TRATAMENTO DA SILICOSE E DE SUAS COMPLICAÇÕES Dr. Paulo Gurgel Formas da silicose Simples Complicada – RxT: nódulos pulmonares e adenopatias – Prognóstico: bom – RxT: conglomerados, fibrose maciça progressiva e enfisema – Prognóstico: mau Clínica Espirometria Gasometria arterial Ecocardiograma / TECP Outros exames Silicose simples Não existe tratamento efetivo Abstenção do fumo Vacina anti-influenza Antioxidantes N acetil cisteína, vitaminas C e E Sedativos da tosse Codeína Broncodilatadores Aminofilina Vigilância das complicações Complicações da silicose Inerentes – – – – Silicoproteinose Distúrbios ventilatórios Insuficiência respiratória Extrapulmonar Associadas – – – – – – Infecções brônquicas / pulmonares Tuberculose / outras micobacterioses Pneumotórax Cor pulmonale, crônico Doenças auto-imunes Câncer Silicoproteinose (forma aguda) Corticóides Lavagem broncopulmonar (com heparina e N-acetilcisteína) Distúrbios ventilatórios Espirometria DV: obstrutivo / restritivo / misto / inespecífico Espirometria Graus de disfunção (*) RESTRIÇÃO OBSTRUÇÃO % CVF % VEF1 > LI > LI Leve 60 - LI 60 - LI Moderada 51 - 59 41 - 59 < 50 < 40 DISFUNÇÃO Ausente Grave (*) Diretrizes para Testes de Função Pulmonar - 2002 Silicose & DPOC Na ausência da espirometria, considerar: – – – – História de asma Tabagismo prévio / atual Expiração prolongada com sibilância Hiperinsuflação pulmonar Prescrever: – Broncodilatadores: beta 2 adrenérgicos e anticolinérgicos Conferir resposta clínica Medida do peak-flow Valores de referência (parâmetros: sexo, idade, estatura) – H: 450 – 650 L/s – M: 350 – 475 L/s Aumentos a partir de 60 L/s, pós-BD, são considerados significativos Silicose & Insuficiência respiratória IR SaO2 (%) PaO2 (mmHg) 97,5 100 96 81 95 74 90 58 80 45 70 37 Silicose & Insuficiência respiratória Oxigenioterapia – O2 portátil – Cilindro – Concentrador Transplante pulmonar Indicações da oxigenioterapia Nocturnal Oxygen Therapy Trial Group (NOTT). Continuous or nocturnal oxygen therapy in hypoxemic chronic obstructive lung disease. A clinical trial. Ann Intern Med 1980; 93:391-398 PaO2 55 mmHg ou SaO2 88%, com ou sem hipercapnia, ou PaO2 56 – 59 mmHg ou SaO2 89% associada a: edema causado por insuficiência cardíaca congestiva descompensada; evidência de cor pulmonale; hematócrito 56% Tempo mínimo aceitável: 15 horas por dia, incluindo as horas de sono Silicose extrapulmonar (disseminação LHG) Rins (lesão glomerular) Fígado Baço Gânglios Medula óssea Silicose & Infecções Diagnóstico Piora clínica / novos sintomas e sinais Secreção respiratória purulenta / mais abundante RxT: infiltrados pulmonares novos Exames diretos do escarro: – Gram – Giemsa – BAAR Culturas – Lavado bronco-alveolar – Sangue – Líquido pleural Silicose & Infecções Tratamento ANTIBIÓTICOS Beta-lactâmicos (*) Novos macrolídeos (*)(*) Fluorquinolonas (*)(*)(*) TMP + SMX Ciclinas (*) amoxicilina + ácido clavulânico e cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações (*)(*) exemplos: azitromicina, claritromicina e roxitromicina (*)(*)(*) exemplos: ciprofloxacina e levofloxacina Silicose & Tuberculose Manual Técnico para o Controle da Tuberculose Esquemas de Tratamento (ítem 4.3): I, IR, II e III Quimioprofilaxia (ítem 8.3, sub-ítem f – reatores fortes à tuberculina sem sinais de tuberculose ativa mas com condições clínicas associadas ao alto risco de desenvolvê-la): isoniazida 300 mg / dia x 6 meses Silicose & Pneumotórax Repouso Analgesia Drenagem pleural, fechada (sob selo d’água) Toracotomia – fechamento de fístula – pleurodese Silicose & Cor pulmonale Oxigênio Restrição hidrossalina Diurético Digital (se fibrilação atrial está presente) Silicose & Doenças auto-imunes Esclerodermia (Escócia, 1914) Artrite reumatóide Lupus eritematoso sistêmico CORTICÓIDES Risco x Benefício Silicose & Câncer Em 1966, a sílica livre foi classificada pela IARC no grupo 1 (dos carcinógenos para os seres humanos) GRATO PELA ATENÇÃO [email protected]