DISCIPLINA DE ECONOMIA E
ADMINISTRAÇÃO RURAL
AULA 7: CLIPPING NOTÍCIAS E TRABALHO
SEMESTRAL EM GRUPO
Lucro da BRF cresce 38% em 2013
Empresa fechou o ano com lucro líquido de R$1,1 bilhão
A BRF fechou 2013 com lucro líquido de R$1,1 bilhão, 38% superior ao apresentado
em 2012, afirmou a empresa em comunicado. O Ebitda ajustado totalizou R$3,6
bilhões, aumento de 35,3%, com melhoria da margem Ebitda, que atingiu 11,9%, ante
9,4% do ano passado.
Na nota, a empresa afirma que o desempenho reflete o trabalho sustentável que foi
feito neste ano de mudanças substanciais da companhia. "O novo ciclo de
desenvolvimento da BRF tem como foco clientes e consumidores e, embora esteja
orientado a resultados de longo prazo, avanços importantes como melhorias
operacionais e maior eficiência na otimização do capital de giro já permitiram que
fluxo de caixa livre crescesse 10 vezes, passando de R$115 milhões em 2012 para de
mais de R$1,5 bilhão em 2013", afirmou a empresa no comunicado.
A receita líquida no ano atingiu R$30,5 bilhões, 7% superior ao registrado em 2012.
No decorrer de 2013, a BRF lançou 219 novos produtos, sendo 99 no mercado
doméstico, 96 no mercado externo e 24 novos produtos no segmento de Food
Services.
Lucro da BRF cresce 38% em 2013
Empresa fechou o ano com lucro líquido de R$1,1 bilhão
Os investimentos da BRF totalizaram R$ 1,5 bilhão em 2013, direcionados
principalmente a projetos de automação e melhoria de processos, principalmente nas
áreas de TI e logística. Os destaques ficaram por conta da inauguração do Centro de
Inovação em Jundiaí (SP) e do início da construção da fábrica de processados no
Oriente Médio. Para 2014, a companhia espera manter os investimentos neste mesmo
patamar.
O volume financeiro de ações negociado 2013 atingiu a média diária de US$80,7
milhões, 6,2% superior a 2012. O resultado apresentado por ação, excluindo os papéis
em tesouraria, foi de R$1,22, comparado a R$0,89 de 2012, o que representa uma
variação positiva de 37%.
A empresa também afirmou, na nota, que o Ciclo de Planejamento Estratégico do
período 2014-2017 (BRF-17) foi construído ao longo do segundo semestre com o
objetivo de revalidar a BRF como uma companhia que constrói valor por meio da força
das suas marcas e da inovação dos seus produtos, se distanciando da sensibilidade de
preços e das estreitas margens dos produtos commodities, e que com estes
direcionamentos, a companhia está confiante nos ganhos futuros expressivos, como o
incremento de R$1,9 bilhão no resultado operacional até 2016.
MERCADO EXTERNO
No mercado internacional, a empresa afirmou que a estratégia de investir em produtos
processados, com marca forte e em mercados com franca expansão, priorizando o acesso a
mercados locais, norteou a oferta vinculante com acionistas da Al Khan Foods – AKF, para
aquisição de 40% de participação no capital social da líder na distribuição de alimentos
congelados no Sultanato de Omã, - e na oferta para adquirir direitos adicionais de emissão da
Federal Foods Limited, em conformidade com os limites estipulados pela legislação e prática
usual nos Emirados Árabes Unidos.
O mercado do Oriente Médio rendeu destaque às operações internacionais da companhia, com
o acordo de cooperação firmado entre BRF e Americana Group no final de Dezembro, por meio
do qual as companhias passam a conduzir uma análise estratégica para atuarem de maneira
colaborativa na região, diz a nota. O ano de 2014 será marcado pela inauguração da nova fábrica
de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a primeira construída pela BRF fora do Brasil.
No Extremo Oriente, o destaque foi o início das exportações de suínos ao Japão, destacando a
BRF como uma das primeiras empresas brasileiras a realizar esse tipo de operação.
No total de 2013, a BRF exportou 2,5 milhões de toneladas, apresentando crescimento de 1,5%
em relação ao ano anterior. O importante aumento de 11,2% conquistado nos preços no ano,
que teve contribuição de desvalorização do real em 10,4%, levou ao acréscimo de 12,9% na
receita líquida, que atingiu a expressiva cifra de R$ 13,1 bilhões. A companhia encerrou o ano
com lucro operacional de 3,0%, superior ao 1,3% obtido em 2012.
MERCADO INTERNO
De acordo com a companhia, o objetivo de tornar a BRF uma empresa direcionada
para o cliente e o consumidor norteou o trabalho da companhia para o mercado
interno em 2013, contemplando uma reestruturação do organograma, inclusive com a
criação do cargo de CEO Brasil para comandar o redesenho e a gestão de todos os
processos. "O novo processo de go-to-market (GTM) permitirá migrar da orientação
industrial para um modelo direcionado ao mercado. A área de vendas foi consolidada,
criando a figura do “vendedor BRF”, preparado para oferecer um portfólio completo,
com todas as marcas oferecidas pela empresa, " afirma a empresa, na nota.
As receitas do mercado interno atingiram R$ 13,0 bilhões, 2,8% superiores a 2012. Um
dos destaques no ano foi o lançamento do iogurte grego da Batavo, que saiu de 1% em
junho para 8% de market share no fim do ano; e as linhas Arroz Mais e Sandubas Hot
Pocket, dentro da plataforma de conveniência da Sadia.
http://www.businessreviewbrasil.com.br/business_leaders/lucro-da-brf-cresce-38em-2013
Saída de dólares do país supera entrada em US$ 1,856 bi em fevereiro, diz BC
06/03/201412h57 > Atualizada 06/03/201413h32
SÃO PAULO, 6 Mar (Reuters) - O fluxo cambial, diferença entre entrada e saída de
moeda estrangeira do país, ficou negativo em US$ 1,95 bilhões na semana passada,
fazendo com que fevereiro como um todo fechasse no vermelho, com as saídas
superando as entradas em US$ 1,856 bilhão, informou o Banco Central nesta quintafeira (6).
O resultado foi suficiente para reverter o saldo positivo no acumulado no ano até o dia
21 de fevereiro. Agora, no ano, há saldo negativo de US$ 246 milhões.
Entre os dias 24 e 28 passados, a conta financeira --por onde passam os investimentos
estrangeiros direito, em portfólio, entre outros-- ficou negativa em US$ 1,755 bilhão,
reduzindo o resultado positivo do mês passado a US$ 272 milhões.
A conta comercial, por sua vez, registrou saldo negativo de US$ 195 milhões na
semana passada, fechando o mês negativa em US$ 2,129 bilhões, informou ainda o
BC.
O resultado vem em meio ao arrefecimento nas tensões que assombram os mercados
emergentes desde o início do ano. Nesse contexto, o dólar recuou 2,79% ante o real
em fevereiro, abrindo o mês na casa dos R$ 2,43 e fechando a R$ 2,34.
Só na semana passado, o dólar recuou 0,36% ante o real.
O BC informou também que os bancos tinham posição cambial vendida de US$ 18,597
bilhões também até o dia 28. (Por Bruno Federowski)
Exportação de carne bovina in natura brasileira para os EUA – confira
análise completa da Abiec, JBS e Minerva
Em dezembro de 2013, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)
propôs avaliar novamente a possibilidade de permitir importações de carne bovina
brasileira in natura de estados brasileiros livres de febre aftosa.
O anúncio foi feito dias depois do USDA e do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento (MAPA) emitirem um comunicado conjunto informando que os
países trabalhariam juntos para possibilitar o comércio bilateral de carne bovina.
O USDA propôs analisar a possibilidade de permitir a entrada de carne bovina in
naturada Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins, pois o departamento acredita
que o produto pode ser importado de forma segura, desde que sejam cumpridas
todas as condições sanitárias previamente impostas pelos Estados Unidos.
Segundo o USDA, caso surja um foco de febre aftosa, o Brasil possui
infraestrutura zoosanitária capaz de detectar e erradicar a doença. A carne
bovina importada estaria sujeita às regulamentações que reduziriam ao máximo
os riscos da entrada da doença, incluindo restrições de movimentos, inspeções,
remoção de partes potencialmente afetadas e um processo de maturação.
Exportação de carne bovina in natura brasileira para os EUA – confira
análise completa da Abiec, JBS e Minerva
Com a abertura do mercado, o Brasil iria inicialmente exportar dentro da cota “outros
países”, que é baixa, aproximadamente 65 mil toneladas, volume que pode ser
negociado posteriormente. E o que for exportado fora da cota, será com a tarifa de
26,4%, assim, exportar mais que a cota mínima deve ser inicialmente inviável
economicamente.
O volume também dependerá muito do cenário econômico mundial, da
disponibilidade de animais, da situação econômica americana, da situação cambial do
Brasil, e também da situação nos outros países fornecedores.
Por ser referência mundial, o sistema sanitário norte-americano é utilizado como base
para diversos outros mercados importantes, assim esta decisão poderá influenciar
outros países a acelerar as negociações com o Brasil. Destacando-se os países da
América do Norte e os principais mercados do nordeste da Ásia.
Lembrando que os Estados Unidos estão entre os maiores importadores mundiais de
carne bovina, importaram em 2012 mais de 1 milhão de toneladas, ficando atrás
apenas da Rússia que são os maiores importadores mundiais de carne bovina.
Gráfico 1: Exportação brasileira de carne bovina in natura no ano de 2013 (t)
Gráfico 2: Total de carne bovina exportada em 2013
No gráfico acima, nota-se que os maiores importadores de carne bovina brasileira são
Hong Kong, Rússia e União Europeia. Estados Unidos vem em oitavo lugar.
Segundo Fabiano Tito Rosa, gerente executivo de Business Intelligence da Minerva
Foods, apesar do Brasil estar na última etapa para a abertura desse mercado, essa é
justamente a fase mais difícil e decisiva, pois envolve consulta pública. E o lobby
contrário dos EUA é muito grande.
“O importante é dar o start, pois a abertura dos EUA, em médio prazo, pode servir de
precedente para a abertura de outros importantes mercados, principalmente o
restante do Natfa, em que o grande mercado é o México, e quem sabe, mais adiante,
Japão, Coréia do Sul ou Taiwan. Portanto, considerando o contexto todo, seria sim
algo realmente positivo”, afirma Fabiano Tito.
Segundo Fabiano Tito, o grande acontecimento é a ascensão da Ásia, pois China/Hong
Kong deixaram de ser promessa e se tornaram realidade, os embarques para esses
países, como mostram as análises do Rabobank, devem seguir em forte crescimento.
Este mercado se consolidará como o maior mercado para a carne brasileira, superando
a Rússia. E ainda falando de Ásia, temos a possibilidade de abertura da Indonésia, em
função de problemas com a Austrália, este também é um “mercadão”, com mais de
250 milhões de habitantes.
“Acredito em exportações muito fortes para 2014, mesmo sem abertura de mercados
novos, em função de recuperação da economia mundial e, consequentemente, de
consumo, e também pela estagnação da produção, afinal Estados Unidos, por
exemplo, deve produzir 6% a menos, Austrália poderá reduzir 2%, além disso ainda
temos a desvalorização do real. Em 2013 as exportações absorveram 20-21% da
produção de carne bovina do Brasil, este ano acho que podemos ir pelo menos para a
faixa de 23-25%”, conclui Fabiano Tito.
Segundo André Skirmunt, diretor executivo da divisão de carnes do JBS, empresa que
possui forte presença no mercado americano, o Brasil poderá vir a ser exportador
basicamente de matéria-prima para processamento (retalhos, dianteiros incompletos,
etc.). André acredita que não há espaço para os cortes de consumo brasileiros nos
Estados Unidos.
“Não acreditamos que a abertura do Brasil terá impacto no preço do boi nos Estados
Unidos, pois o volume e o tipo de produto não será fator de desequilíbrio por lá. Talvez
tenhamos um reajuste de preços da Austrália, porém este é um fluxo muito tradicional
e estabelecido, e não será simples para o Brasil interferir nestes negócios”, afirma
André
Esta negociação está em pauta há mais de dez anos, ainda há negociações em curso e
detalhes a serem acertados, mas para André Skirmunt, a diferença desta vez,
comparado há dez anos, é que houve uma evolução muito grande no nível de
confiança entre os serviços sanitários dos dois países. “O Serviço Sanitário brasileiro
está fazendo um belo trabalho em termos internacionais e com um bom nível de
credibilidade”, afirma. Isto facilita muito nos momentos de negociações
bilaterais. Uma relação de maior equilíbrio político e mesmo econômico também
devem ter facilitado as negociações, conclui André.
Segundo Fernando Sampaio, diretor executivo da ABIEC, Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de Carne, o principal concorrente do Brasil no mercado
americano é a Austrália, porém com o aumento da demanda asiática puxada pela
China e também com as limitações climáticas à expansão do rebanho australiano, será
muito difícil que a Austrália consiga dominar os dois mercados. Há muito espaço para
o Brasil e o potencial a longo prazo é imenso.
Esta liberação poderá influenciar indiretamente a abertura de outros mercados,
inicialmente México e Canadá, e países da América Central e Caribe que seguem as
orientações do USDA como Jamaica e outros. A abertura poderia influenciar
positivamente também as negociações com Japão, Taiwan e Coreia, afirma Fernando
Sampaio.
Com relação ao preço do boi nos EUA e Austrália, Fernando Sampaio acredita que não
haverá grande impacto imediato, pois o volume inicial seria modesto comparado com
a produção interna americana, que equivale a 11 milhões de toneladas e com as
importações australianas que atualmente possuem cota de 378 mil toneladas.
“A função principal do comércio internacional é trazer equilíbrio para os setores em
todos os países. No Brasil consumimos mais traseiros do que dianteiros. Precisamos
de mercados para exportar dianteiros. Os Estados Unidos consomem muito dianteiro
pra fazer hambúrguer, e exportam cortes nobres para Japão e Coreia. Nesse sentido,
a liberalização do comércio beneficia a todos”, conclui Fernando.
Para Fernando, a abertura do mercado americano para carne in natura foi incluída
quando o Brasil venceu o contencioso do algodão na OMC, felizmente, nas
compensações a que o Brasil teve direito. Isso acelerou as negociações. Depois disso
os americanos concluíram uma análise de risco que era a etapa que faltava para que
fosse iniciado o processo de abertura do mercado, e foi mantido um diálogo constante
entre o MAPA, o MRE e seus correspondentes americanos. Isso foi essencial para
chegarmos a este momento.
Conclui-se que a abertura do mercado americano para a carne bovina in natura
brasileira irá trazer vários benefícios para toda a cadeia da carne bovina de nosso
país, pois iremos conseguir preços mais competitivos para nosso produto, o Serviço
Sanitário Brasileiro terá que ser ainda mais rigoroso com os pecuaristas e frigoríficos
consequentemente haverá um aumento da qualidade e da seguridade da carne
produzida.
A médio e longo prazo a confiança de outros importantes mercados sobre o produto
brasileiro irá aumentar, assim como a confiança do próprio brasileiro, incentivará
também os outros estados a buscar formas mais efetivas de controle da febre aftosa
para se tornarem livre da doença e também serem potenciais exportadores.
Cabe ao Brasil buscar a união de todos os órgãos e entidades envolvidas como Abiec,
MAPA, ABRAFRIGO, CNA, CNI e também dos pecuaristas para fortalecer ainda mais a
negociação e torna-la de fato uma realidade.
Comentário BeefPoint:
O cenário é bastante positivo para o Brasil, visto que os EUA estão entrando
num momento de grande déficit de carne bovina e preços recordes. Importar
carne magra do Brasil vai ajudar a conter os preços por lá, mas não será um
grande volume inicial.
Vale lembrar que quanto mais mercados tivermos abertos a carne brasileira,
maiores as chances de vender mais e melhor, pois cada mercado tem sua
cultura e particularidades, comprando cortes por preços diferentes.
Os dois exemplos de sucesso para o Brasil se espelhar são Austrália e Uruguai,
que exportam 2/3 da sua produção e podem escolher onde colocar cada corte
de carne que produzem, maximizando valor em toda cadeia.
Não esperamos que a abertura dos EUA seja um fator de grande mudança na
demanda e preços de carne e boi no Brasil, mas será uma excelente notícia.
http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-do-boi/exportacao-de-carne-bovina-innatura-brasileira-para-os-eua-confira-analise-completa-da-abiec-jbs-e-minerva/
Forte seca australiana pode elevar ainda mais os preços internacionais
da carne bovina
Postado há 6 diasRick Britton é da quinta geração de uma família de criadores de gado
bovino. Ele não estranhava mais os períodos de seca sofridos por sua fazenda de 200
mil hectares no norte do estado de Queensland. Mas, uma seca brutal que já dura dois
anos na Austrália, terceiro maior país exportador de carne bovina do mundo, vem
aumentando as preocupações de que a alta dos preços mundiais do produto poderá
alcançar níveis ainda maiores.
“O solo se transformou em uma paisagem lunar, com o capim reduzido”, diz Britton,
que é prefeito do distrito de Boulia, cidade que tem 600 habitantes. “Com a escassez
de pasto nos últimos 18 meses, não tivemos alternativa a não ser reduzir nosso
rebanho de 7,4 mil para 4 mil cabeças”.
O ano passado foi o mais quente na Austrália, e a seca está levantando questões em
torno da viabilidade da pecuária em regiões de Queensland, que tem quase metade
do rebanho do país, que chega a 27 milhões de bovinos. O quadro climático
australiano coincidiu com uma grave seca em estados produtores de gado dos EUA, o
que gera um aperto mundial de oferta num momento de crescimento acelerado da
demanda chinesa.
Forte seca australiana pode elevar ainda mais os preços internacionais
da carne bovina
Ontem, o governo australiano respondeu aos apelos dos pecuaristas e aprovou a
liberação de 320 milhões de dólares australianos (US$ 288 milhões) para socorrer os
criadores afetados pela seca. “Alguns de vocês podem se sentir inclinados a dizer ‘essa
é uma concessão especial para os pecuaristas’, mas não, o fenômeno se assemelha a
uma catástrofe natural”, afirmou o primeiro-ministro do país, Tony Abbott.
O nível de assistência concedida aos agricultores na Austrália é relativamente baixo, já
que os subsídios correspondem a 2% da receita bruta gerada pelo segmento, bem
menos do que oferecem EUA e União Europeia.
As entidades que representam pecuaristas comemoraram o pacote, mas a maioria
reconhece que a saúde futura da atividade australiana depende da volta das chuvas
em Queensland. “Cerca de 70% de Queensland e metade de Nova Gales do Sul foram
declarados em estado de seca”, afirma Dale Miller, do grupo de lobby AgForce
Queensland.
Forte seca australiana pode elevar ainda mais os preços internacionais
da carne bovina
Com uma pequena possibilidade de crescimento de capim, os pecuaristas são
obrigados a comprar ração para seus animais. A seca também eleva o custo dos grãos
usados como ração, o que deixa aos criadores poucas opções a não ser mandar parte
de seus animais para o abate para reduzir os custos. “A seca tem sido tão grave que os
criadores tiveram de esperar até três meses para ter acesso aos abatedouros, que
estão operando a plena capacidade”, diz Miller.
Os abates no trimestre encerrado em dezembro alcançou o recorde de 2,2 milhões de
animais, 15% mais que em igual período de 2012. No intervalo, foi produzido um
volume recorde de 596 mil toneladas de carne bovina, enquanto as exportações de boi
em pé cresceram 230%, para 275 mil toneladas, sempre em relação ao quarto
trimestre de 2012.
Essa alta na produção ameaçou reduzir os preços do gado e da carne no mercado local
em 2013. Mas o crescente apetite da China por carne vermelha ajudou a amortecer o
impacto da seca sobre os criadores e produtores australianos. No ano passado, os
embarques australianos de carne bovina à China saltaram para 155 mil toneladas, ante
30 mil em 2012, ou quase 50% do volume total importado pelos chineses.
Forte seca australiana pode elevar ainda mais os preços internacionais da carne
bovina
Os consumidores chineses comem quantidades relativamente pequenas de carne
bovina, mas eles são 1,3 bilhão e tendem a continuar compradores no futuro”, diz Tim
McRae, economista da empresa de marketing e pesquisa agropecuária Meat &
Livestock Australia. A forte demanda em parte da Ásia e as restrições na oferta
produziram uma alta de 6% dos preços mundiais do gado entre junho e dezembro de
2013, segundo o Rabobank. A instituição prevê que as limitações na ponta da oferta
sustentarão os preços neste começo de 2014.
Nos EUA, maior produtor mundial de carne bovina, uma seca também aguda nos
estados de Texas e Califórnia reduziram a 87 milhões seu número de cabeças de gado,
menor nível desde 1951. Isso elevou os preços da carne bovina americana e levaram o
Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) a projetar uma queda de 5% no
consumo do produto ao longo deste ano.
McRae prevê que a queda das exportações australianas poderá impulsionar ainda mais
as cotações mundiais. “A Austrália é um grande exportador mundial, e, se houver
chuva, os criadores vão manter seus animais e começarão a recompor seus rebanhos”,
diz McRae. “Isso exercerá pressões sobre os preços da carne bovina.” Em algumas das
áreas afetadas pela seca de Queensland e Nova Gales do Sul, há sinais de que um
abrandamento da seca pode estar a caminho. Nesta semana, choveu no distrito de
Boulia.
Forte seca australiana pode elevar ainda mais os preços internacionais da carne
bovina
“As chuvas que tivemos na noite de ontem são um bom começo”, diz Britton. “Se
tivermos um volume de chuvas realmente bom no mês que vem ou nos próximos um
ou dois meses, os criadores vão recompor seus rebanhos”.
Fonte: Jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Agronegócios 06/03/2014 - 07:06:57
Mercado de commodities em ebulição
O Brasil está no "olho do furacão". Adversidades climáticas no país influenciaram as
valorizações de cinco das principais commodities agrícolas comercializadas no exterior em
fevereiro, e essa "pressão altista", ainda que possa perder fôlego em alguns segmentos,
tende a perdurar em março. Particularmente no mercado de grãos, às intempéries se uniu
o aprofundamento da crise política na Ucrânia, que já ajudou a elevar as cotações nos
últimos dias.
Cálculos do Valor Data baseados nas médias mensais dos contratos futuros de segunda
posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) negociados nas bolsas de Nova
York (açúcar, café, cacau, suco de laranja e algodão) e Chicago (soja, milho e trigo) mostram
que os oito produtos encerraram o mês em patamares superiores aos de janeiro. O peso
brasileiro se fez notar, em maior ou menor escala, nos mercados de açúcar, café, suco, soja
e milho. O país é o maior exportador dos quatro primeiros.
Outros dois fatores ajudam a completar a equação que resultou nas valorizações
observadas no mês passado. O primeiro é a perda de ímpeto do dólar, que abriu espaço
para as altas nas bolsas dos EUA na medida em que reduz a competitividade da produção
americana. Não que essas altas, determinadas por fundamentos, não fossem acontecer,
mas talvez elas fossem menores com um dólar mais forte.
O segundo fator está ligado aos movimentos dos fundos de investimentos, que muitas
vezes colaboram para maximizar tendências. E, conforme dados da Comissão de Comércio
de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), os gestores de recursos ("managed
money") elevaram no mês passado apostas na valorização de grãos, café e açúcar.
O milho, que em janeiro refletia o pessimismo dos especuladores, encerrou a semana de 25 de
fevereiro com uma posição comprada de 87.516 contratos (entre futuros e opções) em Chicago.
Já o saldo de posições compradas em soja avançou 3,8% em relação aos sete dias anteriores,
para 202.996 contratos - número próximo do saldo de 230 mil contratos comprados que os
fundos detinham durante a grave seca de 2012 nos EUA, como observa Pedro Dejneka, analista
da PHDerivativos.
"Mas, no momento em que o mercado voltar a prestar atenção nos fundamentos reais, a onda
de vendas pode - e deve - ser fortíssima", afirma Dejneka. De maneira geral, lembra, o mercado
conta, por exemplo, com uma área plantada com soja nos Estados Unidos na próxima safra
(2014/15) maior do que indicam as estimativas oficiais. Conforme a primeira projeção do
Departamento da Agricultura dos EUA (USDA), essa área deverá alcançar 32,2 milhões de
hectares, ante 31 milhões em 2013/14.
Em Nova York, o café registrou posição líquida de compra de 27.866 contratos na semana
encerrada em 25 de fevereiro, depois de ter terminado janeiro com um saldo vendido de 5.454
contratos. Trajetória semelhante foi trilhada pelo açúcar demerara. Os fundos, que também
vinham vendidos, rumaram fortemente para apostas "altistas". O saldo líquido de compra da
commodity ficou em 21.818 contratos na semana até 25 de fevereiro, ante posição vendida de
26.489 contratos na semana anterior.
Diante da conjunção positiva criada para os preços - e depois das fortes baixas de 2013 - o café
emergiu como o grande destaque de fevereiro. A cotação média dos contratos de segunda
posição da commodity na bolsa nova-iorquina foi quase 30% superior à de janeiro e atingiu o
pico desde outubro de 2012. E as preocupações com o déficit hídrico no Centro-Sul do Brasil,
amplificadas depois da seca de janeiro, seguem vivas e ainda provocam grandes altas, como a
de ontem (9,1%).
No mercado de açúcar, que também espelha o temor com os efeitos da estiagem no
Centro-Sul brasileiro sobre o volume e a qualidade da cana, sobretudo em São Paulo, a
cotação média registrada em fevereiro foi 6,74% maior que a do mês anterior. No
mesmo barco está o suco, já que os pomares paulistas igualmente amargaram falta de
chuvas. No mês passado, o preço médio do produto foi 16,22% superior ao de janeiro
em Nova York, e o patamar alcançado foi o maior desde abril de 2012. Sem influência
do Brasil, cacau e algodão também registraram valorizações.
A força brasileira volta a aparecer nos fatores que impulsionaram os grãos em Chicago
no mês. Com o empurrão dos problemas causados pela estiagem no Sul e pelas chuvas
em Mato Grosso - nas últimas semanas -, a cotação média da soja subiu 5,02% em
fevereiro na comparação com janeiro, enquanto a do milho foi 4,29% superior. Nos
dois mercados, são as maiores médias desde setembro de 2013, já que depois disso os
preços haviam entrado em rota de acomodação por conta da recomposição da oferta
mundial.
Em alguma medida, uma provável volta a essa tendência dependerá dos rumos da
crise política na Ucrânia nas próximas semanas. Quinto maior exportador de trigo do
mundo, o país, que também vende volumes consideráveis de milho no exterior, foi
fundamental nas valorizações de preços em Chicago registradas no início desta
semana (Valor, 6/3/14).
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/9/55917
Agronegócios 06/03/2014 - 07:06:17 Tempo seco e quente reduz safras de soja e
milho no Brasil
A previsão de safra de soja do Brasil foi reduzida para 87,7 milhões de toneladas na temporada
2013/14, ante 90,2 milhões de toneladas da projeção anterior, por conta do tempo seco e
quente no início do ano nos Estados do Sul e Sudeste, de acordo com relatório publicado nesta
quarta-feira pela Lanworth.
"Um declínio maior que o esperado na densidade vegetativa após um tempo quente e seco
reduziu a produção de soja do Brasil em 3 por cento... Os impactos ocorreram inicialmente em
Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e devem fixar a produtividade do Brasil em 2,94
toneladas por hectare", afirmou relatório da empresa de previsão de safras publicado no
terminal financeiro Eikon, da Thomson Reuters.
Segundo a Lanworth, as perdas no Sul e no Sudeste somente não resultaram em perda maior
para a safra brasileira porque no Centro-Oeste, região que responde por quase metade da safra
nacional, houve um aumento de 2 por cento na previsão.
"Apesar das perdas, a colheita de soja ainda será recorde na América do Sul", afirmou.
Na temporada passada, o Brasil colheu um recorde de 81,5 milhões de toneladas de soja,
segundo o Ministério da Agricultura.
A empresa ainda reduziu a sua estimativa para a produção total de milho do país a 70,6 milhões
de toneladas, contra 71,6 milhões da projeção de 19 de fevereiro.
O tempo quente e seco em janeiro e início de fevereiro resultou em perdas em Goiás, Minas
Gerais, Paraná e São Paulo, na primeira safra, estimada agora em 31,4 milhões de toneladas,
segundo a Lanworth. A Lanworth reduziu a estimativa para a segunda safra para 39,1 milhões de
toneladas, por conta de menores produtividades esperadas em Goiás e Mato Grosso.
Na temporada passada, o Brasil colheu um recorde de 80,9 milhões de toneladas de milho, de
acordo com dados oficiais (Reuters, 5/3/14)
Agronegócios 05/03/2014 - 08:14:25
No Paraná, perdas na soja chegam a 80%
Por causa das altas temperaturas, alguns grãos cozinharam antes que pudessem ser
colhidos.
Tradicional região produtora de soja na safra de verão, o norte do Paraná amargou
perdas que variam de 35% a 80% por causa da estiagem de 45 dias, acompanhada de
altíssimas temperaturas. Uma das áreas mais atingidas foi o chamado norte pioneiro,
na divisa com São Paulo. Muitas lavouras literalmente queimaram com o calor. Nem a
chuva que veio depois conseguiu salvar as plantações. Os caules das plantas já haviam
secado, impedindo que a umidade irrigasse os grãos, que também secaram dentro das
vagens antes da colheita.
Na Fazenda Boa Esperança, propriedade com 150 alqueires, localizada no limite entre
os municípios de Santa Mariana e Cornélio Procópio, as perdas são enormes. Nas
áreas já colhidas, o resultado gira em torno de 20 sacas (de 60 kg) por alqueire,
resultado catastrófico em comparação com as 120 sacas por alqueire do ano passado.
Nessa região já se chegou a colher 160 sacas por alqueire.
"Foi quase tudo queimado pelo calor. Nos piores dias, a temperatura passou dos 50°C
na terra. A planta cozinhou no pé", explica o agrônomo Luis Otávio Bernardeli
Gonçalves.
Frustração
O resultado fica ainda pior quando se compara com a expectativa de produtividade até
o início do ano. "A gente achou que ia colher muito porque a soja estava linda. Mas,
com o calor, a terra chegou a trincar e os grãos ficaram todos enrugados", conta
Gonçalves.
Segundo o agricultor Leandro Scarlon, há grande preocupação com a qualidade da soja
colhida. Numa mesma área, encontram-se grãos secos, verdes e alguns maduros. "Isso
não passa no porto", diz ele.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Cornélio Procópio, Floriano José
Leite Ribeiro, explicou que as perdas apresentaram grandes variações de acordo com o
período de plantio e as variedades de sementes. "É um mosaico. Alguns tiveram mais
sorte, outros foram duramente atingidos."
O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura
estima que o total de perdas no norte pioneiro do Paraná chega aos 50% (O Estado de
S.Paulo, 2/3/14).
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/detalhes/9/55892
Agronegócios 06/03/2014 - 07:05:42
China pode aprovar milho transgênico da Syngenta até meados do ano
O processo de aprovação da variedade de milho transgênico MIR162, da Syngenta na
China está em andamento, depois da empresa apresentar novos documentos às
autoridades em novembro, e deve ser encerrado rapidamente, disso o vice-ministro de
agricultura chinês Niu Dun.
Oficialmente, a China já rejeitou 887 mil toneladas de milho dos Estados Unidos desde
novembro do ano passado, depois de detectar a presença de grãos da variedade
MIR162, não aprovados no país.
"O processo de aprovação deve ser encerrado muito rapidamente", disse à Reuters o
ministro, no intervalo da abertura do parlamento chinês nesta quarta-feira.
Questionado se a variedade de milho pode ser aprovadas ainda no primeiro semestre
de 2014, ele disse que "é possível". O ministro acrescentou que o cronograma exato
vai depender do comitê de biossegurança do Ministério da Agricultura.
A Syngenta aguarda a aprovação do milho MIR162 desde que submeteu o pedido
oficial em março de 2010.
A China enfrenta atualmente um excedente de milho no mercado doméstico, com uma
nova epidemia de gripe aviária e com uma queda nos preços da carne suína pesando
sobre a demanda, o que levou fontes da indústria a sugerir que Pequim não teria
nenhuma pressa em facilitar a entrada de importações adicionais (Reuters, 5/3/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/detalhes/9/55915
Economia 28/02/2014 - 05:43:25
País pode perder 2 posições entre maiores economias
Queda seria do 7º para o 9º lugar, estima consultoria; em 2013, avanço não se destaca.
O Brasil destoou no ano passado dos emergentes com um crescimento maior do que o
registrado em 2012. Porém, essa aceleração não foi suficiente para colocar o país na lista
das economias com expansão mais forte em 2013.
Levantamento com 36 países mostra que o crescimento de 2,3% do Brasil está no meio da
tabela, em 15º lugar, atrás de uma série de emergentes, especialmente da Ásia (de China a
Tailândia), já que essas economias costumam estar entre as primeiras a divulgar o PIB.
Em 2012, na comparação com essas mesmas nações, o avanço do PIB brasileiro foi o 24º
mais forte no período.
Entre os 22 mercados emergentes analisados, somente 8 (inclusive o Brasil) cresceram mais
no ano passado do que em 2012.
Para Robert Wood, analista da consultoria EIU (Economist Intelligence Unit), o misto de
crescimento modesto em 2014 com desvalorização cambial deve fazer o Brasil perder neste
ano duas posições no ranking das maiores economias globais.
Atual sétimo colocado, o Brasil, projeta Wood, cairia para o nono lugar, sendo ultrapassado
por Índia e Rússia ao final de 2014.
Mesmo com a aceleração do crescimento em relação ao de 2012, o ritmo brasileiro ficou
mais perto do dos países desenvolvidos --que costumam registrar avanços menores e estão
ainda atravessando a crise que teve início em 2008-- do que de seus pares emergentes.
Economia 28/02/2014 - 05:43:25
País pode perder 2 posições entre maiores economias
Quando a comparação do crescimento brasileiro é feita apenas entre os 22
emergentes, ele aparece em 13º lugar. A China, que já não vem crescendo nos últimos
anos no ritmo de dois dígitos, avançou 7,7%. Filipinas, Indonésia e Vietnã também
apresentaram altas fortes no PIB, superiores a 5%.
Na vizinhança latino-americana, poucos países já divulgaram seus resultados do quarto
trimestre.
O Brasil ficou bem atrás da economia peruana (alta de 5% no ano), mas superou com
folga o México (1,1% mais que em 2012), o atual "queridinho" dos mercados
financeiros.
EMERGENTE DISTANTE
Pela projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional), os emergentes devem ter
crescido mais do que 4% no ano passado, após alta de 5% em 2012. As estimativas do
Fundo mostram que a última vez que a alta do PIB brasileiro superou a média dos
países emergentes foi em 1995.
Durante os três primeiros anos do governo Dilma Rousseff, iniciado em 2011, o
crescimento brasileiro, em média, foi inferior ao de 20 economias --na comparação
entre 36 nações (Folha de S.Paulo, 28/2/14).
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/8/55870
Economia 05/03/2014 - 08:25:38
Avanço da oferta não dá conta da demanda
Descompasso entre crescimento de gastos de famílias, empresas e governo com o da
produção dura nove anos. Alta do deficit nas transações do país com o exterior e
maior inflação apontam para esgotamento do modelo.
O detalhamento dos dados do PIB (Produto Interno Bruto), divulgado na semana
passada pelo IBGE, mostra que, há nove anos, a demanda por bens e serviços cresce
acima da oferta.
Ou, em outras palavras, o país está prestes a completar uma década em que a
produção não alcança o ritmo dos gastos das famílias, das empresas e do governo para
consumo e investimento.
Esse descompasso, que já dá sinais de esgotamento, se manteve no ano passado:
enquanto o PIB, que soma indústria, serviços e agropecuária, aumentou 2,3%, as
compras dos setores público e privado tiveram alta de 2,9%.
No governo Dilma Rousseff, a oferta acumula expansão de 6,2%, ante 8,8% da
demanda. Desde 2005, a primeira cresceu 26,2%, e a segunda, 38,8%.
A diferença é coberta por mercadorias e serviços estrangeiros, por meio de
importações. Isso tem levado o país a ter deficit crescentes nas transações com o resto
do mundo. Só no ano passado, a conta negativa ficou em US$ 81,4 bilhões, ou 3,7% da
renda nacional.
Economia 05/03/2014 - 08:25:38
Avanço da oferta não dá conta da demanda
Deficit do gênero não são necessariamente ruins e muitas vezes estão associados à
melhora do padrão de vida da população; no caso brasileiro, entraram na conta a
queda da pobreza, o aumento do emprego e do crédito.
Mas precisam ser cobertos com investimentos externos no país ou, quando há
escassez desses recursos, com uso de reservas internacionais.
Por isso, os deficit não podem aumentar por tempo indeterminado, ainda mais em
países emergentes --e os ajustes necessários são, com frequência, dolorosos.
O mais recente deles no país ocorreu ao longo do segundo mandato do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002. Custou ao governo tucano menos
crescimento, mais inflação e perda de popularidade.
Na época, o dólar ficou mais escasso e as cotações subiram, encarecendo os
importados até que as transações com o exterior chegassem ao equilíbrio. Os juros
foram elevados para segurar os preços, ao custo de mais desemprego, menos
consumo e menos investimento.
A CONTA DOS EXCESSOS
Economia 05/03/2014 - 08:25:38
Avanço da oferta não dá conta da demanda
Ainda que não haja perspectiva de um processo tão dramático desta vez, a
administração petista já vê pela frente a conta de excessos promovidos nos últimos
anos para estimular a economia.
Também alimentada pela demanda, a inflação assumiu um patamar acima dos 5,5%,
forçou o atual ciclo de alta dos juros e fez arrefecer o ânimo dos consumidores.
No governo Dilma, a taxa de expansão do consumo das famílias assumiu trajetória de
queda e, em 2013, empatou com a de crescimento do PIB.
O mercado também já cobra com mais intensidade a moderação dos gastos públicos,
acelerados nos últimos cinco anos em reação doméstica aos efeitos da piora do
cenário internacional.
Iniciou-se, ainda, uma tendência de alta da moeda norte-americana, em consequência
da recuperação da economia dos Estados Unidos.
Foi o dólar barato que permitiu a escalada do consumo, das importações e do deficit
externo do país (Folha de S.Paulo, 3/3/14)
http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/visualizar_impressao/8/55894
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