Vista de Alfama – Miradouro das Portas do Sol
Câmara Municipal de Lisboa - Direcção Municipal de
Recuperação e Reabilitação Urbana.
A gestão das Áreas Históricas da Cidade de Lisboa
efectuada pela Direcção Municipal de Recuperação e
Reabilitação Urbana, Unidade de Projecto de Alfama, tem
desenvolvido um conjunto de intervenções planeadas onde
se inclui o Estudo de uma Paleta de Cores para o Plano
Integrado do Largo do Chafariz de Dentro.
Largo do Chafariz de Dentro, Alfama em Lisboa.
Alfama ocupa em grande parte uma colina, exposta a sul,
que medeia o espaço entre o Castelo de S. Jorge e o rio. O
todo no período medieval foi protegido por uma muralha,
linha de defesa da formação urbana extramuros da cidade
velha.
Largo do Chafariz de Dentro na Vista Panorâmica de Lisboa Sec. XVI – Braunius
Na actualidade o tecido urbano de Alfama é constituído por
edifícios reconstruídos, pós terramoto de 1755, por uma
malha urbana labiríntica, tecido residual da cidade árabe,
rua estreitas e declivosas que conduzem ao Largo do
Chafariz de Dentro.
A área de Alfama contém um número considerável de
Monumentos de Arquitectura ,classificados, como o
Castelo de S. Jorge ou a Sé de Lisboa.
A Cor de Alfama, a Cor da Cidade
A velha Lisboa é uma cidade construída usando a pedra
calcária da região, finalizada com um reboco à base de cal
e areia, depois pintado.
Os testemunhos históricos, documentos escritos e
iconografia, referem sempre uma cidade luminosa e
colorida.
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Alfama e Mouraria: Aguarelas de Roque Gameiro, finais sec. XIX, princípios do Sec. XX
Na década de quarenta, numa das alturas em que se falou
da cor da cidade, vemos nas declarações do olisipógrafo
Gustavo Matos Sequeira uma caracterização da sua cor.
Sintetizando, diz ele:
Lisboa cristã e medieval, Manuelina ou Joanina é
branca como as cidades do sul.
No sec. XIX os edifícios públicos começam a pintarse de amarelo. O Terreiro do Paço (actual Praça do
Comércio) “não escapou à invasão do amarelo”.
No segundo terço do sec. XIX Lisboa coloriu-se, “o
branco de envergonhado refugiou-se nos bairros
pobres”.
Na década de 40 o Município escolheu para a cidade cores
claras e suaves.
Depois de 1974, momentos houve em que se discutiu a cor
da cidade, uma vez por causa da cor a aplicar na Praça do
Comércio (um rosa que apareceu logo depois da revolução
de 74) outra, por exemplo, por causa das cores aplicadas
no eixo Largo do Rato, Cais do Sodré, Rua D. Pedro V,
aquando da ocorrência do acontecimento, Lisboa 94
Capital Europeia da Cultura, “A Sétima Colina” (cores
vigorosas, cromáticas, assumidas como reacção às cores
brandas, ainda presentes, legadas pela década de 40).
Na actualidade nas zonas históricas, para obras de
conservação e reabilitação de edifícios, usa-se uma pintura
com uma paleta de cores que têm como elemento
estruturante as cores tradicionais da cidade, as cores que
a cidade usou quando era pintada a cal.
No caso do Largo do Chafariz de Dentro, mediante um
protocolo com a firma de tintas ROBBIALAC, foi produzida
uma paleta de cores com base em tintas de silicatos, com
que estão a ser pintados os setenta edifícios da zona.
As Cores do Largo do Chafariz de Dentro
No Largo do Chafariz de Dentro foi efectuado um
levantamento exaustivo da cor das superfícies pintadas de
paredes, ferros, portas, janelas e detalhes arquitectónicos
dos edifícios.
A identificação e proposição da paleta de cores foi
mediada pelo uso do sistema NCS (Natural Color System).
Síntese das cores: Chafariz de Dentro – Paredes, Portas, Aros de Janelas e Guardas
As cores encontradas apresentaram atributos cromáticos
de (W/S NCS) claro /escuro entre 5 e 40 (unidades NCS),
com nítida dominância de cores claras.
O (C NCS) cromatismo das cores atingiu o máximo nos 50,
dominantemente circunscrito aos valores 10 a 30
(unidades NCS).
Sinteticamente foi-se encontrar uma paleta de cores claras
e temperadamente cromáticas.
A interpretação dos dados do levantamento das cores do
Largo do Chafariz de Dentro conduziu-nos a um
reconhecimento de diversas tonalidades da gama dos
Brancos e Amarelos (amarelos claros e ocres) tonalidades
dominantes, Vermelhos (rosas, claros, médios e escuros)
em posição secundária, muito raro o Azul (azul claro),
eventualmente poderia ter sido encontrado um Verde
também muito claro.
Portas, Guardas e Janelas são quase exaustivamente
pitadas de um verde-escuro (verde Garrafa).
Alçados Pintados do Largo do Chafariz de Dentro
Assim sendo, foi concebida uma paleta de cores que se
propõe manter estruturalmente o ambiente cromático do
Largo do chafariz de dentro, fazendo uma aproximação
das actuais cores às cores tradicionais de Lisboa ao tempo
em que a cidade era pintada a cal.
Paleta: Largo do Chafariz de Dentro
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Lisboa a Cores