República Federativa do Brasil , DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I ANO XLill - N' 67 CAPITAL FEDERAL QUARTA.FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 1988 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATADA 60-SESSÃO DA2-SESSÃOLEGIS· LATIVA DA 48- LEGISLATURA, EM 9 DE AGOS· TO DE 1988 I - Abertura da Sessão TI - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior IH - Leitura do Expediente COMUNICAÇÕES Do Senhor Deputado Luiz Salomão, participando que se ausentará do País. Do Senhor Deputado José Costa, participando seu desligamento do Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB, a partir de 8 de agosto do corrente. IV - Pequeno Expediente NILSON GIBSQN - Indicação do Deputado Cintra Galvão e do Vereador Helena Amorim para candidatos, pela coligação PMDB, PC do B, PDS, e PMN, aos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito de Belo Jardim, Estado de Pernambuco. JOSÉ GENOÍNO - Carta endereçada ao Presidente da CPI da Corrupção pelo ex-Deputado Federal Eduardo Matarazzo Suplicy sobre intervenção do Banco Central em instituições financeiras. Tentativas das elites políticas de modificações em dispositivos essenciais do futuro texto constitucional. PAULO PAIM - Forma arbitrária de criação da Confederação Nacional dos Metalúrgicos. OSVALDO BENDER - Estabelecimento da velocidade máxima permitid~ a veículos automotores. CÉSAR MAIA - Preocupações do orador com a evidente perda, pelo Governo, de controle sobre o processo inflacionário. ADROALDO STRECK - Revogação de autorização legislativa para viagens presidenciais. SÕLON BORGES DOS REIS - Verdadeiras causas do protelamentodos trabalhos de elaboração constitucional. PAULO RAMOS - Repulsa ao noticiado tráfico de bebês brasileiros para transplante de órgãos nos Estados Unidos. DORETO CAMPANARI - Existência de condições para o Presidente José Sarney emigrar do País, renunciando a Presidência da República. AMAURY MÜLLER - Procedimento do Mirad para assentamento de. agricultores sem terra em Cruz Alta, Estado do Rio Grande do Sul. Versáo do PDT sobre suposto assalto perpetrado contra a residência do Deputado Juarez Antunes. ANTÔNIO DE JESUS - Incursões de grupos anti-sociais no campo da moralidade pública. FARABULINI JÜNIOR (Retirado pelo orador para revisão.) - Eleições municipais na capital do Estado de São Paulo. VICTOR FACCIONI - Institucionalização da OTN como referência monetária nacional. MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Assinatura de acordos de cessar-fogo entre Irã e Iraque e África do Sul e Angola. Reconhecimento da independência da Namíbia pela África do Sul. PRESIDENTE"- Regozigo da Mesa pelos ílcordos de paz celebrados. FRANCISCO KÜSTER - Debilidade da economia brasileira. VICENTE BOGO - Angústia reinante no meio campesino em face da redução dos recursos destinados ao crédito rural. JORGE UEQUED - Homenagem póstuma ao ex-Deputado Jairo Brum. Cumprimento, pelo Governo Federal, de compromisso para implantação de unidade de fenol-acetona no pólo petroquímico instalado em Triunfo, Estado do Rio Grande do Sul. ADYLSON MOTTA - Homenagem póstuma ao ex-Deputado Jairo Brum. Repúdio ao processo de discriminação posto em prática pelo Governo Federal contra o Rio Grande do Sul. União' para pôr fim ao isolacionismo do Estado. . ELIAS MURAD - Necessidade de exigência, pelas autoridades sanitárias brasileiras, de descrição da composição da Coca-Cola, para comprovação de inexistência de extrato de cocaína no produto. GERALDO ALCKMIN FILHO - Prioridade para maiores investimentos federais na modernização da Rodovia Presidente Dutra. PRESIDENTE - Solidáriedade da Presidência ao discurso do Deputado Geraldo Alckmin Filho. OSWALDO TREVISAN - Desestímulo dos produtores de trigo dos Estados sulinos diante das importações argentin as. JONAS PINHEIRO - Enaltecimento do trabalho da Emater e inconveniência de rumores sobre sua extinção. JAYME PALIARIN - Atuação das Igrejas Evangélicas no País. IVO MAINARDI - Permanência do orador nos quadros do PMDB. JOSÉ CAMARGO - Administração do Dr. Antônio Ignácio de Jesus à frente da Telesp. UBIRATAN AGUIAR - Possibilidade de utilização do FGTS para compra de aparelho ortopéqico ou de locomoção. DJENAL GONÇALVES -- Criação de Juntas de Conciliação e Julgamento em Maruim, Estância e Itabaiana, Estado de Sergipe. MENDES RIBEIRO - Razões da crítica do Ministro-Presidente do Supremo Tribunal Federal ao Projeto de Constituição. RUBEN FIGUEIRÓ - Observações do orador sobre reformas econômicas realizadas pela China Popular. ARNALDO FARIA DE SÁ - Manifesto encaminhado pela Associação dos Aposentados e Pensionistas de São José dos Campos ao Preside'nte José Sarney. BENEDITA DA SILVA - Manutenção, no segundo turno de votação, das conquistas sociais consagradas no Projeto de Constituição. IRMA PASSONI - Manifestações da Companhia de Financiamento- da Produção para apurar denúncias da oradora sobre transporte, armazenamento e comercialização de grãos. PAES LANDIM _ Visita do Sr. Ministro Vicente Fialho, da Irrigação, ao Projeto Gurguéia, no Estado do Piauí. JORGE ARBAGE - Processo de distensão política nacional. GILSON MACHADO - Divulgação, pelo IBGE, de dados sobre níveis de emprego e desemprego industriais no Estado de Pernambuco. DASO COIMBRA - Distribuição, pelo Governo do Distrito Federal, de moradias à população de baixa renda. TADEU FRANÇA - Abandono, pela Funai, da tribo dos índios Kanela, Estado do Maranhão. MAX ROSENMANN - Liberação de recursos, pelo Ministério dos Transportes, para seguimento de diversas obras no Estado do Paraná. 2710 Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 FRANCISCO AMARAL - Conveniência da promoção, pela LBA. de reajuste nos recursos de convênio assinado com o Centro de Reabilitação Piracicaba. Estado de São Paulo. PAULO MACARINI - Artigo de autoria do ex-Ministro Renato Archer, publicado no Jornal do Brasil, sobre a validade da Previdência Social no Pal~, SIQUEIRA CAMPOS - Retirada de representações 'judiciais contra a criação de Municípios em lírca do futuro Estado do Tocantins. v - Comunicações das Lideranças MAURÍLIO FERREIRA LIMA - Desconformidade do posicionamento do Ministro Jáder Barbalho à frente 'do Ministério da Previdência e Assistência Social com o programa partidário do PMDB. MARIA DE LOURDES ABADIA (Pela ordem) - Protesto contra o processo adotado pelo Presidente da República para indicação do Governador do Distrito Federal, PRESIDENTE - Resposta à Constituinte Maria de Lourdes Abadia. PAES LANDIM - Competência constitucional de nomeação do Governador do Distrito Federal. Real conteúdo do discurso do Ministro Jáder Barbalho, da Previdência e Assistência Social, na posse do Secretário-Geral do Ministério. Acerto da escolha d.o Sr. Delile Guerra de Macedo para o cargo. JORGE UEQUED - Transformações previdenciárias e assistenciais constantes do Projeto de Constituição. AMAURY MÜLLER-Desatenção do Ministro Abreu Sodré, das Relações Exteriores, para com o direito de autodeterminação do povo nic~ragüen se. Desdobramentos políticos, conseqüências econômico-sociais e apoio à greve deflagrada pelos funcionários da Comissão de Financiamento da Produção. DORETO CAMPANARI - Repulsa ao noticiado tráfico de bebês brasileiros para transplante de órgãos nos Estados Unidos. BENEDICTO MONTEIRO -Inexistência, durante a administração do Ministro Jáder Barbalho li frente do Mirad, de assentamento de colonos ou de posseiros em áreas prioritárias para a reforma agrária. Escolha dos Srs. Said Xerfan e José Rezende para candidatos do PTB aos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito de Belém, Estado do Pará. NILSON GIBSON - Legítimo direito de crítica do Ministro Oscar Correa, do Supremo Tribunal Federal, ao Projeto de CDnstituição, Repúdio a atentado contra o Secretário de Estado norte-americano George Schultz. Desacordo com considerações do Deputado Amaury Müller sobre atuação do Ministro Abreu Sodré, das Relações Exteriores. ARNALDO FARIA DE SÁ - Manutenção da campanha política municipal em nível elevado. VI - Apresentação de Proposições VICTOR FACCIONI, DIRCE TUTU QUADROS, PAULO PAIM, OSVALDO BENDER, RUBEN FIGUEIRÓ, RUBEM BRANQUINHO, MAGUITO VILELA, PAULO RAMOS, DORETO CAMPANARI, JOSÉ CAMARGO, MAX ROSENMANN, FRANCISCO AMARAL, ANTÔNIO DE JESUS, PAULO ZARZUR. VII - Grande Expediente VICTOR FACCIONI - Discriminações contra a implantação da planta feno l-acetona no Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. Convocação do futuro Ministro da Indústria e do Comércio perante a Cãmara dos Deputados para esclarecimentos sobre critérios governamentais definidores de projetos de expansão do sistema petroquímico brasileiro. Artigo de autoria do orador publicado no Correio do Povo sobre o centralismo no País. PAULO PAIM - Homenagem a Nelson Mandela. líder negro preso na África do Sul. VIII - Encerramento 2 - MESA (Relação dos membros) 3 - LÍDERES E VICE-LÍDERES DE PARTIDOS (Relação dos membros) 4 - COMISSÕES (Relação dos membros das Comissões Permanentes e de Inquérito) 5 - ATA DA MESA 6 - RELATÓRIO GERAL DE 1987 (Será Publicado em Suplemento a este Diário) Ata da 60ª Sessão, em 9 de agosto de 1988 Presidência dos Srs.: Homero Santos, Primeiro-Vice· Presidente; Irma Passoni, Suplente de Secretário; Elias Murad, Antônio de Jesus, Joaquim Bevilácqua, art. 76 do Regimento Interno ÀS 9:00 HORAS COMPARECEM os SENHORES: Acre Francisco Diógenes - PDS; Geraldo Fleming PMDB; José Melo - PMDB; Maria Lúcia - PMDB; Narciso Mendes - PFL; Osmir Lima - PMDB; Rubem Branquinho - PMDB. Amazonas Bernardo Cabral - PMDB; Beth Azize - PSDB; Carrel Benevides - PTDB; Eunice Michiles - PFL; Ézio Ferreira - PFL; Sadie Hauache - PFL. Rondônia Arnaldo Martins - PMDB; Assis Canuto - PFL; Chagas Neto - PMDB; Francisco Sales - PMDB; José Guedes - PSDB; José Viana - PMDB; Rita Furtado - PFL. Pará Ademir Andrade - PSB; Aloysio Chaves - PFL; Amilcar Moreira - PMDB; Arnaldo Moraes PMDB; Asdrubal Bentes - PMDB; Benedicto Monteiro - PTB; Carlos Vinagre - PMDB; Dionísio Hagc - PFL; Domingos Juvenil- PMDB; Eliel Rodrigues - PMDB; Fa\lsto Fernandes - PMDB; Fernando Velasco - PMDB; Gabriel Guerreiro - PMDB; Gerson Peres - PDS; Jorge Arbage -'- PDS; Paulo Roberto -PMDB. Piauí Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS; Heráclito Fortes - PMDB; Jesualdo Cavalcanti - PFL; Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia - PDS; Mussa Demes - PFL; Paes Landim - PFL; Paulo Silva - PSDB. Ceará Aécio de Borba - PDS; Bezerra de Melo - PMDB; Carlos Benevides - PMDB; César Cals Neto - PSD ~tevaldo Nogueira PFL; Expedito Machado PMDB; Firmo de Castro - PMDB; Furtado Leite PFL; Gidel Dantas - PDC; José Lins - PFL; Lúcio Aleãntara - PFL; Luiz Marques - PFL; Manuel Viana - PMDB; Mauro Sampaio - PMDB; Moema São Thiago - PSDB; Moysés Pimentel - PMDB; Orlando Bezerra - PFL; Osmundo Rebouças - PMDB; Paes de Andrade - PMDB; Raimundo Bezerra - PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB. Rio Grande do Norte Antônio Câmara - PMDB; Flávio Rocha - PL; Henrique Eduardo Alves - PMDB; Iberê Ferreira PFL; Ismael Wanderley - PMDB; Wilma Maia PDS. Paraíba Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida - PMDB; Antonio Mariz - PMDB; Cássio Cunha Lima PMDB; Edivaldo Motta - PMDB; Edme Tavares PFL; Evaldo Gonçalves - PFL; João Agripino PMDB; João da Mata - PDC. Maranhão Albérico Filho - PMDB; Antonio Gaspar PMDB; Cid Carvalho - PMDB; Eliézer Moreira PFL; Enoe Vicira - PFL; Francisco Coelho - PFL; Haroldo Sabóia - PMDB; Jayme Santana - PSDB; Joaquim Haickel-PMDB; José Carlos Sabóia - PSB; José Teixeira - PFL; Onofre Corrêa - PMDB; Vieira da Silva - PDS; Wagner Lago - PMDB. Pernambuco Egídio Ferreira Lima - PMDB; Fernando Bezerra Coelho - PMDB; Fernando Lyra -; Geraldo Melo - PMDB; Gilson Machado - PFL; Harlan Gadelha - PMDB; Inocêncio Oliveira - PFL; José Carlos Vasconcelos - PMDB; José Jorge - PFL; José Mendonça Bezerra - PFL; José Moura - PFL; José Tinoco - PFL; Luiz Freire - PMDB; Marcos Queiroz- PMDB; Maun1io Ferreira Lima - PMDB; Nilson Gibson PMDB; Osvaldo Coelho - PFL; Ricardo Fiuza - PFL; Roberto Freire -PCB; Salatiel Carvalho -PFL; Wilson Campos - PMDB. Alagoas Albérico Cordeiro - PFL; Eduardo Bonfim - PC do B; Geraldo Bulhões-PMDB; José Costa-PSDB; José Thomaz Nonô - PFL; Renan Calheiros - PSDB; Robcrto Torres - PTB. Sergipe Acival Gomes - PMDB; Antonio Carlos Franco PMDB; Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fonseca - PFL; Djenal Gonçalves - PMDB; João Machado Rollemberg - PFL; José Queiroz - PFL; Messias Góis -PFL. Bahia A!Jigail Feitosa - PSB; Ângelo Magalhães - PFL; Bcmto Gama - PFL; Carlos Sant'Anna - PMDB; Celso Dourado - PMDB; Domingos Leonelli PMDB; Eraldo Tinoco - PFL; Fernando Gomes PMDB; Fernando Santana - PCB; França Teixeira - PMDB; Francisco Benjamim - PFL; Francisco Pinto - PMDB; Genebaldo Correia - PMDB; Haroldo Lima - PC do B; Jairo Azi - PDC; Jairo Carneiro - PDC; João Alves - PFL; João Carlos Bacelar PMDB; Jonival Lucas - PDC; Jorge Hage - PSDB; Jorge Medauar - PMDB; Jorge Vianna - PMDB; José Lourenço - PFL; Leur Lomanto - PFL; Lídice da Mata - PC do B; Luíz Eduardo - PFL; Luiz Viana Neto - PMDB; Manoel Castro - PFL; Marcelo Cordeiro - PMDB; Mário Lima - PMDB; Milton Barbosa - PDC; Miraldo Gomes - PDC; Raul Ferraz - PMDB; Sérgio Brito - PFL; Uldurico Pinto PMDB; Virgildásio de Senna - PSDB; Waldeck Ornélas-PFL. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1988 Espírito Santo Hélio Manhães - PMDB; Lezio Sathler - PMDB; Nelson Aguiar - PDT; Nyder Barbosa - PMDB; Pedro Ceolin - PFL; Rita Camata - PMDB; Stélio Dias - PFL; Vasco Alves - PSDB; Vitor Buaiz - PT. Rio de Janeiro Adolfo Oliveira - PL; Aloysio Teixeira - PMDB; Álvaro Valle - PL; Amaral Netto - PDS; Anna Maria Rattes - PSDB; Artur da Távola - PSDB; Benedita da Silva - PT; Bocayuva Cunha - PDT; Brandão Monteiro - PDT; Carlos Alberto Caó - PDT; César 'Maia - PDT; Daso Coimbra - PMDB; Denisar Arneiro - PMDB; Edésio Frias - PDT; Edmilson Valentim - PC do B; Fábio Raunheitti - PTB; Feres Nader - PTB; Flavio Palmier da Veiga - PMDB; Francisco Dornelles - PFL; Gustavo de Faria - PMDB; Jorge Leite - PMDB; José Carlos Coutinho - PL; José Luiz de Sá - PL; José Maurício - PDT; Juarez Antunes - PDT; Lysâneas Maciel - PDT; Márcio Braga - PMDB; Messias Soares - PTR; Miro Teixeira PMDB; Noel de Carvalho - PDT; Osmar LeitãoPFL; Oswaldo Almeida - PL; Paulo Ramos - PMN; Roberto Augusto - PTB; Roberto Jefferson - PTB; Ronaldo Cezar Coelho - PSDB; Rubem Medina PFL; Sandra Cavalcanti - PFL; Simão Sessim - PFL; Sotero Cunba - PDC; Vivaldo Barbosa - PDT; Vladimir Palmeira - PT. Minas Gerais Aécio Neves - PMDB; Alysson Paulinelli - PFL; Bonifácio de Andrada - PDS; Carlos Cotta - PSDB; Carlos Mosconi - PSDB; Célio de Castro - PSDB; Christóvam Chiaradia - PFL; Dálton Canabrava PMDB; Elias Murad - PTB; Genésio Bernardino PMDB; Hélio Costa - PMDB; Homero Santos - PFL; Humberto Souto - PFL; Israel Pinheiro - PMDB; João Paulo - PT; José da Conceição - PMDB; José Geraldo - PMDB; José Santana de Vasconcellos PFL; José Ulísses de Oliveira - PMDB; Lael Varella - PFL; Leopoldo Bessone - PMDB; Luiz Alberto Rodrigues - PMDB; Marcos Lima - PMDB; Mário Assad - PFL; Mário de Oliveira - PMDB; Maurício Campos - PFL; Maurício Pádua - PMDB; Mauro Campos - PSDB; Melo Freire - PMDB; Mello Reis - PDS; Milton Reis - PMDB; Octávio Elísio PMDB; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Delgado - PT; Pimenta da Veiga - PSDB; Raimundo Rezende PMDB; Roberto Brant - PSDB; Roberto Vital PMDB; Ronaldo Carvalho - PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; Rosa Prata - PMDB; Sérgio Werneck PMDB; Sílvio Abreu-PSDB; Virgílio Galassi-PDS; Ziza Valadares.-PSDB. São Paulo Adhemar de Barros Filho - PDT; Afif Domingos - PL; Agripino de Oliveira Lima - PFL; Airton Sandoval- PMDB; Antoniocarlos Mendes Thame -PFL; Ant6nio Perosa - PSDB; Antônio Salim Curiati PDS; Arnaldo Faria de Sá - PJ; Arnold Fioravante - PDS; Caio Pompeu - PSDB; Cardoso Alves PMDB; Cunha Bueno - PDS; Del Bosco Amaral PMDB; Delfim Netto - PDS; Dirce Tutu Quadros - PSDB; Doreto Campanari- PMDB; Eduardo Jorge - PT; Fábio Feldmann - PSDB; Farabulini Júnior - PTB; Fausto Rocha - PFL; Fernando Gasparian --=- PMDB; Florestan Fernandes - PT; Francisco Amaral- PMDB; Francisco Rossi - PTB; Gastone Righi - PTB; Geraldo Alckmin Filho - PSDB; Gerson Marcondes - PMDB; Gumercindo Milhomem - PT; Hélio Rosas - PMDB; Irma Passoni - PT; Jayme Paliarín - PTB; João Cunha - PMDB; João Herrmann Neto - PSB; João Rezek - PMDB; Joaquim Bevilacqua - PTB; José Camargo - PFL; José Carlos Grecco - PSDB; José Egreja - PTB; José Genoíno - PT; José Maria Eymael - PDC; José Yunes - PMDB; Koyu Iha - PSDB; Luiz Gushiken - PT; Luiz Inácio Lula da Silva - PT; Maluly Neto - PFL; Manoel Moreira - PMDB; Mendes Botelho - PTB; Michel Temer-PMDB; Paulo Zarzur-PMDB; Plínio Arruda Sampaio - PT; Ricardo Izar - PFL; Robson Mari- nho - PSDB; Samir Achôa - PMDB; Sólon Borges dos Reis - PTB; Theodoro Mendes - PMDB; Tito Costa - PMDB; Ulysscs Guimarães - PMDB. Goiás Aldo Arantes - PC do B; Antonio de Jesus PMDB; Délio Braz - PMDB; Itunival NascimentoPMDB; Jalles Fontoura - PFL; João Natal- PMDB; Lúcia Vânia-PMDB; Luiz Soyer-PMDB;Maguito Vilela - PMDB; Mauro Miranda - PMDB; Naphtali Alves de Souza - PMDB; Nion Albernaz - PMDB; Paulo Roberto Cunha - PDC; Pedro Canedo - PFL; Roberto Balestra - PDC; Siqueira Campos - PDC. Distrito Federal Augusto Carvalho - PCB; Francisco Carneiro PMDB; Geraldo Campos - PSDB; Jofran Frejat PFL; Márcia Kubitschek - PMDB; Maria de Lourdes Abadia - PSDB; Sigmaringa Seixas - PSDB; Valmir Campelo - PFL. Quarta-feira 10 2711 I - ABERTURA DA SESSÃO A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - A lista de presença registra o comparecimento de 109 Senhores Deputados. Está aberta a sessão. Sob a proteção de Deus iniciamos nossos trabalhos. O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior. 11 - LEITURA DA ATA o SR. DORETO CAMPANARI, servindo como 2'-Sccretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações assinada. A SR' PRESIDENTE (Irma Passoni) leitura do expediente. Passa-se à O SR. NILSON GmSON, servindo como l'-Secretário, procede à leitura do seguinte. Mato Grosso Antero de Barros PTB; Jonas Pinheiro Norberto Schwantes PTB; Rodrigues Palma PDS. PMDB; Joaquim Sucena PFL; ':-'Fa Campos - PFL; PMDB; Osvaldo Sobrinho - PTB; Ubiratan Spinelli - Mato Grosso do Sul Gandi Jamil- PFL; Ivo Cersósimo - PMDB; José Elias - PTB; Levy Dias - PFL; Ruben Figueiró PMDB; Valter Pereira -PMDB. Paraná Airton Cordeiro - PFL; Alceni Guerra - PFL; Antônio Ueno - PFL; Basilio Villani - PTB; Darcy Deitos-PMDB; Dionísio Dal Prá-PFL; Ervin Bonkoski - PTB; Euclides Scalco - PSDB; Hélio Duque PMDB; Jacy Scanagatta - PFL; José Carlos Martinez - PMDB; José Tavares - PMDB; Jovanni Masini - PMDB; Matheus Iensen - PMDB; Maurício Fruet - PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Max Rosenmann - PMDB; Nelton Friedrich - PSDB; Nilso Sguarezi - PMDB; Oswaldo Trevisan - PMDB; Paulo Pimentel- PFL; Renato Bernardi - PMDB; Renato Johnsson - PMDB; Sérgio Spada - PMDB; Tadeu França - PDT; Waldyr Pugliesi - PMDB. Santa Catarina Alexandrc Puzyna - PMDB; Antonio Carlos Konder Reis - PDS; Artcnir Werner - PDS; Clándio Ávila - PFL; Eduardo Moreira - PMDB; Francisco Küster - PSMDB; Henrique Córdova - PDS; Ivo Vanderlinde - PMDB; Luiz Henrique - PMDB; Orlando Pachcco - PFL; Paulo Macarini - PMDB; Renato Vianna - PMDB; Ruberval Pilotto - PDS; Victor Fontana - PFL; Vilson Souza - PSDB; Walmor de Luca-PMDB. Rio Grande do Sul Adroaldo Streck - PDT; Adylson Motta - PDS; Amaury Müller - PDT; Antônio Britto - PMDB; Arnaldo Prieto - PFL; Carlos Cardinal- PDT; Darcy Pozza - PDS; Erico Pegoraro - PFL; F1oriceno Paixão - PDT; Hermes Zaneti - PSDB; Hilário Braun PMDB; Ibsen Pinheiro - PMDB; Ivo Lech - PMDB; Ivo Mainardi - PMDB; João de Deus Antunes PTB; Jorge Uequed - PMDB; Júlio Costamilan PMDB; Lélio Souza - PMDB; Luís Roberto Ponte - PMDB; Mendes Ribeiro - PMDB; Nelson Tobim -PMDB; Osvaldo Beoder - PDS; Paulo Mincarone -PMDB; Paulo Paim-PT; RospideNctto-PMDB; Telmo Kirst - PDS; Vicente Bogo - PSDB; Victor Faccioni - PDS. Amapá Annibal Barcellos - PFL; Eraldo Trindade - PFL; Geovani Borges - PFL. Roraima Chagas Duarte - PFL; Marluce Pinto - PTB; Mozarildo Cavalcanti - PFL; Ottomar Pinto - PMDB. 111 - EXPEDIENTE COMUNICAÇÕES Do Sr. Deputado Luiz Salomão, nos seguintes termos: Brasília, 4 de agosto de 1988 Senhor Presidente, Informo a Vossa Excelência que viajarei na próxima segunda-feira, dia 8-8, para a cidade do Panamá-Panamá, onde participarei do "lI Congresso Anficionico de Panamá". Outrossim, solicito a Vossa Excelência que a prcsente viagem seja enquadrada na letra f do art. l' do Ato da Mesa n' 83, de 1978. No ensejo, renovo a Vossa Excelência protestos de consideração e apreço. - Deputado Luiz Salomão. Do Sr. Deputado José Costa, nos seguintes termos: Brasília, 8 de agosto de 1988 Senhor Presidente, Informamos a Vossa Excelência, para os fins que se ensejarem, que nesta data estamos comunicando formalmente ao colendo Tribunal Superior Eleitoral nosso desligamento do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). . Aproveitamos o ensejo para reiterar a Vossa Excelência nossos protestos de alta estima e consideração. Atenciosamente, - Deputado José Oliveira Costa. A SRA. PRESIDENTE (Irma Passoni) - Está finda a leitura do expediente. Passa-se ao IV - PEQUENO EXPEDIENTE Tem a palavra o SI. Nilson Gibson O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados, Belo Jardim, em Pernambuco, viveu um dia de festa no domingo passado, com uma ruidosa participação popular, com a escolha, pela Frente, do Deputado Cintra Galvão, atual1'-Secretário da Assembléia Legislativa do Estado, como candidato a Prefeito, pela coligação PMDB, PC do B, PSD e PMN. Para Vice-Prefeito foi indicado o Vereador Heleno Amorim. O Deputado Cintra Galvão (PMDB - PE) traz em seu discurso idéias novas e uma concepção avançada do que pretende realizar pelo Município de Belo Jardim quando eleito Prefeito, destacando as prioridades nos setores de saúde, educação e urbanização, além de uma série de importantes obras que pretende executar, principalmente a dinamização do parque industrial. Deputado Cintra Galvão já foi Prefeito, posteriormcnte eleito por quatro vezes Deputado Estadual, e sua administração é destacada pelas principais lideranças políticas do Município, inclusive por pessoas ligadas ao outro grupo político que também tentará eleger o Prefeito. O Deputado Cintra Galvão espera a decisão final das umas para, então, dar início ao trabalho que pre- 2712 Quarta-feira 10 tende implantar em Belo Jardim em busca do caminho certo para desenvolvimento da cidade. O Deputado Cintra Galvão tem plena consciência do que Belo Jardim representa hoje, em Pernambuco, para o desenvolvimento social e econômico do Estado, e irá trabalhar, juntamente com as forças políticas que o apóiam o Governador Migucl Arraes e o Prefeito da cidade do Recife, Jarbas Vasconcelos -no sentido de preparar o Município para essa nova perspectiva de progresso, Município que vem sendo considerado o novo Eldorado pernambucano, em face do excelente trabalho desenvolvido pelo Prefeito Valdeci Rodrigues Torres. Para atingir seus objetivos, o Deputado Cintra Galvão, além de contar com o apoio de expressivas forças políticas e populares, conta também com a colaboração do vice de sua chapa, Vereador Hcleno Amorim, do Distrito de Xucurus, figura do maior prestígio no Município, além das lideranças dos distritos de Serra dos Ventos, Água Fria, Tambor, Vila Nova e outros. A Convenção do PMDB foi realizada na Praça da Conceição e contou com a participação de mais de quinze mil pessoas, pois Belo Jardim tem hoje a vaidade de possuir o melhor Prefeito do País, Valdeci Rodrigues, com credenciais suficientes para levar o povo belojardinense a escolher, das nossas raízes do Agreste de Pernambuco, o futuro governador de Pernambuco. Belo Jardim transformou-se com Valdeci, e o que ele fez sem recursos pode ser um cspclho para o povo levar o Deputado Cintra Galvão à vitória, numa grande consagração popular. Oportunamente voltarei ao assunto. O SR. JOSÉ GENOÍNO - (PT - SP. Sem rcvisão do orador.) - Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados, quero solicitar a transcrição, nos Anais desta Casa, de uma carta que considero muito importante, cuja cópia recebi pessoalmente do companheiro e ex-Deputado Federal Eduardo Matarazzo Suplicy. Rcfcrida carta foi encaminhada pelo seu autor ao Presidente da CPI da Corrupção, Senador Carlos Chiarelli. Pela sua importância e em virtude do posicionamento do ex-Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, que trata de assuntos como a intervenção do Banco Central nas instituições financeiras do grupo Coroa Brastel, que S. Ex' acompanhou, solicito a sua transcrição nos Anais da Càmara dos Deputados. Essa nova ofensiva do Palácio do Planalto, por intermédio da pessoa do Ministro Oscar Corrêa - quero entender que ele não fala em nome do Poder Judiciário o.u do STF e, sim, em nome pessoal - combina com <Yprocesso de obstrução lento, gradual e seguro para que realizemos eleições em 15 de novembro sem a nova Constituição. Que Constituição é essa que as elites brasileiras não aceitam? Se chegasse hoje ao Brasil um intelectual, um político de outro país, sem condições de acompanhar todo o debate constitucional, ele imaginaria que estivesse sendo elaborada uma Constituição com dispositivos socialistas, muito avançada. Não é verdade. Trata-se de uma Constituição reacionária, conservadora, que tem apcnas avanços parciais, e nem mesmo estes são aceitos pelas elites brasileiras. Isso mostra o grau de reacionarismo das elites políticas deste País. Outra questão de que desejo tratar, SI"' Presidente, diz respeito à nova ofensiva que se cria - o noticiário dc hoje é rico nesse sentido - com o intuito de inverter ou de alterar alguns dispositivos essenciais da Carta constitucional, quando observamos dois tipos de críticas que se combinam com esse objetivo. Foi levantada ontem, e divulgada pelo pronunciamento do Ministro Oscar Corrêa, que fez colocações no sentido de que a Assembléia Nacional Constituinte estaria aprovando dispositivos - aí concorda com a tese do Presidente Sarncy - que tornam o País ingovernável. Reafirma S. Ex' as opiniões emitidas hoje em entrevista no programa "Bom Dia, Brasil". O novo Ministro da Previdência, Jáder Barbalho, que certamente ainda nem teve tempo para fazer um levantamento, a fiJII de tomar pé da situação, mostra-se grande entendido em previdência. Acho que S. Ex' n~o teve condições de coletar dados, mas, mesmo assim vem também ao "Bom Dia, Brasil" para fazer coro com a tese do Governo e do Ministro Oscar Corrêa, de que há dispositivos na Constituiçã? 9ue tornam o País ingovernável. É a velha tese da dIreita, do pensa- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) mento conservador deste País, de que qualquer conquista, de qualquer direito para o trabalhador é inconcebível. As elites, as classes dominantes destc País, não querem reconhecer nenhuma conquista dos trabalhadores que, por menor que seja, para elas é inaceitável, é impossível. Isso é o que está em jogo. DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR: - São Paulo, 8 de agosto de 1988 Excelentíssimo Senhor Senador Carlos Chiarelli Presidente da CPI da Corrupção Senado Federal Brasília - Distrito Federal Prezado Senador Chiarelli Os brasileiros aguardam com atenção os resultados desta CPI. Muitas vezes viram os trabalhos de apuração realizados pelo Congresso Nacional terminarem em conclusões evasivas. Mesmo quando esclarecedoras e contundentes, não foram devidamente encaminhadas pelos órgãos responsáveis pela Justiça no Brasil. Por esta razão, creio que seria importante que a CPI, por acasião do depoimento do Procurador-Geral da República, José Paulo Sepúlveda Pertence, pergunte esclarecimentos sobre as raZÕes que têm levado aquela Procuradoria a adiar indefinidamente a sua conclusão sobre o caso Coroa-Brastel, com óbvio benefício dos implicados. Há cinco anos, em 27 de julho de 1983 ocorreu a intervenção do Banco Central nas instituições financeiras do grupo Coroa-Brastel. Tão graves foram os episódios que ambas as casas do Congresso, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se empenharam em realizar apurações, colher depoimentos e reunir documentos. Com base nestes trabalhos e em inquéritos realizados pcla Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República também procurou desvendar os fatos e as responsabilidades. Em 20 de maio de 1985, o Procurador José Arnaldo da Fonseca apresentou requerimento ao Procurador-Geral da República recomendando o indiciamento dos responsáveis por ilícitos penais junto ao Supremo Tribunal Federal. Preocupado em aprofundar ainda mais as evidências, o Procurador- Geral solicitou então ao Procurador Cláudio Fontelles que reunisse mais evidências e preparasse novo relatório. Novos elementos surgiram e o novo parecer, com semelhante conclusão, o indiciamento dos responsáveis, foi enviado ao Procurador-Geral José Paulo Sepúlveda Pertence, em 1987. Desde então, não se soube mais de qualquer providência. O que aconteceu? Por que o Procurador-Geral da República não chega à sua conclusão definitiva? Se este caso for sempre adiado, não acontecerá o mesmo com todos aqueles que estão sendo examinados pela CPI da Corrupção? Que pressões estarão havendo, diante das evidências tão fortes existentes nos autos, no sentido de impedir que o Procurador-Geral da República cumpra com a sua responsabilidade? Creio que a CPI pode contribuir de maneira relevante para esclarecer o assunto. Atenciosamente, Eduardo Matarazzo Suplicy. o SR. PAULO PAIM (PT - RS. Sem revisão do orador.) -Sr' Presidente, Srs. Deputados, em primeiro lugar, registramos nosso protesto contra a forma arbitrária como foi criada a Confederação Nacional dos Metalúrgicos, sem cumprir as normas vigentes da própria CLT, com o único objetivo de permitir que o tal de sindicalismo de resultado tivesse um aparelho nas mãos e com isso servisse de instrumento do Governo para encaminhar o tal do pacto social que visa, na verdade, mais uma vez, a fazer com que os trabalhadores paguem pelos desmandos do Governo que aí está. Gostaríamos também que ficasse registrados dois projetos de lei que estamos encaminhando a esta Casa. O primeiro deles versa sobre reinvidicação antiga dos empregados domésticos, a nível nacional, e lhes assegura, na íntegra, os mesmos direitos que têm outros trabalhadores. Lembro que a própria Assembléia Nacional Constituinte, quando elaborou o capítulo relativo aos empregados domésticos, não permitiu que cles tivessem Agosto de 1988 direito sequer ao FGTS, não lhes concedeu o seguro-desemprego e ainda fez restrições à questão da sua carga horária de trabalho. No sentido de tentar corrigir tais injustiças, estamos entregando um projeto completo, que amplia os direitos dos empregados domésticos, que passarão a ter os mesmos benefícios recebidos pelos outros trabalhadores. O segundo projeto atende a uma antiga reivindicação de todo o povo brasileiro e regulamenta os subsídios dos Deputados e Senadores. Ele visa simplesmente a deixar claro à população que os salários passarão depois de aprovado o projeto - a ser totalmente transparentes. Limitamo-nos aqui ao que entendemos ser o ponto principal desse projeto: Deputados e Senadores não poderão perceber mais que o valor limite de vinte salários mínimos. Ao contrário do que poderiam entender como demagógico, não estou dizendo, com este registro, que Deputados e Senadores ganham muito. Mas o que quero fixar é que os trabalhadores ganham pouco. O objetivo é levantar a base: a questão do salário mínimo - o que foi aprovado pela Constituinte, neste sentido, não será mudado porque não há emenda supressiva - passará pelo Congresso Nacional, portanto, passa a ser dc alçada também do Legislativo essa responsabilidade, Então, limito o ganho de Depútados e Senadores ao montante de vinte salários vinculados ao mínimo, por entender ser o mínimo que atenderia ao iuteresse da população deste País. Infelizmente, hoje, esses salários ultrapassam a muito mais do que cem salários mínimos. Em inúmeros países, como, por exemplo, a França, que visitei, a maior diferença entre o maior e menor salário é, no máximo, de oito salários. O SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS. Sem revisão do orador.) - Sr'. Presidente, Srs. Deputados, ocupamos a tribuna neste momento para encaminhar à Mesa projeto de lei que diz respeito à velocidade máxima permitida para os veículos automotores no trânsito. Quando da crise do petróleo, em 1978179, foi estabelecida a velocidade máxima de 80km por hora, como forma de economizar combustível, já que ê maior o consumo a velocidades superiores a esse limite, Hoje, Sr'. Presidente, Srs. Deputados, não mais se justifica essa medida, vez que temos combustível em abundância, quer álcool, quer petróleo. Prova disso é que o País exporta gasolina. Tomo a liberdade de dizer que dificilmente há respeito à velocidade de SOkm nas rodovias asfaltadas, a não ser próximo aos postos policiais. É muito difícil. Sabemos que, se todos respeitassem essa velocidade, evitaríamos muitos acidentes, mas as pessoas não apenas se limitam a desrespeitar o limite dos 80km , como, tenho certeza, muitos abusam e chegam a dirigir até a 130, 140km por hora. Portanto, apresentamos este projeto de lei, que estabelece o limite máximo de 100km por hora, que não é uma velocidade exagerada; especialmente em boas rodovias, ela pode ser controlada. Agora a multa foi fixada em valores bem maiores do que antes, com reajuste de 300%, Aí, sim, concordo em que a Polícia Rodoviária e os responsáveis pela fiscalização façam observar o limite de velocidade. Desta forma, a medida será respeitada, e não mais acontecerá como agora, quando ninguém respeita os 80km. Esta a razão de apresentarmos projeto elevando de 80 para no máximo lookm por hora a velocidade. Assim, os nobres Parl!lmentares hão de compreender que a velocidade de 100km horários não é demasiadamente alta e pode ser permitida, conforme nossa justificação. Vemos que, nos demais países, a velocidade fica entre 95 e 1l0km horários. Não queremos estabelecer acima de 100km. Aqueles mais cautelosos poderão até se qUiserem - praticar velocidade menor, mas, pelo menos. para o cumprimento da lei e para a fiscalização, vamos permitir a velocidade de 100 km. Era o que tinha a dizer. O SR, CÉSAR MAIA (PDT - RJ. Sem revisão do orador.) - Sr' Presidente, Srs. Deputados, manifesto minha preocupação com a conjuntura que se avizinha. O Governo Federal, em função da notória a perda de controle sobre o processo inflacionário, resolveu Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) reintroduzir o receituário ortodoxo, com o objetivo de, pelo menos, estancar a ascensão das taxas de inflação já muito altas. O primeiro elemento do receituário ortodoxo foi a elevação das taxas de juros a um nível projetado inimaginável. da República a aUsentar-se do País no pcriodo compreendido entre l' de março dé 1988 e 28 de fevereiro de 1989. Art. 2' Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação." Sr' Presidente, na última semana, as taxas de juros que servem de base para o funcionamento da nossa economia, as taxas do mercado aberto, foram projetadas, em termos anuais, a 60% acima da correção monetária. Imediatamente o refleco foi a elevação das taxas . de juros de capitação do mercado financeiro. As taxas de juros, nesse momento, buscam um equihbrio na cap~ tação em torno de 20% acima de correção monetária. Isso significa que esses recursos serão aplicados à taxa de pelo menos 30% acima da correção monetária. O risco para as empresas que, em função de dificuldades conjunturais, se encontram endividadas junto ao sistema bancário, principalmente em relação às suas necessidades de capital de trabalho. de capital de giro, é muito grande. Se, no Brasil, as linhas de financiamentos de capital de giro fossem alongadas para 6 ou 8 meses, mesmo sem a medida do Governo, independentemente de seus méritos e deméritos, elas poderiam produzir resultados que não castigassem enormemente as empresas que não se encontram capitalizadas neste momento. Como isto não ocorre, c como o desconto de duplicatas e as linhas de capital de giro se concentram a prazo de 30 e 60 dias, a expectativa é de pressão financeira sobre essas empresas, o que pode resultar em quebradeira. Gostaríamos de chamar a atenção do Governo Federal, especiahnente do Sr. Ministro da Fazenda, para que, atentando para a coerência de que necessita mesmo de política de corte ortodoxo, junto ao Conselho Monetário Nacional e à rede bancária, crie alternativas para o saldo da dívida pendente - não para a nova dívida de capital de giro, mas para o saldo da dívidá pendente - com objetivo de alongamento do seu perfil e de refinanciamento a prazo maiores e, portanto, com alguma carência, para que as empresas possam, ao tempo que resistem a essa conjuntura, ser solidárias com as medidas do Governo. Darei algumas justificações, Sr' Presidente, a respeito dessa minha proposta. Não estou discutindo o mérito delas. Esta questão nos parece da maior gravidade e relevância. Se o Governo Federal tiver sensibilidade para isso, em pouco tempo vai amargar uma reação, uma resistência às suas medidas, ou vai ter que suspender, mais uma vez de forma abrupta, as medidas de política econômica que adota. Era isto o que tinha a dizer. "Pela Mensagem n' 30, de 19 de janeiro de 1988, o Senhor Presidente da República solicitou autorização para ausentar-se do País até 28 de fevereiro de 1989. Na referida Mensagem Sua Excelência ressalta a importância das viagens que pretendia empreender, "a fim de dar seqüência às iniciativas de política externa tomadas em 1987, pretendendo, no ano que se inicia, empreender novo ciclo de contatos com Chefes de Estado e de Governo de diversos países, com vistas ao tratamento de questões de interesse comum, à criação e consolidação de oportunidades para o intercâmbio econômico comercial, científico e tecnológico". Votado e aprovado o pedido, o Congresso Nacional expediu o Decreto Legislativo n' 8, de 1988, autorizando o Presidente da República a ausentar-se do País no período compreendido entre l' de março de 1988 e 28 de fevereiro de 1989. O agravamento da crise econômica e social, no entanto, torna imperativa a revogaçâo dessa autorização legislativa, pois não convém aos interesses do País que o Presidente se ausente num momento tão delicado, em que a inflação atinge mais de 24% ao mês. A política, como a natureza, tem horror ao vácuo. A ausência, neste momento, do Presidente da República, que tem, entre seus deveres, o de manter e defender a Constituição, constitui uma, ameaça às nossas frágeis instituições, podendo ensejar veleidades golpistas, como a história política do País comprova. É grave a crise. Daí por que não se justifica o afastamento do Senhor Presidente, cujo esforço e atenção devem ser aplicados na busca de soluções para a gravíssima crise brasileira. Ressalte-se que a última viagem presidencial o roteiro histórico-turístico à China - causou revolta e espanto, sem falar nas acusações de contrabando a membros da comitiva oficial. Por essas razões, impõe-se a revogação imediata da autorização legislativa, para que o Congresso examine, caso a caso, as futuras viagens presidenciais." o SR, ADROALDO STRECK (PDT - RS. Sem revisão do orador.) -Sr' Presidente, Sr" e Srs. Deputados, antes de chegar a esta Casa eu exercia, em tempo total, a atividade jornalística. Na empresa onde eu trabalhava dentre outras tarefas cabia-me fazer a cobertura de via: gens de Presidentes da República ao exterior. De 1973 até chegar aqui, cumpri aproximadamente cinqüenta dessas missões. As viagens presidenciais, que no início eram interessantes, pois marcavam uma abertura do nosso País com o mundo exterior, através do diálogo bilateral, terminaram esgotando-se, porque se tornaram um grande turismo. Sr' Presidente, acho que está na hora de acabarmos com esse despudor do Poder Executivo que mesmo com o País vivendo à deriva, ainda se dá ao luxo de convescotes e de viagens ao extcrior, como a programada para o mês de outubro, que inclui Portugal e União Soviética. Em'Portugal, certamente, haverá no mínimo uns sessenta discursos de cada lado, do que já estamos cheios. Precisamos de uma ação concreta, Sr' Presidente, e, para tanto, o Presidente da República deverá ficar aqui, no mínimo, para ver o clima de dificuldade em que estamos vivendo. Lembro-me de que, na metade do ano de 1984, fiz a cobertura de uma viagem do Presidente Figueiredo ao Marrocos e à Espanha. Na Espanha, a diplomacia daquele país perguntava-nos: afinal de contas, o que estão fazcndo aqui se não há pauta alguma a ser discutida, principahnente com um Governo que está chegando ao fim? Então, no caso, não se tratava de um investimento - porque viagem de presidente da república ao exterior deve ser um investimento - mas pura e simplesmente de despesa. E, Sr' Presidente, este País, ao ménos neste momento, não pode fazer mais despesas inúteis, de jeito nenhum. Por isso, nesta sessão da Câmara dos Deputados, estou apresentando Projeto de Decreto Legislativo com o seguinte teor: O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr' Presidente, Srs. Deputados, a Câmara dos Deputados cstá praticamente desativada. Apesar do esforço de todos nós - daqueles que acreditam na responsabilidade que assumiram perante a opinião pública - a Câmara dos Deputados ainda não pôde e não pode, em função do Regimento da Assembléia Nacional Constituinte, constituir as suas Comissões Permanentes e reúne-se esporadicamente apenas para pronunciamentos. Os projetos de lei, que se amontoam nas prateleiras da Casa continuam ilesos, virgens de decisões, tudo isso em função do retardamento dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte. Quem sabe até se isso não faz parte do plano daqueles que querem retardar a promulgação da nova Constituição brasileira, impedindo que o Congresso cumpra com sua tríplice finalidade! A primeira - essa ele tem exercido, na medida precária do seu funcionamento - é debater a proble- "Art. l' Fica revogado o Decreto Legislativo n9 8, de 1988, que autoriza o Senhor Presidente Quarta-feira 10 2713 mática nacional, analisar a nossa realidade, avaliar o andamento da administração do Governo, da economia e da política no Brasil. A fiscalização do Poder Público, do Executivo, a Câmara procura fazer na medida de suas possibilidades. Mas a sua função primacial, legislar, essa o Congresso não cumpre. Isso tem por objetivo, certamente, abafar a voz e o poder decisório do Congresso, interesse daqueles que querem procrastinar a promulgação da Constituição. O Presidente da Assembléia Nacional Constituinte tem-nos feito reiterados pedidos, diários até, alguns comoventes, apelando para o espírito cívico e para o senso de responsabilidade de cada Constituinte. Mas, na realidade, não se trata apenas de negligência de Constituintes, não é apenas vagabundagem, nem desamor à Nação, ao povo e aos compromissos assumidos, mas realmente o resultado de um plano. Há em marcha - e o povo já está observando isso - um processo para frear os trabalhos da Constituinte, principalmente por parte daqueles que desejam que a conclusão dos nossos trabalhos fique para depois das eleições. Do contrário, o povo cobrará o voto deles no segundo turno. Eles querem que, primeiro, se façam as eleições municipais, porque assim votarão como querem, ou deixarão de votar, no segundo turno, sem ter que prestar contas agora à opinião pública brasileira. Todos sabem que o interesse do atual Governo brasileiro é protelar o término dos trabalhos da Constituinte, para que o Orçamento do ano que vem não inclua a reforma tributária, que dará autonomia financeira e administrativa aos Municípios e aos Estados, e para que continue a governar com decreto-lei. Estão causando terrível mal ao País, porque, com a não-promulgação da nova Constituição, não concluímos esse proc~sso de transição, e os trabalhos do Congresso Nacional ficam paralisados, incluindo os da Câmara dos Deputados. O SR. PAULO RAMOS (PMDB -RJ. Sem revisão do' orador.) - SI' Presidente, Sr" e Srs. Deputados, enquanto a Assembléia Nacional Constituinte enfrenta seriíssimas dificuldades para o prosseguimento dos seus trabalhos - e essas dificuldades são causadas pelo governo e seus aliados internos e externos, 'inclusive no seio da própria Assembléia Nacional Constituinte assistimos a um" verdadeira manobra diversionista, quando se procura mostrar aos olhos da Nação que essas dificuldades estão vinculados à realização das eleições municipais, como se os faltosos fossem aqueles que concorrem às prefeituras do Brasil inteiro. O Correio BraziJiense de hoje - e assim deveria proceder toda a imprensa nacional - publica, em relação ao mês de maio, os nomes dos faltosos, com o número de faltas. Essa providência deveria ser tomada por todos os jornais, porque somente assim o povo brasileiro seria cientificado daqueles que são, verdadeiramente, os irresponsáveis, uma vez que conquistaram um mandato para elaborar uma nova Constituição e aqui não comparecem. Mas enquanto essas manobras vão sendo conduzidas por um Governo corrupto e incompetente, a imprensa noticia um fato estarrecedor. E o horror nele contido, Sr' Presidente, exige de todos os representantes do povo brasileiro, como também de qualquer cidadão, a mais veemente repulsa. Segundo o jornal, bebês seriam sacrificados nos Estados Unidos para que seus órgãos fossem retirados para transplante. E temos aqui a fotografia de enfermeiras, em Assunção, no Paraguai, com as crianças que seriam supliciadas. É um horror sem precedentes, talvez apenas equiparado âqueles encontrados na histórias do nazismo. E o que diz o Governo brasileiro? Surpreendentemente, diz através de seu representante, que somente serão tomadas providências caso a denúncia seja confirmada, porque, em situação análoga, quando se atribuiu o mesmo fato a crianças de Santa Catarina, verificou-se que se tratava de uma cidade da Guatemala, como se o fato não exigisse a manifestação contrária de todos os governos, qualquer que fosse a procedência das crianças. Mas a fotografia estampada não deixa margem a dúvidas. Urge que este governo ilegítimo que aí está tome providências imediatas para que o fato seja apurado e os culpados responsabilizados, qualquer que seja a nacionalidade não só das crianças, mas também dos criminosos. 2714 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 Não podemos, em Assembléia Nacional Constituinte, silenciar, porque as dificuldades colocadas para a conclusão dos trabalhos são semelhantes ao silêncio cúmplice que certamente imperará em relação a essa atrocidade, a esse suplício de crianças. Aproveito a oportunidade para pedir a transcrição nos Anais da Cãmara dos Deputados de uma notícia publicada ont~m no jornal A Tribuna da Imprensa, de responsabIlidade de seu Diretor-Presidente Hélio Fe;na~d~s, qu~ relata inúmeros casos dc corrupção e ate tralçao naCIOnal, com o envolvimento de um Senador da República, o Senador Roberto Campos, um dos grandes líderes do "Centrão", e que manipula nos bastidor7s. E ainda há aqueles que são seus porta-vozes aqUI dentro e que se expõem à execração pública. A morle dessas crianças tem uma vinculação com ? comJ?0rtamenlo daqueles que não compreendem a unportancIa e a necessidade de um modelo democrático para este País. Aqueles que têm responsabilidade e procuram ler essas denúncias saibam que o "Centrão", ~hado a .este .Go~erno corrupto, à incompreensão e a _desnaclOnal~zaçao, não nos conduzirá ao impasse e nao entravara os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte. ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR: Roberto Campos, o lobista UMA VIDA CONTRA O BRASIL O Senhor Roberto Campos tem mania de saber tudo, começa seus artigos xaropadas sempre com uma citação, vai citando do princípio ao fim. Ora, embaixador, isso não significa sabedoria, já existem inúmeras enciclopédias dc citações, nas quais o articulista pode escolher à vontade. Além do mais, o senhor Roberto Campos não tem credibilidade, não tem dignidade, -não tem responsabilidade. Na Avenida São Luís, em São Paulo, ninguém desconhece o senhor Roberto Campos. Muitos ainda se lembram da sua imagem, naquela tarde infeliz (para ele todas são) quando foi atropelado por uma faca, depois comprada (e escondida) por ele mesmo. Na sexta-feira, o senhor Roberto Campos, que em 6 anos de mandato falou duas ou três vezes, resolveu contestar toda a economia brasileira, em 20 minutos, como se ele não tivesse nada com isso. A atuação do senhor Roberto Campos pode ser resumida assim. 1 - Foi um presidente do BNDE dcsastroso e faccioso. 2 - A pedido de Juscelino, em 1959, foi "renegociar" a "dívida" externa que estava em 800 milhões de d6lares. 3 - Depois de 3 meses de conversações, conseguiu juntar as reivindicações inimigas, e a "dívida" ficou em 1 hilhão de dólares. 4 - Portanto, só aí, 25 por cento de aumento, sem que tivesse entrado um tostão no Brasil, desses 200 milhões de dólares do aumento da "dívida". 5 - Nomeado por João Goularl embaixador nos Estados Unidos, foi um dos artífices nos Estados Unidos, do golpe contra Jango. 6 - Enquanto ficou lá, defendia que não se pode combater a inflação à cilsta do desenvolvimento, que é a tese correta, mas que nele era pura exibição. 7 - Derrubado Jango, preferiu servir aos que tomaram o poder, e ei-lo ministro todo-poderoso da área econõmica, era o começo da fase do primeiro-ministro em pleno regime presidencialista. 8 - Recebeu a "dívida" externa mais ou menos em 2 bilhões de d61ares (um pouco mais) e entregou-a mais ou menos em 6 bilhões, uma catástrofc, no caminho que seguiria depois com Delfim Netto, Simonsen e novamente Delfim Netto. 9 - Se apanhando no governo, Roberto Campos fez exatamente o contrário do que pregava quando era embaixador em Washington. Então, começou a combater a inflação, devastando a economia brasileira para servir aos senhores multinacionais. E fez aquela [Tase que ficou famosa, cruel e incompetente como ele mesmo: "O nosso combate principal tem que ser contra a inflação. Quem tiver que quebrar que quebre, quem não tcm competência não se estabelece." Então, o país conheceu a sua pior fase da recessão, o comércio e a indústria liqüidando tudo por qualquer preço, pois precisavam "fazer" dinheiro para resistir. O país inteiro viveu uma imensa liqüidação, pois todos sabiam que aquilo não podia durar lJIuito tempo. Não durou. Mas o Brasil paga até hoje por essa insensatez. (Encontrar traços dessa loucura, e até dessa derrocada do país, no livro A Marcha da Insensatez, da maior historiadora viva, Bárbara Tuchman. Um livro realmente maravilhoso, e que historiadores, economistas, cientistas políticos, deputados, senadores, governadores e administradores deveriaÍn ser obrigados a ler.) 10 - Tendo deixado o poder amargamente, amargurado, frustrado e fracassado, como sempre acontece, Roberto Campos foi para a chamada iniciativa privada. (Que de privada não tem nada.) Afundou ou colaborou para afundar o gângster Linaldo Uchôa de Medeiros, que depois faliu. E com ele Roberto Campos, que ficou durante muito tempo respondendo a processo, até ser nomeado cmbaixador na Inglaterra, por uma concessão especial de Golbery, que servia às multinacionais como Roberto Campos, e arranjou o lugar para ele. 11 - Também serviu a outros gângsteres, como o grupo Soares Sampaio e seu genro Paulo Geyer, então no Banco União Comecial (mais conhecido nos meios bancários como BUC). Enterrou novamente o banco, ele teve que ser liqüidado, mas o Banco Central, que trabalha sempre a favor dos poderosos. entrou em ação, e como havia consolidado o Bradesco entregando-lhe todo o ativo do Banco Mineiro do Oeste e ficando com o passivo, fez o mesmo com O Olavo Setúbal e o Itaú. Entregou o ativo do BUC para o seubor Olavo Setúbal (que botou tudo no seu nome, lesando o contribuinte e ainda prejudicando os acionistas do Itaú), e ficou com o passivo que deveria ficar c;om o senhor Paulo Geyer. 12 - Paulo Geyer ficou com ódio de Roberto Campos, rompeu com ele. Mas Campos fracassava em mais uma oportunidade, agora era um fracasso vivo, passara para a galeria dos homens sem sucesso. Enterrara o país e enterrara os grupos privados para os quais trabalhara. Só lhe restava o refúgio da carreira diplomática à qual s6 "servira" nominalmente. Na verdade, sempre se servira dela. (Os militares só podem ficar 2 anos fora da caserna. Ao completarem 2 anos, seguidos ou interrompidos, têm que escolher: ou voltar às Forças Armadas, ou passar para a reserva. No Itamarati não, podem ficar toda vida agregados, e voltam quando quiserem, com promoções c tudo.) 13 - E esse fracasso ambulante, essa lenda viva de como se pode scr incompetente ao máximo, que agora quer ensinar como salvar o Brasil. E isso depois de. ter contribuído decisivamente para que a "dívida" brasileira crescesse tanto. É um verdadeiro traidor nacional, tentando desesperadamente contipuar servindo aos poderosos grupos multinacionais. E o lobista número 1 do país, depois de Azevedo Antunes. Hélin I.lernandes O SR. DORETO CAMPANARI (PMDB -SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, SI" e Srs. Deputados, a maior força de trabalho de um País está na faixa etária dos vinte aos quarenta anos, quando a disposição se vai gradativamente alterando com a experiência. Em algumas profissões artesanais - oleiros, pedreiros, bombeiros, calafates, ladrilheiros - aos trinta anos, depois de um decênio de cxperiência, já se é um mestre, embora essa maturidade vá ocorrer nos médicos, nos advogados, nos financistas, nos professores aos sessenta anos, quando, de funcionários do Estado, terão apenas dez para espargir sua experiência a mãos cheias, como diria o poeta. O poeta José Sarney ainda não amadureceu no contacto com as musas, muito menos para a terefa administrativa, mas tem uma experiência sexagenária em demo- er:acia. Ainda agora estamos lendo, no fac-simile de uma carteira de trabalho, que era ele jornalista profissional em 1941, portanto, aos onze anos de idade, quando no mercado de trabalho não era admitida a presença dos menores de 14 anos, senão na condição de aprendizes. . F.alando como Presidente da República, sobre o cadáver de Tancredo Neves, prometeu José Sarney não emitir decretos-leis e editou-os às centenas. Mandou também o Procurador-Geral da República e o 'Ministro das Comunicações insultarem o Senado, onde uma Comissão Parlamcntar de Inquérito indicia seus comensais por graves crimes e imoralidade. Enquanto isto, o Presidente viaja, vai espairecer no exterior, dando audiências, em que fala nas agonias do seu povo. Agosto de 1988 Ontem, ele aplaudia o slogan militar "Brasil: ame-o ou deixe-o". Hoje, gostaria de deixá-lo, para assumir lugar permanente, com jeton, na Academia de Ciências de Lisboa. No Governo Sarney, em três anos, mais de cem mil brasileiros imigraram para Portugual; outros são imigrantes clandcstinos no México, nos Estados Unidos, no Canadá, na França e em vários países da Europa. Aumenta o número dos que ingressaram na "máfia da cocaína". O Brasil é o campeão da poliomielite e ocupa o 3' lugar em AIDS, s6 perdcndo para os Estados Unidos e a França. Devemos criar outro slngan, com endereço certo: "Eu amo o Brasil; deixe-o, Presidente biônico". O povo brasileiro quer vê-lo pelas costas. Era o que tínhamos a dizer, SI' Presidente, Sr" e Srs. Deputados. O SR. AMAURY MÜLLER (PDT .,---RS. Sem revisão do orador.) - Sr' Presidente, Sr"e Srs. Deputados, certamente o último ato que o Sr. Jáder Barbalho assinou, como Ministro da Reforma e do Desenvolvimento Agrário, foi o da implantação, no Município de Cruz Alta, de um projeto de assentamento na fazenda Corticeira, com 711 hectares, onde o Mirad pretende colocar 35 famílias de agricultores sem terra. Até aí tudo bem. Fica a impressão de que o Governo, através da medida do atual Ministro da Previdência Social e ex-titular do Mirad, estaria cumprindo com a palavra empenhada e resgatando os compromissos que assumiu com a sociedade brasileira. Mas ocorre que não houve desapropriação por interesse sociál nos termos da lei e o conseqüente pagamento dessa terra através de títulos da dívida agrária. O que o Sr. JáderBarbalho fez no Município de Cruz Alta, minha terra natal, foi simplesmente comprar 711 hectares a preço de mercado, talvez até acima da cotação da terra na região. Não é assim que se faz reforma agrária. Se realmente o Governo tem interesse em alterar a estrutura fundiária do País e contemplar os milhões de agricultores sem terra com um pedaço de chão, não adianta continuar tentando comprar essa área com o dinheiro do pr6prio povo. Reforma agrária se faz mediante desapropriação de áreas improdutivas, ou parcialmente produtivas, através do pagamento de títulos agrários resgatáveis em 20 auos. O que está ocorrendo, na verdade, penso eu, é uma grande negociata. Terras ruins que demandarão recursos incalculáveis para sua recuperação estão sendo adquiridas a prcço de mercado, lá na minha região, por preço acima de 200 HJil cruzados o hectare. Desse modo, a reforma agrária continuará patinando nas suas contradições e não avançará. Espero que o Sr. Jáder Barbalho, que hoje pela manhã, no programa "Bom Dia, Brasil" , da Rede Globo, tentou dar uma aula de civismo e de técnica legislativa à Assembléia Nacional Constituinte, não repita lá no Ministério da Previdência Social os mesmos equívocos e desmandos que cometeu enquanto titular do Mirad. Por outro lado, SI' Presidente, permita-me que, em nome do meu partido, o PDT, cu ofereça uma versão diferente daquela divulgada pela grande imprensa, notadamente pelo jornal O Globo , acerca do suposto assalto perpetrado sábado passado contra a residência do Deputado Juarez Antunes, no bairro de Santa Cecília, na cidade fluminense de Volta Redonda. Pelo noticiário, tem-se a impressão de que ocorreu um simples assalto, e houve até exagero na relação dos bens que teriam sido furtados da residência do Dcputado Juarez Antunes. Fico a me perguntar: que tipo de assaltante é esse, que vai buscar um aparelho de televisão, um aparelho de som e acaba levando uma aliança de casamento da esposa do Deputado Juarez Antunes e 100 mil cruzados, e permancce mais de quatro horas na residência assaltada? O que quero dizer é que na verdade esses dois supostos assaltantes estavam fazendo o jogo do poder econômico que não deseja ver Juarez Antunes na Prefeitura de Volta Redonda, pois ele representa uma área profundamente identificada com o povo daquela cidade. E por estar exatamente do lado dos oprimidos, dos que sofrcm, dos humilhados, dos desprotegidos é que vem sendo obj,:,to desse tipo de intimidação. Nenhum assaltante, SI' Presidente, para roubar tão pouco, fica mais de quatro horas na residêno, por isso mesmo, levantar a suspeita de que esse pre- Agosto de 1988 tenso assalto escondia uma tentativa de amedrontar, intimidar e-quem sabe? - até de eliminar o Deputado Juarez Antunes, que, para a elite do poder de Volta Redonda, ou de todo o País, essa não pode representar senão um instrumento que tenta de algum modo, pela via democrática, interromper os privilégios que hoje contemplam essa escassa parcela da população brasileira e, muito especialmente, do povo de Volta Redonda. Sr' Presidente, espero que a Assembléia Nacional Constituinte e a Câmara dos Deputados, que têm compromissos de preservar a integridade física e moral de seus membros, adotem providências para apurar em profundidade esse episódio, que para mim não foi simples assalto, mas um atentado contra o Deputado Juarez Antunes. O SR. ANTÔNIO DE JESUS (PMDB -GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a sociedade brasileira passa por momentos de perplexidade, angústia e incerteza diante de um processo de inversão de valores que se aprofunda continuamente, materializado por difamações, injúrias, avareza, agnosticismo, pornografia, violência individual e coletiva, atingindo grande parte de nossa gente. Há determinados movimentos que visam a desarmonizar o equilíbrio das famílias e da sociedade, promovendo a perda da credibilidade de nossas instituições mais representativas, cujas respostas atingem profundamente as crianças e os jovens. É visível a degradação dos aspectos éticos e morais que consubstanciam suporte aos usos e costumes no Brasil, caracterizando-se um lamentável estado de licenciosidade, de liberalidade e de desrespeito ao indivíduo e às instituições, cuja progressividade tenta levar a humanidade ao caos, ao descontrole e à desesperança, se providências enérgicas e modificativas não forem criteriosamente adotadas. Embora seja fenômeno que se alastra por todos os quadrantes do mundo, como verdadeira profecia do tempo do fim, essa deterioração de valores experimenta no Brasil espantosa velocidade, abala os alicerces da convivência social, a partir da desestruturação do núcleo familiar, desvirtuando os princípios de comportamento da juventude. Ante essa carência de expectativas quanto ao futuro e, por conseguinte, diante das múltiplas tentações que lhes oportunizam as alternativas da ociosidade, da prostituição, das drogas, da violência e da criminalidade, a juventude brasileira, nossa grande preocupação, não vislumbra orientação nem segurança para o seu futuro. Vivemos à época da ilusão e da dependência. Muitos adolescentes e jovens, imaturos pela própria idade, e até mesmo por sua formação educacional, se deixam influenciar e envolver pelas drogas, que distorcem o seu processo de maturação e o desenvolvimcnto físico. O indivíduo normalmcntc recorre à droga como forma de criar coragem para sair de determinados conflitos e sofrimentos, sem no entanto atentar para a quebra da consciência, fruto de experiências e ensinamentos de gerações após gerações e elo de ligação do homem com Deus. DISCURSO DO SR. FARABULINI JÚNIOR, QUE, ENTREGUE A REVISÃO DO ORADOR, SERÁ POSTERIORMENTE PUBLICADO. O SR. VICTOR FACCIONI (PDS-RS)-SI' Presidente, Srs. Deputados, a situação econômica nacional está descambando para a hiperinflação e o descontrole total. A hiperinflação, entre outras conseqüência~, ~e traduz pelo acirramento de um processo de destruiçao dos valores de referência da sociedade, quer os de ordem .econômico-financeira, quer os de ordem moral. A hiperinflação gera inclusive o egoí~~o, o cinisJ?-o e a hipocrisia. Esse descontrole da polrttca .econô~~ca decorre, basicamente, do descontrole da Vida pohbca nacional. Há Governo demais para as questões onde ele não deveria interferir, c falta Governo para decidir as questões que lhc são pertinentes, de su.a responsabilidad~ específica. A situação decorre basicame~~e da dualrdade de posições existentes nas forças poIíbcas que formam e sustentam o Governo, isto é, a Aliança Democrática do PMDB com o PFL. Exitem duas alianças democráticas, dois PMDB, dois PFL e dois Governos: DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) um que fala para a opinião pública e outro que faz o contrário do que diz. É essa situação de ambivalência que gera toda a crise econômica e social. Pois bem, é preciso tomar algumas atitudes, definir e decidir certas situações graves na vida econômica do nosso País. E, para contribuir com a discussão, na busca de solução para a definição de algumas metas fundamentais nas políticas econômica e monetária nacionais, anuncio que vou encaminhar à Mesa, na parte referente à apresentação de proposições, projeto de lei de minha autoria que institucionaliza a OTN como referência monetária nacional. Em 1982, apresentei o Projeto de Lei n' 6.224 e no ano seguinte o de n' 1.546, que desindexava a economia e extinguia a correção monetária. Nunca foram votados pelo Congresso Nacional. O que aconteceu? O Plano Cruzado adotou a indexação da economia e anunciou a inflação zero. Mas, administrado eleitoreiramente, como veículo e caminho de busca do poder pelo poder, o Plano Cruzado frustrou e enganou toda a opinião pública nacional. Agora, precisamos mais uma vez contcr, por mecanismos de política monetária, não apenas de política económica, o processo inflacionário. Creio que a forma de fazê-lo, via política monetária, seria de certa maneira extinguirmos a indexação na medida em que a generalizarmos. A generalização se daria adotando a OTN como parâmetro de conversão do cruzado para todos os valores, quer fiscais, quer mercantis e principalmente trabaUristas. Não é cabível o trabalhador, o consumidor, receber em cruzados, e ter de pagar em OTN. Isso está acentuando cada vez mais o fosso das diferenças entre os setores da vida sócio-econômica do País e também o das diferenças entre as regiões. A gritante desigualdade de renda cm nosso País levará, mais dias menos dias - e é até de se perguntar como ainda não aconteceu - a uma verdadeira convulsão social. Antes que isso aconteça, já que o Executivo não adota providências, cabe ao Legislativo fazê-lo. Por isso, Sr' Presidente, estarei encaminhando o projeto de lei, a que me referi, que "institucionaliza a OTN como referência monetária nacional". Maiores detalhes a respeito deverei abordar no momento oportuno do encaminhamento do referido projeto. O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a palavra o SI. Maurílio Ferreira Lima. O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDBPE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, hoje é um dia importante para a Humanidade, porque duas guerras que devastavam regiões do Terceiro Mundo tiveram fim ontem com um acordo de paz firmado entre Irã e Iraque e, finalmente, com um acordo de paz assinado na África do Sul, consolidando, assim, a independência de Angola, que vivia ameaçada desde o momento em que o MPLA assumiu o.poder pela investida do regime racista na África do Sul. Os acordos alcançados na África envolvem outro ponto imPOl1antíssimo: o reconhecimento, pelo regime racista da Africa do Sul, da Resolução n' 435 das Nações Unidas, que preconiza a independência da Namíbia. A Namíbia é um território que nunca fez parte do conjunto sul-africano e que, no entanto, era ocupada militarmente pelas tropas sul-africanas, servindo de trampolim para a invasão do território angolano e para a desestabilização do governo ali instituído pelo MPLA. Também quero ressaltar, neste instante, a posição correta do governo cubano. Cuba desembarcou em Angola com cerca de cinqüênta mil soldados, para garantir a integridade territorial daquele país e a independência daquela nação. Por natureza e por convicção, sou contra a ingerência de qualquer país em assuntos internos de outros países, mas o governo cubano sempre afirmou que a presença das tropas cubanas ali era conjuntural e visava apenas garantir a integridade das fronteiras de Angola; que no momento em que essas fronteiras estivessem asseguradas, as tropas seriam retiradas. E Cuba assinou ontem, em Genebra, um acordo com os Estados Unidos, com o governo sul-africano e com o governo angolano, garantindo que as tropas cubanas serão retiradas de Angola, uma vez que a' África do Sul reconh.ece a indeEendência da Namíbia~Com essa independência, o sul de Angola será preservado dos ataques imperialistas das tropas do regime racista. Quarta-feira 10 2715 Portanto, regozijo-me com os esforços de paz que levaram ao fim a guerra no médio· Oriente - guerra estúpida, que consumiu a vida de quase um milhão de pessoas e terminou sem que nenhuma das partes obtivesse qualquer resultado, o'que demonstra a inutilidade da guerra como solução para as contradições políticas. A Humanidade está de parabéns, porque o final da gucrra no médio Oriente e a estabilização política na África são duas vitórias que realmente consolidam nõ mundo as forças que desejam o fim da guerra fria, O fim da corrida armamentista. Urge que a Humanidade. se dedique a um processo em que os recursos que eram consumidos em armamentos sejam destinados ao desenvolvimento econômico, à justiça social e à consolidação da paz mundial. (Muito bem!) O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - A Presidência se solidariza com o nobre Deputado Maun1io Ferreira Lima, fazendo votos para que a paz também seja estendida ao conflagrado e sofrido território do Líbano, para termos realmente paz definitiva no Oriente Médio. O SR. FRANCISCO KÜSTER (PMDB - SC. Sem revisão do orador.)·- SI' Presidente, Srs. Deputados, nossa presença na tribuna nesta manhã está relacionada à grave crise que assola a nossa economia. Pretendo discorrer sobre este assunto, a exemplo do que já fizeram outros oradores, e, mais ou menos na mesma linha, denunciar a insensibilidade do Governo, que assiste passivamente ao desmoronamento da nossa economia, às falências em massa de pequenas empresas e de produtores rurais, sem tomar nenhuma providência para evitar esse caos. A economia brasileira está sem perspectivas e sem pontos de referência. Sabemos onde estamos, mas aonde iremos parar é um mistério. Ninguém o sabe. O Governo não tem revelado a menor sensibilidade ou qualquer vocação para solucionar essa dramática e assombrosa crise que assola o País. A moeda dos poderosos é a OTN e a dos pequenos trabalhadores é o famigerado e desvalido cruzado. E ultimamente o Sr. Presidente da República e seus Ministros só falam em dólares. É necessário, portanto, aplicar a OTN sobre os saláriqs; em outras palavras, "oteemzar" os salários. Abandonemos o desvalorizado cruzado e fixemos os salários dos trabalhadores, dos funcionários públicos, os pro.ventos dos aposentados e tudo o mais em OTN, inclusive os produtos do trabalho de pequenos produtores e microempresários. Devíamos "oteenizar" toda a economia e acabar com essa balbúrdia, com essa confusão. Mais cedo ou mais tarde, é questão de tempo, não sei o que acontecerá na hora em que se generalizar o caos, que é iminente, a persistir a atual situação. Há, também, a conivência criminosa do Governo com os banqueiros. É assombroso o lucro dos bancos. É algo nunca visto na história do País. Para eles, quanto maior a inflação, melhor. Uma inflação pequena, como tivemos na época do cruzado, não interessa aos bancos e aos banqueiros. Para eles é importante termos uma inflação de 10, 20, 30%, e se chegar a 50% ao mês, melhor ainda. Esta situação·é ótima para os banqueiros, e é lamentável que este Governo seja conivente com esta trágica situação, como constatamos hoje. Portanto, Sr. Presidente Elias Murad, queremos, nesta oportunidade - V. Ex' que acaba de substituir a Deputada Irma Passoni na Presidência - apelar ao Governo para que tome algumas providências, como por exemplo a suspensão das cobranças judiciais, das execuções que estão em curso contra as microerrfpresas e contra os pequenos produtores rurais. Gostaríamos que o Governo suspendesse a cobrança dessas dívidas por um prazo de sessenta ou noventa dias, para examinar melhor a situação desses pequenos devedores, uma vez que é bastante polêmica a: anistia concedida a eles. Seria oportuno que o Governo se antecipasse e, num gesto de grandeza, solucionasse essa questão. Aliás, grandeza, nesse Governo, não existe. Vamos abandonar a idéia ou o sonho que existe grandeza em um goVerno sem vocação para governar. Mas que se fizesse alguma coisa; que houvesse até mesmo pressão nesse sentido; que. as lidera~as políticas, o Congresso Nacional e as Lideranças da Assembléia Nacional Constituinte pressionassem o Governo para suspender as exe- 2716 Quarta-feira 10 cuções dos pequenos devedores, dos microempresários e dos pequenos produtores rurais e encontrar uma solução urgente para o problema dessa dívida. Parece-me que isso seria uma luzinha no final do túnel. Concluo dizendo, Sr. presidente, que é preciso tomar uma providência o mais rapidamente possível, porque o caos é iminente. Durante o discurso do Sr. Francisco Küster, a S,. Irma Passoni, Supleme de Secretário, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Elias Murad, artigo 76 do Regimemo fmerno. o Sr. Amaury Müller - Que se estenda também à Palestina. O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Muito obrigado a V. Ex' O SR. VICENTE BOGO (PMDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a cada vez que retorno ao meio rural, ao campo e o faço com freqüência - noto a angústia em que vivem pequenos e médios produtores rurais, em especial, em razão das dificuldades enfrentadas atualmente na agricultura, na pecuária e nas atividades de diversificação da produção rural. Essa angústia é maior na medida em que o Governo vem cortando o crédito rural, muito embora tenha anunciado há poucos dias a liberação de mais de um trilhão de cruzados para a agricultura. Mas o que agrava a situação é o fato de esses recursos não estarem sendo repassados, através dos bancos, àqueles produtores rurais, agricultores e colonos que não conseguiram pagar suas dívidas em decorrência das frustrações de safra ou até por alterações na própria poütica econômica. Isso, sobretudo, por causa da chamada anistia da isenção da correção monetária, aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte. Por isso esses agricultores, agora sem a menor condição de saldar suas dívidas, estão sendo pressionados ao ponto de, às vezes, até vender suas máquinas, seus animais, parte de sua propriedade, inclusive construções existentes em suas propriedades ou materiais indispensáveis à produção, para se reabilitarem, a fim de ter direito novamente ao crédito rural. No Rio Grande do Sul - de onde tenho recebido informações a nível de confederações de trabalhadores na agricultura - e em outros Estados essa pressão está prejudicando inclusive as atividades produtivas. A situação de dificuldade na agricultura e no campo, de modo geral, também se verifica no cooperativismo de produção e consumo, bastaute endividado em decorrência de empréstimos tomados na período do Plano Cruzado com o objetivo de arcar com as necessidades de armazenamento ou até mesmo de financiamento de atividades rurais. O cooperativismo de eletrificação rural também está em situação difícil em decorrência da diferença de tarifa na concessão de energia elétrica. Por isso, o setor também passa por dificuldades, exigindo, portanto, medidas urgentes que viabilizem esse setor, sob pena de o poder público ter que arcar com as necessidades de extensão da eletrificação na meio rural. Ontem, participei de reunião com o Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, e com as principais lideranças das cooperativas de crédito, que vivem marginalizadas e cerceadas no seu espaço de atuação financeira, porque podem realizar operações apenas com seu quadro social, impedidas que estão de atuar no mercado, captando recursos da sociedade civil dos diversos setores da economia. Há pouco tempo, o Governo havia marcado audiência com diversas cooperativas de crédito com a finalidade de conceder-lhes carta-patente e permitir que realizassem operações financeiras, não apenas com seu quadro associativo de captação de recursos no mercado. Isso inviabilizaria, inclusive, que as cooperativas de crédito aplicassem recursos na agricultura, reduzindo o volume que o poder público subsidia ou aplica no setor. Então, o assunto está no ar. O Ministro da Fazenda mostra-se simpático à liberação para o cooperativismo de crédito, à medida que haja um sistema nacional unificado, para que as cooperativas de crédito, especialmente as rurais, possam captar recursos no mercado e investir diretamente na agricultura, retirando, portan- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) to, a participação substantiva do Governo no financiamento da atividade rural. Quero deixar registrada minha posição favorável a que o Governo permita que realizem essas operações financeiras ou, então, que o Congresso Nacional venha' a legislar no sentido de que o cooperativismo de crédito em todas as áreas possa atuar nos diversos ramos financeiros, como os bancos privados hoje o fazem. O SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, quero me associar às homenagens que a sociedade sulrio-grandense presta à mem6ria da figura do grande homem público ex-Deputado Jairo Brom, falecido no mês de julho último. O Deputado Jairo Brum, teve destacada passagem pela vida pública do meu Estado. Homem de convicções firmes, exerceu as mais impor, tantes atividades políticas do nosso partido e terminou como Líder da Oposição aqui na Cãmara dos Deputados. Sr. Presidente, peço transcrição nOS Anais desta Casa do artigo publicado no jornal "Zero Hora", dessa se,gunda-feira, da autoria do ex-parlamentar e atual Ministro da Justiça Dr. Paulo Brossard de Souza Pinto, uma das mais ilustres figuras do Rio Grande do Sul, em que presta uma homenagem à mem6ria de Jairo Brom. Dentro desse espírito, quero também, desenvolvendo o pensamento na linha do ex-Deputado Jairo Brum. pedir a transcrição nOS Anais desta Casa do editorial do jornal "Zero Hora" de sexta-feira, sobre a indignação justificada do Rio Grande do Sul contra a quebra de hierarquia e de bom senso por parte do Governo Federal, na tentativa de impedir que vá para o Estado a unidade de fenol-acetona, como a unidade de MVC PVC para o p6lo petroquímico instalado na Município de Triunfo. É indispensável que se cumpra este compromisso com o Rio Grande do Sul, da luta unida de todo rio-grandense. O Governo Federal não pode submeter-se às pressões de grandes grupos econômicos, pressões do p610 de Camaçari, na Bahia, e de setores que querem o controle de toda a área da petroquímica do País, para evitar a implantação dessas unidades no Rio Grande do Sul. A implantação desse pólo no Rio de Janeiro é, na verdade, a destituição da capacidade do pólo petroquímico do Rio Grande do Sul, já em funcionamento. E pode-se adaptar rapidamente a essas duas plantas, visando à cobrir a necessidade de expansão daqueles pólos. Portanto, a indignação justificada do Governo do Estado segue a linha de orientação do Deputado Jairo Brum e encontra amplo respaldo na sociedade rio-grandense e em todos os partidos brasileiros. ARTIGO A QUE SE REFERE O ORADOR: Lembrando Jairo Brum Líder da Oposição na Câmara, no momento mais difí· cil da tansição. PAULO BROSSARD Ministro da Justiça Unia a gravidade e a afabilidade naquela perfeita harmo· nia que exprime um caráter sério e bom. Machado de Assis. A Semana Outro dia tive a tristeza de levar Jairo Brum à sepultura no Campo da Esperança. Conheci Jetrho Jairo de Macedo Brom no tempo do Pré-Jurídico do Júlio de Castilhos; juntos ingressamos na Faculdade de Direito de Porto Alegre e juntos dela saímos bacharéis em 1947. Como ele ficasse parte do tempo em Carazinho, onde seu pai era advogado, nas vésperas dos exames costumava aparecer na meu quarto de estudante, na Rua da Praia, 1232, onde hoje se ergue o Edifício Santa Cruz, para inteirar-se da matéria lecionada e que deveria entrar nos exames. Ele não esquecia esses encontros, que das tardes se estendiam às noites, e gostava de relembrá-Ias de maneira afetuosa. Sete anOs depois de fbrmados receberíamos ambos o mandato popular para representar o povo rio-grandense na velha Assembléia da rua da Igreja, pobre em instalações, mas rica em hist6ria c densa em tradições respeitáveis. Dela saiu ele, antes de mim, para chegar à Câmara dos Deputados e cedo recomendar-se ao apreço dos colegas e ao respei- Agosto de 1988 - to da imprensa; na Câmara havería-mos de encontrarnOS em uma Legislatura difícil; vivemos então dias memoráveis c homamos, posso dizê-lo, o mandato recebido. Mais tarde voltamos a nos encontrar no Congresso, ele deputado, eu senador, e quantas vezes não foi ele ao Senado para me prestigiar quando devesse falar. Parece que estou a vê-lo, os olhos fixos em mim, às vezes um sorriso a externar o seu aplauso e o seu incentivo, dizendo uma ou outra palavra ao colega que estivesse ao seu lado. Já então ele fora Líder da Oposição na Câmara, no momento mais difícil da travessia pelo arbítrio, naqueles tempos em que o MDB mais se parecia com um acampamento de refugiados ou de náufragos do que um partido político. Parece que estou a vê-lo e a ouvi-lo. Tinha um belo perfil, O cabelo negro, a voz harmoniosa e forte. Fez seus versos e declamava-os com alma e calor. Parece que estou a vê-lo, andando pela Rua da Praia, ao lado de uma moça de rara beleza e esmerada educação, que viria a ser sua companheira dedicada e exemplar; parece que estou a vê-lo na tribuna da Assembléia e na liderança da Cãmara, onde se houve com euergia e correção, com altivez e coragem, com moderação e compostura. Eram estas as lembranças que iam e vinham em meu espírito quando acompanhava os seus restos inanimados, e me dava conta de que com ele também desapareceria um pedaço da minha vida, aquele que passara ao seu lado. Ao pressentir o fim, pediu que a bandeira do Rio Grande, que ele tanto amava, lhe fizesse companhia na despedida deste mundo. Lá estava o pavilhão tricolor, símbolo da terra da qual ele fora digno representante na Câmara dos Deputados, pela integridade, pelo civismo, pela bravura, pela fidelidade à democracia e à liberdade, mesmo nos momentos mais escabrosos. O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, desejo, iniciah~ __ ,m:, associar-me à homenagem prestada pelo Deputado Jorge Uequed ao ilustre ex-Deputado Jethro Jairo' Macedo Brom, recentemente falecido. Aprendi a conhecê-lo e admirá-lo quando Deputado Estadual, depois como Deputado Federal. Dedicou graude parte da sua vida à causa pública, prestando inestimáveis serviços à comunidade rio-grandense. Sr. Presidente, na condição de Deputado do Rio Grande do Sul, quero levantar minha voz contra o processo de discriminação que hoje se estabelece contra Omeu Estado. O Rio Grande do Sul está sendo visivelmente marginalizado, preterido em relação às outras unidades da Federação. E - talvez - apenas por falta de liderança. Não costumo aqui falar contra o Governo do meu Estado. Sempre transfiro as questões do Rio Grande do Sul para o território do Estado, através de declarações nOS jornais ou outras manifestações. Mas quero hoje referir-me a atos que se desenrolam ou se anunciam e que sempre trazem a intranqüilidade para n6s, do Rio Grande do Sul. Lembro-me de que há pouco tempo perdemos aqui uma planta sobre acrilato, que, depois de assegurada ao Rio Grande do Sul, dentro de uma competição estabelecida, terminou indo para o pólo de Camaçari, na Bahia - quando era Ministro, se não me falha a memória, o Sr. Murilo Badaró. Recentemente ouvimos dizer que iam privatizar o Banco Meridional, estatizado há pouco tempo. Embora seja um banco que vem tendo bons resultados e se consolidando na área financeira nacional, levanta-se agora uma corrente pela sua privatização, enquanto há tantas entidades inúteis que estão a merecer esse tipo de preocupação do Governo e não estão sendo alvo de qualquer providência nesse sentido, Foi também aventada aqui a possibilidade da extinção das Caixas Econômicas Estaduais, o que, se concretizado, representaria mais um golpe contra o Estado do Rio Grande do Sul. Vário~ Deputados, porém, levantaram-se em defesa da permanência daquelas instituições creditícias. Sr. Presidente, há pouco tempo sofremos mais uma iniqüidade por parte do Governo Federal, que assumira com o Rio Grande - o compromisso da planta do fenoi-acetona (MVC-PVC) na pólo petroquímico: numa manifestação classificada pelo Governador como Agosto de 1988 deselegante, durante a viagem do presidente à Bolívia foi anunciada que essa planta teria sido transferida para a pólo petroquímico do Rio de Janeiro. Chegou-se a um ponta em que não aceitamos mais isso. Acbo que é falta de respeito para com um Estado que trabalha, produz, gera riqueza e contribui para a grandeza deste País, na que ele tem de grandiosa. Hoje, de certa forma, todo o Brasil deve alguma coisa ao Rio Grande da Sul. Veja-se a agricultura. O próprio Maranhão está sendo colonizada pelo Rio Grande. assim COmO Babia, Minas Gerais, Rondônia, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. E a resposta que temos pelo que estamos fazenda pela Brasil é o processo de discriminação odioso e iníqua estabelecida par parte do Governo Federal. Ao mcsmo tempo. quero fazer um apelo ao Governador do Rio Grande para que saia do seu isolacionismo, para que deixe de se preocupar com a pequenez de baixas práticas políticas de retaliação pessoal e perseguição política de funcionários públicos apenas porque não pertencem a seu partido, para que tenba grandeza e se lembre de que todas as conquistas da Ria Grande do Sul foram atingidas quando o Estado esteve unido. Assim foi com as conquistas da Refinaria Alberto Pasqualini, da Aços Finas Piratini, do pólo petroquímico; aliás, quanto a esta última, S. Ex' fizera parte da comissão. Lembre-se, pois. o Governador de que está na hora de o Rio Grande unir-se novamente. Procure S. Ex' as lideranças políticas do Estado, os demais partidos. Estamos aqui à disposição para tudo aquilo que for em favor das interesscs maiores do Rio Grande do Sul, mas que S. Ex' recorra a esse auxílio necessário; procure as classes empresariais, venha a Brasília para falarmos com o Presidente e dele exigir, não batendo com o pé na porta, como se costumava dizer, mas com respeito e altivez, a que é de direito do Estado do Rio Grande do Sul. Sr. Presidentc, cstc o registro e o apelo que queria deixar aqui. Durarlte o discurso do Sr. Adylson Malta o Sr. Elias Murad, artigo 76 do Regimento Interno, deixa a cadeira da presidência, que é ocupada pelo Sr. Antônio de Jesus, artigo 76 do Rcgimmto Interno. o SR. PRESIDENTE (Antônio de Jesus) - Tem a palavra o Sr. Elias Murad. (Pausa.) O SR. ELIAS MURAD (PTB - MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente. caros colegas, dcsta tribuna, presto um esclarecimcnto à família brasileira, que está um poaco apavorada com notícias recém-veiculadas pela mídia, no sentido de que um dos refrigerantes mais comuns vendidos no Brasil teria em sua composição a tóxico cocaína. Realmente, há cerca de um século, quando a Coca-Cola foi lançada na mercado norte-americano, o extrato com que se fabricava o refrigerante era feito com folhas de coca importadas principalmente do Peru c da Bolívia. E. como a folha de coca tem dc 0,5 a 1 % de cocaína, evidentemente tal extrato continba cocaína. Mas, em pouco tempo, pelos inúmeros problemas provocados, com casos graves de dependência ao novo refrigerante lançado pelo mercado, a companhia produtora foi obrigada pelo governo norte-americano a descocainar o extrato obtido de folhas de coca. Por meio de técnicas especiais, com a aplicação de solventes apropriados. a companhia desde então passou a empregar o chamado extrato descocainado. Entretanto, para nós, de outros países, permanece uma interrogação. É que a composição desse extrato é tigorosamente mantida em segreda pelos produtores do mundo inteira. Afinal ela constitui a exportação da matriz, e é sobre ela que incidem os royalties e o know how da produção mundial da Coca-Cola. Então, esse eJo:trato não é de composição conhecida; tem-se apenas a palavra, evidentemente, da companhia multinacional e também dos órgãos de fiscalização do governo norte-americano, principalmente da FDA - Food and Drug Administration, a administração de drogas e alimentas que controla também tais produtos. Este é um ponto crucial para nós, brasileiros, porque, de acorda com a nossa legislação, nenhum produto pode ser lançado no mercado sem que sua fórmula completa seJa registrada no Dimed - Divisão de Medicamentos. ou no Dinal- Divisão de Alimentos, ou mesmo sem que conste até do rótulo. Entretanto, com relação a DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) esse extrato secreto, na verdade não há descrição completa da sua composição, medida que as autoridades sanitárias brasileiras deveriam exigir das produtores de Coca-Cola no País para a tranqüilidade da família nacional. Dizem também - e seriam necessários esclarecimentos - que, uma vez retirada do composto a cocaína, a companhia a substituiu pela cafeína, nossa conhecida substância que entra na constiruição do café, com a finalidade de dar à fórmula também uma c~rta ação estimulante. Ora, aí teríamos um binômio infernal, a cocaína e a cafeína, que tem uma certa ação estimulante e pode causar uma pequena dependência. Mas. de qualquer maneira, análises feitas diretamente no produto comprovam que a Coca-Cola não contém cafeína, pelo menos aquela distribuída no mercado nacional. SI'. Presidente. afirmo isto para tranqüilidade da família brasileira. o Sr. Antônio de Jesus, artigo 76 do Rcgimento Interno, deixa a caticira tia presidência, que é ocupada pelo Sr. Elias Mllrad, artigo 76 do Regimento Interno. O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a palavra o Sr. Geraldo Alckimin Filha. (Pausa.) O SR. GERALDO ALCKMIM FILHO (PMDB SP. Sem rcvisão do orador.) - SI. Presidente, Srs. Deputados. o assunto que nos traz à tribuna no dia de hoje é a rodovia Presidente Dutra, que liga as duas principais metrópoles da América Latina, as cidades de São Paulo e do Ria de Janeiro. Considerada pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagens, a DNER, como sua prioridade zero. na palavra do seu prôprio Diretor-Geral, o DI. Canabrava, lamentavelmente o que temos visto é que essa estrada se vem transformando na rodovia da morte, na mais sangrenta do País. Não há praticamente um dia em que não ocorram acidentes de grandes proporções. inclusive com vítimas fatais. Tudo isso em virtude da não-duplicação da referida rodovia Presidente Dutra, do grande afluxo de tráfego, da falta de viadutos e da existência de passagens de nível extremamente perigosas, da falta de passarelas - as pessoas atravessam a rodovia sofrendo atropelamentos em acidentes graves - e em virtude de, em algúmas regiões ao longo do eixo Rio-São Paula, haver hoje conurbação. As cidades estão crescendo. e a rodovia Presidente Dutra, em algumas áreas, atravessa totalmente essas conurba,óes, enfim, os dais maiores centros econômicos e as maiores áreas metropolitanas do País. São Paulo e Rio de Janeiro. Fazemos, desta tribuna, apelo ao Sr. Presidente da República, ao Ministro dos Transportes, ao DiretorGeral do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem para que adotem imediatas providências. Já se disse que govcrnar é saber estabelecer prioridades. Portanto, não é possível um governa investir milhões de dôlares numa ferrovia cama a Norte-Sul, que vai levar o nada a lugar algum, e deixar de investir não alguns milhões, mas alguns milhares de dólares numa rodovia que liga as duas maiores populações do País, o eixo Rio-São Paulo, onde milhares de brasileiros deixaram suas vidas, quando deveriam estar criando riquezas, transportando mercadorias ou na sua atividade de lazer. Deixamos um veemente apelo - repito - ao Governo Federal, ao Ministério dos Transportes e ao DNER, no sentido de que coloquem como prioridade absoluta a duplicação de, pelo menos. alguns trechos da rodovia Presidente Dutra, a construção de seus viadutos mais necessários e as suas passarelas mais indispensáveis para que possamos poupar vidas. Os últimas dadas da Organização Mundial de Saúde nos revelam que a primeira causa mortis no Brasil não é doença. A terceira são as doenças neoplásticas, as mais variadas formas de câncer; a segunda são as doenças do coração e dos grandes ,Vasos; mas a primeira causa mortis em nossa País é resultante de acidentes e não de doenças. Por isso, precisamos prevenir-nos contra o que representa hoJe a maior causa de óbitos no Brasil, recordista de acidentes, principalmente automobilísticos. Lamentavelmente, na pole position, para tristeza nossa. de São Paulo e do Rio de Janeiro, encontra-se a rodovia Presidente Dutra. Quarta-feira 10 2717 O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Muito obrigado, nobre Deputado Geraldo Alckmin Filho. Solidarizamo-nas com V. Ex', porque nossa família também vítima de acidente de trânsito, e compreedemos este grande drama do nosso País. O SR. OSWALDO TREVISAN (PMDB - PR, Pronuncia o seguinte discursa.) - SI. Presidente, Srs. Deputados, trago, para reflexão desta Casa, o quadro de preocupações dominantes entre os produtores de trigo dos Estados sulinos. particularmente da Paraná, diante do ingresso de crescentes volumes do nobre cereal procedentes da Argentina, muito além da demanda interna. Em decorrência, está havendo um impacto direto sobre a atividade do produtor brasileiro, desestimulando-o a plantar quando vislumbra a inevitável queda dos valores das suas vindouras safras. Tais importações resultaram de um acordo firmado entre Brasil e Argentina, visando ao incremento de suas relações comerciais dentro da filosofia de uma provável formação de um mercado comum, a exemplo da CEE, aqui na América do Sul, velho sonha de outros governos que no passado também intentaram essa necessária integração. Em pronunciamento na Assembléia Legislativa do Paraná, o Deputado Antônio Annibelli, Presidente daquela Casa, relata as apreensões de produtorcs, cmpresários do setor moageiro e do Bloco Parlamentar Agropecuário com o cxcessivo volume das importações do trigo argentino. Segundo revela aquele Parlamentar. o prejuízo da triticultura paranaense está estimado em 1 milhão dc dôlares. Caso não seja revisto o acordo celebrado entre os dois governos. Sugere-se. em lugar do trigo, a importação de outros produtos. assegurando-se o equilíbrio na balança comercial cntre Brasil e Argetina, tese que consideramos válida e deveria ser acolhida por nossas autoridades. Outro problema que está afligindo os triticultores relaciona-se com uma eventual privatização da comercialização do trigo nacional, extinguindo-se a Comissão do Trigo Nacional - COTRIN, órgão que já se consagrou por sua comprovada eficiência. O Governador Álvaro Dias afirmou quc "a privatização anulará os esforços dos produtores brasileiros que pretendem a auto-suficiência na produção, além de estabelecer uma concorrência desigual entre o produto nacional e o importado". Assinale-se que todos os Governadores dos Estados sulinos admitem a importância da intensificação do intercámbio comercial entre o Brasil e a Argentina, porém não escondem sua preocupação com a virtual queda da capacidade produtiva da triticultura nacional. Solidário com o pleito dos produtores e empresários do País, em particular do Paraná, responsável pelas maiores safras de trigo, faço meu apelo ao Governo Federal. especialmente aos Ministros da área econômica e das Relações Exteriores, para que reexaminem a questão à luz das fatos que agora estão sendo apontados, no sentido de se resguardarem os altos interesses do nosso Pais. Era a que tinhamos a dizer. O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI'. Presidente, Srs. Deputadas, nesta oportunidade registramos nossos mais veementes protestas contra a inoportuna e perniciosa notícia da extinção da Embrater. Somente os desinformados do tão nobre obJetivo e efetiva atuação dessa Empresa poderiam praticar tamanha in,anidade. Corno extensionista agrícola, há mais de 25 anos, conhecemos a importância do sistema, desde seu aparecimento na década de 40, a favor do desenvolvimento e bem-estar do produtor rural e sua família. Não há parâmetro para explicar o que seria a agricultura brasileira sem a participação de milhares de técnicos e funcionários dedicados a essa sacerdotal missâo. SI. Presidente, Srs. Deputados, prestam um desserviço à Nação os responsáveis por tão grave propôsito. Há intranqüilidade generalizada entre os 25.000 servidores do Sistema Embrater em todos os níveis, sobretudo lá nas Unidades Operativas Locais, onde o estímulo é importante para não deixar perecer o sagrado obJetivo de apoio ao homem do campo, quando se inicia 2718 Quarta-feira 10 mais um ano agrícola no Centro-Sul, além, naturalmente, do apoio permanente dentro de suas atividades, A continuidade da Embrater, Empresa sadia e enxuta a nível nacional, é uma necessidade para coordenação de todas aS suas filiadas estaduais e nos territórios, disciplinando dessa forma o interesse do Governo Federal no campo da agricultura brasileira, Dirijo apelo ao Sr. Presidente da República. aos Ministros da Agricultura, do Planejamento e da Fazenda para que não ouçam setores interessados em prejudicar o meio rural brasileiro. através da extinção da Embrater. Faço, ainda. transerever nos Anais desta Cãmara dos Deputados estudo que justifica a não-interrupção dos bons serviços prstados pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural. DOCUMENTO A QUE SE REFERE O ORADOR: EMBRATER: O PORQUÊ DE NÃO MUDAR A decisão de modificar, reestruturar ou extinguir um órgão público só pode ser tomada com profunda análise da validade de tal ato. suas repercussões, sua relação de custo/benefício sob todos os ângulos: político, social e econõmíco. Para que se pense em tomar alguma medida a respeito da Embrater é fundamental. antes de tudo. conhecê-la. Não se trata de uma instituição criada ontem. Tem 32 anos de existência. Antes como ABCAR. A partir -da Lei n' 6.126, de 6/11/74, aprovada pelo Congresso Nacional, como Embrater. É uma empresa exclusivamente coordenadora e. portanto, a ação qu~ exerce não tem nenhum paralelismo com a ação dos Estados. Ao contrário. executando sua missão definida em lei, apóia. estimula, orienta e coordena o Si5tema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural, formado por 25 empresas estaduaís e territoriais, as Emater. Hoje, a Embrater. com cerca de 400 funcionários. coordena um Sistema com 24.000 funcionários, atuantes em 35.000 comunidades e que assistem mais de 1,3 milhões de produtores, Provavelmente seja esse O Sistema Nacional mais capilarizado, aquele que, com diretrizes, estratégias. objetivos e metas únicos está presente em maior número de comunidades do País. O Sistema Embrater exerce. por inteiro. o federalismo nacional, há muito tempo. Ainda no tempo do autoritarismo e do centralismo, mudou-se em um sistema federativo, descentralizado. síntese da cooperação entre Governo Federal. Estadual e Municipal. Pcrmanece assim até hoje: uma empresa federal, que coordena a formulação de polítieas e diretrizes. aponta as prioridades nacionais, catalisa o processo de desenvolvimento de métodos e tecnologias. promove intercâmbios e transferência de conhecimentos, relaciona-se com os organismos internacionais. coordena e supervisiona programas e projetos, capacita recursos humanos e apóia financeiramente os projetos de interesse e prioridade do governo federal e as 25 empresas estaduais executoras dos projetos de extensão rural, que, vinculadas aos respectivos governos estaduais (respeitandose, portanto, a autonomia de cada Estado) são mantidas, em grande parte. por recursos estaduais e municipais. Esta é outra faceta do Sistema Embrater. Seu perfil de financiamento reflete o modelo federalista, concretizando-se uma cooperação entre as duas grandes esferas governamentais, onde a Federal, através do Ministério da Agricultura/Embrater, participa com 3% e a Estadual, com 39% além dos recursos de Programas Especiais de Desenvolvimento Regional, Prefeituras e outros. Uma eventual alteração no atual arranjo institucional do Sistema Embrater, com redução da presença da Embrater, trará, invevitavelmente. prejuízos e riscos ao Sistema de Extensão Rural brasileiro, reconhecido nacional (governadores, parlamentares, sindicatos, associações dc produtores, prefeitos. cooperativas, outras instituições e o público em geral) e internacionalmente (Banco Mundial BID, FAO, OIT e outros). Correria-se, mesmo, sério riseo de que desaparecesse a extensão rural brasileira pela desagregação do Sistema e pela não-presença do Governo Federal em sua coordenação. Neste caso, o País não teria mais este rico processo cooperativo, que integra esforços dos três níveis DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) de Governo da República e, a demais o Governo Federal estaria omisso em sua função de formulação de políticas de extensão rural. Na melhor das hipóteses, ao se cancelar O repasse de recursos financeiros pela Embrater às Emater, o que representa 0,5% do total das Transferências Intergovernamentais e menos de 0,1 % do Orçamento Geral da União. em 1988, se estará abdicando da influência que tem a União em eompartilhar com os Estados os rumos da extensão rural brasileira e se estará perdendo a garantia de assistência técnica e extensão rural em programas prioritários federais, tais como áreas de assentamento da Reforma Agrária e colonização. viabilização do progresso técnico dos pequcnos produtores. microbacias hidrográficas, irrigaçlio. produçlio de borracha, energia alternativa. educaçlio ecológica, e outros. Assim. a estruturação institucional do Sistema Embrater. quando de sua concepção e implantação. já se pautou nas idéias das atuais reformas adminstrativas e orçamentárias em estudo, adiantando-se, no tempo. ao pleno exercício do federalismo - enfatizado pela nova Constituição - ao enxugamento da estrutura federal (a Embrater já teve 800 servidores, hoje tem 4(0), à racionalização de procedimentos, ao adequado uso de recursos, ao menor custo administrativo (os recursos gastos com a Embrater representam apenas 5% do orçamento do Sistema), resguardando-se apenas a presença federal no financiamento parcial de seus programas prioritários, concluindo-se pela não-validade de quaisquer mudanças do porte proposto, seja por alteração do modelo institucional, seja pelo cancelamento do repasse de recursos financeiros às associações estaduais. Além disso, seria preciso encontrar soluções adminstrativas c financeiras para o Projeto Embrater/BIRD. segundo financiamento que o Banco Mundial concedeu ao Sistema de Extensão Rural. fruto de seu bom desempenho. e que. num valor emprestado de US$ 155 milhões, prevê o fortalecimento e a modernização do Sistema Embrater. Após o primeiro empréstimo (US$ 100 milhões) executado de 1978 a 1985, este segundo encontra-se em seu terceiro ano de execução. com compromissos assumidos pelo Governo brasileiro perante o Banco Mundial. É ainda fundamental entender-se que o papel da extensão rural Ce a conseqüente ação da Embrater) transcende a pura difuslio de tecnologia agropecuária (embora este seja o item principal de sua ação). Outros aspectos importantíssimos no assessoramento e apoio aos pequenos agricultores e à viabilização da pequena propriedade rural. como as ações no campo social (saúde, nutrição, habitação. economia doméstica em, geral). na organização das comunidades rurais, no associativismo, na comercialização, na administração rural e na gestão agrícola. e outras. só podem ser desenvolvidas por um sistema especializado em extensão rural. Finalmente, é essencial cotejar-se qualquer reforma pretendida com o disposto na nova Constituição brasileira, que prevê a promulgação de uma lei agrícola. que regulará também a extensão rural. Uma modificação institucional, nesse momento, poderia não estar sintonizada com a proposta de lei a ser elaborada e aprovada dentro de pouco mais de um ano. O SR. JAYME PALIARIN (PTB - SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, venho a esta tribuna para contestar reportagens do Correio Braziliense, e do Jornal do Brasil contrárias a Constituintes Evangélicos. O Correio Braziliense, por exemplo, disse que os evangélicos invadiram o Brasil. Tenho a lamentar que haja jornalistas que enquadrem todos os pastores ou todos os constituintes evangélicos no mesmo plano. Lamento também que o Cardeal de Brasília, D. José Freire Falcão, tenha dito que a Igreja Católica no Brasil está, toda ela, voltada contra as igrejas evangélicas. Eles não tratam a Igreja Evangélica como igreja, mas, pejorativamente, como seitas. Conheço bem a Igreja Católica e as igrejas evangélicas. Para mim, esse campo é um filel mignon. Sei que existem maus pastores e maus padres, mas também existem maus jornalistas, que procuram denegrir, de maneira geral, o trabalho dos evangélicos, que são ordeiros, não apedrejam ônibus, não botam fogo em canaviais e oram não s6 por seus familiares, como também pelo Governo c demais brasileiros. No entanto, o Car- Agosto de 1988 deaI diz que as seitas são perniciosas. porque afetam o bolso dos seus fiéis, cobrando dízimo. Ora, o dízimo, cobrado pela Igreja Católica e pelas igrcjas evangélicos, é uma obrigaçlio bíblica, mas nenhum evangélico obriga qualquer fiel a pagá-lo. As igrejas evangélicas não cobram por casamento, batizado e ofício fúnebre, como a Igreja Cat6lica é useira e vezeira em fazer. Se não tiver dinheiro para pagar. o coitado do fiel católico vai para o purgatório ou para os quintos dos, infernos. porque não se faz missa. E lamentável a afirmação de que todos os constituintes evangélicos são ligados ao Sr. Presidente da República. Votei pelos 4 anos de mandato presidenciaL pelo parlamentarismo, pelo turno de 6 horas de trabalho. pelas 40 horas semanais. apesar de terem passado as 44 horas, pela licença da gestante e por tudo o que dizem ser a favor do povo. Graças a Deus. não levei um tostão, tampouco aceitei nomeaçlio de amigo meu para qualquer cargo. Portanto, tenho minha consciência tranqüila e louvo a Deus pelo crescimento do povo evangélico no BrasiL Lamento que a Igreja Católica Apostólica Romana tenha escondido, durante muitos anos. a Bíblia sagrada dos seus fiéis. Estes, quando descobrem a verdade, fogem da Igreja Católica, como o diabo foge da cruz. Deixo aqui o meu protesto, lamentando a existência de maus jornalistas, que. nas igrejas evangélicas, não serviriam sequer para ser lavadores de privada ou zeladores de banheiro. O SR. IVO MAINARDI (PDMB - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. a conjuntura política nacional, nestes tempos de crise agnda e de explosão inflacionária, convida às mudanças partidárias, à migração política e. mesmo, à criação de novas legendas. Vivemos uma clareira democrática, onde o exercício da liberdade nos embevece a todos e nos convida a percorrer novos caminhos. Vivemos uma época de desencantos, de grandes frustrações, de desconfianças. onde se questiona tudo e a todos. Há uma crise econômica aguda, uma crise social enorme e uma crise geral de eredibilidade. Na minha terra, o Rio Grande do Sul, os fabricantes de vinho, quando seu produto cai de qualidade e perde terreno no mercado, logo logo eles providenciam o lançamento de uma nova marca. Consideram ser mais fácil lançar um novo produto do que investir na melhoria de qualidade do antigo. Transpondo para o cenário político e com todo o respeito que merecem os Srs. Parlamentares que se lançam ~este novo projeto partidário, considero que esse cammho me traz a sensação de que buscam alterar o rótulo do produto. antes de tentar modificar o eonteúdo. Ao longo de duas décadas perseguimos a normalidade democrática, a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, 'a retomada da normalidade institucional como passo fundametal para o início das reformas sociais sonhadas pelo povo brasileiro. Sabemos perfeitamente que o volume de problemas aeumulados ao longo de 22 anos de autoritarismo é imenso e que as respostas dadas até este momento são insuficientes. Entretanto, é preciso coragem cívica e alto comprometimento de consciência para destacar que o compromisso do PMDB com a restauração da democracia e com o reordenamento jurídico, através da Constituinte, foi fielmente cumprido. E é preciso destacar que o Governo Sarney é um governo de transição. Não é nem pode ser um governo com a cara do PMDB. A tarefa do PMDB, a nossa tarefa foi a de conduzir este País ao caminho da democracia, ao convívio da normalidade institucional, condições indispensáveis ao iJ.lício do processo de reformas sociais de que necesSitamos. Embora seja difícil de levar à opinião pública, entret~nto, por dever de consciência política, somos impelidos a esclarecer que o País ainda precisa do PMDB e daquilo que ele representa. Vencemos urna etapa importante, agora, cumprenos, com seriedade e determinação, partir para a consolidação da democracia e para a reconstrução nacional. Herdamos um país desmantelado, corroído por uma dívida externa monstruosa e por uma dívida interna que foge a qualquer controle. Agosto de 1988 Mais grave, ainda, é a dívida social acumulada ao longo dos anos de desmandos e de autoritarismo. Não é hora de partimos pelo caminho do discurso fácil, descomprometido e inconseqüente, que a nada conduz. Nós, que combatemos pela democracia desde os piores momentos, temos o compromisso de encaminhar este País para as mudanças sociais, coerentemente com nosso discurso histórico. Nessa hora, não posso pensar de forma individual. Talvez a saída mais fácil fosse a busca de um novo rótulo, uma nova sigla. Minha consciência política, entretanto, aponta para a continuação da luta dentro do PDMB, onde, juntamente com outros companheiros provados nos duros embates já travados, deveremos batalhar no sentido de resgatar os compromissos que fizeram desta legenda o mais representativo canal da sociedade brasileira. O SR. JOSÉ CAMARGO (PFL - SP. Pronu~cia o seguinte discurso.) -:- Sr. Presidente, SI" e. Srs. Deputados, ninguém ousa negar que o desenvolvimento das telecomunicações responde, em todo o mundo, pelo progresso da humanidade em todos os setores, culturais e técnicos, do capital e do trabalho, da educação, da cultura e da saúde, com as universidades do ar, no rádio e na televisão, tornando possível a verdadeira difusão dos conhecimentos, em benefício das classes menos favorecidas da fortuna. Devemos reconhecer, igualmente, que esses benefícios não se distribuem na mesma proporção em todo o País, dependendo da eficácia da gestão dos recursos e da eficiência na aplicação dos programas. No caso da Telesp - Telecomunicações de São Paulo S/A, seu êxito, nos últimos meses, depende da grande visão administrativa do Dr. Antônio Ignácio de Jesus, que multiplica iniciativas, amplia serviços, buscando, sempre e mais, eficientizar as telecomunicações no Estado, pioneiro da Federação também nesse campo. Um administrador não se improvisa. O Dr. Antônio Ignácio de Jesus já foi diretor de vários bancos no Estado, o que explica o seu estreito contato com o Banespa, onde se destacou com brilho por seus excelentes serviços prestados. Na Telesp, em 1979, iniciou suas atividades como Diretor Econômico Financeiro, até ser nomeado Presidente em abril de 1985, onde tem gozado plena coufiança do Ministério das Comunicações, dispondo de recursos para promover o atendimento à demanda de serviços de São Paulo, para a recupera~ão técnica e o incentivo a novos investi- mentos, colocando de maneíra objetiva os problemas da expansão da empresa, hoje uma das mais eficientes do País e a maior de todas no setor a que se destina. Em três anOs de profícua gestão, à frente da Telesp, o Dr. António Ignácio de Jesus conseguiu ampliar largamente o atendimento dos usuários pela empresa, obtendo, por outro lado, a satisfação plena do pessoal, a cujas reivindicações justas tem procurado atender, com absoluta dedicação aos interesses da Telesp, Esse triênio de lutas e realizações credencia o Dr. Antônio Ignácio de .1esus r;omo uma das maiores reser- vas dos quadros empresariais no serviço público. Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. O SR. UBIRATAN AGUIAR (PMDB - CE. Pronnncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs, Deputados. é extremamente difícil a situação da imensa maioria dos assalariados brasileiros atemorizados pela sombra ameaçadora do desemprego, do subemprego, pelo incessante anmento do custo de vida. do alugnel, do transporte, Desesperador. porém, 6 o cotidiano daqnelas famílias de trabalhadores onde, por infortúnio, existe algum membro com deficiência física ou mental, seja de nascimento, em virtude de acidente de trabalho, ou de qualqn~r outra natureza. A desdita adicionemos a escassez de recursos econômicos desses milhares de brasileiros e teremos um quadro aproximado do desolador cotidiano dos pais de família que têm algum deficiente em suas casas. Portanto, é de justiça social que façamos tudo o qne estiver ao nosso alcance em seu benefício. Por lei, os valores que integram a conta vinculada do FGTS pertencem ao trabalhador; logo, possibilitar sua utilização para compra de aparelho ortopédico ou DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) de locomoção é o mínimo que podemos fazer para ajudar os deficientes e suas famílias. É o que pretendemos fazer, por meio do projeto de lei que apresentaremos oportunamente. Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. O SR. DJENAL GONÇALVES (PMDB - SE. Pronuncia o seguinte discnrso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, o crescimento do proletariado urbano, em todo o País, acompanha o recrudescimento do êxodo rural, criando, nas grandes cidndes, problemas de atendimento social dos mais graves. Isso acontece crescentemente no Nordeste, onde a peqnena e média indiístria tomaram impulso nos últimos três anos, sobretudo crescendo paralelamente o número de cansas trabalhistas, para produzir verdadeira obstrução das Jnntas de Conciliação e Julgamento, que respondem pelas decisões de primeira instância das reclamações trabalhistas. Por isso está sendo encaminhado ao Congresso Nacional projeto de lei do Executivo-a quem cabe a exclusividade da iniciativa sobre a matéria - criando mais 212 Juntas de Conciliação e Julgamento em todo o País, não sendo contemplado com nenhuma delas o Estado de Sergipe, onde só existem, atualmente, duas JCJ na capital e nma na cidade de Maruim. Não é possível mais pretender-se que três Jnntas atendam a uma população trabalhadora de mais de meio milhão de pessoas, tanto mais quanto cresce o desenvolvimento econômico, principalmente industrial, no Estado. As três Juntas existentes em Sergipe estão congestionadas de processos, qnando os enormes atrasos no julgamento prejudicam as partes, Acabamos de receber solicitação da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe, no sentido de que seja corrigida essa gritante omissão, para que se acrescentem quatro Juntas em Aracaju, criada a Segunda Junta na cídade de Maruim, uma em Estância e outra em Itabaiana. Esta solicitação vem sendo feita em proposta encaminhada à Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 5' Região, abrangente de Sergipe e Bahia, reiterando a urgente necessidade da providência. Aguardamos que o projeto chegue ao plenário para apresentar-lhe emenda aditiva, atendendo à Jnstiça do Trabalho em Sergipe. Era o que tínhamos a dizer, Sr. Presidente. O SR. MENDES RmEmO (PMDB - RS. Pronuncia o segninte discnrso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, o Presidente do Supremo Tribunal Federal (que pode ser Ministro de Estado) critica a Constituição. É S. Ex', e não o Jndiciário. Os magistrados, muito pelo contrário, em sua esmagadora maiorin, têm aplaudido o projeto, Ocorre que, em palavras simples e objetivas, a conduta é absolutamente rotineira: primeiro, porque, na·esteira de ser Ministro de Sarney. qne perdeu poder, procura agradar o Presidente; segundo, porque, no cerne da crítica, está o qne ele classifica de erro histórico (aliás, nem aqui inovou) da criação do Superior Tribunal Federal de Justiça. E confessa: "O Tribunal que presido, perdeu poder. .. " Dentro da linha de respeitar para ser respeitado. permito-me chamar a atenção para algumas evidências. 1. Sarney perdeu poder. Para ele. a Constitnição inviabilizará o País. 2. A União perdeu recursos, Os Estados e Municípios ganharam. A União, Presidente e Ministros, acham a Carta nm desastre. Pouco importa acentuar que democracia é povo. Povo vive no município. Nele reside a célula-mãe de toda a engrenagem. O povo, junto com o gQverno e no governo. Não apenas na teoria. Na prática. 3. E quem, dentre os críticos, não perdeu poder on vai ganhar menos dinheiro? Atentem, é seriíssimo. A nova Regra Maior do Brasil tem duas espécíes de detratores: os que perderam parte do poder; os que vão ganhar menos dinheiro. Imperioso grifar. E forte, para não ser esquecido. Ninguém foi esvaziado. Nem de poder. Nem de dinheiro. Foram redistribuídas as exorbitâncias de mandos ditatoriais e de lucros acima dos límites. Quarta-feira 10 2719 Son maduro e vivido o suficiente para não me surpreender com os fatos. Também, por certo, não me iludo. Tudo quanto for possível fazer para atirar a votação da Constituição para as calendas será feito. Acerta aqui, desacerta ali. Vem hoje. Falta amanhã. Por quê? Porque há uma parafernália de interesses em jogo. Igual em todos os campos. Porém, na ditadura é ainda pior. Mil vezes pior. Nela nem perspectiva existe de diversificação da cena. Na democracia a depuração é natural. Pelo voto. Tolas, pois, as ameaças grosseiras de calar as urnas. Qnem tem lastro, credibilidade e a verdade por escudo, pouco está ligando para fanfarronadas. A história não é feita de bravatas. É, sim, por fatos marcados. Pelos que têm a ventura de assumir. A crítica do Presidente do Supremo e, segundo os jornais, provável futuro Ministro, é a crítica de um provável futuro Ministro e ainda Presidente de um organismo que pode perder um mínimo de poder. O que diz a escrita? Se perden algum poder on sofre a ameaça de lucrar menos, critica. Se encontram alguém fora desse contexto, achando o texto ruim, avisem. O SR. RUBEN FIGUEIRÓ (PMDB -MS. Pronuncia o segninte discurso.) -Sr. Presidente, Srs. Deputados, no mês de junho último estivemos ausentes desta Casa para cumprir missão cultural no exterior, em delegação formada por outros nobres colegas. Durante alguns dias visitamos, por honroso convite do Comitê Central do Partido Comunista, a China, nação de milenar existência e cuja cultura desponta como das mais avançadas do mundo, hoje passando por profundas reformas no campo econômico. Não se tratou de uma viagem turística, como a maledicência de alguns desejaria classificar. Ao contrário, foi extremamente proveitosa a missão parlamentar, especialmente no que diz respeito a subsídios que colhemos e ao intfT~sse da própria Assembléia Nacional Constituinte. . Conhecessem nossos Constituintes de perto as transformações por qne passa a China contemporânea, até há pouco tempo enclausurada pela Revolnção Cultural de Mao Tse-Tnng, como o fora, oito séculos atrás, no Império de Cathay, sob a corte. de Kublai Khan, da dinastia de Gengis Khan, até que seus mistérios fossem desvendados ao mundo por um navegador veneziano, o legendário Marco Polo, e certamente não teriam cometido deploráveis equívocos no tratamento qne deram à participação do capital estrangeiro em nosso processo de desenvolvimento. Sem renunciar ao dogmatismo socialista, cuja etapa fianal pretendem atingir até o ano 2050, quando sua população deverá andar em torno de 1 bilhão e 500 mil habitantes, os líderes chineses comnnistas·não hesitam em saudar como benéfico o capital externo, para gerar o progresso, assegurar a paz social e não se distanciar dos avanços já conseguidos por outros países vizinhos, notadamente o Japão, e pelas nações ocidentais. Terra de sabedoria proverbial, a China não alimenta preconceitos contra a presença do investidor estrangeiro, pois não atribui conotação doutrinária ao dinheiro, como parece ocorrer na escola xenófoba tupiniquim, que, em muitos casos, o discrimina mais por mero vedetismo, com objetivos demagógicos, do que em decorrência de concepções ideológicas sinceras. A taxa de crescimento do Produto Nacional Bruto da Chim deverá situar-se na faixa dos 8% a 9% ao ano, nos próximos cinco anos. Em 1987, o PNBcresceu 9,4%, chegando a US$ 295 bilhões. A cada ano, 4 a 5 milhões de chineses entram no mercado de trabalho, porém o índice de desemprego caiu 5,9% em 1979 para 2% em 1987. Na chamada Revolnção Silenciosa que vai operando, para corrigir os erros do socialismo hermético do passado, a China já implanton 15 milhões de empresas rurais, que empregam 90 milhões de trabalhadores em indústrias que fabricam desde tecidos até fibras químicas e acessórios de automóveis que exportam para os Estados Unidos, passando por microfones para uso em televisão. Dedicam-se também à produção artesanal e à transformação de produtos agropecuários. O crescimento da economia chinesa não vem sendo financiado apenas com recursos internos. Segundo dados oficiais, nos últimos .dez anos, os investimentos es- 2720 Quarta-feira 10 trangeiros aprovados superaram US$ 22 bilhões. Desse total, entraram até o ano passado US$ 8,5 bilhões, provenientes de Hong-Kong e Macau (60%), Estados Umdos (16%) e Japão (14%). Suas exportações no ano passado foram da ordem de US$ 40 bilhões. Embora acumulando uma dívida externa de US$ 25 bilhões, a China tem reservas cambiais de US$ 14 bilhões. O que impressiona o estudioso do grande país oriental é que os chineses, com aproveitamento de apenas 7 por cento de seu território para a agricultura, conseguem abastecer um contingente humano tão cxpressivo e que corresponde a 20 por cento da população mundial. Tal proeza se deve a um eficiente sistema de irrigação que o Governo brasileiro está interessado em implantar no Nordeste, principalmente. A reforma econômica chinesa começou nos campos, a partir de 1984, COm a distribuição das terras às famílias camponesas, com a média de um hect~re para três ~es soas. Hoje, as reformas entram nas Cidades, especialmente na área industrial, sob regime de risco. O lucro obtido tem três destinações: reinvestimento na empresa, distribuição entre os empregados e benefícios sociais. O programa de rcforma chinês, como .não po?eria deixar de ser, apresenta um certo custo SOCial e pohllco. A inflação de 20 por cento ao.ano já preocupa os ~irige.n tes governamentais, sensíveiS a uma crescente msallsfação popular, como reconhecem o líder DeI.Ig Xi~oping e o Primeiro-Ministro Li Peng, fruto do perfil capltahsta que se vai desenhando na economia do país e que es!á trazendo acentuada prosperidade. Mas o governo nao pretende afastar-se do objetivo de corrigir sistemasanacrônicos e artificiais de controle de preços, consciente de quc a inflação está sendo alimcntada justa?1ente pela liberação do controle estatal sobre determmados •. produtos. . . A abertura da China ao mundo capltahsta e mterpretada como ato necessário para construir uma nação moderna e solucionar o mais gravc problema, o dos riscos de uma perigosa escassez de alimentos. Os chineses sabem perfeitamente que enormes dificuldades terão ainda de enfrentar para conduir a sua histórica longa marcha das reformas, dentro do regime socialista. Já o Brasil, em particular certos homens que hoje escrevem uma nova Constituição para o País, incoerentcmente instigam o confronto de uma nação com 40 milhões de pessoas marginalizadas com a perspectiva de libertação da pobreza, da fome e do desespero, querendo conciliar utopias doutrinárias com a realidade imposta pelo sistema econômic~, o capitali~m~, que rege a nossa economia e a nossa mterdependencla com as demais nações. Nossas esperanças, neste turno final da elaboração da nova Carta Magna, é a de que a maioria lúcida e patriótica saberá escoimar do texto do projeto constitucional os erros e as heresias que nos colocam na contràmarcha da História, rumo à segregação feudal do Império de Cathay, na remota ad~lescência da China. Estas são algumas das observaçoes que da Chma Popular, país hospitaleiro e amigo do Brasil, pude trazer. O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.l.'res.idente, Sr~. D~ putados, ocupo a tribuna com a finalidade de mdurr nos Anais da Câmara dos Deputados o segumte expediente: "ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Fundada em 19-12-83 - Reg. 26.543 Sede: Rua Maurício Diamante, 65 CEP 12210 - São José dos Campos - SP S. J. Campos, 27 de julho de 1988 Exm' Sr. José Sarney Presidente da República Federativa do Brasil Palácio do Planalto Brasília-DF Exm' Sr. Presidente: A Diretoria da Associação dos Aposentados e Pensionistas de São José dos Campos, cm reunião Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) extraordinária realizada no dia 27 de julho de 1988, determinou lançar o seguinte Manifesto Mais uma vez a decepção, a descrença e a incredibilidade tomam conta dos aposentados e pensionistas de todo o País. Aguardávamos com grande ansiedade o pronunciamento que V. Ex' iria fazcr, através de uma cadeia nacional de rádio e televisão, no dia 26 de julho p. p. para saber qual seria o pensamento do Chefe da Nação relativo à categoria dos aposentados e pensionistas. Chegamos a acreditar que V. Ex' nos pouparia das críticas quc sabíamos d~ antcmão scriam lançadas ao ar contra alguns artigos da nova Carta Magna, ora em elaboração pelo Congresso Nacional Constituinte. Entreta~to, para surpresa de alguns aposentados e pensIonIstas menos avisados, verificamos que a insensibilidade, a falta de compreensão e a desinformação do Chefe do Executivo nacional para com um segmento da sociedade que beira dez pontos percentuais da população nacional é total. Achamo-nos no dever de retroceder no tempo, para lembrar a V. Ex' que os aposentados e pensionistas de todo o País foram a classe quc mais sofreu com o arrocho salarial praticado pelos governos autoritários, especialmente no período 1979-1984 quando V. Ex' era parte integrante do Poder. Não nos lembramos de nenhum discurso proferido por V. Ex', à época, para nos defender da saI.Iha recessiva do Estado, fazendo com que, gradativamente, o nosso poder aquisitivo fossc rcduzido dc tal forma que, muitos dos nossos companheiros(as), apesar da idade avançada, estão trabalhando em subempregos para poder sobreviver. Saberá - porventura - V. Ex' quais os cálculos que os burocratas da Previdência Social utilizam para serem aplicados numa aposentadoria p~r tempo de serviço? E, caso V. Ex' fosse um dos IDJlhares de trabalhadores prestes a se aposentar ness8:s condições, aceitaria passivamente perder de trmta a quarenta por cento do seu poder aquisitivo, como num passe de mágica? Quantas categorias de trabalhadores tcmos no Brasil? Respondemos: várias, a saber: a) A dos militares que, à época de suas aposentadorias, galgam uma patente maior, percebem benefíciosintegrais que são, posteriormente, repassados às viúvas em sua totalidade. b) A dos estatutários do serviço público civil que percebem, quando da aposentadoria, o mesmo valor do último salário da ativa. c) A dos Deputados Estaduais (vide Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo) que, após uma contribuição de apenas 12% mensais e oito anos de contribuição, mesmo não se rcelegendo para um segundo mandato, fazem jus a 50% (cincoenta pontos percentuais) do salário de um Deputado da ativa. d) A do trabalhador comum, que é obrigado a contribuir durante .35 anos de sua vida útil para finalmente se aposentar e verificar, após alguns anos, o estado de miserabilidade em que se encontra. Sem mencionar a pensionista, que recebe a irrisória quantia de 50% (cincoenta pontos percentuais) da aposentadoria do falecido marido. Isso é justiça social, Sr. Presidente? Notamos também, Sr. Presidente, que em nenhum momento de seu discurso V. Ex' mencionou que o governo deveria diminuir? seu gigantis~o, racionalizando a máquina adminlstrallva, demltmdo os funcionários supérfluos e os apadrinhados, fechando as empresas estatais deficitárias para quc, com essas e outras medidas corajosas, pudesse o governo ajudar a sociedade a se orga,?izar melh?~, a produzir mais, a combater a inflaçao, a perlDJ!lr novos investimentos para a criação de novos empregos, tão necessários para a nossa juventude. De que adianta reclamar contra ~ Congresso N~ cional Constituinte, no caso particular da PrevIdência Social, se sabemos que, a partir dos poderes públicos, existem milhares de e~pre~as que re,,?\hem a contribuição de seus funclonanos mas nao a repassam aos cofres de nosso Instituto? V. Ex' acha justo o lAPAS vir a público, através dc uma campanha veiculada pela televisão c que não sabemos quanto custou, para pedir aos faltosos que paguem seus débitos sem _mult~s e s~m corr~ ção monetária? Nesse caso, nao sena mais economico uma fiscalização mais rígida e o simples cumprimento da lei? . Acha justo V. Ex' que o Congresso NaCIOnal dê anistia aos clubes de futebol, no valor de hum bilhão de cruzados? Não seria correto V. Ex' exercer o poder de veto diante de um absurdo tão grande? O quc n6s, cidadãos brasileiros aposentados e pensionistas queremos, Sr. Presidente, é que se faça justiça. . Mais do que nunca, agora que tomamos conh,:clmento público do pensamento do Chefe da Naçao, teremos que, com sacrifícios redobrados, ~a~ter mos uma vigJ.1ia constante jnnto aos Constltumtes que votaram favoravelmente às conquistas reclamadas pelos aposcntados e pensionistas (419 votos a favor, 000 contra e 004 abstenções) para que ninguém, Sr. Presidente, tente derrubar o que a duras penas foi conquistado no primeiro turno de votação. Caso o que foi relatado não traduz a verdade dos fatos, gostaríamos que V. Ex' nos respondcsse corrigindo o quc de errado manifestamos, mas, se não houver resposta, admitiremos que "quem cala, consente". Sem mais para o momento, firmamo-nos, Atenciosamente. Associação dos Aposentados e Pcnsionistas de São José dos Campos - SP. - Onofre da Silva, Presidente - G. Constatmo, Sec.-Geral." A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT - RJ. Pronuncia o scguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados a ausência às votações finais da Constituinte é hoje ~ manobra daqueles que não querem que seja,? garantidas as eleições em dois turnos, nem querem aceitar as tímidas conquistas dos trabalhadores. Esta manobra vem se manifestando através das sucessivas faltas de alguns Constituintes e das freqüentes re.tira~as do plenário para que não haja o qnorum. TaiS alltudes não contribuem para o bom desempenho dos trabalhos constituintes, além de se chocarem com a vontade da população. _ .. Representantes de setores da populaçao brasIleIra têm manifestado seu protesto contra essas manobras. Trabalhadores do Rio Grande do Sul e representantes do Sindicato dos Urbanitários do Rio dc Janciro, entre outros estiveram no Congresso Constituinte e aqui expressa;am suas justas preocupaçõ.es. ~om as votações do 2' turno. Conscientes das pOSSibilidades de que as frágeis conquistas nos direi~os so.ci~is ven.ham a ser. suprimidas e de que algumas dlSposlçoes ant~dem.oc:rátlcas permaneçam. Esses trabalhadores estao Vigilantes quanto ao voto dos Constituintes e têm ~ fir,;,e propósito de denunciar nas própnas bases eleitoraiS ãqueles deputados e senadores que votarem contra os legítimos direitos da classe trabalhadora. Vale lembrar que n6s, do Partido dos Tra.balhador~s, temos certeza de que não seremos denunCIados, e. srrn listados entre os que votarão a favor das conqUIstas dos trabalhadores e do povo. Não bastassem as manobras para impedir a votação do 2' turno, os trabalhadores têm assistido ao empresariado e ao próprio Governo investindo contra a <;onstituinte como se ela fosse um clemcnto fora do conjunto de Pod~res dissociado da nec""idade nacional. Por outr~ lado, os trabalhadores estão vendo a grave crise em que está mergulhada a Nação. A inércia e a falta de credibilidade no Governo da "Nova" República estão resultando em instabilidadc e insegurança para todo o conjunto da sociedade. Eles sabem que o arrocho salarial sem precedentes e o congelamento da URP estão levando o povo ao desespero. Sabem que a política econômica adotada neste Pa~s é ~esas!r~sa e favorece aos especuladores, a uma mmona pnvIlegiada, em detrimento da maioria trabalhadora, produtor~ da riqueza da Nação. . E hora de o Governo assumir as suas responsabilidades e deixar de interferir nos trabalhos constituintes. Agosto de 1988 A tarefa dc um governo não é criar problemas para o povo, mas sim resolvê-los; principalmente se for um governo sério. O que o atual Governo tem que fazer é pôr um freio nos altos índices inflacionários, os quais estão sendo alimentados pelo pr6prio Governo Federal, através do constante incentivo à especulação financeira, com a continuidade do pagamento da dívida externa, com as corrupções e a elevação Jlbsurda dos preços das tarifas dos serviços públicos. E preciso que o Governo passe à adoção de novas políticas. E uma nova política significa; entre outras medidas: • adotar uma política salarial respaldada na escala m6vel dos salários, com reajustes de acordo com a inflação apurada no mês; • recuperar o poder aquisitivo do salário mínimo e do Piso Nacional de Salários, adotando para tanto os índices apurados pelo Dieese; • ter um rigoroso controle do déficit público, atacan- " do principalmente a onda especulativa que assola o País. Quanto a n6s, constituintes, dentro das nossas atribuições, cabe ter a coragem para não ceder a nen~uma pressão de empresários ou do Governo, dedicando vigoroso esforço para manter e avançar, entre outras, as seguintes bandeiras dos trabalhadores: - turno de seis horas ao pessoal de rodízio; - jornada de 40 horas semanais; - direito de greve para todos; - adicional de férias; - prescrição qüinqüenal dos direitos trabalhistas; - soberania nacional; -autonomia e liberdade sindical; -proibição de demissão imotivada; - aviso prévio proporcional; - licença-paternidade; - adicional de periculosidade, insalubridade e para os trabalhos penosos; - igualdade de direito entre trabalhadores rurais e urbanos; - reforma agrária; - suspensão do pagamento da dívida externa; - fim das intervenções das Forças Armadas na vida política do País. Com isto, estaremos contribuindo para que os trabalhadores tenham reconhecidos direitos incontestáveis, necessários para uma vida digna. Assim como demonstram determinação na defesa dos seus interesses os urbanitários do Rio de Janeiro e ôutras categorias combativas, é necessário que os Constituintes demonstrem sinceridade e firmeza na luta para que figurem no texto constitucional os avanços sociais tão propalados durante a campanha eleitoral de 1986. Dos Constituintes do PT, temos certeza, tudo que for possível será feito neste sentido. É preciso que muitos Constituintes deixem de ficar em cima do muro e passem para o lado dos trabalhadores. Para .que esta mudança seja alcançada é fundamental a continuidadc das pressões sobre os Constituintes que combativos trabalhadores estão exemplificando muito bem aqui no Congresso Constituinte. Era o que tinha a dizer. A SRA. IRMA PASSONI (PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados no dia 5 de maio fiz uma denúncia muito séria nesta Casa ~obre a ciranda do grão, a transferência de milhares de toneladas de grãos que passam de um armazém para outro, e ainda com duas conseqüências: priméira, aumento de preço; segunda, desvio do produto. No dia 9 de maio recebi uma carta do SI. Genésio de Barros, da CFP, cujo conteúdo registro neste momento. No dia 10 de maio recebi outra carta, desta vcz do Presidente da CFP, SI. Luiz Norberto Ratto, informando que estenderam a sindicância feita no Paraná a outras áreas, conforme carta que também deixo registrada hoje para ser publicada. Quinta-feira, 4 de agosto, O Estado de S. Paulo publicou sobre esta mesma questão matéria cuja publicação integral peço seja autorizada, SI. Presidente. A denúncia levantada por mim é de extrema gravidade, considero-a assunto que merece toda a atenção. " Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) CORRESPONDÊNCIAS E ARTIGO A QUE SE REFERE A ORADORA: Brasília,9 de maio de 1988 Estimada Deputada Irma Passoni, Tomando conhecimento da denúncia formulada por V. Ex' da tribuna da Câmara dos Deputados, no "dia 5 do corrente, de irregularidades que estariam ocorrendo na condução das operações da CFP, venho, na qualidade de principal atingido, por ser o responsável pelo setor operacional da empresa, e em respeito à sua bem intcncionada atividade parlamentar, tcntar lhe prestar esclarecimentos. Digo tentar, nobre Deputada, porque as acusações de que V. Ex' foi porta-voz são difíceis de serem respondidas, uma vez que não identificam fatos, citam empresa inexistente, e aludem a uma "máfia" da qual ninguém jamais ouviu falar, e à qual pertenceriam, pelo que se pode deduzir das denúncias, além dos diretores e funcionários inominados da CFP, O próprio Ministro Iris Resende Machado, pessoa de ilibada reputação, que sempre se preocupou em marcar sua passagem pela vida pública pela transparência de seus atos. Lamento, estimada Parlamentar, que a nossa sadia convivência durante anos no Congresso Nacional, marcada acima de tudo pelo respeito mútuo, não lhe tenha proporcionado conhecer-me melhor, para saber que a minha formação de caráter não me permite compactuar com négócios inconfessáveis, com ganhos espúrios, com privilégios prejudiciais aos interesses públicos. Louvo os seus elevados propósitos de combater e denunciar fatos delituosos da vida nacional, e entendo que os momentos tensos em que vivemos, com acusações de toda ordem, fundadas ou infundadas, convivendo com crises em todos os sétores, exaccrbam os ânimos e geram clima propício a se cometer involuntárias injustiças, dando-se curso a outras acusações, muitas vezes formuladas maldosa e injuriosamente por pessoas que tiveram interesses contrariados, e sem que se tenha o cuidado dc averiguar previamente a sua proccdência. Sei que uma pessoa como V. Ex', que elegeu como opção de vida a nobilíssima profissão de educadora, a qual se alicerça em inarredável compromisso com a verdade, se comete injustiças, denunciando irregularidades inexistentes, o faz por equívoco, c não intencionalmente, condicionada que está pelo clima mencionado. Desta forma, convido-a a conhecer melhor as atividades da CFP, oS gigantescos desafios que são impostos à sua diretoria para executar satisfatoriamente a Política de Garantia de Preços Mínimos, os ingentes esforços que a mesma diretoria desenvolve para impedir irregularidades e frustrar tentativas de pessoas menos escrupulosas de obter vantagens ilícitas em negócios com a empresa, acercando-se de cuidados, promovendo inquéritos, realizando auditorias e coibindo fraudes. Scria ingenuidade pretender que esta, como qualquer outra empresa no mundo, esteja imune a desvios de conduta por parte de um ou outro funcionário, a algum tipo de prejuízo causado por pessoas com quem mantém relações. Dispondo de reduzir quadro de funcionários para administrar e controlar os volumes de recursos e de produtos que nos últimos anos têm atingido proporções várias vezes superiores aos dos anos anteriores, as anomalias detectadas têm sido muito inferiores ao que era de se esperar, não obstante os grandes interesses que envolvem tais volumes de operações. Não existe a empresa Armazéns Gerais Abraão, citada em suas denúncias. Suponho que as pessoas que a procuraram tenham feito alusão à família Abraão, do Estado de Goiás, da qual vários membros se dedicam ao ramo de armazenagem, há vários anos, através de grandes empresas, concorrentes, entre si. Estando correta a minha suposição, a denúncia chega a ser paradoxal, por"ser contemporânea de acusações de que tenho sido vítima, de estar prejudicando as referidas empresas, em conseqüência do rigor e dos cuidados por mim observados no trato com as mesmas. Quanto à comercialização de produtos agrícolas por parte da CFP, as aquisições são feitas pelos agentes financeiros com base em normas previamente estabelecidas conjuntamente pelos Ministérios da Fazenda e Agricultura, e as vendas dos produtos adquiridos são 2721 feitas através de bolsas de mercadorias ou sob as modalidades de vendas públicas ou licitações, sem discriminar ou privilegiar quaisquer pessoas. Vendas diretas só são realizadas a" entidades públicas, com vistas ao atendimento de programas de abastecimento ou de atendimento a populações carentes. A empresa não tem poderes para impor multas indiscriminadamente, mas somente as previstas em contratos ou editais de vendas, que visam coibir abusos ou falta de cumprimento, por parte dos compradores, das condições impostas para as vendas. Um abraço do - Genésio de Barros. CT. PRESI N' 143 Brasília, 10 de maio de 1988. Exm'Sr' Irma Passoni DD Deputada Federal Câmara dos Deputados Nesta Senhora Deputada, Em atenção ao pronunciamento de V. Ex', feito nessa Câmara dos Deputados, em 5-5-88, em que se refere "à ciranda do grão e do frete que se dá no Estado de Goiás", que em seu bojo traz acusações à atuação desta Companhia, permitimo-nos trazer ao conhecimento de V. Ex' que csta Presidência, tendo presente relat6rio de Comissão de Sindicância anteriormente constituída por determinação do Exm' SI. Ministro da Agricultura, - restrito, porém, às movimentações ocorridas no Estado do Paraná, - resolveu aprofundar as investigações, cobrindo outras áreas de atividades desta CFP, através de Comissão Especial, na forma da Portaria CFPIPRESI, de 4-2-88, que segue,em anexo. 2. Outrossim, queremos registrar, dando conhecimento a V. Ex', que, de ordem daquela autoridade, cometemos a essa Comissão Especial a incumbência de apurar, com prioridade, as denúncias contidas no pronunciamento de V. Ex', nos termos da Portaria PRESI n' 091 de 10-5-88, também anexa à presente. 3. No objetivo primordial da apuração dos fatos, aproveitamos para solicitar a V. Ex' a oportunidade ·de receber, em data e horário que pcdimos para marcar, os membros da aludida Comissão, quando, ao ouvirem V. Ex', esperamos sejam facilitados seus trabalhos e a apuração se dê com maior celeridade. Aproveitamos a oportunidade para apresentar a V. Ex' protestos de estima e consideração. - Luiz Norberto Ratto, Presidente. PORTARIA CFP/PRESI O Presidente da Companhia de Financiamento da Produção - CFP, no uso de suas atribuições, considerando os termos do Relatório da Comissão de Sindicância criada pela Portaria CFP/PRESI n' 153, de 23-9-87, para apurar denúncia sobre a ocorrência de fretes desnecessários desta Companhia, que lhe foi encaminhado em 28-12-87, e, em atendimento à recomendação do Exm' Sr. Ministro da Agricultura visando a ampliar a abrangência de procedimentos irregulares a apurar na execução da PGPM, não s6 na área de transportes como também de armazenamento e de comercialização inclusive através das Bolsas de Mercadorias estendendo-se os trabalhos aos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo e Pará, resolve: 1. Constituir Comissão Especial, a nível nacional, para, em.prosseguimento, aprofundar as investigações e definir responsabilidades, constituída por um representante do Ministério da Agricultura, um da CONTRQL/CFP, um da PROJU/CFP e um da CODEAI CFP. 2. A Comissão Especial, a nível estadual, contará com a participação de um subgrupo composto pelo Agente Regional da CFP, por um representante da Se"cretaria da Agricultura e por um representante da Delegacia Federal da Agricultura, a serem designados pelos Secretários de Estado dos Negócios da Agricultura e pelo Ministro da Agricultura. 2722 Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 3. Por ato complementar desta Presidência serão nomeados os participantes da Comissão e dos Subgrupos ora criados. Brasília, 4 de fevereiro de 1988. - Luiz Norberto Ratto, Presidente. PORTARIA PRESI N' 091 O Presidente da Companhia de Financiamento da Produção, no uso de suas atribuições, resolve: Cometer à Comissão Especial instituída pela Portaria CFP/PRESI, de 4-2-88, em caráter de prioridade, a apuração da denúncia formulada pela Exm' Sr' Irma Passoni, Deputada Federal, em pronunciamento feito na Câmara dos Deputados, em 5-5-88. Brasília, 10 de maio de 1988. - Luiz Norberto Ratto, Presidente. tendente de Movimentação de Estoques, Nélson Terrível - também de Goiás - mesmo assim dando-lhe em troca o cargo de coordenador das agências da empresa nos Estados. Descobrir o tamanho do rombo das contas da CFP será a missão mais difícil da nova comissão de sindicância. O volume de recursos envolvidos na aquisição de produtos agrícolas, no pagamento de armazenagem e na contratação de fretes desde 1985 é tão grande que vai exigir a instalação de uma auditoria contábil a nível nacional. S6 no ano passado foram gastos no programa de AGF (Aquisições do Governo Federal) cerca de Cz$ 50 bilhões, além de Cz$ 12,2 bilhões em despesas adicionais. S6 o Banco do Brasil, que teoricamente tem a obrigação de fiscalizar a integridade dos estoques governamentais, levou de comissão Cz$ 1,4 bilhão. Políticos e corrupção SAFRA "PASSEIA" E SOME NOS ARMAZÉNS Jorge Rosa Há milhares de anos, os matemáticos garantem que a mcnor distância entre dois pontos é uma linha reta. Claro quc quando se fala de cstradas de rodagem, não se pode usar "linha reta" no sentido matemático do termo. Mas quando quem fala é a Diretoria de Operações da Companhia de Financiamento da Produção (CFP), além de não existir termo matemático, a "linha reta" entre duas cidades costuma ter milhares de quilômetros a mais do que mostram os mapas tradicionais. Literalmente, toneladas da safra agrícola brasileira (principalmetlte arroz e milho) costumam "passcar" pelo País, indo a locais que nada têm a ver com o destino real. Razão: os altíssimos fretes pagos às transportadoras compensam os passeios. Mas se não bastasse os milhões de cruzados gastos com os passeios, ninguém consegue explicar também o sumiço de (segundo cálculos mais recentes) pelos menos 1,5 milhão de toneladas nas últimas safras (10% da produção). O Banco do Brasil que recebe milhões de cruzados para fiscalizar os estoques não fiscaliza. Uma das principais causas desta situação está na ingerência de políticos na CFP. A Diretoria de Operações, responsável pelo tortuoso sistema de transportes, está em poder de políticos ligados ao governador de Goiás, Henrique Santillo. NINGUÉM EXPLICA O SUMIÇO DA PRODUÇÃO Brasília - Das 10.8 milhões de toneladas de milho e 4,4 milhões de toneladas de arroz compradas pelo governo nas safras 1985/86 e 1986/87 calcula-se que, no mínimo, 1,5 milhão de toneladas (ou 1,5 bilhão de quilos, ou o equivalente a 300 milhões de sacos de arroz de cinco quilos) desapareceram inexplicavelmente de armazéns credenciados pela Companhia de Financiamento da Produção (CFP), segundo estimativas feitas por técnicos do próprio governo. Ninguém sabe o número total das perdas e é isso que uma nova comissão de sindicância está tentando descobrir, além do paradeiro de 54 processos para contratação de empresas de transportes, feitos pela agência da CFP, em Curitiba. Tudo leva a crer que eles sumiram em meio a toneladas de arroz c milho e que vinham sendo desviadas dos armazéns. Se as 1.500 mil toneladas de arroz e milho que se perderam dos estoques governamentais, por desvio, quebra ou troca de qualidade, fossem exportadas proporcionariam uma receita ao País de US$ 210 milhões, o que em cruzados significaria Cz$ 51,9 bilhões (ao câmbio de Cz$ 247,77). O presidente da CFP, Luiz Norberto Ratto, que assumiu o cargo em dezembro do ano passado, procurou desmobilizar o esquema de contratação de fretes que era feito através da Fepasa e está tentando implantar um novo regulamento tomando obrigat6ria a licitação pública apesar das resistências do diretor de Operações, Genésio de Barros, que segundo o pr6prio Ratto não pode ser afastado do cargo por ser homem indicado por políticos de Goiás. Ratto demite terrível O máximo que Ratto conseguiu até agora foi demitir o principal auxiliar de Genésio de Barros, o superin- O primeiro presidente da CFP no governo Sarney, Ignácio Mammana, foi afastado do cargo logo ap6s a votação do mandato do presidente na Constituinte, em novembro do ano passado. Sua saída foi controvertida na medida em que envolveu aspectos políticos e administrativos. Seu~ amigos dizem que Mammana foi vítima de retaliação por ser ligado ao senador José Richa, que havia votado a favor de quatro anos de mandato para Sarney, enquanto os inimigos, como o secretário de Agricultura do Paraná, Osmar Dias - irmão do governador Ãlvaro Dias -acusavam-no de responsável pela corrupção na CFP. Ignácio Mammana se defende e diz que não deixou sem apurar todas as denúncias que chegavam ao seu conhecimento. Foi na sua gestão que foi criada a primeira comissão de sindicância para apurar irregularidades na contratação de empresas de transporte. Entre amigos, costuma contar que logo no início da sua gestão foi obrigado a cancelar uma concorrência para a movimentação de 700 mil toneladas de milho porque descobriu que as empresas concorrentes tinham feito na véspera um acerto prévio no bar do Hotel Erou, em Brasília. Logo depois foi procurado por um emissário das transportadoras com uma proposta para manter a concorrência. Mammana não revela o valor da proposta, mas também não nega que ela tenha existido. QUEM TENTOU IMPEDIR O ESQUEMA VIROU "IDIOTA" Brasília- O ex-diretor do Departamento de Análises Econômicas e Planejamento da CFP e atual professor do Departamento de Economia da USP, Guilherme Dias. garante que na administração do presidente Ignácio Mammana tentou impedir a contratação de fretes sem licitação, através da Fepasa, mas teve que recuar quando recebeu um recado da baucada paulista do PMDB dizendo que tinha um idiota paulista numa diretoria da CFP que "não entendia o espírito da coisa". Sua proposta era fazer a comercialização posto armazém de forma que quem estivesse interessado que fosse lá buscar arcando com as despesas de transporte. Guilherme Dias não coucorda com o esquema de transporte de arroz e milho dos estoques oficiais através da Fepasa e acha que o atual presidente, Luiz Norberto Ratto, agiu certo ao voltar com as licitações, embora não considere este sistema o mais correto. Na verdade, diz Guilherme Dias, o transporte via Fepasa inclui 30 quilômetros de ferrovia, 600 quilômetros de camiuhlio "e cobram o olho da cara". A Fepasa levava o produto de um lugar para o outro em trechos que nada tinham que ver com ferrovia. Cargos Loteados No governo Sarney, a Companhia de Financiamento da Produção (CFP) perdeu suas características estritamente técnicas para se tornar um órgão voltado para os iuteresses políticos regionais. A presidência da empresa não tem poderes sobre os demais diretores, porque cada um responde a um padrinho político e, coincidentemente, a Diretoria de Operações, considerada a mais importante porque movimenta os recursos da Polí- . tica de Preços Mínimos, está sempre em poder dos políticos de Goiás. No início do governo, o cargo era ocupado por Derval Paiva, ligado ao Senador Mauro Borges (PMDB - GO), mas como Borges.perdeu as eleições para governador do Estado, em 1986, Derval foi substituído pelo ex-Deputado Estadual Genésio de Barros, por indicação do Governador eleito Henrique Santillo. O atual Governador do Rio Grande do Sul, Pedro Simon, quando Ministro da Agricultura tentou levar para seu Estado o controle de Diretoria de Operações depois de ter tentado colocar na presidência da CFP o empresário Marconni Isolan. Seus esforços foram infrutíferos porque as cartas já estavam marcadas. A presidência era indicação do Senador José Richa, exPMDB-PR e atual membro do novo PSDB; e a Diretoria de Operações dos políticos goianos. O rompimento do Presidente Sarney com o Senador José Richa tirou Mammana do cargo e para seu lugar foi indicado o ex-inspetor do Banco do Brasil, Luiz Norberto Ratto. O poder de indicar o presidente da CFP saiu das mãos do Senado.r José Richa e foi para as do Governador do Paraná, Alvaro Dias, quc sempre apoiou os cinco anos de mandato para o Presidente Sarney. VAI VÉM DOS CAMINHÕES Brasília - A falta de planejamento para movimentação dos estoques governamentais está proporcionando as condições ideais para o chamado "passeio" de produtos agrícolas, especialmente milho. na carroceria de caminhões, beneficiando empresas transportadoras com fretes milionários. A CFP, por exemplo, comprou 13 toneladas de milho em Itaporã de Goiás, quase no extremo nortc do Estado, viajou 1.040 quilômetros até os armazéns de Goiânia, no Sul. Em seguida, as 13 toneladas voltaram os mesmos 1.040 quilômetros, passaram por Itaporã de Goiás e daí viajaram mais 985 quilômetros até Belém, acompanhadas de uma carga de 3.228 toneladas. "Passeio" idêntico fez o milho comprado em Paraíso do Norte de Goiás, Ceres, Jaraguá e Petrolina de Goiás. O mesmo "passeio" ocorre no Sul do Estado, embora as distâncias percorridas pelos caminhões sejam menores. De Itumbiara, quase na divisa com Minas Gerais, saíram 30 mil toneladas para Uberlândia, além de 1.620 toneladas que subiram para Goiânia, que não é centro consumidor. Este milho poderia ter ido também para Uberlândia, mas a CFP preferiu ir buscá-lo em Jataí, que despachou um carregamento de 12 mil toneladas. O milho que estava em Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Acreúna e Bom Jesus de Goiás foi deslocado para Maringá; de Quirin6polis foi milho para Bom Jesus de Goiás, quando poderia ter ido direto para Maringá; Piranhas mandou milho para Acreúna, que mandou milho para Goiânia, só que Piranhas já tinha enviado milho também para Goiânia. RELATÕRIO AO MINISTRO CONFIRMA A ILEGALIDADE Brasília - Relat6rio reservado - obtido com exclusividade pela Agência Estado - encaminhado ao ministro da Agricultura, Íris Rezende, pela Comissão de Sindicância instaurada no final do ano passado para apurar irregularidades no setor de transportes c armazenagem, revela que "houve um flagrante desrespeito à lei" na contratação da Fepasa pela CFP para transporte da produção agrícola do Estado do Mato Grosso. Denuncia, também, "a subcontratação praticada em valores inferiores em até 50% do que a União pagou àquela empresa paulista" e pede para se apurar "a responsabilidade de tais contratações indevidas", com a instalação de uma nova comissão. A comissão defende a necessidade do estabelecimento de normas mais severas para a contratação de fretes. Não se pode permitir que meros escrit6rios despachantes se habilitem em detrimento de empresas s6lidas, com tradição e frota pr6pria. Deve-se responsabilizar a que~ dispensou a exigência dos percentuais mínimos de frota própria, que as normas dispunham. A Comissão pede a abertura de inquérito para apuração de várias irregularidades e considera estranho, injustificado e alarmante o fato de que a indústria vinculada ao setor de milho (insumos, avicultura e suinocultura), ao invés de adquirir o produto paralelamente ao governo ou adquirir do governo, prefcre oferccer seus armazéns para receber transporte gratuito e aluguel pela armazenagem. O "passeio" da safra, especialmen-_ te de arroz e milho, foi observado pela comissão em DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1988 Mato Grosso. O produto sai do estado após a colheita para depois retornar. O milho sumiu Os membros da comissão querem saber onde foram parar 2,5 milhões de toneladas de milho do Estado do Paraná. Eles afirmam que "é duvidosa, por maior aritmética que tenha adotado a comissão, a existência da anunciada safra de 7,6 milhões de toneladas de milho. O estado consome quatro milhões de toneladas, a CFP removeu em torno de um milhão de toneladas e teve de sustar um programa de atendimento estratégico ao Nordcste para que não faltasse milho para o autoconsumo do Paraná. Pergunta-se, então, qual o destino dos quase 2,5 milhões de toneladas restantes?" O relatório da comissão destaca que "no Paraná observa-se uma absoluta falta de programação prévia para estabelecer os trechos e as disponibilidades ferroviárias. Faz-se necessária uma interação absoluta entre a Rede Ferroviária Federal e CFP. Transportes ferroviários foram realizados por rodovia e vice-versa. A comissão considera que a direção da CFP não tinha amparo legal para delegar às cooperativas competência para contratar fretes com recursos públicos. O relatório observa que "estas entidades, sendo da iniciativa privada, não necessitam submeter-se a regras oficiais de licitação, mas o que não está correto é a Cooperativa obter autorização para contratação por um preço e subcontratar por outro bem abaixo. a O BB RECEBE, MAS NÃO FISCALIZA Brasília - Cabe ao Banco do Brasil parte da responsabilidade pelo desaparecimento de toneladas de milho e arroz dos estoques governamentais. O banco recebe da Companhia de Financiamento da Produção (CFP) uma comissão de 2% sobre o valor das Aquisições do Governo Federal (AGF) para fazer a fiscalização em 3.800 pontos de estocagem mantidos pela CFP. No ano passado, o total das comissões pagas chegou a Cz$ 364 milhões. Os técnicos da CFP perguntam como podem desaparecer oito mil toneladas do Armazéns Gerais Badotti, em Cascavel, no Paraná, sem que os fiscais do Banco do Brasil tenham visto, quando se sabe que o banco tem agência na cidade. O fato foi descoberto, por acaso, pejo pessoal da empresa estadual de classificação, que não encontrou produto para classificar quando chegou ao armazém. Grande perda Alguns técnicos governamentais consideram a situação tão grave que temem elaborar programas de abastecimento com base nos dados de estocagem da CFP. Recomendam ao governo um amplo levantamento. dos estoques atuais, porque talvez não se tenha tudo que se pensa ter. Os mais pessimistas calculam que as perdas devem chegar a mais de 1,5 milhão de toneladas, entre milho e arroz, se for considerada a quebra de qualidade. A CFP diz possuir ainda em estoque 3.757 mil toneladas de arroz, sendo que 666 mil da safra 1987/88; 1.984 mil da safra 1986/87; 1.022 mil toneladas da safra 1985/86; 81 mil da safra 1984/85 e 4 mil toneladas de safras anteriores. Este volume deve' aumentar porque as compras do produto da atual safia (1987/88) ainda não terminaram. Do volume total estocado, 1.310 mil toneladas estão em Goiás. Quanto ao milho, os estoques ainda disponíveis chegam a quase 2.3 milhões de toneladas, sendo que deste total 47% estão em Goiás, enquanto os estoques no Paraná correspondem a apenas 15%, apesar de aquele estado ser o maior consumidor. O SR. PAES LANDIM (PFL - PI. Pronuncia o scguinte discurso.) -Sr. Presidente, S" e Srs. Deputados, o Sr..Ministro da Irrigação visitou na semana passada, no d13 4, o Projeto Gurguéia, no Piauí. Uma pena que somente duas horas ocuparam a presença do Sr. Vicente Fialho naquela região. A viagem do Sr. Ministro foi, portanto, um vol d'oiseau. Uma lástima que ele não visitasse Bom Jesus reunisse os líderes e Prefeitos da região, do belíssim~ . vale do Gurguéia, a fim de sentir de perto as dificuldades de um povo pobre numa região de riquíssimo potencial. Bom Jesus, por exemplo, não tem sequer eletrificação rural nas margens do vale, que poderia ser a alavanca do progresso do Piauí e do Nordeste. Celso Furtado, repito novamente aqui há mais de 30 anos já chamava a atenção para o potencial do vale do Gurguéia, que não tem sequer poços artesianos para compensar a falta de irrigação. SI. Prcsidcnte, tenho sido aqui um ardoroso defensor das políticas de irrigação desenvolvida pelo Ministro Fialho, que tem feito um extraordinário trabalho no delta do rio Parnaíba e em todo Nordeste. É o grande Ministro do Governo do eminente Presidente José Sarney. Mas não me conformo com a ausência de uma política definida para o vale do Gurguéia uma das mais férteis regiões do Nordeste, que exige uma ação conjunta a nível de irrigação, eletrificação rural, educação rural, uma política agrícola, enfim que resgate o paradoxo de terra dadivosa e fecunda com a esterilidade do homem inerte, sem condições de operar a riqueza ali subjacente. No plano da educação para a agricultura, o Ministério da Irrigação tem cometido erros até por falta de mais ação conjunta com o MEC, a Embrapa etc. Bom Jesus, no vale do Gurguéia, São João do Piauí, no semi-árido piauiense, é o maior lençol freátrico do Estado. Nos vales do Piauí e Canindé, e Luzilândia, no delta do Parnaíba, há escolas agrícolas objetivando aparelhar o homem do campo para a realização existencial, através do amnho da tcrra. Os três Municípios citados são pólos decisivos de uma política realista de aproveitamento dos vales dos rios correspondentes. O Ministério da Irrigação tem ajudado outras escolas agrotécnicas, contudo. Prccisamos de uma vontade política para enfrentar com objetividade o problema e o paradoxo do vale do Gurguéia. O Projeto Gurguéia, burocratizado, em Eliseu Martins, por si não é a instância única de solução. Faço daqui um apelo ao Sr. Ministro da Irrigação para que visite e conheça o vale do Gurguéia , a partir de Bom Jesus, convocando as lideranças da região e definindo uma política para o aproveitamento do seu extraordinário e ilimitado potencial, associando irrigação com eletrificação e educação rural, que provocarão a vinda de capital e tccnologia, ocasionando verdadeiro impacto na região. Ao ensejo da convenção dn PFL em Bom Jesus, no dia 5 do corrente, que lançou as candidaturas de José Elvas Lustosa (Elvinha) e José Coelho Rosal, a Prefeito e Vice-Prefeito, respectivamente tive oportunidade de observar o sentimento de frustração das' lideranças políticas daquele Município, que acabo de aqui registrar, pela não ida do Ministro Vicente Fialho ao núcleo fundamentaI do vale do Gurguéia. O SR. JORGE ARBAGE (PDS - PA. Pronuncia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, quandop se coloca ma mesa do debate o problema da abertura democrática não faltam defensores que insitem em atribuirlhe a paternidade da Nova República. Em assim sendo, impõe-se a cada brasileiro o dever de restaurar o a verdade histórica, afim de que o esforço de um punhado de bravos, aquem se reconhece o mérito dcssa conquista cívica, não seja pelos vilões transfigurados em bons mocinhos. O processo de distensão política teve início no final do governo Geisel. A Emenda Constitcional n" 11, de 15 de outubro de 1978, entre outras medidas que ampliavam os horizontes democráticos, com vistas da trasição aboliu o bi-partidarismo e o instituto da infidelidade parrtidária pa,ra permitir a filiação de Senadores, Deputados FederaIS, Deputados Estadual c Veradores a partido já constituído e revogou os atos institucionais Federal, ressalvados os efeitos dos atos praticados com base neles, excluindo-os apreciação judicial. O ciclo revlucionário de 1964, tal como. preconizado p~r seus líderes maiores, dispunha a regatar o compromisso de buscar o reencontro com a vocação democrática dopovo brasileiro. Desse modo, Geisel transferiua João Figueiredo o comando supremo da República, com ele o bastão de transição política, que sutentou e conduziu para rumos certos e seguros. Na Mensagem n' 103, de 1979, encaminhada ao Congresso Nacional, O Presidente João Figueiredo deixou evidenciado o espírito obsessivo de apressar o fim do autoritarismo e implantar um regime de plenitude de- Quarta-feira 10 2723 mocrática. Citarei alguns fragmentos do precioso documento: "Com a promulgação da Emenda Constitucional n' 11, eccrrou-se o período do bipartidarismo nascido de acontecimentos histórico - a Revolução em face da qual se criaram os dois Partidos: o que se formou para lhe apoiar o ideário em que apoiaria os programas de sucessivos governos e o que sf constitui em Oposição. Com/passar dos anos, correntes de procedência diversas e convicções políticas até conflitantes confluíram para a única legenda, que é o instrumento da expressão e luta .oposicionistas, merecendo esta não raro, o congnome de Federação de Oposições, tão grande a diferenciação, senão o antagonismop entre os que a integram, em concepções ideológicas oub doutrinárias, isto é, no que é fundamental ao militante político. No seio do próprio Partido do Governo, apesar de menor grau, ocorreram discordâncias fundadas não apenas nos interesses legítimos ante o poder, mas em concepções sobre o destino da sociedade, do Estado, e a posição deste perante o homem, vale dizer, por motivos também doutrinários. Nesta face de distensão, quando tantos brasileiros readiquiriram os direitos políticos, é necessário que se proporcionem condições mais favoráveis de militância, abrindo-se a estrutura partidária e modelando-a em bases estáveis, para que sem barreiras artificialmente construidas, todos possam tomar os caminhos que lhe pareçam mais úteis à luta democrática pelo poder e em favor do desenvolvimento nacional. A Mensagem Presidencial finaliza com as seguintes sugestões, contidas em projeto de lei: "Precôniza-se seja revogada a proibiçã~' de c~liga ção para a disputa dos votos majoritários, excetuando-se os mandatos pelo voto proporcional, a qual após o pleito, será o meio de aferir a expressão eleitoral de cada partido I Revoga-se, ainda a lei de sublegenda que perdeu seu objetivo no contexto multipartidário, circunscrevendo-se o instituto ao Município, onde condições locais impõe a disputa pela identificação com os estatutos e programas. _E não é j~s~o qu~ adversários se unam em coliga- çao e correh~lOnáI!0s n~o se possam somar, igual~ente para fins eleitorais no exclusivo plano municlpal, o que cm nada colide com o conceito a integridade c a unidade do partido. ' Disciplina-se o problcmafinanceiro dos partidos atribuíido-lhes maiores recursos, , O Projeto regulamenta, em suma, a Emenda Constitucional n' 11, no que concernc aos Partidos Políti~os. !'ropõe J.l0vos medidas para a fundação, Ol:g~mzaç.ao e funCIOnamento das instituições partidanas a fim de que, dentro da problemática brasileira de hoje, possam ajudar o futuro que será mais democrático se ao esforço construtivo do Governo corresponder a crítica oportuna e esclarecida da Oposição. Os caminhos são diversos e até opostos, I!las a obra é comum. O Projeto foi transformado na Lei n' 6.767, de 20 de dezembro de 1979. Com ela fluiu o sistema pluripartidário, e graças ao liberalismo facultado na Emenda n' 11 (art. 152 § 2', incisos I e 11), o País após uma década e meia de regime autoritário havia de respirar o oxigênio da liberdade na prática alternativa do Poder. O triunfo das Oposições refletiu-se nas eleições gerais de 1982. A fusão dos partidos MDB e PP na sigla PMDB, fruto da inteligência política do então Senador Tancredo Neves, produziu a vitória de dez governadores, além de muitas unidades administrativas e expressiva representação nas Casas Legislativas de todo o País. Não faltaram especulações questionando a posse dos eleitos. O Presidcnte João Fugueiredo fortaleceu O compromisso de prosseguir o ritmo da transição, com o que desfez o agouro das cassandras, que anunciavam o propósito dã'eternização revolucionária, na posse do Palácio do Planalto. Vale esclarecer o episódio ocorrido com o projeto de anistia do Governo aos brasileiros de 'variados mati- 2724 Quarta-feira 10 zes ideológicos, punidos pela Revolução. A Mensagem encaminhada ao Congresso Nacional tinha essência liberal, no sentido absoluto de perdoar indistintamente os beneficiários da anistia. Instado a respeito, o Presidente não tergiversou: "lugar de brasileiros é no Bra- sil". Este, contudo, não era o pensamento das principais lideranças antigovernistas. Na proposta que redigiram e submeteram à Comissão Mista do Congresso Nacional estavam formalizadas algumas restrições quanto à devolução dos direitos políticos aos que os tiveram cassados pelo Ato Institucional n' 5, de dezembro de 1968. Recordo o diãlogo que mantive com o Presidente, na qualidade de Vice-Líder, ocasião em que expus a pretensão do PMDB, nitidamente colidente com a do Governo. De tal sorte era a obsessão pela concessão da anistia ampla e irrestrita, que o Presidente não resistiu à emoção c desabafou: "Você já imaginou pessoa da sua família no exílio por motivo político? Tive na pele o caso do meu pai!" A revelação de uma conversa a dois, agora trazida a lume, tem sentido único de tornar a verdade cristalizada no livro que será legado pelo historiador às gerações do porvir. Elas precisam gravar nas consciências ainda ressentidas de conhecimentos mais profundos a respeito do que era este País nos momentos sombrios que precediam o movimento revolucionário de 31 de março de 1964 e no que ele foi transformado sob a égide de governos austeros que impulsionaram o seu desenvolvimento, colocando·o entre as oito principais rotências econômicas do mundo conteporáneo. Impõe-se agora memorizar a estratégia retirada dos parlamentares oposicionistas, que abandonaram o Plenário, sob apupos das galerias, para não votarem favoravelmente ao Projeto de anistia do Governo aos cassados, com a perda dos mandatos e a suspensão dos direitos políticos por dez anos, assim como aos demais cida· dãos punidos pela Revolução. A tarefa foi cumprida, corajosamente, pelos Deputados e Sendores do PDS que, tanto quanto pensava o Presidente João Figueiredo, recusaram admitir discriminações que excluiriam, entre muitos outros, exilados como Brizolla, Arraes e Prestes. A Nova República foi, isto sim, protegida, na sua campanha em favor das "diretas·já" para Presidente e Vice-Presidente da República, pelos eflúvios da liberdade imperante em todo o País. O processo de abertura democrática tinha a chancela de Figueiredo para garantir e assegurar o itinerário da transição e consolidar o estado de direito. Ao Presidente José Sarney, cabe fazer justiça pelo sistemático propósito de sustentar as rédeas do nosso futuro como povo vocacionado para o exercício da prática democrática. Não tem sido fácil, diante da gravidade sócio-econômica que nos atinge. Registre·se, por oportuno, que neste particular, o astral do Presidente Sarney permanece cada vez mais elevado no conceito da opinião pública. Muitas turbulências provocaram abalos no Governo, sem que o Presidentc perdesse o fair·play peculiar ao político experiente, mas também resignado e paciente no enfrentar a borrasca dos acontecimentos. O ideário de março de 1964 ainda não tem inscrição definitiva nas páginas da história brasileira. Sobre ele existem fragmentos esparsos, alguns isentos, outros marcados de paixões e controvérsias. A verdade, porém, há de revelar entre o misto de erros e acertos praticados nos mais de vinte anos de regime autoritário, sob o domínio de govcrnos militares, que houve um saldo positivo, consagrado em dois pontos fundamentais: a política do desenvolvimento integrado e o reencontro com os postulados democráticos. Ambos nascidos com as origens daquele memorável espetáculo cívico que foi a "marcha da família, com Deus, pela liberdade". Era o que tinha a dizer. o SR. GILSON MACHADO (PFL - PE. Pronuncia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, dados preocupantes foram divulgados pelo IBGE com relação ao nível de emprego e desempenho industrial em Pernambuco. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) No que tange aos números da população efetivamente ocupada. constatou-se que a região metropolitana do Recife foi a que apresentou o maior índice de desemprego com relação a outras capitais do País, atingindo redução de 5,06%. Recife, mais urna vez, ficou à frente das regiões metropolitanas de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, em número de desempregados. Note-se que nessas regiões analisadas, entre os meses de abril e maio, constatou-se a criação de aproximadamente 110 mil postos de trabalho no setor de serviços, o que ressalta o fraco desempenho do setor primário da economia, já que, mesmo com a criação desses novos postos. os índices de desemprego se elevaram. Já no que rcspcita ao desempenho industrial, Pernambuco apresentou uma queda de 21 %! De acordo com os dados do IBGE, tal índice mostra a estabilização do ritmo de' queda da produção industrial como conseqüência da redução que vinha sendo verificada nos últimos três meses no complexo álcool-açucareiro. Dados comparativos, em que se apurou o desempenho do setor primário entre os meses de janeiro a maio de 1988 e igual período de 1987, demonstraram resultados negativos para a região Nordeste, para a região Sul, para São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, sendo única exceção Minas Gerais, com um desempenho positivo de cerca de 3,0%, principalmente devido ao comportamento das exportações. Entretanto, enquanto São Paulo apresentou redução de 6,9% e a Bahia de 1,4%, em Pernambuco os dados colhidos indicaram uma redução de 21,1 %, o que nos deixa extremamente preocupados. E não sem razão, já que uma redução de tal monta terá conseqüências gravíssimas sobrc a economia local, principalmente porque a retomada do crescimento, estando esse desempenho em níveis tão baixos, demandará considerável esforço da iniciativa privada e da autoridade governamental, além de ser tarefa que não se completa em poucos meses. O resultado é que Pernambuco poderá ter sua economia gravemente compromc!ida por um longo período de tempo. E sabido que o setor de serviços c o comércio são mais ágeis que a indústria, na tarefa de clcvação da oferta de emprego. Sabe-se, também, que a chamada "economia invisível" é responsável pelo acolhimento de milhões e milhões de trabalhadores nas mais diversas atividades. Da mesma forma, as pequenas e médias empresas são ágeis e possuem grande capacidade de absorção de mão-de-obra. Ocorre, todavia, que esses segmentos da economia têm seu desempenho intima- mente ligado ao desempenho global do setor industrial e do setor agrícola, exatamente aqueles onde não adian· ta raciocinarmos em termos de pequenos números. Somente se pode atingir desenvolvimento satisfatório dos pequenos se os grandes empreendimentos estiverem sendo administrados com liberdade de iniciativa, com apoio creditício indispensável, com boa capacidade de comercialização, o que pressupõe patamares razoáveis de remuneração da força de trabalho geral. Então;o que se eonsidcra como necessário? Primeiramente a definição de uma política governamental consistente e duradoura de controle da inflação, sem o que não poderá haver novos investimentos. Destaca-se nesse contexto a necessidade extrema de redução das taxas de inflação com conseqüente redução dos custos financeiros para o financiamento empresarial, não para se elevar diretamente o nível de consumo, mas para facilitar a comercialização de bens e serviços, sem o que será vã a tentativa de crescimento da produção em qualquer dos setores. Isso implica necessariamente uma política fiscal mais justa, tanto para as empresas quanto para as pessoas físicas, de quem depende, em última análise, a retomada do vigor do mercado interno. Sabemos que a capacidade de exportação do País esbarra nas barreiras protecionistas, constantemente reforçadas pelos países industrializados. Então, ainda quc sem abandonarmos o esforço exportador, teremos que criar condições para a elevação dos padrões de consumo interno, campo esse em que ainda se tem grande margem de ação. E isso depende não apenas do nível de emprego e .dos níveis salariais, mas principalmente da questão tributária, já que qualquer redução fiscal induz ao crescimento do consumo e, conseqüentemente, da produção. Agosto de 1988 Acreditamos que a tarefa primordial das administrações estaduais e da Uião é trabalhar para recuperação do mercado interno, adotando medidas de várias ordens para a consecução desse importante objetivo, principalmente no tocante à tributação. É necessário, para Pernambuco, que o Governador Miguel Arraes esteja imbuído da necessidade de agir nesse sentido, não apenas no ãmbito de sua administração, mas também empenhando-se junto às autoridades federais no sentido de obter providências tendentes a reduzir estatísticas tão alarmantes quanto uma redução de emprego de 5,06% e um percentual negativo de 21 % no desempenho industrial, que coincidentemente estão ocorrendo na sua gestão à frente do Governo de Pernambuco. O SR. VASO COIMBRA (PMDB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente. Srs. Deputados, dentro de algumas semanas. o Governo do Distrito Federal fará, mais uma vez, a distribuição de imóveis para a população de baixa renda. Trata-se de um acontecimento digno das melhores referências, pois um dos mais graves problemas do Brasil de hoje, e não somente do Distrito Federal, é a grande carência de moradias. Não se pode afirmar que é uma solução completa do problema, porquanto seriam necessárias. no mínimo, cento e vinte mil habitações, para um atendimento imediato. Esse acontecimento, no entanto, leva-nos a atentar uma vez mais para uma questão muito séria: a falta de locais adequados, em que as populações mais pobres do País possam residir com um mínimo de dignidade e de conforto. A própria crise econômica dificulta a liberação de financiamentos, por parte do poder público. Neste caso. quando uma unidade da Federação consegue oferecer alguma oportunidade aos cidadãos de baixa renda, o fato, além de qualquer citação. é um apelo a que se desperte quem, de fato e de direito, dispõe de recursos para as soluções cabíveis, necessárias e urgentes. O Governo do DistrÍto Federal, através do seu Secre· tário Extraordinário da Habitação, Benedito Augusto Domingos, empenha-se com habilidade e competência, de maneira a apresentar resultados como o que citamos aqui. Além das moradias prontas. que serão proximamente distribuídas, prepara-se um projeto que permitirá a distribuição de lotes mbanizados, nos quais os pretendentes à moradia serão responsáveis pela execução da obra das construções. Esta solução será um êxito extraordinário. porque diminuirá os custos cobertos pelo Poder Público, facilitará e abreviará a construção das habitações e beneficiará, ainda, a população de mais baixa renda mensal. Todos esses aspectos, na execução de planos, programas e projetos de tão vasto aleance, justificam plenamente as referências que fazemos neste plenário. o SR. TADEU FRANÇA (PDT - PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados. com suas plantações destribuídas pelas más condições do tempo e as pragas que herdaram das plantações de soja dos novOs vizinhos sulistas, nOve famI1ias de índios Kanela abandonaram o Maranhão e se fizeram retirantes rumo às terras à beira do rio Corumbá. nas imediações do Município goiano de Luziânia. Afirmando que estão passando fome. o cacique Idamaraí, emocionado até às lágrimas, lamentou junto à Presidência da Frente Parlamentar do Índio a absoluta falta de apoio da Funai, que lhes nega as condições mais elementares para a sobrevivência e o plantio às margens do rio Corumbá. "O povo Kanela é hoje o mais sofrido" - queixou-se Idamaraí. "Nossas crianças só têm para comer umas raízes de mandioca e agora estão muito fracas e doentes. Precisamos de sementes e ferramentas para abrir nossos roçados de milho, mandioca, feijão, abóbora e inhame, _mas agora estamos, em Brasília, pedindo comida, porque é fácil enxergar que o nosso corpo já é o corpo do homem que está passando fome.". Injusto e desumano, o Presidente da Funai, Romero Jucá Filho. infame testa·de·ferro de mineradoras e madeireiras que invadem áreas indígenas, faz-se agora imo placável algoz dos líderes indígenas, que,- em passado recente, fizeram-se presentes em Brasília e integraram Agosto de 1988 o disciplinado e respeitoso lobby das nações indígenas, que pela primeira vez na história do País vieram de viva voz a um Congresso constituinte pleitear com inteira justiça os seus direitos à vida e à liberdade. Dois servidores Terena demitidos, um outro guarani e agora o compleio descaso ao drama do neo-retiraute cacique Idamaraí - tudo isso é apenas parte da ação pérfida de Jucá à freute da Funai. índios com fome rondando Brasília. Quanta vergonha! E então, Presidente Sarney, irá o seu governo permitir a morte à míngua de nativos de seu Estado de origem, ora acampados.em área do INCRA, às margens do Corumbá, que apenas lhe pedem um pouco de pão para poder trabalhar? o SR. MAX ROSENMANN (PMDB - PRo Pronuncia o seguiute discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, o Ministério dos Transportes acaba de liberar a importância de duzentos e cinqüenta milhões de cruzados para prosseguimento das obras de construção da Ferroeste, os quais serão aplicados em projetos de engenharia no trecho Guarapuava - Goioxim. Trata-se, sem dúvida, de mais um passo importante no rumo da integração ferroviária do oeste do Paraná, região que, por sua vocação natural de grande celeiro agrícola, carece de maior eficiência no sistema de transporte. Na mesma ocasião foi liberada a verba de trezentos e trinta e cinco milhões de cruzados para a conclusão do desvio Ribas-Tibagi, que contorna a cidade de Ponta Grossa, o qual, com dezessete quilõmetros de extensão, vai possibilitar a transferência, para fora do centro daquela importante cidade, da malha ferroviária que tem .importante função no sistema regional de transporte. Também se acha em fase acelerada de execução o corredor de exportação, que conta com recursos da ordem de duzentos e vinte e ciuco milhões de dólares, provenientes do BNDES, do Banco Mundial, da iniciativa privada e da Rede Ferroviária Federal, o qual me· lhorará a malha ferroviária e os tertninais de grãos nas Cidades de Londrina, Maringá, Guarapuava e Apucarana. Deve ser ressaltado, Sr. Presidente, que essas obras são de fundamental importância para a economia do Paraná e se inserem na política de intermodalização dos transportes, a qual se baseia no princípio da eficiência. o SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB - SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, gostaríamos de dirigir, desta tribuna, veemente apelo ao Presidente Nacional da LBA, acadêmico Marcos Vilaça, no sentido de promover reajuste nos recursos de convênio assinado com o Centro de Reabilitação Piracicaba, entidade assistencial que presta atendimento a 120 deficientes físicos. Tal reajuste permitirá ao centro fazer em face das novas necessidades financeiras geradas pelo acionamento do gatilho salarial de maio aos funcionários, por força de lei federal, sem que o centro tivesse condições para cumpri-lo. Sem recursos para sua manutenção, a entidade vem recorrendo a campanhas, promoções beneficientes e pedidos de subvenções às indústrias e ao comércio da cidade, medidas que têm resultado insuficientes para permitir o atendimento das despesas. Em vista disso, o centro encontra-se na iminência de encerrar suas atividades, medida extrema que causaria grandes danos à população atendida e à comunidade carente local. Outra medida que merece o nosso apoio é o aumento do número de vagas, que o centro vem pleiteando há mais tempo junto à LBA, com o intuito de ampliar seu atendimento a um maior número de pessoas necessitadas. Confiamos no elevado espírito de justiça do Dr. Marcos Vilaça e no seu incansável apoio a causas sociais, que vem desde o tempo em que dirigiu, com seriedade e dinamismo, a implantação de centros sociais urbanos em comunidades carentes brasileiras. Por este motivo, acreditamos no êxito da reivindicação que ora defendemos. Estamos certos de que o Centro de Reabilitação Piracicaba continuará em pleno funcionamento, dando prosseguimento aos relevantes serviços que presta aos necessitatlos do município. Era o que tínhamos a dizer, Sr.'Presidente. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 10 2725 OSR. PAULO MACARINI (PMDB -SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, o PMDB recuperou a credibilidade da Previdência Social graças às eficientes administrações dos Ministros Waldir Pires, Rashael de Almeida Magalhães e Renato Archer. Não houve milagre, mas competência e muito trabalho: em 1985 aprimorou-se a arrecadação e as despesas de manutenção e de custeio foram minimizadas chegando ao final do exercício com saldo de caixa equivalente a dez por cento da receita anual como reserva técnica, com a certeza de que a Previdência Social é autofinanciável e até superavitária. Tal esforço contou com o apoio da opinião pública e da imprensa, mas, nas suas entrelinhas, estão o trabalho, a dedicação e o esforço de todos os servidores da Previdência Social. Por isto, em homenagem aos segurados e aos servidores, transcrevo, a seguir, o depoimento prestado pelo Ministro Renato Archer ao Jornal do Brasil, de 7-8-88: ro, sem menor dúvida, está em ser muito mais dos dos "reclamões" do que dos "pidões". Quem mais reclama é o povo e, em geral, com razão. A Previdência, claro, reflete o quadro e os avanços econômicos, sociais e políticos do país. Filantrópica nos tempos coloniais, corporativista no Império e na República, s6 agora, com a redemocratização, a partir de 1985, marchou para a universalização de seus serviços. Dentro da mesma 16gica, a Constituinte vem de consagrar a unificação dos serviços de saúde, além de estabelecer conceitos e normas que institucionalizam, em definitivo, a Previdência Social como patrimônio de toda a sncleadc. Waldir Pires assinou os primeiros convênios com os hospitais universitários, permitindo o atendimento a qualquer pessoa, independente de ser ou não contribuinte da Previdência. Foi o começo do fim da figura do "indigente", n6doa em nossa legislação, que humilhava e impedia o não contribuinte de ter assistência médica do Estado. "ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE Gabinete da Liderança do PMDB A nova Carta, como sinal dos tempos, optou pelo amplo conceito de Seguridade Social, definida como conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadn a assegurar os direitos relativos à saúde e à Previdência Social. É um salto à frente. Mais do que nunca, estas atividades constituem instrumento imprescindível para administrar as crescentes tensões sociais. Com elas, pode-se interferir no andamento dos conflitos e eliminar ou minimizar os efeitos de confronto em áreas vitais da sociedade. Elas funcionam, também, como canais de redistribuição de renda, possibilitando articulação entre o social e o econômico, vinculada a uma política de desenvolvimento social efetivo. É um modo sensato de fazer com que os benefícios do crescimento econômico não se acumulem apenas em alguns setores da sociedade. Lamento que muita gente neste país alnda teime em desconhecer a elevada missão da Previdência e só a veja como "quebra-galho" social. Essa miopia já se revelou desastrosa em passado recente. Não podemos deixar que volte a prevalecer. As forças políticas que recuperaram a democracia para o Brasil recuperaram, também, a Previdência Social. Em março de 1985, falida e desmoralizada, a Previdência era uma das heranças malditas dos regimes autoritários. Pois bastou um ano de administração séria e competente do então MinistrOWaldir Pires para a Previdência deixar de ser "um caso perdido de déficit crônico". Ela, enfim, tornou-se viável, administrável e capaz de se modernizar para atender melhor a mais de 115 milhões de brasileiros, do nascimento até a morte. Saneada a Previdência, as bases de sua modernização foram lançadas por Raphael de Almeida Magalhães, que sucedeu a Waldir Pires. Nos nove meses de minha gestão, dei continuidade a estes programas, procurando aprcfeiçoá-Ios e consolidá-los. O PMDB só tem do que se orgulhar de seu trabalho na Previdência. Ainda hoje há quem fale em "rombo" na Previdência. Rombo houve em 1984: 6 trilhões de cruzeiros. Para 1985, os mais otimistas previam um déficit ainda maior, de 8 trilhões, enquanto os pessimistas o estimavam em nada menos de 12 trilhões. Lembro-me da grave advertência que então se fazia ao novo governo de que, no final de 1985, a bancarrota da Previdência simplesmente quebraria o país. Aconteceu o que parecia impossível: ao invés de déficit, superávit. Inaugurou-se nova etapa. A situação superavitária repetiu-se em 86, em 87 e permanece até hoje. Tive a honra e O prazer de passar o MPAS ao Ministro J adcr Barbalho com um superávit de 150 bilhões de cruzados, nas contas dos sete primeiros meses de 88, e com um saldo em caixa de 250 bilhões. Este quadro pode se manter assim, se a crise econômica não se agravar. É fundamental que a política de Previdência não sofra solução de continuidade e seja ampliada cada vez mais pelos caminhos da democratização, descentralização e modernização. Por aí se devolveu à vida um organismo desenganado. Por aí se poderá ir transformando a Previdência em poderosa alavanca de justiça social. Confesso que, ao assumir a Previdência, em fins de outubro de 87, pouco a conhecia. Meu irmão mais velho, Reny, havia sido presidente do IAPC (Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários) em 1947. Dele me vinha a idéia da importância e complexibilidade do sistema. Waldir Pires e Raphael de Almeida Magalhães me falavam, freqüentemente, de sua abrangência, do imenso peso burocrático, do mundo de fraudes e irregularidades, do caráter de único ponto de socorro e apoio para a maioria esmagadora da população. Mas foi na prática do dia-a-dia que pude assimilar o real significado de tais referências. Waldir costumava dizer que a Previdência é o "ministério do povão brasileiro". Já seu Arnaldo, antigo e dedicado funcionário, ascensorista que tem visto muita gente subir e descer no MPAS, garante que este é "o ministério dos pidões e reclamões". Entre estas duas realidades balança a Previdência. E seu futu- As responsabilidades do setor são gigantescas. Os grandes números da Previdência, registrados em 1987, falam por si: O orçamento da Previdência de 1988 é sete vezes maior do que o de 1987. Ele compromete 4 trilhões de cruzados - cerca de 20 bilhões de d6lares. Isso é a metade do orçamento global da União, do qual a Previdência não participa. E supera o orçamento da maioria dos países latino-americanos, tomados isoladamente. A receita da Previdência é constituída na sua quase totalidade pelas contribuições dos empregados e empregadores. A terceira fonte seria a União, que tradicionalmente não cumpre este compromisso legal. Não cumpriu no passado. quando era responsável compulsório por um terço da receita previdenciária. Não cumpre hoje, nem mesmo, na função de empregador. limitando-se a repassar o arrecadado dos funcionários públicos alinhados à CLT. Este ano, a Previdência deveria receber da União cerca de 520 bilhões de cruzados, O que corresponderia a 14% do seu orçamento total. Nos três últimos anos, as transferências da União, para cobrir despesas administrativas do MPAS, não atingiram 3% do orçamento da Previdência. Vale frisar e refrisar: a Previdência funciona como grande companhia de seguro. Seus recursos provêm da contribuição de seus associados. Logo, a Previdência é patrimônio deles, e não do estado. O governo deve administrá-lo, não em benefício do Estado, mas do público que o sustenta. Esse preceito básico precisa ser respeitado com todo o rigor. Metade dos 4 trilhões se destina o pagamento dos benefícios de aposentados e pensionistas e 1 trilhão e 276 bilhões estão sendo investidos na modernização dos serviços de saúde, através do SUDS (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde), uma revolução em marcha num setor essencial, deflagradapor Rafael de Almeida Magalhães. 2726 Quarta-feira 10 Quando a nova carta entrar em vigor, a União terá que assumir, compulsoriamente, suas responsabilidades perante a seguridade, por força da norma que determina a prévia aprovação do seu orçamento pelo Congresso Nacional. Diante disso, em respeito à futura Constituição, fizemos publicar, em junho último, o orçamento completo da Previdência, inclusive a parte da União. Essa parte poderá ser útil ao sistema, se eair o nível da arrecadação cm função do agravamento da crise econômica. Os dependentes da Previdência - milhões de pessoas dos setores mais carentes e desassistidos da população - é que não podem ser penalizados com a crise. Seguindo à risca a política de recuperação do valor dos benefícios, que havia sofrido brutal erosão no período de 1979/84, concederçtos, em março de 1988, reajuste integral segundo o Indice de inflação dos últimos 12 meses, inclusive o resíduo de 26% não considerado pela política salarial vigente. Na mesma linha, o congelamento da URP não atingiu as aposentadorias e pensões. Preocupados com os constantes atrasos no pagamento do reajuste das aposentadorias e pensões, que às vezes atingiam a mais de 90 dias, lançamos os Carnês Verde c Amarelo, favorecendo 7 milhões e 400 mil segurados, que passam a ser pagos logo nO início do mês seguinte ao da competência. Esta medida veio aumentar o valor real dos benefícios, já que eles chegam, sem atraso, no bolso dos segurados. A operação "atraso nunca mais" deve abranger, agora em setembro, todo o universo dos aposentados e pensionistas. Concluímos, no fundamental, o proeesso de cadastramento dos segurados da área urbana - mais de 9 milhões de pessoas. Com as informações aí obtidas, a Previdêneia eriará seu primeiro banco de dados, indispensável à modernização do sistema, bem comO à supressão das fraudes e irregularidades. Os dados de cada benefício ficarão ao alcance da mão nos terminais de eomputadores e poderão ser utilizados eom muito mais precisão e velocidade. Além disso, os recursos economizados por este avanço poderão servir para melhorar o nível dos benefícios de aposentados e pensionistas. O firme avanço do SUDS. por sua vez, já levou, neste ano, à mobilização dc todos os Estados e eapitais, bem como de um sem-número de municípios no país inteiro. Sua base de convênios e normas de regulamentação está, no essencial, construída. Os primeiros resultados práticos já se fazem sentir no atendimento à população mais necessitada. Mas ainda há muita luta pela frente para se aproveitar o máximo o imenso potencial do SUDS; graças ao qual o povo passa a dialogar diretamente com os responsáveis pelos serviços de saúde. Essa nova relação - nunca é demais repetir - eosntitui uma eseola permanente de democracia e ativa participação na definição das prioridades locais. Com o SUDS, não só intensificamos os programas de recuperação da rede ambulatorial e hospitalar pública, como iniciamos a reestruturação em profundidade do INAMPS. Procuramos ajustar a direção-geral deste Instituto às suas novas funções uo processo descentralizador. Extingüimos as superintendências regionais e, no seu lugar, criamos eseritórios regionais, encarregados, exclusivamente, de acompanhar e fiscalizar os vultosos reeursos repassados aos Estados e Munieípios para aplicação em saúde. Dos 120 mil funcionários do INAMPS, 114 começaram a ser transferidos para os Estados - uma reforma administrativa sem precedentes em nossa história. Sempre se falou muito em descentralização de órgãos públicos federais. Nós demOs o grande impulso inicial. A rede de ambulatórios, centros de saúde e hospitais - ao todo, centenas de unidades - passa à responsabilidade administrativa dos Estados e Municípios. E toda esta descentralização é realizada sob severo controle e fiscalização, de modo a que sirva única e exclusivamente à saúde dos brasileiros. Na luta pela modernização da Previdência, instalamos mais de 500 microcomputadores nas unida- Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) des de ponta do sistema, o que resultou em sensível melhoria da arrecadação, como demonstra a performance dos sete primeiros meses deste ano. Esta informatização propieiou a eriação e funcionamento de um sistema de planejamento físico e financeiro absolutamente inédito no serviço público. Quanto ao fato maior da vida brasileira hoje - a elaboração da nova Constituição -, cabe destacar que a Previdência se empenhou ao mãximo para prestar todo apoio ao trabalho dos constituintes. Acompanhamos cada lance, cada inieiativa, cada palavra, informando sobre a conveniência, o impacto social e financeiro das dife~~tes propostas' apresentadas. O texto aprovado sobre Seguridade Social reflete, naturalmente, soluções negociadas e, embora não seja o que julgamos ideal, incorpora antigas e justas reivindicações de trabalhadores e aposentados. Sua coneepção fundamental retrata o que há de mais avançado em proteção social, estendendo-a a todos os cidadãos, especialmente na atenção à saúde e assistência social. Ao melhorar benefícios, superar injustiças internas do sistema previdenciário e criar novos encargos, é evidente que o projeto aumenta as despesas da Previdência. Os constituintes, no entanto, tiveram o cuidado de fazer com que o impaeto de tais despesas só venha a oeorrer mediante perfeita adequação entre o plano de benefícios e sua estrutura de financiamento, em projeto a ser apresentado pelo exeeutivo ao Congresso e tendo até 30 meses para entrar em vigor. Mantidas as novas fontes de financiamento já aprovadas e admitido um mínimo de bom sensO e competência na regulamentação qeu se deve seguir à adoção da Carta, posso com plena responsabilidade afirmar que não há risco de desequilíbrio financeiro na Previdência. Mas quem pensar que esta é uma herança tranqüila, engana-se. Por mais que tenhamos andado, por mais generosas que seja mas sementes que plantamos, não posso deixar de reconhecer: ainda estamos muito distantes da Previdência necessária para um Brasil justo e moderno. Por isso, todo trabalho é pouco. E qualquer desvio de rumo pode ser funesto." apelo no sentido de sustaram a apresentação de novas representações contra a eriação de Municípios no Estado de Goiás, especialmente daqueles que se situam além do paralelo de 13', na área do futuro Estado do Toeantins. Com a criação do Estado do Toeantins, milhares de famílias migrantes estão chegando aos diversos Municípios de suas regiões, preferindo os que foram recentemente criados e que são alvo de ação do IBGE e da Procuradoria Geral da República. Necessário, pois, que sejam mantidos aqueles Municípios para que contém os seus antigos, novos e futuros habitantes com uma estrutura de apoio, mesmo que de condições mínimas, para se fixarem, viverem e trabalharem no novo Estado da Federação brasileira. Os Municípios criados na área do Estado do Tocantins devem ter tratamento especial, em razão da singularidade que envolve aquela área, que, ao conquistar sua autonomia. provocará profundas e benéficas mudanças na vida nacional. De fato, a eriação do Estado do Tocantins promoverá o aeeleramento do processo de desbravamento, ocupação e integração da Amazônia e do Centro-Oeste e, Em resumo, a partir de 1985, os números revelam a grandiosidade de entidade: O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Está findo o tempo destinado ao Pequeno Expediente. Vai-se passar ao Horário de Segurados contribuintes ......... 29 milhões e 500 mil Benefícios em eadastro 11 milhões e 900 mil Consultas médicas 237 milhões e 500 mil Internações 11 milhões e 500 mil Atendimentos na LBA 20 milhões Atendimentos na FUNABEM 600 mil E TIOS dão a certeza e a esperança que a Previdência Social se constituirá no grande instrumento de tranqüilidade para os trabalhadores urbanos e rurais. Era o que tinha a dizer. o SR. SIQUEIRA CAMPOS (PDC-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) -Sr. Presidente, Sr" c Srs. Deputados, muito estranha a forma eomo procederam certas autoridades federais no caso de anulação de leis que criaram alguns Municípios goianos, porque essas autoridades resolveram representar contra os novos Municípios, sem sequer procurarem informações às autoridades estaduais e tomarem conhecimento da realidade das diversas comunidades emancipadas pela Assembléia Legislativa e pelo Governo do Estado de Goiás. Ê difícil compreender como possa ser argüida, agora, a inconstitucionalidade ou a ilegalidade da criação de dezenas de Munieípioscriados há muitos meses, quando as suas populações já se organizaram e estão preparadas para realizar as eleições dos seus prefeitos, vice-prefeitos e vereadores e estarmos a noventa e seis dias das eleições municipais. Sabendo da forma criteriosa e responsável com que sempre atuam o ilustre Presidente do IBGE, Dr. ChareIs Curt MuelIer, e o Procurador-Geral da República, Dr. Sepúlveda Pertence, dirijo-lhes o mais instante conseqüentemente, da mais racional distribuição da po- pulação pelo nosso território. O Tocantins será o novo objetivo, o novo destino de eentenas de milhares de brasilciros que hoje estão envolvidos na perversidade das favelas, do minifúndio, da falta de oportunidade e de espaços, passando fome, desassistidos, vivendo nas mais tristes e duras condições de miséria e de violência. Pelas razões expostas e tendo em vista a necessidade de encaminhar, da melhor forma possível, a solução dos diversos problemas que afligem o povo brasileiro, reitero o apelo que, há pouco formulei, no sentido de não mais serem feitas representações contra a eriação de Municípios na área do futuro Estado do Tocantins e de serem retiradas as representações que foram feitas, antes, ao Supremo Tribunal Federal. Ao concluir, Sr. Presidente, levo a certeza de ver atendido o apeJo que formulei em nome dos homens e mulheres que habitam as comunidades que conquistaram, após duras e longas lutas, a emancipação. Todos aguardamos, sob a maior emoção e cheios de esperança, a decisão favorável do Procurador-Geral da República e do Presidente do IBGE. Era o que tinha a dizer. v- COMUNICAÇÕES DAS LIDERANÇAS O Sr. Maurílio Ferreira Lima - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Líder do PMDB. O SR. PRESIDENTE (Elias Murad) - Tem a palavra o nobre Deputado. O SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA (PMDBPE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, a imprensa, ontem, noticiou as palavras do Sr. Ministro da Previdencia e Assistência Social. Jáder Barbalho, no momento em que empossava o Secretário-Geral da Previdência, Sr. Dalile Guerra Macedo. Dizia S. Ex'. o SI. Ministro: "Aqui continua o PMDB e continua o Governo José Sarnev." Sou peemedebista e quero aqui me definir como pré-histórico. Hoje, o Ministro da Previdência e Assistência Social, que ontem dizia que ali continuava o PMDB, estava na televisão dizendo barbaridades. Digo barbaridades porque as afirmativas do Sr. Ministro vão de eneontro a toda a luta histórica do PMDB para restabelecer, não só no Congresso Nacional como na Assembléia Nacional Constituinte, os direitos espoliados dos aposentados brasileiros e conquistas sociais que atingem e beneficiam os idosos, as donas·de·casa e outros. O Ministro que hoje falava na televisão não é Ministro do PMDB. Ministros do PMDB foram Renato Archer, Raphael de Almeida Magalhães e Waldir Pires. O Mi- Agosto de 1988 nistro Renato Archer, por exemplo, deixou o cargo quando instituiu um grupo para simular, nos computadores, os custos dos benefícios sociais, aprovados pela Assembléia Nacional Constituinte, no orçamento da Previdência Social. Teve S. Ex' a coragem de, antes de deixar o Ministêrio, convocar a imprensa e, colocando preto no branco, distribuir documento para a Assembléia Nacional Constituinte afirmando que a Previdência Social tinha toda as condições de suportar os custos dos benefícios e direitos aqui aprovados. Graças à aprovação desses benefícios os aposentados brasileiros - mais de onze milhões, dos quais muitos se aposentaram há oito, dez anos, com cinco, seis salários mínimos, e hoje não recebem salário - sete meses depois de promulgada a Constituição brasileira, terão seus proventos reajustados. Lembramo-nos dos idosos sem renda, como deve lembrar qualquer país capitalista civilizado do mundo, que receberão um salário mínimo da Previdência Social, bem como os deficientes sem fonte de renda. O Ministro Renato Archer deixou a Previdência quando o Presidente da República, mentindo. inquietando a Nação. veio atacar a Assembléia Nacional Constituinte e dizer, inclusive, que tínhamos quebrado a Previdência Social e transformado o Brasil num país ingovernável. O País está ingovernável por ausência de governo. O Presidente faltava com a verdade, e o seu Ministro recusou-se a permanecer no Governo, pois tinha na sua gaveta documento - que havia enviado a S. Ex' - segundo o qual a Previdência dispunha de recursos para pagar esses benefícios. Hoje o novo Ministro não da Previdência, mas o Ministro de Sarney - vem à televisão c mostra claramente que o Governo do Presidente Sarney, mancomunado com as multinacionais, com a direita e com as forças conservadoras deste País, desej a o retrocesso, pretende rasgar o texto constitucional. Por que o Ministro não teve coragem de se referir. hoje, no seu pronunciamento, ao documento divulgado pelo Ministro Renato Archer? Limitou-se S. Ex' a dizer que o Governo não era contra os benefícios, os aposentados, os idosos, os deficientes, as donas-de-casa, os trabalhadores em geral. mas que não tinha recursos para pagar tais benefícios que instituímos na Constituinte. Faltou com a verdade o Ministro Jáder Barbalho. como também o Presidente José Sarney. Posso aqui, em nome da Liderança do PMDB, dizer que este não é o Ministro do PMDB; este é o Ministro do Governo Sarney, que, a serviço do capital multinacional e da direita mais reacionária deste País, pretende que todas as conquistas soci!iÍs sejam reduzidas a nada, sejam reduzidas a zero. E necessário que a resistência ocorra não apenas por parte do grupo progressista do PMDB. mas de todos os partidos que aqui votaram, em benefício dos trabalhadores brasileiros. É preciso também que os aposentados, a classe trabalhadora se mobilizem, porque, apesar de o Presidente Ulysses Guimarães ter dado um troco muito sério ao pronunciamento do Presidente da República, a conspiração contra a Assembléia Nacional Constituinte continua se aprofundando. Hoje ela é muito mais densa e envolve inclusive o Poder Judiciário, em cujos privilégios não tivemos a coragem de tocar. Um dos maiores erros que a Assembléia Nacional Constituinte cometeu foi o de não haver se aprofundado nas mudanças que deveriam ter sido feitas no Poder Judiciário brasileiro. Ontem e hoje um Ministro do Supremo Tribunal Federal juntou sua voz ao coro da Presidência da República, das multinacionais e dos militares contra o texto que aqui votamos. Portanto, repudio as declarações do Ministro Jáder Barbalho, que conheci ainda exilado em Paris, quando o primeiro grupo parlamentar, em 1976, procurou contato com os brasileiros que viviam no exterior. Naquela época S. Ex' era um Deputado vinculado ao grupo autêntico. Quero dizer que, tanto no Governo do Pará como nas declarações prestadas como titular do Ministério da Previdência Social e também por ocasião de sua passagem pelo Ministério da Reforma Agrária, o Ministro Jáder Barbalho não faz jus ao seu passado de parlamentar vinculado ao grupo autêntico e ao programa histórico do PMDB. Hoje ele é o Ministro de Sarney. É o Ministro que falta com a verdade, porque não tem a coragem de, na televisão, dizer que os estudos feitos pelo Ministro Renato Archer eram infundados. Que se previnam DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) os aposentados e os assalariados brasileiros e, juntos com a maioria dos Constituintes que votam pelas conquistas sociais, façam em face desta conspiração que quer transformar o texto da nova Constituição num papel que venha a ser simplesmente pela manutenção dos privilégios da classe dominante brasileira. Durallte o discurso do Sr. Maurílio Ferreira Lima, o Sr. Elias Murad, artigo 76 do Regimellto Interno, deixa a cadeira da presidência. que é ocupa- da pelo Sr. Joaquim Bevilácqua, artigo 76 do Regimellto flltemo. A Sl" Maria de Lourdes Abadia peço a palavra pela ordem. Sr. Presidente, O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tem a palavra a nobre Deputada. A SRA. MARIA DE LOURDES ABADIA (PFL DF. Sem revisão da oradora:) - Sr. Presidente, Sr" c Srs. Deputados, eu não poderia deixar passar em brancas núvens este momento sem manifestar um posicionamento e um protesto. Todos estamos acompanhando, principalmente nós do Distrito Federal, o processo de indicação do próximo Governador de Brasília. E, mais uma vez, o critério, em pleno processo consti- tuinte, é ser amigo do Presidente da República. Brasília, indignada, tem procurado seus legítimos representantes para registrar o seu protesto. o qual quero fazer agora, nesta Casa, em nome deste povo e também em meu nome. É uma vergonha que, apesar do processo Constituinte, em que estamos consolidando a democracia em nosso País, o Presidente da República seja uma pessoa que tenha como critério de escolha ser amigo do Presidente. Nenhum Deputado da bancada eleita por Brasília foi ainda consultado para saber qual o programa do futuro Governador e qual o conhecimento que ele tem de Brasília. Quero que fique aqui registrado que, como representante deste povo _. fui a segunda mais votada de Brasília, por isso tenho uma responsabilidade muito grande por esta cidade - vou ficar em vigma, vou cobrar o programa do Governador indicado pelo Sr. Presidente e verificar se ele conhece pelo menos uma das 94 favelas que circundam Brasília; se conhece pelo menos uma das oito cidades satélites; se sabe que uma passagem de ônibus de Ceilândia ao Plano Piloto custa Cz$ 100,00 e que a demanda de moradias aqui é de 180 mil famílias. É uma vergonha que Brasília, capital da República, que já foi modelo na saúde. na educação, no transporte e na moradia, fique, mais uma vez, uas mãos de quem não a conhece. Registro, pois, contra esse fato o meu protesto, em nome da população de Brasília. (Palmas.) O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Pois não, Sr' Deputada. Não há questão de ordem a resolver. O Sr. Paes Landim - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Líder do PFL. O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tem a palavra o nobre Deputado. O SR, PAES LANDIM (PFL - PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, permita-me discordar da eminente Deputada Maria de Lourdes Abadia. A escolha do Governador do Distrito Federal, constitucionalmente, nos tennos vigentes, é competência do Presidente da República, que submete o nome do seu candidato ao Senado Federal. Essa é a tradição republicana no Brasil. O Presidente vai escolher, é claro, pessoa que conhece, mas o nome do indicado será submetido ao Senado Federal, que pode aceitá-lo ou não. A eminente Deputada foi designada, há alguns anos, administradora de uma das cidades satélites de Brasília - fez excelente administração, por sinal -, mas, ao ser escolhida pelo Governador, no regime militar, seu nome não foi submetido a quem quer que fosse. A escolha foi feita por conveniência política do Governador de então. Sendo o cargo demissível ad nutum, não tinha o Governador de fazer consultas a quem assim o desejasse. No caso de Brasília, o nome do futuro Governador, escolhido pelo Presidente da República, José Sarney, será submetido ao Senado Federal, que apreciará as qualidades do indicado para a alta investidura de dirigir esta capital. Parecem-me improcedentes e injustas as considerações que a eminente Colega Maria de Lourdes Quarta-feira 10 2727 Abadia, uma das mais ilustres e competentes Deputadas desta Casa, acabou de tecer sobre a escolha do futuro Governador do Distrito Federal. Quero ainda dizer que ontem assisti à posse do Novo Secretário-Geral do Ministério da Previdência Social. um conterrâneo ilustre, Dr. Delilc Guerra de Macedo, e registrar que o Sr. Ministro Jáder Barbalho, ao ensejo da posse, em nenhum momento deu a entender que deixaria de dar continuidade aos planos vigentes na Previdência Social, a respeito dos benefícios sociais previstos pelos seus antecessores. O ministro fez a profissão de fé do seu partido e disse que a política da bandeira social continuaria de pé naquele Ministério. Acredito que ele possa fazer algumas retificações, mas, em momento algum, deixaria de dar seqüência à política social traçada pelo atual Governo da República, que vinha sendo executada pclos antecessores do Ministro Jáder Barbalho. Aproveito o ensejo para parabenizar o Sr. Ministro Jáder Barbalho pela escolha do seu Secretário-Geral Delile Guerra de Macedo, que já exerceu na República vários cargos, inclusive na Zona Franca de MaIfi!us. Foi S. Ex' assessor, na área econômica, desse grande brasileiro que é João Camilo Pena. no Ministério da Industria e do Comércio; foi Presidente. por mais de uma vez, do Banco da Amazônia e Secretário-Geral do Ministério da Reforma Agrária. É um homem altamente competente, dinâmico. inteligente. de família modesta do Piauí, que se vem sobressaindo graças ao seu talento. Ainda sobre sua família, cumpre-me dizer que provém de Curimatá, a quase 700 quilometros de Teresina, uma pequena cidade, e seu irmão é hoje Presidente da Organização Pan-Americana de Saúde, tendo perdido por apenas um voto. para o representante do Japão, a direção da Organização Mundial de Saúde. É realmente uma faml1ia extraordinária, dotada de muita inteligência. E Delile Guerra de Macedo, Sr. Presidente, é um dos melhores servidores e deste País. Reúne as duas qualidades que o saudoso Senador Milton Campos costumava referir: saber técnico e sabedoria política. Com muita sensibilidade política, tem grande dosagem de técnica, porque, com muita seriedade, não se submete a injunções politiqueiras partidárias. Está sempre acima dos interesses menores e vem-se destacando, ao longo de muitos anos, na vida pública brasileira. que começou muito cedo nos quadros da Sudene, sempre através do seu pr6prio mérito, sem injunção política de qualquer natureza. Esta foi uma escolha muito feliz, que orgulha o Piauí. E embora não tenha vinculação político-partidária com aquele Estado, reconheço que a escolha fJi feita graças à competência. O então Governador Jáder Barbalho acompanhou o trabalho de Delile Guerra de Macedo, na Zona Franca de Manaus, na Presidência do Banco da Amazônia. e tomou-se seu amigo e admirador. Delile provou suá competência no Minis\ério da Reforma Agrária, quando, como Secretário-Geral, ajudou a implantação racional dos assentamentos agrícolas no nosso País. Estimulou também o mÍJ;lÍstro na criação do Fundo Nacional da Reforma Agrária, responsável pelo maior índice de desapropriações de terras ocorrido nos últimos anos no Brasil. Entendo que a presença do Ministro Jáder Barbalho no Ministério da Reforma Agrária, com sua política de expansão da reforma agrária, impl'lntada no País, com o maior índice de desapropriação, foi muito significativa, pois S. Ex' manteve vivos compromissos com seu partido, no que diz respeito. à justiça social, que tem, na distribuição de terras um dos seus instrumentos mais eficazes. Portanto, Sr. Presidente, quero aqui registrar a feliz iniciativa do Ministro Jáder Barbalho de levar para a Previdência Social um rapaz dinâmico, competente, que tenho certeza, ajudará a política de modernização e racionalização da Previdência Social, baseado na experiência dos seus trabalhos anteriores em outros cometimentos públicos, nos quais sempre se houve com muita competência neste País. Era o que tiha a dizer. O Sr. Jorge Uequed - Sr. Presidente. peço a palavra para uma comunicação, como Líder do PMDB. O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Tem a palavra o nobre Deputado, 2728 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o SR. JORGE UEQUED (PMDB - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente. Sr" e Srs. Deputados. ouvi hoje as declarações do Ministro da Previdência Social Jáder Barbalho, a quem conheci nesta Casa. Passei a sentir enorme inquietação com suas declarações. pois colocam aqueles que trabalham na área da seguridade social no maior estado de preocupação. Em primeiro lugar, S. Ex' demonstrou não conhecer a Previdência Social, o que não é demérito, pois foi jogado lá há poucos dias; em segundo lugar, demonstrou uma afinidade muito grande com o desastrado discurso do Presidente Sarney, feito à Nação, sobre a área da Prevídência Social; em terceiro lugar deixou intran1 qüilidade entre aposentados e pensionistas sobre a possibilidade de pagamentos de conquistas consagradas na nova Constituição. Essa preocupação aumenta porque esse terceiro elo passa a enquadrar-se na seqüência da ação organizada e orquestrada daqueles que não querem ver a Assembléia Nacional Constituinte concluir a nova Carta, para impedir sua aplicação em 1989, e querem também impedir que a Assembléia proceda aos avanços que a sociedade exige. ( As declarações do Sr. Ministro colocam sua pasta em estado de preocupação principalmente para trabalhadores, aposen!ados e pensionistas pois S. Ex' não conhece a área. E desculpável. Mas demonstrou estar afinado com o discurso de temor, de medo da estrutura, de criar a instabilidade, feito pelo Presidente Sarney à Nação, há poucos dias. Com isso passa a gerar intranqüilidade no meio daqueles que dependem da Previdência. Por isso, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, comunico ao Ministro da Previdência que passo a analisar o comportamento do seu Ministério com elevado estado de preocupação, com temor de retrocesso pelo perigo de prejuízos para trabalhadores, aposentados e pensionistas. Era o que tinha a dizer. O Sr. Amaury Müller - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Líder do PDT O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilácqua) - Tem a palavra o'nobre Deputado. O SR. AMAURY MüLLER (PDT - RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero deplorar, em nome da Liderança do PDT, as declarações inoportunas, desastradas, inconseqüentes e irresponsáveis do Ministro das Relações Exteriores, Abreu Sodré, acerca de uma crise que, infelizmente, ainda persiste na América Latina. Na tentativa subdesenvolvida de rastejar aos pés do grande capital, o Sr. Abreu Sodré teve a desfaçatez de confidenciar ao Sr. George Shultz, Secretário de Estado Norte-Americano, que a revolução sandinista é a responsável pelo conflito que ainda grassa na América Central. e foi mais longe. Ele teve o topete de pedir a democracia para nicarágua. Quero dizer ao ilusrre Ministro que este não é o fulcro da política externa brasileira. O Brasil, nos foros internacionais, tem defendido, com dignidade e altivez, os princípios da autodeterminação dos povos e da nãoingerência na vida interna de outras nações. Autodeterminação significa respeitar a vontade do povo da Nicarágua de construir, com suas próprias forças, com sua revolução, seu futuro e sua história. Não cabe ao Sr. Abreu Sodré, supostamente falando em nome do Governo e do povo brasileiro, apenas para bajular o interesse do imperialismo norte-americano, formular tão grave e despropositada acusação. Foram os Estados Unidos, com a pretensão de serem a palmatória do mundo e os guardiões da liberdade e da democracia, que invadiram a Coréia, na década de 50. E, mesmo derrotados, deixaram o país dividido. Depois, com o mesmo pretexto, invadiram o Vietnã, e lá foram humilhados nos arrozais pelos gnerrilheiros vietcongues e expulsos do país, mas deixaram as suas marcas, as suas seqüelas. E depois dessa humilhação a que foi submetido o mais poderoso e mais bem treinado exército do mundo, invadiram a pequena e indefesa ilha de Granada para tentar restabelecer a imagem grotesca do "Rambo", do soldado imbatível, da "verdadeira" democracia., da "verdadeira" liberdade. E agora vem ao Brasil o Sr. George Shultz, cercado por 45 guardas-castas-que recebem quatro mil dólares por mês e mais mil dólares por dia de serviço - para pressionar o débil e fraco Governo brasileiro com relação não apenas à questão da Nicarágua, mas também ao § 2' do art. 177 do texto constitucional até aqui aprovado, que dá preferência à empresa brasileira de capital nacional na compra de bens de serviço para o Poder Público. O Sr. George Shultz não veio fazer uma visita de cortesia. Veio com seus pistoleiros chamados, de guarda-costas, pressionar este Governo fraquíssimo e covarde para mudar a sua política externa e passar a fazer o jogo do imperalismo internacional. Por isso, Sr. Presidente, nesta intervenção, quero repudiar não apenas a presença indesejável, na semana passada, desse porta-voz do desrespeito aos direitos humanos, do grande capital internacional, como também a atitude pusilãnime e covarde do Ministro Abreu Sodré, tentando alterar aquilo que constitui a essência . da política externa brasileira: o respeito às independências nacionais. Por último, e espero que V. Ex' me permita, quero também, em nome da Liderança do PDT, manifestar a minha preocupação com 9s desdobramentos políticos e as conseqüências econômico-sociais da greve defl agrada pelos funcionários da Comissão de Financiamento da Produção. A Liderança do PDT deseja expressar o seu irrestrito apoio ao movimento e apelar para o Presidente Sarney e para o Ministro da Agricultura no sentido de que obriguem a diretoria da CFP a cumprir o acordo coletivo de trabalho celebrado entre as partes, cuja renovação, nas bases acertadas, teria vigência a partir de l' de agosto último. Não se pode ignorar que O desrespeito a esse acordo, o que a diretoria da CFP vem fazendo, precipita acontecimentos profundamente graves à própria economia nacional. Está aí a safra de' verão, a ser comercializada via Comissão de Financiamento da Produção. As AGF e EGF estão paralisadas. O agricultor não conseguirá vender o seu produto se tal paralisação persistir e se os trabalhadores não tiverem plenamente atendidas as suas justas reivindicações. Fica o Governo alertado para mais este grave erro que está cometendo, na medida em que atropela e desrespeita os direitos dos funcionários da Comissão de Financiamento da Produção. O Sr. Doreto Campan~i - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Líder do PMDB. O SR. PRESIDENTE(Joaquim Bevilácqua) a palavra o nobre Deputado. Tem O SR. DORETO CAMPANARI (PMDB - SP. Sem revisão do orador.)-Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputa· dos, traz-me à tribuna neste instante o fato de que eu. na condição de médico, não poderia ficar em silêncio depois da notícia que estarreceu o Brasil todo, divulgada na noite de ontem pela Rede Globo. Também "O Diá· rio Popupar" de ontem e "O Globo" de hoje anunciam que bebês seriam saerifidados nos Estados Unidos. Em resumo. haveria um verdadeiro tráfico de crianças brasileiras aprisionadas no Paraguai. em Assunção. São sete crianças que provavelmente estão sendo vítimas de trarico para os Estados Unidos. A imprensa noticia que pagam eerca de três mil cruzados por bebê e que os prováveis receptores norte-americanos não se preocupaln muito com a higidez das crianças., isto é, com o fato de terem muita saúde. Chega-se, pois, a creditar que realmente essas crianças seriam saerificadas nos Estados Unidos, tendo seus organismos depenados - este o verdadeiro termo -, usando-se seus órgãos vitais para transplantes. Sr. Presidente, não posso acreditar que isso esteja acontecendo. Que levem nosso ouro e tantos outros minérios preciosos para o uruguai, que façam contrabando do café, da soja, lesando o fisco, podemos aceitar, porque o Governo não tem tido responsabilidade para agir com rigor a fim de terminar com o contrabando no País. Mas não podemos concordar o sacrifício da vida de uma criança, quando sabemos que só pode ser doador de órgãos para transplante um adulto consciente do que está fazendo. A doação de um rim para um irmão, um parente ou um amigo é inteiramente gratuita. Agosto de 1988 Sabemos que em países da Europa, como a Tchecoeslováquia e a Polônia, um trabalhador que ofereça um órgão para salvar uma vida é remunerado pelos dias de trabalho que perde, uma vez que tem de ficar hospitalizado. Mas não se pode, de maneira alguma, retirar órgão de uma criança. Isso seria absurdo! Mesmo do adulto com retardamento menta! ou de paciente grávidas. cujo organismo está um tanto delibitado, não é permitido retirar órgãos para transplante. Com relação ao transplante, o Brasil enfrenta uma grande crise. Há carência de doadores. A lei sobre o assunto é de agosto de 1968, mas há vinte anos está nas gavetas do Congresso Nacional para ser regu!amentada. Desgraçadamente, mais de cinqüenta mil brasileiros estão sendo tratados por hemodiálise, de maneira precária, porque não dispomos de equipamento para repeti-Ia três vezes por semana. Temos perto de dois mil pacientes cardiácos à espera de um coração, e um milhão de cegos à espera de uma córnea. quando sabemos que 10% desses brasileiros poderiam recuperar a visão mediante a ceretóplastia, ou transplante de córnea. Os americanos também devem estar sofrendo a carência de doação. Que façam, então, lei melhor para conseguir doações pela conscientização da sociedade, para que não lhes faltem órgãos. Não podemos permitir que crianças brasileiras sejam vítimas. Isso é uma indignidade! Queremos, como cidadãos que amam esta terra, que O Itamaraty e o Governo brasileiro tomem as devidas providências e punam esses patrícidas, esses inimigos da Pátria, esses mercenários que estão traficando crianças inocentes e indefesas. Isso é um crime! Se o Governo não tomar provedências e não esclarecer o que está acontecendo, poderemos dizer que nossa Pátria é realmente a "Casa da Mãe Joana". O Sr. Benedicto Monteiro - Sr. Presidente, peço a palavra para uma comunicação, como Lider do PTB. O SIl P"lESIDENTE (Joaquim Beviláqua) - Tem a palavra o nobre Deputado. O SR. BENEDICTO MONTEIRO (PTB - PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, St' e Srs. Deputados, antes de fazer a comunicação que me traz a esta tribuna, desejo retificar as declarações do Deputado Paes Landim. Lamentamos que S. Ex' não esteja presente para ouvi-las. É a respeito da reforma agrária realizada pelo Ministro Jáder Barbalho, quando ainda no exercício desse alto cargo. Na realidade, S. Ex', durante todo o período que passou no Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário, não promoveu qualquer assentamento de colonos, de trabalhadores ou de posseiros nas áreas prioritárias para a reforma agrária no Brasil inteiro. Quanto à famosa desapropriação alardeada por S. Ex" quero dar um testrmunho do que ocorre no meu Estado, o Pará. Nos Municípios qe Marabá e São João do Araguaia a desapropriação beneficiou apenas seis famI1ias, que receberam 1 bilhão e 400 milhões de cruzados - uma soma fabulosa enquanto os castanhais desapropriados por esse fabuloso dinheiro estão sendo invadidos. depredados e completamente extintos naquela região. Mas a minha presença aqui, Sr. Presidente, é para falar sobre as eleições municipais. Como todos os partidos estão em falência, as candidaturas estão saindo, em todos os Municípios, acima dos partidos, ou fora deles, em funçáo de acertos e alianças que envolvem muitas agremiações. No meu Estado, por exemplo. tivemos li felicidade de encontrar nos quadros do PTB dois empresários, Said Xerfan e José Resende, que serão candidatos, respectivamente, a Prefeito e Vice-Prefeito de Belém. Quero noticiar a esta Casa que a Convenção do PTB, realizada em Belém, no último sábado, teve o maior apoio popular. Said Xerfan, que já ocupou a Prefeitura de Belém por 103 dias, dedicando esse período a caminhadas na periferia da cidade, na famosa área dos alagados e nas baixadas de Belém, prometeu fazer um Governo exclusivamente dirigido para essa área carente da cidade, onde está situada grande parte da nossa população. Sua liderança no meio empresarial, seu sucesso nas empresas que dirige e todo seu trabalho realizado, não só no setor privado, como, recentemente, no público, demonstram que a escolha do PTB foi certíssima. É também uma forma de evitar que a cidade caia Agosto de 1988 nas mãos de pessoas irresponsáveis -ou apontàdas por outros que não estão vivendo o problema crucial da capital do Pará. Quero gratular-me com o povo de Belém por apoiar inteiramente o lançamento da candidatura Said Xerfan. Tenho certeza de que sua vitória será retumbante na eleição de 15 de novembro. E não só sua candidatura, mas também a de seu companheiro de chapa, um jovem denodado, um empresário que vai, novamente reestruturar a administração daquele Município. Por isso, Sr. Presidente, Srs. Deputados, é que estou fazendo esta comunicação à Câmara dos Deputados. Muito obrigado. O Sr. Nilson Gibson - Sr. Presidente peço a palavra para uma comunicação, pela Liderança da Maioria. O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevílácqua) - Tem a palavra o nobre Deputado. O SR. NILSON GIBSON (PMDB - PE. Sem revisão do orador.) - Sr. .Presidente Joaquim Bevilácqua alías, é um grande prazer para nós falar sob a Pres!dência de V. Ex' - , Srs. Deputados, foi enviado ao Deputado Ulysses Guimarães, Presidente da Assembléia Nacional Constituinte, um documento vazado nos seguintes termos: "Os Constituintes presentes â Mesa de negociação das Lideranças manifestam sua extranheza diante das declarações do Sr. Ministro Oscar Corrêa, a respeito do conteúdo do texto Constitucional. Contrariando louvável discrição que o Supremo Tribumil Federal manteve até hoje, o Sr. Ministro investe contra a Constituinte, exatamente na hora em que pesam sérias suspeitas de que setores antidemocráticos estejam procurando um confronto para esvaziar o processo de reconstitucionalização do país. A Constituinte, que tem repudiado, com veemência, esse tipo de investidas, todas as vezes em que Ministros de Estado, autoridades militares e inclusive o Presidente da República tentaram diminuir c espaço de sua sobreranía, não deve silenciar diante de dc.clarações impertimentes que visam criar na opinião pública perplexidade prejudicial à consolidação da nossa vida democrática. Encaminhando este manifesto a V. Ex', ficamos no aguardo de seu posicionamento, sempre vigoroso e claro, e jamais omisso na defesa da Constituinte. n O Sr. Presidente, data vênia dos signatários desse documento, incluindo-se meu Líder Nelson Jobim, um dos homem mais cultos da Assembléia Nacional Constiruir.te, sou daqueles que defendem o direito que tem o Ministro Oscar Corrêa de criticar, não somente como professor, jurista ou magistrado, mas principalmente, no seu dizer, para advertir os Constituintes na votação agora, no segundo tunio. O Ministro Oscar Corrêa fez urna palestra na Associação dos Advogados de Minas Gerais, para um seleto plenário integrado de advogados de Minas. Não poderia S. Ex' deixar de discutir determinados assuntos concernentes à sua preocupação com o fortalecimemto do Legislativo em detrimento do Executivo e do Judiciário, conforme - no dizer de S. Ex'- o projeto em votação. Isso, segundo o Ministro, provocará uma movimentação do Executivo junto ao Lesgislativo para ocupar mais espaço. Em conseqliência, o Judiciário será acionado para resolver a questão e nilo terá forças suficientes, uma vez que o Supremo Tnbunal Federal prendeu poderes. Matérias relacionadas com a vigência de leis federais passarão para a instância do Superior Tribunal de Justiça, que será criado e ficará hieraquicamente abaixo do Supremo Tribunal Federal. Aduz ainda o Ministro Oscar Corrêa. uma das maiores cultura jurídicas do País, que o repasse de 47% dos recursos da União para os Estad::>s, determinados pelo Anteprojeto de Constituição. também foi um equívoco que precisa ser modificado. S. Ex' considera que esses encargos terão de ser distribuídos. Caso isso não aconteça, a União será obrigada a emitir dinheiro para cobrir a despesa, aumentandÇl a inflação. Srs. Deputados, a soberania da Assembléia Nacional Constituinte foi delegada pelo povo aos Constituintes. Portanto, salvo melhor juízo, a nova Constituição deve DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) ser elaborada participativamente, como realmente vem sendo feita. O povo tem apresentado sugestões, discutido com os Constituintes, qne representam determinados segmentos da sociedade brasileira. Temos ainda a destacar que durante os trabalhos de elaboração da nova Carta política houve lobbies de diversas áreas sociais mantendo contato direto como os Constituintes. Não vejo, pois, motivo para que os Constituintes critiquem a palestra do ilustre Ministro Oscar Corrêa, Presidente do Tr.ibunal Superior Eleitoral, Vice-Presidente da mais alta Corte de Justica do País e que no próximo exercicio será Presidente do Supremo Tribunal Federal. Estamos em posição adversa. Alguns defendem a tese de que os magistrados deveriam silenciar sobre os problemas nacionais. Divirjo desse ponto de vista. Sou dos que defendem a tese de que·os magistrados, como quaisquer outros representantes da sociedade brasileira, têm o direito de apresentar sugestões e críticas aos problemas e assuntos referentes à administração pública do País, principalmente na fase que atravessamos. Gostaria também de salientar que esse manifesto é assinado praticamente por aqueles que são identificados como radicais da esquerda: José Genoíno, Ademir Andrade, Paulo Ramos, Roberto Freire. Este último, quaudo foi aberta a posição legislativa para que fossem inscritos todos os panidos polítícos, saiu do PMDB e teve a coragem e a dignidade de ingressar no Partido Comunista Brasileiro. Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, era essa a posição que alguns comunistas abrigados no PMDB também deveriam tomar, e não se acorbertarem no manto sagrado do maior partido do País, que defende realmente a democracia e o povo. Sr. Presidente, desaprovo ainda o atentado que sofreu Orepresentante dos Estados Unidos George Shultz, quando, com sua esposa, visitava a Bolívia. Reprovo igualmente o pronunciamento do ilustre Deputado Amaury Müller - de quem discordo totalmente - , que tece considerações desairosas aO eminente Ministro Abreu Sodré, das Relações Exteriores. Considero a posição do Ministro Abreu Sodré conseqüente e responsável. Evidentemente, S. Ex' está investindo de poderes para falar em nome do Brasil sobre o ptoblema da sua Pasta. Quando S. Ex' disse, de maneira coerente, que os sandinistas estão criando desequilíbrio na política externa da América Central, está corretíssimo, bem como quando finaliza suas declarações pedindo seja implantada na Nicarágua uma verdadeira democracia participativa do povo. Sr. Presidente, eram as considerações que tínhamos a fazer em nome do Líder Carlos Sant'Anna, da Maioria, e do Governo, nesta sessão da Câmara dos Deputados, apresentando algumas contestações, principalmente prestando nossa mais irrestrita solidariedade ao ministro Oscar Corrêa, que efetivamente merece o respeito e a consideração de todo o povo brasileiro. o Sr. Arnaldo Faria de Sá - Líder do PT - Sr. presidente, peço a palavra para uma comunicação O SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) a palavra o nobre Deputado. Tem O SR. ARNALDO FARIA DE §Á (PJ ~ SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, ainda hoje pela manhã, ouvia um dos Deputados fazer críticas ao candidato a Prefeito de São Paulo, pela chapa da qual faço parte, e querendo criar urna frente anti-Maluf. Acho que com a abertura democrática, é chegada a hora de parar com essas colocações. Quem quiser apóiar o candidato A, B, ou C que apoie, mas vamos manter a campanha em nível elevado. Creio qne nesse sentido é que daremos seguimento à abertura democrática. E, mesmo sem ser seguidor do ex-Governador Paulo Maluf, temos de nOs lembrar que S. Ex' começou, juntamente com outros, a abertura democrática do País, quando, em 1978 - ainda sob a vigência do AI-5, os Presidentes de então, Geisel e· Figueredo, já tinham indicado outro nome para Governador de São Paulo - apesar de existência do AI-5, foi à convenção do partido e ganhou, tornando-se Governador de São Paulo. Em 1984, mesmo sabendo que Oresultado do Colégio. Eleitoral, em janeiro de 1985, lhe seria adverso, Paulo Quarta-feira 10 2729 Maluf manteve sua candidatura até o final. também contra o ex-Presidente Figueiredo, e permitiu a vitória de Tancredo Neves, que ensejou a criação'da Nova República, sobre a qual não queremos entrar no mérito, nem fazer julgamento. Mas, apesar de o candidato a Prefeito, Paulo Maluf, querer manter a campanha em nível elevado e não partir para ataques, nem fazer sua defesa, jamais aceitarei quaisquer acusações, sem vir a esta tribuna repudiá-Ias ou responder a elas nos termos em que forem assacadas. Ainda na quinta-feira, tive alguns problemas com o partido que represento, na sua direção nacional, que não queria a coligação. Eu tinha a convicção de que na convenção do partido, de domingo, iria ser unanimemente favorável à coligação, como o foi. Não obstante, resolvi, na quinta-feira, sexta e sábado, enfrentar o problema e assim o farei todas as vezes. porque chega de se colocar na posição de fariseu. Vamos construir este País, porque é disso que precisamos. Aqueles que querem apoiar o candidato A ou B que o façam, mas de forma, acima de tudo, elevada. Fui convidado, sim, até à última hora a aceitar a composição, a serviço daqueles que agora me estão tentando atacar. Ora, se eu servia para ser vice dos fariseus, por que agora me querem atacar? Ninguém me atacará impunemente. Virei aqui e responderei a todos, a qualquer hora e a qualquer momento, de modo elevado, e não da forma chá como aqueles que o fazem. Chega! É preciso uma democracia elevada para este País. É necessário superarmos as dificuldades do momento. Aceitei a condição de vice, porque assÍIn posso continuar trabalhando na Constituinte, no Cougresso Nacional e, logo após, nas legislações ordinária e complementar Não ataquem, porque não me calarei. E é assim que agirei. Em busca da democracia que queremos, temos de ter liberdade de opção e de decisão. VI- APRESENTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES o SR. PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Os Srs. Deputados que tenham Proposições a apresentar, queiram fazê-lo. VICTOR FACCIONI - Projeto de lei que institucionaliza a OTN como referência monetária nacional. DIRCE TUTU QUADROS - Requerimento de informações ao Gabinete Civil da Presidência da República sobre andamento do processo relativo ao grupo Financeiro Coroa-Braste!. - Requerimento de inmformações ao gabinete Civil da Presidência da República sobre compra de aeronaves tipo F-5, pela Força Aérea Brasileira, aos Estados Unidos. PAULO PAIM - Projeto de resolução que dispõe sobre a remuneração dos membros do Congresso Nacioual e dá outras providências. - Projeto de lei que dispõe sobre· a proteção do trabalho do empregado doméstico e dá outras providências. OSVALDO BENDER-Projeto de lei que estabelece o limite de 100 quiiõmetros horários nas vias de trãnsito rápido nacionais. RUBEN FIGUEIRÓ - Projeto de lei complementar que concede insenção do pagamento de impostos municipais para licenciamento de bicicletas, aos respectivos proprietários. RUBEN BRANQUINHO - Projeto de lei que institui a figura jurídica "vínculo religioso l ' . MAGUITO VILELA - Requerimento de informações ao Instituto Brasileiro de Deseuvolvimento Florestal - IBDF sobre causas do incêndio ocorrido no Parque Nacional das Emas. PAULO RAMOS -Projeto de lei que fixa a jornada de trabalho Policial-Militar e Bombeiro-Militar e dá outras providências. DORETO CAMPANARI -Projeto de lei que Introduz disciplina sohre o ensino agrícola no currículo dos cuqos de l' grau. . JOSE CAMARGO - Projeto de lei que cria adicional sobre o salário de trabalhador que curse escola superior particular. 2730 Quarta-feira 10 - Projeto de lei que acrescenta parágrafo. único ao art. 2' da Lei n' 4.266, de 3 de outubro de 1963, que instituiu o salário-família do trabalhador. - Projeto de lei que veda o corte no fornecimento de água por motivo de atraso no pagamento de tarifas. MAX ROSENMANN'- Projeto dc lei que dá nova redação a dispositivos da Lei n' 3.857, de 22 de dezembro de 1960, que cria a Ordem dos Músicos do Brasil 'disp6e sobre a regulamentação do exercício da profissão de músico, e dá outras providências. - Projeto de lei que modifica dispositivo da Lei n' 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o controle sanitário de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e determina outras providências. FRANCISCO AMARAL - Projeto de lei que dispõe sobre a criação de Junta de Conciliação e Julgamento em Matão. Estado de São Paulo. ANT6NIO DE JESUS - Projeto de lei que institui o Dia Nacional do Fotógrafo Profissional e oficializa no Brasil a comemoração do Dia Mundial da Fotografia. PAULO ZARZUR - Projeto de lei que institui o Dia Nacional da oração pela Pátria e Paz Mundial. e o SR, PRESIDENTE (Joaquim Bevilacqua) - Passa-se ao VII - GRANDE EXPEDIENTE Tem a palavra o Sr. Victor Faccioni O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS)- Sr. Presidente, venho a esta tribuna para dizer que nunca o Rio Grande foi tão esquecido e discriminado como agora. pela Nova República. Espero. no entanto, que não se confirme a notícia de que o Rio Grande do Sul seria preferido nos projetos de fenol-acetona. MVC/PVC. para o Pólo Petroqímico de Triunfo. O Governador Pedro Simon calcou sua campanha política dizendo que chegava de o Rio Grande sofrer discriminações, e sua candidatura seria o resgate do atendimento dos interesses do Estado pelo Governo Federal. S. Ex' mostrava até desconhecimento do seu Estado, pois o Rio Grande nunca foi tão atendido como nos governos anteriores - talvez não tanto quanto merecesse. Merecia mais; porém diante de suas declara- ções, ninguém imaginaria o que eatá acontecendo, desde a instalação do Governo da Nova República, em matéria de desatendimento para com o Rio Grande; depois que assumiu o Governo do Estado o ex-Ministro da Agricultura do atual Governo Federal, é efetivamente caso de gerar o nosso mais vivo protesto. Ainda agora, Sr. Presidente - e este é o motivo principal que me traz à tribuna - a imprensa do Rio Grande do Sul e a imprensa nacional destacam a discriminação que estaria por sofrer o meu Estado. Espero que isso não venha a se concretizar com relação ao projeto de fenol-acetona, MVC e PVC para o Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. Referiu-se o Sr. Armando Guedes, Presidente da Petrobrás, em La Paz, Capital da Bolívia, à implantação da planta de fenol-acetona no Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro, em detrimento da planta reinvindicada, com todas as condições de execução, pelo Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. A criação de mais uma unidade de MVC/PVC coincidente com a do Rio Grande do Sul, e a transferência da planta de fenol-acetona de Camaçari para o Rio, prevista desde 1975 para o Estado, me traz a esta tribuna, como disse, para registrar meu protesto, em nome, tenho certeza, de todos os gaúchos. Está aqui o nobre Deputado Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, que sei se inclui, com sua voz, neste protesto. Sr. Presidente, estou renovando o pedido de convocação do Ministro da Indústria e do Comércio perante a Câmara dos Deputados. Há mais de um ano fiz a solicitação e durante este período houve diversas alegações, entre elas a do estado de saúde do então Ministro José Hugo Castelo Branco, que depois veio a falecer no cargo. Lamento seu falecimento e presto aqui minhas homenagens póstumas. Agora não temos Ministro mas um dia o teremos. Se não.temos um Ministro titular, devemos um substituto. E seja quem for o Ministro, DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) o programa de Governo, a política de Governo é do Governo como um todo. Como disse o Presidente Sarney - e a jornalista Ana Amélia de Lemos, do jornal Zero Hora" , registrou - "a política econômica do Governo é exatamente a que foi aprovada pelos 21 Governadores do PMDB". Jornal Está aqui: Zero Hora", página 18, dia 2 deste mês, Ana Amélia de Lemos, enviada especial à Bolívia, onde obteve a declaração do Presidente Sarney. A política é do Governo; não importa o Ministro. Estou renovando a sonvocação para que o Ministro da Indústria e do Comércio, o substituto atual ou o titular definitivo que um dia, quando este Governo decidir alguma coisa, viermos a ter, compareça a esta Casa para debater no plenário toda a programação da política industrial brasileira e, em particular. também da política de desenvolvimento industrial do Rio Grande do Sul, onde se inclui o problema da expansão do pólo petroquímico daquele Estado, a implantação do Gasoduto da Argentina, ao aproveitamento do carvão nacíonaI, dentre outros itens de uma pauta maior. Sr. Presidente. também estou encaminhando pedido de informações ao Governo a respcito do critério adotado para definir os projetos de expansão do Sistema Petroquímico brasileiro. O que o Governo pretende fazer com o pólo petroquímico do Rio Grande do Sul, uma conquista do povo gaúcho e de um governo do qual tive a honra de participar. O projeto do Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul foi elaborado pelo Governo Euclides Triches, do qual fui Chefe da Casa Civil. Encaminhado pelo Governador Euclides Triches ao Governo Federal, veio a ter sua definição no ano seguinte, quando já Euclides Triches não era o Governador. Triches plantou, seu sucessor colheu. e agora vemos que a expansão do pólo gaúcho pode ficar comprometida pelo atual Governo. Espero uma resposta n\pida do Governo a este pedido de informações para analistarmos melhor todas as decisões na política federal. Espero mais, como disse. que não se concretize o ato discriminatório contra o pólo pctroquímico do Rio Grande do Sul em favor de um nutro pólo petroquímico ainda inexistente. Perder para um concorrente. para uma alternativa concreta. poderia ser até justificado em função de um todo considerado ou de uma de suas partes. Mas o Rio Grande não pode perder o projeto de expansão do seu pólo petroquímico para algo inexistente. Assim, é o mesmo que lutar contra fantasmas. A proposta de implantação de um novo complexo petroquímico não pode impedir o desdobramento do pólo gaúcho. Não se trata apenas de desconsideração, mas de malversação dc dinheiro público. Seria até o caso de a nobre Deputada Dirce Tutu Quadros, que tanto tem atuado na área da fiscalização das contas públicas na Comissão de Fiscalização e Controle. investigar. Seria a repetição do escândalo da Hidrelétrica de Balbina, onde jogaram setecentos milhões de dólares fora para construir uma usina hidrelétrica que não vai produzir energia elétrica, enquanto falta energia elétrica no Rio Grande do Sul para a expansão da indústria gaúcha. Dentro desse esquema se insere também o problema da definição do gasoduto que deverá transportar gás natural da Argentina para o Brasil, através do Rio Grande do Sul. O Presidente Sarney foi à Bolívia para consolidar o projeto de gasoduto boliviano. E o gasoduto argentino para o Rio Grande do Sul, como fica? Já há dois anos, em agosto de 1986, através do Protocolo n° 8, firmado com o Presidente Raul Alfonsin, foi levantada a possibilidade de construção do gasoduto Brasil - Argentina. ligando a Província de Entre Rios e Porto Alegre. Entendemos a importância e o alto significado que a construção de um gasoduto ligando Santa Cruz de La Sierra a Corumbá tem para a economia do Mato Grosso. O que não podemos aceitar, entretanto, é que o Rio Grande seja novamente preterido por atitudes prejudiciais ao seu desenvolvimento, com as que vêm sendo adotadas a nível federal, em detrimento do bem-estar da comunidade gaúcha. É mais essa questão o caso de trazermos aqui o Ministro das Minas e Energia. S. Ex\ aliás, está convocado por requerimento de minha autoria, votado pelo Plenário desta Casa, há mais de um ano, e aqui não compareceu. Agosto de 1988 Pois bem. pergunto agora: e a polítIca do carvão'? O carvão que está dormindo sob o solo e sobre a superfície da terra gaúcha é desconsiderado enquanto o Brasil gasta dólares importando combustível e energia. Volto a dizer, não faltam recursos neste País. O que falta são critérios, prioridades e responsabilidade para sua aplicação. Mas se o Rio Grande está sendo discriminado e deixa de ser atendido, o Governador do Estado, Pedro Simon, anuncia que está enviando ao Presidente da República uma mensagem de protesto, através do Vice-Governador Sinval Guazzeli. Segundo Pedro Simon, o Presidente da República comprometeu-se a aprovar o projeto de expansão do Pólo Petroquímico do Rio Grande do Sul. o que estaria sendo desmentido agora pelo Presidente da Petrobrás. Mas, Sr. Presidente, custo a acreditar que um assunto dessa ordem, do interesse maior da economia do Rio Grande do Sul não seja capaz de tirar o Governador do Rio Grande do Palácio Piratini para vir a Brasília, juntar-se à bancada gaúcha e cobrar pessoalmente do Presidente da República essa aprovação. S. Ex' não tem tempo ou tem algum constrangimento. Não sabemos o quê. Seria falta de tempo ou constrangimento? Não existe constrangimento algum quando se trata de interesse do Estado, e nem pode existir falta de tempo para tanto. Qualquer uma das duas situações é grave e deveria ser melhor analisada pelos colegas de representação gaúeha do PMDB do Rio Grande do Sul. que é o partido que detém o Governo do Estado. porque o Governador Pedro Simon. que não tem tempo para vir à Brasília entregar em mãos um documento do povo do Rio Grande, não só do seu Governo, ao Presidente da República, envia o seu Vice-Governador. é o mesmo Governador Pedro simon que tem tempo para conversar com o Governador Quéreia, do PMDB. com o Governador Valdir Pires, do PMDB, com o Governador Newton Cardoso. do PMDB. com o Governador Miguel Arraes. do PMDB. com o Governador do Rio de Janeiro, que foi do PDS, Moreira Franco, e tido como histórico do PMDB. sobre os destinos do PMDB. Aos Governadores do PMDB o que interessa é o destino político do seu partido e não o destino dos seus Estados. o destino da-economia nacional. da vida política nacional. São os mesmos Governadores que o Presidente Sarney declara que fixaram a proposta de política ceonõmica e o programa de governo que está em desenvolvimento no País. Veja V. Ex', Sr. Presidente Homero Santos, que é do Triângulo Mineiro, região que visitei e que vi ser efetivamente uma região de progresso, de desenvolvimento, o que noticia a imprensa do Rio Grande do Sul e sobre a situação em que se encontra o meu Estado: "Recessão bate às portas do Rio Grande do Sul" declaração do Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Jornal Zero Hora, do dia 22 de julho: "Análise da Assessoria Econômica da Federação das Indústrias revela que apenas as exportações têm evitado o agravamento da crise que se avizinha. As vendas das fábricas caíram 7% nos últimos meses". Mas não é só isso, Sr. Presidente. O desemprego também bate às portas do Rio Grande do Sul em conseqüência da recessão. O Jornal Correio do Povo, de 3 de julho noticia: "Desemprego aumenta no Rio Grande. Investimento é a única alternativa." E o jornalista T)llíbio Braga, também do "Correio do Povo". no mesmo dia, pergunta: "O que há com o Rio Grande?". O nobre colega do Rio Grande, Adylson Motta, declarou aqui num pronunciamento anterior, nesta sessão, que o que está faltando no Rio Grande é liderança política. Não é que faltem líderes políticos, falta é liderança. O que falta é o exercício das responsabilidades de quem ocupa cargos e funções de liderança. E pelo cargo c funções a responsabilidade maior é do Governador. Por isto, dizendo que falta exercício e desempenho da liderança, cabe a pergunta: por parte de quem? De todo e qualquer líder? Nós, representantes gaúchos, nos consideramos dentro do quadro de liderança e estamos atuando. Porém existem certas decisões, certas iniciativas que não nos competem; competem ao Governador do Rio Grande, competem aos representantes políticos do Governo Federal do Rio Grande. da Aliança Democrática, desta mesma aliança democrática que Agosto de 1988 foi anunciada ao Brasil, que vinha para consolidar a transição, aperfeiçoar a democracia, reordenar a econo- mia e promover a justiça social, no entanto, tem acontecido exatamente o contrário. A democracia náo se aperfeiçoou, a transição não se consolidou, a crise econômica se agravou, a injustiça social cresce de forma assustadora e a convulsão social é uma ameaça que está aí. Sequer a nova Carta constitucional sabemos se haveremos de ter, porque é a mesma composição de forças políticas que comanda o Governo Federal, os governos estaduais, que também é majoritário e comanda as decisões da Câmara dos Deputados, do Senado da República, do Congresso Nacional e da Assembléia Nacional Constituinte. Publiquei um artigo no jornal Correio do Povo desta semana, dizendo que há no Brasil uma "centralização paralisante" e há um dualismo de posições contraditórias. E há um dualismo paralisante também. Vivemos no País uma situação ambivalente, é o centralismo do Governo Federal, é o centralismo da Mesa da Constituinte, é o centralismo da Mesa da Câmara, é o centralismo da Mesa do Congresso Nacional, o centralismo das decisõe.s e o dualismo de posições que paralisa tudo. E um erro achar que alguém tem condições de açambarcar todos os poderes e exercê-los todos simultaneamente. Não dá, é impossível num país que cresceu como o Brasil, com sua vida política e com economia complexas, com uma estrutura social também complexa e desigual. E aí os que centralizam pensando poder, numa automacidade simplificada, resolver tudo, acabam tudo atrapalhando e tudo complicando. Este erro será talvez, Ull1a das causas da implosão da economia e da vida política do País e essa implosão talvez não livre ninguém, o que é pior. Restará apenas o alerta, a advertência, nosso chamamento à responsabilidade. Mas saibam que os responsáveis por tal descalabro também vão implodir. Parece que no PMDB a implosão já começou. Aí está o PMDB do Sr. Ulysses Guimarães que sequer consegue fazer convenção nacional. Então, os pró-homens da vida política nacional, do Executivo e do Legislativo, que não conseguem sequer resolver seus problemas doméstico-partidários, evidentemente não têm condições para resolver os problemas das definições graves que a Constituinte, a economia, a vida social e a vida política no País aguardam. Quem será o Governador do Distrito Federal, quem será o Ministro da Indústria e do Comércio? Parece que existem outros Ministérios vagos, não sabemos mais quais estão ocupados e quais não estão. Nem se nota. Não há diferença. Sr. Presidente, não gostaria de me distanciar do tema central do meu pronunciamento, as reivindicações maiores do momento presente no Rio Grande em torno do pólo petroquímico, do gasoduto, do problema da energia elétrica, do problema da exploração do carvão. Para acentuar a importância da minha manifestação, vou apenas ler a chamada do editorial do jornal Zero Hora, de segunda-feira, dia 10 de agosto de 1988: "O Rio Grande clama por urr, mínimo de racionalidade na política nacional para a petroquímica." E tece considerações sobre as distorções da política petroquímica nacional. Rogaria que o editorial fizesse parte do meu pronunciamento como se lido fora. Sr. Presidente, quanto à área da petroquímica, ainda quero lembrar que sou autor de dois projetos: um projeto de lci que concede inccntivos fiscais para o pólo petroquímico do Rio Grande do Sul, e outro projeto de resolução que cria uma CPI para analisar as causas que emperram a expansão do pólo petroquímico do Sul. Tais projetos haviam sido apresentados já na legislatura anterior pelo nobre e incansável Deputado Nelson Marchezan. Como S. Ex' não se elegeu para a atual legislatura, concorrendo ao Senado, eu o homenageei reapresentando seus dois projetos. O primeiro projeto, que autoriza o Poder Executivo a criar incentivos fiscais - é o de n' 25/88 - recentemente foi aprovado por esta Casa e está no Senado Federal; o segundo, o Projeto de Resolução n' 18/87, que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar as causas c conscqüências da não-consolidação do pólo petroquímico do Rio Grande do Sul, está aguar- DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) dando a apreciação desta Casa desde 12 de agosto de 1987. Se não nos querem dar autorização para a expansão do pólo petroquímieo, permitam que pelo menos verifiquemos as causas. Pelo menos isso. Quem tem medo da verdade? Quem tem medo de que se apurem as responsabilidades? Espero que, estando na Liderança da bancada majoritária da Câmara dos Deputados, o Deputado Ibsen Pinheiro, que é gaúeho, nos ajude, para que não mais haja protelação -como tem acontecido - com relação a esse projeto; que, estando na bancada majoritária, na Constituinte, o nobre Deputado Nelson Jobim, também gaúcho, também nos ajude. Se a baneada do PMDB quiser, como em tudo o mais - c sabem disso muito bem V. Ex" Sr. Presidente Homero Santos, do PFL, a Deputada Dirce Tutu Quadros, do PSDB, meu colega do Rio Grande, Paulo Paim, do PT, o nobre Deputado Ângelo Magalhães, da Bahia, e, do PMDB, o Deputado Paulo Macarini, que me ouvem, - será aprovado, porque é majoritária. O PMDB comanda a Mesa e o Plenário da Càmara dos Deputados, a Mesa e o Plenário da Assembléia Nacional Constituinte, o Governo Federal. Assim me expresso, apesar de ter ouvido, numa comunicação de Liderança, o Deputado Maurílio Ferreira Lima dizer que o Ministro que saiu da Previdência era do PMDB, mas o que a assumiu, não. Eu diria ao nobre Deputado Maunlio Ferreira Lima que apenas bastaria lembrar que o novo Ministro é um dos pró-líderes, um dos próhomens, uma das maiores expressões do PMDB do Pará e do BrasiL Então, não entendo. Parece que existem dois PMDB, dois Governos. Existe aquele que diz c aquele que faz; aquele que é e aquele que não é; um que colhe os louros do populismo, mas não aquele que assume as responsabilidades. Ouço, com prazer, a Deputada Dirce Tutu Quadros. A Sra. Dirce Tutu Qnadros - Nobre Deputado Victor Faccioni, também me pergunto, com relação aos Ministérios vazios, quem serão os Ministros. E quem será, nobre Deputado, o Governador de Brasília? Já nos livramos do Governador José Aparecido, grande político de pé de ouvido, mas que de administração nada entendia. E agora, quem teremos governando a cidade onde somos obrigados a habitar? O Senador Alexandre Costa? Será que ele entende alguma coisa de Brasília ou do povo brasiliense? Na minha opinião, o Presidente Sarney está querendo transformar Brasília numa grande "Sarneylândia". Não há qualquer justificativa para se trazer um amigo pessoal, a fim de dirigir e responsabilizar-se por esse povo. Gostaria ainda de dizer ao meu nobre colega, que tanto admiro, que minha avó era gaúcha de Pelotas e também me sinto um pouco riograndense. Espero que a "Sameylândia", aqui, tenha um final feliz. Muito obrigada. o SR. VICTOR FACCroNJ - Nobre Deputada Dirce Tutu Quadros, o Governador José Aparecido não desapareceu. V. Ex' está muito equivocada, quando diz "nos livramos". Quem é que se livrou dele? Ele será o Ministro da Cultura de todo o Brasil. Deverá ser membro da Academia Brasiliense de Letras; da Academia Mineira, não sei. Mas ele não desapareceu. Este é o problema. Está aí. E esta é a recompensa por tudo aquilo que a nobre Deputada Dirce Tutu Quadros citou: uma promoção a Ministro da Cultura. Esta é a consideração que o Presidente José Sarney tem pela cultura brasileira: a nomeação do Dr. José Aparecido para o cargo de Ministro. Os que acham que é uma grande nomeação entenderão o ato positivamente, os que não a entendem como tal haverão de interpretá-la negativamente. Mas o Dr. Aparecido não desapareceu, e quem pensa que se livrou dele se engana. Sr. Presidente, como disse, o tom central do meu pronunciamento é reclamar contra a ameaça anunciada pelo Presidente da Petrobrás de discriminação contra o Rio Grande. Desejo aqui defender a importância nacional - e não apenas para o Rio Grande - da aprovação dos proj etos de expansão do pólo petroquímico do Rio Grande do SuL São os seguintes os projetos de interesse do Rio Grande e do Brasil, no pólo petroquímico, que estavam no Conselho de Desenvolvimento Industrial, em outubro de 1987: 1 - Estireno, 125 toneladas/ano, com dois Quarta-feira 10 2731 candidatos: EDN do Nordeste c Proquigel de São Paulo; 2. Ampliação da planta do polietileno de alta densidade da Polisul em mais 60 mil toneladas/ano; 3. Polietileno linear, proposto pela Poliolefinas, que já opera uma planta de PAD no pólo gaúcho; 4. MVC/PVC, do grupo gaúcho Isdra, para produção de 180 mil t; 5. Negro-de-fumo, pretendido por vários grupos nacionais que ainda não se manifestaram publicamente. Não se manifestaram à época, acreseento. A implantação gradual desses projetos e o crescimento do mereado nacional de produtos petroquímicos vai exigir uma nova e significativa ampliação do pólo gaúcho, cstimada em 60%. "O mereado nacional de petroquímicos deverá duplicar em dez anos", prevê o engenheiro Ruy Lerner, nesta mesma matéria de 7 de outubro, superintendente da Copersul. Como existem atualmente três pólos em funcionamento, serão necessários outros três. O quarto já está definido, com a ampliação de Camaçari, na Bahia; o quinto será o do Rio de Janeiro. Ambos constam do Plano Nacional de Petroquímica, aprovado recentemente pelo Presidente José Sarney, Falta o sexto. Agora, de que adianta pensarmos no quinto e no sexto, se não consolidamos o que já existe? Sr. Presidente, é uma norma elementar de economia, até porque é mais barato e o retorno vem mais ligeiro, principalmente ampliar, expandir o que já existe, e só depois criar algo novo. Então, não se justifica de forma alguma a diseriminação que se quer fazer. Está sendo anunciada e espero não se concretize com relação ao pólo petroquímico do Rio Grande do Sul. Esta a manifestação que faço nesta oportunidade, com a certeza - como já disse - de estar refletindo o pensamento do povo riograndense. (Palmas.) Durante o discurso do Sr. Victor Faccioni o Sr. Joaquim Bel'iíacqua, art. 76 do Regimento Interno deixa a cadeira da presidência, que ê ocupada pelo Sr. Homero Santos, l'-Vice-Presidente. O SR. PRESIDENTE (Homero Santos) palavra o Sr. Paulo Paim. (Pausa.) Tem a O SR, PAULO PAIM (PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, hoje, no Dia Internacional de Solidariedade ás Mulheres da África do Sul e da Namíbia, presto a minha homenagem a Nélson Mandela, que é o orgulho de toda a raça negra. Venho à tribuna falar em Nélson Mandela, que completará no dia 18, setenta anos de Uade, de uma vida trágica e portentosa, c no dia 5 de agosto, 26 anos de cárcere. Líder do povo africano, orgulho dos negros da Áfriea e da diáspora, sua verdade e sua legenda ultrapassaram há muito tempo as restrições ideológicas. E ele se converteu numa encarnação e num símbolo vivo da luta pela liberdade. Encontra-se encarcerado há 26 anos nas prisões sul-africanas. Por que este homem·está preso há mais de um quarto de século? Qual O crime por ele cometido? Nélson Mandela está preso, Srs. Deputados, pelo crime de ser contra as leis que proíbem relações sexuais e casamentos inter-raciais; está preso pelo crime de ser contra a classificação raeial do seu povo desde o nascimento; pelo crime de ser contra a segregação racial nas áreas residenciais, no lazer, nos transportes e na educação. Está preso por combater a lei dos passes que obriga os negros a portarem permanentemente um caderno de anotações sobre os seus dados pessoais para se locomoverem; está preso por ser eontra a remoção forçada de não-brancos de suas terras e zonas urbanas. Nelson Mandela, Srs. Deputados, está preso pelo crime de defender que negros e brancos tenham direitos políticos iguais; por combater um Poder Judiciário que está a serviço da discriminação racial, por combater o confinamento geográfico dos indivíduos (bantustões). Juntamente com milhares de outros presos políticos, está preso, enfim, por lutar contra o regime do apartheid, que, no limiar do século XXI, é uma crua expressão da selvageria e da barbárie a que pode chegar um sistema econômico baseado na exploração do homem pelo homem. 2732 Quarta-feira 10 A África do Sul possui atualmente 35 milhões de habitantes, dos quais 83% são negros, 3% são asiáticos e 14% são brancos. O país do apartheid é hoje o mais altamente industrializado do continente africano, sendo que sua população branca desfruta de uma das maiores rendas per capita do mundo, ao passo que a maioria negra detém uma das mais baixas. Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, a taxa de crescimento médio da população negra, segundo dados da ONU, é quatorze vezes maior que a dos brancos. Os trabalhadores brancos ganham de sete a vinte vezes mais que um negro pelo mesmo trabalho. Nas escolas segregadas que possuem currículos orientados pela supremacia racial branca, a proporção atual aluno-professor é de 21 para um nas escolas brancas, e 60 para um nas escolas negras. Cerca de 70% das crianças negras abandonam a escola no ensino primário. A taxa da mortalidade infantil entre a população negra chega a 400 por mil nascimentos, enquanto que entre os brancos é de 27 para cada mil. Na África do Sul, um dos maiores produtores mundiais de pedras preciosas, ouro e petróleo e onde se encontra um dos mais sofisticados aparatos repressivos do planeta, os não-brancos (86%) detêm 2% da riqueza nacional. A minoria branca (14%) ocupa 87% do território nacional, enquanto os não-brancos são confinados em 13% das terras. As leis do apartheid excluem os não-brancos do poder central. Não satisfeito com isso, o Governo do P.W. Botha saqueia e ocupa ilegalmente o território da Namíbia e ainda ataca e fin,ancia mercenários contra os países independentes da Africa Austral. Em resposta, o povo sul-africano intensifica as lutas populares, as greves de trabalhadores e de estudantes e as manifestações de protestos convocados pelo Congresso Nacional africano, entre outras organizações. Por seu turno, o apartheid, desde junho de 1986, decretou estado de emergência, que resultou, nestes dois anos, em pelo menos duas mil mortes e trinta mil prisões, sendo que, entre os prisioneiros, encontram-se oito mil jovens com menos de 18 anos de idade. Este quadro tem provocado no mundo inteiro crescentes manifestações de protestos c sanções contra o Governo de Pretória. No entanto, no plano interno, embora o Governo brasileiro tenha uma retórica contrária àquele regime, a Nova República intensificou o nível de relações comerciais com o apartheid, voltando as costas à pressões do movimento negro e democratas em geral. Para terminar, Sr. Presidente, lembro que é urgente que a opinião pública nacional pressione a Nova República para romper sua conivência com o Governo sul-africano. Esta é a melhor homenagem que poderemos prestar a Nélson Mandela, que passou mais um aniversário sem que seu povo pudesse vê-lo, o que não significa que seu povo não o esteja ouvindo. Nélson Mandela, você está aqui conosco! Sr. Presidente, este pronunciamento foi elaborado em conjunto com a comissão petista do centenário da Lei Áurea e teve a colaboração da Deputada Benedita da Silva. Foi também reproduzido na íntegra pelo jornal Folha de S. Paulo. Ao mesmo tempo registro que, por iniciativa do Vereador Antônio da Silva, este pronunciamento foi publicado uos Auais da Câmara Municipal de Moeoca, São Paulo. VIII - ENCERRAMENTO o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão. DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Pará Manoel Ribeiro - PMDB. Marauhão Costa Ferreira - PFL; Davi Alves Silva - PDS; Edivaldo Holanda - PL; Victor Trovão - PFL. Piauí Myriam Portella - PDS. Ceará Carlos Virgílio - PDS. Rio Grande do Norte Jessé Freire - PFL; Vingt Rosado - PMDB. Paraíba Aluízio Campos - PMDB; José Maranhão PMDB; Lucia Braga - PFL. Pernambuco Cristina Tavares - PSDB; Gonzaga Patriota PMDB; Joaquim Francisco -PFL; Paulo MarquesPFL. Alagoas Antonio Ferreira PFL. PFL; Vinicins Cansanção Bahia Joaci Góes - PMDB; Nestor Duarte - PMDB. Espírito Santo Rose de Freitas - PSDB. Rio de .Janeiro Arolde de Oliveira - PFL; Luiz Salomão - PDT; Nelson Sabrá - PFL; Roberto D'Ávila - PDT. Minas Gerais Aloisio Vasconcelos - PMDB; Álvaro Antônio PMDB; Chico Humberto - PDT; Mário Bonchardet - PMDB; Milton Lima - PMDB; Raul Belém PMDB; Virgílio Guimarães - PT. São Paulo Felipe Cheidde-PMDB; José Serra -PSDB; Nelson Seixas - PDT. Goiás José Freire - PMDB. Mato Grosso do Sul Plínio·Martins - PMDB; Saulo Queiroz - PSDB. Paraná Alarico Abib - PMDB; Mattos Leão - PMDB; Osvaldo Macedo - PMDB; Santinho Furtado PMDB. Rio Grande do Sul Irajá Rodrigues - PMDB; Olívio Dutra - PT; Ruy Nedel- PMDB. Amapá Raquel Capiberibe - PSB. o SR. PRESIDENTE (Homero Santos) - Está encerrada a Sessão. Encerra-se a Sessão às 12 horas e 13 minutos. MESA DEIXAM DE COMPARECER OS SENHORES: Acre Alércio Dias - PFL. Amazonas José Dntra - PMDB; José Fernandes -PDT. Rondônia Raquel Cândido - PDT. Ata da I' Reúnião da Mesa, realizada em 2-8-88 Aos dois dias do mês de agosto de hum mil noveceutos e oitenta e oito, às 10:00 horas, reúne-se a Mesa da Câmara dos Deputados, sob a presidência do Senhor Deputado Homero Santos, l'-Vice-Presidente, no exercício da Presidência. Presentes os Senhores Deputados Paulo Mincarone, Paes de Andrade e Albérico Cordeiro, respectivamente, 2'-Vice-Presidente, l' e 2'-Se- Agosto de 1988 • cretários. Presente, também, o Senhor Deputado Daso Coimbra, Suplente convocado. Ausentes, por motivo justificado, os Senhores Deputados Heráclito Fortes e Cunha Bueno, 3' e 4'-Secretários. Havendo número legal, o Senhor Presidente declara abertos os trabalhos. Com a palavra, o Senhor 1'-Vice-Presidente passa a relatar os seguintes expedientes: 1) Denúncia apresentada por Alceu Collares contra o Presidente da República, com imputação, ao denunciado, da prática dos crimes previstos nos arts. 315 e 319 do Código Penal e de crimes de responsabilidade previstos ao art. 4' da Lei n' 1.079, de 10 de abril de 1950. "Relatório. Alceu Collares, que se qualifica cidadão brasileiro, casado, residente e domiciliado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no exercício da prerrogativa que lhe entende deferir o seu status civitatis, vem de forma· lizar denúncia perante a Câmara dos Deputados, imputando ao Excelentíssirno Senhor Presidente da República, em concurso material a prática(a) de infrações penais comuns (emprego irregular de verbas públicas e prevaricações, arts. 315 e 319 do Código Penal) e (b) de crime de responsabilidade (art. 4' da Lei n' 10-4-1950). Inicia o denunciante o libelo acusatório historiando as preceituações legais relativas a operações de crédito interno, "por conta e risco do Tesouro Nacional" , destinadas a rolar as dívidas do Estado e Municípios". Segundo o relato feito, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre ter-se-ia habilitado oportunamente. satisfazendo as condições previstas na legislaçâo específica e explicitadas em decisão do Conselho Monetário Nacional, ao recebimento dos recursos que lhe caberiam segundo essa mesma legislação e, apesar de tratativas feitas na área política, não logrou ser beneficiária da respectiva legislação, restando isolada. no particular, denunciando assim, o fato, tratamento discriminatório, pois todas as demais Prefeituras de Capitais receberam a ajuda financeira em questão, apesar, ainda, de promessa, transmitida através de informação telefônica pelo Secretário do Setor Público do Ministério Público do Ministério da Fazenda, Dr. Roberto Perosa, e segundo o qual para referida Municipalidade estavam programadas 250 milhões de cruzados, "que seriam liberados em quatro parcelas a partir de novembro de 1987. Deixa ver, ao fim, o denunciante, que o prazo limite para realização das operações de crédito (31-12-87) decorreu, "sem que o Ministério da Fazenda decidisse sobre o pedido". Feito o precedente relato, conclui denunciante que a conduta do requerido teria obedecido "tãosomente a razões de natureza político-partidária, uma vez sendo sabido que "o titular da Prefeitura de Porto Alegre, filiado ao Partido Democrático Trabalhista, integra uma corrente partidária de permaneute oposição ao Governo liderado pelo denunciado". Concluindo, afirma a denúncia: I - que "o denunciado, como funcionário público "lato sensu" (art. 357, C.P,), incorreu com sua conduta nos crimes definidos nos arts. 315 c 319 do Estatuto Penal porque constitui crime, comissivamente, "dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei" (art. 315), e, omissivamente, "retardar ou deixar de praticar, indevidamente. ato de ofício ou praticá-Ia contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal". (art. 319) 11 - que a conduta do denunciado, "enquanto, ainda, Presidente da República não se esgota no regramento normativivizado a lei penal" porque caracterizadora, também, de crime de responsabilidade, a teor do disposto no artigo 82, VII da Constituição Federal e no art. 4' da Lei 1079, de 10 de abril de 1950. É o relatório. Consoante, assim, a narração feita pelo denunciante e segundo a qual restaria evidente a comissão, pelo ilustre denunciado, dos crimes tipificados nos arts. 315 e 319 do Código Penal e do crime de responsabilidade definido no art. 4' da Lci n' 1.079 de 10 de abril de 1950, as condutas ilícitas derivHriam da circunst~ncia de não haverem sido liberados, oportunamente, pelo Ministério da Fazenda, para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, recursos distribuídos a outras Prefeituras de Capitais e devidos igualmente a essa municipalidade em decorrência de autorização constante da Lei n' 7.614, de 14 de julho de 1987, mais exatamente a especificada nos itens I e 11 do art. 2' dessa Lei, uma vez que essa municipalidade cumprira todas as exigências legais a0-feferido fim estabelecidas. Como se vê do suigcncris fibelo acusatório, em nenhum ponto dele está declarado que o ilustre denunciado deixou de come- ° Agosto de 1988 ter atos legais a que estaria obrigado, nem que determinou que autoridades administrativamentc a ele subordinadas deixassem de cumprir a lei, limitando-se a respectiva narrativa a noticiar os antecedentes legais autorizativos da concessão de recursos financeiros à municipalidades e às trativas de natureza política no sentido da respectiva liberação junto ao Ministério da Fazenda. Da ilegitimidades Ativa do Requerente para Formalizar, Perante a Câmara dos Deputados, Denúncia quanto a crimes comuns. Ocorre que a perseguibilidade dos "crimes Comuns", mediante ação penal, dependerá, sempre e nccessariamente, de iniciativas do dominus litis, o Ministério Público, através do ProcuradorGeral da República, que não poderá, no desempenho dessa função institucional, ser livremente substituído por qualquer cidadão, cabendo frisar, subseq?úntemente, não ser descaracterizadora do monopólio da ação penal pública, pelo Ministério Público, a preceituação inscrita no art. 40. I da Constituição Federal e segundo a qual compete à Câmara dos Deputados declarar a procedência de acusação contra o Presidente da República. Os ilícitos referidos, perseguíveis mediante ação penal pública, subsumem·se na noção de crimes comuns, que configuram, no sistema constitucional, todas as infrações previstas e tipificadas no ordenamento positivo nacional. Nesse sentido: José Frederico Marques, "Elementos de Direito Processual Penal", vol. 3', p. 267, item n' 806, Forense, é Paulo Brossard de Souza Pinto, "O Impeachment", p. 65, 1965, Globo. inter alií. Esse igualmente, é o entendimento jurisprudencial do Egrégio Supremo Tribunal Federal: R TJ, vol. 91/423 1/279-91. A competência constitucional da Câmara dos Deputados, para declarar admissível qualquer acusação contra o Presidente da República, nos crimes comuns, não afasta, pois, na formulação da denúncia de infrações perseguíveis mediante ação penal pública, a iniciativa, que persiste exclusiva, do Procurador-Geral da República. E de ser acentuado, aliás, justificar-se plenamente o controle de admissibilidade, pela Câmara dos Deputados, erigida esta, mesmo nos ilícitos penais comuns, em verdadeiro tribunal de pronúncia, incumbido de emitir o judicium accsationnis. O sábio objetivo do legislador constituinte, em tais casos, foi o de obstar pleitos infundados ou lides pcnais temerárias, que submetessem o Presidente da República a denúncias como é no caso presente (v. Pedro Lessa, "Do Poder Judiciário" p. 45, § 12, 1915; João Barbalho, "Constituição Federal Brasileira - Cometários", p. 236, 1902). O juízo de admissibilidade da acusação penal, emitido pela Câmara dos Deputados, nos crimcs comuns, atua como verdadeira sentença de pronúncia, cabendo, "por isso, ao Procurador-Geral da República, oferecer denúncialibelo contra o Chcfe da Nação, seguindo-se, daí por diante, o que se contém no Código de Processo Penal" (v. José Frederico Marques, "Elementos, cit., vol. 3', p. 318, item n' 820, Forense). Por tudo isso, verifica-se que, em relação aos apontados delitos de emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315) e de prevaricação (art. 319), previstos no Código Penal, falece, por inteiro, legitimidade ativa ao ora denunciante, que não pode substituir-se ao Ministério Público, razão que justifica, neste ponto, a rejeição da presente denúncia. Da inexistência de Tipificidade quanto aos crimes de responsabilidade. Vejamos, inicialmente, o que estabelece a Lei Maior a respeito da matéria. Fixa o art. 82 da Constituição Federal: "Art. 82. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente que atentarem contra a Constituição Federal e, especiahnente: I a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos Poderes constitucionais dos Estados; IH -o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI a lei orçamentária; c VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo ÚfÚCO. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento". Observe-se que o preceito transcrito indica os valores constitucionalmente tutelados, cuja vulneração induzirá a responsabilidade político-administrativa do Presidente da República, desde que o comportamento do Chefe do Poder Executivo esteja tipificado e defirúdo em lei especial. De outro modo, não se justificaria a regra consubstanciada no parágrafo único do artigo 82 em questão, que manda o legislador ordinário defirúr, em lei especial, os erimes DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) de responsabilidade. Os ilícitos político-admifÚstrativos ou crimes de responsabilidade submetem-se, por inteiro, ao princípio da tipicidade, posto, pela Constituição, sob reserva da lei. Nullum crimen sine praevia Jege. Nullum crimen sine tipo. Perdura, ainda, no plano infraconstitucional. ausência absoluta de tipicidade para a alegada conduta presidencial de atentado genérico contra a Con~tituição Federal e contra o cumprimento das leis. Repise-se, por primeiro, que a Lei n' 1050, de 10 de abril de 1950, ao tipificar os crimes de responsabilidade segundo a determinação da Constituição de 1946, omitiu quanto à definição do comporta~ento a que dcvcria corresponder a ilicitude de atentado genérico contra a Constituição Federal, por isso que, no particular, não sendo auto-executável a previsão Maior, não há como saber-se ou definir-se que atos comissivos ou omissivos caracterizem tal crise, falecendo, assim, ao Poder Público, competência para processar e julgar quem quer que seja sob tal fundamento. No que concerne ao crime de atentado contra "o cumprimento das leis, vale referir ser justificável a ausência dele no elenco das figuras penais descritas na Lei n' 1.050, de 10 de abril de 1950, .visto como a Constituição Federal de 1946 não conceituou tal conduta como ilícito políticoadministrativo, correspondendo o item VII do art. 82 da atual Carta an item Vlfl do art. 89 daquela Constituição, que considerava apenas crime de responsabilidade os atos que atentassem contra as "decisões judiciárias". Em face ao tanto e em quanto perdurar a omissão do legislador ordinário, que se absteve de definir comportamentos do Presidente da República que possam caracterizar atentado contra a Constituição Federal ou contra o cumprimento das leis, não há como atribuir-se-lhe, ausente a definição típica, a prática do correspondente crime de responsabilidade. A conclusão retro encontra, aliás, respaldo na subseqüente e procedente observação de Manoel Gonçalves Ferreira Filho, ao comentar o parágrafo único do artigo 82 da Carta Federal: "Lei Especial. Os crimes de responsabilidade, consoante já se sublinhou auteriormente (vide comentários ao "caput" deste artigo), não fogem ao princípio nulJum crimen nulla poena sine lege. Têm de ser definidos em lei especial, segundo claramente exige o dispositivo em tela. Assim, a infração grave à Constituição, o atentado à Constituição, embora atinja especialmente ou a existência da União, ou o livre exercício dos poderes Legislativo ou Judiciário, ou dos poderes constitucionais estaduais, quer fira a segurança interna do País. quer a probidade na administração ou a lei orçamentária, seja importe no descumprimento a leis ou decisões judiciais, não configura crime de responsabilidade, a menos que, previamente, esteja descrita na lei especial como tal. A exigência de lei que defina a ação ou omissão com crime de responsabilidade retira ao impeachment o eventual caráter de medida estritamente política. Dela decorre que o impeachment. no direito pátrio, não é mera inquest of power, procedimento em que, por maioria qualificada, o Congresso Nacional poderá afastar da Presidência pessoa cuja política não aprove, imputando-lhe descumprimento a vagos princípios constitucionais. Se assim fosse, existiria na Constituição a responsabilidade meramente política, que é pró.pria do parlamentarismo. Imposto pela Constituição o princípio da legalidade mesmo em relação aos crimes de responsabilidade, o impeachment que não se fundar em figura descrita na lei, carece de justa causa. Pode assim dar lugar a recurso ao Judiciário, por ensejar injusta lesão a direito individual, com base no art. 153, § 4'..." (v. "Comentários a Constituição Brasileira, raiva). Vê-se, pois, daí, que não basta ao denunciante, como no caso, imputar ao Presidente da República a prática de ato alegadamente atentatório à Constituição ou ao cumprimento das leis. Há que demonstrar, obediente ao princípio constitucional da tipicidade, a prévia descrição, em lei, do comportamento do Chefe do Excecutivo que se revele ofensivo dos valores constitucionalmente tutelados e referidos no artigo 82 em questão. Finalmente, os fatos narrados pelo ilustre Prefeito de Porto Alegre não constituem crimes de qualquer natureza, nem sequer em tese. São simples lamúrias contra o processamento burocrático de escalões inferiores. Voto. Pelas precedentes razões e repisando, uma vez mais, não ter o cidadão Alceu Collares, ilustre Prefeito de Porto Alegre, legitimidade ativa para oferecer a preten· dida denúncia-libelo em relação às por ele entendidas Quart.a-feira 10 2733 ocorrentes infrações aos arts. 315 e 319 do Código Penal, porque crimes de ação pública, e descaber a imputação quanto a comportamentos que nem sequer de· monstrou. o denunciante ter correspondido a atitudes comissivas ou passivas do ilustre denunciado, porque, ao fim, os atos entendidos corresponderem a crimes de responsabilidade isso não são. à ausência da necessária tipificação legal, somos por que a Mesa não tome conhecimento da "denúncia", pelo que é de conseqüência, propondo o scu arquivamento". Em discussão a matéria, a Mesa aprova o parecer do Relator. 2) Aditamento à denúncia por crime de responsabilidade formulada pelo Deputado Adroaldo Streck contra o Presidente José Sarney, em 27-10-1987, da prática de atos que atentam contra a Constituição Federal. "O Deputado Adroaldo Streck encaminha à Mesa da Câmara dos Deputados Aditamento à denúncia por crime de responsabilidade contra o Presidente da República, Dr. José Sarney, requerida em 27-10-87, da prática de atos que atentam contra a Constituição Federal, definidos na Lei n' 1.079, de 10 de abril de 1950, querendo que conste do referido processo mais as seguintes imputações: 1- Não aceito que o Brasil tenha sido o segundo maior exportador de carne'do mundo em 1985 e que, um ano depois, tenhamos nos transformado no maior importador desse produto. Certamente a culpa não é das estrelas. 2 - No ano passado, importamos arroz de má qualidade, quando tínhamos o suficiente para suprimento interno. Por isto, ao final da próxima safra contaremos com excedentes do produto em mais de 3 milhões e 200 mil toneladas. Ninguém é rcsponsável por esta irregularidade criminosa? 3 - Pelo Decreto-lei n' 2.303. de 21 de novembro de 1986, o Presidente da República "esquentou" dinheiro mal-havidos mediantc o pagamento de 3% de tributo. Não se trata, Senhor Presidente, de um flagrante desrespcito a quem agiu corretamente? 4 - Jovens brasileiros, em quantidade alarmante, procuram consulados estrangeiros, informando-se sobre oportunidades de trabalho fora do País. Boa parte deles têm se lançado à aventura do desconhecidos pela marginalização a que foram relagados pela irresponsabilidade e incompetência do Governo Sarney. Senhor Presidente, quando um jovem morre lutando por sua terra, mesmo na tragédia, existe perspectiva de vida. Mas, quando a seiva da Nação - a juventude - desesperadamente, procura sobreviver fora do próprio País de nascimento, precisamos admitir o equívoco, sob pena de repetirmos o avestruz que diante do perigo enterra a cabeça, deixando o corpo a descoberto. Não me convence que depois das acusações de ex-integrantes do Governo sobre irregularidades cometidas por assessores diretos do Presidentc da República, continuemos a ignorar os fatos como se vivêssemos num regime de absoluta normalidade. Senhor Presidente, a Nação inteira sabe que ratazanas crescem e engordam à sombra do Poder Executivo e nós, integrantes de um Poder fiscalizador, a tudo assistimos, passivamente, como cidadãos alheios aos interesses do Brasil. Digo a Vossa Excelência, Senhor Presidente e, aos meus pares, que me sinto constrangido integrando esta Constituinte, enquanto acusações sérias feitas a homens que cercam o Presidente da República não forem exa!Jlinadas, com rigor, aos olhos de todos os brasileiros. E humilhante demais saber que a 300 metros deste Poder, dito fiscalizador, existam.suspeitas de fraude, de roubo, de imoralidade imperdoável. Finalmente, que Vossa Excelência, Senhor Presidente, em nome de todos os brasileiros atingidos pelo processo acelerado de degeneração das nossas instituições, promova, o mais depressa possível, nos temlos de minha denúncia, devassa completa na Administração Sarney. Só então teremos a suficiente tranqüilidade para continuarmos escrevendo um documento que se destina ao futuro do nosso País, e, por isto, da mais absoluta seriedade". Voto. A denúncia que se refere o nobrc Deputado, a qual apresentou em 27 de outubro, foi objeto de apreciação na reunião da Mesa de 16 de dezembro de 1987. Entretanto, este Colegiado decidiu pelo não recebimento da denúncia contra o Presidente José Sarney, por crime de responsabilidade, conforme consta da Ata dá referida reunião da Mesa, assinada e publicada. Portanto, em razão do pedido de aditamento versar sobre matéria decidida por esta douta Mesa, já arquivada, somos pelo não aditamento dos quesitos formulados pelo denunciante. É o parecer. Em discussão a ma,téria, a Mesa 2734 Quarta-feira 10 aprova o parecer do Relator. 3) Requerimento/Denúncia apresentado por Alberto Mendes Rollo contra a Deputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadros, de possuir nacionalidade dupla. "O Sr. Alberto Mendes Rollo, que se qualifica cidadão brasileiro, portador de Título de Eleitor n' 991445401-01, de São Paulo, apresenta um Requerimento/Denúncia perante à Câmara dos Deputados contra a Deputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadros, Protocolo sob o n' 004167, de 8 de março de 1988 e, na mesma data, encaminha outro à Assembléia Nacional Constituinte, protocolado sob o n" 004168, alegando que a parlamentar e constituinte está exercendo, ao mesmo tempo, os direitos de cidadã brasileira e americana. O último Requerimento foi encaminhado à Câmara dos Deputados, em razão daquela Assembléia haver declinado de sua competência, para examinar o mérito, sob o fundamento de estar investida na função precípua de Poder Constituinte. Assim, caualizadas ambas as denúncias à Mesa da Câmara dos Deputados, foram distribuídas a esta Primeira-Vice-Presidência com a finalidade de cxaminar o mérito à vista dos elementos aprescntados. O requereute, para Icgitimar o pedido, afirma sua condição de cidadão, e como prova, junta documento de aquisição voluntária da cidadania norte-americana da Deputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadros - Diploma n' 11051013, da Corte de Justiça de Houston, Texas, EUA, expedido em 11 art. 146, I, da Constituição vigente, onde está previsto a perda da nacionalidade brasileira para quem adquire outra nacionalidade por naturalização voluntária, cujo cominação também foi incluída na Nova Constituição, a ser promulgada, em seu art. 14, § 4", itcm III. Diante do exposto entende o Requerente que devam ser tomadas providências no sentido de ser aprovada a Deputada Dirce Tutu Quadros para responder sobre a veracidade da acusação, assegurando-lhe ampla defesa; tradução do documento que instrui o pedido; expedição de ofícios . à Embaixada dos Estados Unidos da América do Norte para informar sobre a questão da nacionalidade e ao Ministro da Justiça no Brasil para informar se houve procedimento de reversão da cidadania por parte da deputada. Finalmente, conclui que esta Presidência saberá as medidas a tomar para impedir que a Constituinte assine a Constituição Brasileira e que o dinheiro brasileiro sej a utilizado para pagar deputada com cidadania estrangeira. Voto. A Sra. Dirce Maria Tutu do Valle Quadros foi eleita deputada no pleito de novembro de 1986 e teve sua diplomação e posse na Câmara Federal, em razão de nada ter sido apresentado que impugnasse sua candidatura na Justiça Eleitoral, bem como, sua investidura no cargo que se elegera. Entretanto, no exercício do segundo ano de mandato, vem demonstrar o Rcqucrente que a Deputada adquiriu em 11 de maio de 1981, a cidadania norte-americana e como comprovante junta uma xerox do diploma registrado na Justiça Federal no Distrito Sul do Texas, Estados Unidos da América. Deseja, então, o Requerente, que sejam tomadas providências para comprovar a veracidade do documento, e se houve, por parte da Deputada, proccdimento de reversão da cidadania americana. A questão fundamental é'examinar se a Câmara dos Deputados é competente para conhecer do pedido e tomar as providências reclamadas pelo cidadão. Entende este Relator que a comprovação de nacionalidade estrangeira, ou qualquer ato que importe em relação diplomática com outro País, envolvendo o assunto, e a qucstão da reversão ou perda de nacionalidade brasileira, não ser de competência da Câmara dos Deputados e sim dos Ministérios das Relações Exteriores e da Justiça. Portanto, somente após um processo administrativo junto ao Departamento Federal de Justiça, do Ministério da Justiça, devendo ser assegurado à Deputada ampla defesa, poderá se obter a comprovação da dupla nacionalidade afirmada pelo Requerente. Após a tramitação do processo no órgão competente, este será envia. do ao Presidente da República, com uma exposição de motivos do Senhor Ministreo da Justiça, recomendando ou não a perda da nacionalidade. E, somente através de um decreto presidencial, é que será determinada a perda da nacionalidade, ou mesmo arquivamento do processo. Em razão de ser extemporânea a questão ora apresentada, inexistindo impcdimento da Deputada Dirce Tutu Quadros de exercer a função constituinte e parlamentar, somos pelo arquivamento' do RequerimentolDenúncia formalizado pelo cidadão Alber- Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) to Lopes Mendes Rollo". Em discussão a matéria, a Mesa aprova o parecer do Relator. 4) Protocolo n' 11.338/88. Leonel Júlio, Primeiro Suplente do PTB-SP. Reconhecimento do direito de assumir o mandato parlamentar. "O Senhor Leonel Júlio, Primeiro Suplente de Deputado Federal/Constituinte pelo Partido Trabalhista Brasileiro, representando o Estado de São Paulo, subscreve, juntamente com seu procurador, requerimento que dirige à Mesa da C~mara, pelo qual pretende "o reconhecimento do seu direito de assumir o mandato de Deputado Federal, na 'vaga hoje exercida aberrantemente por Dirce Maria Tutu do Valle Quadros, por perda automática de cidadania". Em seu pedido de oito páginas afirma, em síntese, o Requerente, que: - o cidadão Alberto Lopes Mendes Rollo protocolou em diversos órgãos dos três poderes da República documentos através dos quais apresentava denúncia segundo a qual a Deputada Dirce Maria Tutu do Valle Quadros houvera adquirido, voluntariamente, a nacionalidade norte-americana, como nome de Dirce Quadros Mulcahy; - a Deputada Dirce Tutu Quadros, em discurso proferido em 10-3-88,negou antenticidade a documento que houvera sido anexado às denúncias: mas o Chefe do Departamento Consular c Jurídico do Ministério das Relações Exteriores, em expediente dirigido ao Ministério da Justiça, afirma, oficialmente, que a senhora Dirce Quadros Mulcahy foi naturalizada norte-americana; - a Constituição Federal estabelece que perderá a nacionalidade o brasileiro que por naturalização voluntária adquirir outra nacionalidade; e que foi isso o que ocorreu no caso da Deputada uma vez que ele requereu e obteve a nacionalidade norte-americana, perdendo, automaticamente, a nacionalidade brasileira; - o Requerente tem interesse jurídico relevante na questão, vez que é o primeiro suplente de deputado pela mesma legenda e mesmo Estado da Deputada, a qual mantém-se ilegalmente como parlamentar, pois a sua diplomação é nula; - o Código Eleitoral, em seu art. 175, §§ 3' e 4', dispõe que "serão nulos para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inelegíveis ou não registrados" e' que "o dia posto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença, caso em que os votos serão contados para o Partido pelo qual tiver sido o seu registro"; - o Requerente se julga legítimo titular de uma cadeira na Câmara, já que a Deputada Dirce Tutu Quadros não possui direitos políticos; e que compete ~ \1esa declarar a respectiva vaga. Foram anexados ao Requerimento, além do instrumento de mandato, cópias de requerimentos enviados ao Ministério da Justiça, .ao Tribunal Superior' Eleitoral, à Câmara dos Deputados e à Assembléia Nacional Constituinte, e de Certificado de naturalização norte-americana e de expediente do Chefe do Departamento Consular e Jurídico das Relações Exteriores ao Ministério da Justiça e recorte de Diário Oficial do Estado de São Paulo com a publicação do resultado das eleições de 15-novembro-198G. Voto. O Requerente pretende "o reconhecimento do seu direito de assumir o mandato de Deputado Federal, na vaga hoje exercida... por Dirce Tutu do Valle Quadros, por perda automática de cidadania". Em primeiro lugar é de se reconhecer a impossibilidade material de atender ao pedido formulado, vez que não existe a vaga pretendida. Segundo o art. 253, inciso IV do Regimento Interno da Câmara, perde o mandato o Deputado que perder ou tiver suspensos os seus dircitos políticos. A perda dos 'direitos políticos por sua vez, nos termos do art. 149, § 1', alínea "a" da Constituição, deverá ser decreaso de perda de nacionalidade por adquirir, voluntariamente, outra nacionalidade. E, segundo os termos do Requerimento, o que viria a justificar a perda do mandato por parte da Deputada Dirce Tutu Quadros seria, exatamente, o fato de haver adquirido, voluntariamente, outra nacionalidade. Ora, se compete à Mesa da Câmara dos Deputados a declaração da perda do mandato quando houver já ocorrido a perda ou a suspensão dos direitos políticos; e se essas últimas só podem ser decretadas pelo Presidente da República, na hipótese que aqui se considera, torna-se visível a incompetência da Mesa e da própria Câmara para atender a pretensões do Requerente, vez que a referida parlamentar encontni-se no gozo do seus direitos políticos. Os fatos trazidos a esta Casa foram levados também ao Ministério da Justiça, órgão"do Poder Éxecutivo competente para as providências administrativas tendentes a apurar as alegações e I}'"ar as condições, se positivas, à apreciação do Preside.Iile da República para as providências preconizadas nó texto constitucional. Voto pelo indeferimento do pedido, em face das razões expostas". Em discussão a matéria, a Mesa aprova o parecer do Relator. Prosseguindo, a Mesa resolve ratificar o despacho do Senhor Presidente "ad referendum" da Mesa, concedendo licença para tratar de interesses particulares ao Senhor Deputado Percival Muniz, a partir de 1" de agosto c até 30 de novembro de 1988. Nada mais havendo a tratar, às 12:00 horas, o Senhor Presidente suspende a reunião por 15 minutos a fim de ser lavrada a presente ata. Reaberta a reunião, é a ata lida a aprovada. Eu. Paulo Appo M. de Oliveira Secretário-Geral da Mesa. lavrei a presente ata, que após subscrita pclo Senhor Presidente, vai à publicação. - Deputado Homero Santos, Presidente da Câmara dos Deputados, em exercício. INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS CONGRESSISTAS Ata da 9' Reunião Ordinária, realizada em 28 de abril de 1988. Às onze horas e trinta minutos do dia vinte e oito do mês de abril do ano de hum mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se o Conselho Deliberativo do Instituto de Previdência dos Congressistas-IPC, sob a presidência do Deputado Gustavo de Faria e com a presença do Senhor Vice-Presidente Senador Odacir Soares e Senhores Conselheiros: Deputada Ana Maria Rattes, Deputado Valmir Campelo, Deputado Antonio de Jesus, Dr. Antonio Geraldo Guedes, Dra. Léa Fonseca Silva e Dr. Manoel José de Souza. Abertos os trabalhos foi lida e aprovada a ata da 8' Reunião Ordinária, relizada em 23 de fevereiro de 1988, e o Senhor Presidente Deputado Gustavo de Faria determinou a distribuição dos processos constantes da pauta, pelos diversos Relatores, na seguinte ordem; ao Conselheiro Deputado Valmir Campelo, processos de auxílio- doença, a saber: Alarico Abib (n' 520/88), Aleides Freitas Filho (n' 521188), Alcimaco Dutra Correa (n' 660/88), Aloisio Marcos Vasconcelos Novais (n' 081/88, Américo Natalino Carneiro Brasil (n' 045/88, Ana Rita Martins (n' 578/88), Antonio Carneiro Arnaud (n' 382/88), Antonio Paulo Rodriges ( n' 054/88), Antonio Paulo Rodrigues (n'445/88), Antonio Paulo Rodrigues (n' 519/88, Bianor Antunes de Siqueira (n' 165/88), Bianor Antunes de Siqueira (396/88), Bianor Antunes de Siqueira (n' 577/88), Carlos Alberto Silva (n' 579/88), Célio Humberto dos Santos (n' 670/88), César Cals de Oliveira Filho (n' 056/88), Edilson Oliveira do Santos (n' 300/88), Edson Paulo Pacheco Dutra (n' 149/88), Ester Almeida "Valadares (n' 201188), Eurípedes Magalhães da Silva (n" 381188), João Fonseca Filho (n' 518/88), Joaquim Fernandes de Oliveira (n' 432/88), Jorge Pereira Rosa (n' 463/88), José Coutinho de Araújo (n\' 222/88), José Coutinho de Araújo (n' 585/88), José Fortes da Silva (n' 301188), José Hugo Mardini (n' 298/88) José Juarez Antunes (n' 377/88), Jovelina Mendes Carvalho n' 651188), Lázaro Isaias Pereira (n' 150/88), Letícia Nogueira Veves (n' 419/88), Lúci:;. Santos Tomelin (n' 562/88), Mágda Roeude 13.eníáÍdes (n' 221188), Maria Amélia Brandão Pinto Almeida (n' 522/88), Maria Júlia Barbosa de Oliveira (n' 158/88), Maria Simone Barreira Milete (n' 380/88), Mário Braga Ramos (n' 630/881,.,Mauro de Alencar Dantas (n' 593/88), Ney Felipe da'Sil"a (n'162/88), Odulfo Vieira Domingues (n' 710/88), Olinel Cardoso Lemes (n" 055/88), Onofre Rodrigues CO!!fa (11' 052/88), Paulo Marcelo Araújo da Cunha (~9/88), Robson Silveira Carvalho (n' 302/88), Rodrigo da Silva Amaral (n' 161/88), Ubiratan Francisco Vilela Tom Spinelli (n' 351188), Vanderlane dos Santos Batista (n' 621/88), Vencez Rodrigues Alves (n' 299/88), Wanda Laura Leite Lima (n' 431/88)e Wilson Leite Braga (n' 638/88); à Conselheira DI" Léa Fonseça Silva, processos de averbação de mandato, a saber: amilcat Benassuly Moreira (n9 470/88), Arnaldo Moraes Filho (!l' 488/88)e José.Luiz de Sá (n' 270/88)e processos de cancelamento de averbação de mandato de Dionísio Dal-Prá (n' 269/88) e de Jacy Scanagata (n' 493/88), de Agosto de 1988 e também processo de integralização de carência de Casildo João Maldaner (n' 1.489/88); ao Conselheiro uneral, a saber: Inácia Lopes da Silva (n' 093/88), Maria Simone Barreira Milet (n' 517/88) e Teresinha Augusta Leite (n' 223/88) e ao Conselheiro Dr. Antonio Geraldo Guedes, processo de concessão de pensão, a saber: Aldo Salgado do Nascimento (n' 216/88), Antonio José Viana (n' 106/88), Enerina Fernandes Pacheco Pereira (n' 355/88), Geraldo Lúcio Queiroz (n' 061188), Humberto Balbino e Silva (n· 202/88), Ivany Braga (n' 098/88), José carlos Fontes (n' 587/88), Leopoldo da Costa Matos (n' 460/88), Luiz Carlos Lemos de Abreu (n' 350/88), Luiz Gonzaga Nogueira (?wO 126/88), Maria Júlia Barbosa de Oliveira (n' 157/88), Maria Simone Barreira Milet (n' 492/88), Maria Sônia Borborema Agripino (n'606/88),- Nadir Pinto Gonzáles (n' 033/88), Nilson Avelar (n' 494/88), Oswaldo Cavalcanti da Costa Lima Filho (n' 454/88), Paulo José Alves Rattes (n' 006/88), Virgimar dos Santos Vieira (n' 001188) e Waldemar Gomes Tinoco (n' 159/). Após aprovação dos pareceres sobre a matéria da pauta, o Conselheiro Antonio Geraldo Guedes abordou o problema da isonomia que deve presidir o critério de pagamento das pensões do IPC, pedindo ao presidente que continue nas gestões junto ao Senhor Presidente da República e junto ao Ministério do Planejamento no sentido de serem liberados os recnrsos orçamentários já inseridos na Lei de Meios, com vistas a implantação, o mais breve possível, da tão esperada equiparação das pensões. Interveio o Conselheiro Valmir Campelo dizendo que existe uma emenda de sua autoria ao projeto de constituição, já com parecer favorável do Relator Bernardo Cabral, exatamente em favor dos funcionários aposentado. Enfatizou que "a aposentadoria hoje é um castigo e não um prêmio". Leu, na íntegra, perante o Conselho, os termos de sua proposição, bem como os do parecer do Relator. Disse o Conselheiro Valmir Campelo que se aprovada sua emenda serão corrigidas todas essas distorções. Voltando ao assunto o Conselbeiro Geraldo Guedes exemplificou o caso dos deputados estaduais vinculados a Instituto de Previdência Parlamentar, subvencionados pelo governo estadual, que percebem pensões bem mais elevadas do que os parlamentares federais. Disse ainda o Conselbeiro Geraldo Guedes que tais benefícios foram estendidos às Câmaras de Vereadores, uma vez que os vereadores estão ligados aos institutos estaduais que hoje estão mudando a legislação para conceder ao vereador o mesmo direito dos deputados estaduais. O Senhor Presidente Gustavo de Faria, em aparte ao orador, citou o fato de ter sido abordado 00 Rio de Janeiro por um ilustre ex-parlamentar fluminense que o interpelou em altos brados, em um acontecimento social em que esteve presente, sobre a razão porque um deputado percebe quasc três vezes mais do que ele. O conselheiro Geraldo Guedes concluiu dizendo que a associação dos Ex-Congressistas vem se entregando a esse trabalho em prol da- isonoamia e pediu o apoio dos atuais congressistas que, no futuro, estarão também na condição de ex~parlamentares. Enfocou, em seguida, o Conselheiro Geraldo Guedes a questão dos seguros parlamentares revelando sua perplexidade pela insignificância das taxas que são descontadas de alguns parlamentares e ex-parlamentare e, por conseguinte, a aviltante coberturas pagas por essas empresas seguradoras. Recordou o Conselheiro Geraldo Guedes a necessidade de serem convocadas as grandes empresas seguradoras, com o fim de se proceder a uma renovação nos contratos de seguros intermediados pelo !PC, visando melhoria da assistência aos segurados, tanto na parte pecuniária da cobertura, quanto na parte do seguro saúde. Disse que o Instituto deveria discutir com as empresas seguradoras uma fórmula para pagamento de taxa referente ao seguro de vida e ao seguro saúde, com cobertura a mais abrangente possível, inclusive no exterior para o atendimento de qualquer eventualidade. Disse que a grande despesa é, hoje, a hospitalar, haja vista que a grande maioria dos processos de auxílio-doença concedidos pelo IPC se destina a cobrir despesas laboratoriais relativamente pequenas em comparação com as despesas hospitalares. Ninguém pode hoje enfrentar um hospital, enfatizou. Poder-se-ia DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) estabelecer no Instituto Resolução convocando duas ou três empresas que tratem de problemas de saúde, para fazermos um seguro em grupo abrangente a cobertura pecuniária e a despesas com tratamento de saúde, não só entre os· ex-congressistas, mas, também, incluindo os atuais congressistas. Um seguro que lhe garantisse internamento hospitalar para si e para seus dependentes. Um seguro compatível. Citou, entre outras.empresas o BRADESCO, a SUL-AMÉRICA e a Goldem Cross. Sugeriu a convocação de representantes destas e outras empresas para dizerem qual a melhor forma de se operacionalizar esses seguros. O Conselh@iro Geraldo Guedes continuou com a palavra dizé·rido em seguida da insatisfação de grande parte dos pensionistas do IPC pelo recebimento de questionário em que no final se pede que o segurado declare se exerce cargo de natureza remunerada. Esse formulário - ressaltou ei Conselheiro Geraldo Guedes - vem causando apreensões e sobressaltos no seio dos pensionistas do IPC e seu dcsalento antes a inquisição vem sendo constatado na correspondência de nossa Associação. O Presidente Gustavo da Faria determinou que se retire desses formulários tais indagações. O presidente Gustavo de Faria encaminhou ao Conselho, para discussão, proposta por ele recebida da empresa Paulo Octávio Empreendimentos Imobiliários. Em seguida o Conselheiro Dr. Antonio Geraldo Guedes solicitou a palavra para apresentar parecer em que analisa o Balancete Patrimonial e Demonstrativo das Receitas de Despesas do mês de janeiro/88, concluindo pela aprovação dos mesmos, manifestando-se os Conselheiros presentes favoravelmente aos seus termos. O Presidente Gustavo de Faria, fazendo uso da palavra, salientou a necessidade de se proceder a modificações na sistemática de concessão de empréstimos visando compatibilizar a taxa ·de juros com a realidade do mercado e a preservação do patrimônio financeiro do IPC. Ato contínuo, submeteu ao conhecimento dos presentes o teor da Proposta de Resolução n' 001188, versando sobre o assunto após o que, foi aprovada por unanimidade. Dando prosseguimento, foram ainda apreciados e igualmente aprovados os processos de inscrição dos seguintes segurados facultativos: Abel Sousa Soares, Adalgisa Xavier Reis, Adriana Henning Paranaguá Gonzales, Alcides Emilio Karvat, Alciolino Tito Pereira, Alfredo Calzá, Ama- . rildo Gonçalves Ferraz, Ana Elizabeth de Freitas Braga, Ana Gualterina de Alencar Araripe, Ana Maria dos Santos Rocha, Ana Regina VilIar Peres, Andréa Nogueira de Miranda Pereira Pinto, Antonia de Maria de Lacerda, Antouia Estelita Matias, Antonio da Costa Sampaio, Aureliano Pinto de Menezes, Baltazar Mendes de Carvalho, Bárbara de Freitas, Carlos Alberto de Souza Quintanilha, Carlos Pereira Borges Júnior, Cecília Sílvia Guedes Alcoforado, Célia Henrique Souza, Cícero Barbosa da Silva, Cláudio de Oliveira Pinto, Clenir dos Santos Oliveira, Corinto Ethan Ladeira Virgílio, Cybele Martins Soares de Araújo, Cynthia Giovanni Albuquerque Damião, Dácio Vieira, Damiana de Jesus Santos Gusmão, Darci Dias Carvalhêdo, Diogo Alves de Abreu Júnior, Diomar Correa da Costa Neto, Djair da Silva Braga, Domingos Vascos da Silva Neto, Edivaldo Cunha Pimenta, Edilson Alves, Edna dos Santos de Faria, Edson Cosme Tavares, Elaine Cristina de França Laus, Elbem César Nogueira Amaral, Elizeu da Silva Couto, Elza Lídia Habermann, Eugênio de Borba Amaro, Ewandro Magalhães Júnior, Fábio Alves de Araújo, Filomena Barros, Flávia Regina Mendes de Oliveira Freski, Flávia Rejane Lugon Bittencourt, Francisca Dantas, Francisca Marlene Henrique de Araújo, Francisco de Assis Peixoto Coutinho, Francisco Evaristo de Paiva, Francisco Itamar Machado, Francisco Maranguape da Rocha, Gardel Rodrigues do Amaral, Genival José Casemiro, Geraldo Ferreira Garcia, Helena Maria Barbosa de Freitas, Helena Passos Guimarães, Hélia Darc Silva de Araújo, Helios de Passos, Hélio José de Souza Ameno, Heni Inácio Ldeira, Hudson Gomes de Paula, Iran Madeira, Ivanete Souto Botelho Luz, Jayme Corrêa da Sá Filho, Jayme Wagner Cândido de Farias, Joaquim de Freitas, João Batista Correia, João de Souza Sobrinho, Jorgete Francisco da Silva, José Alberto Manclaro Mury, José Coelho Quarta-feira 10 2735 Chianca, José das Dores fernandes, José de Assis Castro Bina, José Geraldo da 'Fonseca Filho, José Gomes Feitoza, José Gonçalves dos Santos, José Ribeiro de Campos Sobrinho, José Silvério dc Castro, Josimar Rodrigues de Lacerda, Ladislene Aparecida de·Ameida, Laura Raquel Dutra Jauino, Leiber de Jesus Pereira Filho, Leila Maria Tostes Segall, Leônidas Braz da Guarda, Lourival da Silva Filho, Lueiana· de Araújo Vieira, Luciana Maria Feijó Sampaio Pinto, Luis Carlos do Nascimento Salgueiro, Luiz Antonio Perácio Monteiro, Luiz Carlos Grangeiro, Luiz Carlos Vida! de Sá, Luiz de Lourdes Bernardes Curado, Luiz Florêncio Rego, Luiz Henrique CasceIli de Azevedo, Magda Suely Rosa Oyo, Manoel Joaquim de França Suares, Manoel Teixeira Estrela, Marcelo Oliveira de Azevedo, Marcos Antonio Moraes Pinto, Maria Amélia Cardoso de Andrade, Maria Andreia Arruda Portilho Simão, Maria Aparecida Dias Pereira, Maria Bernardete de Farias, Maria Cristina Portella de Azevedo, Maria das Graças Vasconcelos Maranhão, Maria do Amparo Ferreira Santiago, Maria do Socorro Diniz da Cruz, Maria Ignêz Cavalcanti de Souza, Maria Regina Silva, Maria Tereza de Souza, Mariangela Gonçalves Cascão, Mário Freitas de Oliveira, Mauro Limeira Mena Barreto, Milton Serjo de Carvalho, Míriam Paiva da Silva, Murilo Sérgio da Silva Neto, Nazir Antonio Rocha Isaac, Nileide Helena Monturil, Nilson Barbosa dos Santos, Nilson Carneiro Quirino, Nilza Maria Ferreira Mendes, Nivalda Carvalho dos SantQs, Norma Suely Bussular, Odorico -Ferreira, Oscar Martins de Oliveira, Otávio Lira Neto, Paulo da Silva Pinto, Paulo de Tarso Vieira, Paulo Eufrázio Peixoto de Brito, Paulo Seixas, Regina Alves de Souza, Regina Lúcia Carvalho Junqucira Osório, Regina Pédrosa de Oliveira, Paulo Roberto Falconi de Carvalho, Rodrigo Gagiano Barbosa, Ronaldo Silva, Rosamaria Schertel Ferreira Mendes, Rosane Melo R. de Figueiredo, Rosita Monteiro Cibreiros, Rubens do Prado Leite, Rubson Santos Amaral, Sandra Mara Firmo Ribeiro, Sandro Masanori Tutida, Sebastião Marinho da Paixão, Senhora das Neves Lucas Sales, Sílvia Tereza Caiado, Silma Ayres da Silva Bento, Simone Crema Mendes, Sonia Regina Pinto da Silva, Sônia Rocha de Lima, Sonia Versiani Cintra, Suzana Magalhães Scafuto, Tajla Maria Viana Sobreira Bezerra, Terezinha do Socorro da Silva Xavier. Themis Caminha Gurgel, Thomé Femades da Silva, Valéria Soares Teixeira, Valmir Valdemar de Aguiar, Vandui Brito da Silva, Vivalda Rodrigues de Lima, Virgínia de Castro Silva, Vítor Nogales Vasconcelos, Wagner Cabral da Costa, Walter Mendes Lucas, Washington Luiz Reiz de Oliveira e Willian Fernando Magalhães. Nada mais havendo a tratar, é encerrada a reunião às treze horas e cinqüenta minutos. E, para, constar, eu Arnaldo Gomes, secretário, lavrei a presente ata que, depois de lida e aprovada será assinada pelo Senhor Presidente. INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS CONGRESSISTAS Balancete Patrimonial e Demonstrativo das Receitas e Despesas PARACER (Aprovado em Reunião do Conselho Dcliberativo de 16-6-88) A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstrativo das Receitas e Despesas, referentes -ao período de 01.01 a 29-2-88 e do Demonstrativo das Receitas e Despesas do mês de fevereiro de 1988, com o fim previsto no Art 12, inciso lII, da Lei n' 7.087, de 29 de dezembro de 1982, revela que expressam adequadamente a posição financeira do Instituto de Previdência dos Congressistas, bem como apresentam claramente as origens e aplicações dos recursos. Dessa forma, e considerando ainda que se encontram corretos e em consonância com os princípios de contabilidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprovação dos mesmos. Brasília-DF, 16 de junho de 1988. -Antônio Geraldo de Azevedo Guede~, Relator. 2736 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) CDNII!SSO 1NSTI1UTO O! Agosto de 1988 nACIoNAL PI!!.V!orneu. DO! C~f:5SI5TAS t1~RAçia DA COOTA RECEITA f C!::!PESA ACtttJUJJA. "'TI! FMItn:~O/M tI p C, T 100000 ;EI:EUA' ta:<AENT!5 110000 RECEITA TRUIUTJJlU UlUlO ~I8U1tÕES DE !5EGu:i~O'S ~!CATÓRIOS 1111010A'CÂJ1ARA 111~!l1 DA CÂ.tUIU Ul:!D~ DO SEJllCO lUZo4 CLT DA c4tUJU. lUZO, CLT 00 SEUAOD 11llDú CLT CEm'l.lF 111300 111400 lUljOl 111500 120000 311.300 GRATIFICAÇÕES A SfRYIDOFU 313000 SE'l ....IÇOS DE TERCEIROS 1'.838.441.7D 3.CQt.DC8.10 111102 00 SENADO l]1í!OC! cO!'mUBUIções DE 5E~ADOS fAC-1JLTUlVO'S CotlTRIOUIt;ÕES ['H; PfH:SIOO'ISns COUTRI13UICÕrS F'/CCI1PLEm.HTA.!;i.O O! CJJlE!'C1'A SEGtl'ri'ADD:; oe~I(;ATÓRIOS COUTI?18urç.!:o DE Mlt:DATD RECEITA PATIlIl10IlIAL 3.6Sl.12Z.00 ó4Lt!!l>.6Z 317000 D!:5PE5i5 DIVERSAS 3%000.0 DESPESlS DE lliANSFEJlÉ..,;U.' [(lARMES 6.1!7Z.845.75 ".Z97.56i••08 677_S0b.34 1.34tl_114.12 3:0200 PH1SÕE5 À ~4.771.n ~~qOOO TRANSP. P/C .lUX. F .... Z !:i/JR5 D! EMPffÉ5TD'105 M.l;;:~~~~~: J~aOOD PENSÕES .. Ex-cOt'mHWJIlTES OOPI6.\lóqIOS 3::e100 i"UlSC!:5 A EX-CCNTIl19UIHTES FA.CU~TUlVO! 5.233.92.6.41 60.)bZ.e.-9,41 1'.:!e6.316,4'; 1C • .:!71.437.::S '3.1Ja .... o7.'NI eENEFlCIfRIQS 33DOOD DE5Pr:!iJ.S DE ItrVESTItiElfTOS 6'o3.Z3'.'904 171.452:.ge ;531900 'IR. "REf. CEFUCÃO rnOVEIIIEHTE DL tÚ1ERO !335/47 •• ~4.200.7e e7.~1.320.04 lZi!.700 Jl./ROS Df OVER N!GHT , lZ3HlO JL'P.IJS DE DEFóSITO eA.HC.ún:o 123101 CDtlTA PRAZO FIXO lZ310~ PC"'JP...1"C'" 12.4100 Jt.IHOS DE E:1?RE5UMOS SItlPLES 12411:14 ATUAIS 1::42(I[J ,lLL'GUEI$ 140000 RECEIT.l.S DE TR.u.rsFEREt-J:I,lS tooRfHTES JO.b2b.04S.35 Z4.0B9.Z67.24 11.500.730.83 12.5M.636.41 31.M4.079.44 l.l!a!.aze.ol 73.939.3ltO,46 1'"11101) ÇDtrrRleUl~5ES DA CWRA 56.6S9.9a7.6'" 141200 CClrrnIBUICõ;S DO SEH.l.DQ 150000 RECEITAS OIVERSA$ 11.279.37Z./.lZ 7Z9.41l.'il9 151000 tfJLTAS f JURos DE tlOR.l 1510C~ SOSRE fMF'RÉSlIl1OS SItlPlES 151004 SCBRE ALUGUEIS ]51500 TAXA DE ,l~rrEl:I? DE .JU?OS stln!'RfSTIMOS SIt1PLU 153000 COHISSÕES SotlRE SEGU'lCS 4j11.639.00 Z29.ll15.37 TOT L DA RECEITA SOttl. Dl DESPE!:" ••••••••••••••••• ~ •••••••••••••••• :SUPE"I,VIT VERIFICACO ATt HV!R!!IRD.lM u . 'TOTA.L OA CES.PESA . . ",.ua."Z3.n 117.Z.... lJIl4.::0 llO.'3t.4.'ilZ7.U ".n::oz:::..lI:l:lI:lI:;;:=;;;:Z DllA~iuA-of. t:'1 Df f'EVERnRD Df 1'9&8 ..&:::::7 tONe_ls,a ~:r.;:.. c: r. -t DEPUT.lIlQ GltST.lVD DE F.uU PRE5IDVrrr;; DIRETOR EXECUTIVO NACIONAL !HSTIT\1TO DE JlREVID~~lClA DOS CCtQ!ESSI5TI.5 DEmrlSTRAçÃo b.\. ct"'TA RECEITA! DESPfSA fn fEV~EIJlOl~& tI P Cl T 100000 RlCEtTA5 C~tlENTtS lH:.sn.6tl7."!S Jl0000 'R[CEIU TR18l1TlRU ll11CHI 111101 111102 111200 !U:!Ol 111<:0: 1112"04 1112" os 111206 111:500 111400 111401 111500 120000 N.73a.500.00 COIrrR1BUItõES DE SE~.ADOS oeRl~T~IC5 0.1 C.i.tU.RA Z.24e.zó7,57 3Sil.131.!~ CLT D-' CÃM.l"'4 CLT DO :iEllJJ::e l:LT CE(';~AF t:CH'1õH8UICÕES D~ PENS1OH!!>Tl'S l:otmnflUICõES P.II:Q1PUtlEID4ÇÃO Dl: CJ.P.fJlCIA SEG'JRACOS O!lRIGATÔR1DS COtlTRI5UICÃO DE ftlJllATO RECEITA PAlRIMCNlAL 2.75".4~O.lJ1 l'.')5S.~4 .tl.I..27tl.'o;M.n 3zacoo P[NSÕ~S A EX-COOrnIBU!NTE5 OBJIIIGATÕ1UO$ 3::8100 J:'!r~s6ts ..l Ex·tomRIflultrrES fArulTAlIV;)$ 3l.7r::.sn.75 :-::.r:5!:: 7.56:.0.::.78 5o.451.l0'1,00' f. ~~!I!:nCI".7.rC:: nQOOQ ll1mSf. P,'C At1'I.• F • .l ? SI.mS DE Etll'RlSTUtJS 330000 DEsrE515 DE IH\'tsTItl.mros 1.5ó3.~33.bO (,.I.3.B~.~ 17.'34,45 '331900 'IR. REF. DEFlJ,Clo Pf<DVEt{UN'TE DL tÚ1ERD Z335/C7 17.634.415 3.037.7(,Z.'% "'7.47S.060 .... ~ 17.1.35.395.15 13.7M.175.lóO CO/lU PRAlO FI)(D PO'JP,at:çA J\:"=!OS Df IMPRÉ5T1l1J5 slnPL~S 1l~SCO.730,1l3 ATU-'IS 15.631.336,00\ Z ..%53.Io44.57 Att:::!J~IS n3.153.elJ REC<:ITAS DE llUJlSfEJlEt~I ...S ccmmms 39.7Z4.117.47 14IJ.00 I;lltóTRIBUIÇÕE$ DA CWRA 141200 COtlTllIBUIÇÕES 00 51:tuDO 150000 RECEITAS DIVERSAS 151000 1!';J 00: 151004 151500 1.'H.t-.:J.tlO 34'.173,"3 3:!0000 Ol;Sl'ES.lS DE llWtsHRÊ:tCIAS ClJ'lREt-lTE:5 3::!:~~ 7:::.:150.11 7.756.::7 lZZ7DO JlJPOS DE QVE'R tlIGHT lZ'3100 .!l.I'ilOS DE DEf'Óstro ~.ltclR%O 1Z'3101 1<:'3102 12Hoa 124U''1 lZ4Z00 140000 ~TEIO 311300 ~.\.T1FICAr;ef5 A 5fR'IIOOQ{S Sflõ'VIÇOS DE TEt:CEIROS 317000 DfSl"!.S15 Dl....USJ,5. 3.594.~:!1.t7 DO SfN!I.OD 310000 DESPESAS DE 3nooo 10.4-'43.405.72 1.SU.IM.76 DO Snu.DO CC"~18UICÕE$ DE SECl».lDQ5 FACULTATIVD'5 DA CÁH..tR4 300000 (lESPlS,lS CC1ZRfUTES 30.600.517.64 9.043.óo9.e3 564.999.40 f1UlTA!l E ../U!U)5 DE HOlll 17.074.0,. :;OORf EMPRtsnnos :II1PLES ~c:e~!ô AL~UErs TAXA DE ltlTECIP. DE ~os S/El1FRfsnnos SIt1PtES 39&.055.00 169.&70.36 153(.\Otl Cort!SSÕES soe~E SE~OS lOTAL DA RECEITA ••••••• ~ !Cl1A DA DESPESA !UI"EUYIT YERIFICADO H'J lOTAL DA. DESPESA. . n!s DE fEYtREIRQ.lU .. . .. " •• 2"1".:11'7.34- 43.305.310.01 1lZ:.s::t.tle7.35 aaanaSlI:lI:J:.%l:l:l:ll::lZJI. 1', "1 h~~~k_ r aul. /:.u'~tVI/' /-1 ~/ .IH1'ONIO ~AULO Jf60RIGUE! DiEfE DA SEÇ"'O DE cemAeIlloiOl COHlADOR tRC-Df 6UL 8flPAsiUA-DF. Z9 Dl! FEY~JlEIRD Dl! 1'ge3 ..f!:::z DlRETDR EXEtUTIVO ~.~r:~ O__ "'510'HT' ? ~=::i ." "'' ' 'EIOO o •• _ . Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Agosto de 1988 COM5.~.SO 2737 MAe10MAL msTIlVTD Df PRW!DrJ.c:A DOS E:'CtGRESSISTAS aAUJem PATlUI"lOtiIAL E»':ERR".A.OD EM fEVUEJJ!'Q/M ti \I' C) _.nw A T s v "I95.D:34.<:... 2a n .... DI'PONIV'fL 't1tDCIO 7121101 71::1103 712t1l" ft,ucos tt'NTA t'I0VIH!llTO 7tU,oo 7Z14111 7Z:14Dl 7,1700 ",ÕlõS co flAM:O 00 M.l'Sll SI'.l CUSTO VARIAÇÃQ Dl CARTEIRA CE:lfTlfIClOO E RECIeoS DE DEPÓSITOS B...,ÓR'ZOS n17Dl 7Z1Ml 7U'911D 7Z19U '122:<,1011 7LZ'lill 72330C T.O .... ~ TirulOS DA DiVIDA AGltÁJl'IA FRItICIPA.!. AcãES 00 !A»l;O MERIDIDti.ll. cuSiO ENPRÊSTIn::lS stffPL!:S A.TUUS AVERBADOS 8U500 RETEtlCÕES A RE'COUi~ oZlooO fUtlOO VE '7111.60 •• '997 ....' !300QO w..o PESE~VAS lJ31000 R!::!irRV,u 831001 PESE~VA DE CONTI'~ÊNCI.l tlJ100;: I<E5EIl'VA PARA F~O RE~ DI: 73.000.oao.00 1133lJOO l<ESULTADO OPEIIACIOI'llL 113300] EXHICIC!t:lS ANTERla:!fS 73.000.000.00 109.000.000.00 J5Z.01i3.D98,69 433.357.51 Z52:.768.509.n lU.!oSZ.1fI4.9t atHE,1cos 3<oz.Zlte.:!Z6,e' 117.ZolIó.004.Z0 333002 EXEIlCICIO ATUAL ,MOODO TR.t.tr.>ITORIAS 341000 VALOOE5 EM CUS1ÕOIA 644ClQll REcrntnO 16a.QS3.9tZ,6Z ee.0]4.7'!3."S 117'."il1'."J'45.61 EXlc;jVEl ll ••t6.t.33.00 9044.,.3 ~I'~IP..ll la'.138,IDIJ 2.,... e57.0Ql e.ZDOOO fl.«lO DE CAA.tJ{f!A 'S.bllZ.4za.4Z 1660.061.591.3' 11.,~s.zea.S7 PRINCIPAL eJ,1~'H ::!':~f S!'S"',.T!~~o;.',;c~S e11502 IRRf s/PENSOE5 111.lbCO CR~Il~!5 1l!"'UISOS e1l60S fUDO J.SSISrrH'.:IAl na.l2.t.os aZ9.7Z 17'.:67.06 P/CI':l~rU. OE !E6Ull:DS 114qOOZ SE1il.NO SlEMPRtSTIt1JS 11440Cl6 C:I.I.. DE 'S[~OS AU.t.tlI;A DA a-Jf:rA Z.le'1.)'OO.fUl 3.9!i3.859.31 ~4;.007 FiõDERAL DE SE6l1ROS S/A tlSt'OlJO RESULTJJJO FlJ'TURD l.~43.'it>.33 15.037.eO~.4" 5a.6ZZ.1S9.S5 'I' 975.005, 11 3.930.394,62. MHOO REA"'AlIA~ÃD Df It"Ó'ffIS tRE!iERVA.S DE) 85:100 V"RUÇÃD DA CARTEIRA Df AçõES 723301 SEtlAOORES 121111i! DEPUTADOS Z.7811.98Z.59 ".655.D13.11 7Z3303 H.-lClott<iRI05 00 SENADO 7Z3311" fl.JlClcu,únos DA titwll. 7:!:330S CLT DO SEHiDD 7Z33Dl't CLT DA cÂMARI, nJJ07 INATIVOS DO SfNADO 7Z330& nU.TIVOS DA. CÁ!1A.RA "Z3309 FIWOA.!iEH 7Z1:Uc PEU!>lot115TlS Z67.870,00 ll.':!..S.2:M.57 "."94.,,9J.!9 3."20.911,.Z8 2..997.1193.66 1.3~lt.ô'3'.S2; 13.4Dlo.fol3.~S 7Z3311 CEGRj,F 72:3~1l11 EMPRÉSTItm :sIMPLES ATUAIS BANeD 7Z34D1 SEfl.tOOFlE5 l.li!l.DS6.1'1 1.~47.081.% 7Z34CO! DEPUTADOS 1Z4100 1Z"lCl 72'104 72011400 OEVEOWE! OTi[A!SOS IMPO!iTO DE R~Il'JÁ Á R!tt1J'90 ADIA.NTAf1EtrTQS POR DE:SP~SA.S DE fIIIIDNTO lIAS.vmmJ ..JWOS A RECEBER 12~"06 Jtm~ DE: OVER NIGHT 1300tlo ..TIva PfRl"tOifNT! 731000 131001 731100 731101 731100 731701 731703 731euo 73H!D1 740000 01110000 EXIGÍVEL OPEJU.ClCH.UI' 7.'n.S'ol.6& 5.9IU.• 30S,43 71200' Cf" c/950071/1 713000 poop.u.çA. 7J4000 OVER HIGHT 7Z001l0 PEAl.IZÁV'EL o PASSIVO 27Q.176.Sól,t1ô aa.O:"7.": !lAUto ~tD~ ~E'.L Cf nDICli ;['111.:3 ~,l.\ Cl'UZU/Z nm::D Da BR"SIL SlA Cl19JJZUl (l1J eR"'SlL SI.... cn.9:\S75/5 em:.o 712007 8A.NESPA S/A ~ooooo 207.0:::1.45 "."~O,10 1.sn.3U.'" ------"7'---ra 13'.37'.0' EOOIPAI100OS E. JIf5TAU.c:lifS U7 t CUSTO MÁClUItu.5. noTQRES I APAR.EUlDS CUSTO ~EN5 ll'ÓVE15 CUSTO 34.~48.44 REAVAlUÇÃD MÓVEIS f UTENSfuos CUSTO U.7.1170.00 6l!:O07 TRA.NSn~llS ?..naDO VALoRES CUSTCOtADOS TOrAL. IJO ATIVO 5.905.334.30 nS.03,..2:69,Z5 . ......."''''..,.''':0:====:::::==''' ." lOTAI. PO P'AUIVO . .,'5.'''4.%69.25 ~.a::o: a: . I'J ,. ~.~.f~~ t<,i :'trA,;;'d' »f'Ttltlxo P.f.ú1.:tl ttooRJWn DlErE DA SEÇÃO DE COlTAnIUDADE e;tWJADClR Q1C~DF 6ZU INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS CONGRESSISTAS Balancete Patrimonial e Demonstrativo das Receitas e Despesas PARECER (Aprovado em Reunião do Conselho Deliberativo de 16-6-88) A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstrativo das Receitas e Despesas, referentes ao período de 01.01 a 31-3-88 e do .Demonstrativo das Receitas e Despesas do mês de março de 1988, com o fim previsto no Art. 12, inciso m, da Lei n' 7.087, de 29 de dezembro de 1982, revela que expressam ·adequadamente a posição financeira do Instituto de Previdência dos Congres- sistas, bem como apresentam claramente as origens e aplicações dos recursos. Dessa forma, e considerando ainda que se encontram corretos e em consonância com os princípios de contabilidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprovação dos mesmos. Brasília-DF, 16 de junho de 1988. - Antônio Geraldo de Azevedo Guedes, Relator. 2738 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) COHC.ESSO Agosto de 1988 NACIONAl lHSTIlUTD tl~ I'REVIDblCn: DOS toHt;RE5:iilSU,S DEr:OIlSTlUÇÃ'j OL CQUTA, R~qITA ~ {):SPES", EI1 tul'ÇO/M tI li' CJ T :240.03~.4~"'.al llDOa~ 11110' to'ITlll5UlÇÕES DE SE~AOO'S DeRIGUÔRICS U.'i'43.47lo,1J9 lllHll o .... citu~A. 1111:~ 300000 D~SPES1S s,.all.t!t,l.SS CORR[h'"TES I:n::'::IT.l Trin:Ul.lRIA.. U.117.'911.!l1 00 srs.=.!l:J 1.eZ:S.564.2" 111::1) cO"7";m:;:JI~ÕE$ DE SE~A[lOS fACULTATIVOS :3l1JOIJ bOlAnf1C:.lCÕES l SfRVIDOOES 3l3tlNl SEPVIÇt:'S DE TERC~!.>lOS J170CO OESFES....S 01....[1:5...5 ~~33~.l,e~,oo 1.:591.301, .. 7 7.7t>.... Zl e~133.-4~.79 ~.263.Dn,s' ll::'ZO:' DA C:.r.t.FA lUZ;;: :::0 5ftC.J~ _______ 1: _ S5.D66.Io!l:!.'0 2.616.0:::,'95 7.0n.30 fI:!S.73Z.l1 e:1.5ilh&4 lll~~) 00 Fr~~S~H 111;!O~ CLT tA. 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CElTAS DE nUJ"'S!'ERÊt~1Á.5 CORREnTU l"lltt' cO'-:r"Ie:.!zç5!:5 DA. ct11JRA. 14H:DD CamI5Ulçii!':S !lO S!':"'-WD l"l~CO CotmIWIçÕ~5 no F'~:X:"'Snl' 14'1~~;) l;UIT'IIeuICOE5 OlVEõ?S....:; 14<,10:1 S!-~'.'EI;<;~O 0.4. Cf.n.tJ>A p~ DEPUTADOS 14'1002 SU'JVEIJÇ.r.o DO SENADO fEOEí<ÁL 33.57S.2:!4 ••" 10.526.330.41 14.1/:1... 60 'P.554.a71hOO &. 3M.. %.77. De 1.l:U.. f>Dl.Og 1500D(I RECUTAS DIYER:i,L5 151003 t"'.JLTJ.5 E ~DS OE 5'79.356.25 rau. 15H1CZ soe:lE EMP;:'!.5TIl105 SItlPLE5 151004 sc~~;; A.lUGl:EIS 15150:1 r,;...... CE J.1ITECIP. e~ JUROS 5/EHPRÊST'II1M SI"'!.!' 153000 cc:,;~ssõ~:;: SOORE SE~[:s 15VOOO OJTP.J.S "[CEITA$ DJVU!S.\.5 51'L561.904 3!.(j07."'<! 1.47 58.ell.olo1.Se. TOT.ll DA. RECEIT .. .165.Z'::1.4Z7.4J: tZlo.OJZ."6',Ol 22".032.469.01 ~ZÕ:~&Õ::::=:::=:::===:::==::::l P ...5ÍLI.....Of. 31 D! I1AAÇO DE: 19&5 A.R~ DIRETOR EXECUllVO COH~R~SSO NACI0llAL INSTITUTO Df F'REVIOft-eIJ. DOS cor;:;;Fl'E~r$T"'5 tuR~O/M 1000(UI P.E!:E!T1.5 Jlooe::. RE::~ITA fI li C) C~REllTrS TõnelIT,lRll. nllll:) CD:T1l'IBUICÕ!::S DE SE6tRlDO'S CleRICõUÔIlIDS l11JCl CJ. C!.n.!,;lA llU:Z: co ~!:I-UD!) 111t&0 ~r.nfUlçÕES DE SEG!SlÃ/)C$ 'ACULn.T;t:VOS 310000 36.7l~3.'ii!5.S9 311300 b:l'.li!nCll;CE5 Ao SFJ?'o'n>D:l'E5 3DCOO SER\'!Ç!:rS DE THICr.z~OS 311000 OE5P;SA5 llXYE~SAS 31.'56.353.53 ".e:7 .572.36 11l~:l1 0" Ct..:U-=<Jo. llIZ~.:' ~~ snUD:J 111<:03 CJ r.;-O:;lAStH 1.09~.:30 S. 'P9~. I'>:S.OO ::.Il:3~.5"",O? J::.ll:!);.JO 143.2:S • .lit93.% ~3.H.!"91S.19 :526000 PrI1SÕES A. f'X.CC>I-lTRlOUZNTES m;;t!GlTOOIDS :3~e.1D~ PEh-:>ÕE:l .... f'x-cc:-mncuItfT[~ F....c:uLl...nvcs 3:e:e-0 pws6;:s A 6EtlEFIt::I.I,RIt15 3~''''IOO TiHJ15f. P/C AlIX. F.A;": S/JR5 DE: Et'fPRÊSTImS 1.11n.:!3~.~" Z.161.6'?3.5Ú l'l.771.7Z 1112Gb CLT CEü"U 11l::;~:J Ç;;;::!Et'lC5::s D~ PEt-SIOtlrSTAS lll:'::~ :::-;"jrJr;J1C!':~S p/Cl!!.:'LEnEHT.lcAI) DE CAAEOCU s:.:;:.~:.~::; OB?IGAiCõ?IC5 DE COSTEIO 320000 DESPESAS DE TRANSFEI<Et;cIA~ CQ:lIl(NTES 1l.lJS.ess.Yt 6.913.SM.e.3 111;:.::4 t:"LT D.\ cln~ ... 11l:l:C5- c!o, C:J SW..\DO DES~ESAS 71.1to3.e:!5.11 :3.r;55.J~1.f.J lb,5:::1.7"!>;lt'o G.6<;3.!õoJ.sJ e.54l.oSl,ós 349.01(J,OI+ lll;n 111!ii:::I CC:;;::>I:':J:ÇÃO DE tt.!.t:::l:'TD 10.753_573.:51 1~2l,::~ J:'''''':-3 ~! tE1iO,.S ~!õ ct..~li) 330000 DESPESAS DE ItrJESTII1HrrOS 331'100 W. REf. D!::FLAi;ÃQ rnDVEIlIEHTE Dl IU1ERD ::::l3S/e-7 5G.Oi5.673.f!3 c;: D':EI1 m:sur [;~ lJJ:F'os:no ~il.!a:lnw '''''!..lO F!;~(J ~'.<!·5::.7i)7.J,' n. 737. n .. ,21. (12.(\J-l.3~Bo:t2 ~·:;.:-r.;t\ ~J).3;1,}.r.:<,oo: p.; ;;:W=R?ST.'h1J::; SYNPU:S 1.,,':81.;;[1:.1:, ,:"ú".:':'1."<; :S'.SH"Ol~ !""~'~ '-:.s !; JJJ'::O~ D2 l"Oi!. !~!IJ:-~ ~,'~::'';: r;l-~r,;"Sr!I?:i'" ~DiPU;': 151CiJ{~ 5:;;:;:: ,\tVCJ...'';;lS !5!!J~'" Y:""ii!. 1.!:: ,\.-',rTEC!P. DE J\J\tos S./(;I\.~~5Tlt~ SE~{r!.~Sl 153Ctlf) CO:1!S,,5::S sce~E 5E~OS ':'9:t..::OÜ.'.~ Z6!S.ZZ2,79 1.:'1 lS7O!JO O'...ffii:.aS RE.1:E"ITAS DIVlRS.t.S SOHA DA DE!PES' •••••••••• ~ SUFE'P" "'ERIFICADO A'Tt. ".lJlÇOlM TOTA.L 04 DESPESA ••••••• a • • • • • • • • • • • a :n lOTAl DA. RECEITA a a a 4!4.397.3,*-.!Jt . • $ •• I) ./} ra.a ==:::============ 1 -t1~9~~~lOO[S ,,:/i:Pdr Oi~FE 0.\ ~EÇAO D! CC'trTM!l!DAD! corrrADOR CRc-eF 6Z16 ARIf!t::::z.S OIREtOR! EXECUTIVO -••• ~ •••• ~ ~ . . lsl.'n:....~!;.2.'ll :!!l:! ...67.(,31.63 4Yoi.:!:<;7.:\9i..~Z _ ••=,,============ I Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) .CDNC'!!50 n:snnno Quarta-feira 10 2739 RAC1DH1L O~ ~[VJDÉJr.IA t1CS CCJtGJl!5$I5TAS ruRCOIM fI fII C) o 1.11>4.157.053.1& 7I)D",~O ATIVO 71a~, OlS?Otlfi'.EL 7U:OC' fUJ>!:05 C(UU t1OV1tmrrO 7lZ:l:1 81!::0 C",~DITO QtAl D~ "PUS IiERU5 5IA c/03293J'2 7JZ;;;~3 B.u::O na MASlt. .s/A C/!9J3tUt 7]%::C" 81'::0 [:~ ~ASIL S/A. tl19l!õ75/S 71:::::7 e.u:::spJ. $/A n:!:'c9 C:;F C/ Q S:l:l7Ul 2b .... 759.7:!"1.t.7 "10DOO EXI:.iVEI. CPERACltlUL ].Q03.1"$.n !llSOO ~I"TEI:çi5ES A P!COLHER M~.U~.35 Z.01J.... 3á..'f" ll:!.l)OM FU«lO OE G.l:u_mu. no:tC" REAUZÁVfL 893.1t1l'i'.U't.U 8!laoo fl,RIDO DE RfSflWAS nl"~':l .I.~E!s O(J ~.t.HCO OD saJ.SIL SlA nl~::-:J LEnas t! c:.r:sro '1!l",:l T.C.A - TiruLOS DA DiVIOA. 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F!CEBER 7Joa~() 14.'X-4.~';.30 e51200 P.E"''o'ALIAt;tO Df IMÓVEIS (RESERVA' D~) BS~IOO VAAUÇÃO DA. CIJlTEJ"RA DI; ACôn DIVERSOS 724Jcl l"r.=CSTQ VE REtiDA A PfCUf'ERAR 72410 ... ..t.!l!Atrr.u-:fIfTOS PCõl DESPESAS DE AlCtfTO 'AGA.rIEHTO 12..11' CIJT;;OS n~e-!> .su::c~ ~50000 Q33.0S6.0S n~:r: i::::~..rTJ.D:::S [;E\'EDiJ~ES ~~:;.io!.1.4~1.6J eWJOQO TRJ.I-ISITÓIUAS ~Z.lZ"'.3tl~.1" 723:!lO rE":;IC:t~STA.S 7233::1 n:;:;:.F 7:?:h::: !r.~tsnr.os SU1PLES 72101:0 6Z4.715.7S-a."" 3 .. t.i'i05.3::b.M 139.6::9."99.1' 10.675.562:.37 .uuu, zs:. 7~5.S0'.1!3 167.65:.104.92: e:n DO! R~SERVA n:n:~ Cl.T t::l !;::;I:.l.DO 7.;33::':' CLT nl I:::---:I..,A 71:>3:7 IILl.l'1'JC$ cn SElIl.OO o... 1S0.0:h.7JJ,.-IoS 1.Cl4S.I3S.37Ji.~, EXIGÍVEL laO.~oo.IlOO.DO _.%".67~.!3 n:!:!.=~ l"~=!.~u.. :!os ?2J3:~ II::''!I1J'::S H.Dl."" '7.4n.67'LZ6 Z51.3M.38~.1O 7.47t.líll.CI) n::3!;" 1r.7.&11.00 4.!~.{..'~.lla 61151%l' I;'PF S/f'ENSãr.s /:oll!>!)!) C~EDDnS DIVERSOS "ll6Q] t:E Er~;:;?E~TIM'JS SIMPLE.' &11605 Flt.:lO A.SSISTflr.:U.l ~Z'i'.7.l: 5-4.101.69 tUt;l-tT ovr~ 1l.&-oa.,~'3:"tI ~llS~l !iUlF S,·G~"TIFlcJ.~à!:s 1.DZS.UO.os 71::H:::-::I PCUCA'!Cl 714tl1:::l l.u.~.!S'. .oSl.U lltl:lDbO PASSIVO 1.510.nS.IoJ DE aVER HIGHT 1.570.7Z5.4!i ATIVO PE; ..l1J.1lEUTE 731(01) rOUIP.I..MEIiT05 E IUSTAUÇÕES 21'2'.01 nu,:, MiQ'.1IHAli>. MlJTOI<ES E AFAP.ELHOS 7317a::J EfI:S ln::-:EI5 731&;3 ro....E IS E UTENSíllOS J6.:37e,54 ;5DZ.71a.ltlt 11>2..07 74DOtt!l TlU.HSITÔRU,$ 7'ólaoo v.u~I:;s CUS1OOIADOS 1"01" AL DO AIIVO . S.9Da.3Z4.30 1.lto".151.053.U TOTAL 00 PAS!irvo .. 1.1'~.lS7.053.U Iro&&",:::",,,,:r::::::======:::: ••:0:.":1<:>::=""';>:>:::::,,,:_ 2-LZ ç .. INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS CONGRESSISTAS Balancete Patrimoniai e Demonstrativo das Receitas e Despesas PARECER (Aprovado em Reunião do Conselho Deliberativo de 16-6-88) A análise do Balancete Patrimonial, do Demonstrativo das Receitas e Despesas, referentes ao período de 01-01 a 30-4-88 e do Demonstrativo das Receitas e Despesas do mês de abril de 1988, com o fim previsto no Art. 12, inciso rII da Lei n'7.087, de 29 de dezembro de 1982, revela que expressam adequadamente a posição financeira do Instituto de Previdência dos Congressistas, bem como apresentam claramente as origens e aplicações dos recursos. . ~'" TESOlJiEIRO Dessa forma, e considerando ainda que se encontram corretos e em consonância com os princípios de contabilidade, geralmente aceitos, manifesto-me pela aprovação dos mesmos. Brasília-DF, 16 de junho de 1988. -Antônio Geraldo de Azevedo Gnedes, Relator. 2740 Quarta-feira 10 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seçáo I) CON.RESSD JHSTrnJTO DI!: DOS ~EmsTAS A1VfIU"M (:! .. Ct T A 10ClOOO .tenTAS c:arRDl'TU J.SS .. OO •• 579.87 lleooo RfcrrrA 1RI!iUTARU 30.539• .575.i!6 / 1l1l~D tottr'I<'z.e.uI~ DIt SEGUlADtlS tvll&A.TÓRItlS I iiii~i ~~ ~~ f lllz~o cwrqIBUrCÕ!5 Df f ii:;~; g~ ;~~ I ,, NAC%DNAL ~nrmbaA Df~ç.io D'" o::NTA ~fCttTA E" DI!:51t!SA UI I Agosto de 19881 ' .. .5tI7..3%.n 2... [,!l9.ç.:,O.b7 I.3.Ilol.47 I SE~AD::lS Z.9lI5.""".lZ 4'l.... t'U.z.. ,- SJo .. ~~.& S40.1:l3ll.5-ft&."" :!zeOOCD petSõ!s A. E>H::t'HTRlBUIHTES tlMltaTtJUDS. '3ZelOO PHlSÕ~S A. fX-~I&JlNTES FJ.CU1.UUVOS 3Z/!lZeo PWsQf;S A BENIFI:CIAIUQS 329000 TIUJiSF.. P/c '"'UX .. F .. A % S/JRS DE DfF'RtsTnm 47'9.!>1&.37 ~11 .. %:50.1' ,sZJ... 2"&9.0' Ul",oO coNTíHBJfIÇO!5 P/1XI1PLD1mu.çio DE $tJ .. M41... Io7..... t .. "'l6>.1l5.0C 313000 SERVIÇOS DE l'tl?CElROS 3170110 ~ESPESLS DIYERSA.S 1 ..1Z5 ..Si-'.2' 5E~AD'J$ "ACJLTATn'tJ$ mZO) co pç:rCO"~DI 1:.l14111 I.llSao t CORRE~S 3113110 Qu,nI'"Xl;AÇ:ôfS A s~u 1Z:.eas.!",5S 111204 CLT n.... CJJ'UJIA. I :J.120S CLT DO :SUi1.DO i :J.U06 Cl.T C.E~ ...F 1lUOO CON1"l?If>I.J~C~!5 Df Pf}lSlmISTt5 30001)1) DESPfS"S 17.31!õ.fo7S.01t 't.4oo.55'h6! 4.3-ltZ.M' • .!iO ::.'5?~.7& 3.27~.!57.n CAJfbcU 375.S73.~ (J3;(IlUTMIDS CO'lTRIBUlclc DE tW::I.A.TO 1.20000 RECEITA f',llllDUaAL I , lZZ1tl3 .Al?OS DE 0VDf JabKf , 123HIO JtQos DE DE'PÕsITO B.u-a::.iRIO ! :.l31C:! POUP'AU;.l 1141cll ...n.mDS DE ~i:::Tn7JS :SD1PLD I 12~1ll4 ÁTUU5 2.nl.184.96 4l... 03ó..'l41.91. i .12"ZCO ÁLt.:GU'EIS 1 140001) RECEIT.lS tl!! 'TlUNSfar~N:n5 Cl:lIIlREH't'D l1411co rorTRmuIr;6ES DA CÂl'URA 34.SD1.70l.. 0a I 141zol) ct'HTI<InuItÕES DO SEH.lDC I 1;1300 tnNTRIBUJ:t"êES De FROOAS[H ! lD.M:3.470.~5 lZ6 ...,a4.'9-'f ]"'9000 CONTlUeu:COEs DIVfR5A5 3.000.47•• 24 f 1490C, SUBVEUçio DO sau..no FEDERAL i 15aOllD RECErTA.S DIVERSJ.S I ].51000 f7Jl.T.I.S E .JLJroS DE MORA r ~i~~~ =Eo:l~~p_ I Df ..tlJroS ::.51oCll Ct:f1!SSÕES ~! ![1õUl0$ z,s'1ODO ounus RECUJAS DIVERSJ..S 61.. 094.00 S.lDS'RtsTDm strfPW 2610.279.50 3b1t ..6Ú.2S ,ot \!IIOIU. DA DenSA StJlIERAVXT 'V!:IUFICADO NO lCTAL PÁ REtDTA. . . n!$ DE AMJU'H . ~ 'rOTI.1. .DA. Dt5Pf5A. . Ja..9M.D'7.'" . . ..C1Z5 ..Sl2:.&l U5.C109.519.&1 ~~~:IIõ r oI-t ;;;:........ D!II't1TADOpq~~::~ 'ARll CO"C~tsso 1tGTI1'\111) tl! ________----J NACZONAL "!VJO!J.cn IJ'O$ ttlfQ!snsTA5 AM-IV88 n: ,. Cl T lU.C!) RECEIT.l5 ~s l:..ec"' .. 7'3c.Sl 1111ltOO REcE'ITA 1JmlfJr.tJlIA. 111100 tarnlXllUIt;Õts DE S'EIIUUDZ tlMIGA.TÔRIOS llllCl D~ r;.f..ru.RA. 44.041•.5"".01 ' ..653.13éu6! 111HZ DP SEtUDO ll1zoo C0H11UBUIÇÕE.'S DE ~EI3Ul'.tBOS fJ.CUL'TJ:nVOS UI2'Ol DA ci.Jwl.\ !s.T.!:~.t54.37 l11Z0;:: DO 5EI-U!lO 'M.O:S.S30.SlI 70.11194.77 llUn DO F'\?CD.lsEN .a7.017.16 :3:!:COOO l:IlSPf:SCi DE. ~"'HSI'ERâaAS CCRR&rr!S 3:!~ao" PENSÕES A E)(-cotmUeunrrE5 OORIGJ.TMIOS JZ!llOQ PEnsÓEs A EX_CorfTRIBUlHTE5 'AOJLT.lTIVOS ~2~ZOO PENSÕES A BEWffICUJ<1OS y.ms Df DtPRÉstnm l.S:SZ.a.56.&& ~.cn.'9'23.7S lllMe WITR:m:.ncõ::s DE ~IOf{[5T.lS 111"00' COHllHetJIcn::s p.rcntPlfnrnT.t.Çio DE Illf.lll Sf6LJ::l.l.OOS D6WIlõ.lTM'IDS !l15tO CO!"f'J1'(IEU1CÁO DE twlJÁlO !I.40,,".~~o.eo :.S1;:.~9~.~5 317000 DlSP!:SAS DIVD1!S.I.S 30.591.121.03 1l1~04 CLT DA c.i.KJ.R... 11120S CLT PO ::iEH.\OO 11120l> CLT t:E&:f.lF 3:!,BiOil ~4TIf"ICJ.t:õ!'S J. SFIl'VIDOR'fS 3!300Cl snvICOS Df' TERCEIROS S38 .. 0blh71 13S.4M.blO.i!3 33.Z5!i.!!71.4S ~::.~.63.!t."4 3Z",oOO l1UJ5F. 'FI/C J.UX. F.A 2 ' .. faS.ll.ç.;,S.5-' ll.~to._C3~.3Io CiJtbcn 72.4.563.'2 :4 .. oll7Z.,Jl.7a 3300110 D!Sfl'tSl-S Dl:: 1lWEsn~ 331'00 W. REF. DEFLAçÃD PQO'mrrEH'Tf DL tIÍ1!Ro Z33SIa7' '303 .. tl04 ..3U.3i :lZOODC RECEITA. PAl11:DUWL lZZ401J JUROS OE 1..ETW.u Cf tin3ID ~ .. 075.. '7a.M SO ..57J.MZ.33 10lZ1ol;l J1JROS DE DVr.l liIGHT 123100 ~05 DE OEPJSrTO e.ve:iRIO :123101 CCUTA. F'RAZO FIXO 1ll.r..774.Zo/..!•• l t "~.407.3ZlI.1Z 7Z.U6. '}3a.aD J.ZJICZ POUPJN;I, 12:4100 .JUROS DE D'lPRÉSTIn:JS 3WU:S 12:4104 I.TUUS 1242'00 ALu;;vtrs 124300 nrvlDH-l:lCS E P.lJiTICIPJ.cDES 124.302 [I..lHl:D no MC:IL S/A. 2!.6Z1.09Z.17 ~O'J.93100Z 1'\0000 RfCEnJ.S Cf 11WGFERbc:u.s ~R[Kf!S 141:1 00 trJN"n<'muI(iíES O.l' cltwlA lZ4 .. 736.'na.l& Ito1200 w.rrn!BUIcfiE~ no sEluna 3lI. .. 659.174.14 141300 CClN"1'1lIo.uICÕ;:S 00 ~DO.tsEN JlI9cOc CDN'T1UBUICOE:S tlIVERS.l.S 140.~·1o.S" c:iJu"" &.I:'lI.I'17.CIt 4.117.071,24 )4'001 1lIISVIi'ÇAO C... CO, DIMADOS l'lo'IlOt SLevOIÇIo CO SDUDO ftDERAL 15Dao~ J.Z.5i5.3S4.2" REf:tITJ5 D ~ 151000 ttJLTA.$ ~ ~os DE tulA 15I00z SOBRE ErrPR'Esr.tn:rs S.MP~S 15JOOIJ soaRE AU,X;UEIS lS15110 TAX'" 01: JJmCIP. DE ...flI<IO'S Sl'DlJlRÊS'1'IJt')3 ~LD J.530Co ctr1IsSÔts ~E 5ECt.ROS 3 .. 029.'" :!.U.407.o& IDTI.L O~ P.a:EITA ~ " . ~ ..-::Sl'.4ll;().44 ó3:!.335.tl43..4? JS9DOo 1':llfTI;!J.S &(E:CEITAS D:rvm~ S.Q9..406.97b..n "' . D31:Za9;:1t&lIl=.:IIõ:llõ~= )1iki, ~Mffff{t t"!fUE DA ~fCi() !I! w-rr.m:nmAU! Q)tlT.&[IM CU:-lJ~ ioZl' etm4 0,11, tl!51'U.i. 8.8 Sl.k'fJlJl.'.n;T 1/fRIFXClDl!l ATE 1tOTAt.. Oh DESPESA ••• " 8 .. 8 .. ~ "' " .,. .ilB:t!V8.(l "'''' e nl).~1"".t)!l2:.3J . 3'tí...tt.044I..44 . se'l.o\Câ.'J74..'n' Agosto de 1988 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) CDMSRESS. Quarta-feira 10 2741 MACIO"A~ JHSTITIJTD Dl ~EVZDbcIA DOS awG"lffSS'15TA5 AMIVM 12: PC, .A s y T '7tNDO ATIVO 71DODODl~L IIIlO'OO ~A.SSIVO 35é.27~.T97.D6 ,noaao D:l"ÍVIL OPElfJ.CJmu.t. 1Il.07~.O'1lI.11S 71t'OOCl e.uco:5 CCltIT.l l"lO'nnDlrO 71UDl AL'l:O ClE1JITO RUL DE J1blt5 cmJ.!! UA Cft31t:J./l: n.2"OD3 B,t,H;O DO BRASIL SJA ClJ.U3ZUl 7lZ0C>lt ~ DO BR.lS1L S/A CIJ.,:lS7S.'5 71.2"007 eA.HLSf'Á 5..IA. 71..Z00. CEF U'9S00nn. J..I'1lI.Z'4.e3 -z.. J.to ••• ,u.Z2: 6!'h7t 330.634... 807 27%.420.730.01 7;9.77'.'Dn.oo l.2.DOCO ru.co D! l;ARA»TU n-D(..GO RUuz.i.VEL 895.655.'969.35 eZ1DDO ft.tIJD Df nl4-CO A.Ç'Õ!:5 DO BAH:O' DO 1lR.t!51L. 51'.' ' n.;n.o, FltCl~IOS Da 5EH.I.DD 723:504 FU::ICfoUiilos DA CÃJWlA .co SEN.U:lD l:LT DA. c.iJuR... 'nJ305 CLT :2nc" e3-aOOD HÃo EXIlõivEL 831000 RESE"RVA' 13.3!1.34 10 .. 033.716." ··10.0)4.'133.45 z:sz.utl•.!Io••n ,831COl RESERVA D! ~~N:IJ.. 8310D2 RESERVA PARA fUTum R ~ DE B!m"rfc:ms 167.Gs:.ID4.n 63:!OOO RESULTADD DPERACICN.lL e.3311Dl EXE'Rcit:ICJ5 ANTER.IDREiJ ~31CCZ E:X.ERcíCID AllJAl Plt.t..e.3Z'.f56 378.1119Z. ~."-'t &40000 TRJ.HSITÓ!tIU 2D.503.76'h4' 9.1I.33.72:a.4' nnc7 ll'U.TIVOS DO 5EtuDtI n3~5 lAATn'OS DA. cirwu 14n09 PliOOJ..'5EN 7'2:)310 PEl~ICtlIS"r.l.S 72.:S'311 CES::;O,U' n140g E~ÉSTIJ"IJ: 5IJ1PlLS A1\LUS lAICa 7Z3401 SEfU.D~ES D.0~:.69a."" 841000 VALORES E" t:TJSTOOlA ~"'OD:t RECEBIDO P/t:CUTA DE '5!CiUtQS 9.667.252,.., Z.'9!l.251.l1 !.003.09a.06 1.5U.66!i.es M40DZ 5E~O S/ENPRESUl"lOS &44006 ClJ.. DE SE~DS ÁUAJ.IÇA DA. IJHU 19.~6D.164.Z7 M4tJD7 FEDERAL DE ·".3.M9._0 7Z34ca DENTADOS ~OOOIJ RESULTADO SE~OS 5.ttle.J3.',.30 ' ..S6:i.7'O.73 2:.M5.447.111D ~.lea.4M.5' S/I. U.l'93.lSa.ST ~a "12:9• .5&1,151, 7Z"la~ OEVEDCQES DIVEi$OS 7Z4101 IMPOSTO D!! REI'IU.. Ao 1II!CUJ19AJf 72:41lMo J.nUJlTJJ1Emes ptR DfSPESA.5 D! NONTO PJ.lLlH!H'l"D 7Z,r, II a currl'OS 7?"40C JU1D5 A I1E:CE!.ER 7?,,",ob .JU1OS DE ClVfR HIRiT == 1l.9!'.2::!J,oa 2DO.ODD.DOo.oa 5 ..258."3.8' 58.01.3.347,68 S9.9z.5.729,7& 1!9.6Z7.7M.''" Z.. tSl.!iU.~32 -34.00'.68 ~tsER"AS 352:.0U.098.6t .33.357.51 3l!S.a1~.2.d9.~ n:llOl SEN.UlOOE5 nJ3-=Z I'JEPl.rU.DOS z.n.e.:Sl'." ·tJU60S: J:LN:lD .tSSISTEfl:.UL 7l3l:l0D PCVl=',lJ,ÇA. n~co D'I'Ell NI;HT nlll-OO LE11lA5 DE ciffilO o l!.!'IJ8.Ks.n 15llSDCI R!"Tn~ÕfS A REr:tIUffR 011501 zral' S/~ÁTl'FIt:AçõES 81150Z lflRl'" S/PENSÕES e1UOO t:REDCQE:S DIVEil50S eJ.lbOl DE ElWRt.STI~ S!l"IJl'l!S • ....8260 .. 0160.85 'Ttl.aO T.~.A - TírulO5 tu. DÍVIDA AAÁlIA , 7tt<XlO I.(:OES Da a.uco t1Dl:mleHA.L 7l:nDO ErtFRESTIMOS SIMPlES .ATl.LUS Avam.a.nos y 1.~.l8z."n.l!Io J..~.182."'7.,80 l.lllo80.757.02: !~7.11Z1.lIlS t1S1Z00 REA.VAtIAÇio DE OOVEIS IR!5!RVA5 DU esZlDO VARIAÇÃD DA CARTEIRA. Df ... çõ~ %.i7.a711.eo U.9Z5.lU.S7 14.Mc.lD 1.t5e.asS.47 z..a2:4.nz.31 '73001lO .lTn'O "!Rtu.HfHTl :u.s~~~A~m~ 217,01 :K.:S7a.54 T.n70D DEIS D"ÓVEIS 71.\&00 tDvas li: UTfJiSÍ1.:tDS JOZ ..71e.44 .Z.D7 ""'000 '1"lUJ'GniqXJ.5 ?oU.DDO VAt..ORE5 CllSTOOIADOS iCT AL Da ATIVO ~ ~ S.90e.334.)0 . 1.~.1a!.47".e. TOTAL DO PASSIVO ~"-=::I:~ MJ.5tUA-oF. 30 DE I~~ M#J{l CHUf O.l sEt:ia DE: CWTA!UUDAD! COHTADOR OlC-DF 6%.16 ·AMIL li! 19M f1;;;:;; DIJiETOO EXEr;urxw . 1.UI..18t.""... PÁG't-HA ORIGJNAt'EM BRANCO MESA Presidente: Ulysses Gnimarães - PMDB l'-Vice-Presidente: Homero Santos - PFL 2'-Vice-Presidente: Paulo Mincarone - PMDB l'-Secretário: Paes de Andrade - PMDB 2'-Secretário: Albérico Cordeiro - PFL 3'-Secretário: Heráclito Fortes - PMDB 4'-Secretário: Cunha Bueno - PDS Suplentes Daso Coimbra - PMDB Mendes Botelho - PTB MAIORIA PMDB e PFL Líder: Carlos Sant'Anna PMDB Líder: Ibsen Pinheiro Vice-Líderes: João Herrmann Neto Miro Teixeira Ubiratan Aguiar Walmor de Luca Gabriel Guerreiro Genebaldo Correia Maunlio Ferreira Lima João Natal Márcia Kubitschek Denisar Arneiro Dálton Canabrava Maguito Vilela Ronaldo Carvalho Raimundo Bezerra Maurício Pádua Cid Carvalho Rospide Neto José Ulísses de Oliveira Manoel Moreira Jorge Uequed José Tavares Sérgio Spada Fernando Gasparian José Carlos Vasconcellos Ruy Nedel Fernando Velasco Renato Vianna Irma Passoni - PT LIDERANÇAS Vice-Líderes: Inocêncio Oliveira Ricardo Izar Erico Pegoraro Jesus Tajra José Teixeira Iberê Ferreira Dionísio Hage Stélio Dias Luís Eduardo Ronaro Corrêa Rita Furtado PSDB Líder~ Pimenta da Veiga PDS Líder: Amaral Netto Vice-Líderes: Bonifácio de Andrada Aécio de Borba PTB Líder: Gastone Righi Vice-Líderes: Joaquim Bevilacqua Sólon Borges dos Reis Elias Murad Roberto Jefferson PDT Líder: Brandão Monteiro Vice-Líderes: Amaury Müller Vivaldo Barbosa Adhemar de Barros Filho José Fernandes PFL Líder: José Lourenço Osvaldo Almeida - PL Suplentes Titulares DEPARTAMENTO DE COMISSÕES Diretor: Carlos Brasil Araujo Local: Anexo II - telefone ramal 7053 Coordenação de Comissões Permanentes Diretora: Silvia Barroso Martins Local: Anexo 11 - Telefone: 224-5719, ramal 6890 PT Líder:. Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Líderes: Plínio Arruda Sampaio José Genoíno PDC Líder: Siqueira Campos Vice-Líderes: Jairo Carneiro José Maria Eymael Roberto Balestra PSB Líder: José Carlos Sabóia PL Líder: Adolfo Oliveira Vice-Líder: Afif Domingos PCdoB Líder: Aldo Arantes Vice-Líder: Eduardo Bonfim PCB Líder: Roberto Freire Vice-Líderes: Fernando Santana Augusto Carvalho PTR Líder: Messias Soares PMB Líder: Arnaldo Faria de Sá PSD Líder: César Cals Neto João Alves Jofran Frejat Benito Gama Mussa Demes PFL Enoc Vieira Furtado Leite Simão Sessim Denisar Arneiro Firmo de Castro Francisco Sales Ivo Cersásimo Joaquim Haickel Júlio Costamilan Lézio Sathler Maria Lúcia Paulo Silva Percival Muniz PDS COMISSÃO PERMANENTE Comissão de Fiscalização e Controle Presidente: Fernando Gasparian - PMDB J'-Vice-Presidente: Benito Gama - PFL 2'-Vice-Presidente: Jorge Arbage - PDS Titulares PMDB Domingos Juvenil Edivaldo Motta Fernando Gasparian Genebaldo Correia Ismael Wanderley Irajá Rodrigues Ivo Vanderlinde José Carlos Vasconcellos José Serra Joaci Góes Miro Teixeira Nilso Sguarezi Nion Albernaz Osmundo Rebouças Roberto Brant Jorge Arbage José Luiz Maia PDT José Fernandes PTB Ottomar de Souza Pinto PT Irma Passoni PL Adolfo Oliveira Alércio Dias Arolde de Oliveira Arnaldo Prieto Cláudio Ávila PFL Dionísio Dal Prá Fausto Rocha Lael Varela PDS Francisco Diógenes Mello Reis PDT Suplentes PMDB Aécio Cunha Aluízio Campos Bosco França Moema São Thiago PT Luiz Gushiken José Costa José Dutra PDC Siqueira Campos COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉ. RITO DESTINADA A INVESTIGAR O DESTINO DE APLICAÇÃO PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, DOS - RECURSOS PROVENIENTES DA ~MENDA CALMON, Suplentes PMDB Titulares PMDB COMISSÃO TEMPORÁRIA Artur da Távola Doreto Campanari Eduardo Moreira Hermes Zaneti Milton Barbosa Octávio Elísio Rita Camata Sérgio Spada PFL PFL Eduardo Tinoco Nelson Sobrá Leur Lomanto Eunice Michilcs Evaldo Gonçalves Átila Lira PDS PDS REQUERIMENTO N' 1/87 Ubiratan Spinelli Wilma Maia PDT PDT Prazo 6-4-88 a 23·9-88 Presidente. Hermes Zaneti Vice·Presidente: Eraldo Tinoco Relator: Sólon Borges dos Reis Chico Humberto José Maurício PTB PTB Sólon Borges dos Reis Márcia Kubitschek Márcio Braga Mauro Sampaio Renato Vianna Cid Carvalho Henrique Eduardo Alves José Tavares Manoel Moreira Fábio Raunbeitti Dionísio Hage Maria de Lourdes Abadia DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL PREÇO O.E ASSINATURA (Inclusas as despesas de correio via terrestre) SEÇÃO I (Câmara dos Deputados) Semestral ~....................... Cz$ 2.600,00 Exemplar avulso ••••••••,................ Cz$ 16,00 seçÃo 11 (Senado Federal) Semestral ••••.••••••••••••••••••••••••••••• Exemplar avulso C::~$ 2.6(]H[),OO Cz~$ 16,00 Os pedidos devem ser acompanhados de cheque pagável em Brasília, Nota de Empenho ou Ordem de Pagamento pela Caixa Econômica Federal - Agência - PS-CEGRAf, conta corrente nl? 920001-2, a favor do CENTRO GRÁFICO DO SENADO FEDERAL Praça dos Três Poderes - Caixa Postal 1.203 CEP: 70160. Brasília - DF Maiores informações pelos telefones (061) 211-4128 e 224-5615, na Supervisão de Assinaturas e Distribuição d~ Publicações - Coordenação de Antendimento ao Usuário. r CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Quadro Comparativo (5~ edição - 1986) - Comparação de cada dispositivo do texto constitucional vigente consolidado ao texto originário da Constituição de 1967 e à Constituição de 1946. - Notas explicativas das alterações. - lndice temático da Constituição vigente. Preço: Cz$ 160,00 À venda na Subsecretaria de Edições Técnicas ral (Anexo I, 229 andar, fone: 211-3578) Senado Fede· Encomendas mediante vale postal ou cheque visado pagável em Brasília, a favor da Subsecretariâ de Edições Técnicas do Senado Fe· deral. (Brasília, DF - CEP: 70160) Atende-se também pelo reembolso postal. SENADO FEDERAL SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS PUBLICAÇÕES PARA A CONSTITUINTE Constituição da República Federativa do Brasil- 10~ edição, 1986 - formato bolso. Texto constitucional vigente consolidado (Constituição de 1967, com redação dada pela Emenda Constitucional n? 1, de 1969, e as alterações feitas pelas Emendas Constitucionais números 2, de 1972, a 27, de 1985) - Notas explicativas das alterações com as redações anteriores - minucioso índice temático. (Preço: Cz$ 50,00) - Constituição da República Federativa do Brasil - Quadro comparativo anotado: texto vigente Constituição de 1967 - Constituição de 1946. Notas. Índice temático. 5~ edição, 1986. 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Pedidos acompanhados de cheque nominal à Subsecretaria de Edições Técnicas do Senado Federal ou vale postal remetido à Agência ECT Senado Federal- CGA 470775. Atende-se, também, pelo sistema de reembolso postal. Centro Gráfico do Senado Federal Caixa Postal 07/1203 Brasília - DF f ---: EDIÇÃO DE HOJE: 40 PÁGINAS J~ PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cz$ 16.00 J