RITOS INICIAIS • • • • • • Os Ritos Iniciais tem a finalidade de preparar a Assembléia Cristã a uma comunhão para ouvir e meditar a Palavra de Deus e celebrar e louvar o Memorial da nossa Salvação. Divide-se em: comentario Procissão e Canto de Entrada Saudação e Acolhida Ato Penitencial Senhor tende piedade (Kyrie Eleison) Hino de Louvor (somente aos domingos, festas e solenidades, exceto na Quaresma e no Advento) Oração do dia Comentário de Abertura • é o comentário inicial. Tem o caráter de motivar a assembléia a celebrar os mistérios de Cristo inserindo no tempo litúrgico ou festa a ser celebrado. É o momento de acolher a comunidade, de situar a celebração, de colocar as intenções. Procissão e Canto de Entrada • A procissão de entrada é sinal da Assembléia Cristã, da Igreja Peregrina, que se dirige ao altar do Senhor para louvá-lo e suplicá-lo. O Canto de Entrada deve promover a união da assembléia e inseri-la no mistério litúrgico a ser celebrado. Não se escolhe qualquer canto, devem-se respeitar os cânticos devidamente selecionados que refletem a ação litúrgica do dia Saudação e Acolhida • O padre e os ministros ao chegar ao altar o saúdam em sinal de reverência a Deus que se encontra nesse lugar sagrado. O padre beija o altar no mesmo sentido. O altar é sinal do túmulo de Cristo, no qual Jesus é oferecido para a expiação dos nossos pecados, por isso o crucifixo o acompanha. Logo após, é motivado o Sinal-da-cruz, sinal de nossa fé, por esse sinal fomos batizados e nos colocamos a serviço de Deus e dos irmãos. Pela Saudação o sacerdote acolhe os fiéis com as palavras dos apóstolos, que estão no Novo Testamento, isso congrega a Cristo desejando-os a paz Ato Penitencial • não tem caráter de sacramento de penitência e reconciliação, ou seja, não absolve os pecados. É um convite diante da misericórdia de Deus ao arrependimento, que perdoa pecados de caráter venial. Pecado é toda ofensa a Deus, uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência, uma falta ao amor verdadeiro para com Deus, a si e ao próximo, são desejos contrários a leis eternas. Fere a natureza humana e ofende a solidariedade. Ato Penitencial • Distinguimos dois graus de pecado: venial e mortal. Pecado mortal é todo pecado que destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da Lei de Deus, desviando o homem de Deus ao preferir um bem inferior. Pecado venial é todo pecado que deixa subsistir (perdurar) a caridade, embora a ofenda ou fira, quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou quando se desobedece a lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou consentimento desses. Ato Penitencial • O pecado venial acarreta em vícios e possa se transformar em pecados mortais, por isso a importância do Sacramento da Confissão. O Ato penitencial pode ser substituído nos domingos e festas pelo rito de Aspersão, de preferência no tempo quaresmal e pascal para recordação do Batismo, ou em festas do padroeiro e domingos de ramos por uma procissão. Senhor tende piedade (Kyrie Eleison) • não é próprio do ato penitencial. “Depois do Ato penitencial inicia-se o ‘Senhor tende piedade’, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial” (IGMR, n. 52)[1]. É uma antiga ladainha usada em todas as liturgias. • [1] IGMR: Introdução Geral do Missal Romano Senhor tende piedade (Kyrie Eleison) • Por isso, no ato penitencial pode usar qualquer canto que se refere a pedido de perdão ou de confissão de pecados. Quando o ‘Senhor tende piedade’ for usado no ato penitencial se usa em cada invocação um pedido ou tropo como observa no Ordinário da Missa, podendo ser cantado. Hino de Louvor (Glória) é um hino cristológico. É um louvor antiqüíssimo da Igreja, que tem origem na Igreja do Oriente, cantado ou rezado nas solenidades, festas e domingos. No começo era reservado ao bispo, depois como um hino de Natal por causa de suas primeiras palavras. Aos poucos se inseriu na festa da páscoa. Hino de Louvor (Glória) • Hoje é cantado em todos os domingos, com exceção no tempo da Quaresma e no Advento. Devem-se evitar glórias abreviados, seguindo o texto integral. “O texto (deste) hino não pode ser substituído por outro” (IGMR, n. 53). Hino de Louvor, versão do missal • Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por ele amados. Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais a direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém. Oração do Dia • reúne numa só oração todas as orações e intenções dos fiéis e insere no mistério da celebração do dia. A pausa colocada depois que o sacerdote diz ‘oremos’ convida a assembléia a colocar suas orações: louvores e súplicas. Em seguida, de braços erguidos, o sacerdote eleva a Deus as nossas orações. O ‘Amém’é nosso sim, assim seja feito. LITURGIA DA PALAVRA • • • • • • • • • • A liturgia da palavra divide-se em: a) Entronização da Bíblia (facultativa) b) Primeira Leitura (Na vigília pascal são sete e na vigília de pentecostes são até quatro com seus respectivos salmos) c) Salmo responsorial d) Segunda Leitura e) Seqüência (facultativa no decorrer do ano, exceto Páscoa, Pentecostes e Corpus Christi) f) Aclamação do Evangelho g) Evangelho h) Homilia i) Profissão da fé (Símbolo – somente aos domingos, festas e solenidades) j) Oração dos fiéis (ou da comunidade ou universal) Entronização da Bíblia • é um rito herdado desde o Papa João XXIII na década de 1960. É um costume no Brasil realizá-lo no mês de Setembro ou em momentos fortes da comunidade ou quando se quer destacar a Palavra de Deus. Tal rito e gesto é facultativo nas celebrações. Entretanto, se deve dar o devido respeito à Bíblia, evitando cantos e coreografias inadequadas. Para tal gesto é necessária a vela acesa, ao menos duas, como sinal da iluminação que a palavra nos revela, luz para os nossos passos, vindo sempre a frente. Primeira leitura • deve ser proclamada do ambão, a mesa da palavra, no Lecionário, livro próprio da missa. É geralmente uma leitura do Antigo Testamento ou dos Atos dos Apóstolos, no tempo pascal. Salmo responsorial • é uma resposta de louvor a primeira leitura, como o nome sugere. Não é preenchimento de espaço, nem lhe é permitido substituí-lo por canto de meditação ou outro canto compatível. O salmo reponsorial é aquele do dia que está no Lecionário. De preferência seja cantado em domingos, festas e solenidades. Segunda Leitura • geralmente são cartas de são Paulo, cartas apostólicas ou o livro do Apocalipse, no tempo pascal. Durante a semana é omitida. A Segunda Leitura nos domingos e solenidades mostra a experiência da Igreja Primitiva, a doutrina cristã e orientações práticas da vida de comunidade, favorecendo a viver na fé. Seqüência • facultativa na maior parte do ano litúrgico, é um hino cristão cantado antes da Aleluia. Os mais conhecidos e próprios são a Seqüência Pascal, a Seqüência de Pentecostes, a Seqüência de Corpus Christi e a Seqüência de Nossa Senhora das dores. Aclamação ao Evangelho • é um momento de louvor a Jesus que vai falar. Tal aclamação constitui um rito próprio, geralmente com estrofes da Palavra de Deus encontrados no próprio Lecionário com o refrão de aleluias, exceto na Quaresma. No Advento se canta aleluia. No tempo quaresmal ao invés de cantar aleluia é proposto um versículo no Lecionário com um refrão de louvor a Jesus. Proclamação do Evangelho • é o momento de ouvirmos o próprio Cristo falar. Em sinal de acolhida fazemos três sinais da cruz: uma na fronte, pois ouviremos a Palavra e guardaremos na mente; outra na boca, para proclamar a mensagem ouvida; e outra no coração, sinal de amor a Palavra que vamos vivê-la. Não se faz o sinal-da-cruz depois disso. Na Missa, ele é proclamado primeiramente pelo diácono e na falta deste o sacerdote. A mensagem de Jesus Salvador é uma só, porém foi escrita por quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João. Homilia • é um momento de reflexão, interpretação e atualização da Palavra de Deus. Quem o faz é o sacerdote. É a ocasião de meditarmos e refletirmos a Palavra hoje e ver na pessoa do sacerdote o próprio Cristo que nos ensina. É recomendado a pessoa do sacerdote a pregação pelos seus estudos em Teologia. Os leigos e leigas também podem fazer pregação fora da Missa, desde que sejam capacitadas em estudos bíblicos e teológicos ou legítima formação, o que é recomendado para os que presidem a Celebração da Palavra. Logo após a homilia é recomendado um momento de silêncio. Profissão de Fé • também chamado de Símbolo Apostólico, pois o recebemos dos Apóstolos, é a ocasião mais bela da Liturgia da Palavra. É quando a assembléia cristã levanta e reza ou canta a sua fé. Essa atitude quer expressar a fé na Palavra proclamada e meditada, estando prontificados a pô-la em prática. Existem duas fórmulas: o Símbolo Apostólico, no qual mais usamos e é resumido, e o Niceno-constantinopolitano, mais bem elaborado. O Símbolo é rezado somente em domingos, festas e solenidades, podendo ser cantado ou rezado em dois coros alternando entre um refrão e outro. Oração da Comunidade • encerra a Liturgia da Palavra, sendo um momento em que a Assembléia Cristã suplica a Deus pelas suas necessidades de maneira universal. Geralmente as intenções seguem essa ordem: • • Pelas necessidades da Igreja Universal; Pelos poderes públicos da nação e pela salvação de todo o mundo; Oração da Comunidade • Pelos que sofrem quaisquer dificuldades; • Pela comunidade local; • Em celebrações rituais tais como: matrimônio, confirmação (crisma), exéquias, as intenções podem referir-se a essas circunstâncias. Observação: As orações devem ter caráter universal e não particular, salvo as missas rituais.