Página 4 Conab anuncia operação de AGF e leilão de opções O governo suspendeu, temporariamente, os leilões de Prêmio para Escoamento da Produção (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), que estavam agendados para o dia 10 de abril. Em contrapartida, a Conab vai organizar pregões de contratos de opções e operacionalizar Aquisições do Governo Federal (AGF), com a destinação de R$ 45 milhões para o Rio Grande do Sul e R$ 5 milhões para Santa Catarina. O montante está incluído nos R$ 400 milhões anunciados em fevereiro para apoio à comercialização do grão, além de R$ 400 milhões para Empréstimos do Produtividade da lavoura é boa, mas houve perdas localizadas Governo Federal (EGF). O presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, explicou que a suspensão dos leilões deve-se à cotação do mercado estar acima do preço mínimo, o que torna desneces- sária a utiliação dos mecanismos. Com a tendência de elevação do preço do cereal, devido à escassez mundial do grão, Schardong acredita que, em agosto, a saca estará custando em torno de R$ 25,00. A suspensão dos leilões de PEP e Pepro inviabiliza também a exportação de arroz em casca. No entanto, o dirigente explicou que, enquanto o mercado doméstico estiver nos atuais patamares, a exportação é desinteressante para os produtores. A cotação na Tailândia, que era de 399 dólares por tonelada no início do ano, chegou a 624 dólares no dia 26 de março. Entre os motivos, estão o avanço da bioenergia e o embargo imposto pelo Egito e Índia à exportação do grão. A intenção das Filipinas de adquirir 500 mil toneladas ajudou a valorizar o produto. Como a perspectiva é de elevação da cotação, Schardong recomendou aos produtores que vendam somente o necessário para saldar dívidas imediatas, esperando reação no preço em curto prazo. “O mercado mostra que será um ano bom para a lavoura orizícola do Rio Grande do Sul.” Lavoura Conforme Schardong, não deve se confirmar a expectatica inicial do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), de mais de 7 milhões de toneladas do grão. Segundo o dirigente, a produtividade média é boa, mas há regiões do Estado onde houve perdas. No Litoral, a quebra varia de 10% a 15%. Mais de 50% da área plantada já estava colhida no início de abril. Estiagem prejudica a lavoura de soja As temperaturas elevadas e a fraca intensidade das chuvas ao longo do mês de março agravaram a situação das lavouras gaúchas. A nova estimativa da Farsul é que o Rio Grande do sul colha 9,048 milhões de toneladas de soja. Inicialmente, a produção estava estimada em 9,835 milhões de toneladas, mas o dado sofreu redução em função das perdas ocasionadas pela seca no Noroeste e nas Missões. Lavouras inteiras em alguns municípios foram devastadas pela seca, que não afetou a produtividade. Segundo a Emater, 80% das áreas foram cultivadas no cedo, o que favoreceu o ren- dimento. O presidente da Comissão de Grãos da Farsul, Jorge Rodrigues, informou que, no milho, a expectativa de produção era de 5,922 milhões de toneladas, mas o volume foi agora revisado para 5,033 milhões de toneladas. Rodrigues destacou que a nova estimativa ainda depende do resultado dos 200 hectares da safrinha que tem bom desenvolvimento. Tendência Se o preço do petróleo continuar em ascensão, a tendência é que a demanda por milho se mantenha em elevação e que a área plantada cresça no Brasil, afirmou o diretor analista da Brasoja, Antônio Sartori; palestrante de encontro promovido pela Abramilho no primeiro dia da Expodireto Cotrijal. Ele lembrou que a área total cultivada com grãos no Brasil não chega a 50 milhões de hectares e que, somente no Cerrado, há 90 milhões para serem cultivados. No entanto, é difícil que o Rio Grande do Sul aumente sua participação no mercado de milho, já que não há área para expansão e pela necessidade de rotação de culturas. O encontro serviu para motivar a associação dos produtores e conscientizá-los das mudanças do mercado de grãos. O presidente da Abramilho, Odacir Klein, explicou que a entidade auxiliará o produtor na busca de maiores preços para a produção, sem inviabilizar o consumo. Ele destacou a importância do mercado doméstico, já que das 55 milhões de toneladas produzidas pelo Brasil, 44 milhões de toneladas são consumidas internamente. Perda da produtividade reduz colheita da oleaginosa em até 10%