ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Secretaria de Estado da Saúde Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre IPB/Lacen/RS/FEPPS Grupo Hospitalar Conceição ANVISA - CVPAF-RS PLANO DE AÇÃO PARA ENFRENTAMENTO DA DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Rio Grande do Sul Outubro de 2014 Versão 1 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................3 2. OBJETIVOS....................................................................................................4 3. COMPONENTES DO PLANO........................................................................5 3.1 VIGILÂNCIA DOS PONTOS DE ENTRADA.................................................6 3.1.1 AEROPORTO INTERNACIONAL SALGADO FILHO/PORTO ALEGRE. 6 3.1.2 PORTO DE RIO GRANDE........................................................................8 3.1.3 FRONTEIRAS..........................................................................................10 3.2 VIGILÂNCIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE...................................................11 3.3 SAMU 192 DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE E/OU ESTADUAL........13 3.4 HOSPITAL DE REFERÊNCIA ESTADUAL – HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO............................................................................13 3.5 IPB-LACEN/RS...........................................................................................14 3.6 VIGILÂNCIA EM SAÚDE (EPIDEMIOLÓGICA E SANITÁRIA)...................17 3.7 COMUNICAÇÃO SOCIAL...........................................................................20 3.8 CAPACITAÇÕES.........................................................................................21 4. ANEXOS........................................................................................................22 2 INTRODUÇÃO O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976 no Zaire (atual República Democrática do Congo) e, desde então, tem produzido vários surtos no continente africano, de pequena magnitude e abrangência, mas com alta letalidade. A causa mais provável da contaminação dos seres humanos foi o contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos-espinhos. Desde dezembro de 2013, a África Ocidental vem enfrentando importante surto de Doença pelo Vírus Ebola (DVE), sendo que Guiné, Libéria e Serra Leoa são os países onde está estabelecida transmissão acelerada de pessoa a pessoa. Além desses, a Nigéria registrou um pequeno número de casos e óbitos, secundários a um caso importado da Libéria, com o último caso tendo sido registrado no final do mês de agosto. O Senegal notificou um caso importado da Guiné, sem registro de casos secundários. Fora da África, foram confirmados dois casos nos EUA (um caso importado da Libéria que evoluiu para óbito nos EUA e um profissional de saúde que atendeu esse paciente) e a Espanha também confirmou um caso de profissional de saúde que se contaminou no atendimento a casos importados. A Organização Mundial da Saúde, pela gravidade da situação epidemiológica da DVE, decretou em 08/08/14 Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, para alerta dos países e mobilização de recursos para as áreas afetadas. Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem trabalhando, junto aos Estados, para a organização do setor saúde nas áreas de vigilância em saúde e assistência com foco na detecção precoce de casos suspeitos oriundos das áreas afetadas, proteção dos profissionais de saúde e contenção da transmissão para a população brasileira. O Estado do Rio Grande do Sul está em estado de alerta e o presente documento norteia as ações locais frente a um caso suspeito de DVE. 3 2. OBJETIVOS Descrever as ações de Vigilância e Atenção em Saúde do Estado do RS, a serem executadas frente a um caso de suspeito de Doença por Vírus Ebola; Minimizar riscos à população frente a um caso suspeito de DVE; Divulgar informações em saúde; Estabelecer estratégias de Comunicação de Risco. 4 3. COMPONENTES DO PLANO As ações descritas a seguir são embasadas no conhecimento atual sobre a DVE e estão em consonância com o Plano de Contingência para Emergência em Saúde Pública - Doença pelo Vírus Ebola, elaborado pela SVS/MS e a Nota Técnica – Medidas de precaução e controle a serem adotadas na assistência a pacientes suspeitos de DVE de 13/08/14, elaborada pela ANVISA. Os documentos citados, além de outras atualizações, podem ser encontrados no site da SVS/MS (Banner Vírus Ebola – informações e atualizações): SITE SVS/MS - EBOLA http://portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id =14228&catid=429&Itemid=187 Todo o caso de DVE é uma Emergência de Saúde Pública e a tomada de decisão será realizada após discussão conjunta entre todos os entes envolvidos. As ações pertinentes devem ser desencadeadas a partir da definição de caso suspeito de Doença pelo Vírus Ebola, que no momento atual é: CASO SUSPEITO: Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão disseminada ou intensa de Ebola* que apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. * Libéria, Guiné e Serra Leoa Atualização: 10/10/2014 Para definição de caso suspeito é importante salientar que: Além do quadro clínico, a identificação da procedência e o roteiro de viagem nos últimos 21 dias deve ser realizada de forma mais detalhada possível (país e cidade); 5 Levar em consideração os países atualmente afetados pela doença e/ou contato com caso suspeito ou confirmado de Ebola. Ao se definir um caso como suspeito é importante: Realizar o levantamento de contactantes ou comunicantes os quais deverão ser acompanhados pelos próximos 21 dias. 3.1 VIGILÂNCIA DOS PONTOS DE ENTRADA: É uma das principais ações a serem desenvolvidas, uma vez que o cenário epidemiológico atual aponta para a possibilidade de viajantes (tanto brasileiros como estrangeiros) chegarem ao nosso estado com sinais e sintomas compatíveis com DVE. Os principais pontos de entrada identificados no RS são o Aeroporto Internacional Salgado Filho, situado em Porto Alegre, o Porto de Rio Grande e as fronteiras com a Argentina e o Uruguai. O Aeroporto conta com Plano de Contingência para Evento de Saúde Pública Interesse de Internacional, elaborado e atualizado. 3.1.1 AEROPORTO INTERNACIONAL SALGADO FILHO/PORTO ALEGRE De acordo com os protocolos nacionais e internacionais, a presença de passageiro de avião com anormalidade clínica compatível com quadro suspeito de DVE deverá ser comunicada pelo comandante da aeronave à Torre de Controle do Aeroporto Salgado Filho, que acionará o Posto da ANVISA (PVPAF/Porto Alegre). Este entrará em contato com a SES/RS e SMS/Porto Alegre que, em conjunto com o Ministério da Saúde, avaliarão se as informações fornecidas pela equipe de bordo, sobre o viajante, são compatíveis com a definição de caso suspeito. Se o caso for enquadrado como suspeito de DVE; acionará imediatamente o SAMU 192 do município de Porto Alegre e notificará o caso à SMS, SES e SUPAF/Anvisa quanto ao(s) caso(s) suspeito(s) de Ebola (Algoritmo Anexo 1). 6 Autoridades Sanitárias para notificação ANVISA: PVPAF/Porto Alegre - 51 9144-4610, 3371-4520 e 3371-4849; CVPAF/RS/ANVISA - 51 9144-5444 e 3228-8371; Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da SMS Porto Alegre - 51 3289-2471 e 3289-2472 ou pelo telefone de plantão, para acionamento em horário não comercial – este telefone está na lista de contatos disponível na ANVISA; Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES/RS - 51 8501-6872 e/ou Disque Vigilância 150; Ministério da Saúde - 0800 644-6645. Após avaliação epidemiológica da situação, se as condições clínicas do paciente permitirem e houver disponibilidade de transporte aeromédico (liberado pelo Ministério da Saúde), o paciente será transferido para o Hospital de Referência Nacional (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas no Rio de Janeiro/RJ). O contato com o Ministério da Saúde será realizado pela Autoridade Sanitária. Caso as condições do paciente não permitirem, ou o tempo de permanência do paciente até a chegada da aeronave de transporte seja prolongado, o SAMU 192 Porto Alegre fará contato com o Hospital de Referência Estadual, que no RS é o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), sito à Avenida Francisco Trein, nº 596 – Bairro Cristo Redentor - Porto Alegre/RS, fone 51 3357-2000, e removerá o paciente para um quarto de isolamento, observando as condições de biossegurança. O paciente permanecerá no HNSC o menor tempo possível, até estabilizar e poder ser removido para o Hospital de Referência Nacional. Nesse caso, o transporte até o Aeroporto Salgado Filho será realizado pelo SAMU 192 Porto Alegre. O Posto da ANVISA recepcionará os viajantes (passageiros e tripulantes) e solicitará o preenchimento do Termo de Controle Sanitário do Viajante – Ebola (TCSVE) de todos os viajantes, para identificação dos comunicantes/contactantes do caso suspeito. A ANVISA identificará os viajantes compatíveis com definição de contato de caso suspeito ou provável e 7 repassará os TCSVE à CGVS/SMS POA e/ou SES/RS para o monitoramento por 21 dias, na busca de novos casos. As instruções e o instrumento de acompanhamento dos comunicantes encontra-se no Plano de Contingência Nacional e no Protocolo de Identificação e Monitoramento de Contactantes. Todos os envolvidos receberão uma “Filipeta” com orientações sobre os sinais da DVE e com telefone de contato caso apresente alguma alteração no seu estado de saúde (Modelo Anexo 2). 3.1.2 PORTO DE RIO GRANDE De acordo com os protocolos nacionais e internacionais, a presença de passageiro de embarcação com anormalidade clínica compatível com quadro suspeito de DVE deverá ser comunicada pelo Comandante da embarcação ao Agente de Navegação, e este deverá repassar imediatamente estas informações ao Posto da ANVISA (PVPAF Rio Grande) e à Administração portuária, bem como apoiar a Autoridade Sanitária na comunicação com a embarcação (remotamente). A Administração portuária deverá indicar, em conjunto com a autoridade marítima, de acordo com a avaliação de risco feita pela autoridade sanitária, o local de atracação da embarcação para desembarque do caso suspeito, além de garantir isolamento da área de atracação da embarcação, quando aplicável ou requerido pela autoridade sanitária, viabilizando o acesso da equipe de remoção (SAMU) a área portuária. O Posto da ANVISA entrará em contato com a CVPAF/RS/Anvisa e a SES/RS e SMS RIO GRANDE, que em conjunto com o Ministério da Saúde avaliarão se as informações fornecidas pela equipe de bordo, sobre o viajante, são compatíveis com a definição de caso suspeito. Se o caso for enquadrado como suspeito de DVE; acionará imediatamente o SAMU 192 Estadual e notificará o caso à SMS, SES e SUPAF/Anvisa quanto ao(s) caso(s) suspeito(s) de Ebola (Algoritmo Anexo I) 8 Autoridades Sanitárias para notificação ANVISA: PVPAF/Rio Grande: 53 9169-3274, 3232-3916, 3232-3630 e CVPAF/RS/ANVISA: 51 9144-5444 e 3228-8371; Vigilância em Saúde da SMS de Rio Grande – 53 3231-3456 Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES/RS - 51 8501-6872 e/ou Disque Vigilância 150; Ministério da Saúde - 0800 644-6645. Após avaliação epidemiológica da situação, o paciente deverá ser removido pelo SAMU 192 Estadual para o Aeroporto Salgado Filho, se estiver estável e o transporte aeromédico federal estiver disponível para transferência ao Hospital de Referência Nacional (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas no Rio de Janeiro/RJ). O contato com o Ministério da Saúde será realizado pela Autoridade Sanitária. Caso contrário, o SAMU 192 Estadual fará contato com o Hospital de Referência Estadual, que no RS é o Hospital Nossa Senhora da Conceição e removerá o paciente para um quarto de isolamento, observando as condições de biossegurança. O paciente permanecerá no HNSC o menor tempo possível, até estabilizar e poder ser removido para o Hospital de Referência Nacional. Nesse caso, o transporte até o Aeroporto Salgado Filho será realizado pelo SAMU 192 Porto Alegre. A avaliação dos possíveis contatos a bordo e o monitoramento da situação de saúde a bordo serão realizados pelo Posto da ANVISA. Caso haja desembarque de contactantes, estes deverão preencher o TCSVE e o monitoramento será realizado por 21 dias após o contato pela SMS Rio Grande e/ou SES/RS, na busca de novos casos. As instruções e o instrumento de acompanhamento dos comunicantes encontra-se no Plano de Contingência Nacional e no Protocolo de Identificação e Monitoramento de Contactantes. Todos os envolvidos receberão uma “Filipeta” com orientações sobre os sinais da DVE e com telefone de contato caso apresente alguma alteração no seu estado de saúde (Modelo Anexo 2). 9 3.1.3 FRONTEIRAS Caso seja comunicada em um dos Postos da ANVISA em passagem de fronteira terrestre com instalações para controle migratório e aduaneiro (PVPAF Chuí, Jaguarão, Santana do Livramento, Uruguaiana e São Borja) a presença de viajante com anormalidade clínica compatível com quadro suspeito de DVE, em veículo de transporte terrestre, o PVPAF entrará em contato com a CVPAF/RS/Anvisa e a SES/RS. Estes avaliarão em conjunto com o Ministério da Saúde se as informações recebidas sobre o viajante são compatíveis com a definição de caso suspeito. Se o caso for enquadrado como suspeito de DVE; acionará imediatamente o SAMU 192 Estadual e notificará o caso à SMS, SES/RS e SUPAF/Anvisa quanto ao(s) caso(s) suspeito(s) de Ebola. Autoridades Sanitárias para notificação ANVISA: CVPAF-RS - 51 9144-5444 e 3228-8371; PVPAF Chuí – 53 3265-1144 e 9191-8386; Jaguarão – 53 3261-4451 e 9151-9762; Santana do Livramento – 55 3243-3184 e 9158-9843; Uruguaiana – 55 3413-2810 e 9182-2037; São Borja – 55 3431-4242 (Ramais 2064 ou 2006) e 9113-6631. Vigilância em Saúde da SMS dos municípios de fronteira: Chuí: 53 3265-1650; Jaguarão: 53 3261-1700 e 3261-5772; Santana do Livramento: 55 3968-1793; Uruguaiana: 55 3411-7367; São Borja: 55 3431-7856. 3ªCRS, 10ªCRS e 12ªCRS; Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES/RS - 51 8501-6872 e/ou Disque Vigilância 150; Ministério da Saúde - 0800 644-6645. 10 Após avaliação epidemiológica da situação, o paciente deverá ser removido pelo SAMU 192 Estadual para o Aeroporto Salgado Filho, se estiver estável e o transporte aeromédico federal estiver disponível para transferência ao Hospital de Referência Nacional (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas no Rio de Janeiro/RJ). O contato com o Ministério da Saúde será realizado pela Autoridade Sanitária. Caso contrário, o SAMU 192 Estadual fará contato com o Hospital de Referência Estadual, que no RS é o Hospital Nossa Senhora da Conceição e removerá o paciente para um quarto de isolamento, observando as condições de biossegurança. O paciente permanecerá no HNSC o menor tempo possível, até estabilizar e poder ser removido para o Hospital de Referência Nacional. Nesse caso, o transporte até o Aeroporto Salgado Filho será realizado pelo SAMU 192 Porto Alegre. O Posto da ANVISA realizará entrevista com demais viajantes na busca de possíveis comunicantes do caso suspeito e repassará as informações à SMS do município e/ou SES/RS, para o monitoramento por 21 dias, na busca de novos casos. As instruções e o instrumento de acompanhamento dos comunicantes encontra-se no Plano de Contingência Nacional e no Protocolo de Identificação e Monitoramento de Contactantes. 3.2 VIGILÂNCIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE Eventualmente, um caso suspeito de DVE poderá ser detectado em um serviço de saúde, tanto na capital como no interior, já que o período de incubação é de até 21 dias e ele pode não ter sido detectado nos pontos de entrada. Nesse caso, isolar imediatamente o paciente nas melhores condições possíveis (sala de atendimento, sala de procedimentos ou outro espaço disponível), notificar imediatamente a Vigilância em Saúde Municipal e/ou Estadual, que por sua vez notificará o Ministério da Saúde. As autoridades sanitárias do Município, Estado e do Ministério da Saúde realizarão a avaliação epidemiológica do evento e no caso de enquadramento como caso suspeito de DVE, acionarão o SAMU 192 Estadual ou de Porto Alegre quando na capital. 11 Autoridades Sanitárias para notificação Vigilância em Saúde do município afetado F: ___________ Centro Estadual de Vigilância em Saúde da SES/RS - 51 8501-6872 e/ou Disque Vigilância 150; Ministério da Saúde - 0800 644-6645. O número de profissionais de saúde envolvidos deve ser o menor possível, devidamente paramentados com os EPIs recomendados pelo Plano de Contingência. Em Porto Alegre, o SAMU 192 fará o transporte seguro do paciente até o Aeroporto Salgado Filho, se ele estiver estável e o transporte aeromédico federal estiver disponível. Caso contrário, o paciente será removido para o Hospital Estadual de Referência (Hospital Nª Sra. da Conceição - HNSC), onde será colocado em quarto de isolamento até que seja possível sua transferência para o Hospital de Referência Nacional. Nos municípios do interior, o paciente deverá ser removido pelo SAMU 192 Estadual para o Aeroporto Salgado Filho, se estiver estável e o transporte aeromédico federal estiver disponível para transferência ao Hospital de Referência Nacional (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas no Rio de Janeiro/RJ). O contato com o Ministério da Saúde será realizado pela Autoridade Sanitária. Caso contrário, o SAMU 192 Estadual fará contato com o Hospital de Referência Estadual, que no RS é o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) e removerá o paciente para um quarto de isolamento, observando as condições de biossegurança. O paciente permanecerá no HNSC o menor tempo possível, até estabilizar e poder ser removido para o Hospital de Referência Nacional. Nesse caso, o transporte até o Aeroporto Salgado Filho será realizado pelo SAMU 192 Porto Alegre. A Vigilância em Saúde municipal identificará os possíveis comunicantes do caso suspeito (familiares, colegas de trabalho, outros pacientes presentes 12 no serviço de saúde) e realizará monitoramento por 21 dias. As instruções e o instrumento de acompanhamento dos comunicantes encontra-se no Plano de Contingência Nacional e no Protocolo de Identificação e Monitoramento de Contactantes. 3.3 SAMU 192 DO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE E/OU ESTADUAL No Estado do Rio Grande do Sul, o transporte dos casos suspeitos ou confirmados de DVE será realizado exclusivamente pelo SAMU de acordo com o Plano de Contingência Nacional e seguindo os protocolos para DVE. Após a definição do caso como suspeito DVE em parceria com as autoridades sanitárias, cabe ao SAMU contatar o Hospital para remoção do paciente. 3.4 HOSPITAL DE REFERÊNCIA ESTADUAL – HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO O Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) foi escolhido como Referência Estadual para DVE por ser o maior hospital do SUS no RS, estar localizado em Porto Alegre e contar com uma boa estrutura de atendimento a casos de doenças infecciosas. Pertence ao Grupo Hospitalar Conceição, de gestão federal e é considerado um hospital geral com 822 leitos, distribuídos entre emergência, enfermarias e UTI e conta com Comissão de Controle de Infecção (CCIH), Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NVEH) e Serviço de Infectologia bem estruturados e atuantes. O HNSC elaborou seu Plano de Contingência Hospitalar para DVE, onde são detalhados os fluxos de recebimento e deslocamento do paciente suspeito de DVE, manejo clínico, descrição dos leitos de isolamento, normas de biossegurança para os profissionais de saúde, de acordo com a NT da ANVISA, rotinas de entrada e saída dos quartos, rotinas de limpeza, desinfecção e destino final dos resíduos. No atual cenário da DVE, estão disponíveis 01 (um) quarto de isolamento com antecâmara e banheiro em enfermaria, para pacientes estáveis, e 01 (um) leito de isolamento em UTI para pacientes críticos. 13 O atendimento ao paciente seguirá as normas preconizadas pelo Ministério da Saúde e logo que tiver condições clínicas e disponibilidade de transporte aeromédico, o paciente será transferido ao Hospital de Referência Nacional no Rio de Janeiro. A coleta de amostra de sangue para diagnóstico laboratorial será realizada dentro da padronização elaborada pelo MS, ou seja, serão coletados em torno de 10 ml de sangue total com sistema de coleta a vácuo, sendo uma alíquota para exame confirmatório de DVE (são preconizadas duas amostras com intervalo de 48 hs) e outra para exames complementares (teste rápido de malária). O HNSC recebeu uma caixa de transporte adequada para acondicionar e transportar a amostra para o Laboratório de Referência Nacional (Instituto Evandro Chagas/PA). O Lacen/RS conta com dois técnicos certificados pela OMS, que acompanharão todo o procedimento e farão contato com o Ministério da Saúde para acionar a empresa responsável pelo transporte da caixa acompanhada da documentação exigida pelas normas nacionais e internacionais. Quanto ao teste rápido da malária, o Lacen/RS realizou capacitação de técnicos do laboratório do HNSC para realização do exame a beira do leito conforme recomendação do Plano de Contingência. O HNSC recebeu 02 (dois) kits de teste rápido para malária, com 25 testes cada. 3.5 IPB-LACEN/RS 3.5.1. Diagnóstico Diferencial para Malária 3.5.1.1. Realização O exame será executado à beira de leito, pelos profissionais responsáveis pelo atendimento ao paciente, no Laboratório de Referência Estadual estabelecido para casos suspeitos de EBOLA. 3.5.1.2. Metodologia A técnica a ser executada será o TESTE RÁPIDO PARA MALÁRIA. 14 3.5.1.3. Capacitação O IPB-LACEN, através dos técnicos da Seção de Parasitologia, ministrou capacitação a oito profissionais do Hospital de Referência Estadual, estando à disposição para novas capacitações que se façam necessárias. 3.5.1.4. Insumo O Ministério da Saúde fica responsável pelo repasse, ao Hospital de Referência Estadual para casos suspeitos de DVE, do kit para execução da técnica de TESTE RÁPIDO PARA MALÁRIA. Especificação do Kit para Teste Rápido para Malária: o teste SD BIOLINE malaria Ag Pf/pan, é um teste qualitativo, rápido e diferencial para detecção do Plasmodium falciparum, utilizando um anticorpo monoclonal para a identificação da HRP-II (proteína II rica em histidina) presente nesta espécie. Este teste identifica também a presença da espécie Plasmodium (P.vivax, P.ovale e P.malariae), utilizando para isso anticorpos policlonais especifica para a Desidrogenase Láctica (pLDH) produzida por esses Plasmodium. Este deve ser utilizado como “screening” e as amostras relativas deverão ser confirmadas por um ensaio suplementar. 3.5.2. Envio de Amostra Biológica de caso suspeito de EBOLA 3.5.2.1. Realização A coleta de material do paciente suspeito de DVE será executada pelo profissional responsável pelo atendimento ao mesmo. Este deverá acondicionar esta amostra na EMBALAGEM específica e definida pelo Ministério da Saúde, para tal finalidade. O IPB-LACEN terá um profissional devidamente certificado pela OMS para envio de amostras biológicas (EXPEDIDOR), acompanhando este procedimento. Este profissional fica responsável pelo preenchimento da DECLARATION OF DANGEROUS GOODS-DDG, ou seja, o documento oficial para envio de amostras biológicas da Categoria A - Substâncias Infecciosas (UN2814). A amostra deverá ser encaminhada juntamente com a FICHA DE NOTIFICAÇÃO DO SINAN EBOLA. 15 Especificação da Embalagem para Envio: embalagem tripla classificação PI620, certificada pela OMS. 3.5.2.2. Metodologia A preparação da embalagem contendo amostra biológica suspeita de EBOLA segue orientação internacional: Guidance on regulations for the Transport of Infectious Substances 2013–2014 3.5.2.3. Capacitação O IPB-LACEN, através de seus profissionais certificados pela OMS para o Transporte Internacional de Amostras Biológicas, ministrou capacitação a oito profissionais do Hospital de Referência Estadual, estando à disposição para novas capacitações que se façam necessárias. OBS.: a descrição de preparação desta embalagem encontra-se em material impresso entregue aos profissionais capacitados. 3.5.2.4. Material O Ministério da Saúde enviou 1 (uma) caixa para envio de amostras biológicas, devidamente certificada pela OMS. Preparação de Embalagem para Envio de Amostra PREPARAÇÃO DA EMBALAGEM 16 ORDEM DE AÇÕES Prática: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Preparar a embalagem externa Colocar o forro da embalagem externa Abrir o recipiente secundário Inserir o material absorvente Colocar as luvas Envolver o recipiente primário no material de amortização Dispor a amostra no recipiente secundário Retirar as luvas Fechar o recipiente secundário Dispor o recipiente secundário dentro do revestimento interno (e na embalagem externa) Inserir as instruções dos testes laboratoriais Fechar a embalagem externa Certificar-se de que a marcação e etiquetagem da embalagem Categoria A estejam corretas 12 13 14 Em relação ao suporte laboratorial ao caso suspeito de DVE, o IPBLacen/RS (fone 51 3288-4040) é responsável pelo diagnóstico diferencial para Malária e envio da amostra biológica para diagnóstico de DVE (fones 51 32884099 / 3288-4043). 3.6 VIGILÂNCIA EM SAÚDE (EPIDEMIOLÓGICA E SANITÁRIA) A Doença por Vírus Ebola é uma doença de notificação compulsória imediata, devendo ser notificada o mais rápido possível por quem realizou o primeiro atendimento, para as autoridades sanitárias (vigilância municipal, e/ou vigilância estadual e/ou vigilância federal), de acordo com a Portaria GM nº 1271, de 06/06/14. Os principais procedimentos são o enquadramento do caso como suspeito de DVE, a investigação epidemiológica e a identificação e o monitoramento de contactantes do caso suspeito, utilizando-se os documentos padronizados constantes no site da SVS/Ministério da Saúde. Definição de Caso Suspeito: utilizar a definição de caso suspeito para DVE atualizada, levando em consideração além dos sinais e sintomas, a procedência e histórico de viagem nos últimos 21 dias. A possibilidade de contato com caso suspeito e/ou confirmado de Ebola deve ser investigada; 17 Investigação Epidemiológica: seguir o Roteiro Padrão para Investigação de Casos de DVE (constante no Plano de Contingência Nacional); Identificação e Monitoramento de contactantes do caso suspeito: seguir Plano de Contingência Nacional e Protocolo de Identificação e Monitoramento de Contactantes de Casos de Doença pelo Vírus Ebola (DVE) (constante no site da SVS/Ministério da Saúde). O acompanhamento da situação epidemiológica da DVE no mundo, no país e no estado é fundamental, pois a detecção de mudanças no cenário da doença implicará em readequação na definição de caso suspeito e ações subsequentes. Quanto aos procedimentos de Vigilância Sanitária, eles seguem a Nota Técnica da ANVISA. 3.7 COMUNICAÇÃO SOCIAL 3.7.1 PLANO DE COMUNICAÇÃO DE RISCO DA SES/RS As ações de comunicação são parte essencial na resposta a situações de emergência em saúde. Dessa forma, a principal tarefa da assessoria de órgãos públicos é prestar informações precisas e em tempo hábil para preparar a população para o enfrentamento de um cenário de insegurança e evitar pânico. É importante também trabalhar em sintonia com a estratégia de comunicação do Ministério da Saúde, reforçando e potencializando as mensagens do nível central. O primeiro passo será o alinhamento com a estratégia de comunicação do Ministério da Saúde e demais entidades envolvidas para a veiculação de informações básicas (mensagens-chave) sobre a doença e as formas de contágio, além da disponibilização de fontes para imprensa. Dessa forma, o documento de Perguntas e Respostas elaborado pelo Ministério ficará disponível no site da Secretaria. A estratégia de comunicação implica também assimilar o público-alvo e as mensagens-chave que serão dirigidas a estes públicos, definidas pelo MS. 18 3.7.1.2 Público-Alvo e Objetivos de Comunicação População em geral – manter a população informada e evitar reações sociais contra os pacientes, motivadas pela desinformação; Profissionais de Saúde – além de serem informados, é preciso contribuir no esclarecimento dos profissionais sobre qual será a sua participação no processo e nos acontecimentos; Gestores da rede pública – contribuir na organização do setor e na manutenção de um discurso unificado com o governo federal; Viajantes e turistas – informar sobre sintomas e sobre pontos de apoio na rede pública para casos de suspeita da doença; Profissionais de portos e aeroportos – reforçar orientações importantes para a população; Redes Sociais – manter internautas informados e monitorar boatos e mensagens, respondendo quando necessário. 3.7.1.3 Mensagens-Chave O material de comunicação será construído para reforçar as seguintes mensagens: O acompanhamento e divulgação dos fatos terão absoluta transparência; O sistema de saúde pública está preparado para atender essa emergência de saúde; Todas as medidas necessárias à proteção da população brasileira estão sendo tomadas. 3.7.1.4 Medidas Estratégicas Definição de um único porta-voz sobre o assunto para não haver discordância de fala dentro da Secretaria e garantindo o alinhamento com as informações do MS e demais órgãos envolvidos. A comunicação direta à imprensa fica por conta do(a) secretário(a) ou outro a ser definido; 19 Serão avaliadas as mudanças de cenário, especialmente em caso de notificação de caso suspeito no estado, para possível realização de coletivas de imprensa para o anúncio dos cenários subseqüentes; Esgotar as dúvidas dos jornalistas, tanto em possíveis coletivas, quanto na relação cotidiana com profissionais da comunicação, reforçando a transparência e a firmeza sobre as declarações; Definir equipe específica na assessoria de comunicação para trabalhar no assunto. 3.7.1.5 Ações sugeridas Elaboração de material de apoio com síntese atualizada de cenários; Elaboração de artigos e releases; Treinamento de porta-voz; Monitoramento de mídia com atenção especial para mídia regional; Monitoramento de redes sociais, prevendo intervenções personalizadas das autoridades/porta-voz estadual com comentários para possíveis correções de informações; Reunião com equipe das coordenadorias regionais para compartilhar informações e alinhar atuação; Estabelecer parcerias com entidades de profissionais de saúde para criar canais de comunicação e informação; Abordagem a meios de comunicação regionais para sensibilizar e estabelecer um canal de confiança para informar sobre fatos novos, evitando pânico e a difusão de informações incorretas; Elaboração e divulgação de artigos de opinião para esclarecimentos sobre o tema; Entrevistas para reforço da comunicação em rádio. 3.7.2 ANVISA Encaminhar as demandas da mídia em geral (jornais, televisão, rádio, internet, etc.) relativas ao tema à Assessoria de Comunicação da Anvisa/ASCEC pelo telefone (61) 3462-5500 / 6710 de segunda a sexta e (61) 20 9674-8388 nos finais de semana e feriados ou pelo correio eletrônico [email protected]; 3.8 CAPACITAÇÕES A capacitação das equipes de atenção à saúde responsáveis pelo transporte e assistência direta ao paciente suspeito/confirmado de Ebola no uso e retirada dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é fundamental para minimizar a possibilidade de contágio dos profissionais do atendimento. O HNSC realizou treinamento de paramentação/desparamentação, de acordo com o protocolo da ANVISA, assim como o SAMU e os Pronto Atendimentos de Porto Alegre. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde realizará capacitação para os técnicos da Vigilância em Saúde das CRS e dos municípios prioritários em relação à DVE sobre o Plano de Ação do Estado do Rio Grande do Sul e seus componentes (Plano de Contingência Doença pelo Vírus Ebola - Ministério da Saúde e Nota Técnica ANVISA – EBOLA), além de outras atualizações importantes. O Núcleo de Educação em Urgências/NEU/SAMURS responsabiliza-se por organizar e realizar capacitação, segundo protocolos nacionais e Plano Estadual, para padronização da conduta na detecção e manejo da DVE, para profissionais do SAMU 192 de Rio Grande, bem como para os profissionais que atuam nas Unidades 24h, Unidades Básicas de Saúde e Pronto Atendimentos hospitalares do município. Responsabiliza-se, também pela capacitação dos médicos e enfermeiros reguladores da Central Estadual de Regulação das Urgências/SAMU e dos profissionais da Equipe Aeromédica Estadual. 21 4. ANEXOS 22 ANEXO 1 - ALGORITMO – DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA (DVE) PROCEDIMENTOS FRENTE A CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO DE DVE NO RS Autoridade Sanitária CASO SUSPEITO: Indivíduo procedente, nos últimos 21 dias, de país com transmissão disseminada ou intensa de Ebola* que apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como: diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. * Libéria, Guiné e Serra Leoa Atualização: 10/10/2014 SVS Resp:_Ministério da Saúde Tel: 0800 644-6645 ANVISA Resp: CVPAF/RS Tel:(51) 9144-5444 e 3228-8371 Presença de caso suspeito de Ebola em Aeroporto, Porto, Serviço de Saúde, ou outro local SES – Vigilância em Saúde Resp: CEVS Tel: 150 ou (51) 8501-6872 SMS – Vigilância em Saúde Resp: CGVS/SMS POA Tel: (51) 3289-2471 /72 NOTIFICAÇÃO IMEDIATA Autoridade Sanitária Isolamento do Paciente. Contatar SAMU 192 Seguir Protocolo SVS “Remoção após definição com a Autoridade Sanitária” Avaliação epidemiológica – considerar: procedência do caso, seguir Protocolo SVS NÃO “Discussão entre as Autoridades Sanitárias” NÃO SUSPEITO Paciente com condição de transferência e já confirmação de aeronave para transporte. Remoção ao Hospital de Referência Estadual – GHC Seguir Protocolo SVS e do GHC SIM Encerrar o caso Resp: Telefonista GHC Tel: (51) 3357-2000 Autoridade Sanitária entrevista possíveis contactantes e mantem monitoramento. Seguir Protocolo SVS Manter paciente até que seja possível a transferência Comunicação Todas as notificações de suspeita devem gerar avaliação quanto à comunicação de risco. Tanto para casos descartados como os que se enquadrem na definição de suspeitos. Coleta de Amostra e teste de Malária – GHC e IPB-LACEN Resp: IPB-LACEN/RS Tel: (51) 3288-4099 1 Envio da Amostra ao IEC SIM Autoridade Sanitária aciona transporte aéreo para hospital de referência nacional Resp: SVS/ MS Tel: 0800 644-6645 Contatar SAMU 192 ANEXO 2 - INFORME SOBRE DOENÇA PELO VÍRUS EBOLA PARA VIAJANTES Caso você apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de fraqueza, vômito, diarreia, sangramento, manchas no corpo ou tosse, entre em contato com as autoridades de saúde no Rio Grande do Sul pelo telefone 150 do Disque Vigilância e informe os países em que esteve. If you have sudden onset of fever, may also be accompanied by weakness, vomiting, diarrhoea, bleeding, body stains or coughing, contact with health authorities in Rio Grande do Sul by calling 150 Surveillance Dial and inform the country where you have been.