Medidas de associação entre exposição e efeito RISCO RELATIVO (ou razão de riscos) É medida de intensidade de associação (entre exposição e efeito) utilizada em estudos longitudinais que medem risco (incidência acumulada). Risco de apresentar o efeito, dado que foi exposto Risco relativo = Risco de apresentar o efeito, dado que não foi exposto Homens de 50-59 anos de idade, que receberam alta hospitalar na primeira semana após infarto agudo do miocárdio, foram divididos em duas coortes: 1) 600 pessoas que apresentavam onda Q de 3 mm ou mais no eletrocardiograma de repouso, e 2) 1.500 que tinham onda Q com menos de 3 mm. O efeito medido foi incidência acumulada (risco) de morte em seis meses. Os resultados foram os seguintes: Morte em 6 meses Sim Profundidade da onda Q Não 3 mm 100 600 < 3 mm 200 1500 Risco em expostos (onda Q 3 mm) = 100/600 Risco em não-expostos (onda Q < 3 mm) = 200/1500 Risco relativo em expostos = (100/600) / (200/1500) = 1,25 RR = 1,25 O risco em expostos é 1,25 vezes aquele dos não-expostos ou o risco em expostos é 25% maior que o dos não-expostos ODDS RATIO (ou razão de chances) É medida de intensidade de associação (entre efeito e exposição) utilizada em estudos retrospectivos (casos-controles) para medir a relação de chances de exposição entre casos (os que têm o efeito em estudo) e controles (os que não têm o efeito em estudo). Chances de ter sido exposto, dado que é caso Odds ratio = Chances de ter sido exposto, dado que é controle “Odds” é termo inglês cujo significado algébrico é “razão de probabilidades complementares”. p Odds = (1-p) Probabilidade de não obter num baralho honesto = 39/52 = 0,75 ou 75% Probabilidade de obter num baralho honesto = 13/52 = 0,25 ou 25% As “odds” (chances) de obter uma carta que não seja de num baralho honesto são de 0,75/0,25 = 3/1 ou 3 chances contra uma. Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Proporção de “excessivo” entre os controles = 89/200 = 0,445 ou 44,5% Proporção de “aceitável” entre os controles = 111/200 = 0,555 ou 55,5% Odds (chances) de “excessivo” entre os controles = 0,445 / 0,555 = 0,8 Odds de “excessivo” entre os casos Odds ratio = OR = Odds de “excessivo” entre os controles 67 / 33 OR = = 2,53 89/111 As chances de ter sido exposto, dado que é caso, são 2,53 vezes aquelas dos controles. Odds de exposição entre os casos OR = Odds de exposição entre os controles Efeito Casos Controles Sim 67 89 Não 33 111 Exposição 100 200 67 / 33 67 x 111 OR = = = 2,53 89 / 111 89 x 33 Num estudo de incidência, Risco relativo = Risco de apresentar o efeito, dado que foi exposto Risco de apresentar o efeito, dado que não foi exposto Num estudo caso-controle, Chances de ter sido exposto, dado que é caso Odds ratio = Chances de ter sido exposto, dado que é controle Agressão física e classe social PÁGINA B Gianini RJ, Litvoc J, Eluf Neto J. Rev. Saúde Pública 1999;33(2):180-6 OBJECTIVE: Considering the increase of violence and the scarcity of informations about the relation between social class and victimization by physical aggression, a study was conducted to investigate this association. METHODS: A hospital-based case-control study. Cases and controls were recruited at a hospital, first-aid clinic, from 1/10/93 to 19/1/95. The study included 191 cases and 222 controls selected from among patients with non-violent clinical-surgical complaints, frequency-matched to cases by sex and age. Using a standardized questionnaire applied by trained interviewers, information obtained included social class, skin color, marital status, smoking habits, alcohol consumption and illicit drug use. RESULTS: After adjusting for all factors studied a significant risk remained for the subproletariat (OR=3.28, 95% CI 1.42-7.59); single as marital status (OR=2.05, 95% CI 1.09-3.88); and alcohol consumption (OR=2.01, 95% IC 1.07-3.77 for 240 and OR=15.93, 95% CI 5.09-49.8 for >240 grams/week). CONCLUSION: Social class is an important factor in the phenomenon of victimization by physical aggression, with the subproletariat deserving special attention in the strategies of intervention regarding this problem. OBJETIVO: Considerando-se o aumento da violência e a escassez de informações sobre a relação classe social e vitimização por agressão física, realizou-se estudo com o objetivo de investigar esta associação. MÉTODOS: Foi adotado o estudo de casocontrole. Foram incluídos 191 casos de agressão física e 222 controles selecionados entre os indivíduos com queixas clínicocirúrgicas não violentas, pareados por freqüência aos casos segundo sexo e idade, todos recrutados no período de 1/10/93 a 19/1/95, em pronto-socorro de Sorocaba, SP, Brasil. Foi aplicado questionário para obtenção de informações sobre classe social, cor, situação conjugal, hábito de fumar, ingestão de álcool e uso de drogas ilícitas. RESULTADOS: Após ajuste para todos os fatores estudados encontrou-se risco significantemente maior para subproletariado (OR=3,28; IC 95% 1,42-7,59; solteiro (OR=2,05; IC 95% 1,09-3,88); e consumo de álcool (OR=2,01, IC 95% 1,07-3,77 para 240 e OR=15,93, IC 95% 5,09-49,8 para >240 gramas/semana). CONCLUSÃO: Classe social é um fator importante no fenômeno da vitimização por agressão física, devendo o subproletariado receber atenção especial nas estratégias de intervenção para o problema. OBJECTIVE: Considering the increase of violence and the scarcity of informations about the relation between social class and victimization by physical aggression, a study was conducted to investigate this association. METHODS: A hospital-based case-control study. Cases and controls were recruited at a hospital, first-aid clinic, from 1/10/93 to 19/1/95. The study included 191 cases and 222 controls selected from among patients with non-violent clinical-surgical complaints, frequency-matched to cases by sex and age. Using a standardized questionnaire applied by trained interviewers, information obtained included social class, skin color, marital status, smoking habits, alcohol consumption and illicit drug use. RESULTS: After adjusting for all factors studied a significant risk remained for the subproletariat (OR=3.28, 95% CI 1.42-7.59); single as marital status (OR=2.05, 95% CI 1.09-3.88); and alcohol consumption (OR=2.01, 95% IC 1.07-3.77 for 240 and OR=15.93, 95% CI 5.09-49.8 for >240 grams/week). CONCLUSION: Social class is an important factor in the phenomenon of victimization by physical aggression, with the subproletariat deserving special attention in the strategies of intervention regarding this problem. PÁGINA B OBJETIVO: Considerando-se o aumento da violência e a escassez de informações sobre a relação classe social e vitimização por agressão física, realizou-se estudo com o objetivo de investigar esta associação. MÉTODOS: Foi adotado o estudo de casocontrole. Foram incluídos 191 casos de agressão física e 222 controles selecionados entre os indivíduos com queixas clínicocirúrgicas não violentas, pareados por freqüência aos casos segundo sexo e idade, todos recrutados no período de 1/10/93 a 19/1/95, em pronto-socorro de Sorocaba, SP, Brasil. Foi aplicado questionário para obtenção de informações sobre classe social, cor, situação conjugal, hábito de fumar, ingestão de álcool e uso de drogas ilícitas. RESULTADOS: Após ajuste para todos os fatores estudados encontrou-se risco significantemente maior para subproletariado (OR=3,28; IC 95% 1,42-7,59; solteiro (OR=2,05; IC 95% 1,09-3,88); e consumo de álcool (OR=2,01, IC 95% 1,07-3,77 para 240 e OR=15,93, IC 95% 5,09-49,8 para >240 gramas/semana). CONCLUSÃO: Classe social é um fator importante no fenômeno da vitimização por agressão física, devendo o subproletariado receber atenção especial nas estratégias de intervenção para o problema. Num estudo de incidência, Odds ratio = Chances de apresentar o efeito, dado que foi exposto Chances de apresentar o efeito, dado que não foi exposto OUTROS USOS DA ODDS RATIO Num estudo transversal, Chances de apresentar o atributo 1, dado que tem o atributo a Odds ratio = Chances de apresentar o atributo 1, dado que tem o atributo b Quando RR=1,00 ou quando OR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito (ou entre os atributos) Quando RR=1,00 ou quando OR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito (ou entre os atributos) Quanto mais o RR ou a OR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação Quando RR>1,00 ou quando OR>1,00 isso indica que a associação é nociva Quando RR>1,00 ou quando OR>1,00 isso indica que a associação é nociva Quando RR<1,00 ou quando OR<1,00 isso indica que a associação é protetora % de “sobreviventes” Quando o estudo de incidência é feito com análise de sobrevida Tempo % de “sobreviventes” Quando o estudo de incidência é feito com análise de sobrevida a medida de associação utilizada é a HR (Hazard Ratio) Tempo % de “sobreviventes” Modelo de Cox para “taxas proporcionadas” HR = Hazard Ratio Tempo A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação Se HR>1,00 isso indica associação nociva A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação Se HR>1,00 isso indica associação nociva Se HR<1,00 isso indica associação protetora 7-yearPÁGINA follow-up varied ressive symptoms to 17% A o 24% in those with 6 or (P<.001). Of 473 women ve symptoms at baseline, woman-years of followomen who reported 5 or (760 deaths in 41 460 <.001). Women with 6 or a 2-fold increased risk of atio [HR], 2.14; 95% 2.61; P<.001) compared er depressive symptoms. ong after adjusting for es, including history of ke, diabetes mellitus, ive pulmonary disease, cognitive function (HR, 3). Depressive symptoms ed adjusted risk of death HR, 1.8; 95% CI, 1.2-2.5; ncardiovascular diseases P = .01), but were not ncer (HR, 1.0; 95% CI, RESULTADOS: A mortalidade durante os 7 anos de seguimento variou de 7% em mulheres sem sintomas de depressão, 17% naquelas com 3 a 5 sintomas, e 24% naquelas com 6 ou mais sintomas de depressão (p<0,001). De 473 mulheres (6,3%) com 6 ou mais sintomas depressivos no início, 24% morreram (111 óbitos em 2610 mulheres-anos de seguimento), contra 11% das mulheres que tinham 5 ou menos sintomas de depressão [760 óbitos em 41.460 mulheres-anos (p<0,001)]. Mulheres com 6 ou mais sintomas depressivos apresentaram o dobro de risco de morte daquelas com 5 ou menos sintomas [hazard ratio (HR) ajustado para idade: 2,14; intervalo de confiança (IC) de 95%: 1,75-2,61; p<0,001]. Esta associação persistiu após ajuste para possíveis variáveis de confusão, incluindo história de infarto do miocárdio, derrame, diabetes melito, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, percepção de saúde e função cognitiva (HR: 1,47; ICde95%: 1,14-1,88; p=0,003). Sintomas depressivos associaram-se com risco ajustado de morte por doenças cardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,22,5; p=0,003) e por doenças não-neoplásicas e nãocardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,2-2,7; p=0,01), mas não se associaram com mortes por doenças neoplásicas (HR: 1,0; ICde95%: 0,6-1,7; p=0,93). Associação e causalidade O encontro de associação entre exposição e efeito significa apenas que essas duas variáveis "andam juntas". O encontro de associação entre exposição e efeito não significa que ela seja causal. Causalidade é decisão de julgamento que procura obedecer aos seguintes critérios... TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. Estudos transversais não servem para mostrar relação temporal ! Prevalência (%) de incapacidades em dois grupos sociais Prevalência de Favelados Não favelados incapacidade física 6,2 1,9 incapacidade mental 1,8 0,7 Santos Jr. AC, Lessa I - Bol Oficina Sanit Panam 1989; 106:304-13 SÃO MAIS DOENTES PORQUE SÃO MAIS POBRES OU SÃO MAIS POBRES PORQUE SÃO MAIS DOENTES ? TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. Uma associação (entre exposição e efeito) com RR = 4 tem maior probabilidade de ser causal do que uma associação com RR = 2. TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. Risco Relativo 20 10 1 0 10 20 30 Cigarros/dia TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. Risco Relativo 20 10 1 Tempo desde que parou de fumar < 1 ano 1- 5 anos 5-10 anos 10-15 anos TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. No caso do hábito de fumar cigarros, tanto estudos casos-controles (inicialmente) como prospectivos (tempos depois) mostraram resultados semelhantes: OR e RR de aproximadamente 10 entre fumantes e não-fumantes. TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. Taxa de natalidade na Europa Número de cegonhas / km2 na Europa 1920 1930 1940 1950 1960 1970 TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. É o mais difícil de ser demonstrado, porque uma exposição pode levar a mais que um efeito. TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes. ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes. No caso do cigarro, efeito carcinogênico em animais de laboratório TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes. Técnicas de controle para variáveis de confusão Técnicas de ajuste para variáveis de controle Retornando ao Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Retornando ao Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% ORbruta = 2,53 Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Por que OR “bruta” ? Porque aquela OR não está ajustada para qualquer variável de controle (ou “variável que pode gerar confusão”), mais conhecida como VARIÁVEL DE CONFUSÃO. VARIÁVEL DE CONFUSÃO é uma variável alheia à questão em estudo. Questão em estudo: Está o consumo de café associado à ocorrência de câncer de pulmão ? Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 VARIÁVEL DE CONFUSÃO é fator de risco (ou de proteção) para o efeito em estudo; está associada (no sentido estatístico) com a exposição em estudo; mas não é conseqüência (nem causa) da exposição em estudo. VARIÁVEL DE CONFUSÃO é fator de risco (ou de proteção) para o efeito em estudo; O hábito de fumar cigarros é um reconhecido fator de risco para câncer de pulmão. VARIÁVEL DE CONFUSÃO está associada (no sentido estatístico) com a exposição em estudo; 125 x 91 OR = ———— = 6,92 31 x 53 Número de cafezinhos por dia Hábito de fumar cigarros Sim Não Excessivo ( 6) 125 31 156 Aceitável (< 6) 53 91 144 178 122 300 VARIÁVEL DE CONFUSÃO mas não é conseqüência (nem causa) da exposição em estudo. Quem toma café não necessariamente fuma Quem fuma não necessariamente toma café Assim, considerando que o hábito de fumar cigarros é fator de risco para câncer de pulmão está associado ao hábito de tomar café e não é conseqüência do consumo de café o hábito de fumar cigarros é uma variável de confusão na associação observada entre o consumo de café e câncer de pulmão Se o hábito de fumar cigarros está distorcendo (confundindo) a associação entre consumo de café e câncer de pulmão, Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 ORbruta = 2,53 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Proporção de “excessivo” entre os controles = 89/200 = 0,445 ou 44,5% Proporção de “aceitável” entre os controles = 111/200 = 0,555 ou 55,5% Odds (chances) de “excessivo” entre os controles = 0,445 / 0,555 = 0,8 qual seria a associação entre consumo de café e câncer de pulmão ajustada para o hábito de fumar cigarros ? Análise estratificada de Mantel-Haenszel Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Número de cafezinhos por dia Controles Excessivo ( 6) 67 89 Aceitável (< 6) 33 111 100 200 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Proporção de “excessivo” entre os controles = 89/200 = 0,445 ou 44,5% Proporção de “aceitável” entre os controles = 111/200 = 0,555 ou 55,5% Fumantes Não-fumantes Odds (chances) de “excessivo” entre os controles = 0,445 / 0,555 = 0,8 OR entre fumantes = 1,18 Fumantes Número de cafezinhos por dia Sim Não Excessivo ( 6) 64 61 125 Aceitável (< 6) 25 27 28 53 55 89 91 89 178 180 OR entre não-fumantes = 1,11 Não-fumantes Número de cafezinhos por dia Câncer de pulmão Câncer de pulmão Sim Não Excessivo ( 6) 3 28 31 Aceitável (< 6) 86 83 91 89 11 9 111 122 120 121 A OR de Mantel-Haenszel é a média ponderada* das ORs dos estratos * ponderada para as parcelas bc/n de cada estrato OR da associação entre consumo de café e câncer de pulmão ajustada para o hábito de fumar cigarros: ORajustada = 1,16 A associação observada (ORbruta = 2,53) entre consumo de café e câncer de pulmão é quase que completamente explicada (ORajustada = 1,16) pelo hábito de fumar cigarros ! E se a incidência de câncer de pulmão também estiver associada a idade e escolaridade ? 67 89 33 111 Fumantes 64 61 27 28 Idade>50 62 22 26 10 Escola + 24 8 11 4 Escola 19 12 7 5 Não-fumantes 3 28 6 83 Idade<50 2 39 1 18 Escola + 12 23 5 10 Escola 9 18 4 9 Idade>50 3 20 5 32 Escola + 2 8 3 11 Escola 1 12 2 21 Idade<50 0 8 1 51 Escola + 0 4 1 26 Escola 0 4 0 25 Embora a técnica de ajuste de Mantel-Haenszel seja bastante intuitiva, ela tem restrições de uso, já que: - as variáveis têm que estar dicotomizadas (só duas categorias); - a técnica não comporta a análise de variáveis quantitativas; - o ajuste para mais que duas variáveis é muito trabalhoso. Essas restrições muitas vezes são superadas pelo uso da regressão logística. A regressão logística múltipla é um modelo matemático OR = -x e que costuma “dar certo” para o ajuste de variáveis de controle. Os valores das ORs calculadas pelas duas técnicas (Mantel-Haenszel e regressão logística múltipla) podem ser muito próximos. Associação entre câncer de pulmão e consumo de café, tabagismo, idade e escolaridade. Associação entre câncer de pulmão e JÁ AJUSTADA para Mantel- Regres. Haenszel logística 1,14 1,11 12,07 11,39 consumo de café, tabagismo, escolaridade 4,41 4,39 consumo de café, tabagismo, idade 1,59 1,59 consumo de café tabagismo, idade, escolaridade tabagismo consumo de café, idade, escolaridade idade escolaridade Cada OR calculada já está ajustada pelas demais variáveis consideradas na análise. No caso do estudo sobre a associação entre consumo de café e câncer de pulmão, a regressão logística múltipla resultou em Associação entre câncer de pulmão e OR IC de 95% p consumo excessivo de café 1,11 0,59 - 2,04 0,747 11,39 5,34 - 24,3 <0,001 idade 50 anos 4,39 2,45 - 7,88 <0,001 escolaridade baixa 1,59 0,90 - 2,82 0,109 tabagismo RR e HR também podem ser objeto de múltiplos ajustes pela regressão de Cox oms at baseline, years PÁGINA of followo reportedA5 or aths in 41 460 omen with 6 or ncreased risk of R], 2.14; 95% 001) compared sive symptoms. r adjusting for ding history of etes mellitus, monary disease, e function (HR, ssive symptoms ed risk of death 5% CI, 1.2-2.5; ascular diseases but were not R, 1.0; 95% CI, (p<0,001). De 473 mulheres (6,3%) com 6 ou mais sintomas depressivos no início, 24% morreram (111 óbitos em 2610 mulheres-anos de seguimento), contra 11% das mulheres que tinham 5 ou menos sintomas de depressão [760 óbitos em 41.460 mulheres-anos (p<0,001)]. Mulheres com 6 ou mais sintomas depressivos apresentaram o dobro de risco de morte daquelas com 5 ou menos sintomas [hazard ratio (HR) ajustado para idade: 2,14; intervalo de confiança (IC) de 95%: 1,75-2,61; p<0,001]. Esta associação persistiu após ajuste para possíveis variáveis de confusão, incluindo história de infarto do miocárdio, derrame, diabetes melito, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, percepção de saúde e função cognitiva (HR: 1,47; ICde95%: 1,14-1,88; p=0,003). Sintomas depressivos associaram-se com risco ajustado de morte por doenças cardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,22,5; p=0,003) e por doenças não-neoplásicas e nãocardiovasculares (HR: 1,8; ICde95%: 1,2-2,7; p=0,01), mas não se associaram com mortes por doenças neoplásicas (HR: 1,0; ICde95%: 0,6-1,7; p=0,93). ptoms CONCLUSÕES: Sintomas depressivos são importantes fatores de risco para mortalidade por doenças are a ong patients with cal complaints, by PÁGINA sex and age. onnaire applied by B rmation obtained lor, marital status, umption and illicit g for all factors remained for the 5% CI 1.42-7.59); OR=2.05, 95% CI ol consumption 77 for 240 and 9-49.8 for >240 ss is an important of victimization by the subproletariat n the strategies of roblem. cirúrgicas não violentas, pareados por freqüência aos casos segundo sexo e idade, todos recrutados no período de 1/10/93 a 19/1/95, em pronto-socorro de Sorocaba, SP, Brasil. Foi aplicado questionário para obtenção de informações sobre classe social, cor, situação conjugal, hábito de fumar, ingestão de álcool e uso de drogas ilícitas. RESULTADOS: Após ajuste para todos os fatores estudados encontrou-se risco significantemente maior para subproletariado (OR=3,28; IC 95% 1,42-7,59; solteiro (OR=2,05; IC 95% 1,09-3,88); e consumo de álcool (OR=2,01, IC 95% 1,07-3,77 para 240 e OR=15,93, IC 95% 5,09-49,8 para >240 gramas/semana). CONCLUSÃO: Classe social é um fator importante no fenômeno da vitimização por agressão física, devendo o subproletariado receber atenção especial nas estratégias de intervenção para o problema. PÁGINA 52 Outro exercício (quase resolvido) sobre ajuste Havia a questão sobre se o consumo excessivo de bebidas alcoólicas estaria associado à ocorrência de câncer do cólon (Ca do cólon). Planejou-se um estudo de casos-controles multicêntrico. Hipóteses testadas (=0,05, bicaudal): H0: as chances de exposição são as mesmas em casos e controles, ou seja, OR pop=1,00 HA: as chances de exposição são diferentes em casos e controles, ou seja, OR pop1,00 Os resultados foram os seguintes. Entre 60 casos de Ca do cólon, 40 fizeram uso excessivo de bebidas alcoólicas no passado. Entre 180 controles, 90 fizeram uso excessivo de bebidas alcoólicas no passado. A seguir apresentam-se: a tabela 2x2 com os resultados, a OR bruta, a probabilidade (p) de a diferença observada ter sido casual, e o intervalo de confiança de 95% (IC 95%) que contém a verdadeira OR populacional. Ca do cólon Casos Controles Consumo excessivo de bebidas alcoólicas Total Sim 40 90 130 Não 20 90 110 Total 60 180 240 ORbruta = 2,00 Intervalo de confiança de 95% na ORbruta = 1,04 – 3,90 p = 0,025 Ca do cólon Casos Controles Consumo excessivo de bebidas alcoólicas Total Sim 40 90 130 Não 20 90 110 Total 60 180 240 ORbruta = 2,00 Intervalo de confiança de 95% na ORbruta = 1,04 – 3,90 p = 0,025 Ca do cólon Casos Controles Consumo excessivo de bebidas alcoólicas Total Sim 40 90 130 Não 20 90 110 Total 60 180 240 ORbruta = 2,00 p = 0,025 Intervalo de confiança de 95% na ORbruta = 1,04 – 3,90 Estrato que consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 5 35 7 63 12 98 OR neste estrato = 1,29 Total 40 70 110 Estrato que NÃO consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 35 55 13 27 48 82 OR neste estrato = 1,32 Total 90 40 130 Estrato que consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 5 35 7 63 12 98 OR neste estrato = 1,29 Total 40 70 110 Estrato que NÃO consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 35 55 13 27 48 82 OR neste estrato = 1,32 Total 90 40 130 Estrato que consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 5 35 7 63 12 98 OR neste estrato = 1,29 ORMH Total 40 70 110 Estrato que NÃO consumia verduras habitualmente Álcool Sim Não Total Ca do cólon Casos Controles 35 55 13 27 48 82 OR neste estrato = 1,32 ad/n ( 5x63 / 110 ) + ( 35x27 / 130 ) = = = 1,31 bc/n ( 35x 7 / 110 ) + ( 55x13 / 110 ) Total 90 40 130 ORMH ad/n ( 5x63 / 110 ) + ( 35x27 / 130 ) = = = 1,31 bc/n ( 35x 7 / 110 ) + ( 55x13 / 110 ) Esse é o valor da OR da associação entre consumo excessivo de álcool e câncer do cólon, ajustada para o consumo habitual de verduras. O teste estatístico apropriado fornece a seguinte probabilidade de 1,31 ser variação casual de 1,00: 0,422 (ou 42,2%, uma probabilidade muito alta). O IC de 95% em 1,31 foi calculado em: 0,67 – 2,55 (engloba o valor 1,00). Assim, pode-se dizer que quase toda a associação encontrada entre consumo excessivo de bebidas alcoólicas e Ca do cólon é explicada pela falta de consumo habitual de verduras. Supondo que se quisesse fazer o ajuste para mais duas variáveis, por exemplo: idade e escolaridade, a regressão logística múltipla resulta em: Variável consumo habitual de verduras idade 50 anos escolaridade alta consumo excessivo de bebidas alcoólicas OR 0,19 3,87 0,39 0,82 p < 0,001 < 0,001 0,008 0,595 IC de 95% 0,09 – 0,42 1,91 – 7,83 0,19 – 0,78 0,40 – 1,69 Supondo que se quisesse fazer o ajuste para mais duas variáveis, por exemplo: idade e escolaridade, a regressão logística múltipla resulta em: Variável consumo habitual de verduras idade 50 anos escolaridade alta consumo excessivo de bebidas alcoólicas OR 0,19 3,87 0,39 0,82 p < 0,001 < 0,001 0,008 0,595 IC de 95% 0,09 – 0,42 1,91 – 7,83 0,19 – 0,78 0,40 – 1,69