“Uso de Simulação Monte Carlo no Dimensionamento da Reserva Técnica de Transformadores para Instrumento do Sistema da CHESF” Por Cristiano Gonçalves de Melo Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Pernambuco [email protected] www.cin.ufpe.br/~posgraduacao Recife, Agosto/2011 Universidade Federal de Pernambuco Centro de Informática Pós-graduação em Ciência da Computação Cristiano Gonçalves de Melo “Uso de Simulação Monte Carlo no Dimensionamento da Reserva Técnica de Transformadores para Instrumento do Sistema da CHESF” Trabalho apresentado ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Computação do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Computação. Orientadora: Renata Maria Cardoso Rodrigues de Souza Co-Orientadora: Liliane Rose Benning Salgado Recife, Agosto/2011 Aos meus pais, José Marcone e Alda Cristina, e à minha irmã, Cibelli Cristina, pela paciência e compreensão nos momentos mais difíceis e pela confiança depositada em mim, inspirando-me a fazer sempre o melhor. Agradecimentos Meus agradecimentos inciais, como de costume, são para o Criador, que possibilitou a realização deste sonho, que há pouco tempo parecia improvável de se realizar. Agradeço a minha orientadora, professora Renata Maria Cardoso Rodrigues de Souza, pelo resgate de minha confiança, pela confiança depositada em mim e pela admirável postura humana. À minha co-orientadora, professora Liliane Rose Benning Salgado, por ter acreditado em minha proposta, dando oportunidade para o início deste trabalho. Aos participantes da banca examinadora pelas valiosas contribuições para a finalização deste trabalho. Ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) pelo aprendizado. Ao meu chefe, José Valter Rodrigues Lima, gerente do Centro de Reparo de Equipamentos de Subestação da CHESF (CORE), pela liberação do trabalho para assitir as aulas. Aos colegas da Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transformação e Serviços Auxiliares da CHESF (DOMA) pelas informações fornecidas, em especial, a Francisco Alexandre Filho e Heldemárcio Leite Ferreira. Aos colegas do Departamento de Manutenção de Subestações da CHESF (DMS) Ademar Vieira de Carvalho, por ter idealizado comigo este trabalho e JB, pelos relatórios que permitiram o levantamento dos dados. Aos amigos Cassiano Henrique, Breno Miranda e Elaine Cristina, que sempre estiveram extremamente presentes, desde a graduação, até a escrita das últimas palavras desta dissertação, além de termos compartilhado os momentos de ansiedade de nossas defesas. À minha namorada, Yana, por toda paciência, principalmente quando abdicamos de momentos de lazer. Ao meu avô Djalma, pelo imenso carinho, ao meu tio Marcilio, que sempre vibrou e se orgulhou de minhas conquistas, e à toda minha família, por ter compreendido minha ausência. Em fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste sonho. . . . iv Muitos dos fracassos da vida ocorrem com pessoas que não reconhecem o quão próximas elas estão do sucesso quando desistem. —THOMAS A. EDISON Resumo O gerenciamento do estoque de sobressalentes é uma prática de grande importância para a gestão dos recursos da manutenção, uma vez que a quantidade de equipamentos reservas influencia significativamente os custos da manutenção e o tempo de restabelecimento do sistema. O planejamento de sobressalentes normalmente considera os tempos de funcionamento e reparo dos equipamentos como exponencialmente distribuídos. Isso significa que a taxa de falhas e a taxa de reparo poderão ser consideradas constantes, simplificando os cálculos. Este trabalho apresenta uma avaliação dos tempos até a falha e reparo para um determinado grupo de equipamentos do sistema elétrico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), mediante análise exploratória de dados, gráficos de probabilidades e testes de aderência, avaliando a exponencialidade dos dados. Neste sentido, esta dissertação tem como objetivo a formação de uma base de dados histórica dos tempos de funcionamento e reparo de Transformadores para Instrumentos (TI) da CHESF e propor um modelo de dimensionamento de sobressalentes que pode ser aplicado a qualquer distribuição de probabilidade. O modelo abordado neste estudo é baseado na simulação Monte Carlo para avaliar índices de confiabilidade e mantenabilidade de um sistema composto por estoque de reservas. Este recurso se mostrou adequado para a natureza do problema, no qual foi desenvolvido um algoritmo do modelo utilizado neste estudo, tendo em vista a boa precisão, fácil compreensão e implementação computacional, podendo se moldar com facilidade ao cenário complexo da empresa. O modelo proposto é aplicado a um sistema composto por Transformadores para Instrumentos (TI) de 69, 230 e 500 kV e os resultados obtidos são inteiramente discutidos e comparados ao modelo baseado na distribuição de Poisson, amplamente utilizado na análise confiabilidade. Palavras-chave: Simulação Monte Carlo, Transformadores para Instrumentos, dimensionamento de sobressalentes, confiabilidade, modelo de Poisson vi Abstract Since the amount of spare equipment significantly influences both the maintenance cost and the restoration time of a system, the inventory management of these parts is a practice of great importance for the management of maintenance resources. The spares management usually considers both the operation time and the repair time as being exponentially distributed. This means that the failure rate and the repair rate can be considered constant, which simplifies the calculations. By using exploratory data analysis, probability plots, compliance tests, and exponential data evaluation, this work presents an assessment from the failure time to the repair time to a certain group of equipment used by the electric system of the Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF). This work aims to build a historical database of the operation times and repair times of Instrument Transformers (IT) used in CHESF as well as propose a model for apportioning spares that can be applied to any probability distribution. The model adopted in this study is based on Monte Carlo simulation to evaluate the degree of reliability and maintainability of a system composed by a stock of spares. This model seems to be adequate for the nature of the problem because of its good accuracy, easy understanding and easy computational implementation. Moreover, it easily fits into the complex scenario of the company. The proposed model was applied to a system composed by Instrument Transformers (IT) of 69, 230 and 500 kV and the results are discussed as well as compared against the model based on the Poisson distribution, which is widely used in the field of reliability analysis. Keywords: Monte Carlo simulation, Instrument Transformers, apportioning spare parts, reliability, Poisson model. vii Sumário Lista de Figuras xi Lista de Tabelas xii Lista de Abreviaturas xv 1 Introdução 1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.3 Organização da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 Referencial Teórico 2.1 Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.1 Confiabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Taxa de Falhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.2 Mantenabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.1.3 Disponibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 Funções Usadas em Confiabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.1 Processo de Poisson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.2 Distribuição Exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.3 Distribuição Weibull . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Descrição dos Parâmetros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.4 Distribuição Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 Trabalhos Relacionados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 Abordagem Baseada na Distribuição de Poisson . . . . . . . . . 2.3.2 Abordagem com o Uso de Conhecimento a Priori de Especialistas 2.3.3 Abordagem Segundo uma Função Utilidade Multiatributo . . . 2.3.4 Abordagem Segundo a Simulação Monte Carlo . . . . . . . . . 2.3.5 Abordagem Baseada em Cadeias de Markov . . . . . . . . . . 2.3.6 Abordagem Baseada na Distribuição Binomial para Estados do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.7 Outras Abordagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4 Comentários sobre as Abordagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 3 4 6 7 7 8 9 10 10 10 11 12 13 14 15 16 16 17 17 17 18 18 19 20 viii 3 Transformadores para Instrumentos 3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Dados dos Transformadores para Instrumentos . . . . . . . . 3.2.1 Parâmetros do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 Estatística Descritiva dos Transformadores para Instrumentos 3.3.1 Modelagem do Tempo de Funcionamento . . . . . . 3.3.2 Análise da Aderência dos TTF à Exponencial . . . . 3.3.3 Modelagem do Tempo para Reparo . . . . . . . . . 3.3.4 Análise da Aderência dos TTR à Exponencial . . . . 3.4 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 21 22 23 26 26 29 32 35 38 4 Modelos de Poisson e Simulação Monte Carlo 4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 Modelo Baseado na Distribuição de Poisson (Método Convencional) . . 4.3 Modelo Baseado na Distribuição de Poisson (Critério de MT BFu Mínimo) 4.4 Modelo Baseado na Simulação Monte Carlo . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.1 Outros Índices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.4.2 Algoritmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.5 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 40 41 43 44 45 46 49 5 Resultados 5.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.2 Resultados do Dimensionamento Baseado no Método Convencional . . 5.2.1 Transformador de Potencial Indutivo . . . . . . . . . . . . . . . 5.2.2 Transformador de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.2.3 Transformador de Potencial Capacitivo . . . . . . . . . . . . . 5.3 Resultados do Dimensionamento Baseado no Critério de MT BFu Mínimo 5.3.1 Transformador de Potencial Indutivo . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.2 Transformador de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3.3 Transformador de Potencial Capacitivo . . . . . . . . . . . . . 5.4 Resultados do Dimensionamento Baseado na Simulação Monte Carlo com TTR Constante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.4.1 Transformador de Potencial Indutivo de 69 kV . . . . . . . . . 5.4.2 Transformador de Corrente de 69 kV . . . . . . . . . . . . . . 5.4.3 Transformador de Corrente de 230 kV . . . . . . . . . . . . . . 5.4.4 Transformador de Corrente de 500 kV . . . . . . . . . . . . . . 50 50 51 51 52 53 54 54 55 55 56 57 57 58 59 ix 5.5 5.6 6 5.4.5 Transformador de Potencial Capacitivo de 230 kV . . . . . . . 5.4.6 Transformador de Potencial Capacitivo de 500 kV . . . . . . . Resultados do Dimensionamento Baseado na Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5.1 Transformador de Potencial Indutivo de 69 kV . . . . . . . . . 5.5.2 Transformador de Corrente de 69 kV . . . . . . . . . . . . . . 5.5.3 Transformador de Corrente de 230 kV . . . . . . . . . . . . . . 5.5.4 Transformador de Corrente de 500 kV . . . . . . . . . . . . . . 5.5.5 Transformador de Potencial Capacitivo de 230 kV . . . . . . . 5.5.6 Transformador de Potencial Capacitivo de 500 kV . . . . . . . Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conclusões e Trabalhos Futuros 59 60 60 61 61 62 62 63 64 64 68 Bibliografia 71 A Apêndice A.1 Dados dos Transformadores para Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . 74 74 x Lista de Figuras 2.1 Curva da Banheira (Müller, 1987) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1 3.2 Área geográfica da Gerência Regional Leste . . . . . . . . . . . . . . . Relação dos 2301 Transformadores para Instrumentos em operação na GRL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histograma e box plot do tempo de funcionamento dos Transformadores para Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Box plots do tempo de funcionamento dos Transformadores para Instrumentos por tipo e tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histogramas do tempo de funcionamento dos Transformadores de Pontencial Indutivo de 69 kV e Transformadores de Potencial Capacitivo de 230 e 500 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histogramas do tempo de funcionamento dos Transformadores de Corrente de 69, 230 e 500 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histograma e box plot do tempo de funcionamento dos Transformadores de Corrente de 230 e 500 kV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histograma do tempo de funcionamento: aderência à distribuição Weibull e Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histograma e box plot do tempo para reparo dos Transformadores para Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Box plot do tempo para reparo dos Transformadores para Instrumentos . Histograma do tempo para reparo dos TPC de 230 e 500 kV . . . . . . Histograma do tempo para reparo dos TC e TPI de 69 kV . . . . . . . . Histograma do tempo para reparo dos TC e TPI de 69 kV e TPC de 230 e 500 kV combinados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Histograma do tempo de reparo: aderência visual à distribuição exponencial Histograma do tempo de reparo: adência visual à distribuição exponencial, Weibull e Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 3.12 3.13 3.14 3.15 8 22 23 27 28 28 29 29 31 33 34 34 35 36 37 37 4.1 Algoritmo MONTE-CARLO para estimar o número de TI sobressalentes 48 5.1 Quadro resumo do dimensionamento de sobressalentes . . . . . . . . . 67 xi Lista de Tabelas Número de Transformadores para Instrumentos Estratificados por Subestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Número de Transformadores para Instrumentos do Sistema . . . . . . . 3.3 Custo de Aquisição de Transformadores para Instrumentos . . . . . . . 3.4 Custo Anual de Investimento do Sistema em Reais (R$) . . . . . . . . . 3.5 Taxa de Falhas em Transformadores para Instrumentos por Tipo e Tensão 3.6 Número de Reparos em Transformadores para Instrumentos . . . . . . 3.7 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTF à Distribuição Weibull . 3.8 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTF à Distribuição Gama . . 3.9 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Exponencial 3.10 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Weibull . 3.11 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Gama . . 3.1 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9 5.10 5.11 5.12 5.13 5.14 5.15 5.16 Dados dos Transformadores de Potencial Indutivo . . . . . . . . . . . . Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TPI . . . Dados dos Transformadores de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TC . . . . Dados dos Transformadores de Potencial Capacitivo . . . . . . . . . . . Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TPC . . . Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TPI . . . . . . . . . . Valores de µr e Pu para os TC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TC . . . . . . . . . . Valores de µr e Pu para os TPC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TPC . . . . . . . . . Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPI de 69 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPI de 69 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . . Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 69 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 69 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . . . Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 230 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 25 25 26 26 27 32 32 38 38 39 51 52 52 52 53 53 54 55 55 56 56 57 57 58 58 59 xii 5.17 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 230 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . . 5.18 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 500 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.19 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 500 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . . 5.20 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 230 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.21 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 230 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . 5.22 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 500 kV do Sistema Atual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.23 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 500 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima . . . . . . . 5.24 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPI de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull . . . . . 5.25 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPI de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama . . . . . . 5.26 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull . . . . . 5.27 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama . . . . . . 5.28 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial, Weibull e Gama . 5.29 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial, Weibull e Gama . 5.30 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull . . . . 5.31 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama . . . . . 5.32 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull . . . . 5.33 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama . . . . . A.1 Tempos de Funcionamento dos Transformadores para Instrumentos . . . 59 60 60 61 61 62 62 63 63 64 64 65 65 66 66 67 67 74 xiii A.2 Tempos de Reparo dos Transformadores para Instrumentos . . . . . . . 77 xiv Lista de Abreviaturas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica CELPE Companhia Energética de Pernambuco CHESF Companhia Hidro Elétrica do São Francisco CORE Centro de Reparo de Equipamentos de Subestação DOMA Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transformação e Serviços Auxiliares GRL Gerência Regional Leste KS Kolmogorov-Smirnov MTTF Tempo Médio Até a Falha MTTR Tempo Médio Para Reparo MTBF Tempo Médio Entre Falhas SEP Sistema Elétrico de Potência TC Transformador de Corrente TI Transformador para Instrumento TP Transformador de Potencial TPC Transformador de Potencial Capacitivo TPI Transformador de Potencial Indutivo TPR Transformador de Potencial Resistivo TTF Tempo Até a Falha TTR Tempo Para Reparo xv 1 Introdução Este trabalho apresenta uma abordagem para o problema do dimensionamento de sobressalentes para um determinado grupo de equipamentos de uma importante companhia geradora e transmissora de energia elétrica que, apesar da grande aplicabilidade em diversas áreas, como por exemplo, no ressuprimento de estoques de varejo e de manufaturas (sistemas de produção de bens) e em sistemas de produção de serviços, o tratamento dado pelas empresas a este tema nem sempre incorpora uma fundamentação teórica adequada, apesar de existir na literatura várias contribuições que tratam este assunto, conforme será apresentado na seção 2.3. Este estudo buscou ressaltar aspectos relacionados aos tempos de funcionamento e reparo de equipamentos que constituem o sistema elétrico da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), uma vez que a atividade de reparo contribui com os níveis de qualidade do fornecimento de energia exigidos pelas agências regulamentadoras. Para atender tais exigências, o dimensionamento do estoque de sobressalentes deve receber uma atenção especial, haja vista que a quantidade de equipamentos reservas influencia diretamente no tempo de parada ou interrupção do sistema. Desta forma, o dimensionamento deve garantir que o estoque de equipamentos estará disponível na quantidade, qualidade, local e custo adequados. Os equipamentos tratados neste trabalho foram escolhidos por possuírem uma função crítica no sistema elétrico da CHESF, uma vez que falhas sobre estes afetam o Sistema Elétrico de Potência (SEP), resultando em perda de faturamento, interrupção do fornecimento de energia e em multas severas por indisponibilidade, além de provocar prejuízos para a empresa, clientes e à sociedade. Os equipamentos escolhidos para este estudo foram os Transformador para Instrumento (TI). Os TI são equipamentos vitais para a confiabilidade do SEP, tendo a finalidade de alimentar instrumentos elétricos de medição, proteção ou controle, transformando 1 1.1. MOTIVAÇÃO altas tensões e correntes para níveis seguros, além de fornecer o isolamento contra a alta tensão (Medeiros Filho, 1997). Os TI são classificados em dois tipos: Transformador de Corrente (TC) e Transformador de Potencial (TP). O TC alimenta bobinas de corrente de instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção, sendo seu primário ligado em série com o circuito elétrico de forma que seu secundário reproduz uma corrente proporcional à do primário. Assim, o TC é um "redutor de corrente", pois a corrente no secundário é normalmente inferior que a do primário. O TP alimenta bobinas de potencial de instrumentos elétricos de medição, controle ou proteção, sendo seu primário ligado em derivação com o circuito elétrico de forma que seu secundário reproduz uma tensão proporcional à do primário. Desta forma, este equipamento é um "redutor de tensão", pois a tensão no secundário é normalmente menor que a do primário (Medeiros Filho, 1997). Os TP podem ser de vários tipos: Transformador de Potencial Capacitivo (TPC), Transformador de Potencial Indutivo (TPI), Transformador de Potencial Resistivo (TPR) e Mistos. Os TP Resistivos e Mistos são utilizados em aplicações específicas, como laboratórios, por exemplo. Já os TPC e TPI são amplamente empregados nos sistemas de transmissão, distribuição e indústrias. Este trabalho dedica-se ao estudo dos TC, TPC e TPI pela ampla utilização no SEP da CHESF. Por simplicidade, os equipamentos tiveram suas características referentes ao fabricante e tipo suprimidas, sendo tratados como equipamentos iguais para cada classe de tensão. Esta generalização não compromete o resultado final do modelo, uma vez que há uma tendência natural de substituição dos TI com apenas uma finalidade (medição, controle ou proteção), por equipamentos que exerçam as três funções simultaneamente. 1.1 Motivação A escolha dos TI para o dimensionamento de estoque de sobressalentes se deve à sua importância dentre os equipamentos que constituem o SEP. Apesar de sua importância, normalmente são considerados como equipamentos simples que não dão origem a grandes problemas, sendo frequentemente negligenciados pelas empresas. Entretanto, não é raro encontrar registros de ocorrências de falhas em TI que resultaram em indisponibilidades com perda de carga e danos graves a outros equipamentos da subestação. Além das falhas, frequentemente ocorrem situações em que a reposição de TI é realizada por reservas situadas em almoxarifados distantes de onde ocorreu o problema. Como a CHESF é uma empresa interestadual, operações deste tipo aumentam significativamente 2 1.2. OBJETIVO o custo da manutenção e o tempo de restabelecimento do sistema. A regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) impõe severas penalidades por indisponibilidades não programadas de funções de transmissão, exigindo agilidade da manutenção para recompor a função no menor tempo possível. Apesar destas evidências, a maioria das empresas não dão a devida importância a estes equipamentos que, embora apresentem um custo muito inferior quando comparado aos transformadores de força, principal equipamento da subestação, estão em maior número no sistema. Diante deste contexto, torna-se necessário o desenvolvimento de técnicas que levem em consideração as diversas variáveis envolvidas na CHESF a fim de se aprimorar a logística de distribuição da reserva técnica de TI que, consequentemente, impacta diretamente na integridade, disponibilidade e confiabilidade do SEP. Na busca por referências, foi encontrada uma pesquisa sobre taxa de falhas de TI realizada com abrangência nacional e internacional (de Carvalho Junior et al., 2007). No entanto, não foi identificada qualquer trabalho que trate o dimensionamento de sobressalentes para a espécie de equipamentos nos quais foi direcionada esta pesquisa, apesar da presença em grande número nas subestações e de serem cruciais para o bom funcionamento do sistema. Ou seja, os TI ainda não tiveram o correto monitoramento de sua reserva técnica no sistema da CHESF, sendo dimensionado através do conhecimento de especialistas que, muito embora seja de crucial importância, não é suficiente e deve ser complementado com técnicas de fundamentação científica. 1.2 Objetivo Dentre os principais objetivos deste trabalho, pode-se enumerar: 1. Formação de uma base de dados histórica dos tempos de funcionamento (número de falhas) e reparo dos TI do sistema elétrico da CHESF que servirá de base para aplicação em trabalhos futuros; 2. Converter estes dados em taxa de falhas e reparo e realizar uma análise descritiva para avaliar o comportamento destas variáveis; 3. Apresentar um método baseado na simulação Monte Carlo para o dimensionamento de estoques de sobressalentes do sistema elétrico da CHESF. Este método deve ser implantado considerando um estudo piloto voltado para TI, de forma a identificar se a prática estabelecida atualmente pela empresa fornece o melhor resultado como 3 1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO tentativa de minimizar o custo total na aquisição de equipamentos reservas e manter um nível de confiabilidade adequado do sistema. 1.3 Organização da Dissertação Esta dissertação está organizada de acordo com a seguinte estrutura: • Capítulo 2: Referencial Teórico O objetivo deste capítulo é apresentar o problema a ser estudado de forma abrangente. Inicialmente são introduzidos vários conceitos para um melhor entendimento dos termos técnicos utilizados nesta pesquisa, especialmente aqueles relacionados ao dimensionamento de sobressalentes. Em seguida, é feita uma revisão bibliográfica sobre as diversas aplicações do problema do dimensionamento de sobressalentes em equipamentos do sistema elétrico, bem como uma discussão para identificar a abordagem que confere uma maior precisão para representar o sistema sob estudo; • Capítulo 3: Transformadores para Instrumentos A finalidade deste capítulo é descrever o cenário onde será aplicada o modelo de dimensionamento da reserva técnica de TI desenvolvido nesta dissertação. É estabelecida a abrangência geográfica do sistema, o quantitativo de equipamentos tratados, os parâmetros de confiabilidade e mantenabilidade segundo os dados operacionais disponíveis e o universo de variáveis empregadas neste processo. Ainda neste capítulo, são realizados testes de aderências com outras distribuições de probabilidade além da exponencial, amplamente utilizadas na modelagem do tempo de funcionamento de equipamentos; • Capítulo 4: Modelo de Poisson e Simulação Monte Carlo Neste capítulo são introduzidas as bases conceituais para o modelo a ser utilizado no capítulo seguinte, visando a aplicação ao estudo de caso. Será apresentado, como critério de comparação, dois modelos baseados no método convencional de Poisson e o modelo de simulação Monte Carlo, que constitue a ferramenta básica do modelo aplicado neste trabalho; • Capítulo 5: Resultados Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos das aplicações do modelo 4 1.3. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO convencional de Poisson e do modelo baseado na simulação Monte Carlo. Os resultados são inteiramente discutidos e comparados com o estoque de sobressalentes mantido atualmente pela empresa; • Capítulo 6: Conclusões e Trabalhos Futuros Este capítulo enumera as principais conclusões decorrentes dos resultados obtidos no capítulo anterior e sugere trabalhos futuros para a continuidade das pesquisas com este tipo de equipamento, ressaltando a viabilidade do método descrito neste trabalho no âmbito da CHESF. 5 2 Referencial Teórico O gerenciamento de sobressalentes é uma prática de grande importância para a gestão dos recursos da manutenção, pois a quantidade destes equipamentos influencia significativamente os custos e a lucratividade das empresas. No entanto, o controle do estoque de sobressalentes depende da finalidade a que se destina o material. Desta forma, métodos para determinar o ressuprimento do estoque em sistemas de varejo e manufatura, nos quais o enfoque é o fabricante ou o vendedor, certamente serão diferentes dos modelos em que se dimensiona sobressalentes para a manutenção, onde o enfoque é o usuário. O dimensionamento incorreto pode acarretar grandes prejuízos para as empresas, pois os equipamentos de reposição são normalmente de alto custo, o tempo de ressuprimento é longo e uma reserva excessiva representa, na maioria das vezes, uma aquisição desnecessária, enquanto que a falta de reservas no estoque pode comprometer a confiabilidade do sistema e, com isso, aumentar os custos de operação. Por isso, o gerenciamento destas reservas é uma tarefa bastante crítica para as divisões que gerenciam a manutenção. O planejamento dos equipamentos reservas é essencial para garantir uma manutenção eficiente, pois o número de sobressalentes interfere diretamente no tempo de interrupção de um determinado sistema. Muito embora o dimensionamento da reserva técnica de equipamentos seja de grande importância, as técnicas utilizadas pelas organizações nem sempre empregam fundamentos matemáticos adequados, apesar da existência de muitas contribuições na literatura para este tema. Segundo (Almeida, 2001; Ferreira, 2001), o dimensionamento de sobressalentes tem dois grandes objetivos que podem parecer conflitantes: contribuir para aumentar a disponibilidade dos equipamentos, através da aquisição de peças e equipamentos de reposição, ou seja, assegurar o fornecimento dos sobressalentes na quantidade e hora adequadas para reduzir o tempo de interrupção; e reduzir os custos de compra e armazenagem do estoque de equipamentos reservas. 6 2.1. CONCEITOS 2.1 Conceitos Para uma melhor compreensão das práticas utilizadas nas empresas e em pesquisas passadas, foi realizado um estudo focando os fundamentos teóricos e práticos utilizados em trabalhos de pesquisa e outros tipos de referências bibliográficas relacionadas com cada uma das etapas deste trabalho. 2.1.1 Confiabilidade Segundo (Meyer, 1983), a confiabilidade de um item num dado intervalo de tempo t, R(t), é definida como R(t) = P(T > t), onde T é o tempo de vida do item e R é denominada função de confiabilidade. Ou seja, esta definição afirma que a confiabilidade de um item é a probabilidade de que este não venha a falhar durante o intervalo [0,t], ou de modo equivalente, é a probabilidade que este item funcionará no tempo t. O termo item representa de forma genérica um equipamento, componente, dispositivo ou sistema. A suspensão do funcionamento do item implica em uma falha. A definição de falha pode ser realizada em função do objetivo ao qual o item se destina. Ou seja, uma falha ocorre quando a missão a qual se destina o equipamento não pode mais ser atendida (Almeida, 2001). Por depender diretamente do tempo de vida ou tempo de funcionamento do item, é comum que a confiabilidade seja descrita através do Tempo Médio Até a Falha (MTTF), para um item não-reparável, ou Tempo Médio Entre Falhas (MTBF) para um item reparável. Um sistema reparável é aquele que pode ser restaurado às suas condições iniciais de trabalho, logo após a conclusão do reparo devido a uma falha casual, enquanto que os sistemas não-reparáveis não retornam a sua condição inicial de funcionamento, sendo necessário substituí-lo logo após a falha ter sido detectada (Ferreira, 2001). É importante salientar que a determinação de um item como reparável ou não-reparável se deve muitas vezes a aspectos econômicos, uma vez que o custo de reparo de alguns itens pode ser avaliado como inviável. A partir da função densidade de probabiliade f (t), pode-se definir a função de distribuição de acumulada F(t), como a probabilidade de falha no intervalo [0,t]. Desta forma Z t F(t) = f (t)dt 0 2.1 Em termos da função de distribuição acumulada F(t) de T, a confiabilidade é expressa 7 2.1. CONCEITOS por R(t) = 1 − P(T ≤ t) = 1 − F(t) = 1− 2.2 Z t f (t)dt 0 Z ∞ R(t) = f (t)dt t 2.3 No caso de variáveis aleatórias discretas, as integrais das equações (2.2) e (2.3) se tornam somatórias. Taxa de Falhas A taxa de falhas λ de um item é definida como a quantidade esperada de falhas que este item deverá apresentar dentro de um intervalo de tempo. Durante o tempo de funcionamento deste item, podem apresentar-se três fases, demonstradas com o auxílio da curva da banheira (Figura 2.1). Figura 2.1 Curva da Banheira (Müller, 1987) Na fase de falhas prematuras ou período de mortalidade infantil, as falhas predominantes são as chamadas falhas precoces. Em geral, são oriundas de problemas de projeto, fabricação, instalação ou transporte, bem como a problemas de ajustes e adaptação, entre outros. Nesta fase a taxa de falhas é decrescente com o tempo. A segunda fase é a fase operacional ou de vida útil, para a qual o item é normalmente projetado para operar, sendo as falhas consideradas como aleatórias, ou seja, não há uma razão específica para as falhas e a natureza probabilística de seu comportamento é mais 8 2.1. CONCEITOS significativa. Nesta fase a taxa de falhas é constante λ (t) = λ , sendo um dos meios mais simples de expressar a confiabilidade de um item, uma vez que o modelo estatístico de falhas é o exponencial. A terceira e última fase caracteriza-se por falhas em equipamentos devido ao término de sua vida útil, devido ao desgaste ao qual os equipamentos foram submetidos com o tempo. Nesta fase, há um rápido crescimento da taxa de falhas com o tempo. Assim, a ação do reparo não é suficiente para alterar o comportamento degenerativo do item (Ferreira, 2001). A função taxa de falha λ (t) fornece a proporção de falhas que ocorrem ao longo do tempo, tomada em relação ao tamanho da população exposta a falha, isto é λ (t) = NumeroDeFalhasPorUnidadeDeTempo NumeroDeItensExpostosAFalha 2.4 Em (Pena, 2003), são apresentadas algumas fórmulas padronizadas para o cálculo da taxa de falhas conforme diversas fontes de origem. O método adotada pela CHESF para o cálculo da taxa de falhas foi utilizada nas pesquisas que serão objeto de análise no capítulo 3 deste trabalho: λ (t) = 2.1.2 ∑ NumeroDeFalhas ∑ Unidades × anos 2.5 Mantenabilidade A mantenabilidade é definida como a probabilidade de que um equipamento que falhou, retorne para operação efetiva em um dado período de tempo e sob procedimentos prescritos de manutenção. Está relacionada ao período de tempo para eliminar a falha, ou seja, o tempo necessário para restabelecer o sistema às condições normais de operação. O tempo para reparo é representado por TTR, de onde vem a sigla Tempo Médio Para Reparo (MTTR), parâmetro utilizado para quantificar a mantenabilidade. O conceito formal é de natureza probabilística, assim, da mesma forma que a confiabilidade, estudos estatísticos também são aplicáveis a mantenabilidade, podendo utilizar as mesmas distribuições de probabilidades aplicadas na confiabilidade. A mantenabilidade é importante quando se considera sistemas reparáveis, pois surge uma característica mais global de desempenho chamada disponibilidade (Almeida, 2001). 9 2.2. FUNÇÕES USADAS EM CONFIABILIDADE 2.1.3 Disponibilidade A disponibilidade é um conceito relacionado a sistemas reparáveis. É definida como a probabilidade de que o sistema esteja disponível em um dado instante de tempo e está associada ao estado de funcionamento visto como uma variável binária que pode ser encontrada em dois estados: operação ou falha. A disponibilidade é uma composição da confiabilidade e mantenabilidade. A disponibilidade A(t) é normalmente calculada através da seguinte expressão: MT BF 2.6 MT BF + MT T R No entanto, é importante salientar que esta expressão corresponde a um estimador da disponibilidade válido para o caso em que a confiabilidade e a mantenabilidade seguem uma distribuição exponencial. A(t) = 2.2 Funções Usadas em Confiabilidade A escolha da distribuição de probabilidade de interesse é geralmente um procedimento não trivial, principalmente quando o número de observações é reduzido. Algumas distribuições de probabilidade são comumente utilizadas para modelar matematicamente os dados experimentais de falhas, tais como a distribuição exponencial, Weibull, Log-normal e gama (Martins et al., 2010). Na análise de confiabilidade, as principais distribuições estudadas são a exponencial, Weibull e gama, amplamente utilizadas para a modelagem de tempos até a falha de equipamentos, uma vez que são distribuições bastante versáteis e possuem grande aplicabilidade em testes de confiabilidade e experimentos industriais (Cristino et al., 2007; Prudente, 2009). É oportuno destacar que, como ocorre com qualquer distribuição de probabilidade, é sempre importante conferir a adequação ao problema. A seguir será apresentado um breve resumo de algumas características das principais distribuições de probabilidade comumente aplicadas em confiabilidade. 2.2.1 Processo de Poisson No processo de Poisson admite-se que a probabilidade de algum evento ocorrer num intervalo de tempo t é igual durante todo o período (Meyer, 1983). A distribuição de Poisson é utilizada para modelar eventos aleatórios que ocorrem em um intervalo de tempo especificado. O processo de Poisson não tem memória e é descrito por meio de 10 2.2. FUNÇÕES USADAS EM CONFIABILIDADE um único parâmetro λ que representa a taxa de falhas no tempo. O modelo de Poisson utilizado neste trabalho para o dimensionamento de sobressalentes é melhor descrito na seção 4.2. 2.2.2 Distribuição Exponencial Uma das distribuições mais aplicadas no estudo da confiabilidade é com certeza a distribuição exponencial. A distribuição exponencial é usada para modelar processos de Poisson em situações nas quais o processo estocástico varia de um estado para outro com taxa constante por unidade de tempo. Então, a distribuição exponencial descreve o tempo necessário para um processo contínuo mudar de estado. Ou seja, se o número de ocorrência em um evento são determinados através de um processo de Poisson, então o intervalo de tempo entre ocorrências segue a distribuição exponencial. A função densidade de probabilidade é dada por f (t) = λ exp(−λt),t > 0 2.7 A função de distribuição acumulada é expressa por F(t) = 1 − exp(−λt),t > 0 2.8 Devido a sua simplicidade, a distribuição exponencial tem sido amplamente utilizada na análise de confiabilidade, mesmos nos casos em que as hipóteses do processo de Poisson não se aplicam. Como ela é usada para descrever tempos de falha em que a taxa de falhas é considerada constante, o valor esperado de t ou o MTBF é simplesmente dado por E(t) = MT BF = 1 λ 2.9 e a função confiabilidade é dada por R(t) = exp(−λt),t > 0 2.10 Assim, assume-se neste modelo, que a influência do tempo causando o desgaste por 11 2.2. FUNÇÕES USADAS EM CONFIABILIDADE envelhecimento sobre os equipamentos é desprezível. A medida que a complexidade e o tempo de operação aumentam, observa-se que o tempo entre falhas tende a esta distribuição. Esta aproximação pode ser aplicada para itens com vários componentes, cada um seguindo padrões diferentes de falhas. Porém, alguns cuidados nesta aproximação devem ser tomados, principalmente quando há um componente em que o padrão de falhas se destaca dos demais, afetando o padrão coletivo (Almeida, 2001). 2.2.3 Distribuição Weibull A distribuição Weibull é uma distribuição contínua muito aplicada em confiabilidade em estudos de tempo de vida de equipamentos e estimativa de falhas (Cordeiro et al., 2011). Sua função densidade tem a seguinte forma analítica: f (t) = α α−1 t α ] ),t > 0 t exp(−[ βα β 2.11 onde α e β positivos representam os parâmetros de forma e escala, respectivamente. O significado dos parâmetros está detalhado mais adiante. A função distribuição acumulada é dada por t α F(t) = 1 − exp(−[ ] ),t > 0 β 2.12 A função confiabilidade é especificada por t α R(t) = exp(−[ ] ),t > 0 β 2.13 A função relativa a taxa de falhas é dada por λ (t) = α t α−1 [ ] ,t > 0 β β 2.14 sendo crescente quando α > 1, decrescente quando α < 1 e constante quando α = 1. 12 2.2. FUNÇÕES USADAS EM CONFIABILIDADE Descrição dos Parâmetros Para cada faixa de valores dos parâmetros da equação Weibull, existe a indicação de uma situação básica que pode ser reconhecida. O parâmetro de forma, representado por α, influencia no comportamento da equação, ou seja, variando o valor de α a equação de Weibull poderá representar uma curva típica de falhas prematuras, falhas aleatórias ou falhas de desgastes. Ou seja: • Se α < 1, as falhas predominantes são as do tipo prematuras ou precoces, também conhecidas como falhas do tipo mortalidade infantil; • Se α = 1, predominam as falhas aleatórias, ou falhas que não dependem do tempo de uso do equipamento. Neste caso, tem-se a distribuição exponencial como um caso particular; • Se α > 1, predominam as falhas do tipo fim de vida útil, fim de vida econômica ou de obsolescência. Quanto maior for o valor de α, significa que as falhas estarão ocorrendo mais rápido. Se α tende para o infinito, o intervalo de tempo em que ocorrerão as falhas tenderá a zero. Isto significa que todos equipamentos que estão em operação poderão falhar em um curto intervalo de tempo. O parâmetro de escala β , também denominado vida últil característica, é o tempo para que, em uma amostra considerável, ocorram aproximadamente 63,2% das falhas, para todo α. Isto significa que, na equação (2.13) é possível existir um valor para β tal que o expoente se torne igual a unidade. Ou seja, quando β = t a equação se reduz a: t α R(t) = exp(−[ ] ) = exp(−1α ) = exp(−1) = 0, 367879 β que representa a probabiliade para uma unidade observada alcançar a vida últil característica. Logo, sabe-se que existem aproximadamente 36,8% de equipamentos em operação. Assim, cerca de 63,2% já falharam. F(t) = 1 − R(t) = 0, 632120 Em caso de não serem conhecidos os valores para os parâmetros α e β , estes devem ser estimados a partir do resultado de ensaios. 13 2.2. FUNÇÕES USADAS EM CONFIABILIDADE 2.2.4 Distribuição Gama Outra distribuição utilizada para modelar o tempo de funcionamento de um sistema é a distribuição gama. Uma variável aleatória contínua T que assume apenas valores não-negativos, tem distribuição gama, T ∼ Gama(α, β ), se sua função densidade de probabilidade for expressa por f (t) = 2.15 1 t t α−1 exp(− ),t > 0 α β Γ(α) β onde α > 0 e β > 0 representam os parâmetros de forma e escala, respectivamente. Se α = 1, a equação (2.15) se torna f (t) = β1 exp(− βt ) para t > 0 e o valor esperado E(T ) = β1 . Portanto a distribuição exponencial é um caso particular da distribuição gama. A função gama, denotada por Γ, é assim definida Z ∞ Γ(α) = 2.16 t α−1 e−t dt 0 A distribuição gama é uma distribuição de probabilidade amplamente utilizada em engenharia, ciência e negócios. Em função da flexibilidade para o ajustamente de seus parâmetros e por ser uma distribuição assimétrica, a distribuição gama pode apresentar bons ajustes a tipos de dados de falhas, tempo de retorno de mercadorias com falhas, testes de confiabilidade, dentre outros. Se a variável aleatória T tem distribuição gama G(µ, α), a sua função de distribuição acumulada é Z y ( α )α αz µ zα−1 exp(− )dz F(t) = P(T ≤ t) = 0 = ( αµ )α Z Γ(α) Γ(α) y zα−1 exp(− 0 µ αz ) µ onde o parâmetro µ = αβ , com µ > 0, representa a média da distribuição. Substituindo αz µ = t, temos 1 F(t) = Γ(α) Z 0 α µy t α−1 −t e dt = γ(α, αy µ ) Γ(α) , 2.17 14 2.3. TRABALHOS RELACIONADOS onde γ(α, αy µ ) representa a função gama incompleta. A confiabilidade é expressa por R(t) = 1 − F(t) = 1 − γ(α, αy µ ) Γ(α) 2.18 Das expressões (2.15) e (2.18) obtém-se a função relativa a taxa de falhas α α α−1 exp(− αy f (t) ( µ ) y µ ) λ (t) = = R(t) Γ(α) − γ(α, αy µ ) 2.19 A taxa de falhas desta distribuição apresenta um padrão crescente ou decrescente convergindo para um valor constante quando y cresce de zero a infinito (Prudente, 2009). 2.3 Trabalhos Relacionados Conforme (Neves et al., 2008), a literatura sobre dimensionamento de peças sobressalentes é vasta e com maior ênfase em métodos para estimação de estoques voltados para produção de bens e vendas no varejo, porém quando se trata do ressuprimento de peças de reposição ela não tem a mesma abrangência e pode ser considerada relativamente escassa. Ainda conforme (Neves et al., 2008), nestes modelos a demanda e o tempo de resposta apresentam boa aderência à distribuição normal e os métodos mais utilizados são os de séries temporais. No entanto, para os sobressalentes voltados para a manutenção, o problema apresenta características bem distintas. É comum que os equipamentos sobressalentes voltados para a manutenção sejam mais caros, quando comparados aos itens de varejo, apresentando normalmente baixo consumo e elevados custos em caso de indisponibilidade. Devido a estas características, a distribuição normal não apresenta boa aderência para este tipo de sistema. Nos últimos anos, é notável um acréscimo no número de sistemas probabilísticos para o planejamento de equipamentos reservas para sistemas elétricos. As seções seguintes ilustram alguns trabalhos encontradas na literatura para o problema do dimensionamento de sobressalentes, segundo abordagens diferentes. 15 2.3. TRABALHOS RELACIONADOS 2.3.1 Abordagem Baseada na Distribuição de Poisson A abordagem mais simples para o dimensionamento de sobressalentes é obtida através da distribuição de probabilidade Poisson, utilizada por (Chowdhury, 2005) para o desenvolvimento de três modelos probabilísticos para determinar o número ótimo de transformadores reservas para sistemas com transformadores de distribuição de 72-kV. O número ótimo de transformadores reservas é obtido satisfazendo os requisitos mínimos de confiabilidade, os requisitos mínimos do MTBF (Mean Time Between Failure) e critérios econômicos (custo mínimo) para o sistema. Entre os modelos desenvolvidos, o modelo de critérios econômicos fornece o melhor resultado na tentativa de minimizar o custo total do sistema. O mesmo modelo de Poisson é usado em (Kogan et al., 1996), onde é destacada a importância de se manter um número adequado da reserva técnica de transformadores em subestações de distribuição de energia para uma eventual substituição caso venham a falhar. O artigo enfatiza que a reserva técnica pode minimizar a duração da interrupção do fornecimento de energia, que pode ser inaceitável para consumidores com maiores níveis de exigência para este serviço. 2.3.2 Abordagem com o Uso de Conhecimento a Priori de Especialistas Uma outra abordagem também encontrada na literatura é o uso do conhecimento subjetivo no dimensionamento de sobressalentes (Melo et al., 1997). No estudo realizado por (Ferreira, 2001), foi utilizado o conhecimento a priori de especialistas para quantificar a reserva técnica dos equipamentos do sistema elétrico da Companhia Energética de Pernambuco (CELPE). O mesmo método foi utilizado por (Cavalcante et al., 2003), onde foi desenvolvido um sistema modulado de apoio a decisão na quantificação de sobressalentes. Estes trabalhos também utilizam a abordagem tradicional que considera apenas o risco da quebra do estoque, adquirido a partir da distribuição de Poisson. Nesta abordagem, a experiência que um especialista detém sobre uma variável é utilizada, sob a forma de uma distribuição de probabilidade denominada de distribuição a priori, que corresponde à descrição do conhecimento a priori do especialista sobre o estado da natureza representado pela referida variável. A probabilidade subjetiva representa, portanto, o grau de crença pessoal sobre a chance de ocorrer um determinado evento. Não há uma probabilidade correta, ao invés disto, há uma probabilidade que alguém atribui para um evento, seguindo todos os postulados básicos da teoria das probabilidades. 16 2.3. TRABALHOS RELACIONADOS 2.3.3 Abordagem Segundo uma Função Utilidade Multiatributo Existe ainda na literatura trabalhos que abordam o problema de sobressalentes por meio de uma visão multicritério (Almeida, 2001; de Melo, 1998). Neste caso, o modelo de decisão considera dois atributos analisados pelo decisor: o custo envolvido na aquisição de sobressalentes e o risco de quebra de estoque. Desta forma, a modelagem das preferências do decisor é efetuada através da maximização de uma função utilidade multiatributo. Como resultado da combinação de ambos os atributos, têm-se a função utilidade da consequência, expressa por u(p). A decisão a ser adotada neste procedimento consiste em determinar valores para os atributos custo (C) e risco (α) de modo a se obter a maximização da função utilidade multiattributo da consequência, que é também expressa por u(α,C). A solução é obtida através da escolha de um quantitativo de sobressalentes a ser adquirido (Almeida, 2001). 2.3.4 Abordagem Segundo a Simulação Monte Carlo Em (Costa, 2008), é apresentado um método baseado na simulação cronológica Monte Carlo para determinar o número ótimo de transformadores reservas (tipo montado em poste) para ser armazenado em centros regionais de companhias de distribuição, avaliando índices de confiabilidade como probabilidade, frequência e duração de falhas, a fim de equilibrar os critérios de confiabilidade e custo. O método proposto neste trabalho é baseado em simulações de tempos operacionais até a falha de um grupo de transformadores de distribuição, com o estoque de reservas abastecido em intervalos de tempo regulares. O modelo também permite o cálculo de custos anuais associados com investimento, substituição dos equipamentos avariados, não faturamento e interrupção de energia. Um procedimento de otimização é usado para determinar o número de transformadores reservas que minimizam o custo total esperado, considerando todas as características cronológicas. 2.3.5 Abordagem Baseada em Cadeias de Markov Um outro modelo probabilístico baseado na teoria dos processos estocásticos para o dimensionamento ótimo de estoques de transformadores reservas para uso em subestações de distribuição de energia elétrica foi apresentado por (Costa, 2009), no qual é permitida uma avaliação da confiabilidade do sistema e de vários indicadores de desempenho com base em uma representação por espaço de estados através de uma cadeia de Markov. 17 2.3. TRABALHOS RELACIONADOS A representação por espaço de estados permite o cálculo das probabilidades instantâneas de funcionamento e falha dos transformadores, além de considerar adequadamente a variação da taxa de falhas total com o número de transformadores em operação. Admitese, neste caso, que os tempos de operação e de reposição de um transformador são distribuídos exponencialmente. Em outro artigo, (Silva et al., 2010) reune os modelos baseados em cadeias de Markov e simulação cronológica Monte Carlo, onde os resultados obtidos são comparados entre os modelos e com o modelo baseado na distribuição de Poisson. 2.3.6 Abordagem Baseada na Distribuição Binomial para Estados do Sistema Um modelo para o dimensionamento de sobressalentes baseado na distribuição binomial das probabilidades de estados de transformadores foi sugerido por (Nahman, 2009) para estimar o número ótimo do conjunto de transformadores de distribuição considerado em (Chowdhury, 2005). Neste modelo, o tempo para reparo é tratado como uma variável estocástica, no lugar de uma variável determinística e pode ser aplicada qualquer distribuição de probabilidade para o tempo de funcionamento e reparo dos transformadores. Assim, torna-se possível explicar os efeitos da deterioração do transformador devido ao envelhecimento de forma realista, com a escolha de uma distribuição de probabilidade que tenha uma grande variabilidade na taxa de falha para representar os tempos de funcionamento, e avaliar os impactos do tempo de reparo como uma variável estocástica, ao invés de uma variável determinística durando todo o período de planejamento. 2.3.7 Outras Abordagens Na abordagem probabilística apresentada por (Li et al., 1999), além de determinar o número de transformadores reservas necessários para provê um nível de confiabilidade suficiente, é realizada uma avaliação para determinar o melhor momento de manter estes transformadores compartilhados para evitar a redução da confiabilidade durante o fornecimento de energia devido ao problema do envelhecimento. A abordagem proposta é baseada no modelo de falhas de envelhecimento de transformadores, na análise de confiabilidade global e no modelo probabilístico de custos e danos para um grupo de subestações. O estudo menciona a prática de utilização de reserva técnica em paralelo com um transformador em operação, destacando os custos elevados com esta prática. Assim, o 18 2.4. COMENTÁRIOS SOBRE AS ABORDAGENS estudo se preocupa com o dimensionamento de sobressalentes para um grupo de subestações com o propósito de reduzir custos, mantendo o nível requerido de confiabilidade. Embora a distribuição normal não seja usualmente adotada em estudos de confiabilidade, a modelagem probabilística de falhas deste trabalho é efetuada através desta distribuição. 2.4 Comentários sobre as Abordagens Diante do exposto nesta pesquisa bibliográfica, nota-se a ausência de estudos referente a modelos de dimensionamento de sobressalentes para TI, apesar de existir na literatura diversas contribuições que tratam os transformadores de distribuição de energia elétrica. Neste sentido, a presente dissertação busca suprir essa deficiência, apresentando um estudo piloto voltado para TI aplicado ao sistema de uma importante empresa prestadora de serviços de geração e transmissão de energia elétrica. Diante deste novo cenário, tornase importante identificar a abordagem que confere uma maior precisão na representação do sistema sob estudo. Apesar da grande aplicabilidade, a estimativa obtida pelo modelo baseado na distribuição de Poisson possui algumas limitações, uma vez que este modelo assume que o estoque é completamente abastecido no início do período (que normalmente é considerado um ano), além de considerar o tempo para reparo como determinístico, conduzindo a resultados otimistas. As abordagens baseadas na função utilidade multiatributo e com o uso de conheciemnto a priori se mostram como boas alternativas para o problema, uma vez que incorporam ao modelo as preferências do decisor e o conhecimento de especialistas. Porém, é importante a escolha adequada do especialista com base em aspectos relevantes como experiência comprovada na área de interesse, envolvimento e comprometimento com o processo, bem como a motivação e sensibilização para que o procedimento seja entendido e as respostas representem com fidelidade a sua percepção sobre o parâmetro avaliado (Ferreira, 2001). A representação por espaço de estados através de uma cadeia de Markov é aceitável se os parâmetros de entrada são distribuídos exponencialmente (Silva et al., 2010), enquanto que, nos modelos baseados em simulação Monte Carlo e binomial para estados do sistema, qualquer distribuição de probabilidade para o tempo de funcionamento e reparo dos equipamentos pode ser aplicada. Logo, com base nas análise realizadas no próximo capítulo, estas abordagens são as opções mais consistentes para o dimensionamento de sobressalentes do sistema sobre estudo, sendo o método de Monte Carlo o mais indicado 19 2.5. CONCLUSÃO por permitir a incorporação de diversas variáveis ao problema. Assim, após análise das abordagens anteriores, o método fundamentado na simulação Monte Carlo se mostrou mais adequado para a natureza do problema, tendo em vista a boa precisão, fácil compreensão e implementação computacional, podendo se moldar com facilidade ao cenário complexo da empresa. 2.5 Conclusão O capítulo abordou os princípios básicos do problema do dimensionamento de sobressalentes, introduzindo vários conceitos para um melhor entendimento dos termos técnicos utilizados nesta pesquisa. Estas análises são fundamentais para se compreender as diferentes abordagens encontradas na literatura para o problema sob estudo. A partir da revisão bibliográfica de trabalhos que tratam o dimensionamento do estoque de equipamentos do sistema elétrico, é realizada uma discussão para identificar a abordagem que confere uma maior precisão na representação do sistema sob estudo. 20 3 Transformadores para Instrumentos 3.1 Introdução A proposta deste trabalho está inserida no âmbito do sistema elétrico da região Nordeste, o qual é mantido e operado pela CHESF. A CHESF é uma empresa estatal, responsável pela geração, transmissão e comercialização de energia elétrica para os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, beneficiando mais de 50 milhões de habitantes. A empresa possui 15 usinas geradoras, das quais 14 são hidrelétricas e uma termelétrica, com capacidade total de geração de 10.615.131 kW, mais de 18.000 km de linhas de transmissão em 69, 138, 230 e 500 kV e 98 subestações, sendo 15 elevadoras de tensão, 76 abaixadoras e 7 seccionadoras, com capacidade de transformação de mais de 43.000 MVA. O sistema abrange uma ampla área geográfica com seis gerências regionais de manutenção. Os equipamentos estão instalados nas subestações dentro da área de cobertura destas gerências regionais. A manutenção destes equipamentos em campo é realizada de forma descentralizada, devendo cada gerência responder pelos equipamentos instalados nas subestações sob sua responsabilidade. No caso particular de TI, quando há necessidade de substituição por ocasião de uma falha, o equipamento retirado de operação é enviado ao Centro de Reparo de Equipamentos de Subestação (CORE), localizado na Gerência Regional Leste (GRL), objeto deste estudo, para verificar a viabilidade de reparo. A Figura 3.1 ilustra a área geográfica na qual estão localizadas as subestações da GRL. Para armazenar a reserva técnica de equipamentos, a CHESF dispõe de seis almoxarifados, um para cada gerencia regional. Logo, quando existe a necessidade de substituir um equipamento, a equipe de manutenção aciona o almoxarifado para que seja realizado 21 3.2. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.1 Área geográfica da Gerência Regional Leste o envio do equipamento para a subestação na qual acontecerá a substituição. 3.2 Dados dos Transformadores para Instrumentos Para o estudo de caso contemplado por este trabalho, o dimensionamento do estoque de sobressalentes de TI levou em conta o nível de tensão para cada tipo de equipamento. Foram tratados os TPI de 69 kV, TPC de 230 e 500 kV e TC de 69, 230 e 500 kV da GRL, por se tratar da maior gerência regional da empresa. Os TI de 138 kV não foram considerados neste trabalho por não apresentarem uma quantidade expressiva e por não possuírem registros de falhas nas ordens de serviço. O resumo dos TI em operação na GRL é apresentado na Figura 3.2, enquanto que na Tabela 3.1, é ilustrado o número de TI de 69, 230 e 500 kV estratificados por subestação. Para atender a esta demanda de equipamentos e manter um nível aceitável de confiabilidade do sistema, é conveniente usar um estoque de equipamentos reservas, especialmente no caso de TI, em que é grande o número de equipamentos em operação, de maneira que a substituição seja imediata, mantendo o sistema operando mesmo se algum componente falhar. A Tabela 3.2 apresenta um resumo do número de equipamentos do sistema, onde N representa o número de TI em operação e n o número de reservas no almoxarifado da GRL. O custo para aquisição de equipamentos reservas é apresentado na Tabela 3.3, enquanto que na Tabela 3.4, é ilustrado o custo anual de investimento para o sistema 22 3.2. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.2 Relação dos 2301 Transformadores para Instrumentos em operação na GRL atual, a ser amortizado ao longo da vida útil do equipamento a uma taxa de 15% ao ano (Silva et al., 2010; Chowdhury, 2005; Costa, 2009). O custo anual de investimento é calculado por Cinv = n ×CT ×CF 3.1 onde n é o número de TI reservas disponíveis no estoque, CT é o custo de aquisição de um TI novo em R$ e CF é o fator usado para converter o valor presente em anual (Silva et al., 2010; Costa, 2009), calculado por CF = j × (1 + j)n p (1 + j)n p − 1 3.2 onde j é a taxa de juros e n p é o período (vida útil) em anos. 3.2.1 Parâmetros do Sistema No que se refere aos TI de subestação, existe dois modos predominantes de falhas: 1) reparáveis no campo e 2) não-reparáveis no campo. O tempo de instalação ou de reparo em campo de um TI é de normalmente um a dois dias, o qual é muito inferior ao tempo necessário para reconstrução (em caso de falhas catastróficas) ou aquisição de um equipamento novo, que é em média um ano. 23 3.2. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela 3.1 Número de Transformadores para Instrumentos Estratificados por Subestação Subestação 69 TC Açu II 31 Angelim II 0 Angelim 45 72 Bongi Bela Vista 6 44 Campina Grande II Campina Grande I 17 15 Currais Novos II Coteminas 0 58 Goianinha Joairam 24 Maceió 18 Mussuré II 53 Mirueira 81 0 Messias Natal II 79 Penedo 49 Pau Ferro 19 Pirapama II 67 Paraíso 0 Recife II 12 Ribeirão 54 Rio Largo II 42 Santana do Matos II 7 4 Santa Cruz II Tacaimbó 32 Total 832 Dados de setembro de 2010 kV TPI 8 0 14 20 3 8 3 5 0 13 9 12 15 8 0 23 14 14 13 0 8 14 9 5 5 14 237 230 TC 21 0 63 30 0 57 0 3 12 27 26 18 21 18 30 24 9 27 21 15 75 15 21 0 9 24 566 kV TPC 10 6 52 13 0 38 0 0 11 19 26 4 10 16 31 13 6 19 11 15 61 9 18 0 0 21 409 500 TC 0 64 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 27 0 0 0 0 0 48 0 0 0 0 0 139 kV TPC 0 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 23 0 0 0 0 0 55 No caso particular dos TI, nem toda falha não-reparável em campo é catastrófica. Desta forma, em alguns casos pode ser mais conveniente reparar o equipamento em oficina, devido aos baixos custos de reparo e transporte, resultando em uma falha nãoreparável no campo. Assim, para obtenção dos parâmetros do sistema, foram considerados apenas os eventos em que houve a necessidade de substituição do equipamento, sendo desconsiderados os reparos realizados em campo. As informações referentes ao histórico de ocorrência de falhas foram extraídas das ordens de serviço das equipes de manutenção no período de janeiro de 2006 a agosto de 2010. Ao todo foram registradas 125 ocorrências com a substituição do TI, a partir das quais foi calculada a taxa de falhas como parâmetro de confiabilidade. A Tabela 3.5 ilustra a taxa de falhas λ de TI na CHESF calculadas a partir da expressão 2.5 no período considerado, classificadas por tipo e tensão. É importante salientar que nem toda 24 3.2. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela 3.2 Número de Transformadores para Instrumentos do Sistema Equipamento 69 kV N n TC 832 63 TPC TPI 237 13 Total 1069 76 Dados de setembro de 2010 230 N 566 409 975 kV n 32 4 36 500 N 139 55 194 kV n 2 3 5 Tabela 3.3 Custo de Aquisição de Transformadores para Instrumentos Equipamento TC TPC TPI Total 69 kV 12.000,00 10.000,00 22.000,00 230 kV 22.000,00 30.000,00 52.000,00 500 kV 53.000,00 50.000,00 103.000,00 Total 87.000,00 80.000,00 10.000,00 117.000,00 substituição foi resultado de uma falha no equipamento, sendo, em alguns casos, fruto de melhorias no sistema. No entanto será utilizado, sem perda de generalidade, o termo falha para ambas situações. Da mesma forma, os tempos para reparo foram obtidos através dos registros das ordens de serviço do CORE que gerencia o reparo destes equipamentos em oficina, os quais indicam os valores médios de amostras de tempos para reparo, usados como aproximação para o MTTR, representando o parâmetro de mantenabilidade. A Tabela 3.6 ilustra os 153 reparos no período sob consideração. Nota-se que não foram registrados os tempos para reparo nos TC de 230 e 500 kV, haja vista que a oficina de reparo não tem estrutura para realizar grandes reparos nestes equipamentos. Nestes casos, decide-se pelo descarte ou remanufaturamento através de contrato com o fabricante, sendo assim tratado como um sistema não-reparável com taxa de reparo igual a um ano. Ao contrário do registro das falhas, o tempo para reparo não levou em consideração a gerência regional na qual o equipamento foi retirado de operação. De fato, o tempo para reparo não depende da origem do equipamento, podendo ser registrado de forma independente. É importante salientar que nem todas as informações têm registro oficial, sendo obtidos através de profissionais do CORE e da Divisão de Manutenção de Equipamentos de Transformação e Serviços Auxiliares (DOMA). 25 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela 3.4 Custo Anual de Investimento do Sistema em Reais (R$) Equipamento TC TPC TPI Total 69 kV 115.404,40 19.958,44 135.362,84 230 kV 111.525,42 18.563,93 130.089,35 500 kV 16.670,17 23.314,47 39.984,64 Total 243.599,99 41.878,40 19.958,44 305.436,83 Tabela 3.5 Taxa de Falhas em Transformadores para Instrumentos por Tipo e Tensão Equipamento TC TPC TPI 3.3 69 kV 0,0121051 0,0189873 230 kV 0,0041646 0,0162417 - 500 kV 0,0046249 0,0460532 - Estatística Descritiva dos Transformadores para Instrumentos A partir de dados históricos dos tipos de TI do sistema é possível obter modelos de tempos de falha e reparo para esses equipamentos, bem como obter a distribuição de probabilidade de tais componentes e atribuir-lhes uma probabilidade de falha após um tempo t de funcionamento. As próximas seções apresentam as análises realizadas nos tempos de funcionamento e de reparo dos TC, TPC e TPI e alguns problemas encontrados, bem como a maneira com que foram contornados. 3.3.1 Modelagem do Tempo de Funcionamento O tempo de funcionamento ou Tempo Até a Falha (TTF) de qualquer equipamento do sistema elétrico é definido como o tempo de funcionamento até a primeira falha, podendo ser modelado através de uma distribuição de probabilidade. A Tabela A.1 do Apêndice A apresenta os dados do tempo de funcionamento em anos de 125 TI da GRL e suas respectivas localizações no sistema da CHESF. O objetivo é identificar a distribuição de probabilidade que mais se adere aos dados do sistema sob estudo, tomando como parâmetro a tensão de operação do equipamento, o tipo e o tempo de funcionamento. Na Tabela A.1, a variável tempo é quantitativa e as variáveis tensao e tipo são qualitativas. Como já foi observado, a variável tensao pode assumir os valores 69, 230 e 500 kV; a variável tipo os valores TC, TPC e TPI; e a variável tempo representa o número de anos ocorridos entre a energização e a falha do equipamento. Inicialmente foi realizada uma análise descritiva dos dados através de histogramas e 26 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela 3.6 Número de Reparos em Transformadores para Instrumentos Equipamento TC TPC TPI Total 69 kV 110 10 120 230 kV 0 21 21 500 kV 0 12 12 Total 110 33 10 153 box plots, objetivando conhecer melhor o comportamento das variáveis citadas e avaliar a aderência à distribuição exponencial, por se tratar de uma distribuição muito utilizada na análise de tempos de funcionamento e reparo de sistemas. A Figura 3.3 apresenta o histograma e o box plot do tempo de funcionamento considerando todos os tipos de TI, de forma geral, sem segmentação e a Figura 3.4 apresenta os box plots do tempo de funcionamento por tipo de equipamento e por tensão. Nota-se na Figura 3.3 que não existe uma grande variabilidade dos dados, com uma maior concentração dos dados entre 10 e 25 anos e uma leve assimetria à direita. A Figura 3.4 mostra uma dispersão maior dos dados para os TPC e um comportamente bastante assimétrico para os equipamentos na tensão de 500 kV. Figura 3.3 Histograma e box plot do tempo de funcionamento dos Transformadores para Instrumentos Em seguida as análises foram realizadas por tipo e tensão, porém somente para aqueles conjuntos de observação com pelo menos 10 ocorrências, pois foi o número mínimo de registros considerado neste trabalho. Na Figura 3.5 tem-se os histogramas do tempo de funcionamento dos TPC de 230 e 500 kV e TPI de 69 kV. Foram registradas 31 ocorrências em TPC de 230 kV, 12 em TPC de 500 kV e 21 em TPI de 69 kV. 27 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.4 Box plots do tempo de funcionamento dos Transformadores para Instrumentos por tipo e tensão Figura 3.5 Histogramas do tempo de funcionamento de Transformadores de Pontencial Indutivo de 69 kV e Transformadores de Potencial Capacitivo de 230 e 500 kV 28 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Os histogramas da Figura 3.6 mostram o tempo de funcionamento dos TC de 69, 230 e 500 kV. Foram registradas 47, 12 e 3 ocorrências respectivamente. Como os TC de 500 kV apresentaram apenas três registros de falhas, estes foram adicionados aos TC de 230 kV, por serem equipamentos semelhantes, fisicamente e eletricamente. O histograma e box plot dos 15 registros são apresentados na Figura 3.7. Figura 3.6 Histogramas do tempo de funcionamento dos Transformadores de Corrente de 69, 230 e 500 kV Figura 3.7 Histogramas e box plots do tempo de funcionamento dos Transformadores de Corrente de 230 e 500 kV 3.3.2 Análise da Aderência dos TTF à Exponencial Inicialmente são apresentados os resultados da análise dos TTF para todos os TI, sem estratificação por tipo e tensão, avaliando os resultados dos testes de aderência de KolmogorovSmirnov (KS) e avaliação visual da aderência dos dados às distribuições de probabilidade 29 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS de interesse, por meio de gráficos de probabilidade. Neste trabalho foram testadas as distribuições exponencial, Weibull e gama, amplamente utilizadas na análise de confiabilidade de sistemas. Em seguida será apresentado o resumo dos resultados para todas as situações. O teste de hipótese KS observa a máxima diferença absoluta D entre a função de distribuição acumulada assumida para os dados e a função de distribuição empírica dos dados. Como critério, esta diferença é comparada com um valor crítico, para um dado nível de significância (Coelho et al., 2010). Em um teste clássico de hipóteses, são definidas a hipótese nula (H0 ), normalmente formulada como a hipótese do pesquisador, e a alternativa (HA ), que é o seu complemento. Ao testar a hipótese nula de uma amostra aleatória, verifica-se a possibilidade de cometer dois tipos de erros: rejeitar H0 e H0 é verdadeira (erro tipo I); e não rejeitar H0 e H0 é falsa. A probabilidade de cometer um erro tipo I é chamada de nível de significância, representado por α. O nível de significância é tradicionalmente fixado em 0,05 ou 0,01 e é normalmente determinado antes da coleta dos dados. Comete-se um erro de tipo I quando se chega a um resultado que tem significância estatística quando na verdade ele aconteceu por acaso. Mais precisamente, a significância de um teste é a probabilidade máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula quando ela é verdadeira. Para identificação deste erro é comum utilizar-se da estatística p-valor. O p-valor pode ser definido como a menor escolha para o nível de significância, de forma que H0 seja rejeitada. De uma forma simplificada, rejeita-se H0 se o p-valor é menor que α e não se rejeita H0 em caso contrário. Para o conjunto de 125 tempos de funcionamento, o valor encontrado da estatística de teste D em relação a distribuição exponencial com taxa de falhas λ = 0, 011641 falhas por ano, é igual a 0,8832 e o valor encontrado para a probabilidade p (assumindo como verdadeira a hipótese nula) é muito inferior aos níveis de significância normalmente usados em testes de hipóteses. Logo, há evidência estatística para rejeitar a hipótese de aderência dos TTF (sem estratificação por tipo e tensão) à distribuição exponencial. De fato, observando o histograma da Figura 3.3, nota-se que a concentração maior dos dados está na região central do histograma com uma leve assimetria à direita, descartando-se a hipótese de exponencialidade dos dados. Ao testar a aderência dos TTF à distribuição Weibull obteve-se um valor para D igual a 0,1023 e p igual a 0, 1459, com os parâmetros de escala β = 18, 2199 e forma α = 1, 648219 estimados através da função fitdistr do pacote MASS do software R 30 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS (Team, 2009). Como se trata de uma probabilidade superior aos níveis de significância normalmente usados em testes de hipóteses, não há evidência estatística suficiente para rejeitar a hipótese de aderência dos TTF à distribuição Weibull. O mesmo procedimento foi realizado para a distribuição gama, obtendo-se os resulados D = 0, 1143 e p = 0, 07612. Como a probabilidade é maior que os níveis de significância normalmente usados, não há evidências para rejeitar a hipótese de aderência à distribuição gama. Para uma avaliação visual da adência aos dados, a Figura 3.8 apresenta o gráfico de probabilidades, onde estão representadas as distribuições Weibull e gama esperadas para os dados. Visualmente, observa-se uma aderência maior da distribuição Weibull às barras do histograma do que com a distribuição gama, visto que a maior parte das áreas das barras do histograma permanece sob a linha contínua que representa a distribuição Weibull esperada. Figura 3.8 Histograma dos tempos de funcionamento: aderência à distribuição Weibull e Gama As análises dos parágrafos anteriores foram realizadas para seis combinações de níveis de tensão e tipos de TI, adotando-se um nível de significância de 0,05. Os resultados são mostrados nas Tabelas 3.7 e 3.8. Na maioria dos casos não houve aderência à distribuição exponencial (p-valor inferior a 0,01), com exceção dos TPC de 500 kV, com D = 0, 2488 e p = 0, 4472. Desta forma, os resultados para a distribuição exponencial não foram mostrados em tabela. Como pode ser observado, em todos os casos descritos nas Tabelas 3.7 e 3.8 31 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela 3.7 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTF à Distribuição Weibull Equipamento 69 kV 230 kV 500 kV D p-valor D p-valor D p-valor TC 0,1421 0,2989 0,1772 0,8802 0, 1844∗ 0, 7276∗ TPC 0,2023 0,1583 0,1945 0,7543 TPI 0,1824 0,4867 ∗ Valores estimados compondo os tempos de operação de TC de 230 e 500 kV Tabela 3.8 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTF à Distribuição Gama Equipamento 69 kV 230 kV 500 kV D p-valor D p-valor D p-valor TC 0,1507 0,2359 0,1967 0,7882 0, 1653∗ 0, 839∗ TPC 0,2174 0,1068 0,2367 0,512 TPI 0,1582 0,6692 ∗ Valores estimados compondo os tempos de operação de TC de 230 e 500 kV houve aderência dos tempos de funcionamento às distribuições, com excelente aderência à distribuição Weibull, devendo ser a melhor modelo para representar os tempos de funcionamento, e em apenas dois casos a aderência se mostrou melhor na distribuição gama (maior p-valor e menor distância D). Este resultado pode ser explicado pelo fato destas distribuições apresentarem dois parâmetros, o que permite uma maior variedade de resultados possíveis, principalmente por se adequar aos casos em que a taxa de falhas seja decrescente (típico de falhas prematuras) ou crescente (típico de fim de vida útil), podendo se adaptar a uma grande faixa de fenômenos. Para todas as situações tratadas, o parâmetro de forma α apresentou um valor superior a 1,0 para ambas distribuições, o que caractariza uma taxa de falhas crescente com o tempo, significando que os equipamentos em operação estão no final de sua vida útil, sendo necessário suprir esta deficiência com o aumento da quantidade de equipamentos no estoque. 3.3.3 Modelagem do Tempo para Reparo O Tempo Para Reparo (TTR) é definido como o tempo necessário para reparar qualquer equipamento, sendo computado desde a falha até a sua disponibilização, podendo também ser modelado através de uma distribuição de probabilidade. Na Tabela A.2 do Apêndice A estão os dados do tempo para reparo em anos de 153 TI, registrados de janeiro de 2006 a agosto de 2010. Nesta tabela, as variáveis f alha e reparo respresentam, respectivamente, a data em que ocorreu a falha e o período de reparo dos TI em oficina; e a variável ttr 32 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS representa o tempo para reparo, calculado pela diferença entre a data da falha e a data de término do reparo. Como pode ser observado na Tabela A.2 do Apêndice A, o tempo de reparo propriamente dito (tempo registrado em ordem de serviço) é bem inferior ao tempo total, visto que o tempo para reparo é computado desde o instante em que ocorreu a falha até a disponibilização do equipamento, seja com o retorno à operação ou estoque em almoxarifado. Esta diferença é bem mais evidente no contexto da CHESF, pois a empresa possui uma grande quantidade de equipamentos em operação e apenas um centro de reparo, aumentando a demanda e o tempo para o início do reparo em oficina. Da mesma forma que o tempo de funcionamento, foram realizadas análises descritivas dos TTR através de histogramas e box plots para conhecer melhor o comportamento desta variável e avaliar a aderência à distribuição exponencial. A Figura 3.9 apresenta o histograma e o box plot da variável ttr dos TI, sem segmentação por tipo ou tensão. Nesta figura, nota-se que a variável ttr possui grande variabilidade e um percentual significativo de observações atípicas, sendo fortemente assimétrica à direita. Figura 3.9 Histograma e box plot do tempo para reparo dos Transformadores para Instrumentos Na Figura 3.10, observa-se que a dispersão do tempo para reparo é maior para os TPI de 69 kV e menor para os TPC de 500 kV. Nota-se ainda um comportamento semelhante entre os TC de 69 kV e TPC de 230 kV com alguns dados atípicos. Após o estudo dos dados sem segmentação, as análises foram realizadas por tipo de equipamento e tensão. A Figura 3.11 apresenta o histograma dos tempos para reparo dos TPC de 230 e 500 kV. Foram registrados 21 reparos em TPC de 230 kV e 12 em TPC de 500 kV. 33 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.10 Box plot do tempo para reparo dos Transformadores para Instrumentos Figura 3.11 Histograma do tempo para reparo dos TPC de 230 e 500 kV 34 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS A Figura 3.12 mostra o histograma do tempo para reparo dos TC e TPI de 69 kV. Foram registrados 110 TC e 10 TPI que falharam no período sob consideração. Como já foi dito anteriormente, não foi encontrado registro de reparo para os TC de 230 e 500 kV, impossibilitando qualquer teste de aderência às distribuições de probabilidade de interesse. Neste caso, foi considerado o modelo exponencial com taxa de reparo igual a um ano (tempo médio para aquisição de um equipamento novo), por ser um modelo amplamente utilizado no estudo de dimensionamento de sobressalentes e pela própria natureza aleatória desta distribuição. Figura 3.12 Histograma do tempo para reparo dos TC e TPI de 69 kV Além da apreciação do tempo para reparo realizada nos parágrafos anteriores, é conveniente analisar o comportamento desta variável combinando os tempos dos TC e TPI de 69 kV e TPC de 230 e 500 kV, pois a experiência e as técnicas utilizadas para o reparo destes equipamentos comprovam que os tempos para reparo em oficina são equivalentes. Os histogramas da Figura 3.13 ilustram o resultado desta combinação. 3.3.4 Análise da Aderência dos TTR à Exponencial Da mesma forma que o tempo de funcionamento, os resultados da análise dos TTR para todos os TI são apresentados, bem como são realizados testes de aderência e avaliação visual dos dados às distribuições de probabilidade de interesse, por meio de gráficos de probabilidade. O teste KS foi realizado no conjunto de 153 registros de reparo para testar a aderência à distribuição exponencial. O tempo médio de reparo é 0,7947 e, segundo o modelo exponencial, a taxa de reparo é igual a µ = MT1T R , resultando em uma taxa de 1,2584 reparos 35 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.13 Histograma do tempo para reparo dos TC e TPI de 69 kV e TPC de 230 e 500 kV combinados por ano. O valor encontrado da estatística de teste D é 0,1465, com um p-value igual a 0,002817, ou seja, inferior aos níveis de significância normalmente usados em testes de hipóteses (0,05 ou 0,01). Desta forma, conclui-se que há evidência estatística para rejeitar a hipótese de aderência dos TTR à distribuição exponencial. Porém, observando a Figura 3.14, nota-se que há uma linha contínua que representa a distribuição exponencial esperada para os dados. Visualmente é possível perceber uma aderência desta linha às barras do histograma, levando-nos a investigar a viabilidade da aderência dos TTR à exponencial sem considerar o resultado do teste KS. A causa da rejeição da aderência, neste caso, pode ser explicadda pelo número relativamente grande de eventos, reduzindo o valor da distância máxima tabelada (Coelho et al., 2010). Ao testar a aderência do conjunto de dados à distribuição Weibull, obteve-se um valor da estatística D igual a 0,0748, com os parâmetros de escala β = 0, 8669 e forma α = 1, 3200 estimados através do software R. Logo, para os 153 registros de reparo em TI, a probabilidade de que tal estatística tenha ocorrido por acaso é igual a 0,3584, levando a não rejeição dos dados à distribuição Weibull. Para a distribuição gama, obteve-se os resulados D = 0, 0811 e p = 0, 2664. A Figura 3.15 apresenta o gráfico de probabilidades para a distribuição exponencial, Weibull e gama. As mesmas análises anteriores foram realizadas para seis combinações de níveis de tensão e tipos de TI, adotando-se um nível de significância de 0,05. Os resultados são mostrados nas Tabelas 3.9 a 3.11. Os resultados mostram que em apenas dois casos não houve aderência à distribuição exponencial (TC de 69 kV e TPC de 500 kV). De fato, ao analisar os histogramas das Figuras 3.11 e 3.12 é notável um leve desvio dos dados a esta distribuição. Em todos 36 3.3. ESTATÍSTICA DESCRITIVA DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Figura 3.14 Histograma do tempo de reparo: aderência visual à distribuição exponencial Figura 3.15 Histograma do tempo de reparo: adência visual à distribuição exponencial, Weibull e Gama 37 3.4. CONCLUSÃO Tabela 3.9 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Exponencial Equipamento TC TPC TPI 69 D 0,1735 0,3201 kV p-valor 0,002662 0,2572 230 D 0,1457 - kV p-valor 0,7643 - 500 D 0,4353 - kV p-valor 0,02119 - Tabela 3.10 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Weibull Equipamento TC TPC TPI 69 D 0,079 0,2474 kV p-valor 0,4987 0,573 230 D 0,1557 - kV p-valor 0,6888 - 500 D 0,2947 - kV p-valor 0,2484 - os casos, houve aderência às distribuiçoes Weibull e gama, com uma maior aderênca à distribuiçao Weibull na maioria dos casos. Também foram realizados testes de aderência combinando o tempo de reparo dos TC e TPI de 69 kV e TPC de 230 e 500 kV, conforme histogramas da Figura 3.13. O resultado da primeira combinação demonstrou aderência às distribuições Weibull e gama e para a segunda, houve aderência às três distribuições. 3.4 Conclusão O capítulo destaca a avaliação dos tempos de funcionamento e reparo de TI do sistema elétrico da CHESF através da análises exploratória dos dados e verificação da aderência às distribuições exponencial, Weibull e gamma. Para obtenção dos tempos de funcionamento e reparo, foram considerados os dados existentes nos registros das Ordens de Serviço da manutenção no período de janeiro de 2006 a agosto de 2010. O teste de hipótese KS foi realizado a um nível de significância de 5% para testar a aderência as distribuições de probabilidade de interesse, com os parâmetros forma e escala estimados pelo programa R. Os resultados das análises realizadas mostraram que no caso do tempo para reparo a suposição de exponencialidade dos dados é viável, mesmo com uma maior aderência às distribuições Weibull e gama, pois esta suposição simplifica relativamente os cálculos do modelo, tornando-se mais simples expressar a confiabilidade. Porém, para os tempos de funcionamento, os dados não se aderem a esta distribuição, apresentando melhores resultados para a distribuição Weibull. 38 3.4. CONCLUSÃO Tabela 3.11 Resultados do Teste de Aderência KS dos TTR à Distribuição Gama Equipamento TC TPC TPI 69 D 0,0852 0,2492 kV p-valor 0,4023 0,5635 230 D 0,1525 - kV p-valor 0,713 - 500 D 0,3077 - kV p-valor 0,2059 - Estas análises dão subsídio para identificar o modelo que representa melhor o sistema sob estudo. Nesse sentido, o próximo capítulo descreve a ferramenta básica aplicada neste trabalho. 39 4 Modelos de Poisson e Simulação Monte Carlo 4.1 Introdução Na literatura, a análise da confiabilidade de um conjunto de equipamentos que compartilham um estoque de reservas tem sido normalmente modelada pela distribuição de Poisson, baseado na suposição que o tempo de funcionamento é exponencialmente distribuído com taxa de falha constante (Kogan et al., 1996; Chowdhury, 2005). Apesar de ser adequado, na maioria dos casos este modelo limita-se a calcular o risco do período considerado, pressupondo que o estoque será completamente reposto no início deste período. Em alguns trabalhos recentes, este problema foi abordado através de outros métodos probabilísticos, como por exemplo, simulação Monte Carlo (Costa, 2008; Silva et al., 2010), cadeias de Markov (Costa, 2009; Silva et al., 2010) e distribuição binomial (Nahman, 2009). No entanto, a maioria das abordagens de otimização citadas (com exceção do modelo Monte Carlo e binomial), tratam o tempo para reparo como uma variável determinística, com duração de um ano. Com base nas análises descritas no capítulo 3, faz-se necessário um modelo de otimização de sobressalentes que pode ser aplicado para qualquer distribuição de probabilidade para o tempo de funcionamento dos TI, bem como tratar o tempo de reparo como uma variável estocástica, em lugar de uma variável determinística. Assim, após análise do comportamento das variáveis e da natureza estocástica do problema, considerou-se o método de Monte Carlo como o mais apropriado para a modelagem do sistema sob estudo. As seções 4.2 e 4.3 discutem brevemente as suposições implicadas por dois modelos baseados na distribuição Poisson de ocorrência de falhas 40 4.2. MODELO BASEADO NA DISTRIBUIÇÃO DE POISSON (MÉTODO CONVENCIONAL) que afetam a otimização de sobressalentes. Em seguida, é descrito o modelo estocástico baseado na simulação Monte Carlo proposto neste trabalho. 4.2 Modelo Baseado na Distribuição de Poisson (Método Convencional) A distribuição de Poisson representa a probabilidade de um evento ocorrer um número específico de vezes em um dado intervalo de tempo ou espaço quando a taxa de ocorrência (taxa de falha) em uma quantidade contínua de tempo ou espaço é constante (Chowdhury, 2005). Observa-se uma relação entre o processo de Poisson e a distribuição exponencial. Isto é, se t segue uma distribuição exponencial, então o número de falhas x por período corresponde a um processo de Poisson (Almeida, 2001; Ferreira, 2001). A equação (4.1) apresenta a probabilidade de um equipamento com taxa de falha λ falhar x vezes em um intervalo de tempo t: Px (t) = (λt)x exp(−λt),t > 0 x! 4.1 Quando o número de falhas x tem um comportamento assumido como processo de Poisson, as seguintes hipóteses são consideradas (Almeida, 2001; Ferreira, 2001): • Independência entre o número de falhas em intervalos diferentes; • A probabilidade de ocorrer uma falha em um intervalo pequeno é aproximadamente proporcional ao intervalo; • A probabilidade de ocorrer mais de um evento num intervalo pequeno é desprezível comparada com a probabilidade de ocorrer um evento. Esta distribuição de probabilidades pode ser utilizada no cálculo de confiabilidade de sistemas do tipo standby, onde o componente reserva inicia a operação imediatamente após a falha do componente principal. Esta caracterização é possível desde que a substituição do componente principal por um reserva seja realizada em um tempo relativamente inferior quando comparado ao tempo médio de funcionamento (Costa, 2008, 2009; Silva et al., 2010), o que é verdadeiro para o caso dos TI de subestações. Neste caso, a confiabilidade do sistema para um instante t futuro corresponde à probabilidade dele estar operando em t. Com x = 0, o equipamento está em operação, 41 4.2. MODELO BASEADO NA DISTRIBUIÇÃO DE POISSON (MÉTODO CONVENCIONAL) consequentemente a expressão (4.1) é resumida a P0 (t) = exp(−λt), que representa a probabilidade de zero falhas em um período de tempo t especifico. Logo, se a taxa de falhas é uma constante λ (t) = λ , a confiabilidade para zero falhas é dada por R(t) = exp(−λt) 4.2 Na formulação de modelos de estoque com uma população de N equipamentos semelhantes, o número médio de falhas por ano é igual a Nλ . Se as falhas são estatisticamente independentes, a probabilidade de exatamente x falhas ocorrerem sobre o período de t anos é determinado através da seguinte fórmula (Chowdhury, 2005; Nahman, 2009): Px (t) = (Nλt)x exp(−Nλt) x! 4.3 Para o cálculo da confiabilidade, deve-se somar as probabilidades dos eventos em que o sistema está em operação. Assim, para um sistema composto por um equipamento principal e um reserva, a confiabilidade é dada por R(t) = P0 (t) + P1 (t) 4.4 onde P0 (t) e P1 (t) representam a probabilidade de ocorrer zero e uma falha no período t, respectivamente. Substituindo (4.3) em (4.4) R(t) = exp(−λt)(1 + λt). 4.5 Generalizando para N equipamentos principais e n reservas (Chowdhury, 2005; Costa, 2008, 2009; Silva et al., 2010), tem-se R(t) = exp(−λt)[1 + Nλt + (Nλt)2 (Nλt)3 (Nλt)4 (Nλt)n + + +...+ ] 2! 3! 4! n! n (Nλt)k k! k=0 R(t) = exp(−λt) ∑ 4.6 42 4.3. MODELO BASEADO NA DISTRIBUIÇÃO DE POISSON (CRITÉRIO DE MT BFU MÍNIMO) 4.3 Modelo Baseado na Distribuição de Poisson (Critério de MT BFu Mínimo) Este modelo foi introduzido por (Chowdhury, 2005) para determinar o número ótimo de transformadores reservas para sistemas de transformadores de distribuição. Este modelo consiste na utilização do MT BFu (MTBF do sistema após o esgotamento de todos os sobressalentes do estoque) para estimar o número de unidades reservas. Seja MTTR definido como o tempo médio para reparar um TI ou o tempo para aquisição de uma nova unidade, caso o equipamento falhado seja descartada. O número médio de TI em reparo em algum instante de tempo µr é igual ao número médio de unidades que entram em reparo no intervalo de tempo MTTR. Portanto 4.7 µr = Nλ MT T R Como a distribuição de probabilidade Poisson determina a probabilidade de exatamente n equipamentos entrarem em reparo no intervalo de tempo MTTR, a probabilidade de exatamente n equipamentos sob este estado Px (t) é determinado pela mesma distribuição de Poisson. Da expressão 4.1, tem-se Px (t) = 4.8 exp(−µr )µrx x! Com n equipamentos sobressalentes, a probabilidade Pu de que todas as unidades sejam esgotadas em algum instante de tempo é igual a soma das probabilidades em 4.8 para x ≥ n, ou seja, n−1 exp(−µr )µrx x! x=0 Pu = Px (x ≥ n) = 1 − Px (x < n) = 1 − ∑ 4.9 O intervalo de tempo médio entre indisponibilidades (MT BFu ) é dado por MT BFu = 1 Nλ Pu 4.10 43 4.4. MODELO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO 4.4 Modelo Baseado na Simulação Monte Carlo O método Monte Carlo é um modelo estatístico que utiliza simulações estocásticas para geração de números aleatórios de alguma distribuição de probabilidade de interesse, estimando valores às variáveis que se deseja investigar. A partir destes valores, a função do comportamento é avaliada e então é possível observar o desempenho de uma variável de interesse em razão do comportamento de variáveis que contêm elementos de incerteza. Este método de cálculo de probabilidade é baseado em simulações aleatórias, sendo de fácil compreensão, boa precisão, fácil implementação computacional e amplamente utilizado por diversas áreas do conhecimento. Ressalta-se que a simulação Monte Carlo não fornece como resultado uma recomendação explícita para se tomar uma decisão e sim um detalhamento para os possíveis resultados através de uma distribuição de frequência (Martins et al., 2010). Dependendo da natureza do problema, pode-se utilizar diferentes distribuições de probabilidade das variáveis que se deseja investigar, tais como, normal, log-normal, exponencial, gama, Weibull, etc. Este modelo de simulação foi aplicado ao grupo de equipamentos sob estudo para avaliar o nível de confiabilidade de um sistema composto por N TI no campo e um estoque com n reservas. Os índices de desempenho são calculados baseado na análise de um grande número de anos de operação, simulados através de um processo cronológico. Durante este procedimento, distribuições de probabilidade associadas com o tempo de funcionamento e tempo para reparo de cada TI do sistema são simuladas. A proposta de simulação utilizada neste trabalho é uma modificação do modelo introduzido por (Costa, 2008; Silva et al., 2010) por considerar o tempo de reparo de cada equipamento falhado no cálculo do tempo de falha do sistema em um determinado período. Neste modelo de simulação Monte Carlo, as seguintes suposições são consideradas: • O tempo de funcionamento e o tempo para reparo ou para compra de um novo TI são tratados como estocásticos, podendo seguir qualquer distribuição de probabilidade; • O tempo de falha dos equipamentos são tratados como independentes; • O tempo de falha do sistema em um determinado período é calculado em função do número de equipamentos que estão falhados neste período. Se os tempos de funcionamento acima são exponencialmente distribuídos com taxa de falha λ , ou segue a distribuição Weibull, respectivamente, as seguintes expressões são consideradas 44 4.4. MODELO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO 4.11 1 t f = − ln(U01 ) λ 1 t f = α[− ln(1 −U01 )] β 4.12 onde α e β são os parâmetros de forma e escala da distribuição Weibull e U01 é um número pseudo-aleatório com distribuição uniforme entre 0 e 1. Se t f segue a distribuição gama, o algoritmo proposto por (Cheng, 1977) é utilizado para a geração dos tempos de funcionamento e reparo. Uma expressão análoga pode ser obtida para os tempos de reparo simplesmente substituindo λ pela taxa de reparo µ (Silva et al., 2010), ou seja, 1 tr = − ln(U01 ) µ 4.13 Como no modelo baseado na distribuição Poisson, é possível determinar a confiabilidade do sistema durante o intervalo entre reposições do estoque. De acordo com (Costa, 2008), este índice pode ser calculado por RMC = NumeroDePeriodosSemFalhas NumeroTotalDePeriodosObservados 4.14 este índice representa a probabilidade do estoque ser capaz de atender todos os equipamentos que falharam durante o período t. 4.4.1 Outros Índices Os seguintes índices, introduzidos por (Costa, 2008; Silva et al., 2010), podem ser calculados pela simulação Monte Carlo: • Probabilidade de falha: a probabilidade de falha representa a chance de encontrar o sistema em estados com menos de N TI em funcionamento no campo, sendo calculada por Pf alha = DuracaoTotalDasFalhas TempoDeSimulacao 4.15 45 4.4. MODELO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO • Frequência média de falhas: a frequência média de falha representa o número esperado de falhas no sistema por unidade de tempo, ou seja, Ff alha = NumeroDeFalhasDoSistema TempoDeSimulacao 4.16 • Duração médias das falhas: corresponde à média de tempo durante o qual o sistema ficará sem medição operacional ou de faturamento e/ou sem indicação de proteção, parcial ou totalmente, cada vez que ocorre uma falha. Neste caso, D f alha = DuracaoTotalDasFalhas NumeroDeFalhasDoSistema 4.17 • Tempo Médio Entre Falhas (MTBF): representa o tempo esperado entre duas falhas sucessivas do sistema, ou seja, MT BF = TempoDeSimulacao NumeroDeFalhasDoSistema 4.18 Características adicionais relacionadas ao histórico do equipamento, localização no sistema ou limitações físicas e/ou elétricas também podem ser incluídas facilmente na simulação. 4.4.2 Algoritmo O modelo de simulação Monte Carlo desenvolvido neste trabalho é baseado em um algoritmo que verifica o estado de cada TI do sistema em um dado momento. Três estados são considerados: operation (em operação), repair (em processo de reparo ou de aquisição de um novo TI) e spare (disponível em estoque). O objetivo é manter o sistema durante o maior tempo possível com N transformadores em operação, usando para este fim seu estoque de reservas. O algoritmo em linguagem de pseudocódigo para o dimensionamento de estoques de TI é apresentado como um procedimento chamado MONTE-CARLO, que recebe como parâmetro: número de TI em operação N; número de TI estocados em almoxarifado n; um arranjo operation[1..N] contendo uma sequência de TTF e TTR dos equipamentos que estão em operação; um arranjo spare[1..n] contendo uma sequência de equipamentos disponíveis no estoque; e um arranjo repair[0..] inicialmente vazio, que receberá os equipamentos em reparo à medida que forem saindo de operação. O algoritmo é apresentado na Figura 4.1. 46 4.4. MODELO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO Inicialmente o algoritmo simula o tempo de funcionamento e o tempo para reparo de todos os equipamentos em operação através das equações (4.11) a (4.13) ou com o algoritmo em (Cheng, 1977). Em seguida, é iniciada a contagem do tempo de simulação e realizada uma busca pelo TI que apresenta o menor TTF no arranjo operation. Este equipamento é então retirado de operação e adicionado ao arranjo repair (linhas 5 a 8). Na linha 9, é realizada uma ordenção toda vez que um novo equipamento é adicionado ao reparo, ou seja, verifica-se o equipamento que sairá primeiro do arranjo repair (menor TTF + TTR). No teste da linha 4, é verificado se o número de TI em operação é maior que zero. Em caso do teste ser negativo, todos os equipamentos estão em reparo, sendo necessário aguardar o primeiro equipamento sair deste estado e entrar em operação (linhas 11 a 14). Para cada equipamento em reparo, as iterações do loop for das linhas 15 a 20 testam se o equipamento foi reparado (linha 16), em caso positivo, é verificado se existe um déficit de equipamentos no campo para indicar se o equipamento entra em operação ou retorna para o estoque após a conclusão do reparo. O próximo passo é verificar a existência de falha no sistema (tempo em que o sistema permanecerá vulnerável e/ou sem medição operacional ou faturamento, total ou parcial). Este teste é realizado na linha 21 e em caso positivo, o arranjo indexfalha[0..] recebe o instante e a posição do arranjo que em que ocorreu a falha. Se existir apenas uma falha no sistema, o tempo desta falha é armazenado no arranjo tfalha[0..] (linha 24) e o número de períodos sem falhas é armazenado no arranjo nperiodo[0..] (linhas 25 a 29). Em caso de haver mais falhas, o arranjo tfalha[0..] é atualizado registrando o tempo de falha para cada index do arranjo operation[1..N] que foi armazenado em indexfalha[0..], utilizando como parâmetro a fila dos equipamentos que sairão primeiro do reparo (linhas 31 a 33). Finalmente, se não existir déficit de equipamento no almoxarifado, o TI reserva entra em operação e o estoque é atualizado. Após o término do tempo da simuação, é possível calcular todos os indicadores através do arranjo tfalha[0..] e nperiodo[0..]. É importante salientar que o pseudocódigo da Figura 4.1 é uma simplificação do algoritmo implementado neste trabalho, pois para cada linguagem de programação há comandos e rotinas diversas para representar os elementos estruturais de um algoritmo. Para critério de comparação com os modelos que consideram o tempo para reparo uma variável determinística, as linhas 2, 11, 18 e 37 foram modificadas de modo a atribuir um tempo para reparo igual a um ano. O resultado desta modificação é discutido no próximo capítulo. Como pode ser observado no algoritmo, em cada instante é possível saber o número 47 4.4. MODELO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO Figura 4.1 Algoritmo MONTE-CARLO para estimar o número de TI sobressalentes 48 4.5. CONCLUSÃO de equipamentos em operação, em reparo ou estocados, sendo possível também identificar a posição (index) do equipamento retirado de operação. Esta característica é importante, pois permite a modelagem dos tempos de substituição de cada TI falhado, incluindo a distância da substação na qual está instalado o TI para o almoxarifado que irá suprir esta falta. Outras modificações ainda podem ser implementadas, como o número de vezes que um dado equipamento foi reparado, armazenando assim o seu histórico de falhas; restrições operacionais que impeçam a instalação de um dado TI em uma subestação específica; ou ainda a identificação de falhas catastróficas, retirando o TI do sistema e incluindo um equipamento novo ou remanufaturado, possibilitando a modelar separadamente os tempos para aquisição de um equipamento novo e o tempo de reparo em oficina. 4.5 Conclusão O capítulo abordou as bases conceituais do modelo utilizado para o dimensionamento do estoque de TI. A título de comparação com o método adotado neste trabalho, foi mostrado dois modelos baseados na distribuição de Poisson. O algoritmo utilizado nas simulações, o qual é uma modificação do modelo introduzido por (Costa, 2008; Silva et al., 2010) por considerar o tempo de reparo de cada equipamento falhado no cálculo do tempo de falha do sistema, é inteiramente discutido. No próximo capítulo, são mostrados os resultados das simulações para os três modelos apresentados. 49 5 Resultados 5.1 Introdução Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos para o dimensionamento de sobressalentes dos TI do cenário caracterizado no capítulo 3, considerando os modelos de simulação discutidos no capítulo 4. Estas situações são resumidas de acordo com as abordagens descritas abaixo: • Determinação do estoque de TI sobressalentes pelo método convencional baseado na distribuição de Poisson, considerando tempos exponencialmente distribuídos com taxas de falha e reparo constantes; • Determinação do estoque de TI sobressalentes baseado no critério de MT BFu mínimo, introduzido por (Chowdhury, 2005); • Determinação do estoque de TI sobressalentes baseado no modelo de simulação Monte Carlo, considerando a taxa de reparo constante e igual a um ano, com tempo de funcionamento calculado para cada equipamento individualmente com distribuição exponencial, Weibull e gama; • Determinação do estoque de TI sobressalentes baseado no modelo de simulação Monte Carlo, considerando a taxa de reparo estocástica com tempo de funcionamento e reparo calculado para cada equipamento individualmente com distribuição exponencial, Weibull e gama. As metodologias foram implementadas para dois propósitos: 1) avaliação da confiabilidade do sistema com o estoque atual de equipamentos, e 2) otimização do estoque de equipamentos reservas. Para os modelos baseados na simulação Monte Carlo, é feita 50 5.2. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NO MÉTODO CONVENCIONAL uma estimação dos parâmetros das funções densidade de probabilidade Weibull e gama (α e β ) dos tempos de funcionamento e reparo de cada equipamento sob estudo, com aproximadamente 100.000 anos de simulação. 5.2 Resultados do Dimensionamento Baseado no Método Convencional Para esta abordagem, são apresentados os resultados obtidos da aplicação dos dados disponíveis, conforme descrito na seção 3.2 do Capítulo 3. O tempo de reparo do equipamento avariado ou o tempo de aquisição de um equipamento novo é considerado um ano (tempo médio para comprar um equipamento). 5.2.1 Transformador de Potencial Indutivo A Tabela 5.1 resume a distribuição dos dados destes equipamentos, onde N representa o número de TPI em operação no campo, n o número de sobressalentes no estoque e λ a taxa de falhas de um TPI em falhas por ano. Tabela 5.1 Dados dos Transformadores de Potencial Indutivo Tensão (kV) 69 N 237 n 13 λ 0,0189873 Custo (R$) 10.000,00 Aplicando a equação 4.6 para o grupo de equipamentos descritos na Tabela 5.1, a confiabilidade do sistema é de R(1) = 0, 9997484 e o risco de falha dentro do período de um ano é 1 − 0, 9997484 = 0, 0002516. Este valor representa à probabilidade do sistema ter mais de 13 TI falhados neste período, considerando que no início do período, o estoque tinha 13 TI reservas. Utilizando o modelo de Poisson para o cálculo da confiabilidade do sistema para diferentes níveis de reposição e considerando o critério de confiabilidade mínima do sistema de 0,9950, um valor normalmente utilizado por empresas do setor elétrico (Chowdhury, 2005), a confiabilidade e o número correspondente de sobresalentes necessários para os TPI do sistema são apresentados na Tabela 5.2. Pode ser visto na Tabela 5.2 que o número de sobressalentes deve ser 11 para alcançar a confiabilidade mínima de 0,9950. O resultado mostra uma diferença de duas unidades entre o número de reservas do sistema atual e aquele encontrado pelo modelo de Poisson. 51 5.2. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NO MÉTODO CONVENCIONAL Tabela 5.2 Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TPI n 7 8 9 10 11 12 13 5.2.2 69 kV 0,9134143 0,9597431 0,9829075 0,9933314 0,9975958 0,9991949 0,9997484 Transformador de Corrente A distribuição dos dados dos TC do sistema estão resumidos na Tabela 5.3. Tabela 5.3 Dados dos Transformadores de Corrente Tensão (kV) 69 230 500 N 832 566 139 n 63 32 2 λ 0,0121051 0,0041646 0,0046249 Custo (R$) 12.000,00 22.000,00 53.000,00 Aplicando o modelo de Poisson para o grupo de TC da Tabela 5.3, a confiabilidade do sistema é R(1) = 1, 000 para os TC de 69 e 230 kV e R(1) = 0, 9724392 para os TC de 500 kV, e o risco de falha é 0,000 para os TC de 69 e 230 kV e 0,0275608 para os TC de 500 kV. Os resultados mostram que para o grupo de TC de 69 e 230 kV o sistema está 100% confiável. Porém, este resultado pode representar um investimento desnecessário na aquisição de equipamentos reservas, uma vez que, para minimizar estes custos, normalmente é praticado um valor de confiabilidade menor que 1,000. Variando o número de TC reservas, são obtidos os valores de confiabilidade mostrados na Tabela 5.4 Tabela 5.4 Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TC n 16 17 18 19 20 69 kV 0,9713747 0,9847874 0,9922922 0,9962703 0,9982736 n 4 5 6 7 8 230 kV 0,9094264 0,9668465 0,9894046 0,9970008 0,9992390 n 0 1 2 3 4 500 kV 0,5257859 0,8637933 0,9724392 0,9957206 0,9994622 Como pode ser observado na Tabela 5.4, o número de sobressalentes deve ser 19, 7 e 3 para os níveis de tensão de 69, 230 e 500 kV, respectivamente, a fim de alcançar uma confiabilidade mínima do sistema de 0,9950. 52 5.2. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NO MÉTODO CONVENCIONAL 5.2.3 Transformador de Potencial Capacitivo O resumo dos TPC do sistema é apresentado na Tabela 5.5. Tabela 5.5 Dados dos Transformadores de Potencial Capacitivo Tensão (kV) 230 500 N 409 55 n 4 3 λ 0,016241704 0,046053247 Custo (R$) 30.000,00 50.000,00 Considerando o modelo Poisson, a confiabilidade deste sistema é R(1) = 0, 2081331 para os TPC de 230 kV e R(1) = 0, 7505146 para os TPC de 500 kV. Assim, o risco de falha dentro do período de um ano é 1 − 0, 2081331 = 0, 7918669 e 1 − 0, 7505146 = 0, 2494854, respectivamente. Nota-se que para este grupo de equipamentos o sistema está bastante vulnerável, pois um risco de 79,19% aproximadamente, é considerado muito alto para qualquer tipo de sistema. Aplicando o critério de confiabilidade mínima do sistema de 0,9950 para várias composições do estoque, são obtidos os resultados da Tabela 5.6. Tabela 5.6 Confiabilidade para n Composições Diferentes do Estoque de TPC n 11 12 13 14 15 16 230 kV 0,9611757 0,9812650 0,9915305 0,9964013 0.9985584 0.9994540 n 4 5 6 7 8 9 500 kV 0,8867355 0,9557430 0,9848749 0,9954161 0,9987537 0,9996930 Como pode ser observado na Tabela 5.6, o número de sobressalentes deve ser 14 para os TPC de 230 kV e 7 para os TPC de 500 kV. O resultado mostra uma diferença considerável entre o número de reservas do sistema atual e aquele encontrado pelo modelo de Poisson para ambos equipamentos. O resultado da aplicação do modelo de Poisson para os três tipos de equipamentos mostraram que não existe uma uniformidade para definir o número de sobressalentes armazenados no estoque do sistema atual, sendo, em alguns casos, super estimado (excesso de sobressalentes) e em outros casos sub estimado (falta de sobressalentes). 53 5.3. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NO CRITÉRIO DE MT BFU MÍNIMO 5.3 Resultados do Dimensionamento Baseado no Critério de MT BFu Mínimo Os dados dos TI descrito na seção 3.2 do Capítulo 3 foram considerados para esta abordagem. O MTTR, que é o tempo médio para reparo ou aquisição de um equipamento novo, é um ano. 5.3.1 Transformador de Potencial Indutivo Os dados dos TPI resumidos na Tabela 5.1 foram utilizados nesta metodologia e o tempo médio entre interrupções prolongadas no sistema é 27 anos, que é a média de vida útil de um TPI até a sua primeira falha. Da expressão (4.7) temos, µr = N × λ × MT T R ∴ 237 × 0, 0189873 × 1 = 4, 4999901 onde µr é o número médio de TPI entrando em reparo no intervalo de tempo MTTR. Da expressão (4.10) MT BFu = Pu < 1 > 27 Nλ Pu 1 = 0, 00823047 4, 4999901 × 27 onde MTBFu é o MTBF do sistema quando todos TPI reservas foram esgotados e Pu é a probabilidade de que todas as n unidades estão esgotadas em qualquer instante de tempo. Utilizando a expressão (4.9) para determinar Pu em função de n para várias composições do estoque, os seguintes resultados são calculados e apresentados na Tabela 5.7. Tabela 5.7 Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TPI n 6 7 8 9 10 11 12 69 kV Pu = 0, 2970679 > 0, 0082304 Pu = 0, 1689482 > 0, 0082304 Pu = 0, 0865857 > 0, 0082304 Pu = 0, 0402568 > 0, 0082304 Pu = 0, 0170925 > 0, 0082304 Pu = 0, 0066686 < 0, 0082304 Pu = 0, 0024042 < 0, 0082304 54 5.3. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NO CRITÉRIO DE MT BFU MÍNIMO Logo, para n = 11 reservas, a condição MT BFu > 27 anos é satisfeita. Com n = 11, o MT BFu é aproximadamente de 33 anos. Para o número de reservas do sistema atual, a probabilidade Pu é igual a 0,000805122. 5.3.2 Transformador de Corrente Para este caso, os dados da Tabela 5.3 foram utilizados para o cálculo da probabilidade Pu , considerando o tempo médio entre interrupções prolongadas no sistema de 29 anos para os TC de 69 kV, 21 anos para os TC de 230 kV e 22 anos para os TC de 500 kV (ver Tabela A.1). Utilizando as expressões 4.7 e 4.10, os valores de µr e Pu foram calculados e são apresentados na Tabela 5.8. Tabela 5.8 Valores de µr e Pu para os TC Tensão (kV) 69 230 500 µr 10,0714432 2,3571636 0,6428611 Pu 0,0034238 0,0202018 0,0707066 Variando o número de reservas, os valores encontrados para Pu são mostrados na Tabela 5.9. Como pode ser observado nesta tabela, o critério de MT BFu é atingido para n igual a 21, 7 e 3 para os TC de 69, 230 e 500 kV, respectivamente. Com estes valores de n, o MT BFu é aproximadamente 57, 40 e 56 anos, respectivamente. Tabela 5.9 Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TC n 18 19 20 21 22 69 kV Pu = 0, 015213 > 0, 003423 Pu = 0, 007708 > 0, 003423 Pu = 0, 003729 > 0, 003423 Pu = 0, 001726 < 0, 003423 Pu = 0, 000766 < 0, 003423 n 4 5 6 7 8 230 kV Pu = 0, 212373 > 0, 020201 Pu = 0, 090574 > 0, 020201 Pu = 0, 033154 > 0, 020201 Pu = 0, 010595 < 0, 020201 Pu = 0, 002999 < 0, 020201 n 0 1 2 3 4 500 kV Pu = 1, 000000 > 0, 070706 Pu = 0, 474214 > 0, 070706 Pu = 0, 136207 > 0, 070706 Pu = 0, 027561 < 0, 070706 Pu = 0, 004279 < 0, 020201 Para o número de reservas do sistema atual, a probabilidade Pu é igual a 0,000 para os TC de 69 e 230 kV e 0,136207. 5.3.3 Transformador de Potencial Capacitivo Os dados da Tabela 5.5 foram utilizados para o cálculo da probabilidade Pu , considerando o tempo médio entre interrupções prolongadas no sistema de 25 anos para os TPC de 230 55 5.4. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR CONSTANTE kV e 24 anos para os TPC de 500 kV. Os valores de µr e Pu são apresentados na Tabela 5.10. Tabela 5.10 Valores de µr e Pu para os TPC Tensão (kV) 230 500 µr 6,6428569 2,5329286 Pu 0,0060215 0,0164499 Os valores da probabilidade Pu para várias composições do estoque são ilustrados na Tabela 5.11. Nota-se que o critério de MT BFu é atingido para n igual a 15 e 7 para os TPC de 230 e 500 kV, respectivamente. O MT BFu permanece o mesmo para estes valores de n e a probabilidade Pu para o estoque atual do sistema é 0,8976101 e 0,4646053, respectivamente. Tabela 5.11 Resultado do Critério de MTBFu Mínimo para os TPC n 12 13 14 15 16 230 kV Pu = 0, 0388243 > 0, 006021 Pu = 0, 0187349 > 0, 006021 Pu = 0, 0084695 > 0, 006021 Pu = 0, 0035987 < 0, 006021 Pu = 0, 0014416 < 0, 006021 n 4 5 6 7 8 500 kV Pu = 0, 2494854 > 0, 016449 Pu = 0, 1132645 > 0, 016449 Pu = 0, 0442569 > 0, 016449 Pu = 0, 0151251 < 0, 016449 Pu = 0, 0045838 < 0, 016449 É interessante notar que este modelo probabilístico produz resultados semelhantes em relação a metodologia anterior, com diferença de uma unidade reserva para os TPC de 230 kV e dois reservas para os TC de 69 kV. 5.4 Resultados do Dimensionamento Baseado na Simulação Monte Carlo com TTR Constante Para estimar o número de TI reservas sob a condição de manter constante o tempo médio para reparo, foram realizadas simulações com aproximadamente 100.000 anos de operação, considerando as três distribuições de probabilidade tratadas neste trabalho para representar o tempo de funcionamento de cada TI do sistema. Apesar das análises realizadas na seção 3.3 terem demonstrado que os tempos de funcionamento dos TI sob estudo não se aderem a distribuição exponencial, foram realizadas simulações com esta distribuição em virtude de sua grande utilização em diversos trabalhos. 56 5.4. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR CONSTANTE 5.4.1 Transformador de Potencial Indutivo de 69 kV Os dados dos TPI estão resumidos na Tabela 5.1. O resultado das simulações para o estoque atual do sistema e para as três distribuições de probabilidade considerando o critério de confiabilidade mínima do sistema de 0,9950, são apresentados nas Tabela 5.12 e 5.13. Os parâmetros de escala e forma são β = 19, 3684 e α = 1, 9068 para a distribuição Weibull e β = 5, 4506 e α = 3, 1444 para a distribuição gama. Nestas tabelas, a indisponibilidade do sistema (expressa em horas de interrupção por ano) é calculada pela seguinte expressão 5.1 U = Pf alha × 8760 Tabela 5.12 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPI de 69 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 13 0,99789 356 2,55979 0,00356 0,08208 280,899 Weibull 13 0,12299 825940 15453,17 8,25939 0,21358 0,12107 Gama 13 0,11906 834570 15627,57 8,34569 0,21376 0,11982 Tabela 5.13 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPI de 69 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF 5.4.2 Exponencial 13 0,99789 356 2,55979 0,00356 0,08208 280,899 Weibull 27 0,99657 914 4,76065 0,00914 0,05946 109,409 Gama 27 0,99677 891 4,83678 0,00891 0,06197 112,234 Transformador de Corrente de 69 kV Os dados dos TC de 69 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações para o estoque atual do sistema para as distribuições de probabilidade Weibull e gama 57 5.4. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR CONSTANTE e para as três distribuições de probabilidade considerando o critério de confiabilidade mínima do sistema de 0,9950, são exibidos nas Tabelas 5.14 e 5.15. Neste caso, não foi mostrado na Tabela 5.14 o resultado para a distribuição exponencial em virtude do sistema não ter apresentado falhas durante o tempo de simulação para o nível atual do estoque. Os parâmetros de escala e forma são β = 17, 2789 e α = 1, 3331 para a distribuição Weibull e β = 11, 1448 e α = 1, 4323 para a distribuição gama. Tabela 5.14 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 69 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull 63 0,71814 407918 2035,93 4,07917 0,05698 0,24515 Gama 63 0,73557 364539 1792,68 3,64539 0,05614 0,27432 Tabela 5.15 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 69 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF 5.4.3 Exponencial 22 0,99714 699 3,78013 0,00699 0,06173 143,061 Weibull 77 0,99525 3171 8,45960 0,03171 0,03045 31,5358 Gama 77 0,99592 2715 7,83155 0,02715 0,03293 36,8324 Transformador de Corrente de 230 kV Os dados dos TC de 230 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações para o estoque atual do sistema e para as três distribuições de probabilidade considerando o critério de confiabilidade mínima são apresentados nas Tabela 5.27 e 5.17. Novamente, não foi mostrado o resultado para a distribuição exponencial em virtude do sistema não ter apresentado falhas. Os parâmetros de escala e forma são β = 17, 4280 e α = 2, 9171 para a distribuição Weibull e β = 2, 0585 e α = 7, 5370 para a distribuição gama. Como pode ser observado, verifica-se um valor de α muito superior a 1,0, representado uma alta taxa de falhas. 58 5.4. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR CONSTANTE Tabela 5.16 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 230 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull 32 0,02330 2802070 42451,86 28,0207 0,17295 0.03569 Gama 32 0,02222 2818039 42907,75 28,1804 0,17381 0,03548 Tabela 5.17 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 230 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF 5.4.4 Exponencial 8 0,99516 709 9,06144 0,00709 0,14589 141,045 Weibull 57 0,99585 2294 8,26227 0,02294 0,04112 43,5920 Gama 57 0,99538 2357 8,07068 0,02357 0,03909 42,4268 Transformador de Corrente de 500 kV Os dados dos TC de 500 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações para o estoque atual do sistema e para as três distribuições de probabilidade considerando o critério mínimo de confiabilidade são mostrados nas Tabelas 5.18 e 5.19. Os parâmetros de escala e forma para a distribuição Weibull (β = 17, 9804 e α = 2, 4691) e gama (β = 2, 7696 e α = 5, 7362) foram estimados compondo os tempos de funcionamento dos TC de 230 e 500kV, visto que este último apresentou apenas três registros de falhas. Nota-se na Tabela 5.18 que o nível de confiabilidade do sistema é bem inferior, quando são consideradas as distribuições Weibull e gama, fato que é explicado pelo número de equipamentos reservas do estoque atual e pelo valor de α, bem superior a unidade. 5.4.5 Transformador de Potencial Capacitivo de 230 kV Os dados dos TPC de 230 kV estão resumidos na Tabela 5.5. O resultado das simulações para o estoque atual do sistema e para as três distribuições de probabilidade considerando o critério mínimo de confiabilidade são mostrados nas Tabelas 5.20 e 5.21. Os parâmetros de escala e forma são β = 19, 2463 e α = 1, 9684 para a distribuição Weibull e β = 7, 0722 e α = 2, 4371 para a distribuição gama. 59 5.5. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR ESTOCÁSTICO Tabela 5.18 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 500 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 2 0,91611 8772 286,410 0,08771 0,37272 11,4000 Weibull 2 0,00007 824243 54850,24 8,24241 0,75966 0,12132 Gama 2 0,00007 827014 55094,45 8,27010 0,76048 0,12091 Tabela 5.19 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TC de 500 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF 5.4.6 Exponencial 4 0,99720 281 5,83264 0,00281 0,23695 355,877 Weibull 19 0,99609 892 5,65582 0,00892 0,07238 112,108 Gama 19 0,99584 999 6,96130 0,00999 0,07955 100,100 Transformador de Potencial Capacitivo de 500 kV Os dados dos TPC de 500 kV estão resumidos na Tabela 5.5. O resultado das simulações para o estoque atual e para as três distribuições de probabilidade considerando o nível mínimo de confiabilidade são apresentados nas Tabelas 5.22 e 5.23. Para a distribuição Weibull os parâmetros de escala e forma são β = 16, 7161 e α = 1, 4482 e para a disstribuição gama são β = 11, 2850 e α = 1, 3747. 5.5 Resultados do Dimensionamento Baseado na Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico Para este caso, foram realizadas simulações com aproximadamente 100.000 anos de operação, considerando as três distribuições de probabilidade tratadas neste trabalho para representar o tempo de funcionamento e reparo de cada TI do sistema. Na maioria dos casos, a taxa de reparo µ está próxima da unidade, com exceção do TPC de 500 kV, que apresenta um MTTR aproximadamente igual a 0,5, resultando em uma taxa de reparo µ = 2. Foram realizadas simulações combinando as três distribuições de probabilidade 60 5.5. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR ESTOCÁSTICO Tabela 5.20 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 230 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 4 0,02425 588862 23994,04 5,88858 0,46514 0,16982 Weibull 4 0,00001 2281782 164845,14 22,8178 0,82470 0,04382 Gama 4 0,00005 2259638 162906,52 22,5963 0,82299 0,04425 Tabela 5.21 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 230 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 16 0,99600 839 5,83538 0,00839 0,07939 119,189 Weibull 41 0,99612 1634 6,22063 0,01634 0,04346 61,1995 Gama 41 0,99716 1123 4,83803 0,01123 0,04918 89,0472 em pares para modelar os TTF e TTR, conforme pode ser observado nas subseções seguintes. 5.5.1 Transformador de Potencial Indutivo de 69 kV Os dados dos TPI estão resumidos na Tabela 5.1. O resultado das simulações combinando as distribuições exponencial e Weibull considerando o critério de confiabilidade mínima do sistema de 0,9950, são apresentados na Tabela 5.24. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 8629 e α = 0, 7693. Combinando as distribuições exponencial e gama, tem-se os resultados mostrados na Tabela 5.25. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 1, 4712 e α = 0, 6854 para a distribuição gama. 5.5.2 Transformador de Corrente de 69 kV Os dados dos TC de 69 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações combinando as distribuições exponencial e Weibull são apresentados na Tabela 5.26. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 9008 e α = 1, 4927. 61 5.5. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR ESTOCÁSTICO Tabela 5.22 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 500 kV do Sistema Atual Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 3 0,46715 113015 3575,320 1,13014 0,36113 0,88483 Weibull 3 0,19488 238767 8573,126 2,38766 0,40988 0,41881 Gama 3 0,20799 228798 8118,763 2,28797 0,40507 0,43706 Tabela 5.23 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Constante para os TPC de 500 kV com Base no Critério de Confiabilidade Mínima Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponencial 9 0,99811 295 3,37751 0,00295 0,13069 338,984 Weibull 11 0,99809 313 3,08217 0,00313 0,11241 319,489 Gama 11 0,99848 232 2,20307 0,00232 0,10840 431,034 Combinando as distribuições exponencial e gama, tem-se os resultados mostrados na Tabela 5.27. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 3997 e α = 2, 0279 para a distribuição gama. 5.5.3 Transformador de Corrente de 230 kV Os dados dos TC de 230 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações combinando as distribuições exponencial, Weibull e gama são apresentados na Tabela 5.28. Como não houve registro de reparo para estes equipamentos, foi adotada a distribuição exponencial para o TTR com taxa de reparo µ igual a um ano (tempo médio para aquisição de um equipamento novo). Os parâmetros de escala e forma são β = 17, 4280 e α = 2, 9171 para a distribuição Weibull e β = 2, 0585 e α = 7, 5370 para a distribuição gama. 5.5.4 Transformador de Corrente de 500 kV Os dados dos TC de 500 kV estão resumidos na Tabela 5.3. O resultado das simulações combinando as distribuições exponencial, Weibull e gama são apresentados na Tabela 5.29. Como não houve registro de reparo para estes equipamentos, foi adotada a distri- 62 5.5. RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO BASEADO NA SIMULAÇÃO MONTE CARLO COM TTR ESTOCÁSTICO Tabela 5.24 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPI de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull x Exponen. 27 0,99678 1007 5,09529 0,01007 0,05776 99,3049 Weibull x Weibull 27 0,99639 1164 7,14776 0,01164 0,07009 85,9106 Exponen. x Weibull 13 0,99803 361 3,06991 0,00361 0,09708 277,008 Tabela 5.25 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPI de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Gama x Exponen. 27 0,99694 914 5,08456 0,00914 0,06350 99,3049 Gama x Gama 27 0,99603 1191 6,10289 0,01191 0,05849 83,9632 Exponen. x Gama 13 0,99809 348 2,68744 0.00348 0,08816 277,008 buição exponencial para o TTR com taxa de reparo µ igual a um ano. Os parâmetros de escala e forma para a distribuição Weibull (β = 17, 9804 e α = 2, 4691) e gama (β = 2, 7696 e α = 5, 7362) foram estimados compondo os tempos de funcionamento dos TC de 230 e 500kV, uma vez que este último apresentou apenas três registros de falhas. 5.5.5 Transformador de Potencial Capacitivo de 230 kV Os dados dos TPC de 230 kV estão resumidos na Tabela 5.5. O resultado obtido pelas simulações combinando as distribuições exponencial e Weibull são apresentados na Tabela 5.30. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 8673 e α = 1, 1953. Utilizando as distribuições exponencial e gama, obtém-se os resultados mostrados na Tabela 5.31. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 5768 e α = 1, 4103 para a distribuição gama. 63 5.6. CONCLUSÃO Tabela 5.26 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull x Exponen. 77 0,99583 850 7,43431 0,02833 0,02995 35,29417 Weibull x Weibull 66 0,99650 1191 5,07770 0,02062 0,02810 48,4849 Exponen. x Weibull 19 0,99633 829 4,34328 0,00829 0,05980 120,627 Tabela 5.27 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 69 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF 5.5.6 Gama x Exponen. 77 0,99604 2805 9,59037 0,02804 0,03903 35,6506 Gama x Gama 66 0,99769 1191 3,80077 0,01586 0,02735 48,4849 Exponen. x Gama 19 0,99659 999 5,60046 0,00998 0,06399 100.100 Transformador de Potencial Capacitivo de 500 kV Os dados dos TPC de 500 kV estão resumidos na Tabela 5.5. O resultado obtido pelas simulações combinando as distribuições exponencial e Weibull são apresentados na Tabela 5.32. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 4976 e α = 1, 9092. Utilizando as distribuições exponencial e gama, obtém-se os resultados mostrados na Tabela 5.32. Os parâmetros de escala e forma para o TTR são β = 0, 1057 e α = 4, 1378 para a distribuição gama. 5.6 Conclusão Os resultados obtidos refletiram a importância de investigar primeiramente os dados para se determinar a distribuição de probabilidade que melhor representa o modelo probabilístico para esses dados. Como pode ser observado nas seções anteriores, o número de equipamentos reservas estimado pelos métodos baseados na distribuição de Poisson estão abaixo dos valores estimados pela simulação Monte Carlo, mesmo se a distribuição de probabilidade utilizada nas simulações for a exponencial. Esta diferença entre os dois resultados se deve ao fato 64 5.6. CONCLUSÃO Tabela 5.28 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial, Weibull e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponen. x Exponen. 8 0,99554 649 7,90823 0,00649 0,13910 154,083 Weibull x Exponen. 57 0,99594 1050 7,24583 0,02099 0,03939 47,6191 Gamma x Exponen. 57 0,99518 1333 9,14889 0,02666 0,03917 37,5094 Tabela 5.29 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial, Weibull e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Exponen. x Exponen. 4 0,99746 254 4,98512 0,00254 0,22405 393,712 Weibull x Exponen. 19 0,99628 873 6,42836 0,00873 0,08406 114,548 Gama x Exponen. 19 0,99599 916 6,18416 0,00916 0,07707 109,170 que no modelo de Poisson, o estoque é considerado como totalmente abastecido no início do período, o que não é verdadeiro na prática. Além disso, nas análises realizadas na seção 3.3, ficou evidente que os dados referente ao tempo de funcionamento do grupo de TI não devem ser representados através do modelo exponencial, ficando também evidente com o resultado das simulações, uma vez que houve a necessidade de ampliar o estoque de reservas para manter um nível mínimo de confiabilidade aceitável e diminuir o tempo de indisponibilidade do sistema. Ou seja, faz-se necessário considerar a influência temporal do desgaste sobre o grupo de equipamentos modelados neste estudo. Os resultados obtidos pela simulação Monte Carlo com TTR constante e estocástico apresentaram resultados semelhantes em relação ao número estimado de reservas, com algumas variações nos demais indicadores, o que pode ser explicado pelo grande número de anos simulados, fazendo com que o tempo médio de reparo se aproxime da unidade. Ainda com relação ao tempo de reparo, observou-se pouca variabilidade quando simulado com diferentes distribuições de probabilidade, o que confirma as análises realizadas na seção 3.3, onde ficou evidenciado que a maioria dos TTR possui aderência as três distribuições de probabilidade estudadas. 65 5.6. CONCLUSÃO Tabela 5.30 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull x Exponen. 41 0,99654 1468 6,05146 0,01468 0,04706 68,1199 Weibull x Weibull 37 0,99849 473 1,52782 0,00473 0,03687 211,416 Exponen. x Weibull 14 0,99561 934 6,63412 0,00934 0,08108 107,066 Tabela 5.31 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 230 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Gama x Exponen. 41 0,99696 1203 4,81285 0,01203 0,04567 83,1255 Gama x Gama 35 0,99657 1438 5,58608 0,01438 0,04434 69,5410 Exponen. x Gama 14 0,99582 983 7,33823 0,00983 0,08522 101,729 Observa-se ainda uma proximidade entre os resultados obtidos pelas distribuições Weibull e gama, apresentando uma diferença maior no caso dos TPC de 230 kV. Como ambas possuem dois parâmetros, é permitido uma maior variedade de resultados possíveis. Embora a distribuição exponencial apresente os melhores resultados, não é recomendada a sua utilização para estimar o estoque de reservas destes equipamentos, haja vista que a curva do comportamento das falhas demonstra a necessidade de utilização de outras distribuições. Os resultados apresentados servem apenas como critério de comparação. Finalmente, verifica-se uma diferença significativa entre a confiabilidade do estoque atual do sistema e aquele estimado pela simulação, demonstrando a necessidade de avaliar a condição atual da reserva técnica da empresa. A Figura 5.1 apresenta de forma sintetizada, os resultados obtidos das diversas simulações realizadas para o dimensionamento dos equipamentos tratados neste estudo. Para o método de Monte Carlo, foi considerado os resultados da simulação com tempo de reparo estocástico. Para os TC de 500 kV, foi considerado os resultados do modelo exponencial, uma vez que este tipo de equipamento apresentou apenas três falhas no período considerado e não houve registro de tempo de reparo. Para os TPC de 230 kV, optou-se pela melhor solução 66 5.6. CONCLUSÃO Tabela 5.32 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Weibull Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Weibull x Exponen. 8 0,99882 156 0,82313 0.00156 0,06023 641,028 Weibull x Weibull 7 0,99749 320 1,79532 0,00319 0,06404 312,501 Exponen. x Weibull 6 0,99799 244 1,42948 0,00244 0,06688 409,837 Tabela 5.33 Resultado da Simulação Monte Carlo com TTR Estocástico para os TPC de 500 kV Combinando as Distribuições Exponencial e Gama Índice Nº de Reservas Confiabilidade Nº de Falhas Indisponibilidade Frequencia Média de Falhas Duração Média de Falhas MTBF Gama x Exponen. 7 0,99606 580 3,91061 0,00579 0,07697 172,414 Gama x Gama 7 0,99801 373 1,89214 0,00373 0,05791 268,097 Exponen. x Gama 6 0,99836 271 1,52419 0,00271 0,06421 369,004 considerando os índices de indisponibilidade, MTBF e número de falhas. No caso dos TC de 230 kV, é observada uma diferença considerável entre o número estimado de reservas obtido pela simulação Monte Carlo, daquele obtido pelos modelos de Poisson. Esta diferença é justificada através do parâmetro α, significando que as falhas estão ocorrendo de forma mais rápida, a medida que o valor deste parâmetro cresce. Figura 5.1 Quadro resumo do dimensionamento de sobressalentes 67 6 Conclusões e Trabalhos Futuros Este trabalho apresentou o problema do dimensionamento de sobressalentes aplicado ao sistema da CHESF, baseado no modelo de simulação Monte Carlo para estimar o número de Transformadores para Instrumentos reservas a serem armazenados em almoxarifados desta companhia. A questão básica considerada refere-se a possibilidade de utilizar qualquer distribuição de probabilidade para o tempo de funcionamento e reparo de cada TI, incluindo distribuições com taxas de falhas crescentes no tempo devido ao desgaste por envelhecimento. Além disso, o estudo apresentou uma avaliação dos tempos de funcionamento e reparo destes equipamentos a partir da formação de uma base dados histórica das ocorrências registradas de janeiro de 2006 a agosto de 2010, fazendo uma análise descritiva dos dados e verificando a aderência às distribuições exponencial, Weibull e gama. O objetivo é conferir se a hipótese de exponencialidade dos TTF e TTR, frequentemente utilizada em métodos de avaliação da confiabilidade no setor de energia elétrica, era confirmada pelos dados. Os resultados mostraram que no caso dos TTR a hipótese é viável, apesar de ser negativa em dois dos casos estudados. Porém, para os TTF, os dados não apresentaram aderência à distribuição exponencial, mas se mostraram aderentes às distribuições Weibull e gama, apresentado resultados semelhantes na simulação, o que pode ser explicado pelo fato destas distribuições apresentarem dois parâmetros, permitindo uma maior variedade de resultados possíveis. A comparação dos resultados obtidos aplicando os dois modelos baseados na distribuição de Poisson com tempo de reparo determinístico, com o modelo apresentado neste trabalho mostrou que os resultados relativos ao critério de confiabilidade se aproximam, caso o tempo de funcionamento e reparo dos TI sejam modelados pela distribuição exponencial. Porém, a suposição do tempo de funcionamento exponencialmente distribuído 68 pode produzir resultados otimistas relativo ao desempenho da confiabilidade do grupo de TI, levando a um número de reservas menor do que o necessário. Mediante a análise dos resultados, observa-se que o modelo baseado na distribuição de Poisson não pode ser aplicado com credibilidade ao problema do dimensionamento de sobressalente nos casos em que o conjunto de dados não apresenta aderência à distribuição exponencial, o que é caracterizado com a variação da taxa de falhas com o tempo, podendo subestimar o risco de falhas com a diminuição do número estimado de reservas. Ressalta-se que o trabalho buscou apresentar uma metodologia estruturada para este estudo de caso, com adequabilidade a problemas nos quais não se conhece a princípio o comportamento dos parâmetros, utilizando de forma conveniente o modelo probabilístico que melhor representa a natureza dos dados. Entretanto, é importante observar que a decisão final depende essencialmente do custo envolvido e do risco assumido pela empresa. Ou seja, a quantidade de equipamentos sobressalentes deve ser dimensionada como um resultado de estudos desenvolvidos pelo gerente ou gestor, os quais podem ser reavaliados de acordo com as modificações do cenário atual do sistema. Diante do exposto, é possível direcionar de forma mais efetiva os recursos financeiros para os equipamentos considerados mais críticos, tendo como base o critério de confiabilidade e o nível do estoque atual do sistema. Torna-se possível ainda realizar análises de sensibilidade a fim de verificar o efeito da variação de alguns parâmetros sobre o número de equipamentos reservas. Finalmente, espera-se que este trabalho sirva como referência para que novos aspectos sejam incorporados a este modelo, bem como reaproveitá-la para outros equipamentos do sistema, com o objetivo de alcançar resultados que sejam continuamente aprimorados. Dentre as possibilidades de futuros trabalhos nesta linha de pesquisa, relaciona-se: • Incorporar à modelagem os tempos de substituição de cada TI falhado, incluindo o tempo médio de deslocamento da subestação na qual será instalado o equipamento, para o almoxarifado; • Realizar um estudo estatístico para identificar a proporção de equipamentos que são descartados ou reparados. Desta forma, será possível incluir no modelo características pertinentes a sistemas reparáveis e não-reparáveis, implementando o tempo para aquisição de um equipamento novo e o tempo de reparo separadamente; • Aplicar modelos de regressão para estimar os tempos de funcionamento, ou ainda incorporar outros modelos ao método de simulação Monte Carlo; 69 • Realizar o planejamento da distribuição geográfica do estoque, aplicando o método descrito neste trabalho nas demais gerencias regionais da CHESF. Vale salientar que a continuação deste trabalho, bem como a implementação das sugestões de trabalhos futuros, serão realizadas com o apoio do projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Programa de P&D+I - 2009) aprovado pela CHESF. 70 Referências Bibliográficas Almeida, A. T.; Souza, F. M. C. (2001). Gestão da Manutenção Na Direção da Competitividade. Editora Universitária da UFPE, Recife, Pernambuco, Brasil. Cavalcante, C. A. V., Ferreira, H. L., e Almeida, A. T. (2003). 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(2009). R: A Language and Environment for Statistical Computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. 73 A Apêndice A.1 Dados dos Transformadores para Instrumentos Tabela A.1 Tempos de Funcionamento dos Transformadores para Instrumentos instal MSI MSI MSI MSI MSI GNN AGL AGL MRR PRD MRD MRD TAC TAC TAC STD PEN AGD BGI BGI BGI PFE AGD AGD CGU CGU CGU localiz 85L7 85L7 85L7 85B2 85V4 84C7 84BP 84BP 92H1 84C2 92J1-2 92J1-2 84C2 84C2 84C2 82BP-1 84BP 95E2 92T4 92T4 92T4 84F7 85L6 85L9 92D1 92D1 92D1 fase A B C B C C B C A B A C A B C B A C A B C B A B A B C serie 92769218 92769214 92769217 92769209 92769205 84507 TO7078901 TO7078915 SP10910 2412624 325110 322924 K82345033 K82345034 K82345045 74612 11118723 HA346149 K9075104 K9075108 K9075135 1111872 770400 770272 7197937 7197980 7197977 tensao 500kV 500kV 500kV 500kV 500kV 230kV 230kV 230kV 69kV 230kV 69kV 69kV 230kV 230kV 230kV 69kV 230kV 500kV 69kV 69kV 69kV 230kV 500kV 500kV 69kV 69kV 69kV tipo TPC TPC TPC TPC TPC TPC TPC TPC TC TPC TC TC TPC TPC TPC TPI TPC TC TC TC TC TPC TPC TPC TC TC TC idade 18 18 18 27 18 27 3 3 33 42 32 35 31 31 31 45 9 31 25 25 25 10 32 32 36 36 36 tempo 11,583 11,583 11,583 13,583 13,500 22,750 1,167 1,167 1,750 23,917 1,667 32,500 11,583 11,583 11,583 42,417 7,250 31,083 11,667 11,667 11,667 5,333 6,750 29,750 35,417 35,417 35,417 74 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS instal CGD CGD CGD CGD MSI BGI BGI BGI BGI BGI PRD RCD MSI RLD RLD RLD RLD RLD PRD PRD PRD PRD RCD AGL AGL JRM RCD RCD RCD RCD ACD ACD ACD AGL AGL AGL PRD MSI MSI MSI GNN MRD MRD MRD CGD CGD RCD localiz 94C3 94C3 94C3 92T3 95B1 82BP-1 82BP-1 82BP-1 82BP-2 82BP-2 84C2 82V2 94S3 82BP-1 82BP-1 82BP-1 82BP-2 82BP-2 92J3-1 92J3-1 92J3-2 92J4-2 85T1 84M6-2 92J1 82T1 85T1 85T1 85T1 94C9 84L2 84L2 84L2 84BP 84BP 84BP 92J4-1 94D1 94D1 94D1 84C7 82BP-1 82BP-1 82BP-1 84BP 84V3 84T5 fase A B C A C A B C A C C C C C B A A C A B A C A A B A A A A B A B C A B C C A B C A A B C A B A serie 98G104703 98G104705 98G104702 SP12322 592165510 87225629 87225660 87225612 323066 323077 2412648 P84347 T858120 350655 350653 351570 340663 340670 SP10787 38020018 321998 322910 8624618 680079 322976 T05750701 770389 770258 770256 850188014 85300908 85300909 85300916 10751695 471859 471866 3802007 T858023 T858019 T858012 85300904 316275 316269 316273 24121 87300935 84533 tensao 230kV 230kV 230kV 69kV 500kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 230kV 69kV 230kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 500kV 230kV 69kV 69kV 500kV 500kV 500kV 230kV 230kV 230kV 230kV 230kV 230kV 230kV 69kV 230kV 230kV 230kV 230kV 69kV 69kV 69kV 230kV 230kV 230kV tipo TC TC TC TC TC TPI TPI TPI TPI TPI TPC TPI TC TPI TPI TPI TPI TPI TC TC TC TC TPC TPC TC TPI TPC TPC TPC TC TPC TPC TPC TPC TPC TPC TC TC TC TC TPC TPI TPI TPI TPC TPC TPC idade 11 11 11 31 18 23 23 23 35 35 31 12 21 22 27 22 23 23 32 7 35 35 1 42 34 4 32 32 32 25 25 25 25 21 21 21 7 21 21 21 25 39 39 39 31 31 27 tempo 8,667 8,667 8,667 16,250 12,833 13,917 13,917 13,917 32,833 32,833 23,083 8,333 14,750 20,583 20,583 20,583 20,583 20,583 2,667 5,583 24,417 31,917 0,167 24,167 32,250 2,833 8,500 26,583 26,583 19,083 19,833 19,833 19,833 20,167 20,167 20,167 5,333 14,417 14,417 14,417 21,417 7,000 7,000 7,000 26,000 10,000 18,667 75 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS instal MSI CGD RLD CGD CGD MRD NTD NTD NTD PEN PEN MRR AGL MRR MRR PFE SMD SMD MSI MRD AGL MRR MRR GNN MRR RCD MRR RIB NTD GNN GNN NTD NTD NTD MRR RLD PEN PRD PRD RLD PRD GNN RCD BGI BGI RLD RLD RLD RCD BGI RCD localiz 84S6 92J3 84S3 92J2 92J2 92J1-2 92J1-1 92J1-2 92J1-2 82BP-2 82BP-2 92H1 84M2 92T1 92V4-2 84C3 92M1 92M1 84S4 92J12 84L1 92T2 84C4 92M5-2 94F3 94C9 84C5 92L1-2 84V1 92M3-2 94F2 82T7 82T7 82T7 92H1 92M1-2 92C4-2 92J1-2 92J1-2 92H2D 92J3-1 92J2-2 84B2-1 92D1 92D1 92X6 92H1D 92H3D 85L8 92D1 95E2 fase A B C B C A C C B C A B C C B B B C A A C A A B B C C A C B A A B C A C C A C N A B B B C C N N A A B serie 91327140 322986 85300901D 322919 322999 325071 684606 322886 322887 340674 340672 SP10837 84538A SP11014 SP19578 11118713 329536 329535 91327129 325071 680069 SP10949 77296 J057285 902568 850188016 77306 J057397 85300930E 321994 G300713 732660 732659 732658 SP10959 SP10857 305821 305123 305127 329021 38020016 J057242 10751694 684659 684678 SP10787 340853 342199 770268 684645 9220145 tensao 230kV 69kV 230kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 230kV 69kV 69kV 230kV 69kV 69kV 230kV 69kV 230kV 69kV 230kV 69kV 230kV 230kV 230kV 69kV 230kV 69kV 230kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 230kV 69kV 69kV 69kV 69kV 69kV 500kV 69kV 500kV tipo TPC TC TPC TC TC TC TC TC TC TPI TPI TC TPC TC TC TPC TC TC TPC TC TPC TC TPC TC TC TC TPC TC TPC TC TC TPI TPI TPI TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TC TC TC TC TPC TC TC idade 19 35 25 35 35 33 31 25 35 23 23 32 27 32 24 9 31 31 19 33 42 32 33 28 30 25 33 28 25 35 34 30 30 30 32 32 23 24 26 38 7 28 36 31 31 32 26 23 32 31 16 tempo 13,583 6,417 23,750 6,417 6,167 0,667 25,417 23,750 19,667 10,917 10,833 28,500 9,833 2,667 10,167 5,500 23,167 23,167 12,917 15,250 38,750 26,917 29,250 9,250 27,750 17,417 26,833 6,083 8,000 20,667 22,417 17,750 17,750 17,750 27,250 0,833 9,333 3,583 3,417 34,000 2,833 16,750 26,250 19,667 19,667 4,000 21,583 17,750 26,000 19,667 7,833 76 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS Tabela A.2 Tempos de Reparo dos Transformadores para Instrumentos serie SP19534 325110 J057234 SP11003 680161 322919 SP12320 2GDA6370410141 92769203 90379823 90379821 90379804 90379822 90379801 2GDA6370410123 730132 SP10787 2GDA6370410137 2GDA6370410138 2GDA6370410135 SP10980 SP10797 684560 SP12334 850780 323010 SP10959 SP10896 SP10809 SP10923 SP10973 SP10976 850808 321994 2GDA6370410111 2GDA6370410103 2GDA6370410115 SP10958 2GDA6370410107 SP19603 SP10972 680087 SP11029 2GDA6370410110 J057384 18004619 tensao 69 69 69 69 230 69 69 69 500 500 500 500 500 500 69 230 69 69 69 69 69 69 69 69 230 69 69 69 69 69 69 69 230 69 69 69 69 69 69 69 69 230 69 69 69 69 tipo TC TC TC TC TPC TC TC TC TPC TPC TPC TPC TPC TPC TC TPC TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TC TC TC falha 18/05/2008 26/06/2007 22/11/2007 17/08/2008 15/05/2008 24/08/2008 31/08/2007 05/11/2007 30/07/2007 08/08/2007 08/08/2007 08/08/2007 08/08/2007 08/08/2007 08/01/2007 22/10/2007 28/04/2006 05/01/2006 21/11/2007 20/03/2007 10/04/2007 11/08/2008 04/01/2006 26/02/2007 12/09/2005 23/05/2006 31/03/2007 14/02/2007 05/02/2007 05/02/2007 14/02/2007 14/02/2007 12/09/2005 21/02/2007 17/08/2007 10/04/2007 15/05/2007 10/05/2007 10/04/2007 22/10/2007 10/04/2007 21/12/2006 26/02/2007 10/04/2007 28/02/2006 02/04/2007 reparo 05/09/2009 a 25/09/2009 10/03/2008 a 09/04/2008 13/02/2008 a 15/05/2008 17/06/2010 a 08/07/2010 28/07/2008 a 31/07/2008 29/08/2008 a 08/09/2008 16/01/2008 a 15/05/2008 16/09/2008 a 05/01/2009 10/10/2007 a 07/11/2007 03/09/2007 a 20/11/2007 24/10/2007 a 03/12/2007 28/08/2007 a 07/11/2007 17/09/2007 a 07/11/2007 17/09/2007 a 03/12/2007 27/03/2007 a 12/06/2008 02/03/2008 a 27/03/2008 11/08/2006 a 07/11/2006 29/05/2008 a 13/06/2008 29/05/2008 a 13/06/2008 29/05/2007 a 13/06/2008 07/02/2008 a 31/03/2008 16/06/2009 a 20/04/2010 03/09/2007 a 03/10/2007 04/12/2007 a 24/01/2008 18/07/2007 a 17/09/2007 09/08/2007 a 22/08/2007 10/05/2007 a 23/11/2007 10/05/2007 a 23/12/2007 16/04/2007 a 01/06/2007 16/04/2007 a 18/06/2007 16/05/2007 a 29/06/2007 16/04/2007 a 01/06/2007 20/02/2008 a 31/03/2008 25/05/2007 a 30/05/2007 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 19/06/2007 a 08/11/2007 14/11/2007 a 03/04/2008 01/11/2007 a 12/12/2007 14/01/2008 a 18/02/2008 20/05/2007 a 13/06/2007 14/01/2008 a 06/03/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 12/10/2007 a 21/01/2008 28/03/2007 a 18/06/2007 ttr 1,3333 0,8333 0,5000 1,9167 0,1667 0,0833 0,7500 1,1667 0,3333 0,2500 0,3333 0,2500 0,2500 0,3333 1,4167 0,4167 0,5833 2,4167 0,5833 1,2500 0,9167 1,6667 1,7500 0,9167 2,0000 1,2500 0,6667 0,8333 0,3333 0,3333 0,3333 0,3333 2,5000 0,2500 0,6667 1,0000 0,9167 0,5000 1,0000 0,1667 0,8333 0,5000 1,0833 1,0000 1,9167 0,1667 77 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS serie J057406 SP12341 SP19575 730567 2GDA6370410105 T05764813 SP11011 2GDA6370410112 SP10857 SP10832 305821 305123 305127 2GDA6370410134 2GDA6370410106 2GDA6370410102 90379817 770405 2GDA6370410121 2GDA6370410122 302371 T06828130 T07078967 T07078958 SP19520 SP8648 SP10812 SP11007 680173 SP10981 SP10876 SP10977 SP11000AL0201 SP10960 SP10803 SP10978 SP12324 684510 2GDA6370410118 T05750701 T07078957 85300914 SP11005 SP10949 SP12341 680062 T07078945 tensao 69 69 69 230 69 230 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 500 500 69 69 69 230 230 230 69 69 69 69 230 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 230 230 69 69 69 230 230 tipo TC TC TC TPC TC TPC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TPC TC TC TC TPC TPC TPC TC TC TC TC TPC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TPI TPC TPC TC TC TC TPC TPC falha 05/05/2006 14/02/2007 22/10/2007 21/12/2006 27/04/2007 18/11/2008 29/03/2007 01/03/2007 04/02/2007 01/03/2007 24/01/2007 26/01/2007 26/01/2007 26/01/2007 17/04/2007 23/08/2007 22/06/2009 26/02/2008 08/01/2007 08/01/2007 14/11/2006 26/04/2010 21/05/2009 08/10/2009 18/03/2009 14/02/2007 09/01/2007 27/11/2006 27/02/2007 18/01/2007 26/11/2006 18/01/2007 26/11/2006 05/02/2007 05/05/2006 18/01/2007 01/01/2007 14/08/2006 17/04/2007 09/06/2009 20/08/2009 21/12/2006 27/11/2006 21/05/2007 07/01/2009 24/03/2008 27/09/2009 reparo 03/09/2007 a 13/05/2008 04/12/2007 a 08/01/2008 05/11/2007 a 13/12/2007 18/01/2007 a 25/01/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 13/03/2009 a 03/04/2009 16/05/2007 a 23/11/2007 14/11/2007 a 13/06/2008 11/06/2007 a 12/07/2007 10/05/2007 a 28/06/2007 05/06/2007 a 21/12/2007 25/01/2007 a 03/03/2007 05/02/2007 a 03/03/2007 05/06/2007 a 13/06/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 28/07/2009 a 08/07/2010 23/09/2008 a 30/10/2008 27/03/2007 a 13/06/2008 27/03/2007 a 13/06/2008 05/03/2007 a 26/03/2007 18/08/2010 a 31/08/2010 25/02/2010 a 31/03/2010 26/04/2010 a 30/04/2010 24/03/2009 a 30/04/2009 18/01/2007 a 14/12/2007 12/01/2007 a 11/05/2007 12/01/2007 a 11/05/2007 09/02/2007 a 28/05/2007 05/03/2007 a 04/04/2007 05/03/2007 a 27/03/2007 05/03/2007 a 04/04/2007 22/02/2007 a 22/03/2007 28/03/2007 a 18/06/2007 18/01/2007 a 03/05/2007 05/03/2007 a 04/04/2007 28/03/2007 a 11/05/2007 24/04/2009 a 16/10/2009 14/11/2007 a 03/04/2008 02/08/2010 a 03/12/2010 03/08/2009 a 31/03/2010 19/03/2007 a 28/05/2007 12/01/2007 a 11/05/2007 01/04/2009 a 07/05/2009 27/02/2009 a 05/05/2009 25/04/2008 a 31/07/2008 27/04/2010 a 30/04/2010 ttr 2,0000 0,9167 0,1667 1,0833 1,0000 0,4167 0,6667 1,2500 0,4167 0,2500 0,9167 0,1667 0,1667 1,4167 1,0000 0,6667 1,0833 0,6667 1,4167 1,4167 0,3333 0,3333 0,8333 0,5000 0,0833 0,8333 0,3333 0,5000 0,2500 0,2500 0,3333 0,2500 0,3333 0,3333 1,0000 0,2500 0,3333 3,1667 1,0000 1,5000 0,5833 0,4167 0,5000 2,0000 0,3333 0,3333 0,5833 78 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS serie SP10902 SP11004 SP11015 2GDA6370410109 SP11032 2GDA6370410120 2GDA6370410104 2GDA6370410119 2GDA6370410114 2GDA6370410117 2GDA6370410116 84732 2GDA6370410155 2GDA6370410156 2GDA6370410146 680101 90379813 684583 342199 684659 684678 316311 340827 340660 340179 337613 340824 340182 340825 SP11014 325104 340674 SP10999 684588 684589 684672 90379809 SP11006 SP11021 SP10721 SP10720 680177 J057397 SP10802 680169 24093 24067 2GDA6370410141 tensao 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 500 69 69 69 230 500 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 69 500 69 69 69 69 230 69 69 230 230 230 69 tipo TC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TC TC TPC TPC TC TC TC TC TPI TPI TPI TPI TPI TPI TPI TPI TC TC TPI TC TC TC TC TPC TC TC TC TC TPC TC TC TPC TPC TPC TC falha 10/04/2007 01/03/2007 01/03/2007 29/03/2007 14/02/2007 04/09/2007 23/08/2007 17/08/2007 04/09/2007 04/09/2007 17/08/2007 27/01/2006 20/03/2007 23/03/2007 13/02/2007 06/07/2007 08/08/2007 24/03/2006 10/05/2006 08/05/2006 08/05/2006 14/08/2006 08/02/2006 08/02/2006 08/02/2006 27/09/2005 08/02/2006 08/02/2006 11/01/2005 14/04/2008 05/05/2008 10/08/2008 27/04/2007 17/06/2008 12/11/2007 17/06/2008 10/03/2008 27/04/2007 07/11/2007 07/11/2007 07/11/2007 21/03/2007 05/03/2007 19/12/2007 21/12/2006 21/06/2007 21/06/2007 18/01/2007 reparo 10/09/2008 a 17/03/2009 10/05/2007 a 28/06/2007 10/05/2007 a 08/11/2007 14/11/2007 a 03/04/2008 12/12/2007 a 24/01/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 30/01/2006 a 22/05/2006 16/09/2008 a 15/12/2008 17/09/2008 a 15/12/2008 16/09/2008 a 15/12/2008 18/02/2008 a 25/04/2008 16/10/2007 a 03/01/2008 18/04/2006 a 29/06/2007 14/09/2006 a 24/09/2007 06/03/2006 a 27/06/2007 06/03/2006 a 26/01/2007 25/04/2008 a 21/08/2008 13/02/2006 a 02/03/2006 15/10/2007 a 31/10/2007 13/02/2006 a 02/03/2006 06/12/2005 a 08/02/2006 13/02/2006 a 02/03/2006 13/02/2006 a 02/03/2006 18/02/2008 a 02/10/2008 25/04/2008 a 08/10/2008 05/06/2008 a 29/09/2008 03/11/2008 a 12/01/2009 07/11/2008 a 06/02/2009 04/11/2008 a 21/01/2009 04/06/2008 a 09/09/2008 10/09/2008 a 07/11/2008 25/07/2008 a 10/12/2008 14/01/2008 a 06/03/2008 08/04/2008 a 18/07/2008 08/04/2008 a 11/07/2008 08/04/2008 a 11/07/2008 25/03/2008 a 16/06/2008 20/03/2007 a 24/05/2007 11/04/2008 a 30/05/2008 05/03/2007 a 09/03/2009 10/07/2007 a 30/07/2007 10/07/2007 a 31/07/2007 22/01/2007 a 12/03/2007 ttr 1,9167 0,2500 0,6667 1,0833 0,9167 0,5833 0,6667 0,6667 0,5833 0,5833 0,6667 0,3333 1,7500 1,7500 1,8333 0,7500 0,4167 1,2500 1,3333 1,0833 0,6667 2,0000 0,0833 1,6667 0,0833 0,4167 0,0833 0,0833 3,7500 0,5000 0,3333 0,4167 1,8333 0,5833 0,8333 0,4167 0,7500 0,9167 0,6667 0,6667 0,6667 1,2500 0,1667 0,4167 2,2500 0,0833 0,0833 0,1667 79 A.1. DADOS DOS TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTOS serie SP12337 J057285 684612 SP10795 2GDA6370410108 325071 SP10781 SP19550 11118708 684582 770268 340853 tensao 69 69 69 69 69 69 69 69 230 69 500 69 tipo TC TC TC TC TC TC TC TC TPC TC TPC TC falha 26/11/2006 05/06/2007 17/06/2008 31/08/2007 29/03/2007 11/12/2007 01/03/2007 26/02/2007 01/08/2006 12/11/2007 27/03/2006 10/05/2006 reparo 22/02/2007 a 26/03/2007 19/06/2007 a 22/08/2007 10/09/2008 a 07/11/2008 16/01/2008 a 31/03/2008 14/11/2007 a 03/04/2008 18/12/2007 a 15/01/2008 27/03/2007 a 18/05/2007 01/11/2007 a 07/01/2008 01/04/2008 a 15/05/2008 04/06/2008 a 25/08/2008 30/03/2006 a 02/06/2006 14/09/2006 a 19/12/2006 ttr 0,3333 0,1667 0,4167 0,5833 1,0833 0,0833 0,1667 0,9167 1,7500 0,7500 0,2500 0,5833 80