Instituto Politécnico da Guarda Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto Relatório de Estágio CET - Acompanhamento de Crianças e Jovens Jéssica Nabais da Cruz i Setembro de 2013 Jéssica Nabais da Cruz Nº 5007704 Relatório de Estágio Relatório apresentado para a obtenção do Curso de Especialização Tecnológica – Acompanhamento de Crianças e Jovens, sob a orientação da Professora Doutora Rosa Tracana. Orientadora: Professora Doutora Rosa Tracana ii Obtenção do Curso de Especialização Tecnológica – Acompanhamento de Crianças e Jovens Discente Jéssica Nabais Da Cruz Curso: Cet- Acompanhamento de Crianças e Jovens N.º 5007704 Instituição Educativa Instituto Politécnico da Guarda Escola Superior de Educação Comunicação Desporto da Guarda Orientador / ESECD: Prof. Dr.ª Rosa Tracana Estágio Local de Estágio: Santa Casa da Misericórdia do Sabugal- “Centro Riba-Côa” Morada: Largo Padre Manuel Nabais Caldeira 6320-453 Sabugal Início: 1 de Julho de 2013 Termino: 9 de Setembro 2013 iii AGRADECIMENTOS Agradeço ao Instituto Politécnico da Guarda, em concreto à Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto e a todos os professores pela aprendizagem que me proporcionaram ao longo deste percurso. A todos os membros constituintes da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto da Guarda, um obrigado pelos serviços prestados ao longo deste ano. Um sincero agradecimento à Professora Doutora Rosa Tracana por todo o apoio/acompanhamento durante o período de estágio, bem como toda a disponibilidade e empenho demonstrado na realização e defesa do relatório final. Agradeço à Santa Casa da Misericórdia do Sabugal, a todos os funcionários e utentes pela sua colaboração, em particular à minha orientadora de estágio Dr.ª Natália Lopes, Drª Rute Renca, Drª Carla Botas e Drª Cláudia Tavares e Drª Liliana Cordeiro pelas suas orientações e colaboração durante o estágio. A todas as crianças da instituição pelo carinho demonstrado em todos os momentos de estágio. Agradeço ainda aos meus pais em especial à minha mãe, e a toda a família pelo apoio que me deram, incentivo e coragem ao longo deste ano. A todos os meus amigos que estiveram sempre presentes nos bons e nos maus momentos. A todos os meus colegas e amigos do Instituto Politécnico da Guarda que me acompanharam durante todo o meu percurso e o tornaram inesquecível, em especial à Beatriz Venda por toda a paciência e apoio ao longo de todo este percurso. Finalmente, apresento os meus agradecimentos a todas as pessoas que me apoiaram neste estágio contribuindo assim para o sucesso do mesmo. iv Lista de Abreviaturas CATL – Centro de Atividades de Tempos Livres CET – Curso de Especialização Tecnológica v Resumo O presente documento pretende descrever todas as etapas desenvolvidas ao longo do Estágio realizado na Santa Casa Da Misericórdia do Sabugal – Centro Riba – Côa - . A estrutura, do mesmo, baseia-se nas linhas orientadoras que regulam o Estágio, que expõem detalhamento todo o procedimento, de forma a caraterizar o contexto de integração. É ainda destacada, no enquadramento teórico, a importância da relação escola/professor aluno, bem como, a influencia dos contextos socias na satisfazação das necessidades dos jovens , sendo ainda importante relatar fatores de risco e de proteção das famílias . A partir disso, será dada a importância do “Lúdico” e como ele, os jogos, brinquedos e brincadeiras podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória e a imaginação. Para as crianças exercerem sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas. Palavras-chaves: Estágio, educação de infância, crianças, actividades. vi Abstract This document is intended to describe all the steps developed over Work Placement held at Santa Casa da Misericordia of Sabugal - Centro Riba - Côa -. The structure thereof, based on the guidelines regulating Work Placement, which expose the entire procedure detailed in order to characterize the context of the integration. It is also highlighted in the theoretical framework, the importance of the relation school / teacher student as well as the influence of contexts socias in meeting the needs of young people, being still important to report risk factors and protection of families. From this it will be given the importance of "Playful" and how he, games, toys and games may be important for the development and learning of children. In the games children can develop some important skills, such as attention, imitation, memory and imagination. For children to exercise their ability to create is essential to have richness and diversity in the experiences offered to them. Keywords: Stage, kindergarten teacher, children, activities vii ÍNDICE Obtenção do Curso de Especialização Tecnológica – Acompanhamento de Crianças e Jovens_______________________________________________________________iii Agradecimentos_______________________________________________________iv Lista de Abreviaturas____________________________________________________v Resumo______________________________________________________________vi Abstract____________________________________________________________viii Introdução ____________________________________________________________1 Capítulo I Enquadramento Institucional 1.1. Localização Geográfica do Local de Estágio __________________5 1.2. Breve Historial da Instituição______________________________6 1.3. Respostas Sociais _______________________________________7 1.4. Missão e Valores________________________________________8 1.5. Finalidades/objetivos_____________________________________9 1.6.Estrutura Social ________________________________________11 1.7. Recursos Humanos _____________________________________12 1.8. Público Alvo__________________________________________12 Capítulo II Enquadramento Teórico 2.1.Relação Escola/Professor/ Aluno __________________________ 15 2.2.O Desenvolvimento Cognitivo da Criança _________________16 2.3. O Desenvolvimento Segundo a Perpetiva de Piaget____________17 2.4. O Desenvolvimento Segundo a Perpetiva de Vigotsky________18 2.5. Técnico de Acompanhamento de Crianças e Jovens __________20 2.5.1. Referencial e Competências _____________________________20 Capítulo III Estágio 3. Relatos Diários 3.1.Plano de Atividades _____________________________________24 3.2.Acolhimento no Parque___________________________________27 3.3. Higiene_______________________________________________27 3.4. Lanche da Manhã/ Lanche da Tarde________________________ 28 3.5.Almoço_______________________________________________29 3.6.Hora de Dormir/Visualização de Filme______________________ 30 3.7Hora de Brincar_________________________________________ 30 viii 3.8.Horários______________________________________________31 3.9 1ª Sessão__________________________________________________________32 3.9.1.Caraterização do Grupo_______________________________________32 3.9.2.Caraterização do Espaço______________________________________32 3.9.3.Horário ___________________________________________________33 3.9.4 Relatos Diários 1ª Semana ______________________________________________________34 2ª Semana ______________________________________________________39 3ª Semana______________________________________________________42 4ª Semana______________________________________________________ 46 5º Semana _____________________________________________________50 3.10 2ª Sessão ________________________________________________________50 3.10.1.Caraterização do Grupo______________________________________50 3.10.2. Caraterização do Espaço_____________________________________51 3.10.3. Horário __________________________________________________51 3.10.4. Relatos Diários 6ª Semana ______________________________________________________52 3.11. 3ª Sessão________________________________________________________55 3.11.1Caraterização do Grupo______________________________________56 3.11.2.Caraterização do Espaço_____________________________________56 3.11.3.Horário __________________________________________________57 Relatos Diários 7ª Semana ______________________________________________________58 8ª Semana ______________________________________________________60 3.12. 4ªSessão_________________________________________________________63 3.13.5ª Sessão________________________________________________________ 63 3.13.1 Caraterização do Grupo______________________________________64 3.13.2.Caraterização do Espaço_____________________________________64 3.13.3.Relato Semanal ____________________________________________65 4.Conclusão__________________________________________________________69 5. Limitações_________________________________________________________70 6. Novas Pesquisas_____________________________________________________71 7.Bibliografia _________________________________________________________72 Apêndice ix Anexo x o Índice de Quadros Quadro 1 Cronograma ____________________________________________ 2 Quadro 2 Calendarização dos momentos de estágio ____________________ 23 Quadro 3 Plano de Atividades ______________________________________24 Quadro 4 Plano de Atividades ______________________________________25 Quadro 5 Plano de Atividades ______________________________________25 Quadro 6 Plano de Atividades _____________________________________ 25 Quadro 7 Plano de Atividades _____________________________________ 25 Quadro 8 Plano de Atividades _____________________________________ 26 Quadro 9 Horário – Sala Mestre André ______________________________ 33 Quadro 10 Horário – Sala Arco- Íris _________________________________52 Quadro 11 Horário – Sala dos Sorrisos ______________________________ 57 xi o Índice de Figuras Figura 1 – Centro Riba- Côa ________________________________________5 Figura 3 – Parque Rua ____________________________________________27 Figura 4 – Casa de Banhos/ Jardim de Infância _________________________28 Figura 5 – Casa de Banhos/Creche __________________________________28 Figura 6 – Refeitório/ Jardim de Infância______________________________29 Figura 7 - Refeitório/ Creche _______________________________________29 Figura 8 - Refeitório _____________________________________________29 Figura 9 - Dormitórios/ Creche _____________________________________30 Figura 10 - Dormitórios/ Visualização de Filme ________________________30 Figura 11 - Parque Rua/ Hora de Brincar _____________________________31 Figura 12 - Horário do Pessoal Cooperante____________________________31 Figura 13 – Horário Sala dos Sorrisos________________________________31 Figura 14 – Copa Creche __________________________________________32 Figura 15 – Sala Linda Fulana/ Creche_______________________________32 Figura 16 – Sala Mestre André _____________________________________33 Figura 17 – Sala Mestre André _____________________________________33 Figura 18 –Uma das caixas utilizadas nas pinturas ______________________36 Figura 19 - Resultado Final ________________________________________36 Figura 20 – Momento da historia ____________________________________37 Figura 21 – Plano de Atividades_____________________________________38 Figura 22 – Plano de Atividades ____________________________________38 Figura 23 – Plano de Atividades ____________________________________38 xii Figura 24 – Pintura de Mãos _______________________________________40 Figura 25 - Pintura de Mãos _______________________________________40 Figura 26 – Piscina ______________________________________________40 Figura 27 – Fatos de Banhos _______________________________________40 Figura 28 – Pintura de Borboletas ___________________________________41 Figura 29 – Cavalo/Velho _________________________________________41 Figura 30 – Cavalo/Novo __________________________________________41 Figura 31 – Visita ao Panda ________________________________________42 Figura 32 – Algum material utilizado ________________________________43 Figura 33 – Rio- Côa _____________________________________________44 Figura 34 – Divertimento com instrumentos___________________________45 Figura 35 – Divertimento com instrumentos___________________________45 Figura 36 – Crianças observando à farinha ____________________________45 Figura 37 – Algumas figuras criadas com farinha _______________________46 Figura 38 – Apanhada de Alfazema _________________________________46 Figura 39 – Crianças brincando com toalhas __________________________47 Figura 40 – Toalhas ______________________________________________47 Figura 41 – Prenda/ dia dos avós ____________________________________49 Figura 42 – Bolas Saltitonas _______________________________________49 Figura 43 – Sala Arco-íris _________________________________________51 Figura 44 – Visualização do Filme __________________________________53 Figura 45– Visita à sala dos livros ___________________________________53 Figura 46 – Motos da GNR ________________________________________54 xiii Figura 47 – Exposição de Livros/ sala dos sorrisos ______________________55 Figura 48 – Sala dos Sorrisos ______________________________________56 Figura 49 – Um dos micros utilizados ________________________________59 Figura 50 – Praia Fluvial do Sabugal _________________________________59 Figura 51 – Teatro/material ________________________________________60 Figura 52 – Praia Fluvial Do Quadrazais _____________________________61 Figura 53 – Visualização de Filme __________________________________62 Figura 54 – Bicicletas de algumas crianças ____________________________63 Figura 55 – Sala Linda ____________________________________________64 Figura 56 - Mapa de Atividades ____________________________________66 Figura 57 – Mapa do Tempo _______________________________________66 Figura 58 – Mapa de Presenças _____________________________________66 Figura 59 – Balão de Aniversários __________________________________67 xiv Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós Antoine de Saint-Exupér INTRODUÇÃO O presente trabalho consiste no relatório de Estágio, do Curso de Especialização Tecnológica – Acompanhamento de Crianças e Jovens, do Instituto Politécnico da Guarda, na Escola Superior de Comunicação, Desporto e Educação. A Escola Superior de Educação Comunicação e Desporto – Instituto Politécnico da Guarda - aposta na formação de Técnicos de Acompanhamento de Crianças e Jovens competentes, permitindo assim aos seus alunos este contato com a realidade educativa, uma vez que dá acesso a uma formação mais abrangente em prol de uma futura profissão. Este Estágio Profissional foi e é essencial, uma vez que é a última/primeira experiência que se tem antes de se entrar no “mercado” de trabalho. O Estágio Curricular foi efetuado na Santa Casa da Misericórdia do Sabugal “Centro Riba- Côa” (anexo 1). Iniciou-se a 1 de julho de 2013 e terminou a 9 de setembro de 2013, com um total de 400horas completas, num total de 10 semanas, realizando-se todos os dias da semana (2.ª,3º, 4.ª,5º e 6.ª feiras), das 9h às 13h e das 14h às 18h, com a duração de 8 horas diárias e 40 horas semanais. Este consistiu na observação e descrição do dia-a-dia das crianças da Creche e do Jardim de Infância do Centro Ribacôa. Durante o Estágio houve oportunidade de acompanhar crianças da creche e do jardim-de-infância, no período de 1 de julho a 31 de julho decorrendo na sala “Mestre André” orientada pela educadora Rute Renca. O grupo era constituído por 24 crianças, compreendidas entre os 2-3anos de idade, estas crianças são consideradas os “finalistas da creche”, visto que no próximo ano letivo irão transitar para o chamado, 1º ano de Jardim de Infância. No período de 1 de agosto de 2013, a 9 de setembro de 2013 o estágio decorreu com as crianças do Jardim de Infância e CATL, passando por todos os grupos etários, visto no mês de agosto, muitas das crianças inscritas na instituição não compareceram, devido ao facto de se encontrarem de férias. O estágio é uma prática investigativa, formadora e crítico-reflexiva de fundamental importância para nossa formação académica e para a construção da nossa identidade. A extrema importância do Estágio consiste em permitir a aproximação do 1 académico com a nossa futura área de atuação. Com este trabalho pretende-se refletir e consolidar tudo aquilo que foi sendo debatido durante este ano letivo. O estágio possibilitou a construção da identidade profissional, à medida que permite uma maior aproximação com a realidade escolar, tanto a nível de conceitos como de procedimentos que se deve tomar quando se inicia a prática profissional. De acordo com Alegria et. al., citado por Rodrigues, A. (2009, p.66), O ano de formação prática reveste-se, assim, de importância fundamental, por proporcionar aos estagiários condições para exercer numa Escola, em contexto real. No fundo, este estágio permitiu ter uma visão mais ampla daquilo que se pode/deve ou não fazer ao longo da vida profissional. Como futura técnica de acompanhamento de crianças e jovens, foi verdadeiramente importante um contato direto e intensivo com as crianças, participando ativamente nas suas atividades diárias. De forma a proporcionar uma pesquisa mais facilitadora das atividades ocorridas durante o estágio, foi elaborado um pequeno cronograma (quadro 1) onde consta um total de 400 horas de estágio, dentro das quais: observação de atividades realizadas pelas educadoras, atividades programadas, e 40 horas dedicadas à pesquisa bibliográfica e à realização do presente relatório de estágio. Quadro: 1 Cronograma Meses Semanas Atividades Observação das Aulas Atividades Programadas Pesquisa Bibliografia/ Elaboração do Relatório Julho Agosto 1 2 3 4 5 1 2 x x x x x x x x x x x x x Setembro 3 4 1 2 x x x x x x x O estágio propõe o fortalecimento da relação entre a teoria e a prática, tornandose um momento de importante contribuição no processo de formação. Proporciona aos futuros Técnicos de Acompanhamento de Crianças e Jovens, um contato imediato com o ambiente que envolve o quotidiano de uma educadora de infância. O presente relatório 2 de estágio, como o cronograma demonstra, foi desenvolvido com base em observações de aulas, atividades programadas e realizadas no Centro Riba- Côa, situado na cidade do Sabugal. Esta instituição da rede pública municipal, atende hoje mais de cem crianças nas suas diversas valências, na faixa etária dos 0 aos 13 anos, como atrás referido. Durante o período de permanência na instituição foi possível verificar o ambiente escolar, a sala de aula e como acontecem os processos de interação aluno/aluno e aluno/professor. Observações criteriosas permitiram entender na prática um pouco mais de como se dá o processo de ensino – aprendizagem nessa faixa etária. O objetivo deste trabalho é então o de relatar e refletir acerca das atividades desenvolvidas durante o estágio. O presente relatório é constituído por cinco capítulos, Capítulo 1Enquadramento Institucional, Capítulo 2 - Enquadramento teórico, Capítulo 3 - Relatos diários. Para finalizar é importante referir que todas as fotos disponibilizadas, no presente relatório, são de fonte própria, tiradas com a autorização do responsável da instituição. Infelizmente só algumas das atividades se complementam com fotos, sendo ainda importante salientar que de todas as fotos utilizadas nenhuma delas envolve a cara das crianças desta instituição. 3 CAPÍTULO I Enquadramento Institucional 4 1.Enquadramento Institucional Este primeiro Capítulo foca-se essencialmente na Instituição acolhedora onde é é identificada/descrita de uma forma muito geral, desde a sua constituição (valências) a missão e valores, recursos humanos, entre outros. 1.1 - Localização Geográfica do local de Estágio A cidade do Sabugal está, geograficamente, situada na Beira Alta, no distrito de Guarda. É um concelho extenso com aproximadamente 822 km2, e um total de quarenta freguesias. Faz fronteira com os concelhos de Almeida, Fundão, Belmonte, Guarda e Penamacor. A palavra Sabugal deriva de, Sabugueiros, arbusto que predomina em grande quantidade nas margens do rio Côa. O Sabugal apesar de ser um concelho com grande dimensão territorial é também muito enfraquecido a nível populacional, isto devido ao grande fluxo migratório da década de 60, e que foi extensível a toda a zona do Interior. A cidade do Sabugal é rica em património cultural e natural. Cultural pela existência do castelo de forma pentagonal, classificado Monumento Nacional desde 1910, natural pela proximidade da linda serra de Malcata, onde se pode desfrutar de uma beleza paisagística pela diversidade da riqueza em flora e fauna, protegendo uma das espécies em vias de extinção: o Lince Ibérico. E obviamente, pelo lindo rio Côa que nasce na Serra das Mesas (freguesia dos Foios) que acolhe várias espécies, tais como: a truta, o rordalo, o barbo e as bogas. Em menos quantidade e vistas por alguns pescadores (desportivos), encontram-se ainda as lontras nas águas do Côa. No entanto, todos os anos, esta beleza natural fica ameaçada pelos incêndios, deixando eminentemente em perigo a continuação destas espécies. A Santa Casa da Misericórdia está edificada no Largo Padre Manuel Nabais Caldeira da referida localidade, onde cria e presta os seus serviços de apoio aos Idosos e crianças (figura 1). Figura 1: Centro Riba- Côa Fonte: Própria 5 1.2 - Breve historial da Instituição As Irmandades da Misericórdia apareceram no tempo da Rainha Dª. Leonor, a mesma, com o incentivo do seu confessor, Frei Miguel Contreiras, foi a impulsionadora e fundadora da Misericórdia de Lisboa. Desta forma, a oficialização destas Instituições pertenceu ao Rei. Foi o Rei D. Manuel que no dia 15 de Agosto de 1498 aprovou e publicou o Compromisso da Misericórdia de Lisboa. A partir desta data surge um movimento do alcance nacional que leva à chegada de Misericórdias nos centros populacionais mais importantes do País. Assim, a misericórdia do Sabugal teve origem através deste movimento, porém a falta de documentos históricos não nos permite averiguar a verdade. Uma das referências históricas que encontrámos está na “Memória Paroquial do Sabugal – Paróquia de S. João Baptista de 1758”: A mesma, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Inicialmente esta Instituição tinha como objetivo fornecer um serviço de apoio aos caminhantes. No início do século XX foi criado o Hospital da Misericórdia do Sabugal cuja existência se prolonga até cerca de 1974. Costa Goodolphim que, na sua obra “AS MISERICÓRDIAS”, publicada em 1897, ocupou-se do tema logo para os seus primeiros tempos, inventariando por zonas as primeiras que foram conhecidas. No atual distrito da Guarda, segundo o mesmo escritor, Costa Goodolphim, existiam “Ceia, Celorico, Fornos, Gouveia, Guarda, Linhares, Melo, Pinhel, Sabugal e Trancoso”. Se tivermos em conta a informação do pároco de S. João Baptista de 1758, a Misericórdia do Sabugal teria sido fundada antes do ano de 1521, ano da morte de D. Manuel I, somos levados a concluir que a data da fundação da Misericórdia de Sabugal terá sido no ano de 1516, um ano após ter dado o Foral ao Sabugal, pelo que a diferença das datas ficará a dever-se a um erro de escrita ou leitura, tal como afirma Rui Grilo Capelo. A 24 de Setembro de 1995 o edifício, até então abandonado, foi recuperado e remodelado para poder funcionar como lar para idosos. Ao longo dos anos as condições do lar foram melhoradas e foi construído um novo edifício para acolher crianças e jovens. Atualmente a instituição passa por um processo de certificação de qualidade. A finalidade da Misericórdia é estar junto, acompanhar e auxiliar os necessitados. Esteve presente noutros tempos, com outras necessidades, está hoje e estará amanhã com as necessidades de cada tempo. 6 1.3 - Respostas Sociais A Santa Casa da Misericórdia do Sabugal é composta por várias respostas sociais entre elas a Creche, o Jardim Infantil, o CATL, o Lar, e o Centro Dia e Apoio ao domicílio. A creche é uma resposta social, desenvolvida com o recurso a equipamentos, de natureza socioeducativa e destina-se ao acolhimento de crianças até aos três anos de idade, durante o período diário, que corresponde ao impedimento dos pais ou das pessoas que tenham a sua guarda de facto, vocacionado para o apoio à criança e à família. Esta resposta social também colabora no despiste precoce de qualquer inadaptação ou deficiência, assegurando o seu encaminhamento adequado. A creche do Centro Infantil Ribacôa conta com um total de cinquenta e duas crianças entre os três meses e os dois anos. Os objetivos da creche são proporcionar o bem-estar e desenvolvimento integral das crianças num clima de segurança afetiva e física, durante o afastamento parcial do seu meio familiar. Para dar uma resposta social a crianças com idade a partir dos três anos de idade até à entrada no ensino básico, encontra-se em funcionamento o Jardim de Infância com trinta e seis crianças. Os objetivos passam por promover o desenvolvimento pessoal e social da criança e proporcionar-lhe condições de bem-estar e segurança; contribuir, para a igualdade de oportunidades no acesso à escola, para o sucesso da aprendizagem e desenvolvimento da expressão e da comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; proceder à despistagem de inadaptações, deficiências e precocidades, promovendo a melhor orientação e encaminhamento da criança. Esta resposta conta com a intervenção integrada da Segurança Social e da Educação. Está vocacionada para o desenvolvimento da criança, proporcionando-lhe atividades educativas e atividades de apoio à família. A instituição está também virada para a família, incentivando-a a participar no processo educativo, estabelecendo relações de efetiva colaboração com a comunidade. Assim, apoia os pais através de fornecimento de refeições e de prolongamentos de horários com atividades de animação socioeducativa. O CATL é uma resposta social a crianças e jovens a partir dos 6 anos de idade, desenvolvida em equipamento ou serviço, que proporciona atividades de lazer nos períodos disponíveis das responsabilidades escolares e de trabalho. Os CATL da Santa 7 Casa da Misericórdia do Sabugal têm trinta crianças. Os seus objetivos são proporcionar um ambiente propício ao desenvolvimento de cada criança ou jovem, de forma a ser capaz de se situar e expressar num clima de compreensão, respeito e aceitação de cada um. Colabora na socialização de cada criança ou jovem, através da participação na vida em grupo. Proporciona atividades integradas num projeto de animação sociocultural, onde as crianças podem efetuar escolhas e participar voluntariamente. Contribui também para uma melhor situação socioeducativa e a qualidade de vida das crianças e potencia a interação e a inclusão social das crianças com deficiência, em risco e em exclusão social e familiar. Por último, e não menos importante, temos o Lar Nossa Senhora da Graça com sessenta e oito utentes repartidos entre o Lar, Centro Dia e Apoio Domiciliário. Os objetivos do Lar são acolher pessoas idosas, ou outras, cuja situação social, familiar, económica e /ou de saúde, não lhes permite permanecer no seu meio habitual de vida. Assegura a prestação dos cuidados adequados à satisfação das necessidades, tendo em vista a manutenção da autonomia e independência. É uma resposta social a pessoas com idade superior a sessenta e cinco ou de idade inferior em condições excecionais. Destina-se ao alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente, para pessoas idosas ou outras em situação de maior risco de perda de independência e/ou de autonomia. Procura criar condições que permitam preservar e incentivar a relação intrafamiliar e encaminha as pessoas idosas para soluções adequadas à sua situação. 1.4 - Missão e Valores A Santa Casa tem como principal missão promover o sucesso dos seus utentes, desta forma tenta promover a Convenção dos quatro pilares fundamentais que estão relacionados com todos os outros direitos: A não discriminação, que significa que todas as crianças têm o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte do mundo. O interesse superior da criança deve ser uma consideração prioritária em todas as ações e decisões que lhe digam respeito. A sobrevivência e desenvolvimento sublinham a importância vital da garantia de acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que as crianças possam desenvolver-se plenamente. 8 A opinião da criança que significa que a voz das crianças deve ser ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus direitos. A Convenção sobre os direitos da crianças, contém 54 artigos, validada a 21 de setembro de 1990 em Portugal, que podem ser divididos em quatro categorias de direitos, os direitos à sobrevivência (ex. o direito a cuidados adequados) os direitos relativos ao desenvolvimento (ex. o direito à educação), os direitos relativos à proteção (ex. o direito de ser protegida contra a exploração) e os direitos de participação (ex. o direito de exprimir a sua própria opinião). Desta forma a Santa Casa da Misericórdia do Sabugal, visa promover o respeito das crianças tais como educa-las para a sua próxima etapa, tal como tentar interagir a família no dia a dia das mesmas e assegurar a divulgação e o cumprimento das regras de funcionamento das valências indicadas. Melhorando assim a qualidade de vida das populações onde está inserida, privilegiando os mais carenciados, através da prática de atos de solidariedade social e de culto católico, em harmonia com o seu espírito tradicional de fraternidade. 1.5 - Finalidades/Objetivos Não desviando do que foi referido anteriormente podemos aludir que os objetivos/finalidade da Creche e do Jardim de Infância, são vários. No âmbito do artigo 10, da Lei 5/97 de 10 de fevereiro, os objetivos pedagógicos da educação pré-escolar são: a)- Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base em experiências de vida democrática numa perspetiva de educação para a cidadania; b)- Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade; c)- Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem; d)- Estimular o desenvolvimento global de cada criança, no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diversificadas; e)- Desenvolver a expressão e a comunicação através da utilização de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; f)- Despertar a curiosidade e o pensamento crítico; g)- Proporcionar a cada criança condições de bemestar e de segurança, designadamente no âmbito da saúde individual e coletiva; h)9 Proceder à despistagem de crianças com necessidades educativas especiais; i)Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efetiva colaboração com a comunidade. Para um funcionamento normal da Instituição, tem-se em consideração, vários aspetos interligados como por exemplo: condições de admissão, admissões, renovação de matrículas, mensalidades, frequência e horários, alimentação, situações de doença, vestuário, contacto com os pais, competências dos pais, outros pontos a ter em conta. As condições de admissão implicam, ter idade compreendida entre 4 meses e 5 anos, e estar isento de doenças infecto-contagiosas (devidamente comprovada), e ter cumprido o programa de vacinações de acordo com a idade. No campo das admissões as candidaturas à primeira admissão serão aceites entre 2 de janeiro e 30 de abril, inclusive, de cada ano, e apresentadas à Direção da Instituição ou, em impresso próprio, englobando critérios de seleção/ordenação para admissão: ter familiares na Instituição ou ordem cronológica de inscrição. Na candidatura deverá ser indicada o nome da criança, a data de nascimento, o nome dos pais, a morada, os contactos telefónicos. Entre 2 e 10 de Maio, serão afixadas as listas ordenadas e entre 15 e 30 de Maio serão contactados os pais das crianças a admitir no berçário, nas vagas existentes, com a indicação dos documentos a entregar. Entre 15 e 30 de Junho serão contactados os pais das crianças a admitir nas outras salas, segundo as vagas existentes, com a indicação dos documentos a entregar, se possível, na mesma data, ser-lhe-á indicada a respetiva capitação e mensalidade a pagar. Se os pais aceitarem a mensalidade, será feita a matrícula, assinando os respetivos documentos. A matrícula implica o pagamento de 25euros , para todas as crianças com mensalidades iguais ou superiores a 25 Euros. As crianças com mensalidades inferiores a 25 Euros estão isentas (princípio da solidariedade). As atualizações das mensalidades são feitas no início de cada ano escolar, e vigoram até ao fim do ano letivo. A não comparência na data estabelecida, depois de contactado, considerar-se-á, como desistência, se não houver lista de espera, continuarão a admitir-se crianças, ao longo do ano, para o preenchimento de vagas, assim a inscrição é válida até ao término do ano escolar para que se inscreve. O cancelamento da inscrição e a desistência implicam a perda automática de toda e qualquer posição de frequência. A nova admissão será feita em igualdade de circunstâncias como de uma primeira admissão se tratasse. 10 A Creche e Jardim de Infância encerram aos Sábados, Domingos e Feriados, e de acordo com o calendário escolar afixado. A entrada das crianças, tanto na Creche como no Jardim de Infância, far-se-á, de Segunda a Sexta-Feira, das 7h:30 às 9h:30 horas. A partir desta hora as crianças estão em atividades. A saída processar-se-á, das 16h:30 às 18h:30. Os Pais deverão cumprir rigorosamente este horário de funcionamento, avisando, contudo, sempre que haja alguma impossibilidade imprevista e urgente. O não cumprimento destas normas poderá acarretar o cancelamento da matrícula. A criança deverá ser entregue à pessoa responsável pela receção. Os Pais não deverão levar os seus filhos do estabelecimento, sem avisar o Educador ou Auxiliares. Qualquer situação resultante do não cumprimento do disposto nesta norma, será exclusivamente da responsabilidade dos Pais. As crianças só serão entregues aos Familiares ou outros, devidamente identificados, na portaria principal. Os educadores não devem ser contatados pelos Pais das crianças, pessoalmente ou pelo telefone, durante o período em que decorrem as atividades, salvo motivo de força maior. Cada Educador tem periodicamente uma reunião com os Pais das crianças da sua sala. Outras reuniões são promovidas a nível geral com carácter de formação a que os Pais não devem deixar de estar presentes, não só no seu próprio interesse, como para melhor responderem às necessidades dos seus filhos. Poderão ser efetuados, junto dos Pais, estudos de opinião com vista a melhorar as relações pedagógicas e institucionais. Sempre que é necessário e possível, a Santa Casa da Misericórdia oferece às crianças do jardim-de-infância, passeios e visitas de estudo. Quando estas deslocações se efetuam para locais mais distantes, os pais previamente informados e solicitados a comparticipar nos custos da viagem. 1.6 - Estrutura Social A Instituição deverá estar adequadamente estruturada para atingir objetivos educativos o que se reivindica é uma organização escolar em que o trabalho e as relações no seu interior se dêem de modo a não contradizer a caraterística democrática. Levando em consideração os direitos de participação da população. Indubitavelmente há que se pensar numa transformação significativa no modo como a instituição organiza, as suas atividades de modo a favorecer a participação relativamente a gestão dos diferentes grupos e pessoas envolvidas nessas atividades. Sem dúvidas que a Estrutura Administrativa de uma instituição junto com os Docentes são os grandes responsáveis 11 pelo desenvolvimento e qualidade do ensino. Desta forma , segundo A.R. Gomes (2006, pg.117) gestão entre ambas as conceções pode adotar uma administração; democrática ou funcionalista, de forma que o regimento possa ser construído por toda a comunidade escolar, levando em conta a opinião de professores, alunos e pais, que são os verdadeiros utilizadores desse sistema, ou simplesmente a conceção de divisão de cargos e funções, sendo eles subordinados a regras, pelo poder concentrado no diretor ou políticos. A escolha dessa conceção é a que define o sucesso ou fracasso da instituição, estamos numa nova era, onde encontramos nas leis os direitos iguais a todos, mas infelizmente isto ainda não acontece, por causa de influências económicas e é por este motivo que a educação sofre tantos impactos. 1.7 - Recursos Humanos Para prosseguir a sua missão, a Santa Casa da Misericórdia do Sabugal conta com um grupo de pessoal especializado e competente. Assim, a tempo inteiro, trabalham nesta Instituição uma Educadora Social/Diretora Técnica; uma Técnica de Serviço Social; onze Ajudantes de Acão Direta; onze Ajudantes de Serviços Gerais; Duas Cozinheiras; cinco Ajudantes de Cozinha; um Motorista; um Enfermeiro; um Jardineiro; uma Diretora Pedagógica/Educadora de Infância; duas Educadoras de Infância; catorze Ajudantes de Acão Educativa; Duas Animadoras Socioculturais; uma Psicóloga e duas Administrativas. A tempo parcial, a Instituição conta com a colaboração de um Médico e um Fisioterapeuta. Toda esta estrutura Humana está hierarquizada de acordo com o organograma (anexo 2). 1.8 - Público - Alvo A Santa Casa da Misericórdia do Sabugal aceita jovem dos 6 meses até aos 9/10anos, na parte do lar são aceites pessoas de diversas idades. O meu estágio foi destinado essencialmente às crianças da creche do Jardim-de-Infância, embora a instituição ainda englobe o CATL, e os idosos que se encontram, por motivos de saúde ou opção, no Lar da Terceira Idade. Na Creche existem cerca de trinta crianças do sexo feminino e vinte e três do sexo masculino (apêndice 1). No Jardim-de-Infância existem trinta crianças do sexo feminino e vinte cinco do sexo masculino (apêndice 2). Frequentam o CATL dez crianças do sexo feminino e vinte do sexo masculino 12 (apêndice 3). O Lar Senhora da Graça tem quarenta utentes do sexo feminino e vinte e oito do sexo masculino. 13 CAPÍTULO II Enquadramento Teórico 14 2 - Enquadramento Teórico Este segundo capítulo irá centrar-se em geral sobre crianças jovens e as competências de um técnico de acompanhamento de crianças e jovens. Pretende-se, em primeiro lugar, focar o enquadramento teórico – na relação Escola/Professor/Aluno, segundo, Maria Montessori. Em segundo lugar, pretende-se refletir acerca do desenvolvimento cognitivo da criança, focando essencialmente duas grandes figuras nestas área, Piaget e Vigotsky. Por fim, será referida a importância de um técnico de acompanhamento de crianças 2.1 - Relação Escola/Professor/Aluno O inverso da pedagogia tradicional, que vê a criança como um adulto pouco desenvolvido, a pedagogia nova contempla a criança como um ser perfeito que passa por fases, sendo que este deve adequar-se a essas fases. Desta forma, na escola nova as especificidades ambientais fazem com que a criança se sinta mais acolhida estando num lugar que acaba por se assemelhar a uma casa. Com isto, progressivamente o aluno começa a adquirir responsabilidades mais complexas, dai advir a importância de um profissional que possa intermediar e conduzir esse processo de aprendizagem, como afirma Isabelle Astier (2009). A relação de professor/aluno desta instituição também é muito diferente da escola tradicional. Na escola tradicional a relação é mais fria e distante, porque qualquer envolvimento emocional poderia comprometer o resultado do trabalho pedagógico, enquanto, na escola nova o professor tem uma relação mais próxima com os seus alunos e o aluno só consegue realizar-se num ambiente de companheirismo e de afetividade. O Método Montessoriano estabeleceu uma nova ligação entre aluno e professor. Baseou as suas conceções pedagógicas na defesa do potencial criativo da criança e no direito de receber uma educação adequada às particularidades da personalidade, associando o desenvolvimento biológico e mental da criança e dando ênfase ao estímulo prévio dos movimentos musculares necessários à realização de tarefas como a escrita, (Montessori, 1987, pg. 66). O paradigma do seu método consiste em que o professor oriente a criança e faça com que ela se corrija a si própria. É importante que o professor faça crescer a semente da curiosidade no aluno, no entanto, não se deve restringir a espontaneidade do mesmo. Maria Montessori propunha despertar a atividade infantil através do estímulo e promover a autoeducação da criança, com os meios adequados de trabalho. Logo deste modo, o professor não 15 atuaria diretamente sobre a criança, mas oferecia meios para a sua autoformação. Maria Montessori defendia que só a criança é educadora da sua personalidade. 2.2 - O Desenvolvimento Cognitivo da Criança O principal objetivo de um técnico de acompanhamento de crianças e jovens, bem o de como todo o pessoal envolvido na área da educação, é promover o desenvolvimento global e harmonioso da criança. Desta forma é fundamental compreender o processo de desenvolvimento da criança para intervir sempre que necessário, com a finalidade de contribuir para um desenvolvimento equilibrado em todas as competências afetivas, físicas e cognitivas. A minha pesquisa incide, essencialmente, nas teorias cognitivas defendidas por Piaget e Vigotsky, estes dois autores são considerados os autores que mais contribuíram para o estudo do desenvolvimento intelectual das crianças. Sendo o desenvolvimento da criança o principal objetivo que me levou a prosseguir este estudo, o primeiro “passo” foi tentar definir o conceito de desenvolvimento. Segundo Smith, Cowie & Blades (1998) o termo desenvolvimento refere-se ao processo segundo o qual uma criança, um feto ou, falando de um modo geral, um organismo (humano ou animal), cresce e se modifica ao longo do seu período de vida. Nos seres humanos as alterações mais dramáticas a nível do desenvolvimento ocorrem durante o período pré-natal e a primeira e a segunda infância (p. 31), por outro lado, Troadec & Martinot (2009) sublinham que a noção de desenvolvimento ou de génese é uma noção muito geral que designa o conjunto dos processos de transformação que afetam um organismo vivo (p. 79). Desta forma, concordo com Zabalza (1992) ao referir que é na fase da pré-escolaridade que a criança se desenvolve como um todo. O afetivo, social, cognitivo é um todo integrado com uma intensa dinâmica, no qual o eixo fundamental de vertebração das sucessivas experiências é o “Eu” e as relações que a partir dele se estabelecem com a realidade ambiental (p. 47). De acordo com o autor, existem dois tipos de estruturas intelectuais no desenvolvimento da criança: a capacidade prática (fazer coisas) e a capacidade simbólica (pensar, falar) (p. 273). 16 2.3 - O Desenvolvimento Cognitivo Segundo a Perspectiva de Piaget Os estudos de Piaget no âmbito da “psicologia genética” prestaram um grande contributo para a compreensão do processo de desenvolvimento cognitivo da criança, os seus princípios alteraram a forma de pensar a educação e estão, atualmente, presentes nos programas curriculares e no desenvolvimento das práticas educativas. O modelo de Piaget foi influenciado pela teoria de Darwin, assim, enquanto Piaget defendia que, o ser humano se distingue dos outros animais pela capacidade de um pensamento simbólico e abstracto Sutherland (1996), citando as palavras do próprio Piaget (1952) refere que a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e o equilíbrio progressivo destas formas com o ambiente. Dizer que a inteligência é um exemplo específico da adaptação biológica é, por conseguinte, supor que esta é essencialmente uma organização cuja função é a de estruturar o universo, tal como o organismo estrutura o ambiente imediato (p. 44). Desta forma, segundo a teoria de Piaget, o ser humano passa por “diferentes estádios” de desenvolvimento cognitivo. Esses estádios são ordenados e previsíveis e decorrem do nascimento até à fase da adolescência. A ordem dos estádios é inalterável e inevitável a todo o ser humano, sendo que os intervalos de tempo de cada um deles não são fixos e podem variar em função do indivíduo e do ambiente em que este se encontra. A passagem de um estádio a outro não ocorre simplesmente pela maturação individual, mas também pela influência dos contextos ambientais. A linguagem e as relações sociais desempenham um papel essencial nesse processo. Piaget defende que com o aparecimento da linguagem o ritmo de desenvolvimento da criança é acelerado, porque a aquisição da linguagem vai permitir a troca de ideias, quer com os seus pares, quer com os adultos, transformando o que vê e ouve em conhecimento. De acordo com a “teoria dos estádios”, a aprendizagem só acontece após a consolidação das estruturas de pensamento ou seja, a construção de um novo conhecimento só ocorre depois de consolidado e superado o estádio anterior. Assim, para que a aprendizagem aconteça é preciso que se estabeleça um desequilíbrio nas estruturas mentais da criança “desequilíbrio cognitivo”, os conceitos anteriormente assimilados têm de passar por um processo de desorganização, para que a partir do contacto com novos conceitos se voltem a reorganizar e se estabeleça um novo conhecimento. Este processo consiste na equilibração das estruturas mentais ou seja, o conhecimento anterior transforma-se num novo conhecimento, 17 modificando assim as suas ideias sobre o mundo e originando um esquema mais adaptativo. Deve salientar-se que a teoria de Piaget considera a aprendizagem como a antítese de uma esponja que absorve água. Assemelha-se ao acto de comer: absorvendo a parte nutritiva e tornando-a parte de si próprio (Sutherland, 1996, p. 46). 2.4 - O Desenvolvimento Cognitivo Segundo a Perspectiva de Vigotsky Não desviando do que foi referido anteriormente, Vigotsky, tal como Piaget, deu importância fundamental à interacção na construção do conhecimento e no desenvolvimento da criança. Enquanto Piaget valorizava mais a interação entre iguais do que entre criança e adulto, Vigotsky considera que tanto a interação entre criançacriança como a interação entre criança-adulto produzem conhecimento, sendo condição necessária para a aprendizagem que um deles se encontre num nível mais avançado de desenvolvimento, para assim poder atuar na “Zona de Desenvolvimento Próximo” da criança. O trabalho de Vigotsky demonstrou que a aprendizagem das crianças é uma atividade social que progride através da sua interação com os adultos e as outras crianças. Vigotsky afirma que a aprendizagem das crianças comporta em qualquer momento três níveis ou Zonas de Desenvolvimento: ZDR – zona de desenvolvimento real. A zona de desenvolvimento real descreve a aprendizagem que a criança já concretizou. ZDP - zona de desenvolvimento próximo. A chave para a aprendizagem efetiva é a zona de desenvolvimento próximo. É também aqui que a criança precisa muitas vezes da ajuda de um adulto ou de um par que lhe possa dar o apoio necessário para dar o salto. ZDF - zona de desenvolvimento futuro. A zona de desenvolvimento futuro descreve a aprendizagem que a criança ainda tem de concretizar (Pascal & Bertram, 1999, p. 22). De acordo com as pesquisas podemos referir que as teorias cognitivas de Piaget e Vigotsky convergem na forma como preconizam o processo de aprendizagem, uma vez que os dois autores encaram a criança como sujeito ativo da sua aprendizagem. Porém, as suas teorias apresentam também outras divergências. Enquanto Piaget defende que a estruturação do organismo antecede o desenvolvimento e que o indivíduo 18 constrói o conhecimento sozinho, de forma espontânea através da interacção do sujeito com o meio, Vigotsky concebe a teoria sociocultural do desenvolvimento cognitivo da criança, defendendo que as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais. O conceito biológico de desenvolvimento de Piaget, como sendo uma questão de maturação e desdobramento, foi rejeitado por Vigotsky. A adaptação da criança, segundo Vigotsky, era bastante mais ativa e menos determinista. Incidiu muito menos sobre a herança biológica e deu maior ênfase à cultura (Sutherland, 1996, p. 77). Vigotsky considera que a atividade partilhada constitui o modo fundamental de aprender e por este motivo, a sua teoria ficou conhecida por sócio construtivismo ou sócio interacionismo. Na perspetiva vogotskyana, o desenvolvimento cognitivo é um processo interactivo partilhado por todos os que nele participam. A pessoa é uma construção social, que se forma através das interações que estabelece com as pessoas e os contextos culturais da realidade em que se encontra, pela apropriação dos instrumentos e artefactos desse contexto. De acordo com esta perspectiva, o desenvolvimento da criança progride do nível social para o individual. A relação entre a criança e o mundo é um processo mediado pelo outro, através de elementos de mediação como os signos e os instrumentos. Vigotsky defende que a criança se desenvolve através da linguagem, do jogo e do trabalho cooperativo entre as crianças menos experientes e as mais experientes. As interações desempenham por isso, um papel essencial na aprendizagem, quanto mais ricas forem as interações, mais rapidamente ocorre o desenvolvimento. Smith, Cowie & Blades (1998) referem que o modelo Vigostky propõe não apenas a perspectiva do individuo funcionando no seu próprio contexto social imediato (por exemplo, na família ou grupo social), mas também a de que a própria mente humana “se estende para além da pele. Todo o funcionamento humano é, por natureza, sociocultural (p. 492). No que se refere a importância da escola no processo de aprendizagem, Vigotsky considera que a escola proporciona aprendizagens que não ocorreriam de forma espontânea na criança sem a mediação do adulto e que o ensino deverá estimular a criança a conseguir um nível de compreensão e a adquirir habilidades que a criança ainda não consegue dominar totalmente. Vigotsky atribui por isso, muita importância ao papel do educador como impulsionador e mediador do desenvolvimento cognitivo da criança. A aprendizagem é um processo social pelo qual as crianças constroem progressivamente novos conceitos. Este processo consiste em selecionar informações, 19 gerar hipóteses de interpretação dessas informações e tomar decisões quanto à integração das novas experiências nas construções mentais atuais. De acordo com a teoria defendida por Vigotsky, o pensamento e a linguagem iniciam-se pela fala social, pois ao falar com os outros, a criança desenvolve a consciencialização da sua própria linguagem (Sutherland, 1996, p. 81), passando, posteriormente, pela fala egocêntrica. Ao adquirir a linguagem, a criança utiliza o seu discurso interior para falar alto para si própria. Esta linguagem “egocêntrica” constitui para a criança uma forma de direcionar o seu próprio comportamento. Essa linguagem vai tornar-se, progressivamente, mais silenciosa, atingindo a fala interior que é o pensamento reflexivo, desenvolvendo-se assim como “pensador e aprendiz”. Relativamente à importância do jogo no processo de desenvolvimento cognitivo da criança, Vigotsky sustenta que o jogo é insubstituível na educação da infância e um dos mais importantes contextos para as crianças desenvolverem competências críticas, que irão garantir a sua adaptação e desempenho com sucesso em contexto educativo. Tal com referem Smith, Cowie & Blades (1998) Vigotsky considera os jogos infantis como a principal fonte de desenvolvimento durante ao período pré-escolar (p. 241). 2.5 - Técnico de Acompanhamento de Crianças e Jovens O técnico especialista em acompanhamento de crianças e jovens é um profissional que visa, de forma autónoma ou integrado numa equipa, orientar, apoiar e supervisionar crianças e jovens em idade escolar, assente em princípios deontológicos e conducentes à valorização da formação humana, à promoção da educação pessoal e social e à aquisição e desenvolvimento de competências. 2.5.1 - Referencial de Competências o Dominar saberes de natureza científica, técnica e prática facilitadores de uma ação profissional integrada e participada; o Compreender normas de funcionamento das instituições, com vista a uma atuação pautada por princípios de rigor, de segurança e de qualidade; o Promover e dinamizar, autónoma ou colaborativamente, projetos e atividades sócio -educativos, recreativos e de lazer, devidamente integrados nas dinâmicas 20 das instituições e dos contextos em que cada um exerce a sua atividade profissional; o Favorecer, nas crianças e jovens, a construção de disposições para aprender e o desenvolvimento de atitudes e hábitos de trabalho, autónomo e em grupo; o Perspetivar o trabalho de equipa como fator de enriquecimento da sua formação e da sua atividade profissional; o Promover interações e relações de respeito mútuo com todos os membros da instituição e com as famílias, nomeadamente no âmbito dos projetos de vida e de formação das crianças e dos jovens; o Manifestar capacidade relacional, de comunicação e de equilíbrio emocional, promovendo um clima de convivência democrática; o Assumir uma dimensão cívica e formativa inerente às exigências éticas e deontológicas da sua atividade profissional. 21 CAPÍTULO III Estágio 22 3 - Relatos Diários Este capítulo está dividido em cinco secções que correspondem aos cinco momentos de estágio realizados na Santa Casa da Misericórdia do Sabugal, conforme se pode ver no quadro 2 (a cor de cada secção corresponde ao grupo etário onde foi realizado). Em cada sessão está identificado o período de estágio, o nome da Educadora Cooperante, a caraterização do grupo bem como a caraterização do espaço, o horário e os relatos diários com uma pequena reflexão. Quadro 2 - Calendarização dos momentos de Estágio Julho de 2013 Agosto de 2013 Setembro de 2013 1 1 2 2 2 3 3 5 4 4 6 5 5 7 6 8 8 9 9 10 12 11 13 12 14 15 15 16 16 17 19 18 20 19 21 22 22 23 23 24 26 25 27 26 28 29 29 30 30 9 31 Creche; Jardim de Infância; Ajuntamento (Jardim de infância , Catl ); Pesquisa bibliográfica Preparação do novo ano letivo; 23 3.1 - Plano De Atividades de Carater Lúdico-Pedagógico De seguida apresentam-se os vários planos de atividades (quadros: 3, 4, 5, 6, 7, 8) realizados durantes o estágio. Quadro 3 – Plano de Atividades 15 de julho a 19 de julho Dias da Semana Segunda-Feira Designação da Recursos materiais Local Atividade a trazer de casa Brincadeiras com Roupa Prática SCMS Fato de banho, Praia Fluvial do toalha, chinelos Sabugal água areia Praia Fluvial Terça-Feira egarrafa de água Quarta-Feira Dia Dedicado á Roupa Prática SCMS Musica Quinta-Feira Confeção de Pão Roupa Prática SCMS Sexta-Feira Saída para apanhar Roupa Prática SCMS alfazema Quadro 4 – Plano de Atividades 22 de julho a 26 de julho Dias da Semana Designação da Recursos materiais Local Atividade a trazer de casa Segunda-Feira Jogos Tradicionais Roupa Prática SCMS Terça-Feira Piscinas Fato de banho, SCMS toalha, chinelos egarrafa de água Quarta-Feira Atelier de Pintura: ( Roupa Prática SCMS Prenda do dias dos Avos) 24 Quinta-Feira Convivo com os SCMS Idosos Sexta-Feira Dia da Ciência Roupa Prática SCMS Quadro 5 – Plano de Atividades 29 de julho a 2 de agosto Dias da Semana Designação da Recursos materiais Local Atividade a trazer de casa Segunda-Feira Dia da Ginástica Roupa Prática SCMS Quarta-Feira Piscinas Fato de banho, SCMS toalha, chinelos e garrafa de água Quadro 6 – Plano de Atividades 5 de agosto a 9 de agosto Dias da Semana Segunda-Feira Designação da Recursos materiais Atividade a trazer de casa Visita à Biblioteca Local Biblioteca Municipal do Sabugal Terça-Feira Piscinas Fato de banho, SCMS toalha, chinelos e garrafa de água Quarta-Feira Caça ao Tesouro Roupa Pratica SCMS Quinta-Feira Visita à GNR Roupa Pratica Posto da GNR Dia do Conto Trazer Livro de Casa SCMS Sexta-Feira 25 Quadro 7 – Plano de Atividades ( Fonte: Própria) 12 de agosto a 16 de agosto Dias da Semana Segunda-Feira Designação da Recursos materiais Atividade a trazer de casa Sensibilização ( Local SCMS Importância da Agua ) Terça-Feira Karaoke Quarta-Feira Praia Fluvial SCMS Fato de banho, Praia Fluvial o toalha, chinelos e Sabugal garrafa de água Quinta-Feira Sexta-Feira FERIADO Teatro SCMS Quadro 8 – Plano de Atividades ( 19 de agosto a 23 de agosto Dias da Semana Segunda-Feira Designação da Recursos materiais Atividade a trazer de casa Sensibilização ( Local SCMS Enfermeiro) Terça-Feira Praia Fluvial Fato de banho, Praia Fluvial de toalha, chinelos e Quadrazais garrafa de água Quarta-Feira Praia Fluvial Fato de banho, Praia Fluvial de toalha, chinelos e Quadrazais garrafa de água Quinta-Feira Dia do cinema SCMS Sexta-Feira Passeio de Roupa Pratica e bicicletas/triciclo bicicleta/triciclo SCMS 26 De seguida, e antes de iniciar as seções, serão apresentadas algumas das rotinas diárias das crianças, desta Instituição. Estas são cumpridas, diariamente, pelas crianças e respetivas auxiliares, educadoras e empregadas, e que segundo Zabalza, (1998, p.52): atuam como as organizadoras estruturais das experiências quotidianas, pois esclarecem a estrutura e possibilitam o domínio do processo a ser seguido e, ainda substituem a incerteza do futuro (principalmente em relação às crianças com dificuldades para construir um esquema temporal de médio prazo) por um esquema fácil de assumir. O quotidiano passa, então, a ser algo previsível, o que tem efeitos importantes sobre a segurança e a autonomia. 3.2 - Acolhimento no Parque Todos os dias, às 7horas e 45minutos da manhã a Instituição abre as portas. Como nos encontramos no período de Verão as crianças são dirigidas para o parque (figura 3 e 4) à medida que vão chegando. Das 7horas e 45minutos às 9horas da manhã as crianças são entregues pelos pais na Instituição, neste período ocorre, então o ajuntamento das crianças no parque, onde podem brincar e desfrutar de todos os elementos que se encontram à disposição como por exemplo: bolas, baloiços, triciclos, arcos, entre outros. A partir das 9horas a Instituição fecha as suas portas por motivos de segurança. Caso alguma criança se atrase o responsável pela mesma (pai, mãe, avó ou avô) terá que tocar a campainha, para que lhe possa ser a aberta a porta, por outro lado se uma criança souber que vai chegar mais tarde, por motivos pessoais, o responsável pela mesma terá que avisar a educadora no dia anterior. À medida que as educadoras vão chegando as crianças podem ou não ficar no parque dependendo das atividades que a educadora responsável tem programadas para o grupo. Figura 3 e 4 – Parque Rua Fonte: Própria 27 3.3 - Higiene Antes e no fim de cada refeição, cada grupo, acompanhada da respetiva educadora e auxiliar dirige-se à casa de banho (figuras 4 e 5), este é um processo que acontece diariamente. Cordeiro (2007, pg. 373) afirma que o momento da higiene é deveras importante (…). Variando muito de criança para criança (e de idade para idade) há um elo comum: o desenvolvimento da autonomia. Ainda segundo este autor, é bom que, paralelamente a uma aprendizagem das regras de lavagem, por forma a que sejam instintivas, se faça também ver às crianças que não se trata de um «frete» a fazer aos pais, ou um bilhete para poder ir para a mesa, mas sim uma rotina diária que deverá perdurar ao longo da sua vida. (pg. 106) Assim, na escola, cabe aos responsáveis, o dever de incutir às crianças a importância de lavarem as mãos sempre antes das refeições, após a ida à casa de banho e depois de se assoarem, tossirem ou espirrarem. Figura.5 – Casa de banho (Creche) Fonte: Própria Figura.4 – Casa de banho (Jardim de Infância) Fonte: Própria 3.4 - Lanche da Manhã /Lanche da Tarde Por volta das 10 horas e 15 minutos da manhã e 15 horas e 45 minutos da tarde todas as crianças são dirigidas à cantina da instituição (figuras 6 e 7). A esta hora, neste espaço, encontram-se todas as crianças da Instituição acompanhadas das respetivas educadoras, auxiliares e estagiárias. Por norma o lanche da manhã é constituído por peças de frutas como por exemplo: maçãs, pêra, ananás, pêssego e bananas, e o lanche da tarde é constituído por pão com chocolate, fiambre, doce ou manteiga, acompanhado 28 de leite simples ou chocolate ou iogurte líquido de banana ou morango variando de dia para dia sendo, normalmente a quarta-feira o dia em que se servem cereais. Figura.6 – Refeitório (Jardim de Infância) Fonte: Própria Figura.7 – Refeitório (Creche) Fonte: Própria 3.5 - Almoço Às 12h, as crianças dirigem-se à cantina (figura 8). A esta hora, neste espaço, encontram-se a almoçar todas as crianças da Instituição acompanhadas das respetivas educadoras, auxiliares e estagiárias. Uma vez que já são, nestas idades, crianças autónomas, já comem sozinhas, sendo apenas preciso ajudar uma ou outra, de vez em quando. As auxiliares de educação e até mesmo as professoras ajudam, muitas vezes, a organizar o espaço, servindo os almoços e recolhendo a loiça. Segundo Cordeiro (2007, pg. 373), o almoço (e mais tarde o lanche) serve para alimentar, mas, do ponto de vista de socialização, também para criar uma maior autonomia passar implícitas noções de higiene e de saber estar à mesa, respeito pelo ritmo do grupo, mesmo que com variações pessoais, e noções de alimentação e nutrição. Figura 8 – Refeitório Fonte: Própria 29 3.6 - Hora de Dormir/ Visualização de filmes Após o almoço as crianças da creche são levadas para o dormitório (figura 9) onde têm a oportunidade de descansar, o sono é muito importante para o crescimento e desenvolvimento das crianças, pois é na hora do sono que as hormonas como a do crescimento são lançados no organismo, sendo assim, considerado um "descanso cerebral", no outro lado da Instituição, os alunos do jardim-de-infância têm a oportunidade de escolher entre dormir ou ver um filme à escolha (figura 10). Figura 9 – Dormitório (creche) Fonte: Própria Figura 10 – Visualização de Filmes (Jardim de Infância) Fonte: Própria 3.7 - Hora de Brincar Às 17 horas, as crianças, acompanhadas pelas respetivas auxiliares e estagiárias, dirigem-se para o parque (figura 11) onde brincam, livremente, juntamente com as outras crianças da Instituição, segundo o Ministério da Educação (2002, pg. 39): (…) o espaço educativo não se limita ao espaço imediato partilhado pelo grupo; situa-se num espaço mais alargado – o estabelecimento educativo – em que a criança se relaciona com outras crianças e adultos, que, por sua vez, é englobado pelo meio social, um meio social mais vasto. As auxiliares e estagiárias acompanham as crianças durante o momento alternando entre si o tempo de descanso. Muitas vezes, as auxiliares e as estagiárias, realizam jogos e participam em atividades com as crianças, o que leva a uma maior aproximação entre os grupos. Desta forma, as crianças encaram esta aproximação como forma de perceberem que o responsável é alguém que ensina e dita regras, mas que também brinca e se relaciona com os seus alunos de forma menos formal. Ainda de acordo com a fonte atrás referida, Embora as atividades informais não se realizem só no espaço exterior, este é também um local privilegiado de recreio onde as crianças têm 30 possibilidade de explorar e recriar o espaço e os materiais disponíveis. Nesta situação, o educador pode manter-se como observador ou interagir com as crianças, apoiando e enriquecendo as suas iniciativas (pg. 39). O recreio é, portanto, um espaço bastante importante no recinto escolar representa uma oportunidade diária para as crianças se envolverem em atividades lúdicas nas quais desenvolvem a sua motricidade ao correrem e saltarem livremente. Figura 11 – Parque Rua (Hora de Brincar) Fonte: Própria 3.8 - Horário Os horários (figura 12 e 13) são previamente estipulados e organizados em conselho escolar de acordo com a realidade educativa em questão e, de uma forma geral, são cumpridos pelas respetivas educadoras, auxiliares e crianças. O estágio realizou-se durante toda a semana, 8 horas diárias, num total de 40 horas semanais, ocorrendo a observação das atividades que ocorriam durante essas horas. Figura 12: Horários do Pessoal Cooperante Fonte: Própria Figura 13: Horários do Pessoal Cooperante Fonte: Própria 31 3.9 - 1.ª Sessão O estágio iniciou-se na creche (figuras 14 e 15) no período de 1 de julho a 31 de julho, com a educadora cooperante Rute Renca. Figura.14 – Copa (Creche) Fonte: Própria Figura.15 – Sala Que Linda Falua Fonte: Própria 3.9.1 - Caraterização do Grupo O grupo de finalistas da creche é constituído por 24 elementos, 14 raparigas e 10 rapazes. O grupo respeitante ao ano letivo de 2012/2013, é homogéneo no que concerne a comportamentos e atitudes. Alguns membros têm alguma dificuldade em manter o silêncio e concentração durante a realização das atividades e, também, em manter uma postura correta no decorrer das mesmas. No entanto, a maioria dos elementos revela um grau de calma e de sociabilidade adequado ao grau de ensino em que se encontram. 3.9.2 - Caraterização do Espaço A sala mestre André (figuras 16 e 17) é a primeira da creche e é uma sala com bastante luz. Tem quatro janelas, e uma porta de vidro que dá acesso para o parque. Nesta sala, os móveis, as cadeiras e as mesas são, maioritariamente, de madeira, havendo também cadeiras de plástico com várias cores. As paredes da sala são brancas onde estão colocados vários placards que são utilizados pela educadora para afixar 32 trabalhos realizados pelos alunos ao longo das semanas. Existe, também, um DVD e televisão que são frequentemente utilizados. A sala está organizada de maneira a que as crianças a proporcionar um ambiente facilitador, uma vez que é uma sala bastante acolhedora. Figura 17: Sala Mestre André Fonte: Própria Figura 16: Sala Mestre André Fonte: Própria 3.9.3 - Horário No horário do grupo finalista da creche estão contempladas as atividades realizadas ao longo dos dias. De seguida, apresenta-se no quadro 9 o horário integral da do grupo. Quadro 9- Horário Sala Mestre André Dias da Semana Horas Segunda- Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Feira 7h45min- Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento 9h30min no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua 9h30- Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 10h00mi- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 10h30 Manhã Manhã Manhã Manhã manhã 10h00min 33 10h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 12h00min Programada Programada Programada Programada Programada 12h00- Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço 13h00min- Hora de Hora de Hora de Hora de Hora de 15h00min Dormir Dormir Dormir Dormir Dormir 15h-16h Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 16h- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 16h30min Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde 16h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 17h00min Programada Programada Programada Programada Programada 17h00min- Hora de Hora de Hora de Hora de Hora de 19h00min Brincar Brincar Brincar Brincar Brincar 13h00min 3.9.4 - Relatos Diários 1º Semana 01.07.2013 (Segunda-Feira) Hoje foi o primeiro dia de estágio, o mesmo começou com uma pequena visita guiada, orientada pela Educadora Rute, pela instituição. Esta serviu para conhecer o espaço/divisão da instituição e a organização da mesma. Após esta pequena visita, fui conhecer o grupo que vou acompanhar durante o primeiro mês de estágio as crianças dos 2/3 anos de idade, como já referido anteriormente. O grupo é constituído por 24 crianças, de início fiquei um pouco assustada/confusa, em relação aos nomes e à quantidade de crianças. Visto que era a primeira vez que me teriam como estagiária, colocaram-me algumas questões a nível pessoal às quais respondi sem pudor. A educadora da sala colocou-me completamente à vontade para intervir sempre que achasse pertinente. Terminadas as apresentações, a educadora Rute começou por pedir às crianças que cantassem a canção dos “ Bom – dias” (anexo 3), uma vez que é um ritual que efetuam todas as manhãs após a chegada de todos os elementos. Esta serviu para me introduzir de uma forma lúdica na primeira atividade do dia, daquelas crianças. Após esta pequena apresentação, fui às salas das educadoras, onde me foram apresentas 34 as restantes educadoras, com o objetivo de apresentar o meu plano de estágio (apêndice 4) de maneira a incluir, o mesmo, no plano de atividades da instituição. De seguida, fui tentar interagir de novo com o grupo, colocando-lhes os babetes, de forma a introduzir já o nome de alguns elementos, visto que já estávamos perto da hora de almoço. Após a colocação dos mesmos em todos os elementos, incluindo a educadora e auxiliares, dirigiram-se para o refeitório de uma forma organizada cantando uma pequena canção “ Comboio dos meninos ” (anexo 4). Desta forma após o almoço as crianças são levadas à casa de banho com a finalidade de lavarem os dentes a boca e as mãos, de forma a preparam-se para irem dormir. Da parte da tarde as crianças começaram a acordar pouco a pouco, e tiveram uma tarde diferente talvez do que estão habituadas pois foram livres de brincar e efetuar as tarefas de uma forma espontânea dentro das regras, visto que o plano de atividades ainda estava a ser efetuado. Após terminar o primeiro dia entendi que tinha um longo caminho pela frente, apercebi-me que estar perante vinte e quatro crianças, era uma tarefa bastante complicada/ diferente do que estava habituada de certa forma senti-me um pouco a “leste” do que era pretendido. 02.07.2013 (Terça-feira) No segundo dia de estágio comecei a sentir alguma empatia por parte das crianças com a minha presença o que me motivou imenso. Hoje as crianças realizaram como forma de improviso, várias pinturas utilizando o Berlinde (figura 18), é uma pequena bola de vidro maciço, pedra, ou metal, normalmente escura, manchada ou intensamente colorida, de tamanho variável, usada em jogos infantis, também é conhecido pelos nomes: burquinha, burca, baleba, bila, biloca, bilosca, birosca, bolinhade-gude, bolita, boleba, bolega, bugalho, búraca, búlica, búrica, bute, cabiçulinha, carolo, clica, firo, fubeca, guelas, nica, peca, peteca, pinica, pirosca ou (Mangalho), bolinha, piripiri, xingaua, kamikaze, ximbra e bolíndri. A turma foi dividida em dois grupos (12 elementos para cada parte) de forma a facilitar a atividade. Nesta atividade era entregue uma folha de cartolina de cor castanha a cada elemento. A atividade constituía em colocar 6/8 berlindes dentro de uma caixa de sapatos para que as crianças após uma breve explicação e alguma ajuda da nossa parte, pudessem colocar dentro da caixa a sua folha e escolher três cores de tinta para decorar a folha. Após a colocação do material (cartolina, berlins e tintas) dentro da caixa, esta era fechada, para que as crianças pudessem mover a caixa, para que a tinta de forma abstrata se pudesse espalhar pela cartolina (figuras 19). Durante esta atividade senti que as crianças estavam, 35 contentes/empenhadas e entusiasmadas na elaboração da tarefa, tentei ajudar alguns elementos do meu grupo de forma a interagir e conquistar a confiança dos mesmos. No final da tarde, a pedido dos alunos, foi contada uma história, a qual foi contada por mim. O “Capuchinho Vermelho” (figura 20) foi a história escolhida pelos elementos do grupo. Capuchinho Vermelho é um livro recomendado para a Educação Pré-Escolar, destinado a uma leitura autónoma e leitura com apoio do educador ou dos pais. Após a leitura da história as crianças dirigiram-se, com a ajuda do pessoal docente, para o alpendre da instituição onde puderam brincar de uma forma livre e divertida.O afeto, o carinho é a base para se estabelecer uma relação de confiança e amizade. Mas é claro, só isso não basta. É um bom começo, mas não é tudo. A sinceridade e a confidência das crianças e pessoal responsável, certamente pavimenta uma boa relação de confiança e amizade. A sinceridade é uma virtude que deve ser vivida ao extremo. Não podemos poupar de sinceridade o relacionamento em família. Senti que estas crianças deviam ter a segurança de que não há assunto que não se possa ser discutido na presença delas. Se elas não sentem confiança, então afastam-se, buscam outros em quem podem confiar e discutir problemas. É aí que certamente mora o problema. A confiança exige de nós, mais do que cumplicidade. Exige que permitamos a estas crianças o direito de errar. É verdade! Eles estarão mais seguros se souberem que podem errar. Serão corrigidos, orientados, mas nunca humilhados por terem errado. Os erros abrem as janelas para os acertos, quando servem aos propósitos pedagógicos e educativos. No final do dia entendi que afinal conquistar a confiança das crianças não era assim tão complicado como eu esperava, bastava dar mais um pouco a conhecer. Figura.18 – Uma das caixas utilizadas para a pinturas. Fonte: Própria Figura.19 – Resultado Final Fonte: Própria 36 Figura.20 – Momento da Historia Fonte: Própria 03.07.2013 (Quarta-feira) O terceiro dia de estágio, foi dedicado ao cinema. Foram escolhidos dois filmes por mim e pela educadora Rute. Os filmes escolhidos foram, “Yakari - O Espírito da Lua” e “Dartacão”, foram escolhidos este filmes pois são os que cativam mais atenção do grupo. Yakari é o título de uma série de histórias aos quadrinhos (banda desenhada, em Portugal) criada pelos suiços Job (roteiro) e Derib (ilustração). Trata-se de um jovem índio Sioux que tem a particularidade de compreender e falar a língua dos animais. As suas aventuras levá-lo-ão ao encontro de todos os tipos de animais da América do Norte. Neste episódio Yakari e a sua melhor amiga Arco-Íris e o seu cavalo Mini Trovão, vivem uma aventura feliz: livre, destemido, corajoso, generoso e amante da natureza. Por outro lado o outro filme “ Darcatão” é um filme bastante conhecido e educativo, que retrata, uma época em que a verdade e a justiça prevalecem sobre a mentira e a traição... Uma história de espada em riste pela honra e a paz de um país... Uma história de um amor impossível... Amizade verdadeira e um lema pelo qual vale a pena lutar: "Um por todos e todos por um!" Baseado na mundialmente famosa obra clássica de Alexander Dumas "Os Três Mosqueteiros", chega a vibrante aventura de Dartacão, um jovem espadachim que entrou para a guarda real pelo seu valor, astúcia, coragem e, sobretudo, com um incrível manejo da espada. Esta atividade foi acompanhada pelas duas auxiliares da nossa sala. Após a visualização dos filmes o grupo foi brincar no recinto até à chegada dos pais. Na minha opinião a visualização de filmes não é só uma forma de entreter as crianças, mas também serve como forma de estimular, nas crianças, a observação, a capacidade de julgamento, sensibilidade, experiência estética. Toda vez que uma criança abre seu coração para mim e compartilha essa assombrosa sabedoria geralmente mantida oculta, eu sinto uma profunda reverência. As crianças com quem trabalhei talvez não saibam, mas elas me ensinaram muita coisa a respeito de mim 37 mesma. Violet Oaklande (2002, pg. 107). À medida que os dias vão passando vou-me apercebendo que o grupo já se está a habituar com a minha presença pedindo a minha ajuda para a realização de várias tarefas do dia-a-dia, assim senti-me útil para aquelas crianças, comecei a ficar cada vez mais entusiasmada de dia para dia. 04.07.2013 (Quinta-feira) No quarto dia de estágio o plano de atividades a serem observadas/desenvolvidas por mim foi concluído (figura 21,22 e 23). Contudo infelizmente não podia ser aplicado de imediato visto que ainda não tinha sido apresentado aos pais. Para tal, neste dia, foi elaborada uma convocatória, para a realização de uma reunião de pais no dia 11 de julho com a finalidade de serem entregues as avaliações e apresentado o plano de atividades para o Verão, desta forma aproveitando as cartolinas pintadas na terça-feira anterior com os berlindes pelas crianças foi construído de uma forma lúdica a convocatória. Após as crianças lancharem foi elaborada uma pequena visita ao Lar da Santa Casa do Sabugal, com a finalidade de o grupo conversar com as pessoas mais idosas. Nesta saída as crianças ficaram novamente entusiasmadas e algumas delas distribuíram imensos beijos e abraços pelos idosos. De dia para dia estava a sentir que a minha relação com algumas das crianças estava a torna-se cada vez mais “íntima” o que faz com que o meu incentivo e empenho fosse maior. Figura.21– Exemplar de Plano de Atividades Fonte: Própria Figura 22– Exemplar de Plano de Atividades Fonte: Própria 38 Figura 23– Exemplar de Plano de Atividades Fonte: Própria 05.07.2013 (Sexta-feira) Chegada a Sexta-feira, apercebi-me que o tempo não pára e passa muito rápido, assim, dediquei a minha parte da manhã a todas as crianças, ou seja, entrei nas brincadeiras deles, jogando às apanhadas, andando de baloiço, brincando ao faz de conta, entre outras, desta forma, consegui partilhar e obter feedback por parte do grupo. Da parte da tarde foram entregues às crianças as convocatórias da reunião realizadas no dia anterior, para que fossem entregues aos pais. Neste quinto dia de estágio já sabia o nome de todos os elementos do meu grupo e a relação com eles estava cada vez mais próxima o que me deixou bastante feliz. 2º Semana 08.07.2013 (Segunda-feira) Hoje quando cheguei à sala alguns membros da turma já se encontravam presentes juntamente com a auxiliar, ao chegar fui muito bem recebida pelos elementos recebendo beijos e abraços de todos, desta forma e após a chegada de todos elementos, eu e a educadora, tentámos perceber o que crianças tinham feito durante o fim de semana. Achei esta forma de começar a semana bastante divertida, visto que todas as crianças queriam falar ao mesmo tempo e partilhar tudo e mais alguma coisa que lhes viesse a cabeça naquele momento. Da parte da tarde enquanto as crianças brincavam livremente na rua, eu e a educadora Rute, elaborámos um pedido de autorização (anexo 5) para uma futura saída no dia 12 de julho a Sortelha com a finalidade de visitar o “PANDA”. Foi colocado um aviso (anexo 6) à entrada da sala que explicava todos os procedimentos a seguir e qual o objetivo desta nossa saída. Notei que a segunda-feira é o dia em que o grupo vem com mais energia e novidades visto que estão dois dias sem virem à escola. 09.07.2013 (Terça-feira) Hoje procedeu-se à realização de uma bandeira, utilizando pintura de mãos, através da pintura. As crianças descobrem um mundo cheio de cores, formas, linhas e sentimentos, imaginação simbolismo e experiências. Assim, a pintura estimula a comunicação, criatividade, sensibilidade e aumenta a capacidade de concentração e expressão das crianças. Nesta atividade o principal objetivo era fazer com que as crianças se divertissem. Superando as minhas expetativas o grupo conseguiu construir 39 uma linda bandeira com as mãos decalcadas (figura. 24 e 25). Durante esta atividade as crianças sentiram-se livres e contentes pois a sensação de colocaram as mãos na tinta foi ótima para elas. A bandeira foi colocada a secar sobre uma mesa e passará a estar pendurada à entrada da sala de modo a que todos os pais a possam ver. Figura:24 – Pintura de Mãos Fonte: Própria Figura: 25 – Pintura de Mãos Fonte: Própria 10.07.2013 (Quarta-feira) Hoje realizou-se a festa da piscina, ou seja, uma vez que está uma piscina disponível (figuras 26 e 27), no alpendre da instituição, foi aproveitada para realização desta atividade. Desta forma as crianças foram levadas para a piscina de cuecas e foi colocada música de modo a criar um bom ambiente, misturou-se um pouco de música infantil com a música que se ouve nos dias de hoje. Assim as crianças, iam dançando e podiam também desfrutar da piscina de uma forma livre, desfrutando ainda de um belo dia de sol. Figura 26 – Piscina Fonte: Própria Figura 27 – Alguns fatos de Banho Fonte: Própria 40 11.07.2013 (Quinta-feira) As crianças começaram por realizar duas atividades muito práticas. Começaram por pintar borboletas em papel (figura 28) para que estas servissem para a decoração da sala. Após terminarem a pintura das borboletas, uma vez que o grupo gosta muito de cavalos, e já se encontravam em mau estado os dois cavalos que estavam pendurados na parede, sugeriu-se que realizassem a pintura, com lápis, de um novo cavalo para que o anterior pudesse ser substituído (figura 29 e 30). Durante estas duas atividades as crianças não sentiram dificuldades. A “Discoteca Móvel”, realizou-se durante a tarde, e consistiu no seguinte: dentro de uma sala semi - escura foi colocada música e algumas luzes de forma a criar ambiente próprio, para que as crianças pudessem dançar, brincar, correr, cantar. As crianças adoraram esta atividade Figura: 28 – Borboletas Fonte: Própria Figura 29 –Antigo Cavalo Fonte: Própria Figura: 30 –Novo Cavalo Fonte: Própria 12.07.2013 (Sexta-feira) Hoje foi um dia diferente daquilo que é considerado a rotina do grupo. Quinze das vinte e quatro crianças do grupo, foram visitar o Panda (figura 31). A atividade extracurricular teve início logo pela manhã, começando por verificar as mochilas dos alunos. De seguida, os alunos foram encaminhados para o autocarro e divididos/organizados por pequenos grupos visto que era uma atividade em que todos os elementos da Santa Casa participavam, evitando assim a confusão. Desta forma deu-se início à viagem que apesar de ser curta (30 minutos), para as crianças parecia uma eternidade devido à ansiedade das mesmas. Após a chegada, as auxiliares distribuíram um pequeno lanche por todos os alunos, os quais de seguida foram divididos em grupos de 4/3 elementos de forma a prosseguirem de uma maneira organizada. Nesta atividade 41 as crianças tiveram a oportunidade de brincar, cantar, falar, e tirar fotografias com o panda, sendo esta, uma figura muito estimada por esta turma. Hoje senti que as crianças estavam mais felizes do que nunca, pois poderem ver, mexer e falar com uma figura que lhes é muito querida no entanto, algumas das crianças não puderam comparecer nesta atividade, o que entristeceu educadores, auxiliares e estagiárias. Fig.31 – Visita ao Panda Fonte: Própria 3º Semana 15.07.2013 (Segunda-feira) Começada uma nova semana, e sem mais tempo a perder o plano de estágio começou a ser aplicado. A primeira atividade elaborada a ser colocada em prática foi “Brincadeiras com água e areia”, a qual se realizou no alpendre da instituição. O material utilizado foi, areia, água, guarda-sóis baldes, pás e alguns brinquedos que algumas das crianças trouxeram de casa (figura 32) . Esta atividade tinha como principal objetivo recriar um cenário de praia. Desta forma durante atividade e com a ajuda do pessoal orientador as crianças construíram castelos e realizaram várias figuras através da moldagem da areia com água. Mais uma vez as crianças divertiram-se imenso de uma forma saudável. Os resultados alcançados com esta atividade estiveram dentro das expetativas, uma vez que, tanto a água como a areia são elementos que estimulam os sentidos, ajudam no crescimento e desenvolvimento, e ajuda na coordenação motora das crianças, sendo assim, uma brincadeira saudável que as ajuda a interagir com outras crianças através da linguagem e da aprendizagem do vocabulário, além do que as tornam mais criativos no planeamento da forma que querem dar à areia, e logo criadores 42 das suas próprias brincadeiras. Brincar com a água e areia permite que as crianças expressem a criatividade e se sintam motivadas. Figura: 32 Algum material Utilizado Fonte: Própria 16.07.2103 (Terça-feira) Hoje e mais vez com o cenário de calor, água e verão as crianças passaram o dia na praia fluvial do Sabugal, no conhecido Rio Côa ( figura 33). O Rio Côa é um rio português que nasce nos Fóios (Sabugal), mais concretamente na Serra das Mesas, a 1.175 m de altitude, próximo da Serra da Malcata. Percorre cerca de 135 km até desaguar na margem esquerda do rio Douro, perto de Vila Nova de Foz Côa, a 130 m de altitude. É dos poucos rios portugueses que efetuam um percurso na direção Sul-Norte. O mesmo, percorre a zona raiana do distrito da Guarda, as Terras de Riba-Côa. Tem um clima marcadamente mediterrânico. A zona de Riba-Côa é dominada por bosques, pinhais, fortalezas (castelos), planaltos e fantásticas paisagens típicas da Beira Interior. Cidades na zona de Riba-Côa: Pinhel, Sabugal, Meda. Uma vez que o percurso a realizar é pequeno, da instituição ao rio, os elementos do grupo foram organizados e levados a pé ate lá. Na praia as atividades eram imensas, podiam descansar, jogar à bola, fazer canoagem entre outros jogos. Desta forma as crianças puderam desfrutar de mais um belo dia de sol e calor, com muita diversão, alergia e brincadeiras saudáveis por parte de todos os elementos envolvidos. Esta atividade superou as minhas 43 expetativas, pois as crianças não queriam regressar para a instituição, é sempre muito gratificante ver as crianças gostarem do trabalho por nós desenvolvido Figura 33: Rio Côa Fonte: Própria 17.07.2013 (Quarta- feira) Hoje o dia foi dedicado à música, ou seja, foram convidados, dois jovens amadores pertencentes à academia de música do Sabugal a realizar um pequeno concerto para os elementos da instituição. A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. A criança precisa de ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contato com os fenómenos sonoros e com o som, quanto maior for a sensibilidade da criança para o som, mais ela descobrirá as suas qualidades. A atividade foi realizada no CATL, esta atividade correu mais uma vez bem, sobretudo devido à simpatia dos convidados e à alegria contagiante das nossas crianças. Os instrumentos utilizados foram guitarras clássicas, semiacústicas, e as músicas tocadas foram populares, como por exemplo, o malhão, oh rosa arredonda a saia, a mulher gorda, entre outras. Mais uma vez a atividade correu dentro do previsto e as crianças divertiram-se de uma forma diferente. As crianças tiveram ainda a oportunidade de tocar alguns instrumentos disponibilizados pela instituição (pandeiretas, tambor e flautas) (figuras 34 e 35). 44 Figura:34 – Divertimento com Instrumentos Fonte: Própria Figura: 35 – Divertimento com Instrumentos Fonte: Própria 18.07.2013- (Quinta- feira) Hoje o dia foi dedicado à culinária, ou seja, as crianças tiveram a oportunidade de confecionarem seu próprio pão do lanche (figuras 36 e 37). Foi pedido ao padeiro no dia anterior se podia dispensar um pouco de massa. Os ingredientes escolhidos para adicionar a massa foram, chocolate e chouriço. Assim, as crianças tiveram a oportunidade de envolver a massa com os ingredientes, após o que a massa foi levada a cozer no forno da instituição e na hora do lanche todos os elementos tiveram a oportunidade de provar o delicioso pão. A atividade correu bem, podendo ser uma pouco melhorada quando repetida, ou seja, a massa poderia ser confecionada à frente das crianças para que estas entendessem o aparecimento da mesma, mesmo assim as crianças adoraram e puderam desfrutar de uma nova aventura . Figura.37 – Crianças observando Fonte: Própria Figura:36 – Algumas figuras criadas com farinha Fonte: Própria 45 19.07.2013- (Sexta – feira) Chegados à véspera do fim da semana, a parte da manhã foi dedicada a uma pequena saída dentro da intuição para a apanha da alfazema que foi colocada a secar para ser utilizada na elaboração da prenda dos avós uma vez que já estamos perto do dia deles (figura 38). A parte da tarde foi dedicada ao baile para encerramento da semana, o mesmo teve início por volta das 15h00 ate ao encerramento da instituição. Durante o decorrer destas duas atividades, as crianças estiveram mais motivadas e participativas na atividade. Mais uma vez o objetivo foi cumprido de uma forma muito simples e prática. Figura: 38 Apanhada de Alfazema Fonte: Própria 4º Semana 22/07/2013 - (Segunda-feira) Hoje começou uma nova semana, e com já 121 horas realizadas das 400horas estipuladas. Não houve grandes surpresas no dia de hoje. Este foi dedicado às piscinas visto estar um belo dia de sol. Foram tomadas as devidas precauções, colocação de protetor solar, e as crianças foram dirigidas para o alpendre onde se encontra a piscina à disposição dos mesmos (figuras 39 e 40). Enquanto as crianças apanhavam sol e brincavam na piscina foi colocada música de modo a criar um ambiente mais contagiante. Na minha opinião a atividade decorreu bem, uma vez que já estava a ser repetida. 46 Figura: 39 Crianças brincando com a toalha Fonte: Própria Figura:40 Tolhas Fonte: Própria 23.07.2013- (Terça-feira) Não querendo só introduzir novas técnicas, jogos e tecnologias, o dia de hoje foi dedicado aos jogos tradicionais, uma vez que estamos cada vez mais perto do dia dos avós. Às escondidas ou à apanhada, ao lencinho da botica ou ao macaquinho do chinês, ao pião, ao eixo, com os berlindes ou as caricas… são todas brincadeiras de outros tempos, trazidas até nós. Infelizmente o grupo que estava comigo só conseguiu desfrutar de um jogo “ Jogo do lenço” devido à idade. Nesta atividade o material utilizado foi um lenço em que uma criança colocava o lenço por detrás das costas da outra, sem que esta dê conta. Quando esta se apercebia tinha que tentar apanhá-la, ou seja, os jogadores, sentados no chão formam uma roda. Fora dela, outro jogador tem um lenço na mão e coloca-o atrás de um dos jogadores, sem que este se perceba. Enquanto a criança circula em volta da roda cantava: Leicinho da botica, Lá vai, lá fica Atr´s da Barriquira; Lencinho da botica, Lá vai, lá fica Atrás da Barriquita; Depois, o jogador deixa o lenço atrás das costas de uma das crianças que estão sentadas no chão. A criança que descobrir o lenço nas suas costas tem de correr atrás daquela que pôs o lenço. Se não a apanhar, ela ocupa o seu lugar na roda. Se a criança for apanha ou não descobrir o pano atrás das costas é considera galinha choca e vai para o meio da roda. A galinha choca é substituída quando outra criança ficar na mesma situação. Esta atividade teve como objetivos principais: 47 Desenvolver habilidades básicas de coordenação em situações variadas: o Desenvolver habilidades de coordenação manual; o Utilizar corretamente habilidades em situações de jogo; o Avaliar trajetórias, frequências e intensidades. Mas mais uma vez a atividade realizou-se dentro das expetativas e de uma forma saudável, pois houve muita diversão pelo meio. 24.07.2013- (Quarta-feira) Hoje o dia foi dedicado à preparação da prenda do dia dos avós, a mesma consistia na elaboração de uns pequenos fracos de cheiro. Todo este processo foi construído com material reciclado. Desta forma com a ajuda das educadoras e das auxiliares os alunos cortaram pedaços de tecido redondo. De seguida a alfazema colhida há uns dias atrás foi cortada e colocada dentro de uns pequenos fracos de vidro. Para finalizar utilizou-se o tecido redondo para cobrir o frasco de modo a tapar a alfazema para que esta pudesse ficar abafada para espalhar um belo cheiro. O resto do dia foi dedicado às histórias que as crianças tinham para partilhar sobre os avós. Durante a atividade não foram sentidas dificuldades, uma vez que todas as crianças colaboraram. Na minha opinião é sempre importante destacar o papel de cada elemento da família para as crianças, pois a nossa família agrega vários elementos: amigos, conselheiros, educadores, companheiros. Independente do papel que assumem, o avô e a avó continuam sendo figuras fundamentais no cuidar das crianças. 25.07.2013- (Quinta-feira) Hoje o dia iniciou-se com a distribuição das prendas para os avós, cada criança levou dois frascos (figura 41). No resto do dia as crianças, foram para o lar da Santa Casa onde puderam conviver com as pessoas mais idosas, ou seja, contar histórias, e tiveram ainda oportunidade de cantar música para os idosos. Durante a tarde foi oferecido no lar um pequeno lanche às crianças. Achei que este dia passou mais depressa, talvez por termos saído um pouco da rotina a que estamos acostumados, pois o facto de o lanche ser realizado fora da instituição ajudou bastante. Durante a atividade as crianças divertiram-se imenso, desta forma os idosos puderam também reviver o passado, contar aventuras vividas, anedotas, adivinhas e histórias. Aprende-se muito 48 com estes senhores cheios de conhecimentos vividos, pois costuma-se dizer que a idade traz a sabedoria. Figura: 41 Prenda (Dia dos Avos) Fonte: Própria 26.07.2013 – (sexta-feira) Dia dedicado à ciência, onde foi construído um pequeno vulcão com o objetivo de obtermos uma reação química. Houve ainda a oportunidade da realização de umas bolas saltitonas, (figura 42) as quais foram distribuídas por todos os alunos de jardim e CATL. Devido a estarmos a trabalhar com produtos químicos o grupo só teve a oportunidade de ver, mas o entusiasmo tomou conta das crianças. O resultado final do vulcão foi o pretendido pois ao juntarmos alguns produtos químicos, houve uma reação o que fez com que o nosso mini vulcão lançasse lava para fora. Infelizmente o resultado das bolas não foi o melhor, pois houve um pequeno erro com as medições. Mesmo assim conseguimos dar a volta e obter pequenos pega-monstros, todas as crianças ficaram encantadas com o resultado final. Para que os resultados das bolas tivesse sido o pretendido deveríamos ter feito um pré-teste para ver o resultado final, mas no geral a atividade correu bem e deu para mostrar às crianças que com pequenas coisas podemos obter resultados muito engraçados. Figura 42: Bolas Saltitonas Fonte: Própria 49 5º Semana 29.07.2013 – (Segunda – feira) Estamos cada vez mais próximo do mês de Agosto o que faz com que muitas crianças vão de férias, então juntaram-se as crianças num grupo só e assim o dia foi dedicada à ginástica, pois a atividade física faz bem em todas as idades. Durante esta atividade foram praticados vários exercícios como por exemplo, futebol, danças e corridas. Não houve grandes dificuldades na realização desta atividade, pois todas as crianças ali presentes gostavam de exercício físico e o facto de ter sido realizada ao ar livre foi muito gratificante. Na minha opinião esta foi uma das atividades mais fáceis de realizar pois as crianças estavam totalmente dentro do assunto. 31.07.2013 – (Quarta-feira) Hoje mais uma vez a atividade do dia foi Piscinas. Como tal foram tomadas as devidas precauções colocação de protetor solar, e as crianças foram dirigidas para o alpendre onde se encontra a piscina à disposição as mesmas. Enquanto as crianças apanhavam sol e brincavam na piscina, foi colocada música de modo a formar um ambiente mais contagiante. Na minha opinião a atividade decorreu bem, uma vez que já estava a ser repetida mais do que uma vez. 3.10 - 2.ª Sessão Após ter tido experiência com crianças da creche, o período de 5 de Agosto e 9 de Agosto foi dedicado às crianças da sala Arco-íris, com a educadora cooperante Cláudia Tavares. Esta experiência foi um pouco curta devido ao facto da maior parte das crianças do Jardim se encontrarem de férias. 3.10.1 -Caraterização do Grupo Este grupo é constituído por 25 alunos, 15 elementos do sexo feminino e 10 elementos do sexo masculino.Segundo informações retiradas de um documento fornecido pela educadora titular, as crianças são oriundos de famílias equilibradas, quer familiar, quer financeiramente. O seu nível socioeconómico caracteriza-se, maioritariamente, entre o nível médio e o nível médio alto, tendo em conta que a maioria dos encarregados de educação possui um curso superior e exerce-o na profissão. 50 Em termos culturais é uma turma interessada no ambiente que a rodeia e apoiada pelos familiares que se interessam pelo futuro dos seus filhos. A maioria das crianças tem pelo menos um irmão, havendo alguns alunos que não têm irmãos. Após uma análise global da prestação dos alunos em sala de aula, pôde-se constatar que é um grupo bastante interessado e motivado para a aprendizagem. A maioria dos alunos consegue manter a concentração da atenção, havendo apenas três criança mais irrequietas, mas com um comportamento aceitável 3.10.2 - Caraterização do Espaço A sala do Arco-Iris (figura 43), está situada na parte do jardim de infância, sendo chamada a sala do meio, ou seja, esta encontra-se entre a sala dos Sorrisos e a sala Linda, perto da cantina, o que faz com que, por vezes, as crianças não se consigam abstrair do que se passa lá fora. As mesas e cadeiras dos alunos são feitas de madeira, assim como o armário da sala. As paredes estão ocupadas por placares onde são colocados os trabalhos das crianças. Figura 43: Sala Arco – Iris Fonte: Própria 3.10.3 - Horário No horário estão contempladas as atividades realizadas ao longo dos dias. De seguida, apresento, no quadro 10, o horário integral do grupo. 51 Quadro 10 – Horário Sala Arco – Iris Fonte: Própria Dias da Semana Segunda- Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Feira Horas 7h45min- Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento 9h30min no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua 9h30- Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 10h00mi- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 10h30 Manhã Manhã Manhã Manhã manhã 10h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 12h00min Programada Programada Programada Programada Programada 12h00- Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço 13h00min- Visualização Visualização Visualização Visualização Visualização 15h00min de Filme de Filme de Filme de Filme de Filme 15h-16h Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 16h- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 16h30min Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde 16h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 17h00min Programada Programada Programada Programada Programada 17h00min- Hora de Hora de Hora de Hora de Hora de 19h00min Brincar Brincar Brincar Brincar Brincar 10h00min 13h00min 3.10.4 - Relatos Diários 6º Semana 05.08.2013 (Segunda-feira) Começou hoje uma nova semana, e tal como foi referido anteriormente mudei de sala, ou seja, passei da creche para o jardim-de-infância. A adaptação não foi difícil visto já conhecer maior parte das crianças de jardim, como também as educadoras e as auxiliares. Assim o dia foi dedicado a uma visita à biblioteca municipal do Sabugal. A 52 visita começou com a visualização de um filme “Madagascar” (figura 44), é um filme de animação gráfica norte-americano lançado em 2005. O filme conta a história do leão Alex e os seus melhores amigos, a zebra Marty, a girafa Melman e a hipopótomo, sempre passaram a vida em cativeiro e desconhecem o que é morar na selva. Após a visualização do filme os alunos dirigiram-se para uma grande sala cheia de livros (figura 45), onde puderam explorar todo o tipo de livros e tiveram a oportunidade de ouvir varias histórias contadas por nós. Na minha opinião esta atividade correu muito bem, pois não houve percalço nenhum e as crianças divertiram-se imenso. Figura 44: Visualização do Filme Fonte: Própria Figura 45: Visita à Sala dos Livros Fonte: Própria 06.08.2013 (Terça-Feira) Hoje e mais vez com um dia muito quente, as crianças passaram o dia na praia fluvial do Sabugal, uma vez que o percurso entre a instituição e o rio os elementos da turma foram organizados e levados a pé ate lá. Desta forma as crianças puderam desfrutar de mais um belo dia de sol e calor, com muita diversão, alergia e brincadeiras saudáveis por parte de todos os elementos envolvidos. As crianças adoraram tal como da outra vez. 07.08.2013 (Quarta-Feira) Hoje os alunos foram divididos em grupos de 5 elementos, para a realização da Caça ao tesouro (anexo 7), de acordo com J.M. de Carvalho (Noesis, 1999) uma caça ao tesouro consiste num conjunto de questões que podem ser respondidas através da descoberta de pistas. 53 Assim foi pedido às quatro estagiárias e a uma auxiliar, para liderarem o grupo, com o objetivo de ler o enunciado às crianças para que estas pudessem descobrir as pistas pouco a pouco. A caça ao tesouro consistia em andar pelos vários sítios da instituição com a finalidade de descobrirem as pistas, com a ajuda do pessoal envolvente. A pista a ser descoberta era uma pequena bola de plástico que continha uma letra dentro, com o objetivo de formar a palavra final que iria indicar o sítio onde se encontrava o tesouro escondido. Apos encontradas todas as bolas, o papel da líder de grupo era ajudar a formar a palavra, “PARQUE RUA”, local onde se encontrava o tesouro escondido. Neste jogo não houve vencedores nem perdedor, pois todas as equipas ganharam e divertiram, o prémio final era um saco cheio de doçarias que foi repartido por todas as crianças. 08.08.2013 (Quinta-Feira) Hoje houve novamente uma pequena deslocação, desta vez, ao posto da G.N.R do Sabugal, onde fomos muito bem recebidos pelo Agente Vinhas. Nesta visita as crianças tiveram a oportunidade de visitar o posto tendo ainda vários objetos/instrumentos à sua disposição entre eles um carro da escola segura, um jipe, duas motos e ainda dois pares de algemas (figura 46). As crianças puderam mexer e montar nas motos/carros com ajuda de alguns agentes da autoridade que estavam à sua disposição. A parte que as crianças mais gostaram foi quando ouviam a sirene das motos/carros. Esta atividade correu dentro das nossas expetativas, visto que as crianças se divertiram imenso. Figura 46: Motos da G.N.R Fonte: Própria 54 09.09.2013 (Sexta-Feira) Hoje o dia foi dedicado à leitura. No dia anterior tinha sido pedido às crianças que trouxessem um livro à sua escolha, para compartilhar com os colegas. Logo pela manhã, à medida que os pais iam trazendo as crianças encontrava-se à entrada da sala uma mesa coberta de um pano preto, com a finalidade de todos os livros trazidos serem lá colocados (figura 47). Após a chegada de todas as crianças e a realização do lanche da manhã, demos início à nossa atividade. Na sala estavam presentes as três turmas do jardim-de-infância e uma turma de creche, estavam ainda presentes além de mim, cinco auxiliares, três educadoras de infância e uma outra estagiária. Estas encontravam-se distribuídas pela sala com a finalidade de contar /ler as histórias aos pequenos grupos de crianças que iam aparecendo. Cada criança era livre de escolher o livro que quisesse. Na minha opinião esta atividade teve um feedback muito positivo, visto que houve elementos a trazer mais do que um livro, e prestaram toda muita atenção durante a leitura das histórias. Esta atividade durou todo o dia, tendo as suas pausas habituais (rotinas diárias). Figura 47: Exposição de Livros (Sala dos Sorrisos) Fonte: Própria 3.11 - 3.ª Sessão O período de 11 de agosto a 23 de agosto, foi um dos períodos mais confusos do estágio, pois como nesta altura muitas das crianças se encontram de férias, em cada turma encontravam-se um o máximo de 5/6 crianças por dia, o que se faz com que se torne desmotivador para as crianças e até para as próprias educadoras. Para resolver este problema, as educadoras em consenso com a Diretora, decidiram juntar as crianças destas três salas mais os alunos de CATL, uma vez que o plano de atividades era o 55 mesmo. No final estas crianças formavam um total, em média, de 25 crianças por dia, com as educadoras cooperantes Liliana Cordeiro, Carla Botas e Cláudia Tavares. 3.11.1 - Caraterização do Grupo Este grupo era constituído por vinte e cinco crianças. No mesmo, existiam crianças de diversas idades, sendo o aluno mais velho pertencente ao CATL (13 anos), e o mais novo da sala (4 anos). Em termos culturais, era um grupo interessado pelo ambiente que o rodeava, um pouco faladores, ainda que trabalhadores, gostavam muito de se ajudar uns aos outros. Em termos gerais era um grupo homogéneo, realizando as tarefas que lhes eram pedidas. É de referir que por norma as crianças do CATL se distraem com mais facilidade no decorrer das atividades. No geral, pode-se afirmar que o grupo era bastante divertido e simpático. 3.11.2 - Caraterização do Espaço A sala escolhida para este período foi a sala dos Sorrisos (figura 48). Tem seis janelas viradas para o parque da instituição. O mobiliário é composto por várias mesas e cadeiras, um armário de madeira onde a educadora guarda os livros e o material escolar. Numa das paredes há um quadro interativo, há ainda uma parede onde está afixado um painel que é utilizado para colocar os trabalhos dos alunos. Figura48: Sala dos Sorrisos Fonte: Própria 56 3.11.3 - Horário No horário que apresenta estão contempladas as atividades realizadas ao longo dos dias. De seguida, apresento no quadro 11 o horário integral do grupo. Quadro 11– Horário do Grupo ( Sala dos Sorrisos) Fonte: Própria Dias da Semana Horas Segunda- Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Feira 7h45min- Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento Acolhimento 9h30min no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua no parque rua 9h30- Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 10h00mi- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 10h30 Manhã Manhã Manhã Manhã manhã 10h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 12h00min Programada Programada Programada Programada Programada 12h00- Almoço Almoço Almoço Almoço Almoço 13h00min- Visualização Visualização Visualização Visualização Visualização 15h00min de Filme de Filme de Filme de Filme de Filme 15h-16h Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre Tempo Livre 16h- Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da Lanche da 16h30min Tarde Tarde Tarde Tarde Tarde 16h30min- Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade 17h00min Programada Programada Programada Programada Programada 17h00min- Hora de Hora de Hora de Hora de Hora de 19h00min Brincar Brincar Brincar Brincar Brincar 10h00min 13h00min 57 3.11.4 - Relatos Diários 7º Semana 12.09.2013 (Segunda – Feira) Esta semana começou com uma atividade muito importante. O tema utilizado foi a “importância da água”. A água, assim como o Sol, é um recurso natural indispensável à vida no planeta Terra. Possui um enorme valor económico, ambiental e social, fundamental à sobrevivência do Homem e dos ecossistemas no nosso planeta. As primeiras formas de vida surgiram nos oceanos há cerca de 4 milhões de anos. A água é fundamental porque é um recurso natural único, escasso e essencial à vida de todos os seres vivos. Por muitos milhares de anos, subsistiu a ideia de que a água era um recurso infinito, esta ideia tinha como base a abundância deste recurso natural na Natureza. Esta atividade foi dirigida pela educadora Rute, que começou por colocar umas pequenas perguntas sobre o tema, as quais foram respondidas pelas crianças sem problemas. Passando depois para a explicação do ciclo da água com a ajuda de uma pequena apresentação/imagem (anexo 8). No final da atividade as crianças tiveram a oportunidade de realizar vários jogos educativos acerca do tema “água”. Estes jogos encontram-se disponíveis na internet, com o objetivo de sensibilizar as pessoas de alguma forma. 13.09.2013- (Terça –feira) Karaoke foi a atividade praticada no dia de hoje, o mesmo, foi inventado por Daisuke Inoue (nascido em 10 de maio de 1940 em Osaka), que em 1971 montou e alugou os primeiros 11 aparelhos para bares em Kobe (recebeu por isso em 2004 o prêmio IgNobel da Paz). Infelizmente ele não apresentou a sua invenção e os aparelhos, fitas de reprodução e os CDs foram logo feitas pela indústria do entretenimento. O material para a realização desta atividade foi cedido por mim, tive também a oportunidade de escolher as músicas que as crianças cantaram. Visto que a maioria das crianças ali presentes não sabiam ler, passava o videoclipe das músicas no quadro interativo da sala facilitando a sua apreensão pelas crianças. Crianças são aprendizes 58 rápidos. Basta olhar ao redor, e os cérebros estão trabalhando, e eles estão aprendendo. Cantar músicas de karaoke é muito divertido não só para adultos, mas também para as crianças (figura 49). Na minha opinião esta atividade correu bastante bem, uma vez que durou todo o dia havendo os intervalos necessários. Ao final da tarde houve ainda a oportunidade da realização de um pequeno baile, proporcionado pelo bom ambiente. Figura 49: Um dos micros utilizado Fonte: Própria 14.08.2013- (Quarta-feira) Hoje e mais vez as crianças passaram o dia na praia fluvial do Sabugal (figura 50). Desta forma as crianças puderam desfrutar de mais um belo dia de sol e calor, com muita diversão, alegria e brincadeiras saudáveis por parte de todos os elementos envolvidos. Esta atividade correu bem visto ser já uma atividade varias vezes repetida, as crianças adoram tal como das outras vezes. Figura 50: Praia Fluvial do Sabugal Fonte: Própria 16.08.2013 – (Sexta-feira) 59 Teatro foi a atividade do dia (figura 51). O teatro utilizado em sala de aula, é de suma importância para construção do conhecimento do aluno, considerando-o como um ser que pensa, sente e faz. Como a escola é um espaço de conhecimento, o ensino da arte é fundamental para o desenvolvimento da perceção criativa da criança. A peça escolhida foi o “ Capuchinho Vermelho” (anexo 9) visto que a história ensina os mais pequenos que a curiosidade leva à desobediência, e essa, pode colocar-nos na maior parte das vezes em algumas aventuras menos engraçadas. Esta atividade correu dentro das nossas expetativas, e permitiu constatar que o desenvolvimento da criatividade e a transmissão de sentimentos e emoções, são inerentes à sensibilidade da criança. Figura 51: Teatro (material) Fonte: Própria 8º Semana 19.08.2013- (Segunda-feira) Hoje o dia começou com a realização de vários jogos educativos que estão disponíveis na sala, de seguida passou-se para uma pequena sensibilização realizada pelo Enfermeiro Joaquim. O tema escolhido foi os “perigos do sol”, uma vez que as crianças, quanto mais jovens, mais sensíveis são ao sol, porque a sua pele é mais frágil. Queimaduras solares sofridas em criança duplicam a hipótese de vir a desenvolver-se cancro cutâneo na idade adulta. O perigo de cancro cutâneo começa com a primeira exposição ao sol e os efeitos nocivos acumulam-se ano após ano. O enfermeiro 60 começou por apresentar uma pequena comunicação onde mostrava, de uma forma muito simples, os perigos do sol às crianças. De seguida mostrou-se disponível para responder a algumas dúvidas que as mesmas podiam ter. A atividade em geral correu bem, visto que as crianças se mostraram bastantes interessadas durante a apresentação. 20.09.2013/21.08.203 – (Terça-feira/Quarta-feira) Estes dois dias, foram passados na praia Fluvial de Quadrazais (figura 52). A saída foi realizada as 9h30min da manhã e a chegada às 17h00min. Durante o dia as crianças tiveram a oportunidade de desfrutar de dois belos dias de sol. A praia fluvial aparentava águas límpidas de nível baixo, com margens relvadas e arborizadas, tornando o local ideal para um dia bem passado. O facto de estes dias serem passados fora da Instituição fez com que se tornassem menos cansativos. Esta atividade correu na perfeição, uma vez que todas as crianças tiveram a oportunidade de molhar o pezinho e brincar de uma forma livre durante o dia no exterior. Brincadeiras em espaços exteriores desenvolvem crianças mais felizes, criativas e saudáveis permitindo-lhes ganhar diferentes competências. Figura:52 – Praia Fluvial de Quadrazais Fonte: Própria 22.09.2013 (Quinta-feira) Hoje o dia foi dedicado ao cinema, para esta atividade foram utilizadas duas salas: a sala dos Sorrisos e a sala do Arco-íris (figura 53). Nestas salas estavam 61 disponíveis dois filmes, “Branca de Neve e os Setes Anões” (anexo10) e “Alvim e Esquilos” (anexo 11). As crianças tinham a oportunidade de escolher qual dos filmes queriam ver, para isso só tinham de levantar o seu bilhete na bilhetaria que estava montada à porta da sala dos Sorrisos. À entrada da sala estava colocado um cartaz, para que pudesse ser identificado em qual das salas iriam passar o filme escolhido “Branca de neve e os sete anões” foi o filme que teve menos adesão, talvez por a maioria dos elementos presentes serem rapazes. Esta atividade poderia ser um pouco melhorada uma vez que poderia estar montada mesmo uma sala de cinema, não deixando de ser, no entanto, uma atividade bastante gratificante, visto que a visualização de vários filmes educativos, cativa a atenção e melhora a criatividade das nossas crianças. Figura 53: Visualização do Filme e Bilheteira Fonte: Própria 23.08.203 – (Sexta- feira ) Para terminar esta etapa e de acordo com o plano de atividades elaborado, hoje o dia foi dedicado às caminhadas de bicicleta e triciclos. De acordo com a cardiopediatra e médica Dra. Silvana Vertematti, a prática do ciclismo constitui um exercício completo, repleto de benefícios físicos e psicológicos, ou seja, o ciclismo é um exercício de intensidade moderada, contribuindo para o desenvolvimento motor da criança. 62 Uma vez que a instituição não tinha à disposição de bicicletas para todos os elementos, foi pedido aos pais, no dia anterior, se podiam dispensar a própria bicicleta dos filhos, para serem utilizadas na atividade. A adesão/disponibilidade por parte dos pais foi surpreendente, uma vez que a maioria dos elementos estava a utilizar a sua própria bicicleta (figura 54). As crianças tiveram a oportunidade de andar durante toda a manhã por toda a instituição, acompanhados em cada local pelas respetivas responsáveis. No geral esta atividade correu dentro das expetativas uma vez que a participação foi enorme e as crianças sentiram livres e muito contentes. Figura 54: Bicicletas e algumas crianças Fonte: Própria 3.12 - 4.ª Sessão De 26 de agosto ao 30 de agosto, foi o período dedicado à preparação e pesquisa bibliográfica assim como realização do relatório, visto que a instituição se encontrava fechada nesta semana para uma desinfestação geral e preparação do novo ano letivo. 3.13 - 5.ª Sessão A fase final do estágio, de 2 a 9 de setembro, foi dedicada às crianças da sala Linda, com a educadora cooperante Carla Botas. Durante este tempo tive a oportunidade de conviver com crianças do 4/5 anos, com a finalidade da preparação do ano letivo que começou a 9 de Setembro. 63 3.13.1 - Caraterização do Grupo O grupo dos 4/5 anos é constituído por 20 elementos, 14 raparigas e 6 rapazes. O grupo respeitante ao ano letivo de 2013/2014, é um grupo homogéneo no que concerne a comportamentos e atitudes. Alguns membros têm alguma dificuldade em manter o silêncio e a concentração durante a realização das atividades e, também, em manter uma postura correta no decorrer das mesmas. No entanto, a maioria dos elementos do grupo revela um grau de calma e de sociabilidade adequado ao grau de ensino em que se encontra. Neste grupo encontra-se uma criança portadora de Trissomia 211. 3.13.2 - Caraterização do Espaço A sala Linda (figura 55) é a última do jardim-de-infância e é uma sala com bastante luz. Tem seis janelas, e uma porta de vidro que dá acesso para o parque. Nesta sala, os móveis, as cadeiras e as mesas são, maioritariamente, de madeira, havendo também cadeiras de plástico com várias cores. As paredes da sala são brancas onde estão colocados vários placards que são utilizados pela educadora para afixar trabalhos realizados pelos alunos ao longo das semanas. Existe, também, um computador e um rato de brincar . A sala está organizada de maneira a proporcionar às crianças um ambiente facilitador, uma vez que é uma sala bastante acolhedora. Figura 55: Sala Linda Fonte: Própria 1 1 . A trissomia 21, ou síndrome de down, foi descrito pela primeira vez, com pormenor, por um médico inglês, John Longdon, em 1866, sendo uma patologia (alteração) congénita, que causa um atraso no desenvolvimento físico e intelectual, podendo surgir em qualquer família, em pais de qualquer faixa etária, raça, religião ou estrato social, tanto no primeiro filho como em irmãos. 64 3.13.3 - Relato Semanal 02.09.2013 a 09.09.2013 Durante esta semana iniciei a última etapa do meu estágio, e consistiu na preparação do ano letivo 2013/2014. Regressar à escola é um recomeço, um momento em que todas as esperanças fazem sentido, em que os sonhos se constroem de dia e o mundo parece repleto de oportunidade. No início tentei aproximar-me das crianças, uma vez que a turma se encontrava completa, e havia alguns elementos com quem eu nunca tinha tido contato. Ao logo da semana, a educadora da sala foi-me propondo a realização de algumas tarefas, como por exemplo: i) “Mapa de atividades” (Figura 56) o qual servirá para que cada criança possa colocar, diariamente, a atividade realizada ao longo do dia; ii) “ Mapa do Tempo”,(Figura 57) que servirá para que ao longo do ano todos os elementos da turma tenham a hipótese de colocar diariamente a meteorologia e por fim iii) “ Mapa das presenças” ( Figura 58) ,onde cada aluno coloca uma cruz no seu nome sempre que comparece nas aulas. Durante este período procedeu-se também à arrumação e organização da sala. Ao longo da semana tentei ainda criar uma atividade minha, e para tal sugeri à educadora da sala, a construção de um balão de aniversários (figura 59),com a finalidade de representar os aniversários dos elementos da turma. A ideia teve uma boa receção por parte da educadora disponibilizando todo o material (balões, cola- branca, tesouras, jornais, sacos, velas e cartolinas) necessário. A técnica utilizada neste balão foi a moldagem, infelizmente e com muita pena minha não consegui concluir a tarefa uma vez que a mesma era trabalhosa e demorada, e o tempo era escasso. Futuramente este balão ficará pendurado no teto da sala, com a finalidade de identificar os vários aniversariantes. Lidar com crianças todos os dias é uma oportunidade única. Estes seres pequenos tem o dom de nos fazer sorrir, mesmo quando parece que tudo está errado. 65 Figura:56 – Mapa de Atividades Fonte: Própria Figura:57 – Mapa do Tempo Fonte: Própria Figura. 58 – Mapa de Presenças Fonte: Própria 66 Figura:59 – Construção do Balão de Aniversários Fonte: Própria 67 4. CONCLUSÃO No currículo do CET - Acompanhamento de Crianças e Jovens no Instituto Politécnico da Guarda, a unidade de formação denominada Estágio foi, sem dúvida, um dos momentos mais esperados e valorizados ao longo do mesmo, em virtude de permitir uma constante aprendizagem e crescimento profissional. Formosinho (2001, pg. 50) carateriza a Prática Pedagógica como a componente curricular da formação de professores cuja finalidade explícita é iniciar os alunos no mundo da prática docente e desenvolver competências práticas inerentes a um desempenho docente adequado e responsável. Para este autor, esta é a fase da prática docente acompanhada, orientada e refletida que serve para proporcionar ao futuro professor uma prática de desempenho docente global, em contexto real, que permita desenvolver as competências necessárias a um desempenho consciente, responsável e eficaz. Deste modo, a Prática Pedagógica é um dos componentes fulcrais no processo de formação de profissionais na área da educação e deve ser encarada como um fator de aprendizagem e de crescimento do próprio sujeito. Como futura Técnica de Acompanhamento de Crianças e Jovens não pude deixar de me sentir uma “docente” durante o decorrer do estágio. A Prática Educativa visa uma forte articulação entre a teoria e a prática. Proporciona não só a integração de aprendizagens feitas das diferentes componentes curriculares de cursos, mas também as minhas aprendizagens. Aliado a isto, realço a oportunidade de aprender a transformar esses saberes disciplinares em saberes profissionais que orientaram o meu estágio profissional no dia-dia. Muitas das aprendizagens realizadas ao longo da formação foram por descoberta e associadas à resolução de problemas com os quais se teve que lidar por diversas vezes. Como estagiária, começo a ter consciência de como vai ser a minha vida profissional e tento entender e relacionar o que aprendi na teoria com o que vivo na prática, embora seja um pouco complicado. Ao longo do estágio, fui ouvindo, por parte das educadoras cooperantes, que os principais objetivos do estágio eram a aplicação de competências e os conhecimentos adquiridos a um contexto prático, o participar numa série de experiências práticas, o “sentir na pele”, o tomar consciência das áreas mais fortes e aquelas que precisam de mais aperfeiçoamento e ainda uma visão mais realista de como será a integração na vida ativa. Posso já referir que o estágio profissional, no geral, e a elaboração deste relatório em particular,me ajudou a desenvolver competências reflexivas. É certo que nem sempre de uma maneira fácil e 68 imediata, mas com acompanhamento e apoio das educadoras e auxiliares cooperantes, bem como com a ajuda da Professora Doutora Rosa Tranca, docente orientadora, que me foi possível experimentar várias situações e refletir sobre as minhas práticas de uma forma mais crítica, tornando-me mais capaz de analisar as minhas escolhas, decisões, sucessos e insucessos. A oportunidade de trabalhar em equipa e o diálogo entre todos foi determinante para mim, principalmente quando me transmitiam de forma gradual essa capacidade para refletir de forma crítica. É importante sermos capazes de usar estratégias e recursos próprios que nos levem progressivamente a ser observadores reflexivos, participantes reflexivos e prático-reflexivos. Para terminar, em jeito de conclusão, o Estágio e a elaboração deste relatório tornou-me mais responsável, deu-me um olhar mais cuidado para a realidade e fez-me refletir de forma crítica e fundamentada. Fez, por outras palavras, com que crescesse bastante enquanto pessoa e, sobretudo, enquanto futura profissional. É assim com a sensação de dever cumprido que termino, esta minha caminhada, estou certa, que me trará gratas recordações, pois a experiência vivida este ano foi bastante interessante. 5. Limitações deste trabalho Todo o trabalho diferente daquele a que estamos habituados, causa estranheza e dificuldades iniciais. Procurando superar essas dificuldades, procurei responder ao desafio da elaboração do presente relatório, não pude esquecer que como afirma Sá Chaves (2000) este documento captura o crescimento e a mudança do formando ao longo do tempo; é uma peça única”, ou seja, a capacidade de criticar construtivamente, analisar e refletir são essenciais para o conhecimento do ser humano sobre si próprio e para o mundo que o rodeia. É considerando a globalidade e complexidade dos fenómenos sociais, que se exige uma intervenção social cada vez mais urgente, pelo que o papel do técnico de acompanhamento tem vindo a assumir uma maior importância na sociedade. No caso da Santa Casa da Misericórdia é importante que o técnico possa dar resposta às solicitações do serviço, que realize tarefas e atividades de animação, que seja capaz de estimular e cativar a motivação das pessoas/crianças ou grupo para uma determinada ação. A sensação de que ainda tenho um longo caminho de aprendizagem destas matérias a percorrer deve-se precisamente à falta de tempo para abarcar tantas e tão necessárias matérias. Confesso que por vezes foi difícil disciplinar-me para poder levar a bom porto algumas das tarefas e que o cansaço nem sempre correspondeu à vontade de fazer mais e melhor. 69 6. Novas Pesquisas Ao longo deste ano, pude aperceber-me que um profissional na área da educação tem de estar permanentemente informado e atualizado para que possa capacitar-se de conhecimentos e, por sua vez, de estratégias que melhor se adaptem à sua realidade educativa que estará em constantes mudanças. Por isso, julgo ser importante nunca deixar de ser uma profissional que quer sempre aprender mais. A valência que me deixou mais cativada foi a creche, talvez por serem crianças com idades menores. Como refere Vitor Hugo Cada criança que se ensina é um Homem que se conquista. Assim espero, com o meu trabalho, contribuir para um mundo melhor em que todos saibamos comunicar ideias. Segundo Gervilla (2003) a função do profissional é bastante complexa e normalmente o currículo formativo do futuro profissional parece estar mais centrado nas respostas do que nas perguntas, nas soluções estereotipadas do que no questionamento das mesmas, nos programas acabados e não na elaboração autónoma de alternativas fundamentadas, na ocultação de problemas e não na relevância dos mesmos, na simplificação reducionista frente à realidade adversa, no mimetismo repetitivo do que no afrontamento da ambiguidade, na segurança frente ao risco, no conhecido frente ao inovador. É fundamental que na minha integração, na vida ativa, que seja capaz de fazer mais, de inovar, de produzir novas ideias e estratégias. Ser inovador e estar preparado para a mudança leva-nos a perceber e a reconhecer que a criatividade tem um papel muito importante na sociedade atual, e que não nos devemos limitar a fazer o que os outros já fizeram. Espero tornar-me numa profissional crítica, criativa e aberta através de sucessivos projetos onde me quero envolver, criando contextos que tenham valor educativo. 70 7. BIBLIOGRAFIA Astier, Isabelle (2009). Les transformation de la relation d’aide dans l’intervention sociale, in Informations Socials, 2009/2, nº 152. Branco, Francisco (2008). Acção Social, individuação e cidadania. A construção do acompanhamento social no contexto do Estado Social, Revista Cidade e Território, nº17, Lisboa. Carneiro, Maria do Rosário Amaro da Costa (coord.) (1997), Crianças em Risco. Lisboa: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Campanini, Annamaria; Luppi, Francesco (1996). Servicio Social y Modelo Sistémico. Barcelona : PaídosCarvalho , J.M ( Nuesis, 1999) Department of Health (2000). Guidance on the Assessment Framework. London: DoH.(Internet Website:http://www.open.gov.uk/doh/quality.htm). Feideration of Social Work ( IFSW) (2005). 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As atividades serão desenvolvidas em consonância com programa anual da Instituição, assim como das diferentes faixas etárias. Pretendo desenvolver atividades que estimulem a criança, a nível cognitivo (desenvolvendo assim a capacidade de raciocínio), físico (motricidade grossa, motricidade fina, coordenação e equilíbrio), psicológico (auto consciência, auto estima, autoconfiança), social (interação social), linguístico, (vocabulário), emocional (partilha de sentimentos), entre outros. Irei introduzir atividades de expressão, dramática, plástica e musical. o Anexos Anexo 1 - Folhas de Presença Anexo 2 - Ornograma) Anexo 3 - Canção -Bom- Dias Anexo 4 - Canção – Comboio dos Meninos Anexo 5 - Autorização de Saída – PANDA Anexo 6 - Aviso aos Pais – PANDA Anexo 7 - Caça ao Tesouro Anexo 8 - Imagem utilizada para a explicação do ciclo da água Anexo 9 - Peça- Capuchinho Vermelho Anexo 10 - Filme (cartaz) – Branca de Neve Anexo 11 - Filme (cartaz) – Alvim e os Esquilos Anexo 12 - Folhas de Presença – Sala Mestre André Anexo 13 - Regulamento – Centro Riba Côa Anexo 1 (Folhas de Presenças) Anexo 2 ( Organograma da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal) Organograma da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Fonte: Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Anexo 3 Canção ( Bons –Dias ) Canção (BONS – DIAS) Bom Dia, Bom Dia Bom Dia a toda a Gente... eu hoje vim à escola, por isso estou contente! De manhã, quando aqui chego saltitando alegremente eu venho desejar um BOM DIA a toda a gente. BOM DIABOM DIA BOM DIA A TODA A GENTE Anexo 4 Canção (Comboio dos Meninos ) “O comboio dos meninos” O Comboio dos meninos, vai partir, vai, vai, Quem se atrasa fica em casa e de lá não sai (bis) Uh, Uh, Uh!. Uh, Uh, Uh!. Lá vai ele adeus, adeus, O comboio diz Quem se atrasa fica em casa, e achata o nariz (bis) Uh, Uh, Uh!. Uh, Uh, Uh!. Pouca terra, pouca terra, O comboio diz Quem se atrasa fica em casa, e achata o nariz (bis) Uh, Uh, Uh!. Uh, Uh, Uh! Anexo 5 (Autorização – (PANDA)) Anexo 6 ( Aviso aos pais ( PANDA)) Anexo 7 (Caça ao Tesouro) Anexo 8 (Imagem Utilizada para a Explicação do Ciclo da Água) Anexo 9 (Peça de Teatro ( Guião)) 1º Ato Cap. Vermelho: Olá! Eu sou o Capuchinho Vermelho e tenho 10 anos! Mãe: Olá, e eu sou a mãe e tenho trinta anos! Pai : Olá! Eu sou o pai e tenho quarenta anos! Avo: Olá! E eu sou avozinha do capuchinho vermelho e tenho 80 anos! CENA 1 Cap. Vermelho: Eu vivo na casa da vila com a minha mãe e com o mau pai! Avó: Eu vivo numa cabana no meio da floresta. CENA 2 Capuchinho Vermelho: Hoje, sinto-me bem e feliz! Mãe: Eu também. Avó: Oh! Eu não me sinto nada bem. (Assim que a avó sai de cena ) Cap. Vermelho: O que é que levas aí, mamã? Mãe: Uma cesta com algumas bolachas e rebuçados. Cap. Vermelho: Para quem é? Mãe: - Para a tua avó. Hoje, ela não se está a sentir bem. Cap. Vermelho: Posso ir levar-lha? Mãe: Sim. - Vai vestir a capa vermelha, põe o chapéu vermelho e a saia vermelha. - E segue o caminho que vai direitinho à cabana e não fales com estranhos. Cap. Vermelho: Está bem , mamã. CENA 3 A personagem entra em sentido contrário ao que saiu Cap. Vermelho: Que lindas flores! Uma flor vermelha, uma flor azul e uma flor amarela. (Apanha as flores) Lobo: Bom dia! Cap. Vermelho :Oh! Bom dia. Lobo :Quem és tu? Cap. Vermelho :Sou a Capuchinho Vermelho. Lobo : O que é que tens nesse cesto? Cap. Vermelho: Algumas frutas, um frasco de doce, um bolo e pão caseiro. Lobo : Para quem levas essas maravilhas? Cap. Vermelho: Para a minha avozinha. Ela não se sente muito bem. Lobo : Onde é que ela vive? Cap. Vermelho: Numa cabana no meio da floresta. (O lobo sai a correr. A Capuchinho sai pelo mesmo lado saltitando feliz de felicidade) 2º Acto Cenário: um quarto com uma cama e um armário Avó : Quem é? Lobo : O Capuchinho Vermelho. Avó : A porta está aberta. Entra (O Lobo e a avó lutam. A avó foge saindo por uma das portas que pode ser decorada de forma a fazer lembrar um armário. Ao sair, deixa cair a sua touca). Ah! Ah! Ah! Agora ponho a touca da avó e deitome na cama dela. (Ouve-se alguém bater à porta) Lobo : Quem é? Cap. Vermelho: Sou eu o Capuchinho Vermelho. Lobo : Podes entrar, querida. A porta está desfechada. (A Capuchinho entra) Cap. Vermelho: Já te sentes melhor, avozinha? Lobo : Não, querida. Sinto-me muito fraca. Cap. Vermelho: Trouxe um bolo que a mamã fez. Vou fazer um chá. Vais sentir-te muito melhor. Lobo : Primeiro dá-me um beijinho. Tenho muitas saudades tuas. (Capuchinho aproxima-se da cama) Cap. Vermelho: Que grandes orelhas tu tens avozinha! Lobo : É para te ouvir melhor, minha querida! Cap. Vermelho: Que grandes olhos tu tens, avozinha! Lobo : São para te ver melhor, minha querida! Cap. Vermelho: Que grandes dentes tu tens, avozinha! Lobo : São para te comer melhor, minha querida! (O lobo salta da cama) Cap. Vermelho: Socorro! Socorro! Ajudem-me, por favor! (Entra um caçador que agarra o lobo e o enfiadentro de um saco). Caçador: Onde está a tua avó? Cap. Vermelho: Não sei. (Ouve-se um barulho vindo do armário. O caçador vai abri-lo. A avozinha sai de lá. Capuchinho corre para ela. Abraçam-se) Avó e Cap. Vermelho: Muito obrigado caçador. Tu salvaste-nos. FIM!!!! Anexo 10 (Filme (CARTAZ) – Branca de Neve ) Anexo 11 (Filme (CARTAZ) – Alvim e os Esquilos ) Anexo 12 ( Folhas de Presenças- Sala Mestre André) 2ºF 3ºF 4ºF 5ºF 6ºF 2ºF 3ºF 4ºF 5ºF 6ºF Anexo 13 ( Regulamento – Centro Riba Côa) CENTRO INFANTIL RIBA – CÔA INTERNO Santa Casa da Misericórdia do Sabugal R E G U L A M E N T O Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Capítulo I Geral Artigo 1º 1. O Centro Infantil Riba Côa é uma instituição particular de assistência à infância e constitui uma valência da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal. Esta valência divide-se em dois sectores: A) Creche destinado a crianças dos três meses aos três anos; B) Pré-escolar destinado a crianças dos três anos até à idade de ingresso no 1º ciclo do Ensino Básico. Artigo 2º 1. Objectivos do regulamento: O presente REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO visa: A) Promover o respeito pelos deveres e direitos das crianças e respectivas famílias; B) Assegurar a divulgação e o cumprimento das regras de funcionamento das valências indicadas. Artigo 3º 1. Objectivos da Creche e do Jardim de Infância: A) Promover o desenvolvimento integral e harmonioso da criança. Aproveitando todas as suas potencialidades e contribuindo para a sua socialização; B) Proporcionar um atendimento personalizado a cada criança em que haja uma estabilidade física e afectiva que contribua para o seu desenvolvimento bio-psicossocial; C) Desenvolver uma colaboração com a família através de uma partilha de cuidados e responsabilidades durante todo o processo de desenvolvimento e evolução da criança; D) Assegurar os cuidados de higiene adequados à idade das crianças; E) Realizar as acções de carácter sócio-cultural através do envolvimento de todas as gerações presentes no estabelecimento e das suas famílias e com impacto na comunidade local. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Capítulo II Funcionamento Artigo 4º 1. Horário de funcionamento e de actividades pedagógicas: Artigo 5º As crianças deverão entrar na Instituição até às 9h 30m, para que haja um melhor funcionamento quer nas actividades da sala, quer no trabalho de preparação do número de almoços. Artigo 6º Por motivos de segurança, a criança será recebida por uma ajudante de acção educativa e será entregue aos pais e/ou encarregados de educação. A criança será entregue a familiares, parentes, amigos ou outros, só com autorização e aviso prévio da parte dos pais e/ou encarregados de educação. Artigo 7º A criança pode receber visitas sempre que as mesmas não sejam prejudiciais para o bem-estar emocional da criança e que respeite o horário da Instituição bem como as rotinas da criança. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 8º Em qualquer passeio ou deslocação em grande grupo as crianças não autorizadas a participar pelos pais ou encarregados de educação, não poderão frequentar o Centro no dia em questão. Artigo 9º O Centro Infantil encerra em feriados nacionais e feriado municipal. Artigo 10º Em Agosto o Centro Infantil fechará uma semana para proceder à desinfecção do edifício, realização de pequenas obras que se considerem necessárias e preparação das salas de aula para o ano lectivo seguinte. Artigo 11º O centro Infantil poderá fechar o dia 24 de Dezembro e 31 de Dezembro. Em caso de fecho nestes dias, os encarregados de educação serão informados através de documento afixado à entrada do Centro Infantil. Capítulo III Admissão das Crianças Artigo 12º São condições de admissão: A) Ter idade entre 3 meses e 2 anos para a valência de Creche; B) Ter idade entre os 3 anos e os 6 para o Pré-Escolar. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 13º A admissão das crianças realiza-se até ao limite da lotação admitida no acordo de cooperação estabelecido com o Centro Distrital da Segurança Social da Guarda. O limite de lotação para a creche é de 64 crianças sendo apenas 50 comparticipadas pela segurança social. O limite de crianças para o Jardim-de-infância é de 50 crianças sendo também este o número comparticipado pela Segurança Social. Artigo 14º 1. No processo de admissão será dada prioridade às crianças: A) Por ordem de Pré-Inscrição B) Que tenham irmão a frequentar a Instituição C) Oriundas de famílias com dificuldade sócio-económica D) Cujo as famílias concordem com os princípios, valores e regras de funcionamento da Instituição E) Não tenham dívidas para com a Instituição 2. Todas as crianças admitidas e não comparticipadas pela segurança social, em caso de abertura de vaga, passaram ao acordo comparticipado pela segurança social respeitando os critérios descritos no ponto anterior. Artigo 15º 1. A frequência do Centro Infantil será comparticipada pelas famílias das crianças. A mensalidade será estabelecida por escalões de acordo com a fórmula constante no Despacho conjunto nº 300/97 de 9 de Setembro. 2. As crianças admitidas em creche e até ao número estipulado pela segurança social como sendo comparticipadas (50 crianças) pagarão uma mensalidade de acordo com a Tabela em vigor - Tabela A. As restantes, isto é, as crianças não comparticipadas pela segurança social, ficam sujeitas a uma tabela de valor superior – Tabela B. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 16º As tabelas que se estipularem serão revistas anualmente ou sempre que as circunstâncias o aconselharem. Artigo 17º Regras sobre Mensalidades : A) Quando uma criança tiver um ou mais irmãos a frequentar a mesma instituição em simultâneo beneficiará (a criança de maior idade) de um desconto de 20%. B) O cliente paga 12 mensalidades ( de Setembro a Agosto) C) O pagamento da mensalidade deverá ser efectuado entre o dia 1 e o dia 8 do mês a que respeitam, caso contrário serão aplicadas as seguintes taxas: 1) 5% sobre a mensalidade até final do mês em dívida e acrescidos mais 10% por cada mês ou fracção do mês até pagamento da divida. D) As mensalidades deverão ser pagas, directamente na secretaria da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal, ou por transferência bancária. E) Sempre que os pais queiram rescindir o contrato pela frequência da criança na valência deverão faze-lo com o mínimo de 30 dias de antecedência. Pelo não cumprimento deste prazo terão que liquidar a mensalidade do mês seguinte. F) Se a criança por qualquer motivo faltar à Instituição 15 ou mais dias consecutivos no mês ser-lhe-á descontado na mensalidade 25%. G)Nas ausências iguais ou superiores a 30 dias, o lugar ficará garantido mediante pagamento de 25% da mensalidade atribuída. H) Uma vez solicitados comprovativos de rendimentos actualizados aos encarregados de educação para determinação da mensalidade, e não sejam entregues no prazo previsto, a mensalidade a atribuir à criança será o valor máximo da tabela respectiva, podendo a mesma vir a ser revista com a entrega dos documentos e do pedido de rectificação. I) A Instituição contratará anualmente um seguro de acidentes pessoais que abrange todas as crianças da valência. J) O pagamento do referido seguro é da responsabilidade dos pais, e pago no início de cada ano lectivo ou mês de admissão. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa O referido seguro não abrange objectos que as crianças possam trazer, como por exemplo: objectos de ouro, brinquedos, etc Capítulo IV Candidatura e Matricula Artigo 18º O encarregado de educação da criança, deverá candidatar-se através do preenchimento uma ficha de inscrição (ficha de identificação), que constitui parte integrante do processo da criança, devendo fazer prova das declarações efectuadas, mediante a entrega de cópia dos seguintes documentos: A) Fotocópia cédula pessoal / B.I. da criança ou cartão do cidadão B) Numero de Identificação de Segurança Social (NISS) da criança C) Fotocópia do cartão de utente (Saúde) da criança; D) Fotocópia do boletim de vacinas, actualizado, da criança; E) Declaração médica comprovativa em como a criança pode frequentar o estabelecimento; F) Declaração dos rendimentos do agregado familiar – ultimo IRS; G) Em situações especiais pode ser solicitado a certidão da sentença judicial que determinou a regulação do Poder Paternal ou a Tutela. No caso da regulamentado do Poder Paternal ou a Tutela se encontrar em curso, a Instituição reserva-se ao direito de pedir o preenchimento de uma declaração de consentimento dos pais; H) No final da cópia deste Regulamento Interno, entregue no acto da matrícula, consta uma declaração que o Encarregado de Educação da criança ou seu representante legal terá de preencher e entregar. A renovação da Matricula para o ano seguinte é obrigatória e decorre durante o mês de Maio. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Capítulo V Organização Artigo 19º O recrutamento do pessoal é feito pela Mesa Administrativa, exigindo-se as habilitações consoante as funções a exercer. Gradualmente às auxiliares da acção educativa exigir-se-á a escolaridade obrigatória. SECÇÃO I - PESSOAL AFECTO Artigo 20º A) Directora Pedagógica B) Educadoras de Infância C) Auxiliares da Acção Educativa D) Empregada de Serviços Gerais E) Cozinheira F) Auxiliares de Cozinha G) Motorista H) Técnica Superior de Serviço Social I) Psicóloga SECÇÃO II - DA COMISSÃO DE PAIS Artigo 21º No centro Infantil formar-se-á anualmente uma Comissão de Pais que funcionará como elo de ligação escola/Pais. Será constituída por representantes dos Pais ou Encarregados de Educação das crianças que frequentam o Centro, em número de cinco, eleitos em reunião de Pais. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 22º A comissão de Pais funcionará em ligação com o director/a, equipa pedagógica e, quando necessário, com o Provedor Da Santa Casa, em representação da Mesa Administrativa. Artigo 23º A Comissão de Pais poderá requerer a realização de reuniões sempre que se verifique a existência de qualquer motivo que o justifique. Artigo 24º Compete à Comissão colaborar em actividades e projectos, quando solicitada, propor ideias ou alterações quando achar conveniente. Capítulo VI Aspectos de Saúde Artigo 25º Em situação de acidente, serão prestados às crianças os primeiros socorros, se for caso de urgências, a criança será imediatamente conduzida ao Centro de Saúde ou ao Hospital, sendo simultaneamente contactados os pais ou encarregado de educação. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 26º Caso a criança apresente sintomas de doença só poderá frequentar o Centro Infantil mediante apresentação de uma declaração médica comprovativa de que a criança não é portadora de nenhuma doença infecto-contagiosa. Artigo 27º Sempre que a criança for medicada, o medicamento ser-lhe-á dado se o horário da sua administração coincidir com o horário da frequência no Centro Infantil, sendo para isso necessário que os pais ou encarregados de educação indiquem por escrito a dosagem, o horário e duração que terá de o fazer. O medicamento tem de vir respectivamente identificado com o nome da criança. Artigo 28º Em caso de epidemia, a direcção contactará o Delegado de Saúde e este decidirá quais as medidas a tomar. Artigo 29º Em caso de aparecimento de parasitas, a criança não pode permanecer na Instituição. Só poderá regressar quando tal situação já não se verificar. Capítulo VII Materiais e bens Artigo 30º O uso diário de bibe é obrigatório a partir da aquisição da marcha. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Artigo 31º Todo o vestuário, tais como objectos da criança deverão ser identificados com o respectivo nome. Artigo 32º A Instituição não se responsabiliza pelo desaparecimento ou danificação de objectos de qualquer espécie. Artigo 33º O Centro Infantil não se responsabiliza por qualquer brinquedo, jogo ou bem que a criança traga para a Instituição. Capítulo VIII Transporte Artigo 34º O Transporte é assegurado, se o mesmo for solicitado pelos pais, desde a área de residência à Instituição e vice-versa; Artigo 35º Para o bom funcionamento do transporte, é necessário o cumprimento dos horários do mesmo. Será dada uma tolerância de 5 minutos, ao ser ultrapassado o limite, a carrinha abandonará o local sem recolher ou entregar a criança. Após estas situações e acabando o percurso a carrinha volta à Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Instituição, onde o encarregado de educação deverá dirigir-se para entregar ou buscar a criança ou fazer algum comunicado. Artigo 36º O serviço de transporte é acrescido, na mensalidade, de 10€ no Sabugal, 15€ fora do Sabugal. No caso de irmãos usufruírem de transporte haverá desconto de 2,5€ por cada um. A) O valor do transporte poderá sofrer alteração anual. Capítulo IX Atendimento aos pais Artigo 37º Sempre que seja considerado necessário, os educadores recebem os pais, com aviso prévio; Artigo 38º Haverá reunião no início do ano lectivo, para apresentação da equipa e exposição do projecto Pedagógico a ser desenvolvido; Artigo 39º Haverá outras reuniões em datas a afixar; Artigo 40º Os encarregados de educação poderão sempre falar com a direcção todos os dias caso haja disponibilidade ou combinar uma hora; Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Capítulo X Princípios pedagógicos Artigo 41º São objectivos da educação Pré-escolar, segundo as Orientações curriculares do Ministério da Educação: A) Promover o desenvolvimento pessoal e social da criança com base na experiência de vida democrática numa perspectiva de educação para a cidadania; B) Fomentar a inserção da criança em grupos sociais diversos, no respeito pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva consciência do seu papel como membro da sociedade; C) Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso à escola e para o sucesso da aprendizagem; D) Estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais, incutindo comportamentos que favoreçam aprendizagens significativas e diferenciadas; E) Desenvolver a expressão e a comunicação através de linguagens múltiplas como meios de relação, de informação, de sensibilização estética e de compreensão do mundo; F) Despertar a curiosidade e o pensamento crítico; G) Proporcionar à criança ocasiões de bem-estar e de segurança, nomeadamente no âmbito da saúde individual e colectiva; H) Proceder à despistagem de inadaptações, deficiências, ou precocidades e promover a melhor orientação e encaminhamento da criança; Incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade. Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa Capítulo XI Entrada em vigor do regulamento Artigo 42º O presente Regulamento entra em vigor em Março de 2010. O regulamento poderá ser alterado, no todo ou em parte, de forma a poder ser adaptado às condições reais. Todas as situações não contempladas no Regulamento serão objecto de análise em decisão por parte da Mesa Administrativa. Sabugal, 01 de Março de 2010 O Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal: Membros da Mesa Administrativa Santa Casa da Misericórdia do Sabugal Regulamento Interno Centro Infantil Riba-Côa DECLARAÇÃO Eu, ……………………………………………………………………………… Encarregado de Educação do utente ………………………………………………………………........, tomei conhecimento e aceito a totalidade do Regulamento Interno do Centro Infantil Riba-Côa. Assinatura ________________________________________________________ nota: esta Declaração deve ser entregue juntamente com a ficha de inscrição e restante documentação no acto de matrícula.