SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO EM SAÚDE - PET-SAÚDE UBS FERNANDO SAMPAIO RELATÓRIO DO MÓDULO I Aracaju-SE 2010 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO EM SAÚDE-PET-SAÚDE RELATÓRIO DO MÓDULO I: UNIDADES PRODUTIVAS ALUNOS PARTICIPANTES: ANA CLÁUDIA CORREIA – ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA FÁBIO HENRIQUE PEIXOTO MENEZES – ACADÊMICO DE ENFERMAGEM GRAZIELLE BASTOS TORRES – ACADÊMICA DE MEDICINA LUIZA DANTAS MELO – ACADÊMICA DE MEDICINA NEYANA MARIA COELHO DE SOUZA PRADO – ACADÊMICA DE ENFERMAGEM PRECEPTORA RESPONSÁVEL: ENF.ª ANA LÚCIA PACHECO GAMBARDELLA SOUZA TUTORA: PROF.ª. DR.ª. ALZIRA MARIA NERY GUIMARÃES Relatório das Unidades Produtivas apresentado ao Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde - PETSaúde, como uma das atividades propostas no cronograma deste. Aracaju-SE 2010 2 SUMÁRIO I. Informações sobre o Programa............................................ 4 II. Introdução.................................................................... 8 III. Desenvolvimento........................................................... 10 IV. Considerações Finais....................................................... 20 V. Referências................................................................. 22 VI. Anexos....................................................................... 24 3 I. Informações sobre o Programa O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde é regulamentado pela Portaria Interministerial nº 421, de 03 de março de 2010, inspirado no Programa de Educação Tutorial - PET, do Ministério da Educação. a) Objetivos e Resultados O objetivo geral do PET-Saúde é fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial em áreas estratégicas para o Sistema único de Saúde (SUS), caracterizando-se como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho e vivências dirigidos aos estudantes das graduações em saúde, de acordo com as necessidades do SUS. Objetivos Específicos - Facilitar o processo de integração ensino-serviço-comunidade; - Institucionalizar as atividades pedagógicas dos profissionais dos serviços de saúde; - Valorizar estas atividades pedagógicas; - Promover a capacitação docente dos profissionais dos serviços; - Estimular a inserção das necessidades do serviço como fonte de produção de conhecimento e pesquisa na universidade; e - Incentivar o ingresso de profissionais do serviço na carreira docente. Resultados Esperados - Fomento à integração ensino-serviço-comunidade; - Qualificação/fortalecimento da Atenção Básica em Saúde e da Vigilância em Saúde; - Desenvolvimento de planos de pesquisa em consonância com áreas estratégicas de atuação da Política Nacional de Atenção Básica em Saúde e da Vigilância em Saúde; - Constituição de Núcleos de Excelência Clínica Aplicada à Atenção Básica em Saúde; - Estímulo para a formação de profissionais de saúde com perfil adequado às necessidades e às políticas públicas de saúde do país; - Publicações e participação dos professores tutores, preceptores e estudantes em eventos acadêmicos; 4 - Desenvolvimento de novas práticas de atenção e experiências pedagógicas, contribuindo para a reorientação da formação e implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde; e - Satisfação do usuário SUS. b) Quem pode e como participar? Instituições de Educação Superior (IES), públicas ou privadas sem fins lucrativos, que tenham firmado parceria com Secretarias Municipais de Saúde e/ou Secretarias Estaduais de Saúde de todas as regiões do país, selecionadas por meio de Editais publicados pelo Ministério da Saúde. O programa permite a participação de docentes, profissionais dos serviços e estudantes dos 14 cursos de graduação da área da saúde, conforme Resolução CNS nº 297/1.998. Os Editais nº 12 e nº 15, de 2008, o Edital nº 18/2009, e o Edital nº 7/2010 convidaram as Instituições de Educação Superior – IES, em conjunto com Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, para apresentação de propostas com vistas à participação no Programa. Esses Editais contemplaram projetos para desenvolvimento nos ano letivos de 2009, 2010 e 2011. c) Parcerias As parcerias estabelecidas na formulação, implementação, monitoramento e avaliação do PET-Saúde envolvem o Departamento de Gestão da Educação na Saúde/SGTES/MS; o Departamento de Atenção Básica/SAS/MS; o Departamento de Vigilância Epidemiológica/SVS/MS, o Fundo Nacional de Saúde – FNS/SE/MS; o DATASUS/SE/MS; o Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS; o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS; e os Departamentos de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior e de Hospitais Universitários e Residências de Saúde, da Secretaria de Educação Superior - SESU/MEC. d) Projetos Em janeiro de 2010 foram selecionados 111 projetos de 84 IES e 96 Secretarias de Saúde, os quais envolvem 459 Grupos PET-Saúde/SF. e) Monitoramento e Avaliação Em conformidade com a legislação vigente do Programa, o monitoramento e a avaliação dos grupos PET-Saúde são fundamentados nos seguintes indicadores/diretrizes: 5 I - Relatório técnico semestral e final das atividades dos grupos PET-Saúde; II - Participação dos alunos dos grupos em atividades, projetos e programas de ensino, pesquisa e extensão, no âmbito do PET-Saúde; III - Desenvolvimento de novas práticas e experiências pedagógicas, contribuindo para a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área da saúde; IV - Produção de conhecimento relevante na área da atenção básica em saúde, no âmbito da Estratégia Saúde da Família; V - Planos de pesquisa em consonância com as áreas estratégicas de atuação da Política Nacional de Atenção Básica em Saúde; VI - Projetos que contemplem a interdisciplinaridade, a atuação multiprofissional e a integração ensino-serviço; VII – Projetos que contemplem a interação com a comunidade; VIII - Alinhamento das atividades dos grupos PET-Saúde a políticas públicas e de desenvolvimento na sua área de atuação (PRÓ-SAÚDE, Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, Programa TELESSAÚDE Brasil, UNASUS, entre outras); IX - Publicações e participações em eventos acadêmicos de professores tutores, preceptores e estudantes; X - Instituição e desenvolvimento de atividades no âmbito dos Núcleos de Excelência em Pesquisa Aplicada à Atenção Básica; XI - Relatórios de auto-avaliação de estudantes, preceptores e tutores; XII - Resultados dos processos avaliativos do Ministério da Educação, considerando o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES; e XIII – Inserção de informações atualizadas no Sistema de Informações Gerenciais do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – SIG-PETSaúde pelos coordenadores dos projetos (no que se refere aos dados cadastrais dos participantes, autorizações mensais de pagamento das bolsas e registros da execução técnica de atividades desenvolvidas). f) PET-Saúde Como uma das ações intersetoriais direcionadas para o fortalecimento da atenção básica e da vigilância em saúde, de acordo com os princípios e necessidades do Sistema Único de Saúde - SUS, o Programa tem como pressuposto a educação pelo trabalho e disponibiliza bolsas para tutores, preceptores (profissionais dos serviços) e estudantes de graduação da área da saúde, sendo uma das estratégias do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o PRÓ-SAÚDE, em implementação no país desde 2005. 6 O PET-Saúde tem como fio condutor a integração ensino-serviçocomunidade, e é uma parceria entre a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde – SGTES, Secretaria de Atenção à Saúde – SAS e Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS, do Ministério da Saúde e a Secretaria de Educação Superior – SESU, do Ministério da Educação. Cada grupo PET-Saúde/SF é formado por 01 (um) tutor acadêmico, 30 estudantes - sendo 12 estudantes monitores, que efetivamente recebem bolsas - e 06 (seis) preceptores. Para o ano letivo de 2009 foram selecionados 306 grupos. Isso representa 5.814 bolsas/mês, além da participação de 5.508 estudantes não bolsistas, totalizando 11.322 participantes/mês. Para o biênio 2010/2011 foram selecionados 459 grupos o que representa 8.271 bolsas/mês, além da participação de 8.262 estudantes não bolsistas, totalizando 16.983 participantes/mês. Gráfico Ano 2009 Gráfico Ano 2010 – 2011 7 II. Introdução O Projeto de Educação pelo Trabalho (PET-SAÚDE), graças ao seu excelente resultado no ano de 2009 está sendo repetido no ano de 2010, persistindo com o objetivo de apresentar a Estratégia Saúde da Família (ESF) aos estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina, Odontologia e Serviço social, para que os mesmos, quando profissionais, já detenham certo conhecimento sobre o funcionamento da estratégia, sobre como atuar dentro de uma equipe multiprofissional e também como assistir corretamente os usuários. Para tanto, os alunos começaram a freqüentar uma Unidade Básica de Saúde e, através da observação, conhecerão todo o seu funcionamento, seguindo a ordem dos módulos que lhes serão apresentados durante o período do PET-SAÚDE 2010. O primeiro módulo apresenta as unidades produtivas de uma Unidade Básica de Saúde (UBS): SIAB (sistema de informação da atenção básica), sala de curativo, sala de nebulização, sala de imunização, sala de observação, farmácia, recepção e arquivo. O presente relatório referente ao Módulo I teve como objetivo possibilitar aos alunos que fazem parte do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde, na USF Fernando Sampaio, a vivência nas unidades produtivas através do acompanhamento e análise das atividades nelas desenvolvidas. Para tanto, foi observada a estrutura física, as características dos usuários atendidos e as ações realizadas na prestação de serviços. Por conseguinte, foi realizada a comparação destes pontos com o que é preconizado pelo Ministério da Saúde, levantando os problemas em cada unidade produtiva, além de listar ações interventivas que visem a uma melhor adequação em uma das unidades julgada a que mais necessite. Na Unidade Básica de Saúde Fernando Sampaio, os alunos observaram, durante o período de dois meses, todas as unidades produtivas descritas anteriormente. Para isso, os profissionais da própria UBS ensinaram com suas experiências e expuseram suas opiniões sobre as condições de trabalho, a relação entre a equipe multiprofissional e, principalmente, sobre o convívio com a população que faz uso dos serviços. Nessa UBS foi percebido que a recepção, local onde os usuários esperam atendimento e marcam exames e consultas, divide o mesmo espaço físico com o arquivo, local onde ficam armazenadas as fichas dos usuários cadastrados na UBS, organizadas de acordo com as áreas e as micro-áreas; na farmácia podem ser encontrados vários tipos de medicamentos que são entregues à população mediante a apresentação das receitas; na sala de imunização é onde ocorre a vacinação da população e onde ficam também armazenadas as vacinas; na sala de observação é onde ocorre a verificação da pressão arterial, aplicação de medicamentos injetáveis e soro; na sala de curativo, como o nome já diz, é o local onde são realizados os curativos; e no SIAB, a renovação das informações é feita através do uso de um computador, 8 que neste caso encontra-se na sala da gerência do posto e é manuseado pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s). A metodologia utilizada na construção dos dados levantados que serão apresentados ao longo desse trabalho se baseou na observação direta do funcionamento de cada unidade, nos registros fotográficos e em entrevistas realizadas com os funcionários. Por intermédio desta, conseguiu-se detectar inúmeros problemas, os quais foram submetidos a um processo de avaliação, sendo então priorizados em razão de uma melhor necessidade de funcionamento da USF Fernando Sampaio, garantindo, assim, uma adequada assistência ao usuário. Nosso relatório tem a finalidade de apresentar as observações sobre a rotina das unidades produtivas da Unidade Básica de Saúde Fernando Sampaio, tendo em vista também, apresentar possíveis intervenções no modo do funcionamento dessa mesma unidade. 9 III. Desenvolvimento A Saúde da Família (SF) foi criada pelo Ministério da Saúde em 1994 com o propósito de orientar a organização da Atenção Básica no país no sentido de garantir os princípios de territorialização, longitudinalidade no cuidado, intersetorialidade, descentralização, co-responsabilização e eqüidade, priorizando grupos populacionais do Sistema Único de Saúde – SUS. Nos primeiros anos, recebeu a denominação de Programa Saúde da Família (PSF) e, posteriormente, em sua fase de consolidação, veio a ser chamada de estratégia Saúde da Família (SF) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). O Ministério da Saúde recomenda que em uma UBS trabalhem, no máximo, cinco ESF, devido às dificuldades de organização de agenda e dos fluxos operacionais que garantem as mudanças de práticas de saúde, necessárias ao modelo de atenção proposto pela estratégia Saúde da Família. Entretanto, em realidades em que já se dispõe de uma rede física instalada que comporte um número maior de equipes e que a população a ser atendida apresente características de alta densidade e que as distâncias para o acesso de toda a população adscrita à unidade seja facilitado (viabilidade de acesso a pé), é possível prever mais de cinco equipes, desde que se assegure áreas e salas em número adequado à realização das atividades, especialmente quanto ao número de consultórios e equipamentos odontológicos. No caso específico do espaço utilizado para assistência odontológica, quando duas ou mais Equipes de Saúde Bucal (ESB) estiverem alocadas na mesma Unidade, poderá haver revezamento na utilização dos equipamentos pelas equipes, desde que seja garantido equipamento disponível para programação de atividades clínicas de cada cirurgião dentista em, no mínimo, 75 a 80% de sua carga horária de trabalho e para cada THD em, no mínimo, 50% de sua carga horária de trabalho. São ambientes que deverão integrar as UBS: Administrativo: sala de recepção, sala de espera, sala de prontuários, administração e gerência, sala 10 de reuniões, sala de ACS, almoxarifado, farmácia; Atendimento clínico: consultórios, sala de procedimentos, sala de vacinas, sala para coleta, sala de nebulização, sala de curativo; Atendimento odontológico: consultório odontológico, escovário, área para compressor e bomba; Apoio: sanitário, banheiro para funcionários, copa/cozinha, área de serviço, depósito de material de limpeza, central de material e esterilização (sala de recepção, lavagem e descontaminação, sala de esterilização e estocagem de material esterilizado), sala de utilidades, depósito de lixo, abrigo de resíduos sólidos (expurgo). Neste primeiro módulo do PET-SAÚDE nossa ação se baseou em observarmos toda a estrutura física da USF dando ênfase as Unidades Produtivas que a compõem e ao funcionamento destas, para então levantarmos problemas existentes ao compararmos a realidade da USF Fernando Sampaio com o que é preconizado pelo MS. A estrutura sugerida para uma UBS com três ESF como a Fernando Sampaio é: Ambientes Número de salas ou espaços Sala de espera p/ pacientes e acompanhantes Recepção - área para registro de pacientes Área para arquivo de prontuários - junto à recepção Consultório com sanitário Consultório Sala de Vacina Sala de Curativos Sala de Nebulização Sala de procedimentos Sala de armazenamento e distribuição de medicamentos/ farmácia (quando não existirem farmácias publicas regionalizadas no município) Almoxarifado Consultório odontológico Área para compressor e bomba a vácuo Escovário Sanitário Gerência e Administração Depósito de lixo Sala de arsenal (estoque material limpo) Depósito de Material de Limpeza (DML) Copa / Cozinha alternativa Sala de Reuniões e Educação em Saúde Sala de utilidades Abrigo de resíduos sólidos Se a UBS proceder à esterilização no local Sala de recepção, lavagem e descontaminação* Mais de 5 1 1 2 3 1 1 1 2 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11 Sala de esterilização e estocagem de material esterilizado** 1 * Pode ser substituída pela sala de utilidades, se essa for contígua à sala de esterilização e estocagem de material esterilizado. **Muitos municípios de médio e grande porte têm optado por centralizar a esterilização em uma unidade de esterilização vinculada à unidades de referência ou hospital, como forma que reduzir custos de manutenção, com garantia de qualidade. São mobiliários, equipamentos e instrumentais imprescindíveis para a UBS que prevê o trabalho de uma ESF nas Unidades Produtivas de acordo com MS (2008): 1 – Recepção/Arquivo Definição: Espaço destinado à informação, registro, agendamento e encaminhamento. Características: UBS para 03 ESF - Espaço para arquivo com capacidade para cerca de 12.000 prontuários. É recomendado que o arquivamento dos prontuários individuais seja organizado de forma a serem agrupados por família. Na recepção da UBS Fernando Sampaio é possível agendar consultas para dentistas ainda pelo método tradicional (agenda manuscrita) e marcar exames dos pacientes através do Sistema de Regulação via internet (agenda informatizada). No dia da consulta marcada, o usuário do serviço tem que ir ao posto portando o cartão SUS e o cartão do Programa Saúde da Família e apresentá-los às recepcionistas, pois este indica a área a que pertence, facilitando, assim, a procura do prontuário. Um ponto a relevar é a falta de atenção das recepcionistas para com os usuários da Unidade, pois, muitas vezes, elas ficam conversando entre si enquanto o usuário aguarda algum atendimento. Junto à recepção, existe um espaço destinado a guarda dos prontuários da Unidade chamado Arquivo. Nele existem as fichas de todos os usuários e seus familiares cadastrados e que são cobertos espacialmente pela UBS. Essas fichas estão guardadas em lugar pequeno, estando o profissional impossibilitado de transitar livremente. Como não há mais espaço para arquivar prontuários recém-cadastrados, eles são armazenados em caixas sobre as estantes. Também se deve destacar a baixa qualidade do material das pastas, nas quais são guardadas as fichas de cada família, que são deterioradas facilmente com o manuseio constante. Além disso, os funcionários ao manipularem todas essas fichas podem, por engano, trocá-las e, possivelmente, todo o histórico do paciente pode ser perdido. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: impressora, mesa auxiliar, quadro de avisos e fichários. 12 2 - Sala de procedimentos e observação Definição: Espaço destinado à realização de procedimentos tais como: administração de imunobiológicos e de medicação injetável, realização de pequenos procedimentos, coleta de material para análises clínicas, administração de medicação inalatória, terapia de reidratação oral e permanência de pacientes em observação. Características: Por se tratar de um espaço destinado ao compartilhamento de procedimentos por toda a equipe, deve ser levado em conta o planejamento das atividades. A equipe deve pactuar com a comunidade a programação dos horários para a execução dessas atividades, respeitando as necessidades da população, as condições técnicas adequadas e a privacidade do usuário. Cabe ressaltar que essa programação tem como objetivo racionalizar o processo de trabalho, mas não deve, de forma alguma, inviabilizar a acessibilidade dos usuários. Considerando o principio da integralidade, a equipe deve acolher a todos os usuários que busquem a unidade, dando resposta adequada às suas necessidades. Em UBS com uma ou duas ESF, a instalação de bancadas, pias e torneiras, bem como a distribuição do mobiliário e equipamentos, deve considerar o número de salas de procedimentos e a definição das atividades que serão realizadas em cada uma delas. Tanto a estrutura física quanto mobiliários recomendados para as atividades estão descritas em capítulo especifico. Obs.: Evitar luz solar incidente. Área mínima: 9,00m2. A sala de Observação da Unidade é destinada somente ao atendimento pré-hospitalar num primeiro nível de atenção. Ela tem como profissionais a equipe de enfermagem, os quais realizam esse primeiro atendimento. Nesse espaço, realiza-se a aferição de pressão arterial, aplicação de sondas, de medicamentos injetáveis e de oxigênio, medição da glicose sanguínea entre outros. O espaço tem um tamanho relativamente bom, porém, não é arejado, conseqüentemente, quente e sem ventilação, o que pode implicar a alteração do quadro clínico de uma pessoa em estado de urgência, por exemplo. Também existe uma incidência solar indesejada, pois ela atinge equipamentos podendo danificá-los. Além disso, falta um profissional que fique constantemente na sala o que resulta algumas vezes numa espera prolongada do usuário para ser atendido e na falta de controle desses atendimentos. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: ar-condicionado, armário vitrine com uma porta, cadeira esmaltada, maca fixa, escada com dois degraus, mesa auxiliar, cadeira de rodas, biombo com duas partes, suporte para soro, negatoscópio, caixa de medicamentos e de materiais de urgência, e mesa de fórmica. 13 3 – Sala de Imunização Definição: Espaço destinado à administração de imunobiológicos e de medicação injetável. Características: Por se tratar de ambiente que será utilizado em boa parte por usuários sadios, na determinação dos fluxos de pacientes preveja a localização desta sala, de forma que o usuário não transite nas demais dependências da UBS. A equipe deve programar a execução dessa atividade, de forma a possibilitar maior eficiência na utilização de imunobiológicos, sem que isso promova limitação do acesso. Prever: instalação de: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, 1 mesa tipo escritório com gavetas, 3 cadeiras, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, porta-dispensador de sabão líquido, lixeira com tampa e pedal, 1 refrigerador 260 litros e computador. Obs.: Evite luz solar incidente. Área mínima: 9,00m2. A sala de Imunização da UBS está apenas destinada a receber pessoas para administração de imunobiológicos por auxiliares de enfermagem. Para receber esses imunobiológicos, o usuário deve levar consigo o cartão de vacinas. Como a vivência ocorreu na época da campanha de vacinação contra o Vírus H1N1, a fila de espera freqüentemente era grande, mas, mesmo assim, os usuários do serviço aguardavam por um tempo tolerável, em torno de quinze minutos, pois os profissionais eram ágeis. O ambiente da sala de vacinação é climatizado o que possibilita a manutenção da temperatura adequada dos imunobiológicos. Eles são mantidos em refrigerador numa temperatura entre 2º e 8º C, este longe dos raios solares, dispostos em caixas plásticas perfuradas, no centro das prateleiras (exceto a inferior), o que permite uma ventilação adequada. Fora do refrigerador, os imunobiológicos também são mantidos em caixas térmicas em temperatura ideal, refrigerados por bolsas de gelo recicláveis. Temperatura esta, sempre controlando pelos termômetros instalados nos equipamentos. A sala de Imunização está situada em local adequado da UBS, pois não é preciso passar pelas outras dependências da Unidade já que é um ambiente utilizado por boa parte dos usuários sadios. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: birô com três gavetas, cadeira fixa, cadeira giratória sem braço, balança baby, maca fixa, refrigerador Consul, armário vitrine com uma porta, ar condicionado, caixa térmica e mesa auxiliar fixa. 14 4 – Sala de Nebulização Definição: Espaço destinado à administração de medicação inalatória em pacientes. Características: Sala que comporte cadeiras ou bancos que servirão para a acomodação confortável dos pacientes durante o procedimento. Prever: instalação de Bancada com pia, armários sob bancada, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, lavatório, 1 central de nebulização com filtros e número de saídas adequado ao perfil epidemiológico local, armários sobre e/ou sob bancada, porta-papel-toalha, porta dispensador de sabão líquido, recipiente para desinfecção das máscaras faciais, lixeira com tampa e pedal. A sala de Nebulização da UBS Fernando Sampaio é específica para a administração de medicação inalatória em pacientes por auxiliares de enfermagem. É um espaço bem iluminado e pouco arejado, sendo necessário o uso de ventilador. Há uma bancada de aço inox onde existem baldes tampados também feitos de aço inox, nos quais se colocam as máscaras desinfetadas acondicionadas individualmente. Porém, a bancada de aço inox freqüentemente está com bastante poeira, o que possibilita a contaminação das máscaras por ocasião do preparo da medicação. A desinfecção das máscaras após o uso é feita com hipoclorito de sódio a 1%, as quais deveriam ficar em solução por cerca de 30 minutos. Porém, isso não ocorre, pois há uma mistura das máscaras que já estavam em processo de desinfecção, com máscaras recém usadas, o que não dá para identificá-las e contar o tempo de cada uma delas. Também ocorre o fato de que, algumas vezes, a solução de hipoclorito de sódio passa mais de um dia para ser trocada e isso é devido ao esquecimento, ou ,até mesmo, negligência do profissional responsável por esse procedimento na oportunidade, pois existe um lembrete nessa sala que alerta para a renovação dessa solução todos os dias. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: cadeira esmaltada, mesa auxiliar com rodas, central de aerosol com quatro saídas, mesa inox. 5 – Sala de Curativo Definição: Espaço destinado ao tratamento de lesões. Características: Deve ser previsto acesso de forma que sua realização se dê em uma das salas de procedimentos, respeitando as condições técnicas necessárias. A programação de horários não deve, no entanto, restringir o acesso da população. Prever: Bancada com pia, torneiras com fechamento que dispense o uso das mãos, armários sobre e sob bancada, porta-papel-toalha, lixeira com tampa e pedal e porta dispensador de sabão líquido, 1 mesa tipo escritório 15 com gavetas, 3 cadeiras, 1 mesa de exame clínico, 1 mesa auxiliar ou carro de curativo, 1 escada com dois degraus, 1 biombo duplo, 1 mocho, 1 foco com haste flexível. Obs.: 1 - Área mínima: 9,00 m2; 2- Ambiente próximo da sala de lavagem e descontaminação - sala de utilidades. 3- Na sala de curativos deve existir um lava-pé que possibilite a higienização de pés dos pacientes, inclusive, dos que estejam em cadeira de rodas, pela equipe de assistência ou dos próprios pacientes. Este lava-pé deve possuir uma ducha manual e uma saída de esgoto para melhor eficiência da higienização. Este é um espaço destinado ao tratamento de lesões. Felizmente, a sala de curativos da UBS Fernando Sampaio é destinada somente a esse objetivo e, na oportunidade, não foi constatado falta de materiais para os procedimentos, como luvas, ataduras, soro fisiológico, entre outros. Apesar desses aspectos positivos, a sala de curativo é quente, o que a torna desconfortável tanto para o usuário como para o profissional que realiza o procedimento. Outro ponto é que não existe um profissional fixo na sala, o que pode dificultar a melhora da ferida, mesmo que a técnica de curativo seja realizada corretamente. Além disso, ela fica distante da entrada da UBS, necessitando que o usuário transite pelas demais dependências da unidade. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: cadeira esmaltada, escada com dois degraus, armário vitrine com uma porta, maca fixa, mesa auxiliar com rodas. 6 – Farmácia Definição: Espaço destinado à recepção, guarda, controle e distribuição de drogas, medicamentos, insumos Farmacêuticos e correlatos. Características: Deverá dispor de prateleiras e estar restrito ao acesso de funcionários. Prever: prateleiras, armários, computador, mesa tipo escritório com gavetas, balcão com altura de mesa, 4 cadeiras, 1 refrigerador de 260 litros. Obs: observar especificidades quanto à ventilação, à iluminação, à temperatura, ao armazenamento e à segurança na definição de fluxos e acesso. A Farmácia da Unidade é destinada a dispensação de medicamentos, de recepção e guarda dos remédios e de planejamento e gestão da assistência farmacêutica local. A dispensação do medicamento é aceita quando qualquer usuário cadastrado no SUS que for atendido em qualquer Unidade do Município de Aracaju ou, até mesmo, médicos de clínicas particulares cadastrados pelo SUS aparece com a receita prescrita e assinada pelo referido médico, sendo duas vias: uma que fica na Farmácia para o controle da saída de 16 medicamentos e a outra que permanece com o próprio paciente. O controle da quantidade de medicamentos é feito com anotações feitas em fichas de controle fixadas nas estantes e que são apuradas a cada quinze dias. A Farmácia, na verdade, é um dispensário, pois não existe um farmacêutico que possa dar uma orientação quanto ao uso correto de medicamentos ou entre outras questões, como detectar doses erradas do medicamento para aquele usuário. Outro ponto a ser questionado é quanto à disposição dos remédios nas prateleiras que parecem não seguir uma ordem lógica, como a alfabética, o que poderia facilitar a procura do medicamento, e quanto à rotatividade, o que seria importante para dispensar rapidamente remédios que estão próximos do vencimento. 7 – SIAB Definição: O SIAB – Sistema de informações de atenção básica e a resposta a essa demanda. Ele produz relatórios que auxiliarão as próprias equipes, as unidades básicas de saúde as quais estão ligadas e os gestores municipais a acompanharem o trabalho e avaliarem a sua qualidade. O SIAB da UBS Fernando Sampaio é executado por um único agente (ACS), o qual cadastra, atualiza e desliga todas as famílias cobertas pela Unidade. Existem várias fichas e relatórios no SIAB, porém a mais importante é a ficha A que contém os dados de identificação da família (endereço, CEP, etc.), a situação de moradia e saneamento, a ocupação e o nível de alfabetização de cada membro da família, casos de doenças presente na família, entre outros dados. Para ter acesso a essas informações, o ACS coloca uma senha da Unidade, área e microárea que ela faz parte. Como a senha é comum para todos ACS, esses dados ficam vulneráveis a alterações indesejadas realizadas por pessoas de má índole e, além disso, todos os dados de todos os ACS da Unidade são feitos por um único Agente, o que acarreta uma sobrecarga de trabalho para o mesmo. O SIAB, atualmente, fica instalado no computador existente na sala da diretoria do posto, a qual é muito pequena e, muitas vezes, enche-se de pessoas, ficando o ambiente muito apertado. Deveria existir, então, uma sala específica para o SIAB. Outro ponto a destacar é que esses dados são enviados mensalmente a Secretaria Municipal de Saúde através de disquetes, que, além de serem um modo arcaico de remessa, é uma forma sujeita a perdas e que não é ágil. MATERIAIS PRESENTES NO LOCAL: ar-condicionado, birô com três gavetas, cadeira fixa, armário com duas portas, arquivo com quatro gavetas, monitor, CPU, teclado, mesa para computador, estabilizador e quadro branco. 17 Plano de Intervenção para a UBS Fernando Sampaio O plano de intervenção é produto de uma análise crítica dos problemas existentes na UBS. Ele é baseado na observação geral pelos alunos em todas as unidades de produção e tem como objetivo não somente apontar falhas, mas também elaborar propostas viáveis para que o plano seja realmente útil e efetivo a ponto de ser colocado em prática. As unidades produtivas foram visitadas conforme as atividades propostas pelo Módulo I do PET. Em todas as sete unidades foi possível observar algum tipo de problema, no entanto apenas duas unidades foram as escolhidas para a elaboração do plano de intervenção: O Arquivo e o SIAB ( Sistema de Informação da Atenção Básica). Na Unidade Básica de Saúde em que estivemos o arquivo é ligado à recepção. Nesse arquivo estão todas as fichas e prontuários de todos os indivíduos cadastrados na UBS. Esse material é armazenado em grandes gavetas pesadas em várias pastas. O primeiro problema observado é que os funcionários ao manipularem todas essas fichas podem por engano trocá-las e possivelmente todo o histórico do paciente pode ser perdido. As fichas estão sujeitas ao desgaste já que são feitas de papel e a manipulação delas é feita por vários profissionais como exemplo os funcionários da recepção/arquivo, agentes de saúde, enfermeiros, dentistas e médicos. Outro ponto a ser observado é o pequeno tamanho da sala de arquivo somado a grandes estruturas de armários e pequena área para a recepção onde trabalham vários funcionários (no mínimo quatro). Isso dificulta a agilidade do serviço. Um dos primeiros problemas vistos ao ser visitar o SIAB é a falta de espaço próprio. Esse sistema fica na sala da diretoria em espaço reduzido. Outro ponto seria a sobrecarga na tarefa de manipulação dos dados no sistema já que o serviço é feito por apenas um agente de saúde que tem que colocar os dados recolhidos na área coberta por todos os agentes de saúde da unidade. O SIAB é um programa que está em vigência desde o programa anterior ao PSF e há alguns pontos em que já está obsoleto. Por exemplo, entre as informações de que ele dispõe, faltam alguns importantes dados como exemplo, na procura de indivíduos que já tomaram a dose de vitamina A não é possível saber dados de crianças de 1 a 4 anos 11 meses e 29 dias de idade. A razão para isso é a utilização de ficha de dados incompleta. Ademais ainda é utilizado o disquete para mandar as informações para a Secretaria de Saúde que é uma tecnologia atrasada com pouca capacidade de armazenamento de informações, facilmente danificável, além de estar vulnerável a perdas. Com esses problemas é possível elaborar um plano de intervenção com pontos comuns entre arquivo e SIAB. Até poderíamos sugerir para o arquivo a sua transferência para uma sala maior com armários cujas gavetas sejam menos pesadas, divisão dos funcionários entre arquivo e recepção e restrição 18 à manipulação dos prontuários. No entanto, uma solução poderia ser enormemente mais eficaz e que substituiria todas essas citadas acima. Essa solução seria a informatização de toda a rede, isso serve também para o SIAB. Com todo o sistema informatizado não haveria problemas com o desgaste e perda dos prontuários. A informação do histórico do paciente seria rapidamente acessada por todos os profissionais que precisam acessá-la, poupando tempo do paciente e do profissional. Essa rede também facilitaria a comunicação da rede de atenção básica com a rede de urgências e hospitais, já que é fato que esse diálogo é difícil ainda hoje. Os estoques da farmácia seriam rapidamente consultados via computador o que cessa o problema da prescrição do medicamento sem haver o mesmo no dispensário da UBS. Além de tudo, o laboratório seria integrado à UBS e o paciente não precisaria se deslocar para buscar o exame, pois o resultado desse já entraria no sistema. O SIAB atualizaria rapidamente as informações e estas poderiam ser compartilhadas em menos tempo. Poderia ser viabilizada a construção de fichas mais completas, com todos os dados necessários para que as informações possam ajudar no planejamento de programas de saúde. Além disso, para que não houvesse sobrecarga de apenas um agente de saúde, cada agente seria responsável pela alimentação dos dados no sistema de sua própria área, e esse serviço poderia ser feito em um espaço escalado exclusivamente para esse trabalho. O nosso plano de intervenção, apesar de ter uma proposta de grandes proporções que sugere a implantação de toda uma rede informatizada, não está distante da realidade. Já existem redes desse tipo em Atenção básica em cidades como Curitiba, Florianópolis e Belo Horizonte que já vêm obtendo sucesso. E aqui em nossa cidade também não será diferente, visto que é uma mudança extremamente necessária e facilitadora de todo o sistema da UBS e que beneficiaria bastante o usuário. 19 IV. Considerações Finais O relatório apresentado referente ao Módulo I – Unidades Produtivas – objetivou verificar as atividades desenvolvidas na USF Fernando Sampaio, mais precisamente nas seguintes unidades produtivas: farmácia, recepção, arquivo, salas de nebulização, de curativo, de imunização e observação e o SIAB. Para sua elaboração foi necessária a vivência, nos setores já mencionados, por todos os estagiários do Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-SAÚDE), a análise e o registro fotográfico da realidade encontrada. O contato inicial com o futuro ambiente de trabalho, sem dúvida, é de fundamental importância para o graduando da área da saúde. É por meio deste, que o graduando pode integrar a teoria à prática. Neste módulo os alunos tiveram a oportunidade de conviver com o sistema de saúde pública e com isso, observar tanto suas qualidades quanto seus defeitos. O Brasil, com um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, fez países desenvolvidos como Inglaterra e Canadá se inspirarem e copiarem o SUS. Porém alguns problemas ainda existem, sendo alguns mais fáceis de ser resolvidos. Por isso, o contato de graduandos com a Unidade Básica de Saúde é importante não só para o aluno, mas também para a detecção de problemas e proposição de melhorias na UBS e no sistema como um todo. Na Unidade Básica de Saúde Fernando Sampaio, constatamos muitos pontos positivos, que são motivos de satisfação para a população atendida na mesma e que são fundamentais para a eficácia do sistema. Dentre eles estão: Estrutura física bem arejada; Ambientes limpos; Profissionais bem qualificados em quase todos os setores; Campanhas de vacinação realizadas com êxito e mobilização da população para a imunização; Projetos sociais de integração e bem - estar de adultos e idosos como: quadrilha junina, aula de música, entre outros; Variedade de remédios entregues gratuitamente aos pacientes. Porém, o fator crucial no declínio do sistema de saúde municipal, em especial, da UBS em questão, é o modo que o SIAB (Sistema de Informação da Atenção Básica) e o arquivo são manuseados. As prováveis causas dessa deficiência são a acomodação dos profissionais que atualizam os dados do sistema e a falta de interesse governamental em realizar investimentos na modernização dos mesmos. Como foi citado anteriormente, o SIAB e o arquivo, além de não possuírem sala própria, possuem características obsoletas. O uso de fichas de papel no arquivo retarda a procura de prontuários, tornando o atendimento ao paciente mais lento e o agendamento de exames demasiadamente demorado, além de sobrecarregar o profissional encarregado. A utilização de disquete 20 para gravar as informações do SIAB e de um transporte para levá-lo à Secretaria Municipal de Saúde repercute num gasto de tempo e de verba desnecessários, além do desgaste do profissional que nutre o sistema (que passa as informações de todas as fichas para o SIAB). Conhecendo os avanços da informática e a conexão global que a Internet proporciona atualmente e tendo em vista os problemas citados, conclui-se que os problemas priorizados têm como solução a informatização do arquivo, assim como a implantação de um Sistema de Informação via Internet. Aparentemente, soluções simples que já foram implantadas em outros estados brasileiros. Porém, sem a mobilização dos envolvidos com o SUS, principalmente dos governantes, e sem auxílio legislativo, esses pequenos defeitos – porém de graves conseqüências – não são resolvidos. Por fim, a convivência nas Unidades produtivas ao longo da construção deste I Módulo mostrou-se de extrema importância na formação não só do crescimento profissional, mas, também, na construção de seres humanos mais comprometidos com o aprendizado do processo de humanização e de comunicação, os quais podem melhorar de forma significativa as relações de todos aqueles que constituem a USF Fernando Sampaio. 21 V. Referências BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de Estrutura física das Unidades Básicas de Saúde: Saúde da Família. Série A, Normas e Manuais técnicos. 2ª Edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Rede de Frio. 3ª Edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. BRASIL, Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Procedimentos para Vacinação. 4ª Edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. ROSA, W. A. G, de; LABATE, R. C. Programa Saúde da Família: A Construção de um novo modelo de assistência. Revista LatinoAmericana de Enfermagem. São Paulo: 13(6), p. 1027-1034, novdez, 2005. Disponível no site http://www. eerp.usp.br/rlae. Acesso em junho de 2009. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a Saúde. Departamento de Atenção Básica. Programa Saúde da Família: ampliando a cobertura para consolidar a mudança do modelo de Atenção Básica. Revista Bras. Saúde Materna Infantil. Recife: 3 (1), p. 113-115, jan-mar, 2003. BRASIL, Conselho Nacional de Secretário de Saúde. O Papel da Atenção Básica Primária na construção do SUS. 1ª edição. Brasília: Coleção Progestores, 2007. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. Série A, Normas e Manuais técnicos. 2ª Edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível no site: http://portal.saude.gov.br/. Acessado em junho de 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Política Federal de Assistência Farmacêutica: 1999 a 2002. Série B Textos básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ Acessado em junho de 2010. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica na 22 Atenção Básica. Formulário Terapêutico Nacional. Série B Textos básicos de Saúde. 1ª Edição. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível no site: http://portal.saude.gov.br/. Acessado em junho de 2010 23 VI. Anexos Vista anterior da UBS Outdoor identificador I Reunião dos participantes do Programa Componentes da Equipe do relatório, da esquerda para a direita: Aninha, Neyana, Fabinho, Luiza e Grazi. 24 Usuário na sala de nebulização. Sala de nebulização. Vista da Farmácia e usuário recebendo medicamento. Vista do arquivo. Vista da sala de curativos. Vista da sala de observação. Sala de imunização. Recepção e sala de espera. 25 Modelo de uma das fichas utilizada no SIAB. 26