BRASÍLIA - DF
PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
NUTROLOGIA ESPORTIVA
Drª. Simone Silvestre - Coord. Acadêmica -
07 e 08/02/2015
Dr. Eduardo Henrique de Rose
Mestre (USP) / Chefe do Dptº de Nutrologia do Hosp. Felício Rocho (BH) Doutor Med. pela U. Colona, Alemanha / Membro do COI
Dr. Carlos Alberto Werutsky - Coord. Consul�va
Doutorado (USP) / Dir. Cien�fico da ABRAN
Dr. Ronei Silveira Pinto
Drª. Flávia Meyer
Doutor em Ciência da Saúde pela McMaster University, Canadá
Além de diversos outros nomes de expressão!
Doutor em Ciências do Desporto pela U. Téc. de Lisboa, Portugal
MEDICINA FUNCIONAL E PREVENTIVA
Dr. Walter Taam Filho - Coord. Acadêmica Doutor em Ciência de Alimentos (UFRJ)
Dr. André Nóbrega Pitaluga
Pós Doutorado em Biologia Celular e Molecular (Fund. Oswaldo Cruz)
Dr. Salim Kanaan
Dr. Décio Luis Alves
Dr. Artur Lemos
Drª. Luciana Borges
Mestrado em Ciências Biológicas (Bio�sica UFRJ) / Prof. Adj. da UFF
Pres. Assoc. Méd. Brasileira de Oxidologia Cardiologista
O que Oferecemos:
28 e 29/03/2015
Mestre em Med. Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Doutor IFF / Fiocruz
Isenção de Taxa de Matrícula
de R$ 500,00 para os primeiros 20 alunos
inscritos em cada curso
Pós Graduação reconhecida pelo MEC.
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Nutrologia Espor va: 2ª turma local / 420 horas-aula / 21 meses de duração / 1 final de semana por mês.
(Prevalecendo sempre o primeiro fim de semana de cada mês).
Medicina Funcional e Preven va: 5ª turma local / 400 horas-aula / 20 meses de duração / 1 final de semana por mês.
(Prevalecendo sempre o úl�mo fim de semana de cada mês).
Exclusivo para médicos.
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EDITORIAL
Dinheiro de mais,
saúde de menos
N
.ão é por falta de recursos. Porém, vivemos dilemas na saúde pública do
Distrito Federal, onde temos o maior gasto per capita do país ao mesmo
tempo em que temos a pior taxa de distribuição de leitos do SUS, a pior
cobertura populacional de agentes comunitários de saúde e de equipes de
Saúde da Família. Esses são dados oficiais e levantamentos feitos pelo Conselho Federal
de Medicina (CFM), divulgados em julho deste ano.
Segundo o próprio Governo do Distrito Federal, no orçamento de 2013 foram in-
vestidos mais de R$ 2,7 bilhões na saúde. Mais do que o dobro dos recursos investidos na
área em 2008, quando essa verba era de R$ 1,1 bilhão. Neste processo observa-se que os
recursos crescem em volume ao mesmo tempo em que a saúde se degrada. Isso mostra que
existe alguma coisa errada na relação entre o montante de dinheiro disponibilizado e o seu
emprego em favor da população do DF e adjacências.
Considerando a crônica falta de profissionais, insumos, equipamentos e medicamentos
nos hospitais e demais unidades de saúde, uma primeira avaliação desse problema indica que
os recursos estão sendo indevidamente utilizados em ações periféricas. Um fato que ajuda
a justificar esse raciocínio são os recursos gastos com as Carretas da Mulher, enquanto, nos
hospitais, os mamógrafos estão quebrados ou em falta. Nesse contexto, a população tem que
correr atrás do caminhão, já que ela não encontra solução para sua enfermidade no hospital.
Com um cobertor curto dado pelo GDF ao sistema de atendimento já instalado, a rede
precisa fazer escolhas nunca antes vistas, como o fechamento da emergência pediátrica do
Hospital Regional de Santa Maria, para concentrar os atendimentos no Hospital Regional do
Gama, com o agravante de que, no Gama, essa especialidade só tem recursos para atender
durante quatro dias na semana.
O impacto é direto nas vidas das famílias que procuram as unidades públicas de
atendimento. Nesse arranjo, as urgências precisariam ser agendadas para acontecerem nos
dias em que o governo disponibiliza profissionais, o que simplesmente não é possível, pois
doença não marca data nem hora.
Este é só um dos exemplos que colocaram a saúde pública como o principal problema a
ser enfrentado pelo Executivo local, segundo pesquisas feitas junto à população. Infelizmente, em
um cenário em que há recursos, mas não há resolubilidade, a única justificativa possível para essa
equação é a falta da capacidade de gestão por parte do governo. Afinal, os números não mentem.
A saúde do DF não pode viver de pequenos pontos de excelência encravados em uma
grande massa em processo de degradação. Uma das conquistas mais importantes para a reversão
desse processo foi a própria reformulação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (NOVO PCCS),
que colocou os salários dos médicos do DF no topo da escala nacional. Porém, o concurso público
que deveria readequar a defasagem desses profissionais levou mais de um ano para realização.
No cômpito geral, medidas simples tomadas no momento certo poderiam colocar a
gestão da saúde pública do DF no mesmo elevado patamar da dotação orçamentária. Feito
isso, ganha o sistema, ganham os profissionais que trabalham nele a população que só tem
a rede pública para cuidar do seu bem estar e todo o conjunto da sociedade.
Edição nº 103
3
Revista
Sumário
Presidente - Interino
Dr. Carlos Fernando da Silva
Secretário Geral
Dr. Emmanuel Cícero Dias Cardoso
2º Secretário
Dr. Ronaldo Mafia Cuenca
Tesoureiro
Dr. Gil Fábio de Oliveira Freitas
2º Tesoureiro
Dr. Luís Sales Santos
Diretor Jurídico
Dr. Antônio José Francisco P. dos Santos
Diretor de Inativos
Dr. Francisco José Rossi
Diretor de Ação Social
Dr. Eloadir David Galvão
Diretor de Relações Intersindicais
Dr. Augusto de Marco Martins
Diretor de Assuntos Acadêmicos
Dr. Jair Evangelista da Rocha
Diretora de Imprensa e Divulgação
Drª. Adriana Domingues Graziano
14
6
Entrevista
Luciano Carvalho,
presidente da Associação Médica de
Brasilília
capa
A ambivalênica dos números e
estatísticas da saúde do DF
Diretora Cultural
Drª. Lilian Suzany Pereira Lauton
Diretor de Medicina Privada
Dr. Francisco Diogo Rios Mendes
Diretores Adjuntos
Dr. Antônio Evanildo Alves
Dr. Antônio Geraldo da Silva
Dr. Baelon Pereira Alves
Dr. Bruno Vilalva Mestrinho
Dr. Cezar de Alencar Novais Neves
Dr. Filipe Lacerda de Vasconcelos
Dr. Flávio Hayato Ejima
Dr. Gustavo Carvalho Diniz
Dr. Paulo Roberto Maranhas Meyer
Dr. Ricardo Barbosa Alves
Dr. Tiago Sousa Neiva
8
política
Investimentos em saúde
aumentam em anos eleitorais
12
ju rídico 10
Sindicato luta pela mudança de edital
para permitir contratações
SI N DICAIS 18
aconteceu
Programação de cinema do
SindMédico-DF é um sucesso
Médicos protestam por flata de
condições de trabalho no HRS
Conselho Fiscal
Dr. Cantidio Lima Vieira
Dr. Francisco da Silva Leal Júnior
Drª. Josenice de Araujo Silva Gomes
Dr. Jomar Amorim Fernandes
Dr. Regis Sales de Azevedo
20
Finalmente a contratualização
é uma realidade
Conselho Editorial
Drª. Adriana Graziano
Dr. Gil Fábio Freitas
Dr. Gutemberg Fialho
Editor Executivo
Alexandre Bandeira - RP: DF 01679 JP
Produção de conteúdos
Azimute Comunicação
Su plem entar
24
especial
Carlos Fernando assume
presidência do SindMédico-DF
regionais 22
Diretores levam o sindicato
a todo o DF
Vida M édica 26
Como os médicos
transitam pelas redes sociais
Diagramação e Capa
Strattegia/DSG
Projeto Gráfico e Editoração
Strattegia/DSG
Gráfica
Mais Soluções Gráficas - (61) 3435-8900
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12.000 Exemplares
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Os artigos assinados são de responsabilidade
exclusiva de seus autores.
6 Opi n ião
21 Estratégia
28 Vi n hos
30 Literárias
Opi n ião
Dr. Simônides da Silva Bacelar *
PRINCÍPIOS PERSONALISTAS
HUMANITÁRIOS APLICADOS À CLÍNICA
U
ma jornalista estadunidense, Sana Alexander
A subjetividade não deve ser desvinculada da objetividade,
(1925–2005), publicou na revista Life Magazine,
visto que a racionalidade e os sentimentos humanos estão ligados
em 1962, o relato “They decide who lives, who dies:
às ações necessárias ao cumprimento dos objetivos.
medical miracle puts moral burden on small commit-
A pessoa é a referência lícita, como unidade corpo-espírito.
tee” (Eles decidem quem vive e quem morre: milagres médicos
Esta deve ser considerada como unidade e não separadamente,
colocam o fardo sobre pequenas comissões), que descreveu
pois compreende a totalidade pessoal em seus aspectos físicos,
a atuação de um pequeno grupo de pessoas, quase todas
psíquicos e morais.
leigas em medicina, em um hospital de Seattle, Estados Uni-
Em medicina, não há só doenças, mas doentes com doen-
dos, que selecionava pacientes com doença renal crônica para
ças. Nesse contexto, dizer “operei uma apendicite”, por exemplo,
hemodiálise, uma vez que havia poucos aparelhos e elevado
pode indicar a tendência de ocupar-se de doenças e esquecer
número de doentes.
doentes como atitude inconsistente.
A reportagem deflagrou um debate de âmbito nacional
Importa ao médico conhecer comportamento humano em
sobre a insuficiente distribuição de aparelhos de diálise no país.
suas bases religiosas, sociais, políticas, econômicas, com ênfase
Esse e outros alvoroços ocorridos com seres humanos usa-
em conhecimentos sobre antropologia, psicologia, psicanálise,
dos em pesquisas científicas de maneira irregular, em calguns ca-
psiquiatria. A doença deve ser inserida nesse conjunto como um
sos com atrocidades, como vivissecção em prisioneiros de guerra,
componente do contexto.
influenciaram o surgimento da bioética como opção para formar
As visitas impessoais meramente técnicas são também in-
um campo de cuidados universais voltados à dignidade humana,
dicativas de impassividade profissional. É importante conversar
sobretudo entre os pacientes. Em meio às diversas orientações
com o doente sobre seus problemas não médicos, sua família,
principialistas, surgiu o enfoque personalista de valorização do
sua profissão. Nesse sentido, é oportuno que o médico tenha
respeito, da promoção e da defesa da vida humana, da liberdade,
conhecimentos gerais bastantes para compreender o ser hu-
da responsabilidade, da totalidade corpo e espírito das pessoas
mano em sua realidade e, assim, se solidarizar com o enfermo
como pacientes e no contexto da sua sociabilidade.
dentro de bases de condutas de fato produtivas, sem superfi-
Conforme descreve Renzo Paccini (C. Urban, Bioética
cialidades, sem erros rudes.
Clínica, 2003), é necessário que o médico tenha critérios claros
Em defesa da vida, valoriza-se o indivíduo como patrimô-
e seguros para formar juízo e agir diante de problemas clínicos
nio da comunidade, sua intelectualidade e todo o potencial de
e assegurar o atendimento dos princípios de valorização da
sua produção em benefício do próprio indivíduo e em benefício
vida em seus pacientes e evitar atitudes contrárias, sobretudo
social regional e universal.
advindas de considerações equivocadas. Para isso, é importante desenvolver virtudes, capacidade dirigida ao bem, conhecer
a razão, ter opinião ou convicção ética. É preciso conhecer a
realidade e procurar soluções.
As bases do personalismo constituem razão, liberdade e
consciência. A centralidade na pessoa beneficia a medicina em seu
objeto – o paciente – e em seu sujeito – o médico –, que devem
ser considerados em seu pleno valor.
* Médico e professor de Bioética do curso de Medicina, Faciplac-DF
Edição nº 103
5
Entrevista
Luciano Carvalho , presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr)
a saúde
na corda bamba
Reeleito presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr), em
seu segundo mandato o urologista Luciano Carvalho pretende
concluir um trabalho preconizado para o fortalecimento institucional e organizacional da entidade. Luciano também pretende ver cumprido o estatuto da Associação Médica Brasileira
(AMB) no que se refere à transferência da sede para a capital da
República. Nesta entrevista à Revista Médico, ele defende um
amplo diálogo para definição dos rumos da medicina no país e
o escrutínio rigoroso dos representantes dos médicos na política.
Para ele, a atual orientação da medicina no país está se encaminhando para a ingovernabilidade.
Revista Médico – Diante do quadro atual, qual é a
sua impressão sobre o futuro da medicina e da assistência
à saúde no país?
Luciano Carvalho – Estamos caminhando para uma
reorganização. Estamos vivendo um momento de um freio de
arrumação, como se diz lá no nordeste. É um momento em que
é preciso que todos os seguimentos envolvidos se envolverem
na discussão, porque o processo está se encaminhando para
uma situação de não governabilidade. As ofertas tecnológicas estão cada vez mais fortes e as ofertas de medicamentos
mais intensas. As técnicas estão cada vez mais avançadas e as
exigências, cada vez mais aguçadas. Atrás disso tudo há um
custo. A sociedade precisa se envolver nessa discussão para
que possa criar definições de encaminhamento. Temos que
decidir quais são as diretrizes macroscópicas para, em nome de
minorias, não prejudicar maiorias. As minorias, os seguimentos
mais organizados, estão ditando regras e trânsitos que nem
sempre vão dispor para a maioria. Todos os seguimentos – os
que ofertam, os que legislam, os que julgam e os que trabalham com saúde – têm que começar a discutir profundamente.
Estamos nos encaminhamos para uma situação impagável do
ponto de vista monetário, social, político e conceitual.
6
Revista Médico
Revista Médico – O médico, em geral, está consciente
ou alheio a esse processo?
Luciano Carvalho – Ainda falta esse exercício. Até então,
nossas grades acadêmicas não aprofundavam muito a questão
do conhecimento político-social da atuação médica. Estamos,
ainda, em uma fase de aprendizado. As entidades estão muito
atentas, mas não estão com muita força para proporcionar essa
compreensão para os médicos que estão na assistência. Sobretudo porque eles estão atarefados. As exigências que têm que
cumprir para exercer essa função já são muito grandes. Um tópico
a mais para tomar conhecimento demanda energia a mais. Ele
está sacrificado nesse processo. Tanto que tem deixado de lado
esse aspecto de conscientização social e política.
Revista Médico – No âmbito das entidades médicas,
qual tem sido o reflexo desse alheamento?
Luciano Carvalho – Em função da perda de força das
entidades, o médico tem deixado de ser o protagonista das
ações de saúde. Isso, quando ele não consegue participar diretamente das inserções de novos protocolos; quando as entidades
não consegue discutir as diretrizes de atendimento; quando os
seguimentos não conseguem demonstrar e mostrar para o Estado os riscos do tipo de assistência mais adequada. A voz do
médico foi abafada em função de todo um sistema de interesses
existentes na área da saúde. Em nossa opinião, isso vai levar um
prejuízo muito grande à população. A voz do médico zela pelo
mérito, pela qualidade, pela qualificação. Essa é a voz oficial.
Outras variáveis não são oficiais que envolvem atitudes ou atividades ilícitas não fazem parte do discurso das entidades médicas.
Revista Médico – A interferência do Ministério da Saúde na concessão de títulos de especialidade é, em sua opinião,
um reflexo desse abafamento da voz do médico?
Luciano Carvalho – O Estado, por meio do Ministério da
Revista Médico – Fala-se sobre a criação de uma nova
entidade médica. Qual a sua opinião sobre isso?
Luciano Carvalho – Não acredito na criação de outra
entidade médica sem levar em consideração as entidades que
já existem e que estão enfrentando grandes dificuldades. Criar
mais uma entidade serviria a uma estratégia de divisão, porque só iria dividir e enfraquecer a classe médica. O objetivo
de criar um núcleo único tem sido perseguido há anos entre
as entidades organizadas e, infelizmente, não conseguimos alcançá-lo porque perdemos a oportunidade quando deixamos
de buscar participação na Constituinte de 1998. Não pudemos
participar da normatização e criar uma entidade que tivesse
respaldo legal.
Educação ou do Ministério da Saúde, não tem tentáculos para
avaliar plenamente a formação de especialista, não tem quadro,
Revista Médico – Como está a integração entre os
não tem especificidade. Ao fazer isso, está alijando os seguimen-
aspectos disciplinar, acadêmico, social político e reivindica-
tos organizados que zelam, sobretudo, pela prática qualificada.
tório representados pelas três entidades médicas em nível
Isso não deixa de ser mais uma das ações que inibem e abafam o
local e nacional?
pensamento do profissional médico.
Revista Médico – Aproveitaram argumentos da Conferência Nacional de Saúde para tomar atitudes na saúde recentemente, mas deixaram a carreira médica de Estado de fora,
por exemplo. Como o senhor avalia isso?
Luciano Carvalho – Usaram alguns elementos mais
oportunos aos interesses políticos atuais e, de certa forma,
Luciano Carvalho – Trabalhamos muito, sobretudo aqui
em Brasília, para conciliar e concentrar as reivindicações comuns
com um mesmo discurso; Logicamente existem diferenças, que
são muito importantes. Cada seguimento tem um papel muito
bem definido, com muitos pontos em comum. Estamos trabalhando para que esses pontos sejam encaminhados de forma
padronizada e uníssona. Temos conseguido, apesar de não ser
tão simples, tão fácil quanto parece.
usurparam o conceito total da Conferência Nacional de Saúde.
O Mais Médicos foi isso, nada mais. Deixaram outros pontos em
segundo plano para usar em outro momento, que eu acho que
não vai ocorrer porque não existe uma decisão política para
tanto. Todos os itens como o financiamento da saúde, carreira
médica, investimentos tripartite, tudo isso foi deixado de lado
e até bloqueado pelo governo federal.
Revista Médico – Qual é a sua avaliação de um mandato
à frente da AMBr e a estruturação dada à gestão?
Luciano Carvalho – Saímos de uma situação mais familiar e amadora para uma situação, um ambiente, no qual é preciso se profissionalizar, tanto do ponto de vista da organização
e da manutenção do patrimônio que temos hoje, como também
no papel de representatividade que a Associação Médica tem
A voz do médico foi
abafada em função de todo
um sistema de interesses
existentes na área da saúde.
que ter. Tivemos que fazer mudanças muito importantes para
que ela tivesse a possibilidade de ter uma a gestão mais independente, mais tranquila e que não dependesse exclusivamente
da contribuição associativa. Só com ela é extremamente difícil
manter o patrimônio que temos nela.
Revista Médico – O senhor defende a transferência da
sede da Associação Médica Brasileira para o DF?
Revista Médico – O que o senhor pensa sobre participação do médico no Legislativo?
Luciano Carvalho – Estamos tentando levar a consciência de que a Associação Médica de Brasília seja o ponto de
Luciano Carvalho – Essa é uma questão fundamental
partida para as reivindicações dos médicos do Brasil, uma vez
para a classe médica neste momento. O médico tem que ter
que, geográfica e politicamente ela se situa de forma mui-
consciência de que unir força para criar uma voz, a presença,
to conveniente para estar presente em todos os momentos
um marco. A participação direta no processo legislativo vai dar
em que for exigido. Seria, sobretudo, o cumprimento de um
o eco que ela precisa para exercer sua atividade. Essa tem que
estatuto que já existe na Associação Médica Brasileira que
ser uma escolha de muita consciência, porque ele precisa iden-
define que a sede viria para Brasília. E nós estamos prontos
tificar quais são as pessoas que possam defender suas posições.
para abrigá-la.
POLÍTICA
Foto de Elza Fiúza/AgBr
Calendário eleitoral
influencia investimentos
Em ano de eleição, os cofres pú-
análise dessa série histórica mostrou pi-
blicos tendem a ser mais ágeis e eficazes
cos de investimento em saúde nos me-
em repasses e pagamentos para a área
ses que antecedem períodos eleitorais
da saúde. É o que aponta o Conselho
(municipais, estaduais ou federais). Já no
Federal de Medicina (CFM), em levanta-
ano seguinte ao pleito, ocorreu uma ten-
mento que avaliou as contas do Minis-
dência de queda, às vezes significativa,
tério da Saúde entre 2001 e 2014. Uma
no orçamento executado.
Saúde
não é prioridade
Valter Campanato/AgBr
Em 2014, o Ministério da Saúde foi
estádios, armamento militar, máquinas e
responsável por apenas 7,4% dos R$ 18,3
equipamentos rurais são prioritários em
bilhões gastos com investimentos pelo
relação aos investimentos em constru-
Governo Federal. Dentre os órgãos do
ção, ampliação e reforma de unidades
Executivo, o MS aparece em quinto lugar
de saúde e da compra de equipamentos
na lista de prioridades no chamado “gas-
médico-hospitalares para atender ao Sis-
to nobre”. Gastos com obras em rodovias,
tema Único de Saúde (SUS).
PL sobre multa a m édicos
por atraso em consulta é retirado
A categoria médica obteve uma
projeto depois de reunião com represen-
dos honorários; nos atrasos de mais de uma
importante vitória no Congresso Nacional
tantes do Conselho Federal de Medicina,
hora, a penalidade subiria para 70%. O argu-
com a retirada de tramitação do Projeto
no dia 2 de julho, em Brasília.
mento era que essa regra ajudaria a melho-
de Lei do Senado (PLS) 179/2014, que co-
A proposta alterava o Código de
rar a pontualidade nos atendimentos. O CFM
locaria o processo do atendimento médi-
Defesa do Consumidor e previa punição aos
argumentou que a relação médico-paciente
co no escopo das relações de consumo. O
médicos por eventuais atrasos em consultas.
não pode estar submetida a uma regra cria-
senador Cidinho Santos (PR-MT), autor da
Uma demora de 30 minutos a uma hora seria
da para regular a compra de mercadorias e
proposta, reconheceu a impropriedade do
punida com um desconto de 50% no valor
atrelada às leis de oferta e de procura.
Excelência acadêmica
ou conven i ência política
8
Foi aprovado no Senado Federal o
matéria tramitou em caráter terminativo e foi
para que o órgão específico do Executivo
Projeto de Lei do Senado (PLS) 399/2011,
aprovado no dia 15 de julho pela Comissão
determine o “padrão de excelência”. Para
que propõe a simplificação da revalidação
de Educação, Cultura e Esporte (CE) e seguiu
o presidente do SindMédico-DF, Carlos
de diplomas de cursos presenciais de gradu-
para a Câmara dos Deputados.
Fernando, esse é um aspecto crucial da
ação, mestrado e doutorado expedidos por
Se, por um lado, o substitutivo
proposta legislativa. “A indicação das ins-
instituições de educação superior estrangei-
eliminou a possibilidade de “reconheci-
tituições de excelência pode acabar sen-
ras com reconhecimento de excelência pelo
mento automático” contida na proposta
do feita por critérios políticos e não pela
poder público brasileiro. O substitutivo da
original, não deixou claros os critérios
qualidade do ensino oferecido”, aponta.
Revista Médico
Mais de 3 mil prestam exames
para revalidação de diplomas médicos
Foi realizada, no dia 20 de julho, a
fase teórica do Exame Nacional de Reva-
indeferidas. A maioria tem diplomas obtidos na Bolívia.
lidação de Diplomas Médicos Expedidos
Participantes do Programa Mais Mé-
por Instituições de Educação Superior Es-
dicos para o Brasil, como a brasileira formada
trangeiras (Revalida). Este ano, 2.152 por-
na Itália, Silvana Picozzi – lotada em equipe
tadores de diplomas de medicina obtidos
do Saúde da Família em Indaiatuba (SP), em
no exterior se inscreveram. O aumento na
setembro de 2013. Também brasileiro, forma-
participação foi de 21% em relação a 2013,
do na Escola Latino Americana de Medicina
quando 1.772 se inscreveram.
(ELAM), de Cuba, em 2013, e participante des-
Desta vez, 41 instituições federais e
de o mesmo ano do Mais Médicos, lotado em
estaduais vão aceitar essa nota no seu pro-
Itapipoca (CE), Thiago José Castro Ponciano
cesso de validação. Instituições como a Uni-
Lima é outro que participará da avaliação.
Alguns nomes na lista da UFMT
e a Universidade Federal de Mato Grosso
chamam atenção pelo fato de o
(UFMT), no entanto, continuarão realizan-
candidato já ter histórico de
do certames próprios em outras datas. A
exercício ilegal da medicina no
UFMT divulgou uma lista que chega a 909
Brasil mesmo antes da partici-
inscritos, sendo que seis inscrições foram
pação no Mais Médicos.
Strattegia /
versidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
• 12.000 exemplares/edição
• 95,1% dos médicos recebem a revista
• 92,2% dos médicos lêem as matérias
• 82,3% avaliam positivamente a publicação
Anuncie: 61 3447-9000
Edição nº 103
9
Pesquisa Vox Populi – maio/2013.
JU RÍDICO
Multa para quem descumprir
Mandado de Injunção
No dia 6 de agosto, o juiz Álvaro Ciarlini, da Segunda Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, definiu
multa diária de R$ 1 mil para servidores
do Governo do DF e o presidente do
Instituto de Previdência dos Servidores
do Distrito Federal (Iprev) caso descumpram o Mandado de Injunção 836, que
manda fazer a contagem diferenciada
de tempo insalubre para fins de aposentadoria com conversão do tempo
especial em comum.
Também caiu por terra o Recurso
de Revisão da decisão 6611/10 do Tribunal
de Contas do DF, pelo qual o GDF pretendia interromper os processos. O acórdão
da decisão unânime dos conselheiros do
o prazo dado pelo juiz, o governo vai estar
do foi o dia 12 de setembro. O sindicato
TCDF pelo cumprimento do Mandado de
agindo com declarado desrespeito à Justi-
investigou o gargalo da liberação das
Injunção com contagem diferenciada de
ça”, afirma o presidente do SindMédico-DF,
aposentadorias para determinar respon-
tempo já foi divulgado e o sindicato aguar-
Carlos Fernando.
sabilidades e apresentar os nomes dos
da a publicação da decisão. “Ao extrapolar
A data limite fixada pelo magistra-
culpados ao magistrado.
Sindicato vai lutar
por concursados
10
O edital do concurso público para
para que seja corrigido o efeito limitador do
pelo qual lutamos ferrenhamente. Mas
a contratação de médicos para a Secreta-
item 10.3, cuja redação determina: “farão
ele não poderia ser limitado e restritivo”,
ria de Estado de Saúde do Distrito Federal
parte da lista de aprovados no concurso pú-
destaca o presidente do SindMédico-DF,
(SES/DF) contém um dispositivo que atrela a
blico apenas os candidatos que obtiverem
Carlos Fernando.
aprovação no concurso ao número de vagas
classificação dentro das quantidades de va-
Nada menos que 6.156 médicos se
para provimento imediato e para um quadro
gas, por cargo e especialidade, indicadas no
inscreveram no concurso público, que ofere-
de reserva pré-definido. A possibilidade de
item 2 acima, observada a reserva de vagas
ceu apenas 665 vagas para provimento ime-
contratação dos candidatos que obtiverem
para candidatos com deficiência”.
diato e 997 para quadro de reserva. Dentre
notas para aprovação e que, eventualmente,
O governo foi obrigado a assumir
os inscritos, 338 pediatras disputam 76 vagas
poderiam assumir postos de trabalho vagos
o erro apontado pelo SindMédico-DF e
para provimento imediato, o que represen-
durante o período normal de validade de um
estender a expectativa de contratação
ta uma concorrência de 4,4 médicos por
concurso público foi descartada.
para os candidatos que obtiveram nota
vaga. Na clínica médica, são 1.901 inscritos
Por isso, o Sindicato dos Médicos do
de aprovação, mediante necessidade do
homologados disputando 110 vagas – con-
Distrito Federal (SindMédico-DF) apresentou
serviço e com respeito ao limite da Lei de
corrência de 17 candidatos por vaga. A mé-
formalmente à Promotoria de Justiça de De-
Responsabilidade Fiscal.
dia da concorrência entre todos os inscritos
fesa da Saúde (PROSUS) do Ministério Públi-
“O que não poderia ocorrer é, por
homologados foi de 9,25 médicos por vaga
co do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
um motivo ou outro, vagas ficarem em
de provimento imediato. “Só faltam médicos
pedido de inserção de adendo ao edital no
aberto havendo possibilidade de con-
quando o governo quer justificar a má ges-
01 – SEAP/SES-AOSD, de 28 de maio de 2014,
tratação. Não contestamos o concurso,
tão da saúde”, critica Carlos Fernando.
Revista Médico
Edição nº 103
11
ACONTECEU
Iprev ganhou nova sede
no Setor Comercial Sul
O presidente do SindMédico-DF,
Corporate, na quadra 9 do Setor Comer-
Carlos Fernando, compareceu à inaugu-
cial Sul, em frente ao Parque da Cidade.
ração da nova sede do Instituto de Previ-
Além de nova sede, espera-se que
dência dos Servidores do Distrito Federal
logo o Instituto seja dotado de quadro de
(Iprev). O órgão passou a funcionar no 1º
servidores próprio em número adequado
subsolo da torre B do Ed. Parque Cidade
para a gestão dos fundos de previdência.
Acreditar inaugurou
un idade modelo na Asa Sul
Na noite de 29 de julho, Carlos
Fernando representou o SindMédico-DF
no coquetel de inauguração da unidade
do Grupo Acreditar, que ocupa 500 m2 do
segundo pavimento do Ed. Pio X, no Setor
Hospitalar Sul. Essa unidade modelo é a
terceira da bandeira no distrito Federal.
SBCP promove eventos
na sede do si n dicato
Cinemédico é
só Sucesso
A programação do Cinemédico
continua sendo um sucesso. A terceira
sessão, com o filme Os homens são de
Marte... E é pra lá que eu vou, levou mais
de duas centenas de médicos a lotar uma
sala do Cinemark do Pier 21, no dia 5 de
junho. Em agosto, no dia 27, a cinebiografia do escritor Paulo Coelho, Não Pare
na Pista - A Melhor História de Paulo
Coelho, deu seguimento à temporada
com grande público.
“Essas têm sido oportunidades
muito agradáveis de encontrar os colegas fora do ambiente de trabalho e arejar um pouco”, afirma Carlos Fernando,
A direção regional da Sociedade
sempre presente para receber os médi-
Brasileira de Cirurgia Plástica também tem
cos sindicalizados.
sido presença constante no sindicato. A
A procura pelos ingressos tem
presidente da sociedade, Rosangela Maria
sido crescente, por isso, a gerência do
Santini, e o restante da equipe da socie-
sindicato solicita aos doutores que não
dade têm se destacado na realização de
os retenham caso se vejam impossibili-
eventos no sindicato.
tados de comparecer às sessões.
Ortopedia e traumatologia
para jornalistas
A Sociedade Brasileira de Artros-
que podem ocorrer em uma partida de
copia e Traumatologia no Esporte (Sebra-
futebol. O evento contou com palestras
te) ocupou o auditório do SindMédico-DF,
dos doutores Murilo Reis, Julian Macha-
no dia 10 de junho, para lançar um ma-
do, Willian Pereira e Paulo Lobo e com a
nual para a imprensa com detalhamen-
presençado médico da FIFA para Brasília,
to dos principais problemas ortopédicos
Yacine Zerguini.
Obituário
A diretoria do SindMédico-DF registra com pesar o falecimento de José Severino de Barros Dias, Vera Maria Sampaio Acevedo, Cid Luis de
Sousa Vale, Jackson de Albuquerque Pontes, Severiano Primo da Fonseca Lins Neto, Antônio Eduardo Sabino Pereira dos Santos, Rosângela
da Silva Silvestre e Fernando Gilhon Henriques.
12
Revista Médico
Em outubro,
você vai ficar
mais por
dentro
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Edição nº 103
13
Capa
Números mudam FACILMENTE,
a realidade não
Se entrar em vigor, o Projeto de Lei
informações referentes aos gastos e in-
vezes, manipuladas a gosto e interesse
do Senado 174/2011 – a Lei da Respon-
vestimentos no setor da saúde. O atual
dos governos.
sabilidade Sanitária – vai exigir transpa-
sistema de transparência nos três níveis
Uma análise do relatório de atividades
rência e punir os gestores que deixarem
de governo é relativo, as informações são
das unidades de saúde do DF mostra que os
de prestar, dificultarem ou adulterarem
de difícil acesso, pouco claras e, muitas
gestores locais teriam que prestar contas à lei.
Evolução da prestação de serviços pela rede pú blica de saú de do DF (20 09 a 21 03)
2009
2010
2012
2013
Variação %
Variação %
(2009/13)
(2010/13)
Consultas e atend. médicos (ambulatório +ESF)
4.138.604
4.353.128
4.431.933
4.494.473
4.608.093
11,34
5,86
Consultas e atendimentos médicos (emergência)
2.959.706
2.889.112
2.694.639
2.615.050
2.825.823
-4,52
-2,19
Total de consultas e atendimentos médicos
7.098.310
7.242.240
7.126.572
7.109.523
7.433.916
4,72
2,64
-
1.361.999
1.469.985
1.580.812
1.737.663
-
27,58
Cirurgias (eletivas)
22.981
24.994
31.040
33.411
32.263
40,38
29,08
Cirurgias (emergenciais)
19.299
18.276
17.691
20.012
24.591
27,42
34,55
Total de cirurgias
42.280
43.270
48.731
53.423
56.854
34,47
31,39
Partos cirúrgicos
14.470
15.305
15.225
15.315
15.865
9,64
3,65
137.904
130.724
115.537
116.188
127.538
-7,51
-2,43
2,43
2,23
1,80
1,69
1,75
-28
-21,42
Exames imagenológicos
1.146.251
1.133.925
1.031.292
1.100.536
1.319.876
15,15
16,40
Exames de patologia clínica (ambulatório)
5.567.066
5.555.901
5.996.729
7.080.977
7.118.094
27,86
28,12
Consultas e atendimentos não médicos
Anestesias aplicadas
Razão anestesias/procedimentos cirúrgicos
Exames de patologia clínica (emergência)
3.637.969
4.297.628
4.310.748
4.711.417
4.362.167
19,90
1,5
Exames de patologia clínica (internação)
1.174.838
1.485.254
1.413.670
1.709.406
2.164.664
84,25
45,74
Total de exames
10.379.873
11.338.783
12.752.493
14.602.336
14.964.801
44,17
31,98
Leitos operacionais (enfermaria)
2.886
3.134
3.159
3.278
3.203
10,98
2,20
Leitos operacionais (pronto-socorro)
1.083
967
911
931
961
-11,26
-0,62
Total de leitos operacionais
3.969
4.101
4.070
4.209
4.164
4,91
1,54
Fonte: Relatório dos Serviços Médicos Hospitalares e Consultas – SES/DF 2009 a 2013
14
2011
Revista Médico
Diz-se que os números não mentem,
34,5% no número de cirurgias entre 2009
mas, empiricamente, na Administração Pú-
e 2013. No entanto, no mesmo período
blica, eles dão cambalhotas. Quando se
houve uma queda de 7,5% no número de
chega aos dados estatísticos, então, a ges-
anestesias aplicadas. A razão entre anes-
tão torna-se uma entidade capaz de intrin-
tesias aplicadas em relação às cirurgias
cadas subjetividades. “Os dados estatísticos
aplicadas no período caiu 28%. Essa con-
podem mostrar ou esconder qualquer coi-
tradição indica uma queda no número de
sa. Especialmente em anos eleitorais”, apon-
procedimentos complexos realizados.
ta o promotor de Justiça Jairo Bisol.
• Agenda Médica
- Possibilidade de configurar limite de
atendimentos por período de acordo com o
convênio/médico ou tipo de atendimento;
- Confirmação de agendamentos por email,
enviados automaticamente;
- Lista de espera para qualquer agenda ou
grupo de especialidades.
“O cidadão fica sem saber o que re-
As estatísticas governamentais são,
almente ocorreu. No espectro dos eventos
deveras, ambivalentes. Levantamento feito
cirúrgicos possíveis, poderiam ter aumen-
pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)
tado os tratamentos de unhas encravadas
e divulgado em julho, por exemplo, mostra
e biópsias. Se assim fosse, um quadro de
que, apesar de ser a unidade da Federação
desassistência poderia estar sendo ignora-
com maior gasto público com a saúde per
do ou camuflado”, observa o presidente do
capita (R$ 1.042,40), o Distrito Federal tem
Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
a pior taxa de distribuição de leitos do SUS
(SindMédico-DF), Carlos Fernando.
• Pontuário Eletrônico
- Composto de pré-consulta, formatos de
atendimento ilimitados, emissão de receituário simples e especial, e recurso para
anexar resultados de exames em arquivos
PDF e imagens.
– 0,7 por 800 habitantes (a média nacional
é de 1,42/800). Da mesma forma, apresenta
• Faturamento
a pior cobertura populacional de agentes
comunitários de saúde (19%) e de equipes
da Estratégia Saúde da Família (20%).
Aplicada aos relatórios de ativida-
C
de da Secretaria de Estado de Saúde (SES)
M
do DF, a Lei de Responsabilidade Sanitária
Y
demandaria mais clareza dos gestores. Co-
CM
memora-se, por exemplo, o aumento de
MY
CY
2,31%
2,42%
Medicamentos
1,71%
Indicadores percentuais de
aplicação de recursos em saúde
(2009 a 2013)
0,86%
CMY
K
- Impressão de guias TISS dos convênios
- Exportador de faturas eletrônicas dos
convênios com todos os formatos exigidos
pela ANS (Agência Nacional de Saúde),
inclusive 3.02.00, obrigatório a partir de
01/09/2014;
- Customização de Kits de mat/med por
procedimento, médico ou convênio.
• Financeiro
- Controle de contas a pagar e conciliação
bancária;
- Integrado com emissão de Nota Fiscal
Eletrônica, cumprindo Lei de
responsabilidade fiscal.
• Estoque
- Controle de estoque integrado com
despesas dos pacientes;
- Controle de produtos consignados e
devolvidos.
0,76%
12,24%
8,59%
6,43%
4,94%
Atenção Básica
0,97%
38,06%
41,61%
2009 2010
2011 2012 2013
26,64%
Assistência Hospitalar
e Ambulatorial
20,19%
15,86%
Fonte: Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária 2009 a 2013 GDF/Secretaria do Tesouro Nacional.
Edição nº 103
15
Capa
Para cima, para baixo
e para todos os lados
Para o presidente do sindicato, é
2009 e 2013 foi de 14% (ou de 3,8%, se a
ção percentual da destinação de dinheiro
necessário observar outros fatores rele-
comparação for com 2010), ao passo que o
público cai vertiginosamente desde 2011
vantes à análise de resultados na saúde,
índice de mortalidade caiu de 1/44 para 1/36
Para Carlos Fernando, uma ação
como a eficiência do atendimento e a efe-
(estável desde 2012). Esse resultado empa-
concreta que pode mudar a cara da saúde
tividade dos procedimentos realizados.
lidece quando se vê que o resultado talvez
do Distrito Federal começou em 2009 e
“Qual é o peso estatístico, por exemplo,
fosse melhor caso a gestão tivesse prioriza-
tem sido movida pelo Sindicato dos Mé-
de um paciente com fratura de fêmur, que
do outros recursos no tratamento dos pa-
dicos do Distrito Federal: o realinhamento
deveria ser submetido a procedimento ci-
cientes. Nessa situação, aumentou 84,2% o
da remuneração e a melhoria do Plano de
rúrgico em, no máximo 48 horas, e espera
número de exames realizados em pacientes
Carreira, Cargos e Salários (PCCS). “Já em
15 ou até 45 dias num leito de enfermaria?
internados entre 2009 e 2103 e 45,7% quan-
2012, o governo se gabou de ter feito 663
Além dos custos vinculados à ocupação
do a comparação se refere a 2010.
obras na saúde, mas a população não vê
do leito, prováveis cirurgias subsequentes
Outro fato que corrobora a percep-
um resultado efetivo disso. O que todo
para corrigir sequelas são um desastre em
ção pessimista do levantamento do CFM é
mundo quer é a adequação do número de
qualquer avaliação de gasto de dinheiro
a diminuição, ano após ano, da destinação
profissionais à demanda da população”,
público e mais ainda em relação ao so-
de verba para os programas de investimen-
enfatiza o presidente do sindicato. Apesar
frimento humano provocado”, destaca
to com a atenção básica, com a assistência
dessas obras, o número de atendimentos
Carlos Fernando.
hospitalar e ambulatorial, com medicamen-
médicos e consultas realizadas variou ape-
Não param por aí as ambiguidades.
tos. Em valores absolutos, esses números
nas 2,6% entre 2010 e 2013, enquanto o
O aumento no número de internações entre
aumentam, mas a realidade é que a varia-
crescimento da população foi de 8,5%.
Relação de exam es de patologia clín ica e óbitos em relação às i nternações (20 09 a 2013)
Variação % Variação %
2009
Internações
Exames de patologia clínica (internação)
Razão exames/internações
2010
2011
2012
2013
(2009/13)
(2010/13)
118.359
130.224
133.085
132.050
135.125
14,16%
3,76%
1.174.838
1.485.254
1.413.670
1.709.406
2.164.664
84,25%
45,74%
10/1
11/1
11/1
13/1
16/1
-
-
Óbitos
2.668
3.282
3.715
3.635
3.749
40,52%
14,23%
Razão internações/óbitos
1/44
1/39
1/36
1/36
1/36
Fonte: Relatório dos Serviços Médicos Hospitalares e Consultas – SES/DF 2009 a 2013
Estatísticas
nas barras da Lei
As ambivalências da administração
pública também invadem a semântica.
16
mais caro do que o Custo Unitário Básico
uma suspensão cautelar de utilização de
(CUB) da Construção Civil.
recursos federais, duas ações civis públicas
Exemplo disso são as Unidades de Pronto
Essa questão faz parte de outra sé-
Atendimento (UPAs). As “UPAs de lata”,
rie estatística – a das pendências judiciais.
com estrutura de aço naval, são prédios,
Desde 2010, esse imbróglio gerou uma sé-
A Defensoria Pública do Distrito
mas os módulos que as compõem, conhe-
rie de denúncias e processos movidos por
Federal (DPDF) também tem sido uma
cidos por Unidades Modulares de Assistên-
diversas instâncias do Ministério Público
fonte de estatísticas pouco lisonjeiras à
cia à Cidadania (Umac) com portabilidade,
no âmbito do DF e da União. Uma apre-
SES/DF. Em 2013, deu entrada em 1.396
foram adquiridos como equipamentos e,
sentação feita pela procuradora Cláudia
ações contra a Secretaria. Dessas, 446
por essa mudança de natureza, custaram,
Fernanda de Oliveira Pereira, do Ministério
pedidos de leito em UTI, 307 pedidos de
segundo o Relatório TC 015.707/2013-0, do
Público de Contas (MPC) do DF, resume:
medicamentos, 269 pleitos por cirurgias e
Tribunal de Contas da União (TCU), 236%
cinco representações entre 2010 e 2104,
123 demandas para realização de exames.
Revista Médico
e três ações de improbidade administrativa
contra os gestores da saúde no período.
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Edição nº 103
17
SI N DICAIS
Ortopedistas defendem integridade
profissional e pacientes em Sobradinho
No dia 16 de junho, o presidente do
SindMédico-DF, Carlos Fernando, participou de protesto realizado pelos ortopedistas e traumatologistas do Hospital Regional de Sobradinho pela falta de condições
de atendimento à população em função
da falta de autoclaves e impossibilidade de
uso de materiais mal esterilizados e salas
de cirurgia em reforma.
A imprensa repercutiu a situação,
apesar da pressão governamental para
abafar o caso. O desgaste e o risco de que
os aparelhos deixassem de funcionar já era
de conhecimento dos gestores da unidade
tentaram impor aos médicos que continu-
nhecimento da situação e para que o então
de saúde e da Secretaria de Saúde, que não
assem realizando cirurgias. O sindicato in-
secretário de Saúde, Elias Miziara, tomasse
deram a devida atenção à situação e ainda
terferiu para que a população tomasse co-
medidas para resolver a situação.
Diretor do Si n dMédico-DF
ocupa vice-presidência da Fi ncoto
Foi realizada a eleição da Federa-
nardo Mariano Reis, e o diretor Jurídico
biênio 2014-2016. O presidente interino,
ção Regional Centro-Oeste e Tocantins
do Sindicato dos Médicos do Distrito
Carlos Fernando, e o secretário-executi-
(Fincoto). O ex-presidente do Sindicato
Federal, Antonio José dos Santos, ocu-
vo, Emmanuel Cícero Cardoso, também
dos Médicos de Goiás (SIMEGO), Leo-
parão os cargos de presidente e vice no
ocupam cargos na diretoria.
Si n dMédico
com você o tem po todo
O SindMédico-DF tem aumentado
a Ronda Hospitalar. A última incorporação
formulário e o sistema calcula os valores
a presença na internet. Além da filiação e
aos serviços via internet foi a Calculadora de
unitários das horas extras, diurnas e no-
atualização cadastral on-line e da calcula-
Horas Extras. Essa é uma prestação de servi-
turnas e dos totais mensais. Tudo muito
dora salarial, novos serviços estão sendo
ço elaborada pelo ReviSalário, com vistas a
claro e fácil. Se restarem dúvidas ou se fo-
oferecidos aos sindicalizados por meio da
conferir os valores pagos pela Secretaria de
rem verificadas discrepâncias, o ReviSalário
página eletrônica do sindicato.
Saúde do DF pelo trabalho extra dos médicos.
está à disposição dos médicos sindicaliza-
Recentemente, entraram em funcio-
Basta ter em mãos um contrache-
dos. Para agendar seu atendimento, ligue
namento os Classificados do SindMédico e
que e inserir as informações indicadas no
para o 3244-1998.
Si n dMédico-DF reconqu ista
GMOV para quem não reside no DF
O recurso interposto pelo Sind-
Federal foi aceito pela 1ª Vara de Fa-
dificilmente reverterá a sentença. A Justiça
Médico-DF para a retomada do paga-
zenda Pública do Distrito Federal, que
também determinou que o Governo do Dis-
mento da Gratificação de Movimenta-
entendeu ser ilegal a suspensão do pa-
trito Federal devolva o que deixou de pagar
ção (GMOV) cortada dos servidores que
gamento da gratificação.
aos médicos desde que a circular entrou em
moram além das fronteiras do Distrito
18
Revista Médico
O GDF ainda pode recorrer, mas
vigor – até agora são 29 meses de calote.
Edição nº 103
19
SUPLEMENTAR
Contrato no papel
entre médico e plano de saúde
A Lei 13.003/2014 garante a conquista
de uma das reivindicações mais antigas dos
com 30 dias de antecedência. As novas medidas passam a valer em dezembro.
médicos: contratos entre as operadoras de
Esse é um dos reflexos das campa-
planos de saúde e os prestadores de serviço,
nhas anuais promovidas pelas entidades
com previsão de índice e periodicidade anuais
médicas em todo o país, a exemplo do Mo-
para reajuste dos valores dos serviços presta-
vimento Saúde sem Exploração (foto), em
dos. A nova legislação foi publicada sem vetos
advertência às operadoras de planos de
no Diário Oficial da União de 25/06/2014 e,
saúde e para esclarecimento da sociedade
em benefício dos usuários, obriga os planos
em relação à desigualdade nas relações en-
de saúde a substituírem o profissional descre-
tre os planos, os prestadores de serviço e
denciado por outro equivalente e determina
os pacientes, com os dois últimos sempre
que o consumidor seja avisado da mudança
sendo explorados.
Reajustes abusivos
dos planos de saúde
Analise dos reajustes feitos por 535
operadoras de planos de saúde por adesão
com até 30 usuários elaborada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) mostrou aumentos que chegaram a
73% entre maio de 2013 e abril de 2014.
Esses planos correspondem a 88% dos contratos de planos coletivos existentes.
Características como prazos de carência, que não precisam ser seguidos pelos
coletivos empresariais, assemelham esses
planos aos individuais. Estes últimos, no entanto, têm aumentos regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
que, no período em questão, foi de 9,04%.
do Sindicato dos Médicos do Distrito Fe-
posto pela empresa sob a alegação de que
Embora ofereça inicialmente um valor consi-
deral (SindMédico-DF), Carlos Fernando.
o número de procedimentos e atendimen-
deravelmente mais baixo que um plano individual, com os reajustes por “sinistralidade”,
20
Reajustes por sinistralidade
tos (ou “sinistros”) cobertos foi maior do
que o previsto em determinado período.
esses grupos por adesão logo ultrapassam
O instituto aponta que o reajuste
A ANS ainda beneficia as operado-
em muito os valores daqueles. E não há ofer-
por sinistralidade, imposto pela empresa
ras de planos de saúde por meio da prática
ta efetiva de planos dos individuais.
sob a alegação de que o número de proce-
de “revisão técnica”, um mecanismo que
A agência reguladora justificou o
dimentos e atendimentos coberto foi maior
permite variação de preço unilateral, sem
reajuste abusivo em função da inflação
do que o previsto em determinado período,
prévia e adequada previsão contratual, que
dos servidores de saúde, que é superior
é ilegal, porque significa uma variação de
permite tanto o aumento da mensalidade
ao índice de inflação oficial. “Essa inflação
preço unilateral não prevista em contrato.
quanto a redução da rede credenciada de
da saúde não reflete os honorários pagos
Além do reajuste anual e do au-
hospitais, redução de coberturas e copar-
pelos planos aos médicos. É mais uma evi-
mento por faixas etárias, o plano de saúde
ticipação dos usuários no pagamento de
dência que a ANS trabalha a favor das em-
pode tentar lançar mão de reajustes por
serviços utilizados. A revisão técnica, ape-
presas em detrimento de prestadores de
sinistralidade ou por revisão técnica. Re-
sar de ter sido criada pela própria agência,
serviço e usuários”, destaca o presidente
ajuste por sinistralidade é o aumento im-
também é considerada ilegal pelo Idec.
Revista Médico
Estratégia
Alexandre Bandeira - Consultor de Estratégia e Marketing
Um dilema
difícil
A
s concepções de empresas no ramo da saúde costu-
Isso quando tal formulação não gera verdadeiros mons-
mam seguir regras bem menos ortodoxas, frente ao
tros, do ponto de vista de mercado, como prover essencialmente
que vemos em outros segmentos de negócio. Mais
serviços em uma especialidade e abrigar outra completamente
do que uma organização baseada em fundamentos e
estranha, só para ocupar um espaço que esteja ocioso. Mais ou
planejamentos focados na empresa, os arranjos neste mercado
menos como ir a um restaurante vegano e encontrar a opção de
se sustentam essencialmente nas necessidades de prover renda
rodizio de carnes no cardápio. Sob a ótica do cliente, uma equa-
de curto e médio prazos aos que nela trabalham. Ou seja, ela se
ção insolúvel, ao ponto dele não considerar para novo consumo,
torna um artefato para fazer dinheiro no final do mês.
tal estabelecimento.
É por isso que, em geral, os sócios são, na verdade, os
Ao invés de dar solidez para o empreendimento, empre-
próprios empregados manufaturadores de receita. O CNPJ,
sas que se estruturam sobre tais pilares funcionam, na verdade,
um simples instrumento burocrático para fazer contratos com
como incubadoras de outras iniciativas concorrentes. Tal qual
convênios e para justificar a emissão de notas fiscais. Já a ad-
parasitas que se desenvolvem, matam o seu hospedeiro e depois
ministração, fica a cargo do etéreo inominado, sendo questio-
se mudam. A grande dificuldade está em como sair deste mode-
nada sempre quando o dinheiro fica mais escasso. E por fim,
lo predatório que faz dinheiro rápido, para outro mais sólido, de
a sociedade se resume a um colegiado de profissionais que
retorno permanente e de longo prazo.
quase nunca se encontram, pelas diversas atividades mantidas
dentro e fora da empresa.
A única saída para não cair nessa armadilha, é priorizar
sua força de investimento na construção de um novo modelo
de negócio orientado na empresa, que tenha uma marca re-
como sair deste modelo
predatório, que faz dinheiro
rápido, para outro mais sólido
Quando o assunto é expansão ou necessidade de cres-
conhecida e que se preocupe em cativar e fidelizar sua base
de consumidores. Isso não nasce da noite para o dia, mas vai
ser a diferença entre ter sucesso ou não, em um mercado com
cada vez mais oferta de novos prestadores de serviços, fazendo qualquer tipo de negócio para nivelar, por baixo, a forma
de competir no mercado.
cimento, outros artifícios igualmente explosivos são lançados,
como a locação de horários ou a parceira com colegas que entram na empresa, trabalham, recebem e vão embora, sem deixar
nenhum vestígio de compromisso ou preocupação com a satisfação dos usuários finais: os pacientes. Este formato se parece mais
com “empresas-motéis”, onde o profissional pode entrar, utilizarse daquele espaço e sair sem dar satisfações. A diferença é que,
neste último caso, leva junto com ele o capital e a clientela.
Contato com a Coluna
[email protected]
www.twitter.com/StrattegiaSaude
Edição nº 103
21
REGIONAIS
Tem SindMédico
em todo canto do DF
Membros da diretoria do Sindicato
falta sazonal de medicamentos, sobrecar-
é uma distorção na aplicação da portaria
dos Médicos do Distrito Federal (SindMé-
ga de trabalho, com imposição de elevado
2.027/11, do Ministério da Saúde, que
dico-DF) continuam percorrendo os cen-
número de consultas e em alguns casos,
faculta essa prática à necessidade de
tros de saúde do DF, no programa SindMé-
com agenda aberta.
cada localidade.
dico na Cidade. Entre maio e julho, foram
Em boa parte das unidades, a in-
“No DF, faltam profissionais, tanto
percorridos centros de saúde (CS) e clínicas
segurança é patente. Sem interligação
na atenção básica quanto nas emergên-
da família (CF) em Ceilândia, na Estrutural,
com o sistema TrackCare, o atendimento
cias. Esses manejos não resolvem nada.
no Gama, no Guará e em Taguatinga.
aos pacientes é dificultado. No Gama, os
Precisamos de contratação de novos mé-
Os problemas nessas unidades de
médicos de família e comunidade estão
dicos em números suficientes para atender
saúde são basicamente os mesmos: difi-
sendo obrigados a atender emergên-
a demanda”, critica o presidente do Sind-
culdades no preenchimento das escalas,
cias um turno de plantão semanal. Isso
Médico-DF, Carlos Fernando.
Con fira as un idades visitadas
de 19 de maio a 28 de julho
Maio
Junho
Julho
19/05 CS 06 e 09 de Ceilândia
02/06 CS 01 e 02 de Taguatinga
02/07 CS 02 e 03 do Guará
21/05 CS 07 e 08 de Taguatinga
04/06 CS 03 e CF 01 de Samambaia
07/07 CS 01 do Guará e 04 da Estrutural
26/05 CS 01 e 02 de Samambaia
09/06 CS 02 e 03 do Gama
21/07 CS 06 de Taguatinga
28/05 CS 07 e 10 de Ceilândia
16/06 CS 04 e 05 do Gama
28/07 CS 08 de Ceilândia
25/06 CS 06 e 01 do Gama
22
Revista Médico
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Edição nº 103
23
ESPECIAL
Novo presidente
e novos conselheiros
24
Em cerimônia realizada na noite de 4
da proposta de funcionamento do sindica-
Almeida, Ranon Domingues da Costa, Sér-
de junho, foi realizado o ato de transmissão da
to e de enfrentamento das questões que
gio Tamura, Walter Gaia Souto, Joaquim de
presidência do Sindicato dos Médicos do Dis-
dizem respeito à classe médica.
Oliveira Fernandes, Martinho Gonçalves da
trito Federal do presidente licenciado Gutem-
No mesmo evento, foi empossado
Silva, José Henrique Leal Araújo, César de
berg Fialho para o então vice, Carlos Fernando.
o Conselho Consultivo da entidade. Partici-
Araújo Galvão, Olavo Gonçalves Diniz e Fer-
Ao discursar, o presidente empossa-
pam da atual formação os doutores Dimas
nando Américo Rozzante de Castro.
do falou sobre as diferenças pessoais entre
de Paiva Gadelha, Lairson Vilar Rabelo,
ele e Fialho, mas enfatizou a continuidade
Mário César Cinelli, Osório Luís Rangel de
Revista Médico
Médico
Após essas duas atividades, foi oferecido um coquetel aos presentes.
Strattegia /
apresenta:
George Israel
Kid Abelha
Data: 08/11 - 22h00
Local: Palácio Maçônico do Grande
Oriente do Brasil (913 Sul)
Patrocínio Prata:
Kiko
Zambianchi
Apoio:
Maurício Gasperini
Rádio Táxi
Organização:
Edição nº 103
25
Para curtir é só saber usar
Para muita gente, o Facebook, o
Os médicos são e devem ser caute-
Para os três que participaram desta
Twitter e o WhatsApp são uma perda de
losos no contato com pacientes, para que
reportagem, a comunicação é tão facilita-
tempo, mas cada vez mais profissionais –
seus perfis pessoais nas redes sociais não
da nas redes sociais, que foram entrevis-
muitos médicos – estão aderindo a eles.
corram o risco de virar consultórios virtuais.
tados por meio do Facebook.
Canal para aperfeiçoamento profissional
A psiquiatra Celia Vitor Brangioni tem
vida bastante ativa nas redes sociais. Hoje,
ela prefere o Facebook, pouco usa o Twitter e
gosta do WhatsApp, mas só para grupos pequenos. “Frequento grupos de profissionais
de saúde relacionados a temas específicos.
Participo do Dignidade Médica, do Mulheres
Médicas, do Neuromodulação Terapêutica,
do Desafio Diagnóstico, do Neurociências,
do DCL (Deterioro Cognitivo Leve), do Salud
Mental y Salud Publica”, enumera.
No ano passado, durante o período de
protestos em função dos vetos ao Ato Médico
e dos desmandos do Mais Médicos, Celia Vitor
foi uma grande articuladora e fez do Facebook
uma excelente ferramenta de mobilização.
Na vida acadêmica, a rede foi útil
até na tradução do trabalho que a psiquiatra apresentou recentemente no 16º Congresso Mundial de Psiquiatria, na Espanha.
Celia Vitor
26 de agosto
.
Os grupos no Face são muito ricos, nos fornecem muito conteúdo, conhecimento e
contato com pessoas que estudam um assunto ou defendem a mesma causa.
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As redes sociais estão mudando o funcionamento da sociedade
O médico do trabalho Francisco Silva
Leal é adepto de primeira hora dos sistemas
de comunicação pela internet. Em 1995, já
era usuário do ICQ (acrônimo de I Seek You
– eu sigo você), que foi o primeiro sistema de
comunicação em tempo real. Depois, aderiu
ao recém-extinto Orkut e hoje transita com
frequência pelo Facebook, pelo Twitter, pelo
LinkedIn e pelo Google+.
Leal acredita no potencial de aproximação das pessoas por meio das redes so-
Francisco Silva Leal
27 de agosto
.
ciais e se beneficia da variedade e do rápido
fluxo delas pelas redes. “Há pouco tempo,
vi uma reportagem sobre o LinkedIn, que
está revolucionando a captação de recursos
Vejo como principais benefícios e riscos as enormes liberdades nesses ambientes
virtuais, a fluidez e a rapidez do fluxo da informação, com recursos de multimídia.
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26
Revista Médico
humanos pelas empresas”, exemplifica. Discussões sobre gestão em saúde, tecnologia
em saúde, telemedicina, de comunidades
científicas, como o Centro de Estudos de
Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), são focos de atenção do médico.
Construção colaborativa e difusão de conhecimento
A comunicação por meio das redes
sociais é mais informal. O dermatologista
Marco Otávio Rocha Couto conta que publica coisas pessoais e evita aceitar pacientes e
referências ao trabalho e à sua especialidade
em seu perfil. “Prefiro que contatem o médico
por e-mail, celular ou WhatsApp”, destaca.
Para o dermatologista, a convivência
virtual com colegas proporciona a possibilidade de “pensar fora da caixa”. Ele avalia
que a meritocracia alcançou novo patamar
na medicina e que a construção do conhecimento de forma participativa beneficia tanto
os médicos quanto os pacientes.
“Nos grandes grupos, muitos colegas
discutem ativamente casos clínicos, posturas profissionais, ética, possibilidades para
pacientes mais carentes etc. Como sempre,
Marco Otávio
29 de agosto
.
Hoje, o médico está muito mais ciente da abrangência da sua profissão e dos seus
direitos, graças às redes sociais. Aquele conceito de que médico bom tem que estar sempre cansado, trabalhar muito, não ter tempo para a família e ser um mártir
está atenuado. Com o contato com os colegas através das redes, estamos curando
temos méritos e deficiências. Um vai colabo-
lentamente nossas ‘chagas de crenças’, nossos vícios. A profissão está mais liberta.
rando com outro, cada um participa com os
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assuntos e temas que domina mais, e a engrenagem vai girando”, explica.
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EXCLUSIVO PARA MÉDICOS SINDICALIZADOS EM DIA COM SUAS OBRIGAÇÕES
Vi n hos
Dr. Gil Fábio de Freitas
Como Usar o guia
e criar a sua classificação
Os números do mercado de vinhos no Brasil são surpre-
Além das faixas de classificação, é sempre importante
endentes. Hoje, somos o 51º consumidor de vinho do mundo.
lembrar que os vinhos são selecionados por país de origem,
De 2004 a 2012, a importação duplicou e a produção nacional
trazem a região onde são produzidos e o valor médio por gar-
de vinhos finos, nos últimos 10 anos, passou de 95 milhões de
rafa. Nos guias, os valores são indicados em reais (R$) pela
litros ao ano para 174 milhões. No ano passado, o aumento das
referência de preços de lojas importadoras, não restaurantes,
vendas no país foi da ordem de 10% - nada mal em um país com
considerando a cotação média do dólar (US$).
economia estagnada.
Depois de anos formando e informando os médicos so-
para cima ou para baixo, dada a valorização da moeda nor-
bre o prazer de apreciar bons vinhos e ter se tornado referência
te-americana, bem como a demanda dos consumidores por
para colegas que gostam e aprenderam a gostar deles, quero
determinado produto.
crer que esta coluna, ainda que em uma modesta escala, tem
ajudado a formar este novo cenário.
Para auxiliar os consumidores mais recentes, vamos,
Uma sugestão para não se perder no mundo de rótulos
disponíveis no mercado é exercitar o método de avaliação
dos vinhos e registrar as características e sua opinião sobre
como fizemos há alguns anos, dedicar esta edição a reforçar a
os exemplares que degusta e ordená-los
maneira como os vinhos são classificados e sugerir um método
por preferência em fichas pessoais.
para evoluir na apreciação deles.
Inicialmente vamos apresentar as indicações dos vinhos
que se dividem na seguinte ordem:
CA – Campeão
(Excelente Compra)
EC – Excelente Compra
(Muito Superior)
Nessas fichas, atribuem-se notas a
partir das impressões das análises visual,
olfativa e gustativa. Os vinhos são pontuados de acordo com essa avaliação, seja
com notas ou estrelas. Existem conceitos pré-definidos para essas avaliações, uma rápida busca pela internet
pode indicar esses parâmetros, mas
OC – Ótima Compra
nada impede que cada apreciador
(Superior em sua faixa de preço)
crie uma classificação pessoal.
BC – Boa Compra
(Adequado e distinto em sua faixa)
AP – Aprovado
(Um vinho sadio e aceitável em sua faixa)
28
O detalhe é que o produto pode apresentar variações
Revista Médico
Literárias
Dr. Evaldo Alves de Oliveira
LENA,
UMA AUXILIAR DE CONSULTÓRIO
Momento 1
Analícia, secretária de uma clínica de cardiologia, engravidou. A família dos dois
lados estava feliz por ser o primeiro filho e o primeiro neto de uma família de muitos filhos.
Analícia passou a apresentar tonturas esporádicas durante a gestação, chegando a desmaiar em uma dessas ocorrências. O obstetra tratava o caso como tonturas
eventuais da gravidez, e desse modo o parto ocorreu sem intercorrências, e a criança
nasceu em ótimo estado.
Analícia, a secretária do consultório, retornando da licença maternidade, e percebendo que continuava com as mesmas tonturas da gravidez, falou para Lena, sua
colega de consultório, e auxiliar do médico. A auxiliar do consultório, com vinte anos de
experiência em clínicas de cardiologia, após ouvir a queixa da colega de trabalho, falou:
- Isso pode ser um bloqueio AV total, e talvez haja necessidade de colocar um
marcapasso. Eu vou adiantar as coisas, e colocar o aparelho de Holter mesmo antes da
sua conversa com o doutor.
Ao final, verificou-se que se ratava de um bloqueio atrioventricular total, e foi
implantado um marcapasso.
Momento 2
Lena, a auxiliar de consultório com vinte anos de experiência em clínica de cardiologia, observava sua filha de cinco anos durante o sono, e verificou que ela frequentemente despertava assustada. Resolveu analisar o pulso da criança e percebeu uma
bradicardia (45 batimentos por minuto) enquanto dormia.
No dia seguinte, pediu ao cardiologista seu patrão para atender sua filhinha, e
colocou o aparelho de Holter antes de entrar para a consulta. Após minucioso exame,
o médico encaminhou a criança para avaliação do ciclo do sono.
Levada inicialmente ao otorrino, este observou uma atresia unilateral das conchas
nasais, o que produzia uma apneia do sono, de causa mecânica.
Uma auxiliar atenta. E os frutos de uma vasta experiência.
30
Revista Médico
MALDI-TOF
Uma das prioridades de um laboratório de microbiologia é reduzir o tempo de obtenção dos
resultados, objetivando facilitar a tomada de decisões pelo médico. O rápido conhecimento sobre
a espécie microbiana identificada pode auxiliar o ajuste da terapia e evitar o uso do antimicrobiano
inadequado. Em sintonia com estas necessidades, o Laboratório Sabin se torna o único laboratório
privado do Distrito Federal a realizar a identificação de microrganismos com o equipamento Vitek
MS. Com a tecnologia de MALDI-TOF, a identificação de microrganismos é realizada por dessorção
e ionização dos microrganismos por laser, seguida de análise do espectro de massas e comparação
com um banco de dados, o que substitui a tradicional identificação por painel de provas bioquímicas.
Com isso, é possível reduzir o tempo de identificação, de 4 a 12 horas, para 2 minutos com maior
confiabilidade.
Com esse avanço, o Laboratório Sabin coloca à disposição da classe médica o que há de mais
moderno em identificação microbiana no Laboratório de Microbiologia.
Dr. Alexandre Cunha CRM: 12881-DF
Médico Infectologista Consultor do Laboratório Sabin
www.sabin.com.br |
ISO
9001:
2008
Central de atendimento: 61 3329-8000
@labsabin |
Laboratório Sabin
RT: Dra. Sandra Soares Costa, CRF 402 – DF
NOVA TECNOLOGIA REVOLUCIONA
A IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS
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da Revista nº 105