DISCIPLINA DE ECONOMIA E
ADMINISTRAÇÃO RURAL
AULA 5 e 6: TEORIA DA DEMANDA DO CONSUMIDOR
E FUNCIONAMENTO DE MERCADO
Agronegócios
27/02/2014 - 07:09:43 Conab cortará, mais uma vez, estimativa para a safra de grãos
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltará a reduzir sua estimativa para
a produção brasileira de grãos nesta safra 2013/14. Os técnicos da autarquia vinculada
ao Ministério da Agricultura ainda estão realizando pesquisas de campo para
determinar o tamanho do ajuste, mas já é praticamente certo que o levantamento que
será divulgado no dia 12 de março sinalizará um volume total menor que o previsto
atualmente, sobretudo por conta das adversidades climáticas que têm afetado
lavouras de soja no Paraná e em Mato Grosso.
No levantamento que divulgou no início de fevereiro, a Conab estimou a produção de
grãos do país em 193,6 milhões de toneladas, ante as 196,7 milhões projetadas em
janeiro e as 186,9 milhões do ciclo 2012/13. Se confirmado, o volume previsto
representará um novo recorde. Para a soja, carro-chefe do campo nacional, a Conab
ajustou o cálculo para 90 milhões de toneladas, 300 mil a menos que em janeiro e
volume 10,4% superior ao apurado na temporada anterior.
Ainda que as informações preliminares enviadas pelos técnicos da Conab indiquem
uma redução das chuvas em Mato Grosso e o aumento da umidade do solo em regiões
produtores do Paraná e do Rio Grande do Sul, os problemas das últimas semanas
tendem a provocar um corte na estimativa para a colheita de soja de entre 300 mil e 2
milhões de toneladas - ou seja, a colheita ficará projetada entre 88 milhões e 89,7
milhões de toneladas. E já há previsões privadas mais pessimistas. O banco Pine, por
exemplo, ontem divulgou que já trabalha com 86,5 milhões.
Como afetaram a colheita de soja, as fortes chuvas que caíram em importantes polos
mato-grossenses também atrasaram o plantio do milho safrinha, cuja produção
também deverá ser revista pela Conab. No levantamento divulgado no início de
fevereiro, a safrinha do cereal foi projetada em 42,8 milhões de toneladas, 7,2%
menos que no ciclo anterior, e a produção total de milho foi estimada em 75,5 milhões
de toneladas, queda de 6,8% em igual comparação.
Tais ajustes estão sendo esperados com ansiedade pelo mercado, uma vez que as
intempéries brasileiras têm colaborado para oferecer sustentação às cotações da soja
no país e no exterior. "Ainda faltam informações claras sobre o impacto do clima, mas
também há outros motivos que têm ajudado as cotações a subir", diz Sterling Smith,
analista do Citigroup em Chicago.
"Em primeiro lugar, a demanda internacional parece estar aquecida para essa época
do ano, quando normalmente são registrados mais cancelamentos de compras
[sobretudo por parte da China, maior país importador de soja em grão do mundo].
Além disso, os investidores estão aproveitando para lucrar com as recentes altas do
grão", disse. Segundo Pedro Dejneka, da PHDerivativos Consultoria, o mercado está
avaliando de forma "equivocada" os reais impactos do clima no Brasil. Ontem, na bolsa
de Chicago, os contratos futuros do grão voltaram a subir por conta das preocupações
com a produção em Brasil e Argentina (Valor, 27/2/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/detalhes/9/55844
Agronegócios - 27/02/2014 - 07:09:01
Chuva pode provocar perdas de R$ 500 milhões na colheita da soja em MT
Imea calcula que produção pode reduzir para 26,3 milhões de toneladas. Além da
umidade, perdas consideram precariedade da logística.
O excesso de chuva pode gerar perdas de aproximadamente R$ 500 milhões para a
agricultura de Mato Grosso. As perdas representam 1,8% da produção total de soja,
estimada em 26,8 milhões de toneladas para a safra 13/14. Os dados são do Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e mostram ainda que no estado,
cerca de 500 mil hectares deixaram de ser colhidos no tempo ideal, entre 14 a 21 de
fevereiro, por conta do acumulado de umidade.
De acordo com o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso
(Famato) Rui Prado, em algumas propriedades os prejuízos já atingiram 30% da
produção. "Estimamos que já perdemos aproximadamente R$ 500 milhões em função
das chuvas e das dificuldades para escoar a produção pelas estradas".
Com as perdas calculadas pelo Imea, a produção irá cair para 26,3 milhões de
toneladas, considerando uma produtividade de 53 sacas por hectare. Devido a esse
atraso na retirada dos grãos, os produtores podem perder tanto na qualidade da soja,
como em ocasião da logística caótica das estradas e filas para entregar as cargas.
“As áreas que não foram colhidas podem resultar, num primeiro momento, em grãos
com menos qualidade, ou seja, mais umidade e ardidos, por exemplo.
Num segundo momento, o acumulado de áreas prontas para a colheita gera um volume diário
maior de grãos para serem entregues às empresas, causando filas e trânsito pelas estradas que
foram danificadas ainda mais pelas chuvas”, explica o diretor técnico da Associação dos
Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas.
O setor tem cobrado providências do governo para a recuperação das rodovias do estado.
"Estamos ainda apoiando as prefeituras do interior para que as rodovias vicinais também
tenham condições de trafegabilidade. Nossas preocupações são dentro da porteira e,
principalmente, fora dela, pois se continuar nesta situação o custo de produção desta safra irá
aumentar", diz.
O encontro com o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, está marcado para esta quintafeira (27), em Cuiabá. O objetivo é pedir ações do governo para resolver os problemas de
infraestrutura e logística ocasionados pelo excesso de chuvas no Estado. Representantes dos
sindicatos rurais que fazem parte dos municípios próximos à BR-163, região mais crítica,
também participarão da reunião.
Entre os municípios mais afetados está Sorriso, o maior produtor de soja do mundo. Nesta
semana a prefeitura decretou situação de emergência. Segundo informações da prefeitura,
Sorriso possui cerca de 2,6 mil quilômetros de estradas não asfaltadas, entre vias municipais e
estaduais, e todas estão com problemas de trafegabilidade causados pelo excesso de chuvas.
Segundo o prefeito, Dilceu Rossato, cerca de 80 pontes e pontilhões também precisam de
reparos diversos, sendo que destas, seis não resistiram às constantes chuvas e ao alto nível dos
rios (G1, 26/2/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/9/55842
Agronegócios 26/02/2014 - 06:48:31
Com Chuva forte, custo do frete é recorde em MT
Apesar de a safra de soja de Mato Grosso ter sido iniciada com ameaça de pragas e de
doenças --como helicorverpa, mosca branca e ferrugem asiática--, esperavam-se
números recordes de produtividade e de produção no início da colheita.
As chuvas intensas dos últimos dias trouxeram, no entanto, mais um componente de
instabilidade ao setor. Além de provocar uma desaceleração no ritmo da colheita no
campo e de impedir o transporte, a chuva provocou uma elevação recorde no valor
dos fretes.
O transporte de uma tonelada de soja de Sorriso (MT) a Santos (SP) subiu para R$ 330,
superando o recorde de R$ 320 da safra passada.
Com a alta, o custo do transporte equivale a 37% do valor da soja no mercado
disponível de Mato Grosso, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia
Agropecuária).
"A situação é crítica, mas ainda pode ser revertida", diz Carlos Fávaro, presidente da
Aprosoja (associação que congrega os produtores em Mato Grosso).
Uma interrupção das chuvas, o que já começa a ocorrer, permitirá um aumento de
ritmo de produção e de saída da soja das lavouras para os portos, acredita Fávaro.
Os meses de janeiro a março sempre são períodos de chuva na região, mas a situação
deste ano repete o excesso de 2004.
Parte das estradas não aguentou esse excesso de chuva, que colocou vários municípios
em estado de alerta e impediu a saída da safra pelo Norte. "Ao menos 500 caminhões
estão à beira da BR- 163 esperando por uma melhora do tempo", diz Fávaro.
Para o presidente da Aprosoja, a situação volta ao normal com dois ou três dias de sol
e com a ação dos departamentos governamentais responsáveis pelas estradas.
A produção retoma o ritmo, o frete recua e a saída de soja aumenta, acredita ele.
"Mas já há perdas, principalmente no médio norte do Estado", afirma Fávaro.
Apesar das chuvas, as estimativas de produção para o Estado ainda são recordes.
Os dados mais recentes do Imea apontam para uma safra de 26,9 milhões de
toneladas, 14% mais do que a do ano passado.
Já a produtividade média sobe para 54 sacas por hectare, 8% mais do que em 2013
(Folha de S.Paulo, 26/2/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/9/55808
Agronegócios 27/02/2014 - 07:05:46
Boi gordo: Arroba volta a subir e vai a R$ 122 em São Paulo
Os frigoríficos foram ao mercado ontem para comprar bois e formar estoques de carne
para o Carnaval. O resultado foi uma alta da arroba para R$ 122 no mercado paulista,
conforme pesquisa da Informa Economics FNP. Em 30 dias, a arroba de boi gordo subiu
5% (Folha de S.Paulo, 27/2/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/9/55836
Combustíveis 27/02/2014 - 07:16:00
Ações da Petrobras alcançam menor valor desde 2005
Queda ocorre no dia seguinte da divulgação do balanço de 2013.
Papeis preferenciais caíram mais de 3% nesta quarta.
As ações da Petrobras alcançaram o menor valor desde 2005, segundo a econsultoria
Economatica. A queda, de cerca de 3%, acontece no dia seguinte à divulgação do
balanço da empresa de 2013.
As ações preferenciais perderam 3,46% e fecharam a R$ 13,69, menor valor desde 27
de dezembro de 2005. Os papeis ordinários caíram 2,86% e terminaram valendo R$
12,90, menor patamar desde 5 de agosto de 2005.
A Bovespa fechou em queda de 0,25%, a a 46.599 pontos, depois de um dia de
oscilação, puxada pelas ações da estatal.
O lucro da Petrobras atingiu R$ 23,6 bilhões em 2013, alta de 11% em relação aos R$
21,2 bilhões alcançados em 2012. No quarto trimestre do ano passado, no entanto, a
empresa apresentou lucro líquido de R$ 6,28 bilhões, uma queda de 19% em relação
ao mesmo período de 2012.
Essa queda no último trimestre do ano teria preocupado investidores, além disso o
plano estartégico divulgado após o balanço não inspirou confiança por não detalhar os
investimentos previstos.
Além disso, a divisão de abastecimento continuou apresentando prejuízo apesar dos
reajustes nos preços dos combustíveis.
Os analistas Vinicius Canheu e Andre Sobreira, do Credit Suisse, afirmaram que há
muito pouco no balanço e no plano estratégico da Petrobras que dê um senso de
urgência aos mercados para comprar as ações, apesar dos níveis baixos dos preços
cada vez mais difíceis de ignorar.
"Os resultados ficaram relativamente em linha, mas a geração de caixa foi ruim e o
balanço patrimonial se deteriorou ainda mais, o que torna um aumento de dividendo
anti-intuitivo", disseram, em relatório, segundo a Reuters (G1, 26/2/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/6/55851
Do UOL, em São Paulo 27/02/201412h07
Mantega fala em 'crescimento moderado' para 2014 e culpa política
dos EUA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (27) que a
economia brasileira deve continuar com "crescimento moderado" em 2014 e culpou a
política do Banco Central norte-americano pelas "turbulências" em 2013.
As avaliações do ministro foram feitas em entrevista a jornalistas, após a divulgação
dos dados do PIB (Produto Interno Bruto) de 2013. A economia brasileira cresceu 2,3%
em 2013, informou mais cedo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"Estão dadas as condições para que essa trajetória de crescimento moderado continue
em 2014", afirmou Mantega. Em 2012, o crescimento tinha sido de 1%; em 2011, de
2,7%; e em 2010, de 7,5%.
"Se não houvesse dificuldade da economia internacional, teríamos crescido mais em
2013. Uma vez superada a turbulência por redução de estímulos pelo Fed [Banco
Central dos Estados Unidos], as perspectivas para 2014 são melhores".
Investimento garante crescimento 'de qualidade'
Segundo Mantega, o crescimento de 2013 é considerado de qualidade porque foi
marcado pelo investimento.
"Esse crescimento indica que a economia brasileira está numa trajetória de aceleração
gradual."
Mantega disse, ainda, que a economia deve ser influenciada em 2014 por um cenário
de estabilidade cambial, de ingressos de capitais no país e por investimentos em
trajetória ascendente.
No entanto, disse não ser possível ainda fazer uma projeção. "Não ouso dar uma
previsão [para o investimento]."
A indústria, que teve resultados pouco expressivos nos últimos dois anos, deve ser
beneficiada por esse contexto, segundo o ministro.
"A indústria sofreu por falta de dinamismo do mercado mundial, não apenas do
mercado brasileiro. O setor poderá crescer mais, aumentando as exportações, em
razão do câmbio mais favorável".
"Pelos menos, nos próximos cinco anos, haverá um grande investimento no país",
disse.
O ministro aposta ainda em mudanças nas projeções da economia brasileira em 2014.
"Acredito que analistas terão muito trabalho neste fim de semana para rever suas
projeções, que certamente serão mais positivas".
Entenda como a política econômica dos EUA afeta o Brasil
Nos últimos meses, os investidores do mundo todo estão de olho na recuperação da
economia dos Estados Unidos. Com os sinais de que o país está superando a crise, o
banco central do país, o Federal Reserve (Fed), começou a reduzir seu programa de
estímulos.
Inicialmente, o Fed injetava US$ 85 bilhões por mês nos mercados. Esse valor foi
reduzido duas vezes: em dezembro, para US$ 75 bilhões e, novamente em janeiro,
para US$ 65 bilhões. Há também a expectativa de que o Fed vá aumentar os juros nos
EUA.
A decisão do Fed reduz ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo, e
faz a moeda ficar mais cara. Além disso, sem essa enxurrada de dólares e com juros
mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais
seguras, e tirar recursos de países emergentes.
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/02/27/mantega-fala-em-crescimentomoderado-para-2014-e-culpa-politica-dos-eua.htm
A presidente Dilma Rousseff disse que queria um "pibão grandão" para a economia brasileira
em 2013. A breve frase foi dita após um evento no Palácio do Planalto, quando a presidente
foi questionada sobre qual percentual de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) esperava
para 2013.
4. Divisão dos Tópicos de Microeconomia
AULA 25/02
I – Teoria da Demanda (procura)
Teoria da Produção
II – Teoria da Oferta
Teoria dos Custos de Produção
Mercado de Bens
Serviços
III – Análise das Estruturas
Mercado de Fatores
de Produção
IV – Teoria do Equilíbrio Geral e do Bem-estar
Concorrência Perfeita
Concorrência Monopolista
Monopólio
Oligopólio
Concorrência Perfeita
Monopsônio
Oligopsônio
Vamos chamar o preço máximo que um consumidor está disposto a pagar por uma
unidade adicional de uma mercadoria de preço marginal de reserva. Como o preço
marginal de reserva é tanto maior quanto maior for a utilidade acrescentada por uma
unidade adicional da mercadoria, ou seja, quanto maior for a utilidade marginal,
podemos dizer que o preço marginal de reserva é uma medida da utilidade marginal.
O gráfico da Fig. 4.5. ilustra o comportamento do preço marginal de
reserva conforme varia a quantidade de barras de chocolate
consumidas.
O fato de o preço marginal de reserva ser decrescente decorre da
lei da utilidade marginal decrescente. Imaginemos agora que a
barra de chocolate seja vendida ao preço de R$ 1,50.
Chamemos esse preço de preço efetivo ou de preço de mercado. Se
esse for o preço, a nossa criança com certeza comprará a primeira
barra, pois o preço máximo que está disposta a pagar por essa
barra (R$4,00) é superior ao seu preço efetivo.
Por uma segunda e por uma terceira barra, a criança pagaria até R$
3,00 e R$ 2,00, respectivamente. Por isso, ela compraria também
essas duas barras.
Por uma quarta barra, entretanto, nossa criança só estaria disposta
a pagar R$ 1,00.
Como esse preço é inferior ao preço efetivo da barra de chocolate
(R$1,50), a criança não comprará uma quarta barra.
Assim, ela comprará apenas três barras de chocolate se o preço for
igual a R$ 1,50.
Generalizando, ela comprará todas as barras de chocolate que
tiverem seu preço marginal de reserva superior ou igual ao preço
efetivo da barra de chocolate.
Podemos agora, novamente, supor que a quantidade consumida de chocolate ou de
qualquer outra mercadoria possa sofrer variações muito pequenas, de modo que o
preço marginal de reserva possa ser representado em um gráfico de linha como o da
Fig. 4.6.
Nesse caso, a quantidade adquirida pelo consumidor será aquela
que iguala o preço marginal de reserva ao preço efetivamente
praticado no mercado.
Por exemplo, se o preço for Po, a quantidade consumida será qo ,
pois preço marginal de reserva, isto é, o preço máximo que o
consumidor está disposto a pagar pela última unidade consumida é
maior que Po para todas as unidades consumidas antes de o
consumidor atingir o consumo Po .
Assim, a curva representada no gráfico da Fig. 4.6 nada mais é do
que a curva de demanda do consumidor, em outras palavras, essa
curva relaciona preço e quantidade adquirida pelo consumidor.
Se o preço marginal de reserva for superior ao preço praticado no
mercado, isso indica que o consumidor pode comprar unidades
adicionais da mercadoria por um preço menor do que o máximo
que ele estaria disposto a pagar por elas.
Portanto, um preço marginal de reserva superior ao preço de
mercado serve de estímulo para que o consumidor aumente a
quantidade comprada da mercadoria. Por isso, sempre que o
consumidor estiver consumido uma quantidade inferior a q() ele
estará sendo estimulado a aumentar o seu consumo, pois para
qualquer consumo inferior a conforme podemos observar no
gráfico da Fig. 4.6., o preço marginal de reserva é superior ao preço
de mercado.
Por outro lado, se o preço marginal de reserva for inferior ao preço
de mercado, então isso indica que o consumidor está pagando por
algumas unidades consumidas mais do que o máximo que ele
estaria disposto a pagar por elas, e portanto, que o consumidor
está sendo estimulado a reduzir o consumo da mercadoria.
Assim, se o consumidor estiver consumindo uma quantidade
superior ele deverá reduzir o seu consumo, pois, para quantidades
superiores o preço marginal de reserva é inferior ao preço de
mercado P() , conforme podemos observar novamente no gráfico da
Fig. 4.6.
Quando o preço marginal de reserva é exatamente igual ao preço
de mercado, então o consumidor não terá incentivo nem para
aumentar, nem para diminuir seu consumo, pois ele já estará
comprando todas as unidades pelas quais estaria disposto a pagar
um preço maior ou igual ao preço praticado no mercado e não
estará comprando nenhuma unidade com preço superior àquele
que ele estaria disposta a pagar.
Assim, no gráfico da fig. 4.6., consumindo uma quantidade q() o
consumidor não teria a aumentar nem a diminuir o seu consumo.
Por isso dizemos que, nesse ponto, o consumidor atingiu o seu
equilíbrio.
Nossa conclusão pode ser expressa em termos mais gerais da
seguinte maneira:
O equilíbrio do consumidor é atingido quando a
quantidade consumida é aquela para qual o preço
marginal de reserva é igual ao preço efetivo de
mercado.
O excedente do Consumidor
Retornemos agora à fig. 4.5. Já vimos que se o preço de mercado da
barra de chocolate fosse igual a R$ 1,50, a nossa criança consumirá
apenas três barras de chocolate por semana.
Pela primeira barra estaria disposta a pagar R$ 4,00. Mas ela só
paga R$ 1,50.
A diferença entre esses dois valores representa o ganho ou a
vantagem que essa criança leva ao consumir a primeira barra de
chocolate.
Chamamos esse ganho de excedente do consumidor decorrente do
consumo da primeira barra de chocolate.
O excedente do consumidor é a diferença entre o
que o consumidor está disposto a pagar e o que
ele efetivamente paga por uma mercadoria.
Na Tabela 4.1. abaixo, calculamos o excedente do consumidor decorrente do consumo
da segunda e da terceira barra de chocolate, assim como a soma dos excedentes
decorrentes de cada barra consumida:
Nessa tabela percebemos que o consumo da primeira barra gera
um excedente do consumidor de R$ 2,50, que o consumo da
segunda barra gera um excedente de R$ 1,50 e que o consumo da
terceira barra gera um excedente de R$ 0,50, sendo que o
excedente do consumidor total, isto é, a soma dos excedentes
gerados individualmente por cada barra é igual a R$ 4,50.
Esse valor mede o benefício ou a vantagem líquida que a criança
obtém ao consumir as três barras de chocolate ao preço de R$ 1,50
a barra.
Os resultados que acabamos de obter também podem ser
representados graficamente. No gráfico da fig. 4.5., a área da parte
da coluna acima da linha de preço (em cinza) representa o
excedente do consumidor gerado por cada barra de chocolate
consumida. A medida da área de cinza escuro do gráfico representa
o excedente total do consumidor.
Quando estivermos supondo que a quantidade consumida para
sofrer variações muito pequenas, isto é quando estivermos
representando a relação entre quantidade e preço marginal de
reserva em um gráfico de linha como o da Fig. 4.6., e excedente do
consumidor será dado pela área do gráfico abaixo da curva de
demanda e acima da linha de preço, isto é, no caso do gráfico da
fig. 4.6., pela área em cinza escura
A Teoria da Escolha
A idéia inerente à teoria da utilidade de que podemos de alguma
maneira medir o nível de satisfação ou prazer decorrente do
consumo de uma mercadoria pode parecer para muito bastante
irreal.
Não pretendemos aqui entrar em uma discussão filosófica sobre o
realismo ou irrealismo da teoria da utilidade. Todavia, podemos nos
perguntar: é possível uma teoria do consumidor que, sem lançar
mão de tal idéia, consiga explicar a relação de demanda?
A resposta a essa pergunta é afirmativa. Ao tentar explicar decisões
de consumo envolvendo a compra de diversas mercadorias, os
economistas acabaram desenvolvendo um instrumental que tornou
a noção de utilidade supérflua. Chamaremos aqui, na ausência de
melhor nome, essa nova teoria de teoria da escolha.
Antes de começarmos, vale a pena chamar atenção para uma
simplificação que fizemos ao tratar da teoria utilidade. Quando
utilizamos do exemplo de uma criança que consome chocolate,
negligenciamos o fato de que o prazer que essa criança obtém ao
consumir o chocolate não depende apenas da quantidade
consumida de chocolate.
Por exemplo, se a nossa criança não tem acesso ao consumo de
nenhum outro tipo de doce que não seja o chocolate, então, nesse
caso, o consumo de uma barra de chocolate vai trazer para essa
criança uma utilidade adicional muito maior do que traria caso ela
já consumisse diversos tipos de doce.
Podemos dizer que a nossa análise adotou uma hipótese coeteris
paribus, pois estudamos como varia a utilidade do consumo de
chocolate desde que o consumo de todos os outros bens permaneça
constante.
Para compreender a teoria da escolha, precisaremos a hipótese
coeteris paribus. Isso porque essa teoria pretende explicar como o
consumidor decide quanto vai consumir de cada uma das diversas
mercadorias.
Todavia, para que uma apresentação gráfica da teoria seja possível,
lançaremos mão de uma hipótese simplificadora: vamos supor que
existem apenas duas mercadorias – alimentação e vestuário.
Cestas de Mercadorias
Um conceito fundamental para a exposição da teoria da escolha é o
conceito de cesta de mercadorias. Uma cesta de mercadorias nada
mais é do que um conjunto de uma ou mais mercadorias associado
às quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias.
A tabela 4.2. nos dá alguns exemplos de cesta de mercadorias.
Assim, por exemplo, a cesta de mercadorias I é composta de 10
unidades de alimentação e de 15 unidades de vestuário, a cesta II é
composta de 5 unidades de alimentação e 25 unidades de
vestuário, e assim por diante.
As cestas de mercadorias descritas na Tabela 4.2. também podem
ser representadas em um gráfico como o da Fig. 4.7. O eixo
horizontal representa o consumo de alimento e o eixo vertical
representa o consumo de vestuário. Cada ponto no gráfico
corresponde a uma cesta de mercadorias da Tabela 4.2.
Curvas de Indiferença
Vamos agora tentar descrever como um consumidor deveria
classificar as diferentes opções de consumo, representadas por
diferentes cestas de mercadorias, segundo suas preferências.
Para tal, notemos, em primeiro lugar, que é bastante razoável supor
que, seja qual for a forma pela qual o consumidor escolhe entre
diferentes cestas de mercadorias de consumo, três condições
devem ser verdadeiras.
A primeira dessas condições diz que, sempre que pegarmos
quaisquer cestas de consumo possíveis, o consumidor será capaz
de dizer se prefere a primeira cesta à segunda, se prefere a segunda
cesta à primeira ou se estas duas cestas lhe são indiferentes.
A segunda condição estabelece que, se o consumidor prefere uma
cesta A a uma cesta B, e se ele prefere essa cesta B a outra cesta C,
então se o consumidor prefere uma cesta A a uma cesta B, e se ele
prefere essa cesta B a outra cesta C, então esse consumidor
preferirá a cesta A à cesta C. Essa condição um tanto quanto óbvia
confere um aspecto de racionalidade lógica às preferências do
consumidor.
Por fim, a terceira condição estabelece que, sendo todas as
mercadorias desejáveis, o consumidor prefere sempre consumir
uma quantidade maior de cada uma dessas mercadorias. Assim, o
consumidor preferirá, por exemplo, entre as cestas de consumo V e
VI da Tabela 4.2 e do gráfico da Fig. 4.7., a cesta de mercadorias VI,
pois esta, embora possua o mesmo número de unidades de
alimentação, possui mais unidades de vestuário que a cesta V.
Dadas essas premissas, podemos agora tratar de um instrumento
de representação das preferências do consumidor que nos será
extremamente útil: a curva de indiferença.
Em termos técnicos, uma curva de indiferença é lugar geométrico
dos pontos que representam cestas de consumo indiferentes entre
si.
Embora essa definição técnica possa parecer um tanto quanto
difícil, compreender o que realmente sgnifica uma curva de
indiferença é bem mais fácil. Para isso, suponhamos, por exemplo,
que Maria consome mensalmente uma cesta de mercadorias
composta de quatro unidades de alimentação e três unidades de
vestuário.
Se pedirmos a Maria para nos dizer quais outras opções de
consumo seriam tão desejáveis quanto essa cesta de mercadorias
inicial, ou, em outras palavras, quais cestas de consumo seriam
indiferentes à cesta de mercadorias inicial, ela poderia nos
responder de, pelo menos, três maneiras alternativas.
Primeiramente, ela poderia nos fornecer uma tabela com as cestas
de consumo indiferentes (ou, se preferirmos, igualmente
desejáveis) à cesta de mercadorias composta por duas unidades de
vestuário, e cinco unidades de alimentação. Suponha, portanto,
que ela nos tenha fornecido a Tabela 4.3 a seguir:
Tabela 4.3. Cestas de consumo indiferentes entre si ou igualmente desejáveis segundo Maria:
Cesta de
mercadorias
A
B
C
D
E
Unidades de
alimentação
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
Unidades
de vestuário
12.0
6.0
4.0
3.0
2.4
Se perguntarmos agora a Maria se não apenas as cestas de
consumo que são indiferentes à cesta de mercadorias original, ela
nos responderá que certamente não. Existem, diria Maria, infinitas
outras cestas, porém, sendo essas cestas infinitas, elas não poderia
representá-las em uma tabela.
Desse modo, Maria, que é uma excelente matemática, nos oferece
mais duas opções: ela pode nos dizer quais são todas as cestas de
consumo indiferentes às cestas A, B, C, D e E da Tabela 4.3 através
de uma equação matemática ou através de um gráfico.
Maria nos diria também que a equação matemática é uma resposta
mais elegante e rigorosa que um simples gráfico.
Entretanto, como nós não temos conhecimentos de matemática tão
profundos quanto o de Maria resolveu nos contentar com a
resposta fornecida por um gráfico como o da Fig. 4.8., pois ele será
suficientemente bom para os nossos propósitos.
A curva representada nesse gráfico descreve um conjunto de cestas
de consumo que são igualmente desejáveis para Maria. Por esse
motivo, esta curva é conhecida como curva de indiferença.
Uma curva de indiferença nada mais é do que a representação
gráfica de um conjunto de cestas de consumo indiferentes para o
consumidor, ou seja, cestas que trazem a mesma satisfação.
Observe que, descrevendo as cestas que lhe são indiferentes
através de uma curva de indiferença, Maria pode nos informar de
todas as cestas contidas na Tabela 4.3. e ele mais uma infinidade de
cestas intermediárias, como, por exemplo, a cesta Z.
Assim, ficamos sabendo que também o consumo de dez unidades
de vestuário e de 1,2 unidade de alimentação correspondente à
cesta Z também é indiferente ao consumo das cestas A, B, C, D e E.
A apresentação de um conjunto de cestas de mercadorias que são
indiferentes ou igualmente desejáveis para Maria também nos
permite verificar com facilidade como Maria compararia as cestas de
mercadorias que não pertencem a ela.
Com efeito, todas as cestas de mercadorias localizadas acima e a
direita da curva de indiferença da Fig. 4.8, como, por exemplo, a
cesta de mercadorias X, é preferível às cestas de mercadorias sobre a
curva de indiferença. Para ver isso, note que a cesta X está situada
acima e a direita da cesta B, que pertence a curva de indiferença da
Fig. 4.8. Isso significa que a cesta X contém mais unidades de
alimentos e mais unidades de vestuário que a cesta B. Desse modo,
podemos afirmar que a cesta X é preferida á cesta B. Como a cesta B
é indiferente a todas as outras cestas sobre a curva de indiferença
representada no gráfico e como a cesta X é referida à cesta B, então
a cesta X é preferida a todas as outras cestas sobre essa curva de
indiferença
Com efeito, todas as cestas de mercadorias localizadas acima e a
direita da curva de indiferença da Fig. 4.8, como, por exemplo, a
cesta de mercadorias X, é preferível às cestas de mercadorias sobre a
curva de indiferença. Para ver isso, note que a cesta X está situada
acima e a direita da cesta B, que pertence a curva de indiferença da
Fig. 4.8. Isso significa que a cesta X contém mais unidades de
alimentos e mais unidades de vestuário que a cesta B. Desse modo,
podemos afirmar que a cesta X é preferida á cesta B. Como a cesta B
é indiferente a todas as outras cestas sobre a curva de indiferença
representada no gráfico e como a cesta X é referida à cesta B, então
a cesta X é preferida a todas as outras cestas sobre essa curva de
indiferença.
Da mesma maneira, podemos ver que as cestas de mercadorias
representadas à esquerda e abaixo da curva de indiferença. Por
exemplo, a cesta Y contém menos utilidades de alimentos e de
vestuário que a cesta C. Assim, Maria prefere a cesta C à cesta Y. Do
mesmo modo, ela preferirá qualquer uma das cestas de mercadorias
sobre a curva de indiferença da Fig. 4.8. à cesta Y.
O gráfico da Fig. 4.9 ilustra esse resultado. A área em cinza do gráfico
representa o conjunto de cestas de mercadorias que são melhores que
as cestas de mercadorias sobre a curva de indiferença. A área em
branco representa aquelas cestas de mercadorias que são
consideradas piores que as cestas de mercadorias sobre a curva de
indiferença.
Evidentemente, poderíamos pedir para Maria que nos desse o
conjunto de cestas de mercadorias que são indiferentes à cesta X e o
conjunto de cestas de mercadorias que são indiferentes à cesta Y.
Assim, Maria nos fornecia mais duas curvas de indiferença de um
consumidor é chamado de mapa de indiferença. Evidentemente,
como são infinitas as curvas de indiferença, não pode representar
graficamente um mapa de indiferença com precisão. Assim, para
representar um mapa de indiferença, escolheremos sempre apenas
algumas de suas curvas de indiferença.
A nossa representação gráfica de um mapa de indiferença será algo
semelhante a Fig. 4.10.
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aula 5 e 6