Odontologia
Equipe Responsável:
Odontologia em Gestante
Dra. Eliane Santoro – CRO 38.206
Dra. Maristela Azevedo – CRO 45.437
Caio Pires – Assistente de Odontologia
Vinícius Campaner – Estagiário em Odontologia
São Paulo, 26 de novembro de 2014
A gravidez é uma condição que provoca alterações e transformações
que afetam diretamente a saúde feminina (inclusive na parte bucal).
Do ponto de vista odontológico, as gestantes são pacientes de risco temporário e, por conta
disso, podem ser classificadas como pacientes especiais, o que não quer dizer que durante a
gravidez não devam passar por consultas preventivas e que todo tipo de tratamento odontológico
está contraindicado. Muito pelo contrário, é muito importante que as futuras mamães continuem
visitando o cirurgião-dentista para cuidar de sua saúde bucal!
O profissional deve zelar por um atendimento eficaz e seguro à gestante, preocupando-se
também com a saúde do bebê. Embora muitas gestantes reconheçam que a gravidez possa
estar relacionada à maior chance de desenvolver doenças bucais como cárie e gengivite, muitos
mitos e crendices fazem com que elas frequentemente se demonstrem resistentes ao tratamento
Gravidez e Doenças Bucais
Cárie Dentária: é comum as pessoas acreditarem que durante a gravidez os dentes das mães
ficam mais frágeis devido à perda de minerais para formar os dentes e ossos do bebê, o que não
é verdade. O aumento da incidência de cáries não está diretamente ligado à gestação, mas sim
relacionado a algumas condições que geralmente ocorrem neste período e favorecem o acúmulo
de biofilme dental (placa bacteriana), como:
• Mudanças de hábitos alimentares: aumento do consumo de carboidratos e alterações na
quantidade e frequência de ingestão de diversos alimentos;
• Diminuição da frequência e da qualidade das escovações dentárias, devido aos frequentes
enjoos (principalmente no período da manhã).
Alterações Gengivais: As alterações hormonais inerentes ao período gestacional tornam os
tecidos gengivais mais susceptíveis a mudanças inflamatórias causadas pelo biofilme dental,
podendo desencadear um quadro exacerbado de gengivite que afeta pelo menos 35% das
gestantes, a gengivite gravídica, cujo sinal mais comum é o sangramento da gengiva,
principalmente durante a escovação. Pode ocorrer também o aparecimento de uma lesão
benigna, denominada tumor gravídico.
Essa patologia, que ocorre geralmente no primeiro mês de gestação, é resultante de pequenas
agressões locais repetitivas na gengiva. A remoção cirúrgica é indicada nos casos em que a
mastigação ou a higiene bucal estiverem prejudicadas ou ainda se ocorrer presença de feridas.
Do contrario, a lesão pode ser acompanhada até o fim do período gestacional, quando
normalmente regride espontaneamente. É também relatado na literatura que mães com doenças
gengivais (gengivite e periodontite) têm maior chance de ter filhos prematuros e de baixo peso.
Odontologia
Embora a prevenção seja sempre a primeira escolha, boa parte dos tratamentos odontológicos
podem ser realizados durante a gravidez, entretanto, o período mais seguro para intervenções é
o segundo trimestre de gestação. Procedimentos de urgência, assim como tratamento de
doenças bucais que podem prejudicar a saúde do feto, devem ser realizados prontamente, a
qualquer época, mas sempre preferindo alternativas mais conservadoras e menos invasivas.
Tratamentos eletivos e cirurgias mais extensas, quando possível, devem ser agendados para
após o parto.
Gestantes podem receber anestesia local?
Sim, se o procedimento a ser executado justificar essa necessidade. Frente a isso, o cirurgiãodentista deve escolher um anestésico que não tenha evidências científicas de que possa causar
interações com o feto. Alguns cuidados como injeção lenta do líquido, dosagem adequada e
precisão de técnica devem ser redobrados.
E com relação às radiografias odontológicas?
Segundo o Conselho Regional de Odontologia – RJ, desde que todas as medidas de precauções
sejam tomadas (como, por exemplo, o uso de avental de chumbo), é um procedimento seguro a
ser realizado na gravidez. Apesar disso, devem-se evitar tomadas radiográficas no primeiro
trimestre, época em que o feto é sensível à radiação. Durante a gestação, radiografias são
indicadas somente em casos imprescindíveis ou de urgência, utilizando-se de técnicas seletivas
(evitando exames completos) e que utilizem as menores doses possíveis de radiação.
Se você está ou acha que pode estar grávida, não deixe de contatar o seu
dentista, para que ele possa avaliar as necessidades, os benefícios e os
eventuais riscos de algum tratamento odontológico.
Envie suas dúvidas e sugestões sobre este tema para o e-mail
[email protected]
Fonte:
• Protocolo Clínico para o Tratamento Odontológico de Pacientes Grávidas (2ª Parte) – CRO RJ, Agosto/2012.
• MOIMAZ, S. A. S., et al., O Acesso de Gestantes ao Tratamento Odontológico. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, v. 19, n. 1,
p. 39-45, jan./abr. 2007.
• VASCONCELOS, R. G., et al., Atendimento Odontológico a Pacientes Gestantes: como proceder com segurança. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v.
69, n. 1, p. 120-4, jan./jun. 2012.
• POLETTO, V. C., et al., Atendimento Odontológico em Gestantes: uma revisão de literatura. Stomatos, v.14, n.26, jan./jun. 2008.
• BATISTANI, C., et al., Conhecimento das Gestantes Sobre Alterações Bucais e Tratamento Odontológico Durante a Gravidez. Odontol. Clín.-Cient.,
Recife, v. 9, n. 2, p. 155-160, abr./jun. 2010.
• Falta de Higiene Bucal Pode Causar Parto Prematuro - CFO
Download

Odontologia em Gestante