ALESSANDRA DA SILVA MARTINS Análises de Impacto Ambiental através do Estudo de Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos no Igarapé Próximo do Campus da UNIR sob Influência do Lixão Municipal. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Porto Velho-RO 2006 ALESSANDRA DA SILVA MARTINS Análises de Impacto Ambiental através do Estudo de Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos no Igarapé Próximo do Campus da UNIR sob Influência do Lixão Municipal. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Área de Concentração: Microbiologia Ambiental Orientador: Prof. Dr. José Vicente Elias Bernardi. Porto Velho-RO 2006 ii FICHA CATALOGRÁFICA MARTINS, A. S. Análises de impacto ambiental através do estudo de parâmetros físicoquímicos e bacteriológicos no igarapé próximo do campus da UNIR sob influência do lixão municipal. / Alessandra da Silva Martins. Porto Velho: s.n., 2006 x, 52p. Orientador: José Vicente Elias Bernardi. Monografia – Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia. 1. Coliformes fecais 2.Qualidade da água 3. Chorume 4.Parâmetros físicoquímicos iii ANÁLISES DE IMPACTO AMBIENTAL ATRAVÉS DO ESTUDO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E BACTERIOLÓGICOS NO IGARAPÉ PRÓXIMO DO CAMPUS DA UNIR SOB INFLUÊNCIA DO LIXÃO MUNICIPAL. ALESSANDRA DA SILVA MARTINS BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ (Drº José Vicente Elias Bernardi) ______________________________________________ (Drº. Wanderley Rodrigues Bastos) ______________________________________________ (Dra. Marisa Gomes Reis) Monografia defendida e aprovada em ____/____/____ iv DEDICATÓRIA Aos meus pais José e Luzia, pelo apoio e amor, ao meu querido esposo Rafael com todo amor e aos meus irmãos que mesmo distante sempre estiveram comigo. v AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado à vida e por ter me dado forças para seguir em frente nesta minha caminhada; Ao meu orientador Profº. Dr. José Vicente Elias Bernardi por ter me dado chances de fazer algo inédito na universidade, pelas brincadeiras engraçadas e pelo esforço de me apoiar em meu trabalho; Ao Profº. Dr.Wanderley Rodrigues Bastos, pela orientação, e por abrir novos caminhos para minha área, a amizade, os conselhos sempre foram bem recebidos por mim; Ao Laboratório de Análises Ambientais na (SEDAM); Herbert e ao Lindoval pela boa recepção e amizade; A minha família, em especial a minha mãe Luzia e ao meu pai José, por tudo que fizeram por mim em toda a vida, desde a educação ao incentivo e apoio, pois eles querem que eu viva bem com um bom emprego e saudável; ao meu querido esposo Rafael pela paciência, compreensão nas horas boas e ruins, a ele devo toda minha felicidade e é o responsável por eu estar concluindo o curso; aos meus irmãos: Adriana, Márcio e Marcos (Marquinho) que também sempre fizeram de tudo para eu continuar na minha caminhada. Aos meus avós que amo muito, sempre me incentivaram e tiveram orgulho de mim. As minhas amigas de Humaitá: Rejanne (Dane), Lectícia (Leite), Simone (Zui), Necy que me apoiaram muito mesmo. Aos meus amigos de Humaitá que moram em Porto Velho que me apoiaram muito: Márcio e Ane; A toda equipe do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental; Elisabete (Beta) que me ajudou com análises e por todo carinho, Ronaldo Cavalcante que sempre me incentivou e me ajudou muito com minhas análises, Ronaldo de Almeida por ter me ajudado em campo e pela vi paciência e amizade, Greiscyléia, Darly, Janeide, Cibelle, Giseli, Ynhaná, Thiago, Dario pela amizade e momentos de descontração e amizade; Aos Profº. Wanderley, Vicente, Áurea, Lafayete, Mário, Carol, Manuela, Mariluce, Patrícia e Elizabeth pelos conhecimentos transmitidos, nunca vou esquecê-los, pois fizeram parte de minha vida e aos outros professores de Departamento de Biologia que também contribuíram para minha formação; Aos meus amigos de turma: Graciela, que é muito especial para mim; Adriana, Virginia, Ana Cristina, Camila, Alice, Cínthia, Semíriam, pelos momentos de descontração e pela amizade; vii SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ix LISTA DE FIGURAS x RESUMO xi ABSTRACT xii 1. INTRODUÇÃO 01 2. OBJETIVOS 03 2.2.GERAL 03 2.3. ESPECÍFICOS 03 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 04 3.1. POLUIÇÃO FÍSICA 04 3.2. POLUIÇÃO QUÍMICA 04 3.3. POLUIÇÃO BIOQUÍMICA 05 3.4. POLUIÇÃO BIOLÓGICA 06 3.4.1.COLIFORMES TOTAIS 07 3.5. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA 08 3.5.1.TEMPERATURA DA ÁGUA 08 3.5.2. POTENCIAL HIDROGIÊONICO (pH) 08 3.5.3. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 09 3.5.4. OXIGÊNIO DISSOLVIDO 09 3.5.5. DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO 10 3.5.6. NITROGÊNIO AMONIACAL (AMÔNIA) 10 3.5.7. FENÓIS 10 3.5.8. SULFETO DE HIDROGÊNIO 11 viii 4. MATERIAIS E MÉTODOS 12 4.1. ÁREA DE TRABALHO 12 4.2. METÓDOS 15 4.2.2. BACTERIOLÓGICO 15 4.2.3. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS 19 4.2.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA (PCA) 20 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 23 6. CONCLUSÕES 31 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 8. ANEXO 39 ix LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Padrões de Balneabilidade através da Resolução CONAMA nº 274, de 29 24 de novembro de 2000. Tabela 02 - Estatística descritiva das variáveis ambientais e microbiológicas do igarapé 26 próximo da UNIR. Tabela 03 - Peso (loadings) de cada variável para as duas principais componentes e a porcentagem de variância explicada de cada componente nos períodos de vazante e cheia. 27 x LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Igarapé (ponto 3). 12 Figura 02 - Igarapé, (ponto 4). 13 Figura 03 - Igarapé (ponto 5). 13 Figura 04 - Área de estudo. 14 Figura 05 - Armazenagem amostras d’água. 16 Figura 06 - Método de membrana filtrante. 17 Figura 07 - Procedimento membrana filtrante. 18 Figura 08 - Placa com colônias de coliformes fecais (E.coli) e coliformes totais. 18 Figura 9 – Organograma com parâmetros analisados in loco. 19 Figura 10 – Organograma análises laboratoriais. 20 Figura 11 – Número de Coliformes Fecais na vazante e cheia. 23 Figura 12 – Porcentagem de Coliformes Totais na vazante e cheia. 24 Figura 13 – Distribuição espacial dos escores nas componentes principais no período 26 de cheia e vazante. xi RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar a quantidade de coliformes fecais e coliformes totais em 100/mL por diluição e monitorar os parâmetros físico-químicos no igarapé próximo ao Campus UNIR. As amostras de água foram coletadas nos meses de abril de 2005 (primeira coleta), julho de 2005 (segunda coleta), setembro de 2005 (terceira coleta), novembro de 2005 (quarta coleta), janeiro de 2006 (quinta coleta) e março de 2006 (sexta coleta), no igarapé. As análises bacteriológicas foram realizadas pelo método membrana filtrante e o meio de cultura CHROMOCULT. Os parâmetros físico-químicos foram realizados in locu, onde DQO foi realizado em laboratório, pois foi utilizado o método de retrotitulação com permanganato de potássio; fenol (padrão 1), sulfeto (acezin ) e amônia (amônia padrão) foram realizados pelo método colorímetro. Os valores obtidos de coliformes para balneabilidade encontraram-se pouco acima do enquadramento satisfatório com média de 1.460 por 100/mL d’água. Os valores dos parâmetros também se destacaram muito na época de cheia devido à alta carga de resíduos que é lançado no igarapé. Os maiores valores tanto de coliformes quanto nos parâmetros físico-químicos foram encontrados nos pontos mais próximos do lixão. Desta forma pode-se inferir sobre a influência lixão no igarapé. PALAVRAS-CHAVE: 1. Coliformes fecais 2.Qualidade da água 3. Chorume 4.Parâmetros físico-químicos. xii ABSTRACT The present work had as objective to evaluate the amount of fecais coliforms and coliforms totals in 100/mL for dilution and to monitor the parameters physicist-chemistries in the next narrow river to the Campus TO JOIN. The water samples had been collected in the months of April of 2005 (first collection), July of 2005 (second collection), September of 2005 (third collection), of 2005 (fourth collection) 2006 (fifth collection) March and, November January of 2006 (sixth collection), in the narrow river. The bacteriological analyses had been carried through by the method filter membrane and the way of culture CHROMOCULT. He parameters physicist-chemistries had been carried through in locu, where DQO was carried through in laboratory, therefore the method of retrotitulação with permanganato of potassium was used; phenol (standard 1), sulfheto (acezin) and ammonia (ammonia standard) had been carried through by the method colorimeter. The gotten values of coliforms for balneabilidade had met little above of the satisfactory framing with average of 1.460 for 100/mL water. The dos values parameters had been distinguished also very na time of full which had à high load of residues that is launched no narrow river. The biggest values in such a way of coliforms how much in the parameters physicist-chemistries they had been found in the points next to the garbage publicaria. Of this form garbage publicaria in the narrow river can be inferred on the influence. KEYWORDS: 1.Coliforms fecais 2. Quality of the water 3. Chorume 4. Parameters physicist-chemistri 1 1. INTRODUÇÃO "A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial da vida, a água é talvez o recurso mais precioso que a terra fornece à humanidade. Embora se observe pelos países mundo afora tanta negligência e tanta falta de visão em relação a este recurso, é de se esperar que os seres humanos tenham pela água grande respeito, que procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua pureza. De fato, o futuro da espécie humana e de outras espécies pode ficar comprometido a menos que haja uma melhora significativa na administração dos recursos hídricos terrestres" (MAURITS LA RIVIÉRE, 2006). No Brasil, a maioria dos ecossistemas aquáticos recebe toda a espécie de impactos oriundos da atividade humana, sendo prováveis exceções algumas áreas da bacia amazônica e corpos d'água situados em localidades bastante isoladas. Nosso país possui uma ampla rede hidrográfica em relação a outros paises, e 51% dos sistemas existentes para a captação de águas de abastecimento estão localizadas em rios, nos quais são lançados cerca de 92% dos esgotos gerados nas grandes regiões (TUNDISI & BARBOSA, 1995). Embora a água seja considerada recurso abundante, existe áreas muito carentes a ponto de transformá-la em um bem limitado às necessidades do homem. Normalmente, a sua escassez é muito mais grave em regiões onde o desenvolvimento ocorreu de forma desordenada, provocando a deterioração das águas disponíveis, devido ao lançamento indiscriminado de esgotos domésticos, despejos industriais, agrotóxicos e outros poluentes (MOITA & CUDO, 1991). Os lixões respondem pelo destino final cerca de 21,2% de todo resíduo produzido no Brasil e se caracterizam por serem depósitos a céu aberto onde o lixo é 2 apenas dispensado, sem nenhum tratamento dos resíduos da decomposição. Por isso, há alta contaminação do solo e da região ao redor desses lixões, e contaminação do lençol freático pela percolação do chorume no solo (PIRATOBA et al, 2001). Nos dias atuais, pode-se afirmar que os maiores problemas ambientais de Rondônia estão associados à ausência de saneamento básico: drenagem urbana, coleta e disposição de resíduos sólidos, esgotamento e tratamento de dejetos domésticos e industriais e abastecimento de água potável. Este quadro acarreta uma precária qualidade de vida à população e torna as enfermidades parasitárias e infecciosas um verdadeiro desafio para o governo rondoniense (KRAKOVICS, 2002). O município de Porto Velho-RO não é uma exceção na situação geral encontrada no Brasil, e tem a disposição de seu lixo realizada à semelhança de vazadouro, onde o mesmo é descartado no local da lixeira, sem qualquer técnica ou tratamento. Sendo que não foi realizado nenhum estudo técnico prévio para escolha daquela área e, tampouco montada, antes de sua instalação, uma infra-estrutura que fosse capaz de evitar os danos conseqüentes da disposição de grandes quantidades diárias de lixo (NEUBAUER et al 1999). Por conter substâncias de alto teor energético e, por oferecer disponibilidade simultânea de água, alimento e abrigo, os resíduos das atividades humanas são preferidos por inúmeros organismos vivos, a ponto de algumas espécies o utilizarem como nicho ecológico (LIMA, 1983). Este trabalho tem como “hipótese” a avaliação bacteriológica de coliformes totais e de alguns parâmetros físico-químicos, tais com: oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica, temperatura da água e do ar, demanda química de oxigênio (D.Q.O), amônia, fenol e sulfeto. 3 2. OBJETIVOS 2.1. Geral • Diagnosticar variáveis de parâmetros físico-químicos com variáveis microbiológicas através da Análise Multivariada (PCA). 2.2. Específicos • Determinar através do método membrana filtrante a quantificação de coliformes fecais e coliformes totais para balneabilidade. • Analisar parâmetros físico-químicos para avaliar alterações no corpo d’água. 4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Podemos classificar os danos causados pela disposição do lixo em cursos d’água da seguinte forma: poluições físicas, químicas, bioquímicas e biológicas. 3.1. Poluição física Os mecanismos de poluição das águas são desenvolvidos a partir do momento em que resíduos industriais e domésticos são lançados nos cursos d’água, causando uma série de perturbações físicas. Estas perturbações são verificadas nas variações do gradiente de temperatura, sedimentos inertes; e ainda podem trazer impactos mais graves ao meio aquático, como por exemplo, a possível quebra do ciclo vital das espécies, tornando a água biologicamente estéril (LIMA, 1983). O aumento da temperatura da água diminui a quantidade de oxigênio que ela pode reter em solução. Desta forma, os seres que habitam o meio aquático necessitam consumir maiores volumes de água para conseguir o oxigênio exigido pelo metabolismo. 3.2. Poluição química A poluição química dos recursos hídricos surge, em função de resíduos industriais não-biodegradáveis e resíduos tóxicos, e pelo uso intensivo de herbicidas, fungicidas etc. Os resultados deste fenômeno podem ser verificados nos próprios locais de despejo ou a determinadas distâncias. As formas aparentes de revelação deste 5 processo são verificadas através da mudança de coloração das águas, da formação de correntes ácidas, águas tóxicas (LIMA, 1983). 3.3. Poluição bioquímica A poluição das águas superficiais ou subterrâneas pelo lixo é propiciada por uma série de fenômenos naturais como a lixiviação, percolação e arrastamento. A primeira conseqüência é a redução do nível de oxigênio presente na água. Dependendo da intensidade deste processo, muitos danos podem ocorrer inclusive à completa extinção da fauna e flora aquática (LIMA, 1983). No caso específico do lixo, as águas das chuvas, percolando através da massa de resíduos, transportam um líquido de cor negra, denominado chorume ou sumeiro, característico dos materiais orgânicos em decomposição. O chorume provém de três fontes principais: a) umidade natural do lixo, que se agrava sensivelmente nos períodos de chuva; b) água de constituição dos vários materiais, que sobra durante a decomposição; c) líquido proveniente da dissolução de matéria orgânica pelas enzimas expelidas pelas bactérias (LUZ, 1969). A descarga do chorume nas águas provoca depressão do nível de oxigênio, elevando a DBO (demanda bioquímica de oxigênio). Quando o oxigênio desaparece ou é reduzido a níveis baixos, os organismos aeróbios são quase que totalmente exterminados, cedendo lugar aos anaeróbios, responsáveis pelo desprendimento de gases (LUZ, 1969). Mesmo após parar de receber lixo o aterro continua a produzir chorume por cerca de 50 anos (AL-MUZAINI, 1995). Sua composição físico-química é 6 extremamente variável dependendo de vários fatores que vão desde as condições ambientais locais, tempo de disposição, forma de operação do aterro e até características do próprio despejo (SERAFIM et al, 2003). O chorume pode conter altas concentrações de sólidos suspensos, metais pesados, compostos orgânicos originados da degradação de substâncias. Por apresentar substâncias altamente solúveis, pode contaminar as águas do subsolo nas proximidades do aterro. A presença do chorume em águas subterrâneas pode ter conseqüências extremamente sérias para o meio ambiente e para a saúde pública por apresentar compostos altamente tóxicos. Sua toxicidade não pode ser associada a uma substância isoladamente e nem a soma de todas as substâncias presentes, mas sim ao efeito sinérgico entre as diferentes substâncias existentes (SERAFIM et al, 2003). O chorume é bem mais agressivo que esgoto e precisa de um tratamento adequado. O tratamento de chorume é uma medida de proteção ambiental, de manutenção da estabilidade do aterro e uma forma de garantir uma melhor qualidade de vida para a população local. 3.4. Poluição biológica Normalmente um corpo d’água é habitado por muitos seres vivos entre os quais podemos incluir os microrganismos (bactérias) que se alimentam de matéria orgânica (responsáveis pela limpeza do rio). Além dos microrganismos próprios dos rios, o mesmo recebe outras bactérias procedentes de cargas de esgotos que podem prejudicar seriamente a saúde da população que faz uso desta água para seu consumo diário. Essas bactérias são chamadas de coliformes (SERAFIM et al, 2003). 7 3.4.1. Coliformes Totais Pertencem à família Enterobacteriaceae, tendo como principais gêneros a Escherichia, Salmonella, Shigella, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, Proteus, Serratia embora vários outros gêneros pertençam ao grupo (PELCZAR et al, 1981). Os coliformes são definidos como bastonetes Gram-negativos, aeróbias ou anaeróbias facultativas, não esporuladas, que fermentam lactose com formação de ácido e gás dentro de 48h a 35°C, presentes nas fezes de animais homeotermos, indicando indiretamente a presença de fezes humanas (PRESCOTT et al 1996). Os Coliformes Fecais são constituídos em sua maior parte pela bactéria patogênica Escherichia coli, que tem seu “habitat” exclusivo no trato intestinal do homem e de outros animais (EMBRAPA, 2005). Cada pessoa excreta cerca de dois bilhões dessas bactérias por dia. Por isso, esse grupo assume importância como parâmetro indicador da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos, responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera (PELCZAR et al 1981). Estas doenças são de grande importância devido a sua alta patogenicidade no ser humano e sua abrangência mundial, além de serem reinfectantes, devido a sua grande variação antigênica (PELCZAR et al 1981). Mas não se pode afirmar que estas bactérias vão causar algum tipo de patogenicidade. 8 Os Coliformes Não Fecais são constituídos pelos gêneros Citrobacter, Enterobacter e Klebsiella, que estão presentes no solo e nos vegetais. Desta forma, não é possível afirmar categoricamente que uma amostra de água com resultado positivo para coliformes totais tenha entrado em contato com fezes (JAWETZ, 1989). Então Coliformes Totais = Coliformes Fecais + Coliformes Não Fecais 3.5. Parâmetros físico-químicos da água 3.5.1. Temperatura da água A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio aquático, condicionando as influências de uma série de parâmetros físicos e químicos. Organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e inferior, pois dependem de temperaturas ótimas para crescimento (CETESB, 2005). 3.5.2. Potencial hidrogeniônico (pH) O pH (potencial hidrogeniônico) - É a proporção entre as concentrações de íons hidrogênio (H+) e íons hidroxila (OH-), ou seja, acidez ou alcalinidade. A escala de valores vai de 0 a 14, sendo 7 o pH neutro, em que as concentrações de H+ e OH- são iguais. Valores de pH abaixo de 7 indicam acidez e acima, alcalinidade. O maior responsável por sua variação é o ácido carbônico, proveniente do gás carbônico produzido pelo plâncton durante a respiração, o qual, quando em excesso, torna o pH ácido e, quando em baixa quantidade, torna o pH alcalino ou básico (FERREIRA, 2003). 9 3.5.3. Condutividade elétrica A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas e da temperatura, indica a quantidade de sais existentes na coluna d'água, à medida que mais sólidos dissolvidos são adicionados, a condutividade da água aumenta. A condutividade também fornece uma boa indicação das modificações na composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas não fornece nenhuma indicação das quantidades relativas dos vários componentes (CETESB, 2005). 3.5.4. Oxigênio dissolvido (O.D) Dentre os gases dissolvidos na água, o oxigênio (O2), é um dos mais importantes na dinâmica e na caracterização de ecossistemas aquáticos As principais fontes de oxigênio para a água são a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas são: o consumo pela decomposição de matéria orgânica (oxidação), perdas para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos como, por exemplo, o ferro e o manganês (ESTEVES, 1998). A solubilidade do oxigênio na água, como todos os gases, depende de dois fatores principais: temperatura e pressão. Assim, com a elevação da temperatura e diminuição da pressão, ocorre redução e solubilidade do oxigênio na água (ESTEVES, 1998). 10 3.5.5. Demanda química de oxigênio (D.Q.O) A Demanda química de oxigênio é a quantidade de oxigênio necessária para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico (CETESB, 2005). É utilizado para que se possa obter uma quantidade aproximada de matéria orgânica presente na água. 3.5.6. Nitrogênio Amoniacal (amônia) A amônia presente nos ambientes aquáticos possui diversas origens, dentre elas, a excreção dos organismos, a mineralização da matéria orgânica por bactérias heterotróficas e fontes externas como descargas de efluentes orgânicos e fertilizantes (RUSSO, 1985). Amônia é uma substância tóxica não persistente e não cumulativa e, sua concentração, que normalmente é baixa, não causa nenhum dano fisiológico aos seres humanos e animais. É formada no processo de decomposição de matéria orgânica (uréia - amônia). Em locais poluídos seu teor costuma ser alto. O caminho de decomposição das substâncias orgânicas nitrogenadas é chegar ao nitrato, passando primeiro pelo estágio de amônia onde a presença desta indica uma contaminação recente (CETESB, 2005). 3.5.7. Fenóis Os fenóis são compostos orgânicos que apresentam alta solubilidade em água devido à presença de grupos hidroxilas (OH-) ligada diretamente a um átomo de 11 carbono num anel benzênico tornando-se ácidos. É um dos principais resíduos das refinarias de óleo, indústrias de plástico, tintas e pesticidas (SILVA, E. R. & ASSIS, O. B. G., 2004). Mesmo em baixas concentrações são tóxicos, causando dano à fauna e à flora e prejudicando a saúde (FILHO et al, 2002). 3.5.8. Sulfeto A biodegradabilidade anaeróbia de certos efluentes torna-se difícil por causa da alta concentração de sulfato presente na sua composição, principalmente quando as relações DQO/sulfato são baixas. Estes efluentes fazem uso de ácido sulfúrico ou de matérias primas ricas em sulfato (fermentação, indústria pesqueira), ou ainda, de compostos reduzidos de enxofre, tais como sulfeto (curtume, polpeamento Kraft). Nestes casos o sulfato atua como aceptor final de elétrons para um grupo de bactérias que pode associar a oxidação de compostos orgânicos reduzidos à redução de sulfato à sulfeto de hidrogênio (H2S), o qual é excretado como produto final do metabolismo. Este processo é conhecido como redução de sulfato e as bactérias envolvidas são conhecidas como bactérias redutoras de sulfato (BRS) (SOUZA et al, 2005). 12 4. MATERIAIS E METÓDOS 4.1. ÁREA DE TRABALHO O Igarapé estudado está localizado entre a Universidade Federal de Rondônia que está a 9,5 km da cidade de Porto Velho e o Lixão Municipal a 13 km, ambos na margem direita da Br 364, sentido Rio Branco (NEUBAUER et al, 1.999). O igarapé nasce próximo ao lixão e deságua no igarapé Mato Grosso seguindo em direção ao rio Madeira. Geomorfologicamente situa no Planalto Rebaixado da Amazônia, com áreas aplainadas e relevos dissecados, com interflúvios tabulares, cuja altimetria situa entre 200 e 250m. Apresenta floresta ombrófila aberta com clima equatorial predominante (NEUBAUER et al, 1.999). Figura 01 – igarapé (ponto 3) 13 Figura 02 – igarapé (ponto 4) Figura 03 - igarapé (ponto 5) 14 Deixar em branco 15 4.2. METÓDOS 4.2.1. Desenho amostral Para a realização deste trabalho estabeleceu seis pontos amostrais. A localização geográfica de cada ponto amostrado foi determinada utilizando receptor de GPS (Sistema de Posicionamento Global), modelo GARMIN’ XL12. Os pontos em seqüência 1 a 5 fazem parte do igarapé principal e o ponto 6 faz parte de um pequeno igarapé que foi utilizado como referência. O ponto 1, ponto 2 e o ponto 3 (Figura 01) estão mais próximos do lixão e o ponto 3 caracteriza uma área alagadiça; o ponto 4 (Figura 02) é uma área sem vegetação de margem; o ponto 5 (Figura 03) é uma área onde foi alterada por moradores da região. Para confecção do mapa foi utilizada a base cartográfica da SEDAM 1/100.000 no programa ArcView GIS versão 3.2. 4.2.2. Bacteriológico ● COLETAS – De acordo com a sazonalidade da região as coletas foram realizadas bimestralmente, em cinco pontos ao longo do igarapé principal, um sexto ponto foi obtido como controle, pois este é somente um pequeno igarapé isolado. O período de cheia engloba os meses de janeiro, março a novembro; o período de vazante marca os meses de abril, julho a setembro (GOLDING, 1980). Para análise bacteriológica a água foi coletada em garrafas de água mineral, onde a água mineral foi descartada para coletar as amostras, (não foi realizada análise da água mineral). As amostras foram armazenadas numa caixa de 16 isopor contendo gelo para manter a preservação bacteriológica até a análise (Figura 05). Figura 05 - Armazenagem amostras d’água. ● ANÁLISE – Foi utilizado a técnica de membrana filtrante e o meio de cultura CHROMOCULT COLIFORM AGAR- (MERCK) por ser um meio simples, econômico e por apresentar resultados rápidos. O CHROMOCULT é uma combinação de dois substratos cromogênicos (Salmon-GAL e X-glicuronídeo - substratos enzimáticos sintéticos) que possibilita a detecção de coliformes totais e fecais (E. coli), em uma mesma placa que é diferenciada pela cor. Os coliformes totais caracterizam colônias vermelhas e os coliformes fecais caracterizam colônia azul escura ou violetas (Figura 08). Os resultados são obtidos após a incubação de 24 horas através da contagem das colônias que foram realizadas por lupa (PRO-ANALISE, 2005). O meio de cultura CHROMOCULT COLIFORM AGAR é aprovado e certificado pelo USEPA (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY) (MERSE, 2005). 17 Figura 06 - Método de membrana filtrante. No laboratório a análise inicia com a diluição de 100/mL, onde se pegou 1mL da amostra aferindo a 100/mL de água deionizada passando em seguida pelo processo de filtração da amostra através de membrana filtrante de acetato de celulose (Millipore), de 0,45 µm de porosidade (Figura 06). A seguir, as membranas foram colocadas sobre o meio de cultura chromocult. Incubaram-se as placas de ágar CHROMOCULT a 37ºC/24h, observando-se a presença de coliformes totais (colônias rosa) e de coliformes fecais (E. coli) (colônias azuis), expressando-se o resultado em número mais provável (NMP/100mL) de amostra (Figura 07). A partir da contagem destas colônias, calcula-se a densidade de coliformes presentes na amostra, multiplicando pela quantidade de diluição (100/mL), onde para obter o número de coliformes totais, soma-se coliformes fecais e coliformes não fecais (CETESB1, 1987). CF X 100 e NF X 100 CT= CF + NF CF – Coliformes Fecais NF – Coliformes Não Fecais e CT – Coliformes Totais 18 Figura 07 - Procedimento membrana filtrante (PRO-ANALISE, 2006) Figura 08 - Placa com colônias de coliformes fecais (E.coli) e coliformes totais (PRO-ANALISE, 2006) 19 4.2.3. Parâmetros físico-químicos Os parâmetros físico-químicos foram medidos “in loco”, as variáveis, oxigênio dissolvido, condutividade, temperatura da água e pH através do método potenciométrico: SCHOTT– pH/mV Meter-handylab1); DQO (demanda química de oxigênio) foi medido laboratório pelo do método de retrotitulação com permanganato de potássio (CETESB, 1987). Amônia (amônia padrão 1), fenol (padrão 1) e sulfeto (acezin) foram medidos em laboratório pelo método fotocolorímetro (RUDORFF, 2005) (Figura 09 e 10). Figura 09 - Organograma c/ parâmetros analisados in loco. Corpo d’água Parâmetros Físico-Químicos Condutividade elétrica Oxigênio Dissolvido Método Potenciométrico SCHOTT In loco pH 20 Figura 10 - Organograma Análises Laboratoriais Análises Laboratoriais Parâmetros Físico-Químicos Amônia Sulfeto Fenol Método Fotocolorímetro (RUDORFF, 2005) Bacteriológica D.Q.O. Método Retrotitulação com Permanganato de Potássio (CETESB2, 1987) Diluição e Filtração da Água por Membrana Filtrante (CETESB1 , 1987) Meio de Cultura Incubadora por 24 horas Contagem das colônias 4.2.4. Análise Estatística Multivariada (PCA). Em estudos ambientais com muitas amostras e variáveis, sejam elas físicas e/ou biológicas, uma das formas de avaliar mutuamente o conjunto de dados gerados é a análise estatística multivariada. O propósito desta análise é produzir uma ordenação das variáveis, em um número pequeno que dê ênfase aos principais 21 padrões de variação, indicando assim as variáveis de maior importância (LANDIM, 1997). Entre os métodos da estatística multivariada, a análise das componentes principais (PCA) vem sendo utilizada com bastante relevância por vários pesquisadores da área ambiental, (BERNARDI et al., 2001) para ordenação de variáveis e dedução da importância destas na variação dos dados. A análise das componentes principais inicia-se com o cálculo dos autovalores e correspondentes autovetores de uma matriz de variâncias e covariâncias ou de correlações entre variáveis. O primeiro autovalor a ser determinado corresponderá à maior porcentagem da variabilidade total existente no conjunto de dados, o segundo pela maior variação possível restante, e assim por diante até que toda a variação do conjunto tenha sido explicada (LANDIM, 2000). Os autovetores correspondem às componentes principais e é o resultado do carregamento das variáveis originais em cada um deles. Tais carregamentos podem ser considerados como uma medida da relativa importância de cada variável em relação às componentes principais e os respectivos sinais, se positivos ou negativos, indicam relações diretamente e inversamente proporcionais (BICUDO & BICUDO, 2004). A matriz de carregamentos de cada variável nas componentes principais ao ser multiplicado pela matriz original de dados fornecerá a matriz de contagens (escores) de cada caso em relação às componentes principais. Esses valores podem ser dispostos num diagrama de dispersão, em que os eixos são os dois componentes mais importantes, e mostrar o relacionamento entre os casos condicionados pelas variáveis medidas (LANDIM, 2000). 22 A análise de componentes principais é, portanto, uma técnica de transformação dos dados. Cada variável medida pode ser considerada como um eixo de variabilidade, estando usualmente correlacionada com outras variáveis. Esta análise transforma os dados de tal modo a descrever a mesma variabilidade total existente, com o mesmo número de eixos originais, porém não mais correlacionados entre si (LANDIM, 1997). Foram utilizadas as seguintes variáveis: oxigênio dissolvido, saturação de oxigênio (%), pH, condutividade elétrica, temperatura da água e do ar, amônia, fenol, sulfeto, coliformes fecais e não fecais (ANEXO, p. 39). 23 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados de coliformes fecais (E.coli) foram maiores nos meses de janeiro, março e abril correspondente ao período de cheia. Os meses de janeiro e março não variaram, entretanto no mês de abril houve um acréscimo de coliformes fecais (E.coli) como mostra a (Figura 11). No período de vazante (setembro e novembro) houve um decréscimo de coliformes fecais (E.coli) (Figura 11). O ponto 3 corresponde a uma área alagadiça, comum na região amazônica se destacou independente da sazonalidade. Destacou também o ponto 6 com baixos índices de coliformes fecais, isto se deve ao fato deste pequeno igarapé estar isolado. Os coliformes fecais obtiveram uma média de 1.460/mL (Tabela 02), portanto não se enquadra na categoria de satisfatória e nem imprópria permanecendo em um meio termo (Tabela 01). Gráfico Coliformes Fecais 4000 3500 3000 Ponto - 1 2500 Densidade 2000 Ponto - 2 1500 1000 Ponto - 4 500 Ponto - 6 Ponto - 3 Ponto - 5 0 abr/05 jul/05 set/05 nov/05 jan/06 Maç/06 Período Figura 11 – Número de Coliformes Fecais na vazante e cheia. 24 Tabela 01 - Padrões de Balneabilidade através da Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000. Categoria Coliformes fecais/100ml Excelente até 250 Muito boa até 500 Satisfatória até 1000 Imprópria > 2500 O número de coliformes totais no período de cheia principalmente nos meses de janeiro e março teve uma porcentagem alta de 91% indicando a influência da sazonalidade. Neste período a chuva é mais freqüente, onde há intensa lixiviação de matéria orgânica que escoa no corpo d’água. Enquanto no período de vazante os níveis de coliformes totais foram bastante baixos (Figura 12). 1% 2% 3% 3% 41% 50% Abril Julho Setembro Novembro Janeiro Março Figura 12 – Porcentagem de Coliformes Totais na vazante e cheia. 25 Antes da PCA obteve-se a média das variáveis (oxigênio dissolvido, % oxigênio, pH, temperatura da água e do ar, condutividade elétrica, DQO, amônia, fenol e sulfeto), no período de cheia e vazante. De acordo com a análise de Componente Principal separou três grupos como mostra a (Figura 13). No primeiro grupo está incluído o ponto 1, ponto 2 e o ponto 3; respectivamente, são os que estão mais próximos do aterro. Esses pontos recebem influência direta do lixão. Pode-se dizer que no segundo grupo está o ponto 4 e o ponto 5 que seguem em seqüência no decorrer do igarapé. Conforme ocorre diluição de água e quanto mais distante do lixão menor é a influência no corpo d’água. O ponto 6 isolou-se no terceiro grupo, sendo que este é um pequeno igarapé que foi utilizado como referência (Figura 13) Neste ponto a condutividade mostrou-se baixíssima, o oxigênio dissolvido mais elevado e alguns parâmetros que resultou alto deve-se a pequena diluição (ANEXO p. 39). 26 Observations (axes F1 and F2: 88 %) 3 GR 1 P1 P6 2 P2 GR 3 1 P3 0 -1 -2 GR 2 P4 -3 -4 P5 -5 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 -- axis F1 (63 %) --> Figura 13 - Distribuição espacial dos escores nas componentes principais no período de cheia e vazante. Tabela. 02 – Estatística descritiva das variáveis ambientais e microbiológicas do igarapé próximo da UNIR. Variáveis Coliformes Fecais 100mg/L Coliformes Não Fecais 100mg/L Coliformes Totais 100mg/L Condutividade µ s/cm-1 Oxigênio Dissolvido mg/L pH Tº água Tº ar D.Q.O Amônia Fenol Sulfeto Média Mínimo Máximo Desvio Padrão 1.460 200 3.800 921.113 7.140 1.600 13.100 2839.241 8.600 1.900 14.600 2945.410 211,53 6,60 418,00 100,314 3.16 1 5,7 1,201 6,1 4,07 6,9 0,639 24,62 21,1 26,8 1,545 25,58 20,7 31,5 2,631 3,39 0,32 9,60 1,842 3,95 0,71 6,97 1,848 11,85 0,23 0,50 14,996 0,08 0,05 0,16 0,028 27 A primeira componente principal, combinação linear das variáveis avaliadas, explicou 63,46% da variância total. A segunda componente principal explicou 24,52% da variância total, representando, os dois primeiros eixos fatoriais, 87,98% da variância total (Tabela 03). Tabela. 03 – Peso (loadings) de cada variável para as duas principais componentes e a porcentagem de variância explicada de cada componente nos períodos de vazante e cheia. Componente 1 Componente 2 Amônia (cheia) Variáveis AMCH 0,936 0,314 Amônia (seca) AMSC 0,894 0,383 Condutividade (cheia) Condutividade (seca) Demanda Q. Ox. (cheia) Demanda Q. Ox (seca) Fenol (cheia) Fenol (seca) Oxigênio Dissolvido (cheia) Oxigênio Dissolvido (seca) pH (cheia) pH (seca) Sulfeto (cheia) Sulfeto (seca) Saturação oxigênio (cheia) Saturação oxigênio (seca) Tº água (cheia) Tº água (seca) Tº ar (cheia) Tº ar (seca) Coliformes Fecais (cheia) Coliformes Fecais (seca) Não Fecais (cheia) Não Fecais (seca) CODCH CODSC DQOCH DQO SC FNCH FNSC ODCH ODSC PHCH PHSC SCH SSC SOCH SOSC TAGCH TAGSC TARCH TARSC CFCH CFSC NFCH NFSC 0,997 0,992 0,137 -0,830 -0,889 -0,964 -0,828 0,799 0,953 0,981 -0,565 -0,512 -0,751 0,792 -0,102 0,915 -0,102 -0,543 0,934 0,326 -0,802 -0,898 -0,047 -0,089 0,981 0,481 0,136 0,244 0,512 0,524 0,265 -0,170 0,721 -0,489 0,642 0,596 -0,920 -0,397 -0,920 -0,764 0,039 0,090 0,477 -0,091 15,231 63,464 63,464 5,886 24,524 87,988 Autovalor % variância %cumulativo Código As variáveis que mais se destacaram na primeira componente foram: amônia (cheia e seca), condutividade elétrica (cheia e seca), DQO (seca), fenol (cheia 28 e seca), oxigênio dissolvido (cheia e seca), pH (cheia e seca), saturação oxigênio (cheia e seca), temperatura da água (cheia e seca), coliformes fecais (cheia) e não fecais (cheia e seca) (Tabela 03). Devido à contribuição destas variáveis ser muito grande entre elas se destacou a condutividade na cheia com 6,52%, fenol na seca com 6,10% e pH na seca com 6,32%, esse primeiro eixo foi determinado como sólidos em suspensão. Os coliformes fecais (E. coli) fora do seu “habitat natural”, o intestino de animais homeotermos causam grandes danos quando em contato com outras regiões internas do corpo (ex.: infecções urinárias de alta patogenicidade). Apresentaram de grande importância no período de cheia com um peso de (0,934) (Tabela 03). A predominância desse grupo se deve a evasão de excretas pelas águas das chuvas e pela lixiviação de chorume que possui alto teor contaminante. Os coliformes fecais obtiveram uma média de 1.460 colônias/100mL, um mínimo de 200 colônias/100mL e o máximo de 3.800 colônias/100mL (Tabela 02) ultrapassando os valores da categoria de satisfatória obedecidos pela Resolução CONAMA 2.000 (Tabela 01). Os coliformes não fecais apresentam uma ecologia diferente, pois estão presentes no solo, na vegetação e ainda podem ser encontrados entericamente. Este grupo se mostrou muito freqüente tanto no período de cheia com peso de (-0,802) (Tabela 03) como no período de vazante com peso de (-0,898) (Tabela 03) e na (Tabela 02) pode observar que o mínimo foi de 1.600 colônias/100mL e o máximo foi de 13.100 colônias/100mL confirmando assim a grande freqüência de Proteus e Serratia. No período de cheia a grande presença destas bactérias se deve a lixiviação de matéria orgânica do solo pelas águas das chuvas em direção ao corpo d’água e no período de vazante se justifica pela grande massa de folhas (matéria orgânica) em 29 decomposição no leito do igarapé onde nesse período ocorre pouca diluição favorecendo a proliferação das bactérias. O oxigênio dissolvido se mostrou baixo com uma média de 3,6 mg/L e um mínimo de 1 mg/L e o máximo- de 5,7 mg/L (Tabela 02). Obteve pesos de (0,828) na vazante e (0,799) na cheia (Tabela 03). A baixa quantidade de O2 na água se deve a grande presença de matéria orgânica (folhas) disponibilizada pela vegetação que sofre alterações no período de vazante, é onde ocorre o processo de decomposição e oxidação no corpo d’água. O oxigênio é muito utilizado por bactérias no processo de decomposição e está relacionado com a saturação de oxigênio indicando a quantidade máxima de O2 dissolvido na água. A condutividade elétrica é um dos parâmetros que mais se destacou. Na vazante obteve um peso de (0,992) (Tabela 03) e no período de cheia um peso de (0,997) (Tabela 03). A condutividade se mostrou muito elevada com uma média de 211,53µs/cm-1, um mínimo de 6,60µs/cm-1 e o máximo de 418,00µs/cm-1 (Tabela 02). A grande incidência da condutividade pode está relacionada com a dissolução de ácidos carbônicos, fulvicos, húmicos e carbonatos resultantes da oxidação da matéria orgânica na vazante, enquanto que no período de cheia se justifica pela elevada lixiviação de sólidos em suspensão com grandes quantidades de íons e influência do chorume que é impactante. O pH mostrou uma carga de (0,981) (Tabela 03) na vazante e uma carga de (0,953) (Tabela 03) na cheia; obteve uma média de 6,1 sendo levemente ácido, um mínimo de 4,07 e o máximo de 6,9 (Tabela 02). Pode relacionar o pH com a condutividade devido à dissolução de ácidos carbônicos, húmicos e carbonatos. A amônia é um parâmetro indicador de contaminação recente, esta se mostrou de grande importância nos períodos de vazante com um peso de (0,894) 30 (Tabela 03) e no período de cheia com um peso de (0,936) (Tabela 03) ambos na primeira componente. Obteve uma média de 3,9mg/L, o mínimo de 0,71 e o máximo de 6,97 (Tabela 02). Foram realizadas somente duas coletas uma na cheia e outra na vazante. O fenol mostrou um peso de (-0,964) na cheia (Tabela 03) e na vazante um peso de (-0,889) (Tabela 03). Obteve uma média de 11,85 mg/L, um mínimo de 0,23 e o máximo de 50. Indica índices de produtos industriais como detergentes, desodorantes, desinfetantes. Na segunda componente as varáveis com maiores pesos foram: DQO (cheia) e temperatura do ar (cheia e seca) (Tabela 03) As variáveis que mais contribuíram foram D.Q.O. (cheia) com 16,36%, temperatura do ar (cheia) com 14,37% e sulfeto (cheia). Esta componente foi determinada como de ambiente redutor, devido à sazonalidade onde com freqüentes chuvas nesse período ocorre uma grande lixiviação de materiais provenientes do solo. A demanda química de oxigênio (DQO) mostrou importância com um peso de (0,981) (Tabela 03). Obteve uma média de 3,39mg/L, um mínimo de 0,32 e o máximo de 9,60 (Tabela 02). Estabelece a quantidade de matéria orgânica presente no corpo d’água e essa matéria orgânica passa pelo processo de decomposição e oxidação diminuindo a quantidade de oxigênio no corpo d’água. A temperatura do ar mostrou a importância de um peso de (-0,920) na cheia e de (-0,764) na seca, isso se deve a influência da sazonalidade da região. Obteve uma média de 25, 58, um mínimo de 20,7 e o máximo de 31,5. A temperatura está associada à variação do tempo na região e tem grande influência na difusão dos gases (O2) para a água. 31 6. CONCLUSÕES A presença de coliformes fecais e coliformes totais é de grande importância em se tratando de ÁGUA, pois interfere na saúde humana. Por isso, neste estudo priorizou-se a contagem de bactérias do grupo coliformes e análise de parâmetros físico-químicos para afirmar da influência do lixão sobre o igarapé. O presente trabalho permitiu concluir que: A análise bacteriológica mostrou-se significativa nos pontos mais próximos do lixão. Os resultados demonstraram que a água do igarapé está sendo contaminada por coliformes totais. O número de colônias de coliformes fecais/100mL ultrapassou a categoria de satisfatória para balneabilidade, mas não se enquadrou como imprópria para balneabilidade, sendo que os maiores valores de foram encontrados no período de cheia. A análise das componentes principais das variáveis físico-químicas e bacteriológicas demonstrou as diferenças quanto à influência sazonal nos dois períodos amostrados. Observando-se a importância de alguns fatores como a influência das chuvas na lixiviação de resíduos e escoamento de chorume. Pode-se afirmar que o igarapé está sendo contaminado pelo chorume e águas das chuvas que são arrastadas do lixão. A análise da componente principal foi de grande importância, pois separou em grupos os pontos onde houve um destaque do grupo mais próximo do lixão, isto mostrou que a área estudada está recebendo influência direta de contaminantes como foi observado em algumas variáveis que se destacaram com elevada importância na análise. 32 Por estar próximo do igarapé faz-se necessário que autoridades (prefeitura) retirem o lixão das proximidades da nascente e adotem o sistema de tratamento de lixo mais eficaz como, por exemplo, tratamento de células coletoras de chorume, pois a contaminação é permanente. 33 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Al-MUZAINI, S., BEG. M. U. & MUSLMANI, K Environ. Science Technol., 21: 399-405. 1995. BERNARDI, J. V. E. Estudo quantitativo da estrutura florestal do Parque Estadual da Ilha do Cardoso –SP. 2001. Tese de Doutorado em Geociências e Meio Ambiente. Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. cap.5; 376 p. BICUDO, C. E. 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TAR TH2O COND. pH O.D. mg/L O.D. % ABRIL/05 ABRIL/05 ABRIL/05 ABRIL/05 ABRIL/05 JULHO/05 JULHO/05 JULHO/05 JULHO/05 JULHO/05 JULHO/05 27,8º 27,9º 28,1º 28,5º 31,5º 22,2º 20,7º 23º 23,2º 23,7º 23,2º 26,2º 25,8º 26,3º 26,4º 26,6º 3,3º 22º 22,1º 22,6º 22º 21,1º 198,6 156,5 166 146,2 129,2 296 284 253 215 195,3 6,6 6,48 6,54 6,25 6,33 6,52 6,52 6,65 6,27 6,25 6,19 6,65 2,8 3 2,1 2 1 3,5 3,6 3,6 3,6 3,2 4,3 36% 32% 25% 21% 11% 41% 41% 42% 38% 36% 48% 1 2 3 4 5 6 SET/05 SET/05 SET/05 SET/05 SET/05 SET/05 22º 21,5º 22º 23,2º 24,4º 23,6º 23,5º 23,5º 23,5º 23,4º 23,5º 22,7º 278 271 259 221 207 16 6,35 6,48 5,67 5,67 5,13 5,8 1,8 1,8 1,8 1,8 1,6 1,8 21% 21% 22% 22% 19% 22% 6,97 5,54 4,69 3,63 3,06 1,78 16,7 15,7 17,2 18,6 22,1 49,5 9022781UTM 0396330UTM 9022646UTM 0396374UTM 9022915UTM 0396292UTM 9023038UTM 0396231 9023169UTM 0396257 635620.7º 085004.5º 1 2 3 4 5 6 NOV/05 NOV/05 NOV/05 NOV/05 NOV/05 NOV/05 27,4º 27,7º 28º 28,4º 30,2º 26,2º 25,2º 25,6º 26,2º 26,5º 26,8º 24º 235 226 214 184 177 11,3 5,71 5,71 5,36 4,95 4,07 4,82 5 5 5 4,8 4,7 5,7 31% 33% 27% 22% 14% 51,10% 6,23 5,04 4,22 3,16 2.43 0.71 0.30 0.23 0.23 0.24 0.35 0.49 9022781UTM 0396330UTM 9022646UTM 0396374UTM 9022915UTM 0396292UTM 9023038UTM 0396231 9023169UTM 0396257 635620.7º 085004.5º 1 2 3 4 5 6 JAN/06 JAN/06 JAN/06 JAN/06 JAN/06 JAN/06 25,5º 25,4º 22,5º 25º 27,1º 25,2º 27,5º 25º 27,3º 25º 26,5º 24,5º 284 281 50 219 203 80 6,59 6,5 6,38 6,54 6,53 6,03 2,6 2,6 2,8 2,7 2,7 4,4 32,50% 32% 34,40% 33,50% 33% 53% 9022781UTM 0396330UTM 9022646UTM 0396374UTM 9022915UTM 0396292UTM 9023038UTM 0396231 9023169UTM 0396257 635620.7º 085004.5º 1 2 3 4 5 6 MAR/06 MAR/06 MAR/06 MAR/06 MAR/06 MAR/06 25,3º 25,3º 25,4º 26,8º 27º 25,3º 6,78 6,9 6,34 6,5 6,7 5,49 3,1 2,65 3,83 2,78 2,55 4,73 37,10% 32,30% 47% 34% 3% 57% 6,1 3,22 32% PONTOS PERÍODO LONG. LAT. 9022781UTM 9022646UTM 9022915UTM 9023038UTM 9023169UTM 9022781UTM 9022646UTM 9022915UTM 9023038UTM 9023169UTM 635620.7º 0396330UTM 0396374UTM 0396292UTM 0396231 0396257 0396330UTM 0396374UTM 0396292UTM 0396231 0396257 085004.5º 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 9022781UTM 0396330UTM 9022646UTM 0396374UTM 9022915UTM 0396292UTM 9023038UTM 0396231 9023169UTM 0396257 635620.7º 085004.5º 25,5 25,8º 418 25,7º 401 25,6º 342 25,5º 302 25,5º 271 24,8º 7 µs/cm 24 205,82 AMÔNIA FENOL SULFETO mg/L mg/L mg/L 4,432 23,3 NÃO FECAIS (100Ml) DQO mg/L 9400 8500 9100 10100 9500 14600 8400 7700 7400 8300 7600 13100 5,12 3,52 3,36 3,84 3,68 9,6 300 400 200 1200 2300 400 9900 7800 9700 8200 6800 10900 9600 7400 9500 7000 4500 10500 3.6 3.5 3.2 2.8 2.8 6.7 2600 2800 2100 1100 1200 200 14300 12600 11200 11000 9800 3700 11700 9800 9100 9900 8600 3500 3,68 3,5 3,04 2,88 0,32 3,68 2400 2500 1700 800 500 300 11700 10500 11700 4900 3500 1900 9300 8000 10000 4100 3000 1600 3,2 2,88 2,4 1,44 0,48 2,56 1460 8600 7140 3,28 COLIF.FECAIS (100Ml) COL.TOTAIS (100Ml) 2000 2900 3200 1200 1500 1200 1200 3800 800 700 900 4000 6900 6900 6300 8300 7200 8500 13600 5900 7900 4200 0,05 0,09 0,09 0,09 0,08 0,09 1000 800 1700 1800 1900 1500 0,06 0,05 0,08 0,05 0,05 0,06 0,08 0,1 0,1 0,07 0,05 0,16 0,07 1 2000 4000 3700 5100 6800 6000 7300 9800 5100 7200 3300 2 Figura 04 – Mapa localização dos pontos amostrados no igarapé próximo do campus UNIR.