Leitura, literatura e ensino
Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas – 2/2011
Prof. Sabine Mendes, Ms.
Leitura: um processo nada individual
Sistema
Processo
Valores
Leitura
Sistema – a escrita
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Adaptação a quantidade crescente de informação.
Início do processo de descentralização da informação.
Do hieróglifico ao alfabético.
“O alfabeto roubará sua alma” – rompimento da tradição
oral.
Processo – a alfabetização.
Para interagirem, esses fatores dependem da existência de
algumas instituições, sendo a escola a mais representativa,
responsável pelo processo de alfabetização do indivíduo e pela
socialização do sistema da escrita. A difusão dessa, por seu
turno, não ocorre apenas por efeito da ação da escola;
Igualmente decisiva é a contribuição da tecnologia, que
alcançou esse resultado por intermédio de diferentes e
progressivos instrumentos, como foram, numa época, os
primeiros modelos de impressão e são hoje os recursos
bastante dinâmicos e aperfeiçoados de reprodução mecânica.
A técnica aparece também no âmbito da educação, ao qual a
leitura está indelevelmente vinculada, confundindo-se então
com os meios que permitem produzir, ampliar e consolidar os
métodos de alfabetização, tornando-os a condição necessária
para a efetiva aprendizagem da habilidade de ler.
Valores e o papel da escola
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Noção de que a leitura distingue os indivíduos (noção do
século XVIII).
Século XV – imprensa mecânica – livro com maleabilidade e
acessibilidade.
Século XVIII – Revolução Industrial - técnicas de reprodução
(tiragens exponencialmente maiores).
Novos públicos, mas que tiveram acesso diversificado às
obras.
Jornal/Romance feminino/literatura infantil – fragmentação do
gosto - BURGUESIA URBANA.
Proliferação dos gêneros literários e de materiais de leitura
não literários.
O leitor como consumidor de cultura
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Leitura com conotação ideológica.
Difusão ampla de materiais com reprodução do real
acesso ao grupo burguês.
Burguesia assume a necessidade de escolarização (dever
do Estado).
XVIII – Coincidindo com a Revolução Industrial, é o
período em que a educação se transforma em projeto
coletivo (deixa de ser uma prática individual).
Educação para chegar à Virtude
Primeiros grandes educadores em massa
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Companhia de Jesus.
Na Europa, benefícios de formar as pessoas “para
ocuparem suas funções sociais”.
Fisionomia pedagógica da leitura
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Base do sistema escolar – alfabetização.
Divisão de “boa leitura” e “má leitura”.
Leitura como credencial.
Crítica à Enciclopédia.
Literatura aprovada pela academia/crítica literária versus literatura de
massa.
Transferência do problema à escola:
“No primeiro caso, ela se confirma enquanto o lugar de transmissão de
uma ideologia que considera a aquisição do saber o passaporte para a
ascensão social, conforme fizera nos seus inícios, quando a burguesia lhe
atribuía a capacidade de fraturar a hegemonia da nobreza feudal. No
segundo, ela escolhe alterar seu modo de ação, deixando de reproduzir as
exigências da classe dominante e preferindo responder às necessidades dos
grupos emergentes. A primeira decisão tem, índole conservadora; a
segunda, progressista; mas ambas coincidem num aspecto fundamental:
indicam que a escola hão mais se identifica plenamente com os interesses
da burguesia, embora, nas duas circunstâncias, ela conserve resíduos do
projeto que lhe deu origem e assegurou sua expansão”.
Plural, mas não caótico – Literatura no
ensino médio.
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Alfredo Bosi (1992) – “Não há unidade cultural no Brasil”
– Modelos culturais/temporais.
Tempo
acelerado
Tempo
cíclico
Tempo
Desacelerado
Produzidos para durarem
pouco.
Tempo do plantio e da
criação.
Tradição, tempo deslocado
em relação à concretude
do presente.
“Enlatados”, best-sellers,
música pop.
Eventos folclóricos e ações
culturais em periferias e
áreas rurais.
Canônes da Literatura, o
que é considerado pela
elite intelectual, especialista.
Erudição
Induz à perda de memória
coletiva.
Baseia-se na memória
coletiva.
Baseia-se na formação dos
membros da elite.
“Enraizamento” (Ecléa Bosi, 1992)
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Literatura Brasileira como filha bastarda de uma literatura
nobre.
Metodologia:
Viés historiográfico.
Viés estético.
Viés cultural (democrático e igualitário).
Questionamento do modelo de ensino atual a partir do
conceito de imposição/adaptação cultural (Schwarz, 1992)
– transplante cultural.
Transculturação -deglutição das
contribuições estrangeiras.
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Ensino de Cultura Brasileira – de forma trans e
interdisciplinar, renovando modelos.
Um capítulo a parte para a cultura de massa.
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