Independência e Experimentos de Bernoulli 2. Independência e Experimentos de Bernoulli Independência: Os eventos A e B são independentes se P( AB) P( A) P( B). • É fácil mostrar que se A, B são independentes, então A, B; A, B são também independentes. Por exemplo: B ( A A) B AB AB e A, B; AB AB , então P( B) P( AB AB) P( AB) P( AB) P( A)P( B) P( AB) P( AB) P( B) P( A)P( B) (1 P( A))P( B) P( A)P( B), Portanto A e B são eventos independentes. Se P(A) = 0, e se AB A então a condição P( AB) P( A) 0 P( AB) 0, é sempre satisfeita. 1 Eventos independentes obviamente não podem ser disjuntos, pois se P ( A ) 0, P ( B ) 0 e se A, B são independentes implica em P. ( AB ) 0 . • De forma mais geral, uma família de eventos é dita ser independente, se para qualquer subconjunto finito, tem-se: A i1 , A i 2 , , A i n , n P A i k k 1 n k 1 P ( A ik A ).i Seja a 1união A A A 2 de A n n eventos independentes. Pela Lei de DeMorgan e usando a definição de independência, tem-se P ( A ) P ( A1 A 2 A n ) n n P ( A ) (1 P ( A )) . i i 1 i 1 i Assim para qualquer A, tem-se n P ( A ) 1 P ( A ) 1 (1 P ( Ai )) , i 1 2 Exemplo 2.1: Três chaves conectadas em paralelo operam independentemente. Cada chave permanece fechada com probabilidade p. (a) Encontre a probabilidade de um sinal ser transmitido através do circuito. (b) Encontre a probabilidade da chave S1 estar aberta dado que um sinal é recebido na saída. S1 S2 Input Output S3 Solução: a) Seja Ai = “a chave Si está fechada”. Uma vez que as chaves operam independentemente, tem-se: P ( Ai ) p , i 1, 2,3 P ( Ai A j ) P ( Ai ) P ( A j ); P ( A1 A2 A3 ) P ( A1 ) P ( A2 ) P ( A3 ). 3 Seja R = “um sinal de entrada é recebido na saída”. Para o evento R ocorrer as chaves 1 ou 2 ou 3 devem estar fechadas, i.e., 3 2 3 R A1 A2 A3 . P( R ) P( A1 A2 A3 ) 1 (1 p ) 3 p 3 p p . Como qualquer evento e seu complemento formam uma partição, então: P ( R ) P ( R | A1 ) P ( A1 ) P ( R | A1 ) P ( A1 ). Mas P ( R | A1 ) 1, e Então: P ( R | A1 ) P ( A2 A3 ) 2 p p 2 P ( R ) p ( 2 p p 2 )(1 p ) 3 p 3 p 2 p 3 , Note que os eventos A1, A2, A3 não formam uma partição uma vez que eles não são disjuntos, logo: P ( A1 ) P ( A2 ) P ( A3 ) ¹ 1 . b. Usando o teorema de Bayes para calcular P ( A1 | R ). P ( R | A1 ) P ( A1 ) ( 2 p p 2 )(1 p ) 2 2 p p2 P ( A1 | R ) . 2 3 2 3 P( R) 3p 3p p 3p 3p p Devido a simetria tem-se: P ( A | R ) P ( A | R ) P ( A | R ). 1 2 3 4 Experimentos repetidos Considere dois experimentos independentes com modelos de probabilidades associados (W1, F1 , P1 ) e (W 2, F2, P2). Seja xÎW1, hÎW2 dois eventos elementares. A realização conjunta dos dois experimentos produz um evento elementar w = ( x, h). Como caracterizar uma probabilidade apropriada destes eventos combinados? Considerando o produto cartesiano dos espaços W = W1´ W2 generatedo de W1 e W2 tal que se x Î W1 e h Î W2 , então para qualquer w em W é um par ordenado da forma w = ( x, h). Define-se, então o modelo de probabilidades combinado por (W, F, P). 5 Supondo que AÎF1 e B Î F2. Então, A ´ B é o conjunto de todos os pares (x, h), onde x Î A e h Î B. Assim, qualquer subconjunto é de W parece ser um legítimo evento associado a um evento combinado. Seja F o campo composto de todos os subconjuntos A ´ B juntamente com suas uniões, interseções e complementações. As probabilidades dos eventos A ´ W2 e W1 ´ B são tais que: P ( A ´ W 2 ) P1 ( A), P (W1 ´ B ) P2 ( B ). Mas os eventos A ´ W2 e W1 ´ B são independentes, então para qualquer A Î F1 e B Î F2 , então. ( A ´ W 2 ) (W1 ´ B ) A ´ B, Conclui-se, então que: P( A ´ B ) P( A ´ W2 ) × P(W1 ´ B ) P1 ( A) P2 ( B ) Generalização: Para n experimentos W 1 , W 2 , , W n , tem-se: A A1 ´ A2 ´ ´ An e Se todos os eventos são independentes: P( A1 ´ A2 ´ ´ An ) P1 ( A1 ) P2 ( A2 ) P( An ). W W1 ´ W 2 ´ ´ W n 6 Exemplo 2.2: Um evento A tem probabilidade p de ocorrer. Encontre a probabilidade do evento A ocorrer exatamente k vezes, k n, quando o evento é repetido n vezes. Solução: Seja (W, F, P) o modelo probabilístico do experimento simples. O ponto amostra é uma n-tuple w x 1 , x 2 , , x n Î W 0 , onde x i Î W e W 0 W ´ W ´ ´ W . O evento A ocorre para o experimento # i , se x i Î A . Supondo que A ocorre exatamente k vezes em w, então P0 (w ) P({ xi1 ,xi2 ,,xik ,, xin }) P({ xi1 }) P({ xi2 }) P({ xik }) P({ xin }) P( A) P( A) P( A) P( A) P( A) P( A) p q k k n k . p q 1 n k 7 No entanto, as k ocorrências de A podem acontecer em qualquer posição particular em w. seja w 1 , w 2 , , w N todos os eventos para os quais o evento A ocorre exatamente k vezes. Então, o evento " A ocorre exatamente k vezes em n experimentos" w1 w 2 w N . Como os w i´s são eventos mutuamente exclusivos e equiprováveis. P(" A ocorrer exatamente k vezes em n experimentos") N Pn (k ) å i 1 P0 (w i ) NP0 (w ) Np k q n k , n n ( n 1) ( n k 1) n! N k! ( n k )! k! k n k nk Pn (k ) p q , k 0,1,2,, n. k p q 1 Fórmula de Bernoulli Pode-se associar aos eventos sucesso (A) e falha ( A) 8 Exemple 2.3: Uma moeda é lançada n vezes. Qual a probabilidade de ocorrerem k caras em n lançamentos ? Solução: “sucesso” = A = {ocorre cara, H} n k nk Pn (k ) p q k p P (H ) Exemple 2.4: Um dado é lançado oito vezes. Qual a probabilidade das faces 3 ou 4 aparecerem 5 vezes? Solução: " sucesso" A { face 3 ou 4 ocorre} f 3 f 4 . 1 1 1 P ( A) P ( f 3 ) P ( f 4 ) , 6 6 3 n k nk Pn (k ) p q n 8, k 5 p 1/ 3. k 5 8 1 2 P5 (8) 5 3 3 p q 1 3 9 Experimentos de Bernoulli Consiste de experimentos idênticos repetidos e independentes com apenas dois resultados possíveis A, com P( A) p, e A com P( A) q. Considere agora todos os eventos para k 0,1,2,, n, definidos por: X k { " exatamente k ocorrências em n experimentos"} Como os eventos X0 , X1 , X2 , ... , Xn, são mutuamente exclusivos, então: n n n k nk P( X 0 X 1 X n ) P( X k ) 1. k p q k 0 k 0 å Visto que: (a b) n n k n k å k a b , k 0 n P(" ocorrênciade A estar entre k1 e k 2 " ) k2 ( p q)n 1, e Pn (k ) n 12, k2 n k nk P( X k ) p q . k k k1 k k1 å å å k Fig. 2.2 10 p 1 / 2. Exemplo 2.5: Suponha 5.000 componentes são inspecionados. A probabilidade de que uma parte dos componentes seja defeituosa é igual a 0,1. Qual é a probabilidade de que o número total de defeitos não exceda 400 ? Solução: Seja Yk " k parteé defeituosadentre5.000componentes". Usando a fórmula de Benoulli 5000 (0.1) k (0.9) 5000 k P (Y0 Y1 Y400 ) P (Yk ) k k 0 k 0 400 å 400 å Pode-se mostrar que o valor mais provável kmax de sucesso em n experimentos é dado por: q k max p p p , (n 1) p 1 kmax (n 1) p n n n km p. n n lim 11