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nº 131 - Fevereiro de 2012
Macau
Sob a protecção
do Ano do Dragão
Vila Galé Albacora
Da descoberta
do passado
ao conforto do presente
Sharm El Sheikh
Entre o Mar Vermelho e o Deserto do Sinai
Las vegas
A cidade dos números
e dos neons
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II
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EsPecial viagens
Sharm El Sheikh
S
Uma porta aberta ao exotismo das arábias
harm El Sheikh situa-se no extremo
sul da Península do Sinai. Outrora
antiga zona de pescadores, actualmente é uma das estâncias balneares mais conhecidas em todo o mundo.
Albergando milhares de turistas durante
todo o ano, Sharm tem a particularidade de
conseguir ir de encontro a todas as expectativas que qualquer visitante pode ter durante as suas férias.
Ao clima, convidativo durante todo o
ano, juntam-se as temperaturas altas das
águas translúcidas de toda a sua costa, a
enorme diversidade de magnificos corais e
a variedade de peixes observados a olho nú
enquanto se mergulha na praia.
Recentemente condecorado pela World
Travel Awards, Sharm el Sheikh é o destino
ideal para os amantes de mergulho. Os mais
experientes têm a facilidade de encontrar
Centros de Mergulho por toda a cidade com
material e programas especiais nos melhores locais para a prática do desporto. Para os
principiantes o destino oferece cursos certificados a baixo custo com aulas práticas no
mar incluídas.
A oferta hoteleira existente é bastante
rica e ajusta-se a qualquer budget. Se, por
um lado,várias cadeias internacionais estão
representadas, às vezes com mais do que
uma unidade como é o caso do Melia, por
outro existem vários hotéis locais com boa
relação qualidade/preço.
O regime Tudo Incluído é uma prática
comum na maioria das unidades o que permite um relaxe total para o visitante.
As zonas para compras e lazer multiplicam-se por Sharm El Sheikh. Das maiores e
mais conhecidas a pequenos mercados, não
é preciso andar muito para encontrar um
local que oferece o melhor que a cultura local pode ter: especiarias únicas expostas em
grandes cestos típicos, vários tipos de chás
(muitos deles medicinais), xixas artesanais,
incensos com odores únicos, bijuteria feita à
mão, entre outros.
Naama Bay é o principal centro de
Sharm El Sheikh. Durante o dia, as ruas são
calmas e utilizadas como meio para chegar
às praias dos vários hotéis ali instalados.
Com o pôr-de-sol, tudo se transforma. As
luzes acendem-se, os bares abrem, os bailarinos preparam-se e os turistas saem à rua
com as suas melhores vestes!
As ruas enchem-se de alegria! Vêm-se as
esplanadas cheias de pessoas a fumar xixas
e a beber chá, a conversar, a assistir a shows
beduínos, a assimilar a cultura tão rica que
o destino tem para oferecer. Com o passar
das horas, lentamente o fluxo passa dos bares típicos para as discotecas de renome que
se encontram na zona: o Pacha Sharm e o
Hard Rock Café. A alegria continua, agora
numa versão mais agitada por entre músicas internacionais e típicas, por festas temáticas, por festas em piscinas de espuma...em
Naamba Bay a diversão não tem limite!
O Mercado Antigo é outro ponto de interesse de Sharm. Tal como Naama Bay, ganha vida ao final do dia. É um local digno
de ser visitado, não só pelas lojas típicas de
artesanato mas também pelo seu belo anfiteatro e pelas ruas pequenas e estreitas que
levam o visitante a remeter-se para outra dimensão, outro mundo. Esta zona é mais procurada para compra de especiarias, de xixa
e chás e não tanto como ponto do centro de
diversão nocturna.
Redacção Fernando Borges,
Manuela Silva Dias
Arte Francisco Brigham
Sede Campo Grande, 220 - B
Colaboradores Augusto Pereira,
1700-094 Lisboa
Anya Ana, Carla Sabino Nunes,
Portugal
Carlos Ribeiro, Catarina Pereira,
Rita Gordo, Sónia Roma
Tel: (+351) 217 817 477
Fotografia
Fax: (+351) 217 817 479
Carmo Correia, John Copland,
conselho de administração Jean Baptiste Pages Juliana Calheiros, John Hatzimarkos,
Director / Editor Reno Maurício
Natacha Brigham
Recentemente, Sharm El Sheikh passou a
ter um outro ponto de interesse completamente distintito de todos os outros: o Il Mercato.
Concebido em bases mais ocidentais, o
Il Mercato é constituido por várias lojas de
marcas internacionais como a Claires, a The
Body Shop, Adidas, Starbucks, entre outras.
Alberga também um anfiteatro que recebe
frequentemente vários espectáculos.
Mas, se por um lado a diversão e o descanso são indiscutíveis em Sharm El Sheikh,
por outro, o destino encontra-se num ponto
estratégico de uma Cultura única e impar.
Na zona encontra-se o Monte de Moisés e
o Mosteiro de Santa Catarina - mandado construir pelo Imperador Justiniano I em honra à
martir cristã com aquele nome, e que tem nos
seus arquivos a segunda maior colecção do
mundo de iluminuras. O Parque Nacional de
Ras Mohamed é outro ponto de interesse.
Já um pouco mais afastado mas ainda
assim “a um passo” são organizadas diariamente visitas até ao Cairo, a Petra, a Jerusalém ou Luxor para visitas os monumentos
mais emblemáticos de cada zona.
Por último mas não menos importante,
durante toda a estadia de Sharm El Sheikh,
é possível realizar imensas actividades e experiências únicas. Jantar no meio do deserto
só com as estrelas por companhia, andar de
camelo, fazer um safari por entre as dunas,
andar de moto 4, passar um dia na Ilha Tiran, assistir a um espectáculo das “1001 noites” entre outros.
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EsPecial viagens
iii
IV
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EsPecial viagens
Macau
na BTL 2012 sob os desígnios do Dragão
Texto Fernando Borges Fotos Turismo de Macau
D
os doze animais do zodíaco chinês,
o Dragão é o mais especial, sendo
olhado e sentido como sinónimo
de força, entusiasmo, orgulho e de
sorte, para além de simbolizar ideais elevados. Por isso, quando o Ano Novo Chinês
casa com o Ano do Dragão, a sua chegada é
comemorada mais intensamente.
Um Ano do Dragão visto como perfeito
para concretizar grandes realizações, para
pôr em prática projectos há muito guardados, um ano que favorece as mudanças, o
movimento, a liderança e… as viagens.
Mais uma razão para a presença da Direcção dos Serviços de Turismo de Macau
(DST) na BTL 2012, que acontece desde a
primeira edição da maior feira de turismo
portuguesa, este ano através de um stand
com 54 m2 onde, para além do binómio
património histórico-cultural/turismo de
negócios, mostrará as potencialidades turísticas de Macau.
Uma presença que, não obstante a
enorme distância geográfica, os laços históricos, culturais e económicos existentes entre Macau e Portugal justificaram sempre
uma particular atenção, traduzida numa
forte presença que constituiu ao longo dos
anos uma referência de qualidade.
Com o Ano do Dragão bem vivo, no
stand de Macau na BTL 2012, será realçada
a crescente oferta de excelente qualidade,
em termos de turismo de lazer, de reuniões,
incentivos, convenções e exibições, dando
assim resposta à sua pretensão de se posicionar como Centro Mundial de Turismo
e Lazer, tendo criado para isso uma nova
imagem e um novo tema para a promoção
do Turismo e assim acompanhar o desenvolvimento de Macau, que recebeu durante
2011 cerca de 28 milhões de visitantes.
Através deste evento, pretende-se a
alavancagem da contratualização turística
entre operadores portugueses, macaenses e
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V
Festividades
em 2012
chineses, uma aproximação materializada
na deslocação a Lisboa, e em particular à
BTL, de operadores turísticos de Macau e de
representantes oficiais do Turismo do Município de Zhongshan, contíguo a Macau,
da República Popular da China.
E por se verificar um crescente retorno
de visibilidade e procura do destino Macau,
a mensagem e estratégia do Turismo de
Macau passará também pelo prosseguir da
promoção de produtos diferenciados sob
o tema “Momentos Memoráveis – Sentir
Macau”, e pela consolidação da imagem de
turismo de qualidade e da sua oferta turística, de forma a criar uma atmosfera favorável para o desenvolvimento do turismo
de lazer e de negócios.
À semelhança de anos anteriores, está
igualmente prevista a presença de representantes de diversas actividades tradicionais – adivinho, caligrafo, perfilista – cuja
singularidade esteve desde sempre associada ao nome de Macau e ao sucesso do stand
de representação, para lá do já tradicional
passatempo que oferecerá duas viagens
com alojamento para duas pessoas a Macau.
É que existe hoje um novo Macau a
descobrir, assente em modernas infra-estruturas hoteleiras (com cerca de 23 mil
quartos) e na indústria do entretenimento,
naturalmente ligada ao sector dos casinos,
mas cuja oferta é muito mais abrangente
e diversificada, com um rico calendário de
eventos de renome internacional ao longo
do ano. É este Macau do futuro que coexiste pacificamente com um Macau antigo e
singular, classificado em 2005 pela UNESCO como Património Mundial.
Centro de Promoção e Informação Turística de Macau
www.macautourism.gov.mo
Sands Cotai Central
é promessa de diversão em Macau
Programado para abrir as suas portas durante a primavera
de 2012, o Sands Cotai Central será uma das novidades hoteleiras
a inaugurar em Macau durante 2012, um novo resort que aposta sobretudo no luxo, requinte e diversão, oferecendo cerca de
5.800 quartos e suites divididas entre as sonantes e prestigiadas
marcas Conrad, Sheraton e Holiday Inn.
Uma área onde o entretenimento se destaca, assim como
os mais de 111.500m2 ocupados por restaurantes, salas de reuniões e de congressos, e mais de 100 lojas representando as
principais marcas do mundo da moda que animarão o Shoppes
Cotai Central, com ligação ao The Grand Canal Shoppes e ao
The Shoppes at Four Seasons, reunindo no seu conjunto mais
de 600 luxuosas lojas duty-free, dois mega spas, três impressionantes health-clubs e centros de jogo com uma área superior
a 27.000m2, passando a oferecer um novo, superior e luxuoso
nível a toda a zona de Cotai Strip.
Procissão do Nosso Senhor Bom Jesus
dos Passos
Aniversário de Pak Tai
Fórum e Exposição Internacional
de Cooperação Ambiental Macau
Cheng Ming (Dia de Finados)
Feriados da Páscoa
Festividade da Deusa A-Ma
Festividade do Dia do Buda (Festividade
do Banho de Buda), Festividade do Dragão
Embriagado, Festividade de Tam Kong
Dia do Trabalhador
XXIII Festival
de Artes de Macau
Procissão da Nossa Senhora de Fátima
Dia Internacional do Museu
12º Festival da Flor de Lótus de Macau
Regatas Internacionais
de Barcos-Dragão de Macau
Festival de Barcos Dragão (Tun Ng)
Festa “Na Cha”
Festival Internacional Juvenil de Dança
Grande Premio Mundial da Federação
Internacional de Voleibol
Festa de “Kuan Tai”
24º Concurso Internacional de Fogo
de Artificio
Festival “Chong Chão” (Bolo Lunar)
Festival da Lusofonia
59º Grande Prémio de Macau
Maratona Internacional de Macau
Comemoração do estabelecimento
da RAEM
25-26 Fev
24 Mar
29-31 Mar
4 Abr
6-7 Abr
13 Abr
28 Abr
1 Maio
1 Maio - 2 Jun
(Datas Previstas)
13 Maio
18 Maio
9-17 Jun
16-17,
23 Jun
23 Jun
6 Jul
20-26 Jul
Agosto
11 Ago
8-15-2229 Set,
Out 1
30 Set
19-20-21 Out
15-16-17-18
Nov
Dez 2
Dez 20
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VI
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Vila Galé
Albacora
Um santuário natural de prazer e reflexão
Texto e fotos Fernando Borges
É
um lugar diferente, que desde logo se
sente como especial, um espaço de reflexão, de belos recantos, de pequenos
e grandes detalhes onde a nostalgia nos
envolve de uma forma quase romântica.
Aqui, respira-se toda a tranquilidade
transmitida pelo Parque Natural da Ria Formosa e escutam-se histórias de gerações de
pescadores de atum. E é nesta atmosfera que
encontramos o Vila Galé Albacora, ali para os
lados de Tavira..
Um hotel que também é diferente, beneficiando da sua localização e do facto de ser composto por um conjunto de edifícios de relevante
valor arquitectónico e histórico-cultural, como
que fazendo parte do habitat natural que o envolve, mesmo em frente da ilha de Tavira e da
Ria. Um hotel perfeito para famílias que procuram alguns dias de repouso, sossego e espaço.
Conhecer este hotel, é sem dúvida entrar
no mundo da história piscatória da região, é
reviver o passado de gentes que tinham a faina
no mar o seu respirar, pois o Vila Galé Albacora ocupa o espaço que há muitas décadas atrás
servia de lar a esses homens e às suas famílias
durante os meses em que a actividade se concentrava por aqueles lados, na armação.
Um lugar que surgiu em 1881, baptizado
por Arraial Ferreira Neto, que conheceu a forma actual a partir de 1945 e assim se mantendo
até 1972. Um lugar composto por habitações
para os pescadores e suas famílias, armazéns
de recolha e recuperação de material de pesca,
escritórios, depósitos de víveres, escola primária, capela, posto médico e barbearia, mas que
teve o seu fim quando a pesca do atum acabou
definitivamente, sendo deixado praticamente
ao abandono.
Um abandono que termina em 2000 quando, e após restauros, abre como um hotel muito especial, o Vila Galé Albacora.
Tirando proveito de toda a estrutura e da
sua perfeita localização, em Quatro Águas, no
Vila Galé Albacora continua a poder-se sentir
a história do Arraial Ferreira Neto, onde um
museu nos explica como funcionava essa
antiga armação e o mundo que a envolvia,
ao mesmo tempo que nos é dado a descobrir
todo o conforto posto à disposição de quem ali
de dirige para um verdadeiro encontro com
a história e a arte de quem fez do mar a sua
forma de viver.
Um hotel diferente, onde se sente a vida
passada das gentes que faziam da pesca do
atum o seu ganha-pão, que soube aproveitar
essa mesma história e recuperar todas as suas
características arquitectónicas e culturais, um
hotel com um dna único, composto por 157
quartos e 5 suites júnior decoradas com a simplicidade que se deseja num hotel com estas
características, mas sem esquecer o conforto e
alguns pormenores de requinte.
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Um destino para umas férias singulares a
dois ou em família em que o bem-estar é uma
das máximas do hotel, proporcionando momentos de total relax, quer opte pela piscina
interior, jacuzzi, sauna, banho turco, terma romana, duche vichy, duche de contraste ou pela
vasta selecção de massagens e tratamentos do
Spa Satsanga.
Mas há também o apelo dos sabores divinos do restaurante Salinas, distinguido em
2010 com a especialidade da cataplana Vestresca, onde não falta a vasta gama de vinhos
Casa de Santa Vitória, uma produção do grupo Vila Galé, o segundo maior grupo hoteleiro nacional, que encontrou no Alentejo e na
unidade do Clube de Campo as terras ideais
para produzirem os seus conceituados vinhos
e azeites.
Um Vila Galé Albacora que é igualmente
um santuário para os mais novos, contando
para isso com os programas de diversão e exploração oferecidos pelo Nep Kids Club, assim
como é um lugar que apela a longos momentos
de descontracção e reflexão.
Quer entre as paredes que envolvem o Vila
Galé Albacora e a história que ali se fez, um hotel que recebeu a certificação de Eco-Hotel da
Tüv Rheinland, representando um factor de diferenciação para o hotel e o esforço em adoptar
medidas e métodos de trabalho que reduzam
de forma significativa e permanente o impacto
ambiental, quer também fora delas.
São as tranquilas caminhadas pelo sereno
areal até à praia do Barril ou de bicicleta pelas
salinas, um paraíso para ornitólogos, os passeios de barco que nos levam a outros areais,
das praias da Ilha de Tavira ou em direcção dos
golfinhos, tartarugas e cachalotes, elevando
uma estadia no Albacora a um patamar superior de prazer e conhecimento.
email: [email protected]
[email protected]
www.vilagale.pt
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VIII
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Notícias
Royal Caribbean International®
convida a ir ao encontro do Mar
“O Mar chama por Si. Sinta-o com a Royal!”
A
nova campanha da Royal Caribbean International® vem
com um telemóvel de última
geração - o Shellphone – Não
tem rede em momentos de stress e funciona na perfeição em ambiente de lazer e boa disposição.
No vídeo da campanha este modelo foi colocado no centro da cidade, em
locais movimentados. Os transeuntes
reagem ao toque do “Shellphone” e iniciam uma conversa com o “Mar”, que
os convida a imaginar que estão meio
do oceano, longe da correria e do barulho da cidade, num local onde têm tudo
o que necessitam para concretizar as
suas férias de sonho.
O consumidor é convidado a escutar o mar, a fazer uma pausa merecida
do stress diário, e a ir ao seu encontro,
embarcando numas férias de sonho
com a companhia.
“O Mar chama por Si. Sinta-o com
a Royal!” O conceito é o compromisso
da companhia para com a satisfação
dos seus hóspedes, garantida através de
navios inovadores, de um serviço perso-
nalizado de excelência e de uma ampla
oferta de destinos.
No âmbito do novo branding, e
com base no mesmo conceito, a Royal
Caribbean em Portugal lança um novo
catálogo, de 22 páginas, onde apresenta a oferta de cruzeiros com enfoque
nas principais propostas para o ano de
2012.
A brochura apresenta opções para
quem procura “um resort flutuante”,
oferecendo atividades de lazer, aventura, desporto e cultura numa única viagem, propostas para quem procura dar
“uma volta de 180 graus” ao seu dia-a-dia numa escapada de cinco noites,
ofertas para “Férias de Verão” em família no Mediterrâneo, e ainda “Férias
Grandes no Mediterrâneo” com passagem por cidades históricas.
O catálogo apresenta os novos programas “Fly & Cruise” e “Bus & Cruise”, uma aposta da Melair para 2012,
adicionando o transporte de ligação a
várias cidades da Europa, facilitando
a reserva de todos os serviços de uma
só vez.
RNAVT2566
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IX
Notícias
Master
Turismo
aposta no mercado nacional
C
om o mercado do turismo interno
em crescendo e de forma a fazer
face a esse constante crescimento, desenvolvimento e procura, a
Master Turismo, na busca da melhor forma
de ir de encontro e responder às necessidades dos seus clientes, acaba de criar um
departamento exclusivo para o mercado
nacional.
Um departamento que passa a contar
com os serviços e apoio de técnicos especializados, com imaginação e criatividade,
encarregando-se de toda a organização de
reuniões e eventos, programas de Incentivo e grupos de lazer, bem como de muitos
outros serviços, como catering, jantares,
animação, transporte, guias, hospedeiras e,
claro, de todo o apoio de “bastidores” assegurando que tudo decorre como planeado
e desejado.
Uma equipa altamente profissional e
qualificada que oferece um atendimento
personalizado e flexibilidade na adaptação
das propostas, fruto de um vasto conhecimento de Portugal.
www.masterturismo.pt
Golfe em Sintra Pinto Lopes
Penha Longa recebe Stableford Challenge 2012
O
Penha Longa Hotel Spa & Golf
Resort, em Sintra, recebe o Stableford Challenge 2012, um torneio de golfe realizado uma vez
por mês nos campos de golfe da Quinta
da Penha Longa, decorrendo entre Março
e Dezembro.
As inscrições estão abertas a todos
os praticantes de golfe federados, um
máximo 36 homens e 36 senhoras, sendo
também válido para efeitos de gestão de
handicap, com todos os torneios a serem
jogados em 18 buracos, a duas voltas no
campo Mosteiro.
Classificado entre os 30 melhores da
Europa continental, os campos da Penha
Longa representam o golfe de sonho no
seu melhor, com o campo de golfe Atlântico, de 18 buracos, a ser um dos mais
conceituados e bonitos da Europa, famoso também pelas imponentes ruinas de
um aqueduto romano que acompanha
algumas zonas do percurso.
Por sua vez, o campo de golfe Mosteiro, de 9 buracos, igualmente deslumbrante, deve o seu nome ao eremitério construído num local rochoso da propriedade
no século XIV, por frades franciscanos
devotos.
AGENDA STABLEFORD CHALLENGE 2012
3 de Março (Sábado) – Mosteiro
7 de Abril (Sábado) – Mosteiro
19 de Maio (Sábado) – Mosteiro
16 de Junho (Sábado) – Atlântico
21 de Julho (Sábado) – Atlântico
4 de Agosto (Sábado) – Atlântico
8 de Setembro (Sábado) – Mosteiro
20 de Outubro (Sábado) – Mosteiro
24 de Novembro (Sábado) – Atlântico
15 de Dezembro (Sábado) – Atlântico
Viagens
inaugura loja em Lisboa
N
um percurso visto por alguns como um contra-ciclo económico, a agência Pinto Lopes Viagens abriu o seu primeiro balcão em Lisboa, mais precisamente no nº1 da Rua
Viriato, em Picoas.
Uma oportunidade aproveitada pela Pinto Lopes Viagens, uma
agência sediada no Porto e com mais de 40 anos de história, para
apresentar o seu programa de viagens, um balcão que representa
para fundador da empresa “o prolongar de uma viagem, apresentando-se como um novo ponto de encontro para divulgar o sonho maior: dar a
conhecer o Mundo num ambiente familiar, privilegiando a qualidade, o
conhecimento e o acompanhamento”, sendo este o “ momento de tocar a
alma de mais viajantes lisboetas”.
www.masterturismo.pt
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Las Vegas
O parque de diversões dos adultos
Por Fernando Borges
F
requentemente e ao longo dos tempos tem sido cenário e personagem
central de diversas séries televisivas,
de filmes, de múltiplos documentários e tema para mil e uma reportagens que
deram luz e cor a milhares e milhares de
páginas das mais diversas revistas e jornais,
assim como o centro das mais variadas notícias sobre celebridades que a procuram
para um casamento relâmpago ou para momentos de escaldantes paixões sob a luzes
de coloridos neons.
Mas o que levou a que esta cidade, perdida no meio do deserto de Mojave tenha
despertado tanto interesse e curiosidade,
tenha ganho fama mundial, que no espaço
de apenas um século tenha passado de escassos 5 mil habitantes para uma multidão
de 2 milhões de almas e receba anualmente
cerca de 40 milhões de visitantes?
Talvez porque esta Las Vegas se tenha
tornado numa verdadeira Disneyland dos
adultos, o epicentro de mil e um sonhos,
soube transformar-se num dos maiores
exemplos do poder imaginativo do homem,
que aqui criou um mundo encantado e surreal, ou porque esta também é uma cidade
conhecida por Sin City - Cidade do Pecado
- por causa do apelo constante à perdição, a
múltiplos prazeres mais ou menos confessáveis e por ser o centro mundial de uma
das mais apreciadas formas de entretenimento do homem, o jogo!
É uma cidade encravada no meio do
abrasador deserto de Mojave, uma criação
que começou a ganhar forma no início do
séc. XX quando a Legislatura de Nevada formalmente legalizou o jogo e o gangster Bugsy
Seigel inaugurou o Flamingo Hotel, em 1946,
na altura o maior e mais caro hotel dos Estados Unidos. Uma ideia visionária e algo surreal para a altura, mas que se mostrou certa.
Era o início da Las Vegas que rapidamente passou a ser conhecida como a “Capital Mundial do Entretenimento”, que até
essa altura apenas tinha sido um vilarejo
empoeirado no meio de um desanimador
deserto, que teve como primeiros habitantes colonizadores mormons que tinham
deixado a região de Salt Lake City e que sobreviveu durante décadas por ter uma gare
de comboio que transportava trabalhadores
que se ocupavam da construção de estradas
e dos que seguiam rumo ao oeste.
E sobre a sua história pouco mais haverá para contar, a não ser que esta é uma
cidade marcada pela constante presença de
máquinas de jogo, uma presença que nunca sairá de cena, qualquer que seja o local
onde estejamos.
Por isso, inevitavelmente, esta é uma
cidade que tem quase toda a sua cultura
influenciada pelo mundo do jogo, com os
grandes hotéis e casinos a darem o tom artístico e vida cultural a Las Vegas, recebendo nos seus próprios palcos uma gigantesca
variedade de shows, e praticamente tudo
concentrado ao longo da famosa Las Vegas
Strip, uma estrada-avenida que corta a cidade até às encostas do Lake Mead ao sul.
Uma extensão de seis quilómetros da
Las Vegas Boulevard, com os seus hotéis de
luxo, piscinas imensas, quilómetros de área
de casinos, restaurantes de cinco estrelas, e
um grande número de atracções importantes, sendo principalmente esta The Strip e
o que a “veste” que define Las Vegas para
o mundo, por onde passam os principais
espectáculos musicais e de dança, peças
teatrais de dimensões faraónicas, sempre
com uma programação de primeira classe,
acabando também por ser uma fonte de
atracção para os milhões de visitantes que
anualmente chegam à “Capital Mundial do
Entretenimento”, fazendo com que o entretenimento em Las Vegas vá para além das
mesas de jogo,
Uma cidade que passa a sensação de
que tudo nela pode acontecer, desde os artefactos egípcios no Luxor no extremo sul da
avenida até à atracção radical XScream, levando os passageiros a 240 m acima da The
Stripm no Stratosphere, no extremo norte
da avenida, uma cidade marcada por uma
arquitectura moderna e réplicas menores
de famosos cartões-postais do mundo, como
a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, os canais de Veneza, as pirâmides do Egipto…
De facto, fora do ambiente ou em paralelo com as mesas de jogo, roletas e slot-machines, Las Vegas consegue ser um destino
com o seu quê de chique e brilhante, principalmente quando a noite chega e a iluminação se torna um show à parte, criando
um ambiente propício para certas loucuras,
como o tradicional casamento relâmpago
com um amor à primeira vista animado por
um couver de Elvis Presley. Se não resultar,
é só desfazer a “brincadeira” matrimonial
no dia seguinte.
Mas há também as atracções da vida
selvagem que continuamente vêm sendo
votadas como das melhores do mundo,
como o Lion Habitat no MGM Grand, o Siegfried & Roy’s Secret Garden, o Dolphin
Habitat, o Shark Reef no Mandalay Bay ou
o observatório de pássaros no Parque Estadual Wetlands, na parte sul do vale.
Ainda na mesma sintonia de sucesso
e de atracções, Las Vegas não esqueceu os
museus, aparecendo como outro destaque
turístico. Museus temáticos como o dos
chocolates M&M, da Harley Davidson e da
Coca-Cola, podendo ainda admirar obras
de arte e peças históricas no Las Vegas Art
Museum, no luxuoso Liberace Museum, no
ecológico Springs Preserve ou no Atomic
Testing Museum.
É o jogo, a arte, a descontracção, a aventura, a imaginação, a megalomania e criatividade do homem em perfeita harmonia,
numa cidade que oferece não só a sua alma
para alguns surrealismos, mas também o
seu corpo para as mais variadas liberdades.
É a Las Vegas, a “Capital Mundial do
Entretenimento”, em todo o seu esplendor
que ali, no meio do deserto de Mojave, continua a oferecer um mundo de deslumbramento a todos os que procuram e anseiam
por algo de diferente e único.
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Innsbruck
Um romântico tesouro nos Alpes
Por Fernando Borges
C
onta a história que no ano de 1178,
os senhores feudais do Tirol construíram um mercado em Hotting,
assim como conta essa mesma
história que foi este posto de trocas que
fez surgir um povoado na região. Era o
nascimento de Innsbruck, uma cidade intimamente ligada ao império dos Habsburg,
imperadores da Áustria durante 640 anos e
pela sua paixão por esta cidade, enriquecendo-a de inúmeros tesouros, mesmo que isto
custasse o endividamento do país. E um dos
melhores exemplos ainda visíveis desta realidade é o prédio conhecido como Gondenes
Dachl, construído com 2600 telhas de ouro,
e que ainda hoje pode ser apreciado.
Uma Innsbruck que por vezes parece
ser um conjunto de casas de bonecas, concentrando no seu centro os pontos turísticos
mais interessantes, a partir da qual se pode
e se deve percorrer a pé, tranquilamente,
começando, por exemplo, com uma visita
ao Schwarze Mander (Homens Negros) na
igreja Hofkirche. Um conjunto de vinte e
oito impressionantes esculturas em bronze
erguidas em torno do monumento ao imperador Maximiliano, para depois seguir em
direcção do Palácio Imperial, outro notável
exemplo de como os Habsburg investiram
nesta cidade, como a amaram.
Mas são incontáveis os pontos turísticos de Innsbruk e as verdadeiras jóias da antiga arquitectura europeia, como a catedral
Dom zu St. Jakob, Leopoldsbrunnen (Fonte
de Leopoldo), o Tiroler Landestheater (Teatro Regional do Tirol), o Hofgarten ou o
Märchenhafte Beleuchtung an Sommerabenden, que pode ser traduzido e resumido
apenas para Jardins Imperiais.
Outras sugestões de visita a Innsbruck passam obrigatoriamente pelo Museum
im Zeughaus (Museu do Arsenal), Rudolfsbrunnen (Fonte de Rodolfo), Triumphpforte
(Arco do Triunfo, construído em 1765), Basilika Wilten, a mais bonita basílica em estilo rococó do Tirol, e pelo Glockenmuseum (Museu dos Sinos), todos eles localizados no
centro da cidade ou a meia dúzia de passos
dele, sendo esta a melhor zona para se sentar numa esplanada e apreciar a vida que
acontece à sua volta.
Uma boa oportunidade para pedir um
famoso Kaiser Melange mit Schlagobers
(café com creme), um tipo de café enriquecido e muito saboroso, acompanhado
por alguns dos deliciosos doces austríacos,
pois eles são, na realidade, outra razão da
fama de Innsbruck, sendo obrigatório experimentar um Topfen Obers Schitte mit Erdbeeren, um Erdbeer Joghurttortem que é
servido com flaumiges Schokoladenbiskuit
auf Mürbteigboden, Joghurtcreme eingelegt, garniert mit Schlagobers…
Nomes que custam a pronunciar mas
que pode ter a certeza serem sinónimo de
doces sabores, e mesmo que não consiga
dar aquele jeito na língua para os dizer não
se preocupe, pois há sempre uma fotografia
que identifica cada uma destas delicias, bastando apontar.
Doces sabores que fazem de Innsbruck
ainda mais apetecida, uma cidade que tem,
para além de todos os atractivos de uma
antiga cidade imperial, repleta de cultura e tesouros históricos em cada esquina,
um rio, o Inn, em cuja margem direita se
estende toda a cidade, enquanto pela margem esquerda o nosso olhar se perde pelos
verdejantes campos até atingirem as montanhas que se erguem no horizonte. Espaços dignos de um qualquer cenário de filme
romântico e que sempre convidam para
uma tarde de caminhadas, mesmo quando
o inverno cobre todas esta região de branco.
É que para lá desse olhar existe um cenário privilegiado feito pelos Alpes e pela montanha Klettersteig, a montanha da capital do
Tirol, onde se chega em três etapas, primeiro
subindo num pequeno comboio que tem paragem marcada em Ausstieg Alpenzoo para
depois num teleférico seguirmos até Seegrube, a 1905 m, e depois até ao ponto final, Hafelekar, a 2.334 metros de altitude, um lugar
imperdível onde o frio, mesmo quando não
é inverno, obriga a levar um casaco grosso.
Três pontos de paragem que oferecem
uma vista simplesmente fantástica sobre
a cidade e o que a rodeia, onde esplanadas
convidam a longos momentos de contemplação sobre tudo o que nos rodeia. Sobre Innsbruk, o Tirol, as montanhas Stubaital e Patscherkofel, esta última, com 2250 metros de
altitude, a mais procurada pelos esquiadores
profissionais que gostam de se aventurar por
descidas íngremes, mas também pelos menos experientes, fazendo com que Innsbruk
seja uma das mais concorridas estâncias de
esqui da Europa, tendo já sediado por duas
vezes os Jogos Olímpicos de Inverno.
É assim esta Innsbruck que deixou de
ser apenas um privilégio exclusivo dos imperadores da Áustria para se tornar num
dos locais mais conhecidos e procurados da
Europa, uma cidade que sabe como poucas
misturar cultura, arte, lazer e emoção, uma
cidade que bem merece o título de Tesouro
dos Alpes.
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XIII
XIV
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Monsanto
Um casamento perfeito entre a Natureza e o Homem
Texto e fotos Fernando Borges
N
o meio de Portugal, existe um encantador lugar, um povoado que conhece
a presença do Homem desde o paleolítico, um conjunto de casas que se erguem sobre montes de granito e com o granito
erguidas, entre um barrocal onde o musgo e o
vento são companheiros de histórias e lendas,
onde tudo parece convidar ao mistério.
Um lugar que no longínquo ano de 1938,
em pleno Estado Novo, ganhou o título de “Aldeia mais portuguesa de Portugal”, título que
orgulhosamente ostenta até hoje.
Uma aldeia conquistada por D. Afonso
Henriques aos mouros e doada em 1165 aos
Templários, um pequeno encanto que nos faz
viajar até à época Medieval, que nos faz perder entre as suas labirínticas ruas demarcadas
pelos sempre presentes penedos de granito
levando-nos até ao mais alto desse conjunto de
rochedos onde se ergue um castelo a partir do
qual nos é oferecida uma das mais fantásticas
e deslumbrantes vistas que alguma vez poderíamos imaginar.
Uma experiência autêntica e única que
talvez apenas aqui, em Monsanto, nos é dada
de uma forma tão imponente e magnetizante.
A estrada vai-se estendendo à nossa frente
em direcção a uma montanha que ao longe se
ergue abruptamente na campina. E por cada
quilómetro feito, essa montanha vai-se agigantando e pequenos pontos concentrados numa
das escarpas dessa montanha indicam-nos que
ali há um casario.
E com essa paisagem no horizonte vamos
percorrendo mais alguns quilómetros quando, de repente, numa placa, aparece a palavra
Monsanto. E por aí vamos, subindo, subindo,
subindo… ao longo de uma estreita estrada
ziguezagueante, até que chegamos, logo a seguir a mais uma curva, a um parque que nos
oferece a primeira panorâmica sobre toda uma
paisagem deslumbrante que caracteriza a região beirã, estendendo-se bem para lá do sopé
desta montanha, parecendo mesmo que para
além do horizonte.
E ali está Monsanto, ou Mons Sanctus,
como foi chamada há muito tempo, que continua a ser como era, que pouco mudou e que
continua a ostentar com orgulho e razões o título de “Aldeia mais portuguesa de Portugal” e
o seu Galo de Prata que testemunha esse titulo,
cuja réplica coroa a torre mais alta da aldeia, a
Torre de Lucano ou do Relógio.
Um bom ponto de partida para percorrer
um dos vários itinerários encravados na vertente de uma pequena mas escarpada montanha levando o visitante em direcção ao alto do
monte onde se ergue um imponente castelo
que ainda conserva alguma da sua muralha,
o pátio das armas e alguns torreões, enquanto
a seus pés desenha-se uma povoação de ruas
empinadas e de rochas que são utilizadas como
paredes do seu casario, enquanto mais abaixo
os olhos se estendem por um vale verdejante
aqui e ali plantado de laranjeiras e castanheiros, enquanto mais além outra montanhas
com os seus picos desgastados por milhões de
anos parecem dormir placidamente.
Mas o que realmente mais impressiona é a
permanente presença da pedra sobre as nossas
cabeças e sob os nossos pés, oferecendo uma
das paisagens mais interessantes que poderemos encontrar, uma paisagem onde o homem
e a natureza se casam em perfeita harmonia,
num aglomerado de casas que se estende costa
acima, aproveitando os pedregulhos de granito
para serem as suas próprias paredes e, em alguns casos, o próprio telhado.
Uma aldeia onde se encontram algumas
casas brasonadas, com portais manuelinos,
como a casa onde viveu e exerceu medicina o
médico e escritor Fernando Namora que aqui,
em Monsanto, se inspirou para escrever a sua
obra “Retalhos da Vida de um Médico”, assim
como muitos exemplos da arquitectura militar
e religiosa distribuídos entre o conjunto urbano e do castelo, como a Capela de Santiago,
onde se destaca um portal românico e um arco
ogival direccionado para norte e a Capela de
Santa Maria do Castelo rodeada por um cemitério onde foram escavadas na rocha túmulos
com formas antropomórficas.
Mas a mais importante das capelas é a Capela Românica de São Miguel, situada entre o
castelo e a torre de vigia medieval, designada
como Torre do Peão, uma capela unida a um
monumento de suposto culto a Marte e outros
deuses pagãos, também rodeada por sepulturas
escavadas no granito do período paleo-cristão.
Belos exemplos da arquitectura religiosa
que encontramos assim que chegamos às portas de Monsanto e somos recebido pela Capela
de Santo António, marcada por uma porta de
quatro arcos ladeada por dois bastões decorados com flores de lis, enquanto do outro lado
da aldeia, perto do arco de S. Sebastião, se ergue a capela do Espírito Santo.
Entre o caminho que liga estas duas capelas, ainda encontramos a Igreja da Misericórdia, de raiz românica, e na base da montanha a
Capela de São Pedro de Vir-a-Corça, ou de Vila
Corça, como também é conhecida esta igreja
construída em granito, datada do séc. XII e
onde se destaca uma bela rosácea.
Na realidade, esta é uma aldeia onde quase
tudo é marcado pelo granito, transmitindo-lhe
uma certa atmosfera de magia e um magnetismo secreto perfumado por uma sensação de
solidão trazida pelo vento que parece acariciar
a negritude das rochas, ajudando a criar um
ambiente de misterioso romantismo num cenário verdadeiramente sublime.
Uma visão que se torna ainda mais impressionante a partir do castelo, esse bastião de
guerras onde eram enterrados, entre rochas escavadas, os valorosos cavaleiros da reconquista
cristã, obrigando a uma subida difícil mas compensadora através de ruelas onde velhas senhoras, sentadas nas soleiras das portas ou nas escadas que dão acesso a belos pátios e terraços
vendem as suas “Marafonas”. Bonecas sem
cara vestidas com trajos de tecidos coloridos,
deusas da fertilidade que representam as mulheres de Monsanto dançando felizes depois
dos castelhanos terem levantado o cerco no
célebre episódio do bezerro lançado ao inimigo
e que se metem debaixo da almofada para afastar as tempestades e os maus espíritos.
Uma aldeia que se tornou um mito, de
quem se diz que “quem conquistar Monsanto, conquistará o mundo”, terra de lendas que
como qualquer aldeia da raia se bateu contra
as tentativas de invasão de Castela, tendo originado aquela que se tornou a mais popular
de todas as lendas, uma lenda que tem a sua
origem em 1658 quando mais uma vez os vizinhos do outro lado da fronteira tentaram conquistar esta aldeia.
Diz a lenda que um exército castelhano
sitiou o castelo, mas que Monsanto não se rendeu. E o cerco durou semanas e semanas, e os
viveres começaram a escassear, até que só restava um bezerro e um saco de trigo. E quando a
fome começava a tomar conta do seu povo, tornando a rendição quase eminente, uma aldeã
teve a ideia de dar o trigo a comer ao bezerro,
atirando-o depois do alto das escarpas. Ao cair
no meio do exército castelhano, o bezerro rebentou, dando a ver o seu estômago cheio de
trigo. Perante tal imagem, os assaltantes acreditaram que no interior das muralhas ainda muito haveria para comer e levantaram o cerco.
Mas também se conta que, durante o séc.
II a.C., estas gentes resistiram durante sete
anos no seu baluarte a um cerco imposto pelos
romanos, dando origem a uma das mais famosas festas desta aldeia beirã, a Festa das Cruzes,
e que se comemora todos os anos a 3 de Maio.
Granito, património militar e religioso, paisagem, histórias e lendas que fazem com que
Monsanto tenha na cultura portuguesa e no
património nacional um lugar a merecer um
olhar e uma atenção especial, um lugar de gentes que se orgulham das suas raízes e realidades.
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