54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Alta frequência de mutações ser-249 TP53 em pacientes com carcinoma hepatocelular no Espírito Santo, Brasil Carvalho, FM1; Pereira, TA1; Sartori, MDN1; Wolfgramm, EV1; Jarske, R2; Pereira, FEL2; Louro, ID1 Núcleo de Genética Humana e Molecular, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo 2 Departamento de Patologia, Universidade Federal do Espírito Santo [email protected] 1 Palavras-chave: carcinoma hepatocelular, etiologia, mutação ser-249 TP53, aflatoxinas, Espírito Santo Entre os inúmeros tipos de câncer, o carcinoma hepatocelular (CHC) é um dos tumores malignos de órgãos internos que acomete maior número de pessoas em todo o mundo. Estima-se que 1.000.000 de novos casos surjam a cada ano. Sabidamente, os fatores etiológicos mais frequentemente associados ao câncer de fígado são o vírus da hepatite B, o vírus da hepatite C, o alcoolismo e a cirrose hepática. No entanto, cerca de 40% dos casos de CHC diagnosticados no estado do Espírito Santo não possuem etiologia conhecida. Desta forma, nos propusemos a estudar um possível fator etiológico que poderia estar envolvido com a etiologia do CHC. Estudamos a freqüência de uma mutação no códon 249 do gene TP53 resultante de transversão de uma guanina para uma timina que origina a substituição de aminoácidos: uma arginina para uma serina (mutação ser-249). A freqüência desta mutação é bastante elevada em regiões com alta prevalência de CHC e ela é relacionada com a contaminação alimentar por uma toxina produzida por um fungo do gênero Aspergillus (aflatoxina). Acredita-se que o sinergismo entre a aflatoxina e a infecção pelo vírus da hepatite B aumentem os seus efeitos cancerígenos sobre os hepatócitos. Foram estudadas 28 amostras de tecido hepático proveniente de necrópsia ou biópsia de pacientes com CHC pela metodologia PCR/RFLP. Encontramos que 71,4% (20) das amostras de CHC apresentaram a mutação. Dentre as amostras que apresentavam resultado para sorologia do VHB, apenas 12% apresentaram a infecção viral. Assim, excluindo a hipótese de infecção oculta pelo VHB, acreditamos que a aflatoxina foi a principal responsável pela alteração estudada no gene TP53. A prevalência encontrada neste trabalho para a mutação no códon 249 do gene TP53 é semelhante à prevalência encontrada em países asiáticos e em regiões do continente africano onde a freqüência de CHC é alta e onde há grande exposição às aflatoxinas através da ingestão de alimentos contaminados, como: amendoim, milho, trigo, feijão e outros. Acreditamos que o estado do ES possa apresentar alta prevalência deste gênero de fungo e que ele esteja contribuindo para estes efeitos carcinogênicos encontrados e, assim, para a incidência de CHC no estado. Apoio Financeiro: Facitec e Capes. 212