Fundação Oswaldo Cruz
Escola Nacional de Saúde Pública
PMAQ AB – Fase 3
Avaliação Externa e Censo das UBS
Márcia Fausto
Dezembro/2012
A construção da proposta: entre
a gestão e a pesquisa
 Rede de Pesquisa em APS (ABRASCO) - o
envolvimento das instituições de ensino:
 na construção do instrumento;
 na logística do campo;
 na construção do banco de dados;
 no processo de validação;
 na análise e divulgação de dados.
O tamanho da encomenda......
Estados
AL
AM
AP
ES
PE
PR
RJ
RR
TO
Total
Profissionais de saúde
343
173
43
325
1025
1009
1075
35
308
4333
UBS - censo infra
estrutura
920
632
214
904
2487
2604
2011
187
335
10241
Usuários
1360
692
172
1300
4100
4036
4300
140
1232
17332
Parcerias locais
Coordenadores e supervisores
UNIFAP
A Equipe
Estados
AL
AM
AP
ES
PE
PR
RJ
RR
TO
Total
Entrevistadores
12
39
9
15
34
37
38
8
10
163
Supervisores
3
6
3
4
9
9
14
3
2
47
Coordenadores
2
1
2
3
3
3
3
2
3
17
Seleção
•
Chamada pública para
seleção de entrevistadores
•
Perfil: nível superior com
formação e experiência na
área de saúde/atenção
primária/Saúde da Família
•
Carga horária 40h
Treinamento
•
Contextualização: PNAB e
PMAQ
•
Função dos supervisores e
entrevistadores
•
Instrumento: organização,
temas e conceitos
•
O aplicativo
Planejamento das rotas
 As estratégias para organização do TC obedeceram a um
desenho pactuado, respeitando as peculiaridades de
cada estado: SES e COSEMS.
 Identificação das distancias entre os municípios para
definição das rotas, cruzando certificações e censos.
 Contatos com gestor municipal, indicando equipe de
campo, readequação das rotas, definição de agenda de
visita e destacando a contrapartida do gestor municipal
(hospedagem e transporte intramunicipal) pactuada com
o MS/DAB.
 Sempre que possível, visita prévia do supervisor de
campo à Coordenação da ABS, para refinamento da rota,
discussão sobre a relevância do Documento-Síntese do
PMAQ e pactuação da contrapartida.
Trabalho de Campo
Organização do Processo de Trabalho
- Prazo de 3 meses para a avaliação externa e 5 meses
para o censo
-Entrada no campo: capitais e cidades pólo
- Aplicação do instrumento pelo supervisor e pelos
entrevistadores;
- Confecção de diários de campo e relatórios sobre os
municípios visitados;
- Reuniões de desfecho com a Coordenação da ABS,
sempre que possível – importante espaço de agradecimento
e sinalização das dificuldades e potencialidades com
relação aos acordos previamente pactuados.
Singularidades dos contextos
•
•
•
•
•
Especificidades geográficas
Situações climáticas
O urbano e o rural
As etnias – culturalismo e saúde
A logística - grandes distâncias, precariedade
dos sistemas de transporte e comunicação
• Os tempos
• Os custos
Dificuldades e facilidades
A longa espera.....
As várias versões do aplicativo.....
O ano eleitoral.....
Dificuldades e facilidades
 Insuficiências, ambivalências e ambiguidades do
instrumento
 Equipes de saúde pouco preparadas para o processo de
avaliação
 Localização das UBS em áreas rurais - censo
 Exaustão dos avaliadores
 Comprometimento das equipes de avaliadores;
 Garantia de hospedagem e de deslocamento interno pelo
município ;
 Postura pró ativa da Coordenação da ABS ou mesmo do
Secretário de Saúde em acompanhar o processo de trabalho
da equipe avaliadora.
Chegar até as UBS nem sempre foi
fácil.....
Encontramos diversidade nas estruturas, modo
de organização e escopo das ações de APS......
Despreparo dos profissionais
“Apesar da excelente disponibilidade, os profissionais
sentem-se prejudicados pela ausência de pactuação e mais
adequada explanação sobre o PMAQ e a documentação
necessária, com a gestão municipal.”
“Equipes despreparadas para a avaliação. Não entendiam o
que era o PMAQ. Documentos não estavam organizados
para a avaliação. “
Estrutura das UBS
“Estrutura precária da unidade, espaço físico restrito. A UBS
funciona nas instalações de uma antiga escola. Tem só um
banheiro - fora da unidade - para usuários e profissionais a entrada tem vários desníveis no piso. Identifiquei sérios
problemas relativos a questões da vigilância sanitária, que
aparentemente não faz nenhuma intervenção no local. A
equipe tem total percepção da precariedade do local e o
usuário que entrevistei referiu que gosta muito da equipe,
mas que é necessário dar condições de trabalho.”
Estratégia Saúde da Família
“Equipes que atendem livre demanda, os usuários
procuram e são atendidos no dia. A unidade não marca
consulta, tem de ir cedo e pegar ficha.”
“Não há trabalho em equipe na unidade. Enfermeiro há
pouco tempo na unidade, o médico trabalha 4 h. Não há
médico trabalhando 8 h, não ocorre visita domiciliar pelo
profissional médico e nem trabalho em equipe. A equipe
está sem médico há mais de 30 dias, atendimento de livre
demanda pela enfermagem.”
Estratégia Saúde da Família
“A unidade não funciona como ESF. O médico que
está cadastrado nessa unidade atende em outra
UBS. O atendimento é realizado por gineco e
pediatra como livre demanda e gestantes e crianças
referenciadas. A UBS só tem atendimento médico
duas vezes por semana, a coordenadora da equipe
está há menos de 1 mês no trabalho. A equipe
trabalha em duas unidades de saúde.”
Saúde Bucal
“Pelo modelo executado, tive a impressão da atual equipe
de saúde bucal não pertencer à Saúde da Família, apesar de
os usuários não se queixarem do serviço prestado e do
serviço ser garantido pela equipe com cuidado e respeito.”
“A equipe de saúde bucal não atua na USF. O dentista
trabalha em conjunto com outros dentistas do município em
um local separado, o qual se encontra em más condições de
conservação e biossegurança...”
Poucos usuários nas UBS
“Havia poucos usuários na unidade devido à falta de
médico. Chegamos na unidade 9:15 não havia usuários
para entrevistar, fomos informadas pela coordenação que
a médica já havia acabado os atendimentos, que só
teríamos usuários depois das 13 horas.”
“Questiono a falta de usuários nas unidades, os
profissionais ociosos e falta de serviços para a população.”
“Tem duas unidades que utilizam o mesmo prédio, no qual
também acontece o pronto atendimento da cidade. Tem
muita circulação de pessoas, mas não havia usuários das
equipes para serem entrevistados. Na odontologia, das
9:30 as 12:00 não tinha usuário. Se o atendimento é
agendado, porque não tem usuários na unidade?”
Modelo de atenção
“Questiono: por que as pessoas só utilizam a unidade para
consulta médica e remédios? Que tipo de serviço de saúde
prestamos? Só atendemos a doença???”
“É preciso rever a avaliação para a unidade rural, pois a
equipe atende 5 comunidades, fica um dia em cada local.
Vários CNES para a mesma equipe.”
“A fala dos profissionais é de que a gestão não faz
investimentos na área da saúde, inclusive os profissionais
são contratados por licitação - pelo menor preço.”
“Os profissionais atuam há pouco tempo na unidade, de
acordo com os usuários há muita rotatividade de
profissional - a forma de contrato é terceirizado.”
A potência do trabalho de campo
• Experiência exitosa, de grande aprendizado:
aproximação entre os objetivos da gestão e os
objetivos acadêmicos;
• Grande oportunidade de formação in loco.
• Momento de diagnóstico da atenção primária no
Brasil: como estamos e para onde queremos
caminhar.
Desafios atuais....
• Finalização do processo de validação dos dados
• Banco de dados: privilegiar uma base nacional e
evitar a pulverização do banco
• Definição de estratégias para análise e divulgação
dos resultados
• Primeira iniciativa: publicação com relato da
experiência e reflexões a partir das impressões
verificadas durante o trabalho de campo
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Estrutura das UBS