo); água; espelho; som; CD com cantos de pássaros e som de água; borrifador; jornais velhos; fita crepe; balas de erva cidreira, incenso com cheiro de flores silvestres; caixas de papelão vazias ou lonas para forrar o chão, etc. Procedimento de montagem da trilha A trilha pode ser montada dentro de uma sala de aula grande ou num mini-auditório da escola. A sala deve ser escurecida, colocando-se uma cortina escura nas janelas ou cobrindo com algum material que possa escurecer o ambiente. A trilha é montada, colocando mesas ou carteiras em uma forma retangular ou quadrada (dependendo do formato da sala) com os materiais colocadas em cima da mesa e no chão, com uma entrada e uma saída do ambiente (sala) feita por painéis. Na montagem da trilha devem ser criados vários ambientes diferentes, utilizando ao máximo os objetos já existentes na escola ou que sejam de fácil obtenção, lixos recicláveis e sucatas para a redução do custo de montagem da trilha. Primeiro, cria-se um ambiente de floresta natural úmida e fechada, utilizando galhos grandes de árvores, bambus, cipós e colocando folhas verdes e secas no chão. Pode-se colocar alguns animais silvestres empalhados na trilha, além de cantos de pássaros e barulhos de água (cachoeira), utilizando um CD e CD player. Pode-se formar uma atmosfera com névoa úmida, utilizando-se um borrifador de água. Pode-se incluir também neste ambiente cheiro de flores silvestres, queimando incenso com cheiro de flores. 1 Membro da BSGI, Comunidade Curitiba, Região Metropolitana Curitiba; Professora de Técnicas de Educação Ambiental do Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO – Universidade Estadual do Centro-Oeste, Irati, Paraná; Engenheira Florestal, Mestre em Ciências Florestais; Membro Titular da Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná. Cria-se um ambiente de destruição da floresta (exploração e desmatamento), colocando-se na trilha toras pequenas de árvores, galhos secos, casca de árvores, cones de Pinus, flores secas, retalhos de tábuas, roletes de madeira, objetos feitos de madeira como vaso, fruteira, brinquedos. No chão colocam-se acículas de Pinus ou folhas secas de árvores e galhos pequenos. Cria-se um ambiente de agricultura, colocando-se na trilha diversas ferramentas de agricultura, espigas de milho, grãos de soja ou feijão e no chão, coloca-se terra. Cria-se um ambiente da era industrial, colocando-se na trilha vários tipos de tecidos como algodão, flanela, tergal, polyester, feltro, seda, etc. e no chão pode-se colocar serragem de madeira. Pode-se incluir também metais como alumínio e ferro. Cria-se um ambiente da era tecnológica, colocando-se na trilha sucata de eletrodomésticos como liquidificador, ferro elétrico, ventilador, televisor, telefone, maquina de escrever, computador com monitor e no chão, coloca-se areia. Cria-se um ambiente de degradação, colocando-se na trilha lixos recicláveis como vidro, plástico, caixas de leite, papel, garrafas pet, latas de refrigerante, copos plásticos, etc. e no chão, colocam-se lixos de diferentes texturas, utilizando embalagens de todos os tipos de produtos. É importante deixar neste ambiente uma amostra de lixo orgânico de uns 3 dias, com mau cheiro. Cria-se um ambiente de violência e morte, colocando-se na trilha vários tipos de armas de fogo (inoperantes) e facas ou facões (devidamente protegidos por bainhas) e um crânio (caveira) de um animal ou ossos que representem a morte. Cria-se um ambiente de vida e renovação, colocando-se na trilha vasos de flores naturais e água (origem da vida) e no chão colocam-se folhas verdes e cipós. Dá-se neste momento uma bala de erva-cidreira ao participante para que sinta a natureza no paladar. Procedimento para percorrer a “Trilha da Vida” Todos os participantes da trilha devem estar descalços e com os olhos vendados (venda preta). Deve haver no mínimo cinco monitores para o funcionamento da trilha: um monitor para entrar junto com o participante, outro para sair com o participante e no mínimo três monitores para ajudar os participantes no percurso da trilha. Antes de iniciar o percurso da trilha, o monitor deve avisar ao participante: - que mantenha os olhos fechados, mesmo usando a venda; que na trilha não há nada que o possa machucar; que deve relaxar e sentir os diferentes ambientes através dos sentidos. O monitor deve entrar junto com o participante e mantê-lo junto à trilha. O participante vai tocando e sentindo os objetos que estão na trilha (em cima das mesas ou carteiras) e no chão, e através dos quatro sentidos (audição, tato, olfato e paladar) vai percebendo os diversos ambientes da trilha. No final da trilha o monitor deve estar com o participante, ainda vendado, colocando-o em frente a um espelho e deve perguntar: “Sabe qual é o animal que causa a maior destruição no ambiente?” Em seguida retira a venda do participante, frente ao espelho. Na parte superior do espelho deve estar escrito: “Proteção ou destruição, você é o responsável...”. Referência Bibliográfica Trilha da Vida retrata a realidade do meio ambiente; Unicentro e IAP realizam Trilha da Vida. Hoje Centro-Sul Paraná, 11 a 17 de setembro de 2002, n. 129, p. 1 e 3.