Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) Ana Claudia Costa Rêgo NUCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGIA COORDENAÇÃO ESTADUAL DE HEPATITES VIRAIS FORTALEZA NOVEMBRO 2014 As Hepatites Virais são um grave problema de Saúde Pública no Brasil e no mundo. São doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos (A B C D E ) que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas. Possuem distribuição universal e são observadas diferenças regionais de acordo com o agente etiológico. Nem sempre apresentam sintomas. Responsável por 1,4 milhões de mortes / ano Cerca de 500 milhões de pessoas vivem atualmente com a doença CURSO IMUNOPREVENÍVEIS Hepatites Virais. Sem perceber, você pode ter. 28 DE JULHO Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais Ministério da Saúde Oficina de Gestão da Vigilância das DST/Aids AÇÕES MUNDIAIS - OMS Assembleia Mundial de Saúde - 2014 Genebra – Suíça • Melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das Hepatites Virais; • Destaca a importância de ampliar programas de vacinação para a hepatites A e B e reforçar as medidas de controle de infecção em serviços de saúde - tais como estratégias para melhorar a segurança das injeções. • A resolução destacou a importância da implementação de medidas adequadas para proteger grupos, como pessoas que injetam drogas e melhorar o seu acesso ao diagnóstico e tratamento. Como a maioria das pessoas com hepatite B ou C crônica permanece inconscientes de sua infecção, há também uma necessidade de melhorar a triagem. ATUALIZAÇÃO PROGRAMA NACIONAL PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DAS HEPATITES VIRAIS Objetivos: Desenvolver ações de promoção da saúde, prevenção, diagnóstico, vigilância epidemiológica e sanitária e acompanhamento e tratamento dos portadores além da ampliação do acesso e articulação coma sociedade civil ATUALIZAÇÃO Documentos lançados pelo Programa/ MS: • Hepatites Virais: desafios para o período de 2011-2012 - firma o compromisso político com a saúde da população sob risco bem como dos portadores das hepatites virais crônicas B, C e D. • Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite Viral C e Coinfecções – Suplemento 1 em 2013 • Boletim Epidemiológico das Hepatites Virais - monitoramento das hepatites virais em todos os estados e regiões do país • Estudo de Prevalência de Base Populacional das Infecções pelos vírus das Hepatites A, B e C nas Capitais do Brasil ATENDIMENTO DAS HEPATITES Nível Unidades Competências Atenção Básica Atenção Básica-centro de Testagem e aconselhamento, Unidade básica de Saúde, Programa saúde da Família -Promoção à Saúde -Prevenção -Triagem sorológica -Acompanhamento de pacientes Serviço de Média Complexidade Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Média Complexidade -Exames Confirmatórios -Biópsia Hepática -definição de necessidade de tratamento Tratamento e manejo clínico de pacientes Serviço de alta Complexidade Assistência Ambulatorial e Hospitalar de Alta Complexidade -Todas as atividades descritas para o nível II para a população da sua área de abrangência -Protocolo de pesquisa -Acompanhamento de pacientes em situações especiais, como casos em falha terapêutica INQUERITO NACIONAL DE HEPATITES VIRAIS- 2011 Realizado nas capitais e DF, exceto região norte Números encontrados mostram reflexos da melhoria das condições sanitárias, no caso da Hepatite A, e do impacto da vacinação contra Hepatite B. Se o padrão observado nas capitais e no DF for considerado para todo o país, a estimativa de prevalência para a pop. Brasileira geral é: 20,5 milhões de pessoas já tiveram, em algum momento de sua vida, infecção pelo vírus da Hepatite A; 800 mil pelo Vírus B; 1,5 milhão pelo Vírus C Participaram do inquérito pessoas de 5 a 19 anos- Vírus A No caso dos vírus B e C, participaram indivíduos de 10 a 69 anos. Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais Vigilância Epidemiológica A vigilância epidemiológica das Hepatites Virais A,B,C,D e E, que são agravos de notificação compulsória, deverá observar fluxos e prazos especiais para notificação, investigação e cadastro das informações. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivo geral Monitorar o comportamento das hepatites virais, seus fatores condicionantes e determinantes, com a finalidade de: • Recomendar, adotar medidas de prevenção e controle • Avaliar o seu impacto • Monitorar indicadores • Orientar as ações • Avaliar a efetividade dos programas de prevenção e controle NOTIFICAÇÃO DOS CASOS Doença de Notificação Compulsória Regular 7dias para notificar Todos os casos confirmados e surtos devem ser notificados e registrados no SINAN –Sistema de Informação de Agravos de Notificação VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Além de notificar é necessário: - Rastrear a fonte de infecção relacionada ao caso. - Implantar medidas de prevenção e controle - Acompanhar a tendência da doença - Realizar busca ativa de novos casos, principalmente entre os comunicantes. - Ficha de Notificação das Hepatites virais - Dicionário de hepatites - HOME DOCUMENTAÇÃO PRODUÇÃO TABULAÇÃO DE DADOS • SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN MONITORAMENTO DA REGULARIDADE NA ALIMENTAÇÃO DO SINAN • DOCUMENTOS ANTIGOS • SINANW (Versão antiga) • CALENDÁRIO EPIDEMIOLÓGICO • SINAN NET 4.0/PATCH 4.2 (Versão em uso) • CADERNOS DE ANÁLISE • COMPARA BASES • DEF E CNV • DICIONÁRIO DE DADOS Documentação • FICHAS Ficha de Hepatites virais.pdf • FLUXO DE RETORNO • HISTÓRICO • INSTRUCIONAIS DE PREENCHIMENTO DE FICHAS • NORMAS E ROTINAS - 2ª Edição(2007) • NOTAS TÉCNICAS 2007 • NOTAS TÉCNICAS 2008 • NOTAS TÉCNICAS 2009 • NOTAS TÉCNICAS 2010 • NOTAS TÉCNICAS 2011 • RELATÓRIOS DE MIGRAÇÃO • TRANSFERÊNCIA FATORES DE RISCOS HEPATITE B • VIA SEXUAL • • • • • • USUÁRIOS DE DROGAS INJETÁVEIS E INALÁVEIS PARENTERAL TRANSMISSÃO VERTICAL (mãe EXPOSIÇÃO PERCUTÂNEA E DE MUCOSA criança) EPIDEMIOLOGIA DAS HEPATITES VIRAIS Distribuição Geográfica da Hepatite A Allta Intermediária Baixa Muito Baixa baixa Distribuição do Vírus da Hepatite A (HAV) BRASIL No Brasil, 95,0% da população adulta já foi “imunizada" ao infectar-se na infância com o vírus da hepatite A Hadler et al, 1987 130 casos/100.000 hab/OPAS Clemens et al, 2000 CASO CONFIRMADO DE HEPATITE A • • Indivíduo que apresente anti-HAV IgM reagente. • • Indivíduo com suspeita clínica que apresente vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente (anti-HAV IgM reagente) de hepatite A. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite A na declaração de óbito. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite A após investigação. Suspeita de Hepatite A Solicitar Anti-HAV IgM Anti-HAV IgM (+) Anti-HAV IgM (-) Hepatite A Aguda Solicitar Sorologia para HBV e HCV Distribuição Geográfica da Infecção Crônica pelo HBV HBsAg - Prevalência 8% - Alta 2-7% - Intermediária < 2% - Baixa 350 milhões de portadores no mundo. OMS Distribuição da Infecção pelo Vírus da Hepatite B (VHB) - BRASIL Roraima Serra do Navio Maranhão Carajás Amazonas CEARÁ Pará Acre Pernambuco Rondônia D. F. Mato Grosso Aracajú Bahia Bahia NÍVEIS DE ENDEMICIDAD Alta endemicidade - > 8% Goiás 2 milhões de portadores no Brasil. OPAS Mato Grosso do Sul Minas Gerais Paraná São Paulo Média endemicidade - 2,0 -8% Baixa endemicidade - < 2,0% Espírito Santo Rio de Janeiro Santa Catarina (oeste) Fonseca, 1993 Arraes et al., 2001 R. G. Sul Alerta - Modo de transmissão • Exposição per cutânea ou mucosa a sangue ou fluidos corpóreos; • Transmissão de mãe para filho – A transmissão perinatal é de 70 a 90% em mães HBsAg e HBeAg reagente, e de cerca de 20% a 30% em mães HBsAg reagente e HBeAg não regente; • Se a criança não for infectada neste período, estará sob alto risco de ser infectada nos primeiros 5 anos de vida; • Amamentação – HBsAg pode ser detectado no leite maternos de mães soropositivas. FATORES DE RISCOS HEPATITE B • VIA SEXUAL • • • • • • USUÁRIOS DE DROGAS INJETÁVEIS E INALÁVEIS PARENTERAL TRANSMISSÃO VERTICAL (mãe EXPOSIÇÃO PERCUTÂNEA E DE MUCOSA criança) O VÍRUS DA HEPATITE B HBsAg HBeAg HBcAg DNA POLIMERASE DNA dupla fita Partícula de Dane Diagnóstico da Infecção pelo HBV Paciente* HBsAg + anti-HBc total Falso positivo ou fase inicial da infecção Repetir os exames em 15 dias - HBsAg + anti-HBc total - Falso positivo confirmado HBsAg + anti-HBc total + HBsAg + anti-HBc total + HBsAg anti-HBc total + anti-HBc IgM anti-HBs Infecção Crônica Encaminhar para serviço de média complexidade Infecção aguda anti-HBc IgM Repetir exame em 6 meses Encaminhar para serviço de média complexidade Indivíduo suscetível: vacinação ** contato prévio Acompanhamento Clínico Falso positivo infecção passada cepa mutante HBsAg anti-HBc total - Infecção aguda (janela imunológica) Acompanhamento Clínico Repetir exame em 6 meses CASO SUSPEITO • Indivíduo que apresenta icterícia e ou colúria. • Indivíduo que apresenta AST e ALT 3 vezes o valor normal. • Indivíduo com exposição per cutânea ou de mucosa a sangue. • Indivíduo com contato sexual ou domiciliar de pessoa com HBsAg reagente. • Indivíduo com sorologia reagente de serviço de triagem sorologia. • Indivíduo que desenvolveu icterícia subitamente e evoluiu para óbito. Caso confirmado de hepatite B • Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B, conforme listado abaixo: • - HBsAg reagente; • - anti-HBc IgM reagente; - HBV-DNA detectável. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite B na declaração de óbito. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite B após investigação. Distribuição da Hepatite C no Mundo Estimativa OMS que entre 2 e até 3% da população do mundo esta infectada com hepatite C 170 milhões de portadores no mundo. OMS HEPATITE C Envelope Core RNA Viral (9400 nt) Glicoproteínas do Envelope 55 – 65 nm MARCADORES DA HEPATITE C ANTI-HCV • Anticorpo contra o vírus da hepatite C; • Determinado pela técnica ELISA (3a. geração); • Os indivíduos positivos devem ser submetidos a teste confirmatório pelo PCR; HVC-RNA • Marcador de biologia molecular. • Marcador que indica a presença do vírus. • A genotipagem viral deve ser reservado para pacientes candidatos a terapêutica antiviral uma vez que define o tempo de tratamento. Caso confirmado de Hepatite C • Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite C, conforme listado abaixo: - anti-HCV reagente; • - HCV-RNA detectável. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite C na declaração de óbito. • • Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite C após investigação. Suspeita de Hepatite C Solicitar Anti-HCV Anti-HCV (+) Anti-HCV (-) Solicitar HCV-RNA Se exposição precoce, repetir anti-HCV em 30 a 60 dias HCV-RNA (+), Infecção Crônica Anti-HCV (+), suspeita de infeção aguda HCV-RNA (-), Cura Anti HCV (-), Ausência de Infecção Solicitar HCV-RNA HCV-RNA (+), infeção aguda, repetir exame em 6 meses Solicitar ALT e AST HCV-RNA (+), Infecção crônica HCV-RNA (-), Anti-HCV faldo-positivo HCV-RNA (-), Cura ESTRATÉGIA PARA ELIMINAÇÃO DO VÍRUS VHB Oferecer o teste AgHBs para todas as gestantes no 1º e/ou 3º trimestre. Vacinação da gestante. Vacinação dos de todos os RN contra hepatite B nas primeiras 12 horas . Cobertura vacinal adequada dos menores de 49 anos. Intensificação da vacinação à população vulnerável. ATUALIZAÇÃO Cobertura Vacinal contra Hepatite B na População de 1 a 19 anos, série histórica, 1994 a 2009 Fonte: CGPNI/DEVEP/SVS/MS. Dados até junho de 2009 COBERTURA VACINAL HEPATITE B META MS: 95% COBERTURA VACINAL EM 2011 NA FAIXA ETÁRIA DE 0 A 24 PERCENTUAL DE COBERTURA DO ESTADO DO CEARÁ: 65% PERCENTUAL DE COBERTURA FAIXA ETÁRIA 11 A 24 ANOS: 35% Coeficiente de detecção de Hepatite B, Brasil e Região Nordeste, 1999 a 2008 10 Coeficiente por 100 mil 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Ano Região Nordeste Fonte: Sinan/SVS/MS. Dados sujeitos à revisão (atualizado em junho de 2009). Brasil PROGRAMAÇÃO DAS AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAUDE -PAVS • Aumentar a triagem sorológica da hepatite C – 10% ao ano • Implantar/ampliar a testagem e aconselhamento na rede laboratorial e nos serviços de saúde (tais como UBS. Ambulatórios, CTA e demais serviços) • Organizar/ampliar a rede laboratorial de referencia para a realização do exame de biologia molecular • Implantar serviços de tratamento assistido de acordo com as diretrizes nacionais Metas do Estado do Ceará 2013/2014 Atingir o percentual de vacinação preconizado pelo MS Implementar vacina de Hepatite A Trabalhar com grupos de riscos para reduzir a vulnerabilidade – redução de danos Reduzir a fila de espera da biópsia hepática Melhorar a notificação no Sinan através de capacitação de profissionais na leitura dos marcadores sorológicos. Disponibilizar testes rápidos para hepatite B e C nos CTA- Centro de Testagem e Aconselhamento – (Carlos Ribeiro) e outros. DESAFIOS - 2014 e 2015 1. Aprimorar a governança e gestão para o enfrentamento das hepatites virais • implantar a vigilância sentinela das hepatites virais nos Laboratórios de Saúde Pública 2. Promover o acesso a serviços qualificados de atenção • ter pelo menos uma referência laboratorial em cada UF realizando o teste de HBV-DNA; • ter produzido e validado testes rápidos para as hepatites B e C; • ter validado um teste para a hepatite D. 3. Promover o acesso à vacinação contra a hepatite B, preservativos e outros insumos • ter ampliada a vacinação contra a hepatite B para a faixa etária até 49 anos. DESAFIOS - 2014 e 2015 4. Reduzir a transmissão vertical da hepatite B Ação continuada • oferecer triagem sorológica a todas as gestantes que realizam prénatal na rede básica do SUS; • realizar medidas profiláticas em todos os recém-nascidos de mães diagnosticadas com hepatite B. 5. Fortalecer o protagonismo e a articulação com o movimento social • Apoiar eventos de mobilização, articulação e protagonismo em hepatites virais. 102 LACEN 495 275 175 LACEN 32 314 317 373 134 LACEN 150 22 106 Obrigada! [email protected]