12
1 INTRODUÇÃO
Segundo Tavares (1973, p. 13), Biblioteca Escolar é “[...] uma instituição
de serviços a apoiar a escola, proporcionando materiais para todos os temas e para
todos os interesses dos usuários.”1
Uma biblioteca escolar deve contar com profissionais capacitados e com
um acervo adequado, pois, representando um poderoso instrumento, para atuar com
a equipe pedagógica escolar, na elaboração de programas bem planejados, cujo
ideal deve ser o de possibilitar o desenvolvimento do ensino-aprendizagem do aluno.
Dentre outros, são objetivos da biblioteca escolar, atender aos seus
usuários fornecendo informação e despertar o gosto pela leitura. Este estudo tem
por finalidade analisar: Em que medida a atuação do bibliotecário está contribuindo
no aprendizado escolar?
A atuação do bibliotecário escolar contribui para o processo de ensinoaprendizagem na medida em que fornece informações para atendimento das
pesquisas escolares e realiza atividades de incentivo à leitura. A satisfação dos
usuários, sejam eles docentes ou alunos, equipe pedagógica ou direção, deve ser a
diretriz norteadora das atividades desenvolvidas pelo bibliotecário escolar. Nesse
sentido, o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário deixa de ser visto somente como
organização de uma unidade informacional; passa a ser visto também como um
educador dentro da escola.
Este trabalho foi desenvolvido na Biblioteca Escolar “Sônia de Freitas
Castro”, inserida em uma escola de rede Municipal de Formiga que atende alunos
do ensino fundamental. Essa biblioteca foi fundada em setembro de 1992, na Escola
Municipal Miralda da Silva Carvalho e está situada na Rua Suíça, 300, Bairro Nossa
Senhora de Lourdes, em Formiga-MG.
A finalidade do estudo consistiu em verificar a função do bibliotecário
como contribuinte no processo educacional, incentivando o hábito de leitura e
auxiliando na realização das pesquisas escolares e mostrar o papel do bibliotecário
____________
1
TAVARES, Denise Fernandes. Biblioteca escolar: conceituação, organização e funcionamento,
orientação do professor. São Paulo: Lisa–Livros Erradicantes, 1973. 191 p.
13
como mediador na educação dos alunos e o auxílio que ele presta aos professores
com suas atividades desenvolvidas na biblioteca escolar.
A relevância da análise da atuação do bibliotecário e sua contribuição no
aprendizado escolar são fatores que justificam a realização do estudo. Assim,
pretendeu-se fazer um levantamento relativo à atuação do profissional da
informação na biblioteca escolar, para verificação de erros e acertos em sua prática
profissional como colaborador no processo de ensino-aprendizagem do aluno.
A experiência proporcionada pelo estágio em bibliotecas escolares,
presenciando e colaborando no processo escolar dos alunos, foi o impulso
motivador para a realização do estudo. O aprendizado obtido, observando e
colaborando na biblioteca escolar, durante as atividades de estágio, contribuiu para
a percepção de que a função do bibliotecário escolar vai além da organização do
acervo e do oferecimento de informações quando solicitadas. Ele é parte integrante
do processo educacional, devendo transformar o ambiente da biblioteca em mais um
espaço de aprendizado agradável de ser utilizado e onde as necessidades de
informação de todos que atuam na escola devam ser atendidas.
O objetivo geral deste estudo consistiu em: verificar como o profissional
Bibliotecário da escola “Sônia de Freitas Castro” está contribuindo para o ensinoaprendizagem do aluno. Como objetivos específicos, buscou-se:
a) caracterizar a biblioteca escolar;
b) analisar a contribuição do bibliotecário como mediador na ação
educacional da escola;
c) verificar a existência do reconhecimento do papel do bibliotecário pela
equipe pedagógica da escola.
A necessidade de realização deste estudo explica-se, pela importante
função do bibliotecário como contribuinte no processo educativo, incentivando o
hábito de leitura e auxiliando na realização das pesquisas escolares.
Espera-se que os dados coletados, na literatura e in loco, possam
colaborar para demonstrar o enriquecimento do processo ensino-aprendizagem dos
alunos e demais usuários atendidos pela biblioteca investigada, por meios da
atuação do bibliotecário. Assim, espera-se buscar a devida valorização dos outros
segmentos da escola e para posterior estudo de cunho cientifico. O profissional
14
bibliotecário tem se tornado um parceiro nas instituições de ensino, e se tornam
instrumentos de relevante importância no processo educacional de crianças, jovens
e adultos.
Esta pesquisa concentra-se, no segundo capítulo, na biblioteca escolar
seu funcionamento, sua organização e seus objetivos, e com o surgimento das
novas tecnologias e da internet que vieram romper a visão tradicionalista de fontes
de informação apenas impressas, agilizando o processo de busca, mas, ao mesmo
tempo, exigindo-se do bibliotecário que exerça o papel de filtrar a informação que é
disponibilizada em grande quantidade, mas nem sempre com a confiabilidade
necessária. A Lei n. 12.244 que regula a profissão e a Lei n. 4.084 que fala das
funções dos bibliotecários, são mencionadas.
Já no terceiro capítulo, apresenta-se a contribuição da ação do
bibliotecário no processo de ensino-aprendizagem do aluno, citando as leis da
profissão. O bibliotecário mediador atua no processo de aprendizagem. Os
estudantes têm que aprender na escola, mas é na sociedade que a cidadania é
colocada em prática, quando é capaz de lutar pelos seus direitos, mas cumpre os
deveres com responsabilidade e ética.
E no quarto capitulo, discute-se a contribuição do profissional da
informação no espaço escolar, dando suporte à equipe pedagógica escolar. E como
a direção da própria escola reconhece esta prática que o bibliotecário desenvolve
junto a comunidade, tendo apoio institucional e pedagógico da ação mediadora junto
a escolar, ao docente e ao discente, como uma parceria entre biblioteca e escola
otimizando o processo de ensino-aprendizagem.
O quinto capítulo expõe da metodologia da pesquisa, enquanto os
resultados são apresentados em forma de gráficos e discutidos no capítulo seis.
Finalmente, o último capítulo apresenta a conclusão deste trabalho.
Espera-se que este estudo possa servir de esclarecimentos sobre a
atuação do bibliotecário em biblioteca escolar e sua influência no processo de
ensino-aprendizagem.
15
2 BIBLIOTECA ESCOLAR
A
escola,
como
espaço
de
transmissão
e
transformação
do
conhecimento, tem a necessidade de utilizar todos os recursos disponíveis,
englobando-se os recursos humanos, didáticos e materiais para que á educação se
desdobra de maneira integral. Dentre estes recursos, destaca-se a biblioteca, peça
auxiliar na educação dos alunos.
As mudanças nos modos de ensinar e aprender devem ser analisadas a
partir de um contexto mais amplo, que envolve novas práticas sociais e
culturais. Os alunos mudaram, novos ambientes de aprendizagem surgiram
e a construção do conhecimento ocorre de forma muito diversa do passado.
Nesse cenário, a transmissão do saber não depende mais só do professor.
(RAMAL; BUFFARA, 2007/2008, p. 24).2
O bibliotecário escolar torna-se assim um poderoso auxiliar do professor
nessa era da interatividade, cabendo-lhes, como educadores, atuar conjuntamente
no planejamento de estratégias de ensino e pesquisa que permitam aos alunos “[...]
empreender, de maneira autônoma e integrada, os próprios caminhos da
construção do conhecimento.” (RAMAL; BUFFARA, 2007/2008, p. 24).
Segundo Tavares (1973, p. 13), Biblioteca Escolar é “[...] uma instituição
de serviço com objetivos a apoiar a escola, proporcionando materiais para todos os
temas e para todos os interesses dos usuários.”
Outra definição de biblioteca escolar, é apresentada na nova Lei nº
12.244/2010: “Art. 2o - Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a
coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer
suporte destinados à consulta, pesquisa, estudo ou leitura.”3
De acordo com o Manifesto IFLA/UNESCO (2000, p. 2), estão entre as
missões da Biblioteca Escolar:
O oferecimento de serviços de aprendizagem, livros e outros recursos à
toda a comunidade escolar, sem distinção de idade, raça,
____________
2
RAMAL, Andrea; BUFFARA, Paula. Muito além do quadro-negro. Pátio: revista pedagógica, Porto
Alegre, v. 11, n. 44, p. 24-27, nov./jan. 2007/2008.
3
BRASIL. Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm>. Acesso em: 10 out. 2010.
16
sexo, religião, nacionalidade, língua e situação social, para que desenvolva
pensamento crítico e utilizem de maneira eficaz, a informação.4
Segundo Simão, Shercher e Neves (1993, p. 13): “A Biblioteca Escolar é
geralmente a primeira e a única biblioteca conhecida pela maioria das crianças das
classes populares.”5 Por isso, ela é uma parte vital da escola e desempenha
importantes papéis educativos, formativos e informativos.
No entanto, a Biblioteca Escolar brasileira, principalmente das escolas
públicas, estão em situação caótica, sem profissional qualificado para os serviços,
alocadas em porões, livros colocados ao chão e muita umidade, entre outros
problemas. (FRAGOSO, 2002).6
O funcionamento da biblioteca na escola depende do sistema educativo,
que nem sempre contribui para as práticas biblioteconômicas. Sendo assim, a
organização e o funcionamento das bibliotecas vão sendo ameaçados, perdendo a
credibilidade por parte dos professores e outros elementos da comunidade. Em
muitas escolas, esta é a realidade, não cumprem mais seus papéis no ensino e
aprendizagem das crianças e adolescentes.
Segundo Prado (1992, p. 3): “Ao pretendermos organizar uma Biblioteca
precisamos considerar dois aspectos básicos: o intelectual e o material.” 7 O aspecto
intelectual está ligado ao atendimento aos usuários que podem ou não ter
características em comum. O material refere-se ao processamento técnico do acervo
para um atendimento mais ágil e satisfatório aos seus usuários.
Uma Biblioteca Escolar, para atingir seus objetivos, precisa desenvolver
atividades culturais e informacionais, para e com seus usuários.
Vive-se o que Browning (2002, p. 6) chamou de “[...] era das bibliotecas
sem paredes para livros sem páginas [...].” As novas tecnologias estão criando os
sinais que começam a redefinir novas formas de informação e comunicação, bem
como a cultura e os comportamentos decorrentes desse cenário, sem precedentes.
Além de se trabalhar em bibliotecas sem muros, cada vez mais conectados com o
____________
4
MANIFESTO IFLA/UNESCO para bibliotecas escolares. São Paulo, IFLA, 2000. Disponível em:
http://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf. Acesso em: 13 out. 2010
5
SIMÃO, Maria Antonieta Rodrigues; SHERCHER, Eroni Kern; NEVES, Iara Conceição
Betencurt. Ativando a biblioteca escolar: recursos visuais para implantação a interação
Biblioteca-usuário. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 1993.
6
FRAGOSO, Graça Maria. Biblioteca na escola. Rev. ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v. 7, n.1, 2002.
7
PRADO, Helóisa de Almeida. A organização e administração de biblioteca. 2. ed. São
Paulo: T. A. Queiroz, 1992.
17
mundo, com todos os setores das instituições onde se atua e com outras unidades
de informação estabelecendo redes formais e informais, a valorização do
profissional depende de sua capacidade de ter curiosidade, de estar em contato com
outros profissionais, fazendo com que o objetivo em contribuir com o ensinoaprendizagem do aluno seja alcançado, fazendo com que os bibliotecários se sintam
satisfeitos com suas atuações.
“As novas tecnologias ajudam a romper com a visão cristalizada do
professor [e do bibliotecário] como provedor(es) de informação e do aluno como
usuário consumidor.” (LITWIN, 2007/2008, p. 17).8
É preciso construir novos
cenários educativos, revendo-se criticamente os papéis dos educadores, docentes e
bibliotecários, e dos alunos. Há um entrelaçamento de funções na maneira como se
constrói o conhecimento, no qual a partir da expansão da internet, as tecnologias
asseguram a provisão de informação permanentemente atualizada. Ao mesmo
tempo, em que um fluxo enorme de informações é disponibilizado, cresce a
responsabilidade dos bibliotecários em ensinar ao aluno estratégias de pesquisas
para filtrar as informações mais relevantes e que apresentam um cunho científico.
Segundo Lemos et Al. (2007, p. 1): “A atuação da Biblioteca Escolar na
vida da criança é de extrema importância para o incentivo à leitura e o
desenvolvimento dos leitores.”9
As transformações que se vive na profissão e nas unidades de
informação, no contato com os usuários instigados e impulsionados pelas novas
tecnologias e, principalmente, pela internet representam um desafio considerável
para o desenvolvimento do gosto de literatura. Afinal, competir com jogos eletrônicos
não é tão fácil ou simples: exige-se criatividade dos bibliotecários para propor
atividades atraentes de valorização do livro e da leitura.
É necessário não esquecer, que o trabalho de informar é uma troca – é
através desta troca que se cresce, e que se obtém mais informações. A missão dos
bibliotecários é facilitar aos indivíduos o acesso à informação e possibilitar, desta
forma, o desejo de aprender, de discutir, enfim, a formação do conhecimento ou o
conhecimento em formação. Dessa forma, sua missão como agentes de
transformação social são plenamente realizadas.
____________
8
LITWIN, Edith. Critérios para análise das tecnologias. Pátio: revista pedagógica, Porto Alegre, v. 11,
n. 44, p.16-19, nov./jan. 2007/2008.
9
LEMOS, Charlene et al. A biblioteca e a educação, São Paulo, ano 7, n. 40, 2007. Disponivel em:
<http://www.eca.usp.br/njr/voxscientiae/gisele_aguiar_40.htm>. Acesso em: 15 abr. 2010.
18
Para conseguir sucesso em uma organização, devem ser estabelecidos
princípios, ou seja, um caminho a ser seguido. O planejamento é fundamental para o
alcance dos objetivos da organização:
O administrador precisa estar capacitado a dominar as finalidades e as
necessidades, sabendo aproveitar todas as oportunidades que lhe garantam
o sucesso do empreendimento; deve definir com clareza os problemas que
sempre surgem no trabalho de direção e deve possuir suficiente agilidade
mental para tomar decisões rápidas e certas, encontrando meios de
resolver dificuldades. (PRADO, 1992, p. 5).
A Biblioteca Escolar quase sempre não dispõe de um profissional com
formação específica para gerenciá-la. Neste caso, esta função é desempenhada por
professores em desvio de função profissional, esperando para se aposentar ou com
algum problema de saúde que o impossibilita de lecionar, ou este serviço é
realizado por estagiários que exercem trabalho voluntário ou prestam serviço
através de parcerias com as Universidades.
Em relação à atuação de bibliotecário nas bibliotecas escolares foi
sancionada a Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010,
que dispõe sobre a
universalização das bibliotecas nas instituições de ensino públicas e privadas do
País e obriga todas as bibliotecas escolares, num prazo de dez anos para seu
efetivo cumprimento, a terem um profissional habilitado em biblioteconomia para o
exercício profissional:(BRASIL, 2010, p. 1, grifo nosso):
o
Art. 3 Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços
progressivos para que a universalização das bibliotecas escolares, nos
termos previstos nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos,
os
respeitada a profissão de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis n 4.084, de
30 de junho de 1962, e 9.674, de 25 de junho de 1998.
A Lei também determina as funções do bibliotecário escolar de ser
responsável pela manutenção, organização e atualização do acervo:
Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no
mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo
sistema de ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua
realidade, bem como divulgar orientações de guarda, preservação,
organização e funcionamento das bibliotecas escolares.
Saber a importância da Biblioteca Escolar não basta, é preciso investir em
sua organização, na sua mão de obra especializada, reconhecer seus valores
dentro do processo educacional.
19
Portanto, a Biblioteca Escolar para planejar e executar suas atividades
deve ser flexível, ser bem organizada para fornecer informações de forma
satisfatória e, assim, contribuir na aquisição do conhecimento.
2.1 Biblioteca escolar: pilar pedagógico
A biblioteca escolar é uma necessidade, pois não constitui uma entidade
independente, mas um complemento da escola. Se a escola inicia o aluno na
instrução, a biblioteca a complementa. Sua função é a de agente educacional,
proporcionando enriquecimento da cultura do aluno nos diferentes campos,
oportunidade para o seu desenvolvimento social e intelectual, e horas de distração
através de livros de leitura recreativa, de muito bom resultado quando bem dirigida.
Ensino e biblioteca são instrumentos complementares [...], ensino e
biblioteca não se excluem, completam-se. Uma escola sem biblioteca é
instrumento imperfeito. A biblioteca sem ensino, ou seja, sem a alternativa
de estimular, coordenar e organizar a leitura, será por seu lado,
instrumento vago e incerto. (CORRÊA, 2002, p. 111).10
No entanto, não se pode falar em suas funções, e deixar de falar nos
programas de incentivo a leitura, programas que estimulam a freqüência e utilização
da biblioteca possibilitando a interação entre professor, bibliotecário e alunos.
O bibliotecário escolar deve desempenhar diferentes funções para
estimular o gosto pela leitura, instigar a curiosidade pela busca de informação e
apoiar os serviços pedagógicos.
Quando integrado ao ambiente escolar, a biblioteca escolar representa
um espaço onde se encontram diversas fontes de informação, acessíveis, para
atender variados tipos de usuários presentes no cotidiano escolar trabalhando junto
aos professores, atuando de acordo com as necessidades de sua clientela, lançando
mão de seus recursos, a biblioteca escolar está buscando o alcance de seus
objetivos primordiais: contribuir na aquisição do conhecimento e incentivar o gosto
pela leitura.
Evidencia também o Manifesto da IFLA/UNESCO (2000, p. 2):
____________
10
CORRÊA. Elisa Cristina Delfini et al. Bibliotecário escolar: um educador. Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 107-123, 2002.
20
[...] está comprovado que quando os bibliotecários e os professores
trabalham em conjunto, os estudantes alcançam níveis mais elevados de
liderança, leitura, e escrita, aprendizagem, resolução de problemas, uso da
informação e das tecnologias de comunicação e informação. 11
O bibliotecário deve apoiar as atividades docentes dos professores,
oferecendo
recursos informacionais
que complementem os conhecimentos
disseminados nas salas de aula.
Nos últimos anos, os programas escolares têm-se alargado de tal modo
que é preciso investir no reconhecimento e no acesso de múltiplas fontes de
informação, que depois de recuperadas, precisam ser filtradas, de acordo com sua
credibilidade cientifica e o nível de assimilação do aluno. A biblioteca escolar vem
justamente oferecer solução a esta dificuldade, já que deverá estar equipada para
auxiliar os estudantes em seus trabalhos escolares, e porque seus objetivos devem
estar intimamente relacionados com a escola.
São objetivos da Biblioteca Escolar: (SANTOS,1973):12
a) tornar-se um campo para exploração e enriquecimento cultural;
b) difundir a boa leitura;
c) orientar no uso do livro, visando à pesquisa e à educação
individual;
d) criar um ambiente favorável à formação do hábito de leitura.
Com estes objetivos, ela será indiscutivelmente um importante e
excelente instrumento de educação, e dará, mesmo, maior dimensão ao processo
de aquisição de conhecimento. Entretanto, para que este ideal se torne realidade, é
indispensável haver colaboração entre professores e o bibliotecário. É preciso
planejar, gerenciar e avaliar com precisão os processos de formação que envolvem
novos ambientes de aprendizagem, embasados em um trabalho cooperativo entre
professores e bibliotecários.
O professor precisa conhecer o que a biblioteca possui com relação à sua
disciplina ministrada e oferecer aos alunos problemas de pesquisa acompanhados
____________
11
UNESCO/IFLA. Diretrizes para Biblioteca Escolar. 2002. Disponível em:
< http://archive.ifla.org/VII/s11/pubs/SchoolLibraryGuidelines-pt_BR.pdf >. Acesso em: 6 out. 2010.
12
SANTOS, Inacia Rodrigues dos. A biblioteca escolar e atual pedagogia brasileira. Revista de
Biblioteconomia de Brasília, Brasília, DF, v. 1, n. 5, p. 145-149, jul./dez, 1973.
21
de bibliografias. Daí a importância, já destacada, de cuidar-se da publicidade da
biblioteca por meio de divulgação de boletins, listas de aquisições entre outras
atividades. O professor que demonstrar entusiasmo pela biblioteca dará vida ao
trabalho escolar e seu exemplo como usuário da biblioteca será de grande valia por
estimular a participação dos alunos nas atividades programadas e executadas pela
biblioteca escolar.
Contando com esta colaboração, que poderia ser chamada de pedra
fundamental do trabalho da biblioteca escolar, o bibliotecário poderá executar seu
papel com maior eficácia. A influência do bibliotecário será sentida quer no arranjo
da sala, na disposição dos móveis, quer na seleção do acervo e ainda no
tratamento dos leitores.
É na biblioteca escolar, nos primeiros anos do ensino fundamental, que se
inicia o contato com os livros, esta é uma afirmação coerente. Mas o simples contato
não é o suficiente, é preciso um envolvimento mais amplo entre poder público,
diretores de escolas, família, alunos e comunidade. Lemos et al. (2007, p. 1), faz, o
que na verdade, pode-se chamar de um desabafo:
Apesar da conscientização de que a biblioteca é um instrumento relevante
na escola para a formação de leitores, temos observado uma atuação
contrária das autoridades públicas, dirigentes das escolas, professores e
bibliotecários. Professores atuando isoladamente, no incentivo a leitura,
bem como, os bibliotecários em suas respectivas bibliotecas. Ações
isoladas não levarão os alunos a buscarem o livro por prazer ou a terem
paixão pela leitura; pelo contrário, os alunos irão até a biblioteca para o
cumprimento de suas tarefas escolares ou simplesmente para a cópia de
13
verbetes em enciclopédias.
Atualmente, a Biblioteca Escolar tem a necessidade de oferecer o uso da
internet aos usuários, pois a rede facilita a comunicação, e visto que a biblioteca
precisa oferecer fontes de consulta diferenciada. O uso de tecnologias na biblioteca
diversifica a educação e dá oportunidade aos usuários de conhecer algumas bases
de dados, desenvolvendo assim, a prática da pesquisa. Nelas, a informação é
acessada aproximando o usuário do mundo da informação trazendo-o ao seu
alcance. Com o uso correto destas informações obtidas na internet oportuniza se a
aprendizagem, ao favorecer alguns aspectos, segundo Sancho (2006):14
____________
13
LEMOS, A. A. B. de. Bibliotecas. In:______. Formas de expressão do conhecimento: introdução
ás fontes de informação. Belo Horizonte: Escola de Biblioteconomia da UFMG, 1998. 414 p.
14
SANCHO, Juana Maria; HERNANDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a educação.
Porto Alegre, Artmed, 2006.
22
a) aumenta-se a bagagem cultural;
b) desenvolve-se autonomia;
c) permite-se a interação com outras escolas;
d) estimula-se o raciocínio;
e) coloca-se o usuário em contato com outras linguagens.
A aprendizagem na biblioteca a partir do uso das novas tecnologias deve
ser explorada para que aconteça uma construção do próprio conhecimento pelo
usuário. No entanto, não adianta somente instalar máquinas na biblioteca, para que
se introduza tecnologia, é necessário que haja participação de todos os
educadores da escola para que seja favorecida a interação com os alunos.
Na IV mostra de pesquisa da Pós-graduação na PUCRS, foi apresentada
uma dissertação de mestrado, defendida em janeiro de 2010, que relata a validade
do curso de formação do mediador de leitura literária e também, destaca a
importância de o professor responsável pela biblioteca escolar realizar um trabalho
significativo, oportunizando, às crianças e aos jovens, com os quais trabalham,
contato com obras literárias de qualidade, e, assim, incentivar a leitura na escola.
Portanto, o que se pretendeu foi conscientizar o papel fundamental que o
profissional exerce na formação de leitores.15 Por essas vias, atingir-se-á o objetivo
da pesquisa, que é a atuação do bibliotecário em contribuir na mediação de leitura
literária no espaço da biblioteca escolar.
Como foi citado no trabalho pesquisado, acima, pode-se comprovar que
não há bibliotecário atuando e sim o próprio professor que se torna responsável
pela biblioteca.
Diante disso, entende-se a importância de o mediador, que pode ser tanto
o bibliotecário como o professor, tornar a prática de leitura algo prazeroso e não
mecânico, pois precisa criar o gosto pela leitura em seus alunos por meio de
atividades significativas,
Portanto:
____________
15
LOURENÇO, Katiane Crescente. Biblioteca escolar: a formação do mediador de leitura literária. In:
MOSTRA DE PESQUISA DA PÓS-GRADUAÇÃO, 4. , [19--?], [S. l.]. Anais... [S.l.]: Ed. da PUCRS,
[19--?].
23
Não se deve esquecer que interesse também se cria, se suscita e se educa
e que em diversas ocasiões ele depende do entusiasmo e da apresentação
que o professor faz de uma determinada leitura e das possibilidades que
16
seja capaz de explorar. (SOLÈ, 1998, p. 43).
Com base nessa afirmativa, compreende-se que “[...] um professor
precisa gostar de ler, precisa ler muito, precisa envolver-se com o que lê [...]”, pois
só assim, fará com que seus alunos se tornem leitores. (LAJOLO, 1997, p. 108).17
2.2 Bibliotecário escolar
Para cada tipo de organização e profissão, é necessário que se tenha
conhecimento para poder operar as tarefas que lhe são peculiares, quer sejam
técnicas ou específicas. Para isso, o bibliotecário é o profissional adequado para se
trabalhar em unidades de informação ou bibliotecas, sejam elas de qualquer
natureza, até mesmo porque investiu numa especialização para ter uma atuação
direcionada a determinadas atividades.
O bibliotecário deve se perguntar qual seu papel, como o usuário da
biblioteca o percebe, entre outras questões. (CALDIN, 2005, p. 165).
18
Elemento
fundamental para qualquer tipo de biblioteca e muitas vezes as autoridades
governamentais insistem em não reconhecer a importância desse profissional, por
exemplo, burlando as leis da legislação número 4.084/62 sobre “O exercício da
Profissão do Bibliotecário e das suas Atribuições”, como afirma Ferreira (2000). 19
É necessário que a biblioteca esteja sob a administração de um
profissional competente, que é o bibliotecário. Silva (1995, p. 75) discorre a
respeito do papel do bibliotecário e afirma que a este não deve cair a inteira
responsabilidade pela biblioteca escolar, que
____________
16
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 3. ed. São Paulo: Ática, 2007.
18
CALDIN, Clarice Fortkamp. Reflexões acerca do papel do bibliotecário de biblioteca escolar.
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 163-168, 2005.
19
FERREIRA, R. S. A sociedade da informação no Brasil: um ensaio sobre os desafios do Estado.
Ciência da informação. Brasília,DF, v. 32, n. 1, p. 36-41, jan./abr. 2003.
17
24
[...] toda a comunidade escolar precisa atuar dentro da mesma. Ele
menciona que deve ser assim, para que não aconteça de o bibliotecário
pensar que é proprietário da unidade de informação, como se ninguém
20
além dele pudesse interferir na biblioteca.
É preciso que o bibliotecário escolar desenvolva atividades que sejam
compatíveis com os interesses da clientela a ser atendida, e a equipe pedagógica
deve participar do processo de seleção do acervo.
É importante que não se executem os serviços de processamento técnico
da coleção de forma robótica, mas leve em conta “[...] as características e
limitações dos usuários da biblioteca.” (SILVA, 1995, p. 75). Esclarece, ainda, que
se deve evitar o “tecnicismo alienante” e procurar equilíbrio entre as atividades
técnicas e outras que dizem respeito à biblioteca.
O bibliotecário deve lutar por recursos para a unidade de informação, mas
a responsabilidade não deve ficar a ele limitada, “[...] mas também a direção da
escola, os professores, os estudantes e os pais.” (SILVA, 1995, p. 76).
É também de sua competência orientar os usuários quanto ao
funcionamento da biblioteca, a disposição da coleção nas estantes, o horário de
funcionamento e principalmente estimular o interesse pela leitura.
É necessário, ainda, que este profissional entenda cada aluno com suas
idiossincrasias, se empenhe para encontrar a informação adequada para o
estudante; e juntamente com o professor, mostre ao aluno como consultar os
materiais, ensinando-os sobre as características de cada tipo de documento e suas
finalidades, esteja ele em meio impresso, audiovisual ou eletrônico/virtual; precisam
formar parcerias para promover atividades que promovam a independência do
estudante na identificação, localização, seleção e uso da informação.
Para o bibliotecário, o futuro da profissão está em jogo. Em uma
sociedade saturada de informações, não basta dedicar-se à promoção da leitura,
mas,
assumir
papel
de
liderança
e
estimular,
no
usuário,
habilidades
informacionais. “Nossos alunos têm que acordar para essa realidade e se preparar
para esse desafio”, afirma a pesquisadora Bernadete Campello, uma das
____________
20
SILVA, Waldeck Carneiro da. Miséria da biblioteca escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
25
fundadoras do Grupo de Estudo em Biblioteca Escolar (Gebe/ECI/UFMG), que no
ano de 2008 completou uma década de trabalho.21
Através da análise dos diversos serviços prestados pelo bibliotecário,
busca-se avaliar a contribuição dos serviços e produtos na busca e recuperação da
informação na biblioteca. Figueiredo (1991, p. 45) esclarece que para que os
serviços do bibliotecário em relação ao ensino-aprendizagem do aluno sejam
satisfatórios em ambas as partes, tanto para a unidade de informação quanto para
os usuários, que se conheçam “[...] quem são esses usuários e de que tipo, níveis,
validade de informação necessitam para apoiar as suas diferentes atividades.”
Para Amato e Garcia (1989, p. 11):
A Biblioteca Escolar é o setor dentro de qualquer instituição de ensino
fundamental e médio, que dedica cuidados especiais à criança e ao
adolescente. Desta forma, estes são um dos meios educativos, ou seja, um
recurso indispensável para o desenvolvimento do processo ensinoaprendizagem e formação de educando. 22
Portanto, deve ser um espaço aberto, de livre acesso e desempenhar
funções específicas dentro da estrutura escolar, como participar do planejamento
pedagógico das programações culturais e técnicas escolares.
Conforme afirma Fragoso (1994): “A ação dinâmica da biblioteca deverá
servir ao programa escolar, daí a necessidade de atividades em grupos, tais como:
dramatizações, jogos, hora do conto.”23
Cysne (1993, p. 75) reforça esta função:
Estando em íntimas e inseparáveis relações com o mundo, o homem,
através do trabalho, vai produzindo um conhecimento de si e de sua
realidade social, o mundo. É só desta forma, no movimento de produção do
saber pelo fazer do dia-a-dia, que o homem pode tomar consciência de si e
do mundo em que vive. Este processo de conhecimento e a compreensão
da ação do homem pelo próprio homem dão as condições objetivas e
24
subjetivas para que a realidade seja apreendida e transformada [...]
____________
21
CAMPELLO, Bernadete Santos. Letramento informacional: praticas educativas de bibliotecários
em escolas do ensino básico. Belo Horizonte: [s. n.] 2009.
22
AMATO, Mirian; GARCIA, Neise Aparecida Rodrigues. A biblioteca na escola. In: ______ NERY,
Alfredina et al. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, 1989. p. 9-23.
23
FRAGOSO, Graça Maria. Biblioteca e escola: uma atividade interdisciplinar. Belo Horizonte: Lê,
1994.
24
CYSNE, Fátima Portela. Biblioteca: dimensão social e educativa. Fortaleza: Ed. da UFC, 1993.
26
Portanto, a construção do conhecimento de cada indivíduo se faz na
interação com outros seres humanos, na reflexão das experiências vivenciadas, no
cotidiano.
.
27
3 A CONTRIBUIÇÃO DO BIBLIOTECARIO COMO MEDIADOR NA AÇÃO
PEDAGOGICA DA ESCOLA
Para que se possa falar sobre a contribuição do bibliotecário como
mediador, é preciso que se elabore uma auto-avaliação da biblioteca escolar. Sendo
assim pode-se analisar um modelo a seguir, idealizado por Santana (2007), o qual
esclarece que a avaliação de biblioteca escolar deve considerar dois pressupostos:
a) deve-se questionar que impacto qualitativo tem a biblioteca nas suas
atitudes, nos valores e no conhecimento dos nossos utilizadores;
b) mais do que os serviços e o funcionamento, a biblioteca deve procurar
desempenhar um papel estruturante na formação do conhecimento do
aluno, indagando: o que é? O que quer ser?
O conceito de avaliação deve abranger:
a) abordagem essencialmente qualitativa;
b) entendida como processo e não algo ocasional;
c) indicadores de desempenho,
-envolve os utilizadores;
-analisa processos e identifica os impactos;
-permite ver o que está a ser bem feito e o que é preciso melhorar.
O modelo de avaliação representa:
a) não é uma ameaça, mas sim uma oportunidade;
b) instrumento de regulação e de melhoria contínua;
c) aliança entre prática e análise reflexiva;
d) processo
de
auto-responsabilização
–
direção
escola/professores/biblioteca escolar;
e) conduz a reflexão e origina a mudança;
f) contribui para a afirmação e reconhecimento da biblioteca escolar.
da
28
E com este modelo de avaliação apresentado, uma das características
mais marcantes da chamada Sociedade da Informação é o extraordinário
desenvolvimento das tecnologias, que tem afetado todas as áreas do conhecimento,
inclusive a educação.
A Sociedade da Informação é um conceito utilizado para descrever uma
sociedade e uma economia que faz o melhor uso possível das Tecnologias
de Informação e Comunicação no sentido de lidar com a informação, e que
toma esta como elemento central de toda a atividade humana. (CASTELLS,
2001 apud GOUVEIA, 2004, p. 3).25
A Sociedade da informação está baseada nas Tecnologias de Informação
e Comunicação que envolve a aquisição, o armazenamento, o processamento e a
distribuição da informação por meios eletrônicos, como rádio, televisão, telefone,
computadores, entre outros. (GOUVEIA, 2004, p. 1).26
Gouveia e Gaio (2004 apud GOUVEIA, 2004) apresentam suas
características básicas:
a) utilização da informação como recurso estratégico;
b) utilização intensiva das tecnologias de informação e comunicação;
c) baseada na interação entre indivíduos e instituições ser
predominantemente digital;
d) recorrer a diversas formas de ”fazer as (mesmas e novas) coisas”,
baseadas no digital.27
A rede internet, o DVD e a transmissão de dados por satélite são talvez
os exemplos mais notórios de como a educação pode ser beneficiada com a adoção
de novas tecnologias da informação. E mesmo que uma determinada escola tenha
pouco ou nenhum recurso tecnológico, o mundo já está preparando os estudantes
para serem condutores desses avanços.
O processo de aprendizagem, a partir de uma ampla variedade das fontes
de informação vem se transformando no grande desafio para as escolas neste novo
25
cenário. Não basta mais que o aluno aprenda a ler e escrever: é preciso ir além. É
____________
CASTELLS, M. Internet galaxy: reflections on the internet, business and society. [London]: Oxford
Press, 2001. Disponível em: <http://www2.ufp.pt/~lmbg/reserva/lbg_socinformacao04.pdf>. Acesso
em: 25 out. 2010.
26
GOUVEIA, Luis Manuel Borges. Sociedade da informação: notas de contribuição para uma
definição operacional. [S. l.: s. n.], 2004. Disponível em:
<http://www2.ufp.pt/~lmbg/reserva/lbg_socinformacao04.pdf>. Acesso em: 25 out. 2010.
27
GOUVEIA, L.; GAIO, S. (Org.). Sociedade da informação: balanço e oportunidades. [S. l.]: Ed. da
Universidade Fernando Pessoa, 2004. Disponível em:
<http://www2.ufp.pt/~lmbg/reserva/lbg_socinformacao04.pdf>. Acesso em: 25 out. 2010.
29
preciso fazer com que os estudantes aprendam a conviver em um ambiente
tecnológico onde a informação está em constante mudança, a filtrar as informações,
selecionando aquelas que são mais relevantes e que estão dispersas no ambiente
virtual ou bibliográfico.
Ser alfabetizado hoje em dia, então, é ter capacidade de construir por si
próprio significado a partir de um ambiente rico em informações. Tornou-se vital
repensar todo o processo de aprendizagem, como se dá a construção do
conhecimento a partir dessas novas variáveis. Assim sendo, o conceito tradicional
de escola também passa a ser objetivo de uma nova reflexão, não apenas exercício
intelectual narcisista, mas para saber a posição que se quer ocupar neste mundo
globalizado. (MOURA, 20--?]).28
A biblioteca escolar atua no ensino e aprendizagem para todos,
propiciando informação e idéias fundamentais para seu funcionamento bem
sucedido na atual sociedade, baseada na informação e no conhecimento. A
biblioteca escolar deve instrumentalizar os estudantes para a aprendizagem ao
longo da vida e desenvolve a cidadania preparando-os para viver como cidadãos
responsáveis.
A missão da biblioteca é promover serviços de apoio à aprendizagem,
disponibilizando livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a
possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos usuários da informação.
O quadro de pessoal da biblioteca constitui-se em suporte ao uso do livro e outras
fontes de informação, tanto impressos como eletrônicos, destinados à consulta
presencial ou remota. Este acervo complementa e se enriquece com manuais, obras
didáticas e paradidáticas. Está comprovado que professores e bibliotecários, ao
trabalharem em conjunto, influenciam o desempenho dos estudantes para o alcance
de maior nível de literacia na leitura e escrita, aprendizagem, resolução de
problemas, uso da informação, e das tecnologias de comunicação da informação.
(IFLA, 2000).
Literacia “[...] é o termo que em Portugal corresponde a letramento.”
(CAMPELLO, 2003, p. 28).29 Para o desenvolvimento da literácia e/ou competência
____________
28
MOURA, Victor Hugo Vieira. BIBLIOTECA ESCOLAR: espaço de ação pedagógica. Relatório
Final. Disponível em: <http://gebe.eci.ufmg/127.pdf> Acesso em 9 set. 200
29
CAMPELLO, Bernadete. O movimento da competência informacional:
uma perspectiva para o letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 32, n. 3,
p. 28-37, set./dez. 2003
30
da leitura e escrita, no uso da informação, no ensino aprendizagem, na cultura e nos
serviços básicos da biblioteca escolar, é essencial o cumprimento dos objetivos:
(IFLA, 2000, p. 2)
a) apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educacionais
definidos na missão e no currículo da escola;
b) desenvolver e manter nas crianças o hábito e o prazer da leitura e da
aprendizagem, bem como o uso dos recursos da biblioteca ao longo da
vida;
c) oferecer vigência destinada à produção e uso da informação voltada
ao conhecimento, à compreensão, imaginação e ao entretenimento;
d) apoiar todos os estudantes na aprendizagem e prática de habilidades
para avaliar e usar a informação, em suas variadas formas, suportes
ou meios, incluindo a sensibilidade para utilizar adequadamente as
formas de comunicação com a comunidade onde estão inseridos;
e) prover acesso em nível local, regional, nacional e global aos recursos
existentes e as oportunidades que expõe os aprendizes a diversas
ideias , experiências e opiniões;
f) organizar atividades que incentivem a tomada de consciência cultural
e social, bem como de sensibilidade;
g) trabalhar em conjunto com professores, estudantes, administradores e
pais, para o alcance final da missão e objetivo da escola;
h) proclamar o conceito de que a liberdade intelectual e o acesso à
informação são pontos fundamentais à formação de cidadania
responsável e ao exercício da democracia;
i)
promover a leitura, recursos e serviços da biblioteca escolar junto a
comunidade escolar e seu derredor.
À biblioteca escolar cabe cumpre exercer todas essas funções, por meio
de políticas e serviços: seleção e aquisição de recursos; provimento de acesso físico
e intelectual a fontes adequadas de informação; fornecimento de instalações
voltadas à instrução; contratação de pessoal treinado.
31
O bibliotecário como educador deve: elaborar currículo integrado que
contemple o ensino-aprendizagem de competências informacionais;
proporcione a autonomia na busca de informação; desenvolva a
responsabilidade social nos alunos por meio do reconhecimento da
importância da informação na formação de uma sociedade democrática;
incentive a participação efetiva em grupos de busca de informação e
geração de novos conhecimentos; trabalhar em parcerias com o professor
para desenvolver estratégias de pesquisa; auxiliar professore e alunos na
elaboração de trabalhos de pesquisa (TELLES, 2010, p. 2).30
Ao assumir o papel de orientar o usuário no uso de recursos
informacionais, o bibliotecário começa a exercer ação pedagógica mais ativa.
3.1 Bibliotecário no contexto escolar
A biblioteca, quando inserida no contexto escolar, tem como um dos seus
principais objetivos ser um espaço que auxilia e facilita o processo de ensinoaprendizagem. A realidade brasileira mostra que precisa-se mudar a imagem da
biblioteca escolar, para os alunos e a sociedade. Vários autores como Valenti m
(2000) e Silva (1999) trazem à tona várias questões, já consideradas históricas, que
envolvem as bibliotecas escolares na realidade brasileira, dentre as quais pode-se
citar:
a) a falta de políticas públicas no sentido de potencializar a criação;
b) a manutenção das bibliotecas escolares;
c) a contratação de profissionais qualificados para desempenhar as
funções que são desenvolvidas para as bibliotecas dessa natureza.
31
Outros autores, como Dudziak (2003) e Campello (2003), concordam que
existe a necessidade e que este é o momento de se ampliar a função pedagógica da
biblioteca e de se repensar o papel do bibliotecário escolar.
32
____________
30
TELLES, Rosana. O bibliotecário administrador e educador: o bibliotecário administrador,
especialista e educador. Disponível em: http://www.crb8.org.br/noticias.crb.php? Acesso em: 9 set.
2010.
31
VALENTIM, M. L. P. (Org.). O profissional da informação: formação, perfil e atuação profissional.
São Paulo: Polis, 2000. p. 17-21.
32
DUDZIAC, E. A. Information literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da informação,
Brasília, DF, v. 32 , n. 1, p. 23-35, jan./abr. 2003
32
Nesse sentido, a participação da biblioteca escolar nas atividades
educacionais voltadas para a informação, por meio do bibliotecário escolar, no
planejamento curricular, favorece o desenvolvimento de habilidades no educando,
que, por sua vez, aprende a aprender.
De acordo com Tarapanoff, Suaiden e Oliveira (2002), entre as funções
sociais delineadas para o profissional da informação, na sociedade da informação,
estão as funções educativas e a de mediação. Portanto, a educação relaciona-se á
alfabetização em informação, ou seja,
[...] educar a si próprio e educar aos outros para a sociedade da informação
é um dos grandes desafios para o profissional da informação ( bibliotecários
escolares ) e um passo importante para a formação da cultura informacional
33
na sociedade [...] (TARAPANOFF; SUAIDEN; OLIVEIRA, 2002, p. 4).
O bibliotecário escolar precisa ser consciente de que tem a função de
ensinar, não apenas as habilidades que venha tradicionalmente ensinando a
localizar e recuperar a informação, mas também a função de envolver-se no
desenvolvimento das habilidades de pensar criticamente, ler, ouvir e ver, enfim,
ensinar a aprender a aprender. (CAMPELLO, 2003, p. 30).
Considera-se nessa perspectiva, que o bibliotecário escolar é a figura
central no discurso da competência informacional. Ele é o elo entre o usuário e a
informação, principalmente no contexto educacional.
Não se pode esquecer que não tem sido fácil a inserção do bibliotecário
no contexto escolar. Embora muitos se considerem também educadores, nem
sempre as escolas para as quais este profissional desenvolve atividades percebemno como colegas engajados no processo educacional.
Os traços marcantes do perfil do profissional que atua nessas bibliotecas
[escolares] são muito semelhantes aos do professor, cuja preocupação não
é fornecer informação propriamente dita, mas orientar pessoas na aquisição
de conhecimento e prepará-los para que possam sozinhos, buscar
34
informações sempre que precisarem. (MUELLER, 1989, p. 66).
____________
33
TARAPANOFF, K; SUAIDEN, E. : OLIVEIRA, C. L. Funções sociais e oportunidades para
profissionais da informação. Datagramazero: Revista de Ciência da informação, Brasília, v. 3, n. 5,
p 4-14, out. 2002.
34
MULLER, S. P. M. Perfil do bibliotecário, serviços e responsabilidades na área de informação e
formação profissional. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasilia, v. 17, n. 1, p. 63-70,
jan./jun. 1989.
33
Na realidade, bibliotecários e professores não compreendem os papéis e
as expectativas uns dos outros. E isso seria fundamental para o desenvolvimento da
competência informacional na escola.
A competência informacional poder ser conceituada como um conjunto de
competências profissionais - habilidades, atitudes, comportamentos que permitem o
desenvolvimento da organização no cumprimento de sua missão, competências
organizacionais - técnicas, formas de trabalho, competências de serviços e
competências-chave - habilidades e tecnologias cuja marca de autenticidade é a
integração, que possam estar ligadas ao perfil de um profissional da informação ou
de uma atividade baseada intensivamente em informação. (MIRANDA, 2004).35
O bibliotecário como agente educacional, pode iniciar os processos
culturais de transformação da educação e da comunidade educacional e social. Ele
deve direcionar o seu trabalho para a mediação do aprendizado, que se torna
possível quando consegue convencer o aprendiz de sua própria competência,
incutindo-lhe autoconfiança para continuar o aprendizado, transformando-o em um
aprendiz autônomo e independente. (DUDZIAK, 2003).
Outros fatos fundamentais para o desenvolvimento da competência
informacional no contexto escolar é o aprimoramento constante do bibliotecário, com
o aprendizado de novas ferramentas e suportes de informação. A capacitação deve
ser um processo constante, pois sempre existe algo a acrescentar, a aprender.
Diante desse contexto, os bibliotecários devem tomar atitudes proativas, a
fim de participarem do esforço educativo, que requer mais do que a visão ingênua e
simplista do processo de busca e uso da informação. (CAMPELLO, 2003).
Os bibliotecários escolares, sob essa perspectiva, devem buscar o
aprendizado contínuo e a melhoria de suas qualificações, para maior visibilidade
profissional e desenvolvimento da competência informacional no contexto da
biblioteca escolar.
A biblioteca escolar é vista como um espaço de expressão e aprendizado,
e se tiver seu potencial devidamente explorado pode se tornar mediadora no
aprendizado, com vistas à competência informacional. A participação do bibliotecário
escolar nas atividades educacionais e seu envolvimento das habilidades cognitivas e
de busca da informação do aluno contribuirão para levá-lo a aprender a aprender.
____________
35
MIRANDA, S. V. Identificando competências informacionais. Ciência da Informação, Brasília, DF,
v. 33, n. 2, p. 112-122, maio/ago. 2004.
34
Para que estes objetivos sejam alcançados, nunca é demais lembrar que,
se a competência informacional não foi vista pelos educadores como parte das
ações pedagógicas em geral, e se foi tratada pelos bibliotecários de forma isolada, é
pouco provável que seja adotada como uma prática na escola.
Queiroz (2006, p. 30) afirma que os alunos aprendem a aprender e
podem realizar o aprendizado ao longo da vida. Podem ainda assumir uma atitude
proativa de aprendizado continuo, admitindo a incerteza na aquisição, na
assimilação e na consolidação do conhecimento como desafios a serem vencidos, e
se transformando em pessoas competentes na busca da informação.36
Talvez fosse o caso de desenvolverem estudos que objetivem identificar
os papéis e as expectativas do bibliotecário, e as do professor em relação ao
bibliotecário, com vistas a esclarecer sua contribuição para a competência
informacional de alunos, na biblioteca escolar.
Uma das principais dificuldades a serem enfrentadas pelo bibliotecário é o
ambiente avesso à mudança, ainda comum em escolas. Para Bernadete Campello
(2008), o aluno de Biblioteconomia deve treinar suas competências, explorá-las
durante a formação e se preparar para enfrentar desafios.37 Assim, ao chegar ao
mercado de trabalho saberá identificar as oportunidades para estimular o necessário
trabalho colaborativo com os professores. “O bibliotecário que tem essa visão está
mais preparado.” (CAMPELLO, 2008, p. 8).
3.2 Pesquisa escolar
Foi realizada uma pesquisa para investigar o uso da informação pelos
alunos do ensino médio. Como os estudantes utilizam a informação para fazer
trabalhos escolares? A questão vem sendo objeto de pesquisa coordenada pela
professora Vera Lucia Furst Gonçalves Abreu, com a participação de todos os
integrantes do Grupo de Estudos em Biblioteca Escolar da UFMG (GEBE). Acreditase que a pesquisa foi uma contribuição importante, pois precisa-se saber como os
____________
36
QUEIROZ, S. P. Information literacy: uma proposição expressiva para a biblioteca escolar. In:
________. Fazeres cotidianos na biblioteca escolar. São Paulo: Polis 2006. p. 21-32.
37
CAMPELLO, Bernadete Santos. Biblioteca Escolar: futuro da profissão. CRB-6 Informa, Belo
Horizonte, v. 1, n. 1, p. 8-9, mar./set. 2008.
35
alunos elaboram seus trabalhos, assim como “[...] precisa levá-los a usar essa
profusão de informações.” (CALDEIRA, 2008, p. 9).38
Foi avaliado o trabalho escolar feito pelos alunos da Escola Municipal
Tancredo Neves, de Belo Horizonte e relatou-se “[...] procuramos identificar as
fontes que eles usavam observar se, o trabalho estava normalizado, se continha
capa, folha de rosto, sumário e bibliografia – além de observar a estrutura –
introdução, desenvolvimento e conclusão – e o que havia de redação própria dos
alunos.”
Pelo que foi observado, há na produção dos estudantes, um reflexo
positivo do trabalho realizado na biblioteca da escola pela equipe da bibliotecária
responsável da escola investigada. O papel desenvolvido pelos bibliotecários
consiste, não só em prover grande quantidade de informações, mas, sobretudo
mostrar as possibilidades que o aluno vai encontrar na biblioteca, com os muitos
pontos de vista convergentes ou divergentes dos vários autores. É importante que o
bibliotecário atue nos projetos da escola, para que a biblioteca seja o local de
realização dos trabalhos e que os professores e alunos possam utilizar essa
variedade de informações existentes nos diversos suportes, sejam impressos, sejam
disponibilizados pela internet.
A atividade de pesquisa escolar é uma prática amplamente utilizada nas
escolas de todo país, públicas e particulares, e se estende durante toda a educação
básica. Um instrumento disponível para se avaliar as habilidades que os alunos
desenvolvem ou estão desenvolvendo, com o uso da informação, não apenas em
relação à busca e seleção das fontes, mas, também, a capacidade de extrair as
idéias, de confrontá-las, e de formar conjecturas entre as mesmas. Dessa
capacidade de abstração são produzidos trabalhos diversos, em formas de texto ou
também em formatos alternativos como teatro, fantoche, jornal, vídeo, jogos, dentre
outros.
É importante fazer uma contextualização histórica, ainda que de forma
breve, para elucidar melhor o assunto. A atividade de pesquisa foi decretada oficial,
pela Reforma de Ensino de 1971, através da Lei Federal nº 5.692, de 11.08.1971. O
objetivo era fornecer ao aluno meios para produzir um aprendizado mais
____________
38
CALDEIRA, Paulo Terra. Biblioteca escolar: futuro da profissão. Pesquisa investiga o uso da
informação pelos alunos do ensino médio. CRB-6 Informa, Belo Horizonte, v.1, n. 1, p. 8-9,
mar./set. 2008.
36
independente dos conteúdos que, até então, estava restrito à exposição real feita
pelo professor dentro da sala de aula. Entendia-se que o aluno não deveria ser
apenas um sujeito passivo, um receptor de conhecimentos, mas alguém capaz de
tomar iniciativa, desenvolver sua própria criatividade e percorrer o processo de
descoberta, em busca de autonomia. (FIALHO; MOURA, 2005, p. 1).39
Para desenvolver o espírito crítico e a postura científica no aluno, seriam
necessárias as condições propícias a esse desenvolvimento, como, por exemplo,
corpo docente qualificado, boa infra-estrutura das escolas e uma proposta curricular
ajustada. Segundo Magalhães (1992), a prática da pesquisa foi instituída sem levar
em conta a situação precária das escolas na época, tanto em termos de falta de
infra-estrutura de bibliotecas como também em relação ao despreparo do professor
para ensinar o aluno a pesquisar.40 Nota-se que, em sua concepção original, a
proposta de pesquisa nasceu com uma série de problemas, já que não havia um
ambiente adequado, que possibilitasse o desenvolvimento de uma atitude cientifica
por parte do aluno.
Cervo, Bervian e Silva (2010, p. 13) afirmam que:
Fazer ciência não é privilégio de um tipo particular de pessoa [...] de povos,
raças e culturas. [...] A formação da postura científica tem seu ponto de
partida na curiosidade infantil, passa pela inquietação da adolescência e
pelos sonhos da juventude, Se tais atributos forem bem cultivados e
administrados, a coerência metodológica que se espera na maturidade pode
resultar em cientistas e pesquisadores produtivos, ou no mínimo, em
adultos capazes de tratar, analisar e sintetizar os dados da realidade de
maneira lógica e coerente. Da mesma forma, a adoção de uma postura
41
científica pode se dar em qualquer idade em quaisquer circunstâncias.
Diante desta afirmação, fica clara a responsabilidade dos docentes e
bibliotecários, desde os primeiros anos da vida escolar, em proporcionar
oportunidades de investigações científicas, que devem ser bem planejadas e
orientadas. O pesquisador e sua consciência crítica são formados ao longo de sua
vida acadêmica, desde, a educação fundamental, até os últimos níveis de sua
formação.
____________
39
FIALHO, Janaina Ferreira; MOURA, Maria Aparecida. A formação do pesquisador juvenil.
Perspectivas em ciência da informação, Belo Horizonte, v. 10, n. 2, p. 194-207, jul./dez, 2005.
40
MAGALHAES, Maria Helena de Andrade. Uma leitura...da leitura na escola do primeiro grau.
1992.196 f Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, USP, São Paulo,1992.
41
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. São
Paulo: Pearson, 2010.
37
Porém, não é essa realidade vivenciada, como se pode observar no
trabalho de Neves (2000) ao acompanhar a prática da pesquisa escolar entre alunos
do ensino fundamental em Porto Alegre, concluiu que, nos últimos 27 anos, o
exercício da pesquisa não vem contribuindo para o desenvolvimento, no aluno, de
competências para a busca independente de informação e, por isso, essa prática
precisa ser repensada.42 Esse repensar abrange todos os atores envolvidos no
processo: professores, bibliotecários, pais e alunos.
Melhorar a qualidade das pesquisas e a formação do pesquisador juvenil
brasileiro é um desafio e um trabalho complexo, pois se sabe das diversas
dificuldades do sistema educacional brasileiro, sobretudo a rede pública. É acima de
tudo uma questão política. Políticas abrangentes, que tratem da qualidade do ensino
oferecido e políticas internas, que possam ser viabilizadas através do projeto
pedagógico das escolas. Neste sentido, algumas ações concretas precisam ser
viabilizadas.
Uma política pública reflete a vontade de diferentes setores da sociedade
em avançar para uma determinada direção e representa uma articulação
coerente de medidas para transformar uma situação. Sua eficácia se mede
por sua sustentabilidade e sua coerência interna, que faz com nos distintos
setores envolvidos tenha repercussão positiva. (GOLDIN, 2003, p. 163
apud ROSA; ODDONE, 2006, p. 183).43
O livro, mesmo diante da evolução tecnológica, continua sendo
considerado o “[...] mais poderoso instrumento do saber jamais inventado pelos
homens [...]” (CROPANI, 2004 apud ROSA; ODDONE, 2006, p. 184).44 Nesse
sentido, cabe aos docentes e bibliotecários maximizarem a sua utilização em sala de
aula
e
nas
bibliotecas,
utilizando-o
como
instrumento
de
aquisição
de
conhecimentos, como fonte de pesquisa e de entretenimento.
A Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003, conhecida como Lei do Livro e
que instituiu a Política Nacional do Livro, definiu-o como:
____________
42
NEVES, Iara Conceição Bitencourt. Pesquisa escolar nas séries iniciais do ensino fundamental
em Porto Alegre, RS: bases para um desempenho interativo entre sala de aula e biblioteca
escolar. 2000. 177 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação e Documentação) – Escola de
comunicação e Artes, USP, São Paulo, 2000.
43
GOLDIN, Daniel. Em torno a las políticas públicas Del libro y La lectura. In: PASAJES de La
edición: hablan los profesionales Guadalajara: Ed. da Universidad de Guadalajara, 2003.
44
CROPANI, Ottaviano de Fiori. Livro, biblioteca e leitura no Brasil. Brasília, DF: [s. n.], 1998.
Disponível em:<http://www9.cultura.gov.br/textos/of01.htm>. Acesso em: 26 jun. 2004.
38
[...] o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão
do conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação
do patrimônio nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da
melhoria da qualidade de vida. (BRASIL, 2003 apud ROSA; ODDONE,
2006, p. 184, grifo dos autores). 45
A respeito das políticas de leitura e do papel do Estado em sua
implementação, registrou-se que:
É função primordial do Estado ocupar-se dos direitos básicos da população
e de seu desenvolvimento econômico e social. A leitura constitui-se num
desses direitos e contribui para o desenvolvimento. O que se pede ao
estado é “a vontade política” para articular, estimular e apoiar experiências
qualificadas. (BRASIL., 1994, p. 16 apud 2003, p. 16 ROSA; ODDONE,
46
2006, p. 184, grifo dos autores).
As políticas públicas para o livro, a leitura e a biblioteca têm sido
discutidas e avaliadas desde a publicação da Lei do Livro por todo o segmento da
cadeia produtiva do livro e com a sociedade em geral, mas ainda são necessárias
ações concretas, pois, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) ainda existem no Brasil mais de 16 milhões de
analfabetos. Número este que comprova que as políticas públicas já implementadas
ainda são insuficientes e que o baixo índice de leitura dos brasileiros talvez seja o
obstáculo mais comprometedor para a superação das dificuldades e é uma das
conseqüências das condições socioeconômicas e educacionais da educação da
população brasileira, segundo Rosa e Oddone (2006).47
Do ponto de vista da ciência da informação, pode-se perguntar: que tipo
de habilidades as crianças e jovens brasileiros precisam adquirir ou desenvolver
para fazer uso eficaz da informação e produzir trabalhos de pesquisa mais
qualificados? A prática de pesquisa, tal como ela ocorre hoje, contribui para
desenvolver essas habilidades? As teorias da competência informacional, da
aprendizagem baseada no questionamento e do letramento podem ser consideradas
pontos de partida para impulsionar um estudo da realidade brasileira? Qual a real
importância de um trabalho interdisciplinar entre a ciência da informação e a
educação? É possível viabilizar ações concretas, mesmo diante de condições
____________
45
BRASIL. Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do Livro. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/-ccivil03/LEIS/2003/L10.753.htm>. Acesso em: 25 abr. 2004.
47
ROSA, Flávia Goullart Mota Garcia; ODDONE, Nanci. Políticas públicas para o livro, leitura e
biblioteca. Ciência da informação, Brasília, DF, v. 35, n. 3, p. 183-193, set./dez. 2006.
39
adversas? O bibliotecário não é responsável por ensinar o aluno a pesquisar. Esta é
uma tarefa que competente basicamente, ao professor, que deve fornecer sempre
um roteiro de pesquisa e conhecer o acervo da biblioteca. O “Modelo do Processo
de Busca da Informação”, apresentado pela Professora Carol Kuhlthau, se mostra
de extrema utilidade, desde que os alunos trabalhem em pequenos grupos.
(KUHLTHAU, 1998).
A área de biblioteca escolar nunca foi fértil em pesquisa, tanto no Brasil
como em outros países. Este fato se deve a diversos fatores, que talvez já fossem
objeto de pesquisa. O importante é que se precisa construir os pressupostos
teóricos, os paradigmas para se firmar como ciência, tendo sempre em mente que a
teoria deve servir como base para a prática profissional e que o trinômio prática,
pesquisa, teoria não pode ser desmembrado.
É preciso fornecer ao bibliotecário suporte teórico que alicerce sua prática
profissional. Mas é preciso, antes de qualquer coisa, que estes conceitos existam. E
a realidade nos dias de hoje impõe outro desafio: não se concebe mais uma área do
saber humano que se proclame auto-suficiente. É preciso sempre trabalhar com
outros ramos do conhecimento. A interdisciplinaridade já não é mais um capricho: é
uma necessidade advinda da fragmentação do conhecimento.
Deve-se, portanto criar um sistema formal de comunicação cientifica
através de grupos de trabalho que reflitam sobre algumas linhas de pesquisa, tais
como: (MOURA, [20--?]):
a) processo de aprendizagem e construção do conhecimento;
b) formação do bibliotecário escolar;
c) processo de leitura;
d) tratamento da informação em biblioteca escolar;
e) tecnologia da informação nas bibliotecas escolares.
Os pesquisadores que se interessarem por essas linhas de pesquisa,
poderão investigar sobre:
a) diagnóstico da área de biblioteca escolar em nível nacional;
b) diferenças encontradas entre escolas que possuem biblioteca escolar
eficaz e as que não possuem;
40
c) a percepção que a comunidade tem sobre a biblioteca escolar;
d) as políticas públicas relacionadas à biblioteca escolar;
e) estímulo à leitura em crianças em fase de pré-alfabetização.
É preciso maior investimento na área de pesquisa relacionada ao
bibliotecário escolar para que seu papel seja reconhecido pela sociedade em geral e
pela equipe pedagógica das escolas em particular, pois, é o profissional por
excelência capacitada para utilizar o livro como instrumento eficaz de aquisição de
saberes e de entretenimento. Ao longo de sua formação escolar, o indivíduo preciso
ser estimulado à prática de leitura, para que o livro, assim, cumpra o seu papel,
conforme questiona Chartier (1998, p. 154 apud ROSA; ODDONE, 2006, p. 184):
[...] um livro existe sem leitor? Ele pode existir como objeto, mas sem leitor,
o texto do qual ele é portador é apenas virtual. Será que o mundo do texto
existe quando não há ninguém para dele se apossar, para inscrevê-lo na
memória ou transformá-lo em experiência?48
____________
48
CHARTIER, Roger. As aventuras do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Ed. da UNESP,
1998.
41
4 RECONHECIMENTO DO PAPEL
PEDAGOGICA DA ESCOLA
DO BIBLIOTECÁRIO
PELA EQUIPE
A biblioteconomia brasileira vem ao longo dos anos e por intermédio de
suas bibliotecas, expandindo seu campo de atuação nas mais diversas áreas do
conhecimento, atingindo os mais diferentes tipos de usuários, organizando e
disseminando variados tipos de informação em igualmente variados formatos.
As bibliotecas universitárias no Brasil têm consolidado seu lugar e
exercido seu papel de forma a reconhecidamente contribuir para o avanço científico,
através do suporte informacional dado ao ensino, pesquisa e extensão.
O ensino é a transmissão de conhecimentos, a pesquisa é a investigação
e estudo, minuciosos e sistemáticos, com o fim de descobrir fatos relativos a um
campo do conhecimento e a extensão é, na realidade, uma forma de interação que
deve existir entre a universidade e a comunidade na qual está inserida. É uma
espécie de ponte permanente entre a universidade e os diversos setores da
sociedade.
Proliferam também as bibliotecas especializadas em instituições públicas
e privadas, dando assim sua contribuição para o crescimento tecnológico do país,
através do tratamento e disseminação da informação atualizada e precisa. As
bibliotecas públicas também estão conquistando cada vez maiores espaços,
exercendo importante papel na conquista da cidadania e na preservação da cultura
nacional. A cada dia crescem também o número de bibliotecas digitais geradas e
mantidas em território nacional expandindo a nível mundial o número de usuários
das informações ali disponibilizadas.
Outro tipo de biblioteca, no entanto, apesar de constituir-se em uma das
mais antigas bibliotecas brasileiras, não possui um espaço definitivamente
consolidado em nossa sociedade, lutando ainda pelo reconhecimento de seu valor e
importância. Trata-se da biblioteca escolar, cuja existência (ou inexistência, como
afirma alguns), ainda precisa ser constantemente justificada.
Historicamente, a utilização de livros para fins didáticos no Brasil remonta
a chegada dos jesuítas, sendo este acervo vindo de Portugal e relacionado às
primeiras bibliotecas de convento, essencialmente religiosas. As primeiras escolas
brasileiras datam de 1827 e, a partir da segunda metade do século XIX, surgem às
42
primeiras discussões sobre necessidades das bibliotecas escolares. Estas
discussões, no entanto, referiam-se à palavra biblioteca enquanto coleções de livros,
apenas. As bibliotecas escolares no sentido hoje conhecido foram criadas para
atender às escolas normais (formação de professores), sendo a primeira delas a
Biblioteca da Escola Normal Caetano De Campos em São Paulo no ano de 1880.
Nas décadas de 1930 e 1940 começam a surgir as bibliotecas dos ginásios
estaduais. (CORREA; SOUZA, [19--?]).49
A relação entre ensino e biblioteca fica assim institucionalizada e
atualmente parece consensual, como se observa na conceituação encontrada na
literatura.
Lourenço Filho (1990 apud por VALIO, 1990), afirmava que em 1944, que
“[...] ensino e biblioteca são instrumentos complementares... ensino e biblioteca não
se excluem, completam-se. Uma escola sem biblioteca é um instrumento imperfeito
[...]” 50
A definição da FEBAB (1985, p. 3) apresenta a Biblioteca escolar como:
Uma instituição do sistema social que organiza materiais bibliográficos,
audiovisuais e outros meios e os coloca a disposição da comunidade
educacional. Constitui parte integral do sistema educacional e participa de
seus objetivos, metas e fins. È um instrumento de desenvolvimento do
currículo e permite fomento á leitura e formação de uma atitude cientifica:
constitui um elemento que forma o indivíduo para a aprendizagem
permanente: estimula a criatividade, a comunicação facilita a recreação,
apóia os docentes em sua capacitação e lhes oferece a informação
necessária para a tomada de decisão na aula.51
Valio (1990, p. 3) entende biblioteca escolar como uma mediadora, que
para exercer este papel “[...] organiza a utilização dos livros, orienta a leitura dos
alunos, coopera com a educação e desenvolvimento cultural da comunidade escolar
e dá suporte ao atendimento do currículo da escola.” 52
De acordo com a afirmação de Sobral ( 1999 apud PERUCCHI, 1999), a
pedagogia também concorda com o caráter essencial da biblioteca escolar no
____________
49
CORREA, Elisa Cristina Delfini; SOUZA, Marinilva Rodrigues Souza. Parceria entre bibliotecário
e educador: uma importante estratégia de busca para o futuro da biblioteca escolar. Disponível
em:< http://gebe.eci.ufmg.br/downloads/320.pdf> Acesso em: 20 out 2010.
50
LOURENÇO FILHO, A educação, problema nacional. Revista brasileira de estudos
pedagógicos. Brasília, DF, v. 2, n.5, 183-205, nov. 1944.
51
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ASSOCIAÇÕES DE BIBLIOTECARIOS. Modelo flexível para um
sistema nacional de Biblioteca Escolar, Brasília, DF. 1985.
52
VALIO, E. B. M. Biblioteca escolar: uma visão histórica. Transinformação, Campinas, v. 2, n. 1, p.
15-24, jan./abr. 1990.
43
processo educacional instrumento que colabora com as metas educativas e força
responsável pelas diversas atividades empregadas no desenvolvimento do
currículo”. 53
No Manifesto da UNESCO (1999) sobre as bibliotecas escolares,
encontramos as seguintes afirmações:
A biblioteca escolar disponibiliza serviços de aprendizagem, livros e
recursos que permitem a todos os membros da comunidade escolar
tornarem-se pensadores críticos e utilizadores efetivos da informação em
todos os suportes e meios de comunicação... A biblioteca escolar é
essencial a qualquer estratégia de longo prazo nos domínios da literacia,
educação, informação e desenvolvimento econômico, social e cultural [...] A
biblioteca escolar é um parceiro essencial das redes local, regional e
nacional das bibliotecas e de informação [...] A biblioteca escolar é parte
54
integrante do processo educativo.
Evidencia-se assim a função de apoio institucional e pedagógico através
da ação mediadora junto á escola, ao docente e ao discente, como também fica
clara a necessidade em caráter essencial da parceria entre biblioteca e escola para
a otimização do processo ensino-aprendizagem.
Alguns autores, no entanto, ampliam essa relação atribuindo à biblioteca
escolar e, consequentemente, ao bibliotecário escolar, funções educativas. Lourenço
Filho (1994, p. 21 apud VALIO, 1990) conclui sua afirmação dizendo que “[...] a
biblioteca sem ensino, ou seja, sem a tentativa de estimular, coordenar e organizar a
leitura, será, por seu lado, instrumento vago e incerto”.
Segundo Douglas (1971 apud TAVARES, 1973) a biblioteca escolar:
“[...] é uma instituição educativa [...] pois sugere a leitura dos livros [...]
ajuda os alunos a aprenderem como usar a biblioteca e seu material, como
encontrar informações e como estudar [...] Por meio de seus boletins,
exposições, cartazes, guias, a biblioteca ensina, embora não
55
academicamente, e estimula o aprendizado.”
A própria UNESCO (1999), ao mencionar o profissional bibliotecário, o
coloca como elemento do corpo docente profissionalmente habilitado, responsável
pelo planejamento e gestão da biblioteca escolar.
____________
53
Do artigo onde foi colocada a citação não foi encontrada a referência do autor Sobral, por isso não
foi colocada.
54
MANIFESTO IFLAUNESCO para biblioteca escolar: edição em língua portuguesa. São Paulo,
1999.
55
DOUGLAS, Mary Peacock. A biblioteca da escola primária e suas funções. Rio de Janeiro: INL,
1971.
44
No entanto, a despeito do valor teoricamente comprovado, a realidade
brasileira parece contraditória – na prática, a Biblioteca Escolar, no Brasil encontrase em estado de lamentável desconsideração. É preciso lembrar com freqüência,
como Hillesheim e Fachin (1999), que “[...] a biblioteca escolar é um centro ativo de
aprendizagem, portanto, precisa ser vista como um núcleo ligado ao esforço
pedagógico dos professores e não como um apêndice das escolas.” 56
As categorias que mais influenciam o atual estado-da-arte das bibliotecas
escolares brasileiras são as autoridades governamentais, educadores e a classe
bibliotecária. Consequentemente são as mais indicadas para uma possível reversão
da difícil situação em que se encontra a biblioteca escolar.
Há necessidade de uma parceria educador/bibliotecário através, de um
trabalho conjunto, visando o fortalecimento da biblioteca escolar e a construção de
novos caminhos para esta importante instituição. Fica também evidenciada na
declaração encontrada no Manifesto da UNESCO (1999, p. 4) sobre as bibliotecas
escolares:
[...] está comprovado que quando os bibliotecários e professores trabalham
em conjunto, os estudantes alcançam níveis mais elevados de literacia,
leitura, aprendizagem, resolução de problemas e competências no domínio
das tecnologias de informação.
Uma parceria, entretanto, não se constrói da noite para o dia.
Historicamente, não se conhece, no Brasil, uma unidade entre educadores e
bibliotecários, e talvez seja esta uma das principais causas de abandono a que
estão confinadas as bibliotecas escolares. Por outro lado, a construção desta
parceria parece ser possível através de um trabalho em longo prazo, com início na
base formativa destes profissionais, isto é, dentro das universidades. Curiosamente,
no Estado de Santa Catarina, os dois cursos de biblioteconomia oferecidos pela
UDESC e UFSC encontram-se lotados nos respectivos prédios destinados à Ciência
da Educação, compartilhando espaço físico e biblioteca com os cursos de pedagogia
destas instituições. (CORREA, 2009, p. 13).
O processo de formação de pedagogos e bibliotecários como ponto de
interseção possibilitará criar pontes de comunicação entre as duas profissões
____________
56
HILLESSHEIM, A. I de A.; FACHIM, G. R. B Conhecer e ser uma biblioteca escolar no ensino
aprendizagem. Revista ACB , Florianópolis, v. 4,n. 4, p. 64-79, 1999.
45
contribuindo para a conscientização da urgência e do valor de um trabalho em
conjunto de ambas as categorias.
O bibliotecário precisa valorizar a biblioteca escolar, onde seu papel será
o de ajudar o usuário a “navegar em um mar caótico de informação”. A nova
dimensão da função pedagógica da biblioteca teve inicio na década de 1980, com a
implementação de estratégias de aprendizagem construtivistas, contexto em que a
criança é o sujeito da aprendizagem e, em consequência, a biblioteca escolar deve
tornar-se espaço de destaque.
Campello (2008, p. 8 ) afirma que
a biblioteca deve ser o eixo estruturador do currículo escolar. É o
bibliotecário que tem o domínio sobre as habilidades necessárias à busca e
ao uso da informação. É o conhecimento biblioteconômico que está em
jogo, por isso este profissional é imprescindível.
A dimensão pedagógica está intrinsecamente voltada para a educação do
usuário na utilização da biblioteca e no uso das fontes de informação. As
orientações aos usuários deverão ser realizadas pelo bibliotecário escolar
juntamente com os professores de diferentes áreas. É importante a participação e
integração de ambos.
“A presença do professor [na biblioteca] é necessária e recomendável
para que se estabeleçam padrões de comportamento que favoreçam a
aprendizagem e a interação nos mesmos.” (COSTA, 2009, p. 15).
O professor deve ser um exemplo para seus alunos, pois, na medida em
que demonstra que é assíduo na biblioteca, que utiliza o acervo para o preparo de
suas aulas, que possui o hábito da leitura de entretenimento, estará agindo como
“[...] mediador, facilitador ou catalisador do processo de formação [...]” de seus
alunos, e ao mesmo tempo, que é “[...] alguém também se formando,
movimentando-se, transformando-se, evoluindo, relacionando-se por meio de trocas
enriquecedoras e significativas.” (SILVA, 2007, p. 17).57
____________
57
SILVA, Maria Cecília Pereira da. A origem do desejo apaixonado de ser professor. Pátio: revista
pedagógica, Porto Alegre, v. 11, n. 43, p. 16-19, ago./out. 2007.
46
5 MATERIAIS E MÉTODOS
Este capitulo descreve a metodologia em que este estudo foi baseado.
5.1 Tipo de pesquisa
As pesquisas científicas devem ser classificadas, segundo três critérios
básicos: objetivos, delineamento e abordagem.
Em relação aos objetivos, segundo Gil (1999, p. 42), esta é uma pesquisa
descritiva a qual “[...] estuda as características de determinada população fenômeno
ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis [...]” 58
A pesquisa caracteriza-se em relação ao delineamento como estudo de
caso holístico. Segundo Gil (1999, p. 72) “[...] é caracterizado pelo estudo
aprofundado e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira a permitir o seu
conhecimento amplo e detalhado [...]” 59
Para Lima (2008, p. 28), em relação à abordagem, caracteriza-se em
pesquisa qualitativa, pois, é uma forma de realizar pesquisa sobre um fenômeno em
curso e em seu contexto real.60
Para a necessária fundamentação teórica, foi realizada uma pesquisa
bibliográfica ”[...] aquela que busca o levantamento de livros e resenhas de
relevante interesse para a pesquisa que será realizada.” (MEDEIROS, 2000, p.
41).61
____________
58
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
___________. Fundamentos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
60
LIMA, Manoelita Correa. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2. ed. São Paulo:
Saraiva, 2008.
61
MEDEIROS, João Bosco. Redação cientifica: a prática de fichamento, resumo, resenha. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2000.
59
47
5.2 Caracterização do Campo de Estudo
A Biblioteca Escolar “Sônia de Freitas Castro” está inserida em uma
Escola de rede Municipal, que atende alunos do ensino fundamental.
Essa biblioteca foi fundada em setembro de 1992 na Escola Municipal
Miralda da Silva Carvalho está situada na Rua Suíça, 300, Bairro Nossa Senhora de
Lourdes e representa não só, apenas “um depósito de documentos”, como também
um centro de leitura, fornece orientação aos estudos e trabalhos escolares, para o
corpo docente e discente, ex-alunos e comunidade circunvizinha à escola auxiliando
no processo de ensino-aprendizagem dos usuários. A Biblioteca funciona de 7:00 h
às 18:00 h, de segunda a sexta-feira.
Os serviços técnicos, próprios da área de Biblioteconomia, como:
classificação, catalogação, indexação entre outros, são realizados pela bibliotecária
da escola. O atendimento é realizado por um agente de biblioteca com formação em
biblioteconomia pelo UNIFOR-MG e pelos estagiários do Curso de Biblioteconomia
também do UNIFOR-MG, os quais realizam empréstimos, devolução e conservação
do acervo. Além dos serviços de organização da biblioteca, é disponível também o
serviço de referência, como auxílio às pesquisas, que também fica a cargo da
bibliotecária e dos estagiários do curso de biblioteconomia.
5.3 Amostra
A amostra da pesquisa foi composta a partir de um universo de 669
alunos, dos quais foi investigado um total de 100 alunos, integrantes do 5º ao 9º ano,
escolhidos de forma aleatória. Conforme a aceitação em participar da pesquisa, pelo
próprio aluno ou por seu responsável, quando menor de idade. Foram, portanto
excluídos da amostra, os alunos que não concordaram com a participação na
pesquisa ou que porventura faltaram de aula no dia definido para a aplicação do
questionário. Acredita-se que este é um número significativo para verificar as
opiniões dos alunos a respeito da função do bibliotecário como colaborador no
48
processo de ensino-aprendizagem. Considerando-se também o tempo disponível
para coleta e análise dos dados, optou-se por esta quantidade de alunos.
Em relação aos professores, todos os 33 professores que formam o corpo
docente da escola concordaram em participar da pesquisa. A escola possui um
bibliotecário que também aceitou colaborar com este estudo.
A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de um questionário
determinante, para cada categoria investigada, para avaliar o papel do bibliotecário
no processo de ensino-aprendizagem.
5.4 Considerações Éticas
Atendendo à Resolução 196/96 da Comissão Nacional de Saúde que dita
as diretrizes para a pesquisa envolvendo os seres humanos, os cuidados éticos
foram considerados, pois,
[...] esta resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades os
quatros referenciais básicos de bioética: não maleficência, beneficência e
justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem
respeito à comunidade cientifica, os sujeitos da pesquisa e ao Estado. 62
Para melhor entendimento, seguem as definições:
a) bioética – é um neologismo derivado das palavras gregas “bios (vida) e
ethike (ética)”. Pode-se defini-la como o estudo sistemático das
dimensões morais, incluindo visão, decisão, conduta e normas morais,
das ciências da vida e do cuidado da saúde utilizando uma variedade
de metodologias éticas em um contexto interdisciplinar;
b) beneficência – fazer o bem, visando o maior benefício para o paciente
(cliente/usuário);
c) não-maleficência – prevenir danos, retirar os danos causados, (não
fazer);
d) justiça – a equidade na distribuição dos benefícios.
____________
62
BRASIL Resolução 196/96. Diretrizes e normas regulamentadoras. Disponível
em:<http:/conselho.saúde.gov.br/comissão/conep/resolução.html/>.Acesso em: 23 mar. 2010.
49
Tendo como objetivo garantir o sigilo das pessoas envolvidas na
pesquisa, não constarão dados que permitam a identificação dos sujeitos. Ressaltase ainda, assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade
científica, aos sujeitos da pesquisa e ao estado.
Segue em anexo os seguintes protocolos autorizados:
a) Termo de Aceite de Orientação (ANEXO A): onde o orientador assume
o compromisso de orientar o aluno no estudo;
b) Carta de Apresentação do Aluno (ANEXO B): consta o termo de
apresentação para a Biblioteca ”Sônia de Freitas Castro”;
c) Carta de Aceite da Biblioteca (ANEXO C): apresenta-se a autorização
da Bibliotecária para a realização da pesquisa nas dependências da
biblioteca;
d) Carta de Ciência e Autorização (ANEXO D): a coordenadora da
Biblioteca autoriza a realização da coleta de dados com os sujeitos
envolvidos na pesquisa;
e) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO E): foi anexado
junto ao questionário, em duas vias de igual teor, sendo uma via
entregue ao sujeito envolvido na pesquisa e a outra permanecerá em
poder da pesquisadora, para eventuais consultas;
f) Declaração de Obrigatoriedade de Sigilo (ANEXO F): declaração de
sigilo da aluna com relação aos dados obtidos na pesquisa.
5.5 Instrumentos e Procedimentos
Para a realização da pesquisa, foi realizada uma coleta de dados com os
alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Miralda da Silva
Carvalho. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário, com
questões relacionadas com o tema proposto. Gil (1999, p. 128) define questionário:
[...] técnicas de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
50
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimento, interesses,
expectativas, situações vivenciadas etc.
Como o estudo envolve os três atores envolvidos no processo ensinoaprendizagem – aluno, professor e bibliotecário – foram elaborados três
questionários para cada segmento investigado. O planejamento deste questionário
foi baseado nas necessidades observadas pela bibliotecária e seus usuários. O
questionário foi composto com variadas questões, com o objetivo de se verificar
quais as atividades que poderiam ser mais bem aceitas pelos usuários reais e
analisar quais os problemas que afastam os usuários potencias da biblioteca. Foi
realizado um pré-teste no mês de junho a fim de diagnosticar possíveis dificuldades
e esclarecimentos de termos.
Em relação ao processo da pesquisa, foi realizado contato com a diretoria
da escola a qual, após a explicação dos objetivos, concordou com sua realização.
Posteriormente, foram feitas reuniões com os professores e a bibliotecária
da escola e foi obtido o consentimento para participação no estudo. Após a
aprovação do projeto pelo CEPH – UNIFOR-MG foi realizada a coleta dos dados.
5.6 Tratamento dos Dados
Os dados foram analisados nos meses de outubro e representados em
forma de gráficos para melhor visualização. Os 100 questionários foram aplicados
aos alunos, dentro de suas respectivas salas de aula, com o auxilio da bibliotecária
da escola e com a prévia autorização do professor regente.
Os questionários dos professores e do bibliotecário foram entregues no
horário de intervalo e receberam as devidas explicações sobre o instrumento de
pesquisa. Os questionários foram entregues e devolvidos num prazo de 3 dias. Foi
realizada uma análise descritiva dos três tipos de questionários para verificação das
respostas e análise do alcance dos objetivos.
51
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os procedimentos para aplicações dos questionários ocorreram com
sucesso, e os resultados foram satisfatórios diante da hipótese levantada no início
do trabalho. Para maior detalhamento, da análise dos questionários, virá a seguir.
De maneira a obter amostras para uma análise dos dados de cunho qualitativo,
foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas aos professores,
alunos e a bibliotecária.
Segundo Gil (2002) a análise dos dados consiste nos estudos de campo
possibilitando levantamento estatístico dos dados obtidos na aplicação do
questionário, proporcionando assim resposta à investigação que foi realizada.
Optou-se por gráficos em forma de pizza que facilitam o entendimento dos dados
obtidos.
GRÀFICO 1 – Frequência à biblioteca
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Pela analise do gráfico 1, constata-se que em relação a frequência à
biblioteca os usuários usam somente quando precisam, ou seja, às vezes,
geralmente para realizar pesquisas escolares.
Pesquisa e consulta à biblioteca é um conjunto para avaliação intelectual.
(CARDOSO, 1972, p. 158).63 Isto significa que o bibliotecário pode auxiliar no
____________
63
CARDOSO, Wagner Miranda. Nós e a 5692. São Paulo: WM Publicações, 1972.
52
desenvolvimento intelectual do aluno ao sugerir material relevante para suas
pesquisas.
Na Lei n. 5692/71 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – a
palavra “pesquisa” aparece no item sobre objetivos na disciplina de ciências:
“desenvolvimento do pensamento lógico e a vivência do método científico...”. Com
este objetivo, a lei propunha que o professor iniciasse o aluno em algumas
habilidades e ações pertinentes ao método científico.
GRÁFICO 2 – Hábito de leitura
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Uma questão levantada foi o gosto pela leitura que é uma forma de
contribuir no ensino-aprendizagem, pois, tendo o hábito da leitura é muito satisfatório
o desempenho do aluno na sala de aula o que se confirma com os dados do gráfico
2.
As atividades que estimulam o hábito da leitura, o conhecimento dos
diferentes tipos de fontes informacionais como livros, revistas, dicionários, entre
outras e a utilização metódica para obtenção de material bibliográfico são fatores
que
influenciam
o
aprendizado
nos
seus
diversos
momentos
da
vida.
Os serviços bibliotecários de incentivo à leitura para alunos integrados ao processo
53
de ensino aprendizagem, favorecem o desenvolvimento e consolidação do hábito de
leitura nas crianças. (BLATTMAN; ANDRADE, 1998, p. 1). 64
GRÁFICO 3 – Motivação do usuário ir à biblioteca
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Por outro lado, com relação aos motivos que levam os alunos à biblioteca
como mostra, o gráfico 3 pode ressaltar que a maioria dos alunos vão a biblioteca é
pela realização de trabalhos escolares ou empréstimo dos livros.
O usuário está mais motivado e capacitado a utilizar, no futuro, as
bibliotecas, a fim de desenvolver sua vida intelectual, cultural e profissional.
(SANTOS, 1989).65
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, documentos do MEC que visam a
direcionar as propostas curriculares das escolas brasileiras, entendem que a
biblioteca escolar é “[...] a primeira das condições favoráveis para a formação de
bons leitores, ao lado do acervo de classe e das atividades de leitura.” (BRASIL,
1997, p. 58).
Nos últimos anos, a ênfase colocada pelos governos na educação e a
disseminação das teorias construtivas acentuaram a necessidade de se buscarem
____________
64
BLATTMAN, Ursula; ANDRADE, Araci Isaltina de. Atividades de incentivo à leitura em
bibliotecas escolares: relato de um projeto. In: JORNADA NORTE/NORDESTE DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, 2. ; SEMINÁRIO Norte/norteste de Bibliotecas
Escolares, 1., 1998, Recife. Anais...Recife: [s. n.], 1998. 14 p. Disponível em:
http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/leitura.html Acesso em: 9 nov. 2010.
65
SANTOS, M. S. Multimeios na biblioteca escolar. In: GARCIA , Edson Gabriel (Coord.). Biblioteca
Escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, 1989. p. 97-108.
54
soluções para os problemas de ensino-aprendizagem. A biblioteca é agora
relembrada como um recurso que pode contribuir para as ações educativas.
Observa-se, entre os especialistas em educação, tendência para propostas de
aprendizagem que não se reduzem à dimensão escolar.
Isso significa envolver outras instituições culturais como bibliotecas
públicas, centros culturais, museus, arquivos, etc. na vida escolar, o que demandaria
o uso de métodos flexíveis de aprendizagem. Nessa perspectiva, acredita-se que
uma boa biblioteca escolar poderá contribuir para levar crianças e jovens a se
familiarizarem e a utilizarem adequadamente o aparato informacional oferecido por
essas instituições.
GRÁFICO 4 – Tipo de literatura
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Em relação ao gosto pela literatura, observa-se qual o tipo de material
mais solicitado pelos alunos no empréstimo. O tipo de literatura coopera com a
educação e desenvolvimento escolar e contribui para a formação de estudantes bem
sucedidos e adultos capacitados. (VALIO, 1987). 66
____________
66
VALIO, Else Benetti Marques. Leitura: uma prioridade das instituições educacionais inglesas e
escocesas. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 8496, mar, 1987.
55
Gráfico 5 – Acervo da biblioteca
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Já o gráfico 5, mostra o que os alunos acham do acervo da biblioteca
caracterizado como atualizado, bem organizado, se chama atenção, se é bonito, se
o seu acesso é fácil.
Segundo Viana e Almeida (1993, p. ):
[...] o uso adequado do livro e da biblioteca são imprescindíveis para a
realização de uma pesquisa satisfatória, cuja prática, incentivada, contribui
para que o estudante busque, também, respostas para indagações
pessoais, amplie seus conhecimentos formem sua própria opinião,
garantindo seu espaço na sociedade. 67
____________
67
VIANA, Maria Cecília Monteiro, ALMEIDA, Maria Olívia de. Pesquisa escolar: uso do livro e da
biblioteca. São Paulo : [ s. n.], 1993.
56
GRÁFICO 6 – Atendimento na biblioteca
FONTE: Estudo de caso, 2010.
O gráfico 6, mostra o que o usuário acha do atendimento prestado ao
aluno pelo bibliotecário e para que o serviço do bibliotecário seja realmente
percebido, pode-se afirmar que o atendimento ao usuário é indispensável.
GRÁFICO 7 – Realização de trabalhos escolares.
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Outra questão de extrema importância abordada foi à freqüência de
realização de trabalhos escolares na biblioteca, conforme mostra o gráfico acima
57
que pode se observar que os poucos alunos possuem internet em casa, por isso se
justifica pela grande procura deste serviço.
GRÁFICO 8 – Atendimento ao acervo
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Um dos serviços da biblioteca é a busca da informação desejada pelo
usuário, de acordo com sua necessidade. Para que a escola tenha o
desenvolvimento desejado é necessário a utilização de recursos que facilitem a
integração e dinamização do processo ensino-aprendizagem e entre os recursos
existentes, destaca-se a biblioteca escolar, instrumento indispensável como apoio
didático pedagógico, cultural, e também elemento de ligação entre o professor e
aluno na elaboração das leituras e pesquisas. (BLATTMAN; ANDRADE, 1998).
58
GRÁFICO 9 – Tempo de trabalho
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Em relação ao tempo de trabalho dos professores, na escola, a maioria
trabalha há mais de 3 anos na escola que é 52%, e 23% são dos que trabalham há
mais de 6 anos, os que trabalham de 1 a 2 anos tem 18% e também tem os que
exercem essa profissão na escola há mais de 10 anos equivale há 7% dos docentes.
Ribeiro (1994, p. 61, grifo do autor) afirma que:
[...] a biblioteca possibilita acesso à literatura e as informações para dar
respostas e suscitar perguntas ao educando, configurando uma instituição
cuja tarefa centra-se na formação não só do educando como também de
apoio informacional ao pessoal docente. Para atender essas premissas a
biblioteca precisa ser entendida como um „espaço democrático‟ onde
interajam alunos, professores e informação. Esse espaço democrático
pode estar circunscrito a duas funções: a função educativa e a formação
cultural do indivíduo [...]68
Se a biblioteca escolar ressurgir no bojo do movimento de valorização da
educação, é no sentido de participar do esforço de formação de crianças e jovens,
contribuindo para o desenvolvimento de habilidades que facilitem a vivência em
ambientes saturados de informações, características da sociedade contemporânea.
Além disso, deverá preocupar-se em desenvolver competências sociais para que as
____________
68
RIBEIRO, Maria Solange Pereira. Desenvolvimento de coleção na biblioteca escolar: uma
contribuição a formação crítica sócio-cultural do educando. Transinformação, Campinas, v. 6,
n.1/3, jan./dez. 1994.
59
pessoas sejam capazes de tornar as sociedades mais igualitárias e solidárias
(MARTUCCI, 1999).69
GRÁFICO 10 – Ano que leciona.
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Dos 100% dos professores 53% lecionam nas séries de 6º ao 9º ano, e
47% lecionam nas séries do 1º ao 5º ano.
____________
69
MARTUCCI, E. M. Rompendo o silêncio: a biblioteca escolar e a trajetória de um pesquisador. In:
SEMINÁRIO BIBLIOTECA ESCOLAR ESPAÇO DE AÇÃO PEDAGÓGICA, 1. 1998. Belo Horizonte.
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http://www.eci.ufmg.br/gebe/download/105pdf. Acesso em: 9 nov. 2010
60
GRÁFICO 11 – Material fonte de pesquisa
FONTE: Estudo de caso, 2010.
Em resposta ao questionário ao professor, pode-se perceber que os
materiais mais usados como fonte de pesquisa pelos alunos são livros didáticos com
58%, já as revistas com 29%, e 12% os jornais e apenas 1% as enciclopédias
A biblioteca é um centro ativo da aprendizagem. Deve ser vista como um
núcleo ligado ao esforço pedagógico dos professores e não como um apêndice das
escolas. A biblioteca escolar deve trabalhar com os professores e alunos e não
apenas para eles. Mas na grande maioria das vezes, segundo Sanches Neto (1998),
“[...] a biblioteca é encarada como um anexo da escola, quando na verdade, ela
deveria ser a sua alma.” 70
____________
70
SANCHES NETO, Miguel. Desordenar uma biblioteca: comércio & indústria da leitura na escola.
Revista Literária Blau, Porto Alegre, v. 4, n. 20, p. 20-24, mar. 1998.
61
GRÁFICO 12 – Automação da biblioteca
FONTE: Estudo de caso, 2010.
A biblioteca Sônia de Freitas Castro está em processo inicial de
automação do acervo, mas está sendo automatizada a parte administrativa. Já para
os usuários, ainda não tem um período certo para acontecer, mas espera-se que o
mais breve possível, pois isso não só facilita para os usuários, mas também, para os
bibliotecários, economizando tempo e fornecendo a informação de forma mais
rápida, fazendo com que a contribuição do aprendizado dos alunos seja mais
efetiva.
62
GRÁFICO 13 – Como são feitas as pesquisas escolares
FONTES: Estudo de caso, 2010.
Constata-se que na realização de pesquisas escolares, que a maior parte
dos alunos levam roteiro que é preparado pelo professor são de 76%., com 18% os
professores levam para o bibliotecário separa material e com 6% são realizadas
reuniões pedagógicas.
Sobre os serviços da biblioteca, os alunos deram sugestão de melhoria no
atendimento, empréstimo de 2 livros por vez, aumentar o espaço, pois o mobiliário
ocupa muito espaço, aumentar também o acervo adquirindo mais livros de comédia,
terror, fábulas e gibis. Melhorar também o acervo de referência pois, tem assuntos
que não se consegue obter informações que precisam. Outro ponto observado foi a
informatização da biblioteca com computadores e acesso à internet para facilitar a
pesquisa escolar que, na maioria das vezes, não se tem o assunto em livros.
A pesquisa escolar é muito importante porque desperta no aluno o seu uso
crítico, por isso, os professores propõem exposições do assunto esclarecendo sobre
a bibliografia e roteiro, pesquisas com assuntos do passado que possam contribuir
para seu futuro e também assuntos relacionados com a matéria estudada. A
pesquisa é marcada com a bibliotecária e pela internet . As pesquisas enriquecem o
63
conhecimento do aluno, pois ter conhecimento de fatos ocorridos na sociedade, é
importante para o futuro dos alunos.
O desempenho da bibliotecária é visto como ótimo de acordo com as
possibilidades em que a prefeitura oferece; como por exemplo, esse ano a biblioteca
foi nota 10, pois passou a funcionar diariamente com a contratação de estagiários. O
atendimento é ótimo, mas falta livros de pesquisa para atender com presteza às
solicitaçoes. A bibliotecária é uma profissional que ajuda bastante na oralidade, na
facilidade de encontrar um exemplar, ela passa mais conhecimentos para alunos e
funcionários. É uma pessoa capacitada, competente, com habilidades de contar
histórias e de realizar seu trabalho. Nos anos anteriores, ficou a desejar por falta de
auxiliares, mas em 2010 tudo está voltando ao normal.
Calixto (1996) menciona que "[...] no limite, mas sem exagero, o que se
poderá dizer é que sem biblioteca escolar não há escola moderna nem Reforma do
Sistema educativo.”
71
Complementando a citação, pode-se dizer que é necessária
a presença do bibliotecário escolar capaz de atuar como agente mediador, um
profissional consciente de sua função de educador, com experiência didática e
criatividade, que saiba manter um bom relacionamento com o corpo docente e que
esteja preparado para oferecer programas de treinamento em pesquisa bibliográfica
e incentivo à leitura, através da hora do conto para crianças do ensino fundamental.
A bibliotecária em questão, é valorizada como profissional que contribui no
ensino-aprendizagem do aluno, mas poderia ser muito mais valorizada, falta
interesse e boa vontade. Contribui incentivando a leitura e a frequência à biblioteca
tanto quanto o professor. Com certeza, sem sua contribuição, dificultaria ainda mais
o trabalho do professor. Também orienta e separa materiais solicitados por
professores e alunos. Não só o bibliotecário, todos os funcionários da educação
deveriam ser valorizados. Os cidadãos do futuro dependem dos educadores de hoje.
As sugestões apresentadas foram: como divulgar mais o acervo da
biblioteca, incentivando e premiando os melhores leitores; realizar projetos
diversificados com poemas, teatros, paródias, musicais, jornais informativos sobre
acontecimentos da escola, integração maior entre professor e a bibliotecária.
Realizar com maior frequência a hora do conto, promovendo novos personagens,
lista do acervo para o professor, exposição de livros fora da biblioteca, em forma de
____________
71
CALIXTO, José Antônio. Biblioteca pública versus biblioteca escolar: uma proposta de mudança.
Cadernos BAD, Lisboa, n. 3, p.57-67, 1994.
64
painéis ilustrativos dos livros; mostrar a importância da leitura informativa; premiar o
aluno que melhor comporta e é interessado dentro da biblioteca, qual é o mais
informado lendo jornais e revistas.
A bibliotecária é habilitada e trabalha na escola há mais de 10 anos, mas
já trabalhou em outro tipo de biblioteca e pode perceber que tem diferenças das
quais foram citadas os seus usuários, nível de escolaridade, faixa etária, diversidade
sócio-cultural,
etc.
Como
bibliotecária
escolar,
excerce
suas
funções
no
processamento técnico, empréstimo de livros, serviço de referência, hora do conto,
entre outros. No serviço de referência, o usuário é orientado quanto ao uso correto
das fontes de pesquisa como índices, sites, etc. os materiais mais usados como
fonte de pesquisa são dicionários, enciclopédias, revistas, jornais, livros didáticos e
internet.
Foi questionado como o professor solicita a pesquisa ao bibliotecário.
Essa solocitação ocorre atraves do planejamento, que é feito por meio de reuniões
pedagógicas com os professores. A bibliotecária é vista pela equipe pedagógica da
escola como uma profissional intelectual e gestora do conhecimento, contribuindo
com os funcionários, professores, alunos no seu desempenho escolar.
De acordo com a experiência da bibliotecária, constatou-se que ser uma
bibliotecária escolar é um trabalho muito exaustivo, porém gratificante: pois desperta
o gosto pela leitura, ajuda nas pesquisas, realizando hora do conto, incentivo à
leitura, dentre outros benefícios prestados ao processo educativo.
65
7 CONCLUSÃO
Este estudo pretendeu investigar o papel do bibliotecário escolar no
processo de ensino-aprendizagem. Pela análise dos dados, foi possível comprovar a
hipótese que norteou essa pesquisa: o bibliotecário é um profissional ativo, integrado
ao processo educativo, pois desenvolve atividades que estimulam o hábito da
leitura, orientando na realização das pesquisas escolares, auxiliando na seleção de
materiais utilizados pelos professores nas aulas, tendo, assim, seu papel
reconhecido pela comunidade escolar.
Foi possível observar que há uma escassez na literatura de textos
científicos a respeito do bibliotecário escolar. Assim, espera-se que este estudo
possa contribuir para a reflexão da importante função desempenhada pelo
bibliotecário escolar. Recomenda-se, devido à relevância do tema, que outros
estudos de caráter pragmático possam ser desenvolvidos para averiguar como os
bibliotecários escolares têm colaborado no processo de aquisição de conhecimento
e no desenvolvimento de atividades de incentivo à leitura. Ressalta-se, aqui, a
necessidade do bibliotecário escolar de orientar na busca e seleção de informação,
principalmente por meio da internet, que está progressivamente sendo oferecida a
sua utilização nas bibliotecas das escolas municipais.
O hábito da leitura deve ser estimulado nos primeiros anos de vida
escolar. Porém, é impossível negar que a maioria das escolas lamentavelmente
ainda não possui infraestrutura desejável para a conscientização do hábito da
leitura. Apesar da escassez de recursos didáticos, o bibliotecário escolar, imbuído da
consciência de seu papel como educador e incentivador da leitura, pode-se valer de
sua criatividade e ousadia para despertar nos alunos o gosto pela leitura e estimular
o espírito investigativo, tão necessário nos pesquisas escolares.
Com este estudo, pode-se perceber mudanças de preconceitos existentes
com referência aos serviços prestados pelo profissional bibliotecário, onde se
destaca o envolvimento deste profissional com o processo pedagógico existente na
escola, para o qual toda a equipe pedagógica pode colaborar para que a construção
do conhecimento seja uma realidade alcançada por todos os alunos.
66
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74
APÊNDICE A – Questionário-Usuário da Biblioteca da Escola Municipal Miralda
da Silva Carvalho – Formiga - MG – 2010
Pesquisa sobre a atuação do bibliotecário
Você estará disposto a responder a algumas perguntas simples sobre esta
importante questão? Por favor, sinta-se livre para expressar suas opiniões, porque
não há respostas corretas ou incorretas. Sua colaboração será fundamental. O
questionário que você preencher não será marcado de qualquer maneira que possa
identificá-lo.
Marque com um “X “ o que define sua opinião.
A – Biblioteca
1 Com que freqüência você utiliza a biblioteca?
( ) Sempre
( ) Raramente
( ) Ás vezes
( ) Nunca
2 Você gosta de ler?
( ) sim
( )Não
Se sua resposta for não, justifique:
______________________________________________________________.
3 Quais motivos levam você até à biblioteca?
( ) Pesquisa ou empréstimo de livros exigidos pelo professor.
( ) Empréstimo de livros literários, pelo prazer da leitura.
( ) Acesso a internet.
4 Que tipo de literatura você gosta?
( ) Fábulas
( ) Ficção
( ) Poesias
( ) Outros ______________________________
75
5 Quanto ao acervo (documentos) da biblioteca, você considera:
( ) Atualizado
( ) Chama a atenção
( ) Bonito
( ) De difícil acesso
( ) Desatualizado
( ) Bem organizado
6 Quanto ao atendimento na biblioteca, você considera:
( ) Ótimo
( ) Ruim
( ) Bom
( ) Regular
7 Você tem realizado seus trabalhos escolares na Biblioteca Sônia de Freitas
Castro?
( ) Sim
( ) Não, justifique_____________________________________________________
8 Quanto a busca dos documentos:
( ) Você tem que localizá-los nas estantes;
( ) Recebe orientação da bibliotecária ou auxiliar de biblioteca para localizá-los;
( ) Exige que lhe “mostre”, inclusive página(s) a serem pesquisadas;
( ) Encontra os documentos necessários à pesquisa pré selecionados.
9 Dê sua opinião para melhoria dos serviços da Biblioteca ou apresente alguma
crítica sobre o atendimento. Estas informações são úteis para melhoria dos serviços
e produtos oferecidos pela biblioteca.
76
APÊNDICE B – Questionário-Bibliotecário da Biblioteca da Escola Municipal
Miralda da Silva Carvalho – Formiga - MG – 2010
Pesquisa sobre a atuação do bibliotecário
Você estará disposto a responder a algumas perguntas simples sobre esta
importante questão? Por favor, sinta-se livre para expressar suas opiniões, porque
não há respostas corretas ou incorretas. Sua colaboração será fundamental. O
questionário que você preencher não será marcado de qualquer maneira que possa
identificá-lo.
Marque com um “X “ o que define sua opinião.
A Bibliotecária
1 Você é um profissional habilitado?
( ) Sim
( ) Não
2 Há quanto tempo trabalha na Biblioteca?
( ) 1 a 2 anos
( ) 10 a 15 anos
( ) 3 a 5 anos
( ) mais de 20 anos
( ) 6 a 10 anos
3 Você já trabalhou em outro tipo de biblioteca?
( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta foi positiva, quais são as diferenças entre estes tipos de Biblioteca?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
4 Como bibliotecário escolar, quais são as funções que você desempenha?
( ) empréstimo de Livros
( ) processamento técnico
( ) Hora do conto
( ) serviço de referencia
77
5 A pesquisa escolar é muito importante porque desperta no aluno o seu uso crítico.
Como você auxilia nas pesquisas escolares?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
6 Quais são os materiais mais utilizados como fonte de pesquisas?
( ) Dicionários
( ) jornais
( ) enciclopédias
( ) livros didáticos
( ) revistas
( ) internet
7 A biblioteca está informatizada?
( ) Sim
( ) Não
8 Como é feito o planejamento da pesquisa pelo professor?
( ) reuniões pedagógicas
( ) visita do professor na biblioteca
( ) roteiro de pesquisa levado pelo aluno
9 Como o bibliotecário é visto pela equipe pedagógica da escola – diretor,
professor,supervisor?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
10 Você se sente realizada exercendo suas funções como bibliotecária escolar?
Justifique.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_______________________________________________________
78
APÊNDICE C – Questionário-Professor da Escola Municipal Miralda da Silva
Carvalho – Formiga - MG – 2010
Pesquisa sobre a atuação do bibliotecário
Você estará disposto a responder a algumas perguntas simples sobre esta
importante questão? Por favor, sinta-se livre para expressar suas opiniões, porque
não há respostas corretas ou incorretas. Sua colaboração será fundamental. O
questionário que você preencher não será marcado de qualquer maneira que possa
identificá-lo.
Marque com um “X “ o que define sua opinião.
A Professor
1 Há quanto tempo trabalha na Escola?
( ) 1 a 2 anos
( ) 10 a 15 anos
( ) 3 a 5 anos
( ) mais de 20 anos
( ) 6 a 10 anos
2 Em que ano do ensino fundamental, você está trabalhando?
( ) 5º ao 7º ano
( ) 8º ao 9º ano
3 A pesquisa escolar é muito importante porque desperta no aluno o seu uso critico.
Como você propõe as pesquisas escolares?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________
4 Quais são os materiais mais utilizados como fonte de pesquisas?
( ) Dicionários
( ) jornais
( ) enciclopédias
( ) livros didáticos
( ) revistas
( ) internet
79
5 A biblioteca é informatizada?
( ) Sim
( ) Não
6 O acesso a internet é livre?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
7 Como é feito o planejamento da pesquisa?
( ) reuniões pedagógicas
( ) visita do professor na biblioteca
( ) roteiro de pesquisa levado pelo aluno
8 Como você avalia a bibliotecária escolar em relação ao seu desempenho?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
9 A bibliotecária é valorizada como uma profissional que contribui para o ensinoaprendizagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10 Apresentem sugestões para que a bibliotecária escolar contribua de maneira
mais eficaz no processo pedagógico.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________
80
ANEXO A – TERMO DE ACEITE DE ORIENTAÇÃO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense – FUOM
2010
Trabalho de Conclusão de Curso
UNIFOR-MG
Definição de Professor-Orientador e Tema
Aluno: Letícia Helena Melo
Matrícula: 200.930
Curso: Biblioteconomia
Disciplina: Orientação de TCC II
Endereço Residencial:
Rua: Seis de junho, nº 19.
Bairro: Centro CEP: 35.570.000
Cidade: Formiga. UF: MG
Telefone (s): 3322 1768 / 99569585
E-mail (s): Letí[email protected] / [email protected]
Tema do trabalho:
A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECARIO: UM ESTUDO DE CASO NA BIBLIOTECA
SONIA DE FREITAS CASTRO DA ESCOLA MUNICIPAL MIRALDA DA SILVA
CARVALHO – FORMIGA - MG
Termo de aceite de orientação
Eu, Professora Syrlei Maria Ferreira assumo o compromisso de orientar o referido aluno no
seu projeto de conclusão de curso (TCC), para tanto, comprometo-me a:
1) Dedicar-me, com zelo e profissionalismo, às atividades de orientação exigidas pela
instituição;
2) Orientar o aluno acompanhando-o em todas as etapas do trabalho proposto,
incentivando-o ao estudo e à produção do conhecimento científico.
____________________________________
Assinatura do Prof. Orientador
_____________________________________
Assinatura do Coordenador do Curso
_____________________________________
Assinatura do Aluno
Formiga, _____/_____/ 2010.
81
ANEXO B – CARTA DE APRESENTAÇÃO DE ALUNO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense – FUOM
2010
CARTA DE APRESENTAÇÃO DE ALUNO
Formiga/MG, _____ de ___________________ de 2010.
Empresa/Instituição: ______________________________________________
Syrlei Maria Ferreira, professora e orientadora do Trabalho de Conclusão
de Curso do Curso de Biblioteconomia do UNIFOR-MG (Centro Universitário de
Formiga), vem apresentar a aluna Letícia Helena Melo, do 7º período de
Biblioteconomia, para que desenvolva seu Trabalho de Conclusão de Curso, nesta
Instituição.
Na oportunidade agradece a atenção dispensada e assegura que as
informações obtidas ou geradas no desenvolvimento do trabalho serão utilizadas
apenas com o cunho científico, mantendo e resguardando a integridade da empresa.
Atenciosamente,
___________________________________________
Professora Orientadora
____________________________________________
Coordenadora do Curso
___________________________________________
Letícia Helena Melo
Aluna
82
ANEXO C – DECLARAÇÃO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense – FUOM
2010
DECLARAÇÃO DE ACEITE DA INSTITUIÇÃO
A instituição denominada __________________________________
_____________________________________________________ sediada em
____________________________________CNPJ
______________________,
declara, junto à coordenação do Curso de Biblioteconomia do UNIFOR_MG (Centro
Universitário de Formiga), aceitar que a aluna Leticia Helena Melo, do 7º período do
Curso de Biblioteconomia desenvolva o Trabalho Prático em seu estabelecimento,
aceitando que as informações obtidas e/ou geradas sejam utilizadas com o cunho
científico, desde que mantenham a integridade da instituição.
Por ser verdade, firma a presente.
Formiga, ______de ____________________ de 2010.
_____________________________________________
Escola Municipal Miralda da Silva Carvalho
83
ANEXO D – CARTA DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense –
FUOM
2010
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ENVOLVENDO HUMANOS
COPH - UNIFOR-MG
CARTA DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO
Eu,__________________________________________________,
________________________________ da Escola Municipal Miralda da Silva
Carvalho, permito que, Letícia Helena Melo, acadêmica do 7º período do curso de
Biblioteconomia do UNIFOR-MG realize uma coleta de dados (ou uma entrevista,
questionário) nesta instituição, necessária para a elaboração de seu Trabalho de
Conclusão de Curso intitulado “A atuação do Bibliotecário: um:estudo de caso da
Biblioteca da Escola Municipal Miralda da Silva Carvalho.”
Dou permissão para que sejam obtidas fotografias, filmagens ou
gravações para fins de pesquisa científica.
Ressalta-se o fato de que os nomes dos voluntários permanecerão em
sigilo. Autorizo, portanto, o contato com o voluntário da pesquisa.
Assinatura do diretor ______________________________________________
Assinatura do aluno _______________________________________________
Local e data _____________________________________________________
84
ANEXO E – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense –
FUOM
2010
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECARIO: UM ESTUDO DE CASO DA
BIBLIOTECA DA ESCOLA MUNICIPAL MIRALDA DA SILVA CARVALHO –
FORMIGA-MG
Eu,
_________________________________________,
________________________________ da Escola Municipal Miralda da Silva
Carvalho, declaro para fins de autorização de coleta de dados em nossa instituição,
que fui devidamente esclarecido sobre esse projeto desenvolvido pela aluna Letícia
Helena Melo, sob a orientação da Professora Syrlei Maria Ferreira lotado no Curso
de Biblioteconomia do Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG.
Estou ciente que, a qualquer momento:
a) Poderei retirar meu consentimento sobre a coleta de dados na
instituição gerida por mim;
b) Todas as informações obtidas serão confidenciais, portanto, os nomes
dos envolvidos não serão revelados;
c) Não haverá nenhuma despesa pessoal, tampouco alguma
compensação financeira;
d) Em qualquer etapa da pesquisa, poderei ter acesso aos dados, bem
como aos responsáveis pelo projeto para eventuais esclarecimentos ou
dúvidas;
e) Os dados dessa pesquisa poderão ser utilizados pelos pesquisadores
em publicações de natureza científica.
Assinatura do diretor ______________________________________________
Assinatura do aluno _______________________________________________
Local e data _____________________________________________________
85
ANEXO F – DECLARAÇÃO DE OBRIGATORIEDADE DE SIGILO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA
Decreto publicado em 05/08/2004
Mantenedora: Fundação Educacional Comunitária Formiguense –
FUOM
2010
DECLARAÇÃO DE OBRIGATORIEDADE DE SIGILO
Ao Exmo. Sr.
______________________________________________________________
Cargo do Representante da instituição
Eu,
Letícia
Helena
Melo,
aluna do
7º período do
Curso
de
Biblioteconomia do UNIFOR-MG, declaro estar ciente da obrigatoriedade do sigilo
que envolve os trabalhos de pesquisa de campo, bem como a publicação dos
mesmos estar ligada à autorização dos envolvidos desde que essa não afete direta
ou indiretamente a Instituição ou alguns dos envolvidos.
Por ser verdade, firmo a presente declaração.
Formiga, ________ de ____________________ de 2010.
__________________________________________
Letícia Helena Melo
86
ANEXO G – PARECER CONSUBSTANCIADO
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Tcc Leticia 2010