ILDA BASSO (Org.) JOSÉ CARLOS RODRIGUES ROCHA (Org.) MARILEIDE DIAS ESQUEDA (Org.) II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO LINGUAGENS EDUCATIVAS: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES NA ATUALIDADE BAURU 2008 S6126 Simpósio Internacional de Educação (2. : 2008 : Bauru, SP) Anais [recurso eletrônico] / 2. Simpósio Internacional de Educação / Ilda Basso, José Carlos Rodrigues Rocha, Marileide Dias Esqueda (organizadores). – Bauru, SP : USC, 2008. Simpósio realizado na USC, no mês de junho de 2008, tendo como tema : Linguagens educativas – perspectivas interdisciplinares na atualidade. ISBN 978-85-99532-02-7. 1. Educação – simpósios. 2. Linguagens educativas. I. Basso, Ilda. II. Rocha, José Carlos Rodrigues. III. Esqueda, Marileide Dias. VI. Título. CDD 370 AMBIENTES HOSPITALARES: QUAL O PAPEL DO PEDAGOGO?1 Andréia Alves PEREIRA Universidade do Sagrado Coração Resumo O presente trabalho tem por objetivo pesquisar as possibilidades de intervenção do Pedagogo em ambientes hospitalares, atendimento esse que é reconhecido pela Legislação Brasileira como direito da continuidade de escolarização, a crianças e adolescentes que se encontram hospitalizados (CNDCA 1995). Sabe-se que a pedagogia é um campo de atuação que lida com o processo de construção do conhecimento no qual cabe exclusivamente ao professor mediar e nortear a educação. Esse profissional em ambientes hospitalares tem como função acompanhar e intervir no processo de aprendizagem do educando, fornecendo subsídios ao aluno-paciente uma compreensão do processo de elaboração da doença e da morte, explicando os procedimentos médicos e auxiliando a criança e o adolescente na adaptação hospitalar. Garante o vínculo com a escola e /ou favorece o seu retorno a seu grupo escolar correspondente. As diversas patologias e seus tratamentos intensos geram alterações tais como: atrasos e / ou regressões no desenvolvimento global da criança, a qual encontra-se afastada de suas atividades rotineiras. Para atender o objetivo de proporcionar a esse alunopaciente o resgate da alegria dessa criança ou adolescente, realizamos um pesquisa referencial teórica em fontes impressas e eletrônicas com o intuito de fazer um elo entre a realidade atual, como interno, e a vida cotidiana. Dos levantamentos feitos encontramos as seguintes possibilidades de procedimentos, nas quais o profissional terá como base metodológica, várias formas para alcançar seu objetivo junto ao aluno paciente. A intervenção poderá ser em grupo ou individual dependendo do estado clínico, da faixa etária e característica do aluno, trabalhando com contações de histórias desenvolvendo assim a criatividade. Também terá como apoio a brinquedoteca, no qual brincar é muito importante, pois é por meio dessa ação que irá desenvolver novas competências e saber sobre o mundo, pessoas e si mesma, resgatando brincadeiras tradicionais, ou seja, a brinquedoteca é um espaço no qual a criança tem o direito de brincar. Por meio dessas brincadeiras o professor pode não só oferecer a oportunidade de brincar, deixando claro que essas atividades podem ser realizadas em espaço interno ou externo, ou seja, estão longe de casa, da escola, porém são crianças e têm o direito e dever de brincar. É importante salientar que o trabalho em hospitais possibilitará amenizar as tensões, a ansiedade, o medo da morte, em decorrência do isolamento nesse ambiente. Também pode cooperar com o desenvolvimento emocional da criança hospitalizada, para que ela se sinta acolhida, ocupada e em plena atividade cognitiva. Palavras – chave: Ambiente Hospitalar, Pedagogo, Escolarização Abstract: The present work has for objective to search the possibilities of intervention of the Pedagogue in hospital environments, attendance that is recognized for the Brazilian Legislation as right of the escolastic continuity, to children and adolescents who are hospitalized (CNDCA 1995). Knowing -that the pedagogy is a performance field that deals with the construction process of the knowledge in which it is exclusively fit to the professor to mediate and to guide the 1 Trabalho orientado pela Professora Dra. Maria do Carmo Monteiro Kobayashi education. This professional in hospital environments has as activity following and intervining in the learning process of educating, supplying subsidies to the studentl-patient an understanding of the elaboration process of the illness and the death, explaining the medical procedures and assisting the child and the adolescent in the hospital adaptation. This one guarantee the entail it with the school and/or supporting his thes return to correspondent school group. The diverse pathologies and their intense treatments cause alterations such as: delays and/or regressions in the global development of the child, in which one meets moved away from their routine activities. We carry through one theoretical referential research in sources printed and electronic with intention to make a link between the current reality, as internal, and the daily life to attend the objective of providing to these student – patients the joy from this child or adolescent. Of the done surveys we find the following possibilities of procedures, in which the professional will have as methodological base, several ways to reach his ther objective joined the patient student. The intervention could be in group or individual depending on the clinical condition, of the age and characters of students, working with narrated histories developing the creativity. Also they will have as a support the brinquedoteca, in which playing is very important, therefore it`s throuyer from this action that they will develop new abilities llarn about the world, people and herself / him self, rescuing traditional tricks, that is, the brinquedoteca is a space in which the child has the right to play. By means of these tricks the professor can not only offer the chance to play, permiting clearly that these activities can berealized in internal or external space, that is,they are away from house or school, however they are children and has the right and obligation to play. E important to point out that the work in hospitals will provide to soften the tensions and anxiety, the fear of the death, in result of the isolation in this environment, also being able to cooperate with the emotional development of the hospitalized child, so that she`he feels sheltered, busy and in completed cognitive activity. Keywords: Hospital environments, literacy, educator Introdução A escola é a instituição criada pela sociedade com função privilegiada mas não exclusivamente de perpetuar o acervo cultural da humanidade, nesse sentido é na escola que o ser humano tem contato com outros da sua idade, do seu meio. Também terá acesso ao código escrito e habilidades para a leitura, trará possibilidades de conhecimentos infindáveis; além disso propicia ao educando oportunidades de socialização, fator importante em sua formação, e o que podemos encontrar nos vários registros ao longo da história, diz que o meio influencia o desenvolvimento de qualquer ser humano. É por meio da escola que o educando terá contato com várias habilidades necessárias a sua participação na sociedade, sendo fundamental na formação da cidadania. Novas perspectivas ao Pedagogo Ao longo do tempo o pedagogo atuava em instituições de ensino, mas atualmente, devido às transformações ocorridas na sociedade, este profissional passou a ser de suma importância em outros ambientes. Hoje ele conta com várias possibilidades e assume grandes responsabilidades. Mesmo com todas essas mudanças ocorrendo podemos notar que as universidades formam profissionais dando maior ênfases à área educacional; tem-se a impressão de que as constantes transformações e necessidades do ser humano não conseguiram modificar essa visão. Segundo Matos (2006 p. 29) [...] inovar, abrir novos caminhos nunca foi tarefa das mais fáceis. A grande dificuldade daquele que ousa buscar o novo não está nos percalços do devir, mas no forte enraizamento das resistências vigentes que, de repente, vê seus valores se esvaecerem diante de outros mais abrangentes. Atualmente, esses profissionais podem atuar em empresas, nas quais estará trabalhando na reabilitação profissional, humanização, qualidade de vida, relações interpessoais, orientação e reorientação profissional. Este profissional poderá atuar também em Ongs, prestando serviço a organizações governamentais e não-governamentais. Nessas entidades realizam atividades com projetos que visem às novas perspectivas para a vida em sociedade, como o resgate da auto-estima e da alegria de viver em grupo. Outra área de grande poder de atuação desse profissional está em ambientes hospitalares, na qual ele terá a função de integrar o aluno, construir um saber sistematizado. Este será o assunto a ser abordado com maior ênfase nesse projeto. “Educação para todos”, é uma frase dita e lida em todos os meios de comunicação. Diante desta frase chega a hospitais uma nova realidade: levar a ambientes hospitalares, pedagogos que irão transmitir a crianças e adolescentes o saber. Segundo Matos (2006 p. 29), a pedagogia hospitalar aponta, ainda, mais um recurso contributivo para a cura. Favorece a associação do resgate, de forma multi/inter/disciplinar, da condição inata do organismo, de saúde e bem estar, ao resgate da humanização e da cidadania. Em 1995, a Legislação Brasileira passou a reconhecer por meio da Resolução 41, os direitos das crianças e adolescentes hospitalizados, que são: Direitos a desfrutar de alguma forma de recreação e, principalmente, de acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência em ambiente hospitalar; é também previsto nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica o atendimento pedagógico para crianças em tratamento médico-hospitalar, definindo classe hospitalar como um serviço “[...] destinado a prover, mediante atendimento especializado, a educação escolar a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulatorial ”. Segundo informações adquiridas no site do Hospital Infantil Joana de Gusmão2, a pedagogia hospitalar [...] vem se expandindo no atendimento a criança hospitalizada. A visão humanística que muitos dos hospitais do Brasil procuram enfatizar na sua prática, vem demonstrando que não é só o corpo que deve ser "olhado", mas o ser integral, suas necessidades físicas, psíquicas e sociais. O pedagogo, ao promover experiências vivenciais dentro de um hospital -brincar, pensar, criar, trocar estará favorecendo seu desenvolvimento, que não deve ser interrompido em função de uma hospitalização . A criança hospitalizada vive um momento especial, que altera seu desenvolvimento emocional, pois se distancia de sua família / amigos e cotidiano escolar, acarretando momento de solidão, medo e angústia. É nesse âmbito que o pedagogo assume papel de agente transformador, no qual terá a função de levar a essas crianças o conteúdo escolar e lúdico contribuindo assim em seu desenvolvimento em unidade hospitalar. Entende-se por classe hospitalar: Modalidade educacional que visa atender pedagógico-educacionalmente crianças e jovens que, dadas suas condições de saúde, estejam hospitalizadas para tratamento médico e, conseqüentemente, impossibilitados de participar das rotinas de sua família, sua escola e de sua comunidade. (FONSECA, 1999, p 5). Formar professores para trabalhar com crianças hospitalizadas é um grande desafio que implica em descobrir estratégias diferenciadas e adaptáveis à realidade, e saber em quais momentos pode ser aplicada, o professor hospitalar será o tutor global da criança na qual esta será tratada de seu problema de saúde, sem esquecer as necessidades pessoais. O grande problema enfrentado por esse profissional é a maneira de como abordar a criança ou adolescente, diante de um quadro de doença grave ou crônica. É aí que o pedagogo atua trabalhando com métodos individualizados e adaptados a cada necessidade, levando em conta não a idade cronológica da criança, mas sim o conhecimento de suas particularidades e limitações; suas ações devem ser flexíveis devido às exigências cotidianas, atendendo as modificações do quadro clínico, de acordo com o momento no tratamento. 2 Informações disponíveis em: < http://www.saude.sc.gov.br >Acesso em: 23 abr. 2007. Pesquisando o hospital infantil Joana de Gusmão (2007), vimos os diversos trabalhos feitos com as crianças, que são: - Apoio pedagógico à criança internada; - Estimulação essencial, para crianças de 0 a 6 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; - Classe hospitalar que dará continuidade à escolarização formal contribuindo para a reintegração a escola após alta hospitalar; - Recreação que oportuniza o brincar como proposta terapêutica possibilitando, através do lúdico, resgatar a vitalidade e autoconfiança; - Ambulatório – triagem, orientando e acompanhando as crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e com dificuldades na aprendizagem. Como podemos observar, nesse hospital, a criança ou adolescente tem uma rotina a qual faz com que eles tenham um cotidiano que tenderia à normalidade. Ao longo das pesquisas feitas podemos observar que o ambiente também é um grande aliado para que essa proposta de trabalho seja cumprida com eficiência e eficácia. Nesse processo de implantação e desenvolvimento da Pedagogia Hospitalar torna-se importante considerar que sejam dadas condições, por parte das universidades e instituições de ensino, para a criação de habilitação que venha preparar os profissionais para atuar no atendimento pedagógico em contexto hospitalar, em função específica nesta área. É também importante que se desenvolvam práticas em crescente coerência, com essa demanda de formação (MATOS, 2006, p.122). O pedagogo tem o papel de fazer o encontro entre a educação e a saúde, a sua atuação não pode visar somente ao resgate da escolaridade, mas ao atendimento da criança/adolescente. Cabe aqui ressaltar que só será possível todo esse processo se dentro desse ambiente houver a participação integral de toda uma equipe que dará o respaldo para esse profissional, ou seja, deverá ser um trabalho em que haja integração entre médicos, psicólogos, pedagogos e assistentes sociais, favorecendo e conciliando situações problematizadoras, com ênfase no processo de cura. A didática do Pedagogo no processo de hospitalização Antes de se tornar uma criança hospitalizada, a criança/adolescente fazia parte de um mundo no qual tinha liberdade e acesso a tudo. No momento em que se encontra dentro de um hospital sua realidade passa a ser a convivência entre paredes brancas e pessoas vestidas de branco; enfim, sua vida perdeu a cor e este é um desafio que cabe ao Pedagogo devolver a estes a cor da vida, da alegria, mesmo estando em contato com uma grave doença, adequandoos às condições escolares. Há alguns itens importantes que o professor de hospital deve ter muita atenção como planejamento de trabalho e a didática a ser utilizada, além de estar devidamente habilitado a trabalhar com a diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos que estão impedidos de freqüentar a escola regular. Nesse sentido, o Pedagogo tem a seu lado uma grande opção de trabalho, por exemplo, o lúdico, que será responsável por propiciar às crianças momentos de recreação no qual elas possam estar em contato com um ambiente afetuoso, e que possam assim assumir seu lado criança / adolescente. Conforme os dados anteriormente apresentados cabe ressaltar que o trabalho com o lúdico abrange variadas metodologias, utiliza o que o aluno traz consigo, que nada mais é do que a criatividade, já que nessa fase a criança / adolescente estão em pleno desenvolvimento cognitivo, afetivo e social. Apesar da hospitalização e independente do quadro clínico de cada um, ao freqüentarem a classe hospitalar, apresentam um índice significativo de comportamentos escolares, principalmente no sentido de cumprir as tarefas propostas pela professora e também de responder perguntas feitas por ela. Esse atendimento, mesmo que seja por pouco tempo, leva a criança hospitalizada a se desvincular da dor e da doença, envolvendo-se com atividades que se assemelhem às de sua rotina diária habitual, como estar com os colegas, ir para a escola, brincar. O brincar pode ser considerado terapêutico nesse processo, sua importância é fundamental para esse fim, propiciando aos alunos / pacientes momentos de lazer e recreação, e melhor ainda fazê-los esquecer por algum tempo da realidade da qual fazem parte, não se esquecendo também dos conteúdos didáticos. Em alguns hospitais, como exemplo o da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o professor trabalha de forma diversificada, utilizando a literatura infanto-juvenil. O trabalho inicia-se com um planejamento por temas, tendo como eixo principal a leitura de um livro ou vários. Após contarem as histórias, às crianças são convidadas a participar das atividades sobre os personagens que faziam parte da narrativa, o enredo, ou ainda a mensagem passada pelo texto assim como a utilização de recortes-colagem, dobradura, pintura sobre o livro ou os livros discutidos naquele dia. As atividades realizadas a cada dia são diversificadas, pois devido à grande rotatividade existente exige-se que se tenha uma diversidade de trabalho que iniciem e terminem no mesmo dia, uma vez que nos dias posteriores a criança /adolescente pode receber alta, ou ainda, estar usando medicação específica não podendo sair de seu quarto, ou então ter realizado cirurgia e permanecer nas Unidades de Tratamento Intensivos UTIs, ou mesmo estar indisposto por fatores próprios do processo de internação. Todo esse processo feito pelo Pedagogo que valoriza o indivíduo só pode se tornar realidade com a participação efetiva da família / acompanhantes, os quais precisam ser preparados para assumirem uma atitude positiva com relação à recuperação da saúde ou na adaptação para superar as limitações presentes, garantindo, assim, a qualidade de vida. Não há dúvida da importância dessa parceria entre docentes e familiares, os quais desempenham importante papel de cooperadores. A aprendizagem de crianças hospitalizadas é possível, estão doentes, mas em tudo continuam crescendo e se desenvolvendo. Acredita-se, ainda, que é tarefa dos profissionais de educação ajudar as crianças a reagirem e interagirem para que o mundo de fora continue dentro do hospital. Da Profissão – Pedagogo em Hospitais Esse educador será um novo membro da equipe de saúde no hospital, sendo não apenas um mero participante, mas sim atuante, agente transformador buscando soluções para uma aprendizagem efetiva. No ambiente hospitalar, o Pedagogo assume um grande desafio, ser um agente de mudanças, com metas pedagógicas em um contexto de educação não formal. O trabalho desse profissional só será realizado de forma plena e objetiva se contar com a contribuição de outros profissionais, ou seja, uma relação multi-interdisciplinar. Sabemos que esse profissional chega até os hospitais em sua maioria sem uma formação específica, em ambiente fora de sua realidade profissional. Dados retirados da pesquisa feita no Hospital da Universidade de São Paulo / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP – USP), que desenvolvem programa de classes hospitalares, relatam como principal obstáculo enfrentado no ambiente hospitalar, a resistência de muitos profissionais da saúde em aceitar a idéia de que possa haver aprendizagem em um hospital para crianças. O que pode ser visto diante das pesquisas é a dificuldade de espaço físico, para que esses atendimentos sejam realizados. Já no âmbito externo ao hospital, o obstáculo foi a descrença dos profissionais de educação quanto à possibilidade de haver ensino num contexto de doença. Algumas pedagogas, por não estarem comprometidas com o trabalho, não geraram um resultado satisfatório no que se refere à aprendizagem das crianças. Segundo afirma a autora Lima (2003, p. 309) Os obstáculos que ainda persistem também são internos e externos. Internamente, temos a limitação de verba por parte do hospital para a compra de materiais recomendados pelo MEC, como máquina fotográfica, computador e filmadora, que serviriam para melhorar a execução do Programa. Também há resistência quanto à liberação de espaço físico, pois a área do hospital é limitada pelo aumento de especialidades e sub-especialidades e pelo crescimento do número de pacientes que demandam procedimentos mais complexos. Externamente, existe o risco do abandono escolar da criança que recebe alta não definitiva e está se recuperando em casa. O risco existe porque a criança está distante do incentivo diário ao estudo advindo da escola ou da Classe Hospitalar. Mesmo diante de todas as adversidades, o processo de humanização em hospitais é uma realidade, e pode-se dizer que as classes hospitalares contribuem para que este processo avance a todas as instituições de saúde. As classes hospitalares constituem uma necessidade aos hospitais, isso porque crianças / adolescentes, ao chegarem em ambientes hospitalares, em suas cabeças há certos “monstros”, como o medo da morte, ficar longe de casa, dos amigos, enfim, estar longe do seu mundo alegre. Cabe a esse docente, com ética e profissionalismo, o papel de acolher e resgatar seu lado saudável, ou seja praticar a pedagogia do resgate. Considerações finais O atendimento pedagógico – educacional em hospitais visa dar continuidade ao processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças / adolescentes hospitalizados, não desconsiderando seus aspectos emocionais e psicológicos. Os resultados desse estudo reforçam a necessidade das classes hospitalares, com o objetivo de proporcionar a estes, um ambiente com uma certa normalidade, pois estes por ficarem longe de suas casas, família, amigos e escolas, perdem a alegria. Portanto, cabe ao Pedagogo resgatar esse aluno, trazê-lo a sua realidade, utilizando várias ferramentas nas quais utilize a criatividade e desperte também a alegria e a vontade em desenvolver essas atividades. Sabe-se que as dificuldades existem, por parte de alguns profissionais dos hospitais, os quais não acreditam que possa existir aprendizagem nesse ambiente, devido a essas crianças se encontrarem com algum tipo de doença apresentando défict mental. E além de todos esses problemas, esse profissional também se depara com uma grande dificuldade por parte de sua formação, pois a Universidade não preparam o aluno para esta área de atuação, tendo como único recurso cursos de especialização e ou de extensão. Mesmo diante de todo esse quadro desmotivante para o Pedagogo, ele ainda assim, com ética, profissionalismo e amor, pode sim oferecer a essas crianças / adolescentes hospitalizados a escolarização respeitando as limitações de cada um e colaborando para tornar menos traumático e doloroso possível este período de permanência no hospital. Referências AMARAL D.P.; SILVA M.T.P. Formação pedagógica em classes hospitalares: respeitando a cidadania de crianças e jovens enfermos Disponível em: www.malhaatlantica.pt/ecaecm/daniela.htm. Acesso em: 23 de abr. 2007. COLLARES, Solange A. Novas conquistas do pedagogo: a orientação educacional na área sócio-econômica. Disponível em: <www.proceedings.scielo.br/scielo>. Acesso em 23 de abr. 2007. HOSPITAL INFANTIL “JOANA DE GUSMÃO”. Disponível em: http://www.saude.sc.gov.br/hijg/Pedagogia/ClasseHospitalar.htm. 23 de abr. 2007. LIMA, F. T. Classe hospitalar do hospital das clinicas. 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