Plantas Daninhas
em Pastagens
Plantas Daninhas em Pastagens
Introdução
A degradação de pastagens é um dos maiores problemas da pecuária bovina do
país. A baixa qualidade e produtividade das pastagens são causadas muitas vezes
pela alta incidência de plantas daninhas. Além disso, algumas espécies de plantas
são tóxicas e podem provocar a morte de bovinos.
A produtividade das culturas, em qualquer sistema de cultivo, está associada a um
conjunto de fatores, entre eles, os genéticos, os climáticos e os relacionados com
o manejo adequado das culturas, tanto sob aspectos nutricionais e de irrigação,
quanto aos que se referem ao controle de pragas e das plantas daninhas.
Tais plantas concorrem com as forrageiras em termos de luz, água, nutrientes e
espaço físico, arranham os animais, desvalorizando o couro, e são responsáveis
também, quando tóxicas, pela mortalidade de alguns animais.
Tiririca (Cyperus rotundus)
Plantas Daninhas em Pastagens
No caso das pastagens, a competição entre plantas forrageiras e invasoras sofre
influência direta do pastejo feito pelos animais, uma vez que este altera a
distribuição e arquitetura tanto da parte aérea quanto do sistema radicular das
plantas. A menor produção de massa de forragem reduz a capacidade de suporte
do pasto e determina a menor produtividade do sistema
As plantas daninhas podem ainda reduzir o desempenho individual dos animais.
As plantas fisicamente agressivas (arbustos ou plantas com espinhos) dificultam o
acesso dos animais à forragem, restringindo seu consumo e, conseqüentemente,
seu desempenho.
Já os problemas de envenenamento por plantas tóxicas agravam se na época da
seca ou após as queimadas, quando a falta de alimento obriga os animais a ingerir
essas plantas, que podem provocar desde a redução no ganho de peso,
aparecimento de problemas reprodutivos e até mesmo a morte dos animais.
pastejo extensivo, Belém/PA - 2007
piquetes de Mombaça para vacas de elite P.O. Belém/PA - 2007
piquetes de Mombaça para vacas de elite P.O. Belém/PA - 2007
Plantas Daninhas em Pastagens
As plantas invasoras causam mais perdas e danos à agricultura do
que as pragas e doenças das plantas cultivadas, e se constituem na
maior barreira para o desenvolvimento econômico de muitas regiões
do mundo.
O objetivo principal do controle de plantas daninhas é a
manipulação seletiva da vegetação, com a finalidade de evitar a
concorrência destas com as forrageiras.
A erradicação de muitas espécies torna-se, algumas vezes,
extremamente difícil. Pensando-se em bom manejo da pastagem, é
preferível tentar controlar o aparecimento ou aumento de tais
plantas.
Características comuns as plantas daninhas:
 Crescem rápido: usam uma alta eficiência de água;
 Excelente adaptação climática;
 Apresentam um curto intervalo entre floração e germinação;
 São rústicas no ataque a pregas e doenças;
 Apresentam dormência e germinação desuniforme, atributos que
facilitam a perpetuação da espécie, pois se todas as sementes
germinassem de uma só vez seria fácil erradicá-las. Essas plantas se
multiplicam por meio de sementes, rizomas, bulbos, tubérculos,
folhas, raízes, etc;
 Possuem capacidade de produzir grande número de sementes por
planta, geralmente com facilidade de disseminação pelo vento, água,
pêlo de animais, etc. Exemplo: Desmodium tortuosum, que produz
até 42.000 sementes por planta [ Soja tem 200 vagens de 3 grãos em
média = 600 sementes/planta >>> 70 VEZES MENOS !!!] facilmente
dissemináveis por animais e máquinas, misturadas com outras
sementes, etc
Desmodium tortuosum
Desmodium tortuosum
Plantas Daninhas em Pastagens
Tipos de ervas daninhas
As ervas daninhas são classificadas com base no formato das folhas, em seu ciclo
de vida e em sua preferência por um clima ou estação.
De folhas largas ou gramíneas: As folhas das ervas daninhas têm uma infinidade
de formatos, mas as gramíneas, de folhas estreitas e longas, se distinguem
claramente, sendo que todas as demais pertencem ao grupo de folhas largas. As
ervas daninhas de folhas largas têm sementes com um par de órgãos de
armazenamento os quais, após a germinação, se transformam nas primeiras
‘folhas’, na verdade, os cotilédones – daí o outro nome usado com freqüência:
dicotiledôneas.
As gramíneas são monocotiledôneas. Há algumas exceções nas quais uma
monocotiledônea incomum pode ter folhas largas, como as ervas daninhas do
gênero Commelina, importantes na região tropical. Outra classe semelhante às
gramíneas com relativamente poucos membros são os caniços. Elas são
importantes porque são difíceis de controlar. Na verdade, a tiririca, junça ou
"barba de bode" (Cyperus rotundus) já foram chamadas de "pior erva daninha do
mundo".
Plantas Daninhas em Pastagens
Tipos de ervas daninhas
Anuais ou perenes: As anuais germinam, florescem e produzem sementes em
uma só estação. As perenes têm órgãos de armazenamento subterrâneos,
geralmente rizomas, que possibilitam seu crescimento por muitos anos.
Elas podem se reproduzir tanto através de sementes quanto pela extensão do
rizoma, do qual crescem plantas filhas. Um terceiro tipo germina em uma estação
e floresce na outra. São as chamadas bianuais. O inverno as faz ‘soltar’ um ramo
alto florescente.
Estação fria ou estação quente: As ervas daninhas evoluíram para crescer melhor
em temperaturas e duração do dia específicas. Isso tende a definir o tipo de
lavoura onde são encontradas e em que época germinam, por exemplo, anuais de
inverno ou anuais de verão. Além disso, em climas tropicais com estações secas e
chuvosas, algumas espécies tendem a predominar mais em uma estação do que
na outra.
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Principais plantas invasoras
Folha estreita: Capim rabo-de-burro (Andropogon bicornis), Capim pé-degalinha (Eleusine indica), Tiriricão (Cyperus sp.), Capim Carrapicho
(Cenchrus echinatus), Capim gordura (Paspallum conjugatum), Capim
colchão (Digitaria horizontalis).
Folha larga: Assa peixe (Vernonia sp.), Joá de capote (Solanum
sisymbrifolium), Joá bravo (Solanum paniculatum), Fedegoso (Cassia tora),
Guanxuma (Sida sp.), unha de gato (Acacia sp.) e (Shamkya sp.), ~Picão
preto (Bidens pilosa), Leiteiro (Euphorbia heterophila), Buva (Coniza sp.) e
(Erigeron bonariensis), Samanbaia (Pteridium aquilinum), Dorme-Dorme
(Mimosa pudica), Erva de rato (Palicourea sp.)
Ciganinha (Memora peregrina)
planta adulta, pastagem infestada por “juquira”
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Métodos de controle das plantas daninhas
Existem diversas formas para o controle de plantas daninhas nas
pastagens, sendo que os controles mecânicos, manual e químico são os
mais usados. O controle mecânico, que utiliza cultivadores tracionados por
tratores, é mais utilizado em grandes propriedades. O uso de tração animal
e o controle manual são mais empregados em pequenas propriedades. No
controle manual o produtor usa a enxada, o enxadão e a foice como
ferramentas para controle das plantas daninhas nas pastagens.
Controle preventivo
Esse tipo de controle tem por objetivo primário impedir que plantas
invasoras se estabeleçam e se disseminem nas áreas de pastagens, onde
ainda não estejam presentes. Ele consiste na adoção de práticas agrícolas
com tais finalidades e devem fazer parte, permanentemente, do conjunto
de estratégia a ser desenvolvida ao longo do tempo com vistas a minimizar
o problema das plantas invasoras. Entre as medidas preventivas, pode-se
mencionar:
Plantas Daninhas em Pastagens
Limpeza de roupas e de calçados dos trabalhadores que circulam em áreas
infestadas.
• Limpeza cuidadosa dos tratores e dos implementos.
• Fermentação de esterco e de materiais orgânicos.
• Uso de sementes de espécies de plantas forrageiras não contaminadas.
• Isolamento de áreas e quarentena de animais oriundos de zonas
infestadas.
• Evitar a introdução de plantas ornamentais que podem mais tarde migrar
para a área de pastagem.
• Adubação de reposição, com ênfase ao fósforo, para manter o nível
desejado de nutrientes no solo, suficientes para garantir o vigor e a
longevidade produtiva da pastagem.
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Controle mecânico
O controle mecânico de arbustos mediante o emprego de correntes
e grades pesadas tem dado bons resultados em terrenos planos ou
levemente ondulados. O complemento desse método deve ser feito
arando o terreno seguido do plantio de uma gramínea promissora.
Também a roçagem e o arranquio das invasoras tem sido praticados.
A queima, apesar de ser bastante questionada, é muito utilizada.
Um dos maiores benefícios desse método consiste em evitar que as
plantas invasoras entrem em fase de reprodução, o que aumenta o
potencial de infestação via banco de sementes. Assim, a intervenção
deve ser sempre antes que as plantas invasoras atinjam a fase
reprodutiva. Esse método pode ser realizado via roçagem manual,
arranquio, roçagem mecanizada, gradagem e aração.
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Controle cultural
Rotação de pastejo
Introdução de leguminosas
Quarentena de animais
Adubação de Solo
Sementes livres de invasoras
Forrageiras adaptadas
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle cultural
Envolve um conjunto de procedimentos que direta ou indiretamente contribuem
para aumentar a competitividade da planta forrageira e reduzir a das plantas
invasoras. Entre esses aspectos pode-se citar a adubação correta de pastagem
com fósforo, potássio e nitrogênio; utilização de espécies de plantas forrageiras
bem adaptadas ao ambiente e tipo de manejo empregado pelos produtores.
Espécies forrageiras com maior agressividade e capacidade de ocupar os espaços
devem ter preferência àquelas de menor agressividade.
Um ponto importante para o sucesso do controle cultural é o conhecimento da
biologia das plantas que infestam a área de pastagem, notadamente da
reprodução e dispersão e da capacidade competitiva. Por exemplo, invasoras
com alta dispersão e baixa competitividade reduzem, em longo prazo, a
produção de forragem, mais do que aquelas espécies com alta competitividade
e baixa capacidade de dispersão (MaxWell & Ghersa, 1992). Outros fatores
importantes a serem observados no manejo de invasoras incluem densidade,
competitividade, processos do banco de sementes e variações demográficas
(Jordan, 1992).
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle cultural
Um fator de suma importância com relação ao controle cultural diz respeito ao
manejo das pastagens. Pastejo bem equilibrado, envolvendo a utilização racional
da forragem disponível possibilita uma melhor recuperação da pastagem e
envolve baixo comprometimento da longevidade. Já o superpastejo envolve o
comprometimento da rebrota do pasto, facilitando o aparecimento das plantas
invasoras, notadamente via germinação das sementes existentes na área. Nesse
sentido, é importante que o produtor conheça certas especificidades das plantas
forrageiras que utiliza, como capacidade de rebrota, exigências nutricionais,
tolerância ao pastejo intensivo e requerimento nutricional.
É importante que o produtor tenha em mente que o controle de plantas
invasoras deve ser constante e o cenário ideal a ser vislumbrado é em médio/
longo prazo.
Paralelamente, negligenciar qualquer um desses fatores possibilita
a infestação de invasoras que vão onerar os custos de produção e reduzir a
lucratividade.
Fedegoso ou Mata pasto (Senna obtusifolia)
Corda de Viola (Ipomoea spp.)
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Controle físico
Resume-se, principalmente ao fogo e inundação.
O fogo se constituiu, até meados dos anos 1970, se não a única, mas a
principal estratégia de controle de plantas daninhas, utilizada pelos fazendeiros
na Região Amazônica. A principal razão para a adoção dessa prática era seu
baixo custo e facilidade de aplicação. Paralelamente, com a queima, há ainda a
incorporação de nutrientes via cinzas e, conseqüente, melhoria da fertilidade do
solo, embora alguns nutrientes como o enxofre e o carbono fossem perdidos
por volatilização. Outros benefícios obtidos com essa prática era a rápida
redução da infestação pelas plantas daninhas, ao mesmo tempo em que a
temperatura da queimada matava as sementes de algumas espécies de
invasoras, implicando impedimentos no fluxo de novos indivíduos. Porém, as
altas temperaturas promovidas pelas queimas são estimulantes para a
germinação de sementes de outras espécies, que têm sua dormência quebrada
pela temperatura alta, favorecendo a infestação da pastagem por essas espécies.
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle físico
Nos últimos anos, tem aumentado a insatisfação da sociedade por essa prática,
que a relaciona com os problemas do efeito estufa (aquecimento global) pela
emissão de CO2. Ao mesmo tempo, essa prática põe em risco as florestas e os
reservatórios genéticos da fauna e flora amazônica, que se contrapõe aos
interesses da sociedade em geral, em especial quando se reconhece que muito
desses materiais genéticos ainda sequer foram estudados pelo homem. Dessa
forma, a tendência que se mostra mais viável quanto à utilização dessa prática é o
seu abandono, em face da necessidade de se amenizar as insatisfações de ordem
social que o uso do fogo suscita.
Controle químico Consiste no uso de produtos químicos chamados herbicidas que,
aplicados isoladamente ou em misturas, inibem o crescimento normal ou matam
as plantas sem interesse agronômico. Esse tipo de método é considerado mais
uma ferramenta à disposição do produtor no combate às plantas daninhas e não
deve ser visto como um procedimento isolado ou um substituto dos demais
métodos (Deuber, 1997).
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle físico
Entre as muitas vantagens em se utilizar produtos químicos (herbicidas) para
controlar as plantas invasoras pode-se citar o alto rendimento na aplicação;
eficiência elevada e uniforme; controle das plantas indesejáveis sem comprometer
as plantas de pastagens; efeito rápido; redução do potencial do banco de
sementes; e viabilidade econômica. Entretanto, essas vantagens se contrapõem a
diversos aspectos negativos da utilização desses produtos como: risco aos recursos
naturais, à vida silvestre e à do próprio homem; contaminação dos produtos que
fazem parte da dieta dos humanos e dos animais; afetação aos organismos
benéficos; exigência de cuidados específicos durante sua aplicação; e exigência de
cuidados especiais no armazenamento das embalagens.
Vantagens:
Rebrote da pastagem
Queima das partes
lignificadas
Desvantagens:
Rebrote das invasoras
Risco de incêndio
generalizado
Destruição biótica do solo
Redução umidade (fungos)
Fogo
Nota: O novo código florestal e o uso de fogo em Unidades de Conservação uma "exceção curiosa
Em regra, é proibido o uso de fogo na vegetação, prática histórica e cultural
comum no manejo de propriedades rurais em muitas regiões. Contudo, o novo
Código Florestal aprovado em 2012 autoriza o uso de fogo em situações
excepcionais quando em atividades de agricultura de subsistência exercidas pelas
populações tradicionais e indígenas, sendo as seguintes hipóteses:
1) Em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em
práticas agropastoris ou florestais, mediante prévia aprovação do órgão estadual
ambiental competente do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente), para
cada imóvel rural ou de forma regionalizada, que estabelecerá os critérios de
monitoramento e controle;
2) Emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade
com o respectivo plano de manejo e mediante prévia aprovação do órgão gestor da
Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da vegetação nativa,
cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do
fogo;
3) Atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente
aprovado pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa
reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do
Sisnama.
O primeiro lança chamas que leva um
canteiro inteiro empurrado por 2 pessoas
Aqui o lança chamas é puxado pelo trator.
Funciona bem! Abaixo foi passado lança
chamas, e em cima não (testemunha).
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle químico
O controle químico consiste na utilização de herbicidas para o controle das plantas
daninhas. Este método possui a vantagem de ser mais rápido na aplicação e mais
econômico em relação ao uso de mão de obra.
Embora o controle químico tenha se difundido muito entre os produtores, a
aplicação incorreta pode causar problemas de contaminação ambiental e
intoxicação dos aplicadores.
Para utilizar defensivos agrícolas é preciso ter o receituário e o acompanhamento
de um engenheiro agrônomo e o produto precisa estar registrado para uso em
pastagem no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Aplicação de herbicida localizada em pastagem.
Aplicação de herbicida tratorizada em pastagem
JATO DIRIGIDO X ÁREA TOTAL
MENOS DE 40% da área em infestação: JATO DIRIGIDO
MAIS DE 40% da área em infestação: ÁREA TOTAL
BurroJET
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle químico
Classificação dos herbicidas
1. Quanto à seletividade, ou seja, ao tipo de planta que afetam, os herbicidas
podem ser:
Seletivos: quando atuam em determinadas plantas sem afetar, ou afetando
pouco, as demais. Exemplo, atuam em plantas de folhas largas (dicotiledôneas)
sem afetar as de folhas estreitas (capins; monocotiledôneas).
Não-Seletivo: quando agem tanto nas plantas de folhas largas como nas de folhas
estreitas.
Plantas Daninhas em Pastagens
Métodos de controle das plantas daninhas
Controle químico
Classificação dos herbicidas
2. Quanto ao modo de ação, os herbicidas apresentam duas configurações:
Contato: são os que agem apenas nas partes das plantas onde foram aplicados.
O seu efeito visual é quase imediato e são mais eficientes em plantas anuais e
bianuais.
Sistêmico: aqueles que, uma vez absorvidos pela planta (folhas, raízes e caules),
são translocados por todas as partes da planta, matando tanto a parte aérea como
as raízes.
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
Atualmente, existem mais opções no mercado, com o aparecimento
de novos produtos e de outros que estão em fase de registro. Os
mais recomendáveis são:
2,4-D na forma amina (DMA 806 BR, Aminol, Navajo)
Picloram (Padron, Pique 240 SL, Texas, Runner)
2,4-D + Picloram (Tordon, Dontor, Mannejo, Grazon BR)
Fluoxipir (Starane 200)
Fluoxipir + Picloram (Plenum)
Glyphosate (Roundup, Trop, Gliz, Glifosato)
Paraquat (Gramoxone 200)
Tebuthiuron (Garslan 100)
Triclopyr (Garlon)
Triclopyr + Picloram ( Togar TB)
Dicamba (Banvel 480, Diablo, Oracle e Vanquish)
(Mascarenhas et al. 1999)
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
Aplicações foliares:
a) Tordon*
Tordon* é um herbicida foliar versátil e de amplo espectro
para o controle de plantas invasoras de folhas largas em
recuperação, manutenção e reforma de pastagem.
Dosagem para aplicação localizada – 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a
2 litros do herbicida Tordon* em 98 a 99 litros de água )
Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 4 a 6 litros
de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros / ha )
Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
b) Plenum*
Plenum* é um herbicida de amplo espectro de controle, para
manejar plantas invasoras de folhas largas em manutenção e
recuperação de pastagem oferecendo elevada eficácia em plantas
invasoras herbáceas anuais, assim como para algumas espécies
perenes lenhosas e semi-lenhosas, em aplicação foliar.
Dosagem para aplicação localizada – 0,5 a 1,0 % v/v (
adicionar 0,5 a 1 litros do herbicida Plenum* em 99 a 99,5 litros de
água )
Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 1,5 a 2,5
litros de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros /
ha )
Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
c) Mannejo*
Mannejo é uma eficiente formulação para controlar algumas
espécies de plantas invasoras, principalmente as anuais de maior
sensibilidade ao controle químico foliar, normalmente infestantes
em areas de reforma e manutenção de pastagem.
Dosagem para aplicação localizada – 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a
2 litros do herbicida Mannejo* em 98 a 99 litros de água )
Dosagem para aplicação tratorizada em área total – 4 a 5 litros
de herbicida / ha ( volume de pulverização de 200 a 400 litros / ha )
Adicionar adjuvantes a 0,3 % volume / volume
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
d) Garlon*
Garlon* é o único herbicida registrado especificamente para
controlar algumas espécies jovens de palmáceas no estágio inicial de
desenvolvimento vegetativo, popularmente conhecidas como
“Pindobas”.
Pode ser utilizado no auxílio de controle de algumas espécies de
plantas invasoras mais resistentes aos herbicidas aplicados na folha.
Dosagem para aplicação em Pindobas- 4 % v/v (adicionar 1 a 2
litros do herbicida Mannejo* em 98 a 99 litros de óleo diesel. O
volume de aplicação é de 5 a 20 ml da calda por Pindoba tratada,
utilizando-se um equipamento de aplicação manual com regulagem
de volume.
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
e) Grazon*
É um herbicida para o controle de algumas espécies de
plantas invasoras herbáceas anuais em seu estágio inicial de
desenvovimento vegetativo, normalmente presentes em áreas de
reforma de pastagem.
Dosagem – 2,0 litros / ha de Grazon* de 30 a 45 dias após a
germinação do capim e das plantas daninhas e 3 litros /ha a 3,0 litros
de Grazon* entre 45 e 60 dias.
Herbicidas registrados para uso em pastagens, no Brasil
Aplicações no toco:
a) Padron*
Padron* é um herbicida para o controle de invasoras
lenhosas e semi-lenhosas não controladas por herbicidas de
aplicação foliar. O herbicida Padron* é aplicação no toco
remanesceste da planta invasora imediatamente após a roçada
manual. Apresenta um corante na sua formulação, facilitando a
visualização dos tocos tratados.
Dosagem de aplicação de 1 a 2 % v/v ( adicionar 1 a 2
litros do herbicida Padron* em 98 a 99 litros de calda )
Observações:
As recomendações de uso de cada produto, tais como
dose a ser aplicada para cada planta daninha, plantas daninha
controladas, equipamentos e volume de calda recomendados, época
de aplicação e precauções no uso, podem ser encontradas no
Catálogo de Produtos fornecido pelo fabricante.
Plantas Daninhas em Pastagens
Métodos de controle das plantas daninhas
O uso de herbicidas combinado com o método mecânico torna mais
eficiente o controle de plantas arbustivas.
Contudo, o uso de herbicidas precisa ser racional, ajustando-se às
necessidades específicas da pastagem, levando em conta as espécies de
plantas daninhas a serem controladas, calibração do jato aspersor do
pulverizador, o uso de dosagens recomendadas, evitar a aplicação em
períodos de estiagem, nebulosidade, excesso de chuvas, horas de calor,
umidade relativa do ar inferior a 60%, ventos superiores a 10 km/h e
aplicar o produto com as plantas daninhas em bom estado vegetativo.
Plantas Daninhas em Pastagens
MATO PODE DOMINAR A ÁREA
Muitas vezes quando o criador resolve reformar o pasto ou mesmo implantar uma
nova pastagem ele acaba mexendo com o solo e ativando o banco de sementes
das plantas daninhas.
E como a planta invasora tem um potencial de crescimento muito mais rápido do
que a do capim, a emergência dela também é mais eficiente. Assim, o mato
germina antes que o capim e em pouco tempo acaba dominando a área.
Neste caso, o produtor deve realizar o controle pós-emergente com 35 a 40 dias
após o plantio da pastagem. É recomendado um tratamento químico especifico
para eliminar a erva desde a folha, caule e raízes, deixando a forrageira aproveitar
melhor toda a estruturação de solo, água e luminosidade.
Desta forma aumentamos a produção de comida para o rebanho sem ter o
rebrote da planta invasora. Assim elimina-se o problema aumentando a
capacidade de produção da propriedade.
Plantas Daninhas em Pastagens
A competição com as plantas daninhas provoca um atraso no
estabelecimento das gramíneas forrageiras, atrasando o
desenvolvimento da parte aérea, do sistema radicular e reduzindo o
perfilhamento.
Estudo realizado por Rosa et al. ( 2001 ) mostra que o uso de
herbicida para controle de plantas daninhas em reforma de
pastagem proporciona um maior número de perfilhos da gramínea
forrageira quando comparado a uma reforma de pastagem onde as
plantas daninhas não foram controladas e competiram com o capim.
Isso explica a demora de até 1 ano para a plena utilização da
capacidade de suporte da pastagem.
Plantas Daninhas em Pastagens
As técnicas convencionais de formação de pastagens cultivadas,
além de contribuírem para um incremento da erosão na fase de
instalação das plantas, já que exigem revolvimento do solo, também
representam um alto custo para o pecuarista. Por isso, o plantio
direto, difundido inicialmente na agricultura, onde conta com um
crescente número de adeptos em todo o País, tem trazido uma série
de benefícios para os pecuaristas, evitando a erosão, melhorando a
estrutura e fertilidade do solo, facilitando o manejo e o controle da
presença de invasoras, e reduzindo significativamente o custo de
produção.
O plantio direto de pastagens tem oferecido ainda, como vantagem,
uma maior rapidez na renovação dos pastos, contribuindo para
uma melhora na eficiência da atividade pecuária, para o aumento da
produção de carne e leite por área e por aumento da taxa de
lotação.
Plantas Daninhas em Pastagens
No sistema de plantio direto na palha, as operações relacionadas à
formação de pastagem são reduzidas em relação ao sistema de
plantio convencional, principalmente, aquelas que requerem uso
intensivo de máquinas como aração e gradagem, que são
substituídas no plantio direto pela dessecação para formação da
palhada, com a vantagem de manter a umidade do solo por maior
tempo e reduzir a emergência de plantas daninhas, favorecendo o
desenvolvimento da forrageira.
Dessa maneira, é de se concluir que a formação de pastagem com
plantio direto seja uma tecnologia a ser cada vez mais utilizada em
todo o Brasil.
Plantas Daninhas em Pastagens
Precauções na aplicação dos herbicidas
Uma das primeiras medidas adotadas diz respeito ao preparo da calda a
ser aplicada. Devem-se tomar todos os cuidados com vista a evitar o
contato direto com o produto, utilizando mascaras de proteção para os
olhos e nariz, bem como vestimentas e luvas impermeáveis. É de suma
importância que se faça a calibração do pulverizador para que seja aplicado
somente a dosagem recomendada.
Doses abaixo das recomendações resultam em controle deficiente,
enquanto dosagens altas, além dos prejuízos financeiros, podem resultar
em danos à pastagem e aumento dos problemas de contaminação
ambiental (Doll, 1977).
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle biológico
Por definição, o controle biológico implica a utilização de organismos vivos
(podendo tanto ser um inseto como um fungo), que possuem a capacidade
de destruir plantas, resultando na redução, a níveis econômicos, da
população de espécies que se tornaram daninhas. Ele tem, por princípio
básico, a utilização de inimigos naturais e não levam à erradicação
completa das plantas consideradas daninhas, mas a um equilíbrio que seja
recomendável economicamente e não comprometa a sobrevivência do
agente biológico utilizado.
O controle biológico é um método natural efetivo de controle de plantas
daninhas e, assim sendo, pode ser parte de um programa integrado de
controle.
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle biológico
Atualmente, existe um número considerável de patógenos com potencial de
utilização no controle biológico de plantas daninhas. Ennis (1982) indica a
existência de 267 plantas controladas por insetos, 43 por fitopatógenos, 6 por
nematóides, 26 por peixes e 6 por outros agentes. Exemplos de patógenos de
plantas como agentes biológicos de controle de plantas daninhas são
encontrados em diferentes trabalhos como os de Charudattan (1986), Alber
(1986) e Schubiger (1980).
Em virtude do aumento das exigentes leis ambientais, o controle biológico está
tomando vulto como solução para o controle de plantas daninhas, problemas
onde outras medidas não são economicamente ou ambientalmente viáveis. Os
bioherbicidas também fornecem opções viáveis em áreas agrícolas e constituem
um potencial para a redução do uso de agroquímicos para a agricultura,
contribuindo para alimentos mais sadios e de melhor qualidade ambiental.
Finalmente, hoje se percebe que o controle biológico não fere seriamente
qualquer interesse legal ou ético da sociedade.
Plantas Daninhas em Pastagens
Vantagens do controle biológico
A principal vantagem do controle biológico é que, sendo este um método natural,
não representa problemas de resíduos, o que significa a preservação dos recursos
naturais disponíveis, como água, solo, alimentos e outros. Uma outra vantagem
considerada é que se trata de um método de controle contínuo, havendo sempre a
possibilidade de aumento da população do agente, na medida em que a
população do hospedeiro ameaça aumentar. Esse método tem ainda a vantagem
de não ficar restrito à área de implantação e, assim, pode se propagar por outras
áreas ou mesmo atravessar a fronteira da propriedade onde fora adotado.
Desvantagens do controle biológico
A grande desvantagem do controle biológico é que ele implica a utilização de
agentes patogênicos, os quais podem representar riscos para as culturas e,
assim, se tornar um sério problema. Não há qualquer garantia de segurança de
que um determinado agente não passará a atacar as lavouras que devem
proteger. Uma outra questão que se deve ter em mente é que o controle
biológico é, em longo prazo, e não serve para solucionar um problema grave de
plantas daninhas em curto prazo. Também não leva a erradicação completa das
espécies daninhas.
Plantas Daninhas em Pastagens
controle biológico
Espécies forrageiras agressivas
Uso de insetos (cactoblastis cactorium)
Consórcio com Ovinos e Caprinos
Alelopatia
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle integrado ou MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas)
O controle integrado de plantas invasoras envolve, em seu aspecto mais
amplo, não apenas um conjunto de procedimentos que visem à redução do
grau de infestação da pastagem, mas, também, a adoção de diferentes
estratégias que inibam a reinfestação da área e que afetem a extrema
capacidade que as espécies de invasoras possuem de vegetar em
condições adversas.
Ele pode ser definido como a aplicação de vários tipos de tecnologias que
se auxiliam mutualmente do mesmo modo, e envolve seleção, integração
e implementação de controle efetivo de invasoras e leva em consideração
aspectos econômicos, ecológicos e sociológicos, devendo ser
ambientalmente e sociologicamente aceitáveis (Thill et al. 1991).
Plantas Daninhas em Pastagens
Controle integrado ou MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas)
Em muitos modelos de controle integrados, consideram-se aspectos
relativos à: germinação de sementes da planta invasora, crescimento das
plântulas; taxa de desenvolvimento da invasora; habilidade competitiva
entre invasora; cultivo e degradação do herbicida.
Métodos integrados de controle, baseados na roçagem manual, e
associado ao fogo e a doses de 2,2% e 2,7% de herbicida seletivo, aplicado
na rebrota da planta daninha, são sistemas efetivos para controlar plantas
daninhas, especialmente assa-peixe e casadinha (Dutra et al. 2002; Dutra
et al. 1998; Souza Filho et al. 1998).
Plantas Daninhas em Pastagens
A alelopatia e o controle de plantas invasoras
O conhecimento das principais interações entre plantas invasoras e
cultivadas poderá ser de grande utilidade prática para se desenvolver
estratégias de controle eficiente de plantas invasoras (Altiere & Doll, 1978).
Nesse sentido, a alelopatia, fenômeno que ocorre largamente em
comunidades de plantas, vem merecendo cada vez mais atenção por parte
da comunidade científica, como estratégia de controle de invasoras (Smith,
1987; Wardle et al. 1992).
Em pastagens, a alelopatia pode se tornar um importante fator de
manejo, pelo uso de plantas que exercem um certo nível de controle sobre
espécies indesejáveis. É possível também estabelecer espécies de
gramíneas e leguminosas forrageiras que não sejam alelopáticas ou que
apresentem baixos níveis de interferência alelopática entre si, resultando
em pastagens mais equilibradas, com reflexos favoráveis na produtividade
e longevidade (Wardle, 1987).
Plantas Daninhas em Pastagens
A alelopatia e o controle de plantas invasoras
No entanto, existe ainda a possibilidade de identificação, isolamento e
purificação de compostos alelopáticos com potencial para a produção de
bioherbicidas, à semelhança do que acontece em países com constantes
preocupações ambientais, como é o caso da Alemanha, do Japão, da
Suécia e outros (Hatzios, 1987). Dentre outras vantagens do uso de
substâncias produzidas pelas próprias plantas no controle de plantas
daninhas, está o fato de os pesticidas originados de fontes de plantas
serem mais sistêmicos e mais facilmente biodegradáveis do que os
pesticidas sintéticos (Rizvi et al. 1980).
As informações disponíveis indicam que as gramíneas forrageiras
Brachiaria humidicola (capim-quicuio-da-amazônia) e Brachioaria brizantha
(capim braquiarão), notadamente essa última produzem substâncias
químicas com alto potencial de inibição da germinação de sementes e do
desenvolvimento de plântulas de invasoras de folhas largas que ocorrem
nas áreas de pastagens cultivas.
Plantas Daninhas em Pastagens
A alelopatia e o controle de plantas invasoras
Leguminosas forrageiras como a Pueraria phaseoloides e o feijão-de-porco
(Canavalia ensiformis) também possuem alto potencial como plantas
deletérias de invasoras de áreas de pastagens.
Essas espécies, ao comporem as pastagens cultivadas, possibilitam a
formação de estandes mais puros de plantas forrageiras, possibilitando
exploração mais intensiva das pastagens.
As substâncias químicas produzidas por essas plantas com propriedades
bioherbicidas são liberadas para o meio ambiente de diferentes formas
como lixiviação, exsudação radicular, volatilização e via decomposição de
resíduos, afetando, por conseguinte, as plantas em suas vizinhanças,
reduzindo a capacidade competitiva das plantas daninhas por elementos
essenciais à sobrevivência.
feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)
feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)
feijão-de-porco (Canavalia ensiformis)
Puerária (Pueraria phaseoloides ) - mais rústica que a leucena
é utilizada como banco de proteína no Pará Embrapa Dez/2005
Puerária (Pueraria phaseoloides ) - mais rústica que a leucena
é utilizada como banco de proteína no Pará Embrapa Dez/2005
Puerária (Pueraria phaseoloides ) em mistura com Capim
Colonião (Panicum maximum)
Puerária (Pueraria lobata)
Intoxicação por plantas
Plantas tóxicas, ou seja, que contenham alguma substância com
potencial de intoxicação de seres humanos e/ou animais de
produção, quando ingeridas, podem inibir o apetite, desenvolver
doenças etc., reduzindo a quantidade de produto produzido.
Além disso, podem, por exemplo, ser substâncias que não reduzam o
ganho de peso do animal, mas que conferem sabor ruim à carne, ao
leite ou outro produto, reduzindo a qualidade do produto.
Em ambos os casos, o efeito da planta é direto sobre os animais,
caracterizando a interferência direta.
Intoxicação por plantas
Nos EUA por exemplo, a importância dada a este problema é tanta, que existe um
programa para o controle de espécies tóxicas em pastagens no qual o governo
subsidia uma parte do custo do herbicida utilizado pelos pecuaristas. No Brasil
ainda não foi percebida a real dimensão do problema das plantas tóxicas.
Dobereiner et al ( 2000 ) publicaram algumas informações sobre os prejuízos
causados por plantas tóxicas ao rebanho do Estado do Rio Grande do Sul
extrapolando os dados para o Brasil, mostrando que estamos sujeitos a grandes
perdas devido a esse problema.
Intoxicação por plantas
Estima-se que 12% das mortes de animais sejam devido a ingestão
de plantas tóxicas nas pastagens (Afonso e Pott, 2002).
As intoxicações são mais comuns nos períodos de seca.
Sida spp. (guanxuma) e Senecio spp. (flor-das-almas) e Baccharis
coridifolia (mio-mio), são exemplos de plantas tóxicas ao gado.
Nota: http://plantastoxicas-venenosas.blogspot.com.br/2009/06/flor-das-almas.html
SINTOMATOLOGIA
Predominam sintomas gastrointestinais: náuseas, cólicas abdominais e diarréia. Distúrbios
hidroeletrolíticos. Raramente torpor e discreta confusão mental.Principalmente crônica pode
causar doença hepática com evolução para cirrose ou S. Budd-Chiari.
TRATAMENTO
Esvaziamento gástrico (muitas vezes não é necessário lavagem gástrica).Antiespasmódico,
antiemético.Manter o estado de hidratação.No quadro obstrutivo por Joá: clister à base de
soro fisiológico.Tratamento sintomático.
Espécie muito
ornamental, mas é
pouco apreciada por
ser é acusada de
abrigar pequenos
insetos denominados
micuins, que são
mosquitinhos
sugadores de sangue,
que causam violentas
coceiras. No entanto,
constitui uma das
melhores plantas
melíferas,
Flor-das-almas (Senecio spp.)
Nomes populares:
Flor-das-almas,
cardo-morto,
catião,
cravo-do-campo,
erva-lanceta,
flor-de-finados,
malmequer,
maria-mole,
tasneirinha,
vassoura-mole
mio-mio (Baccharis coridifolia)
É uma das plantas tóxicas mais conhecidas
no sul do Brasil. Ocorre também em São
Paulo, em grandes áreas do Uruguai,
norte da Argentina e Paraguai.
No Brasil a planta é popularmente
conhecida como mio-mio e nos países de
língua espanhola como romerillo.
Histórico e sinais clínicos
Em meados de setembro de 2004, 151 novilhas de 1 ano de idade foram
transportadas de caminhão de uma pastagem cultivada com aveia e azevém para
outro local.
A viagem durou aproximadamente 90 minutos, e as novilhas foram soltas em um
piquete de 11 ha, onde pernoitaram; havia água à vontade, mas a pastagem era
escassa.
Os animais ficaram no local por 15 a 20 horas, quando novamente foram
transportados, por aproximadamente uma hora, até uma invernada de 350 ha
localizada em outro município.
Nessa invernada havia uma população de 94 novilhas (79 de 3 anos e 15 de 2 anos
de idade). Os bovinos foram observados novamente 36 horas após terem sido
introduzidos na invernada de 350 ha, quando 19 novilhas foram encontradas mortas.
Nas 24 horas seguintes, mais 13 novilhas morreram.
A identificação pelos brincos revelou que apenas as novilhas de um ano,
recentemente introduzidas na propriedade, foram afetadas. O campo estava
altamente infestado por Baccharis coridifolia (mio-mio).
Animais jovens + novo pasto + falta pasto e água
guanxuma-dourada ou rasteira
guanxuma ou malva (Sida spp.) - Indicam: solo compactado e duro
Nomes populares:
Guanxuma,
guaxuma,
guaxima,
relógio,
malva-preta,
malva-branca,
chá-da-índia,
vassoura-de-relógio,
vassourinha,
malva,
vassoura-do-campo
Atenção:
Há muitas espécies de sidas.
Todas consideradas daninhas.
A Sida carpinifolia é tóxica, quando ingerida intoxicações naturais em animais, provocando
alterações neurológicas.
Não usar plantas sem a orientação de um especialista.
Usa-se para curar ou aliviar:
urina presa;
tosse;
bronquite;
menstruação dolorida - cataplasma;
pressão alta;
indigestão;
amarelão -chá da raiz;
colesterol;
irritações na pele;
alergias...
Mais plantas tóxicas
Caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus)
Cipó-prata, corona (Mascagnia pubiflora)
Cipó-prata, tingui (Mascagnia sepium)
Cipó-prata, tingui (Mascagnia rigida)
Coerana (Cestrum laevigatum)
Falsa-ciganinha (Riedeliella graciliflora)
Falso-cipó-prata (Trigonia nivea)
Samambaia (Pteridium aquilinum)
Tingui, Cutobea (Coutoubea ramosa)
Fonte: Pott & Pott (2000).
Resumo
• Deve-se ter em mente que as plantas daninhas de pastagens
cultivadas não são causa e sim conseqüência da diminuição da
fertilidade do solo, agravada pelo manejo inadequado das forrageiras.
• Além da comunidade de plantas invasoras presentes na pastagem,
deve-se ter especial atenção para o banco de sementes, já depositado
no solo.
• A integração racional de diversos métodos de controle é a melhor
alternativa para as pastagens, por causa da grande diversidade de
espécies, com diferentes graus de resistência e suscetibilidade a cada
medida isolada de controle.
Resumo
• O controle de plantas daninhas deve envolver tanto medidas que
primam pela redução do grau de infestação, como daquelas que
promovam a redução da reinfestação da pastagem.
• Pastagens produtivas com baixo grau de infestação de plantas
daninhas é uma meta a ser atingida em médio/longo prazo, com
medidas de controle a serem adotadas sistematicamente.
• O fogo é uma prática a ser gradativamente abandonada pelos
produtores, em especial, por ser fator gerador de insatisfação social.
Com o manejo apropriado, sua utilização é completamente
dispensável.
Considerações Finais
As plantas invasoras causam muitos prejuízos no sistema de produção
da pecuária e devem ser controladas periodicamente.
As plantas invasoras também são um bom indicador de que o sistema
de produção não está bem ajustado e que esta pastagem pode estar
em processo de degradação ou então mal manejada submetida ao
superpastejo, que oferece a oportunidade da entrada das plantas
daninhas.
Independentemente do método de controle o pecuarista deve lembrar
que as pastagens são culturas perenes e devem ser cultivadas com os
mesmos cuidados e tecnologia que outras culturas agrícolas,
produzindo assim um ótimo alimento para seus animais.
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