Análise da Percepção da Qualidade dos Conteúdos dos Websites
Utilizados como Material de Apoio no Processo de Aprendizagem
1
2
2
Newton Guimarães Júnior , Alex Esteves Jaccoud Falcão , Cleber Ferreira Júnior ,
3
4
5
Júlio Cezar de Melo Castilho , Cristina Lucia Feijó Ortolani , Ivan TorresPisa
1
Especialização em Informática em Saúde,
Universidade Aberta do Brasil / Universidade Federal de São Paulo (UAB/UNIFESP)
2
Programa de Pós-graduação em Informática em Saúde, UNIFESP
3
Departamento de Radiologia, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos (FOSJC),
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
4
Departamento de Ortodontia e Ortopedia Facial, Universidade Paulista (UNIP)
5
Departamento de Informática em Saúde, UNIFESP
Introdução
A cefalometria é a ciência da que tem como objetivo efetuar e analisar uma série de medidas do
crânio e da face do indivíduo, sobre uma
radiologia especialmente tomada para esse fim,
auxiliando no diagnóstico e plano de tratamento.
É originária dos estudos antropologistas, antes
do descobrimento dos raios X, particularmente,
os que se dedicavam a craniometria. [1]
O método cefalométrico radiográfico é o tipo de cefalometria mais utilizada pela ortodontia,
a fim de obter informações acerca da condição
esquelética, dentária e de crescimento
craniofacial. É um instrumento indispensável na
prática cirúrgica, na odontopediatria, em prótese,
isto é, diz respeito a todos aqueles que ocupam
da rea-bilitação do sistema estomatognático. Ela
pode trazer ensinamentos úteis também ao
cirurgião otorrinolaringologista ou ao foneatra na
compre-ensão e na cura de certos problemas [2].
O computador já faz parte do aparato educacional, tendo passado a ser uma ferramenta
de complementação, de aperfeiçoamento e de
pos-sível mudança na qualidade do ensino [3]. O
en-sino de cefalometria na UNESP Campus de
São José dos Campos, é basicamente feito
através de livros textos, não supre as
necessidades de estudo e são limitados quanto a
variedade, disponibilidade de imagens e estudos
de casos. Por meio da internet é possível
acessar milhares de sites dos mais diversos
assuntos e é uma ferramenta importante no
auxílio ao aprendizado de análise cefalométrica.
Portais específicos de busca em saúde poderiam
influenciar positivamente na qualidade do apoio
ao aluno, tornando mais eficiente o processo de
aprendizagem, na medida em que retorna sites
de melhor conteúdo.
Conforme citado no artigo Percepção da
qualidade da qualidade da informação de
Ronaldo Ronan Otelo [4], a qualidade é um
conceito muito complexo para ser definido, não
sendo evidente para o usuário a sua definição.
Ainda, segundo o artigo, foi definido o conceito
de percepção da qualidade da informação, sendo o
que mais se aproxima da qualidade ao ponto de vista
do usuário. Neste experimento, portanto, será
avaliada a percepção da qualidade dos websites
apresentados por um portal de busca e o tipo de
navegação na resolução de uma prova sobre
cefalometria.
Métodos
Na Faculdade de Odontologia de São José dos
Campos - UNESP, no dia 27 de agosto 2008 a
avaliação foi efetuada por meio da aplicação de uma
prova Figura (1) e (2), de forma individual, igual para
todos, contendo 14 questões descriti-vas, referentes
aos principais assuntos relaciona-dos a cefalometria e
60 minutos de prazo para realização, com 1 turma de
alunos de graduação do curso de Odontologia que
não possuem co-nhecimento prévio sobre o assunto.
Foram 27 alunos do 3° ano da turma noturno.
A prova foi validada no experimento do Dr.
Cleber de Jesus Ferreira Junior e elaborada pela
Prof. Dr. Cristina Lúcia Feijó Ortolani, do Departamento de Ortodontia e Ortopedia Facial da Universidade Paulista (UNIP) e está disponível para
aplicação.
Na definição do experimento educacional
consideramos uma adaptação do portal Busca Saúde
UNIFESP, possibilitando que os dados fossem
coletados e armazenado em um gerenci-ador de
banco de dados MySQL para serem ana-lisados.
Foi realizada uma prova piloto com 3 alu-nos
para obtenção de dados preliminares. No início da
prova os alunos cadastraram seu ende-reço
eletrônico no website para identificação do usuário e
efetuaram login para controle de acesso ao sistema
(Figura 3). Os websites foram avaliados pelos alunos
por meio de um questionário que abre
automaticamente junto com o site selecionado no
portal. No questionário há indagações sobre a
percepção de qualidade do sites , relevância para o
assunto em questão e colaboração efetiva na
resolução das questões. O questionário foi
desenvolvido com base no código Heath on Net
(http://www.hon.ch ). Os valores para as avaliações
são definidos em uma escala de -2 muito baixa à 2
muito alta e não são considerados nos cálculos os
sites que no questionário de avaliação forem
selecionados como “caso não seja um website
de odontologia, clique aqui”.
Figura 3 - Website Busca Saúde Unifesp.
Ranking do acesso aos websites pelos alunos e
avaliação pelos alunos destes websites serão
analisados em conjunto para caracterizar o tipo de
navegação na resolução de uma prova de
cefalométria.
Resultados
No gráfico 1, foram considerados apenas os sites
que foram avaliados pelos alunos. A média dos
resultados da prova, em relação a média das
avaliações dadas aos sites pelos alunos.
Figura 1. Prova de análise cefalométria.
Gráfico 1 – Notas na prova e médias das avaliações
dos sites.
No gráfico 2, as notas foram agrupadas, e foram
relacionadas as médias do número de sites visitados
e a quantidade de alunos.
Figura 2 - Prova de análise cefalométria.
Gráfico 2 – Quantidade de acessos, número de
alunos em relação às médias das notas da
prova.
Conclusão
De
acordo
com
os
resultados
apresentados no gráfico 1, os alunos que
obtiveram as maiores médias na prova visitaram
os sites com as melhores avaliações.
Analisando o gráfico 2, os alunos que obtiveram
as maiores notas, visitaram menores números de
sites, havendo uma relação inversa, entre a
quantidade de sites e a nota na prova.
Aproximadamente 70% dos alunos, acertaram
mais da metade da prova.
Este experimento possibilitou concluir
que os alunos podem contar com o apoio de
conteúdos da internet como apoio à realização
da prova, e que há correlação direta entre a
qualidade dos websites e a nota final obtida
pelos alunos.
Referências
[1] Maia FA. Cefalometria para o clínico geral e
odontopediatra. 1° ed., 1988, fl. 17.
[2] Langlade Ml. Cefalometria ortodôntica, 1º ed,
1993, p.5.
[3] Valente JA. Diferentes Usos do Computador
na Educação” In: Computadores e
Conhecimento: Repensando a Educação.
Nied/Unicamp, 1995.
[4] Otelo RR. Percepção da qualidade da informação. Ciência da Informação, Brasilia, 35 (1), p.
57-62.
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