Anaíle Terumi Moura Ariana Aparecida Lucas Camila Teles Silva Tatiana Jazra Nakamura INTRODUÇÃO 1992 (Rio de Janeiro) - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (CQNUMC) redução dos níveis dos gases do efeito estufa (GEE) 1997 - Protocolo de Kyoto PROTOCOLO DE KYOTO 2008-2012 - redução das emissões de carbono, baseado no índice de emissão de cada país em 1990 Países do Anexo I (basicamente países industrializados) – redução de 5,2 % UE e EUA – redução de 8% Japão – redução de 6% Países em desenvolvimento – sem meta de redução PROTOCOLO DE KYOTO Os artigos 6º, 12 e 17 do protocolo referem-se à criação de mecanismos de oferta do mercado de carbono Artigo 6º: Implementação conjunta de projetos entre países do Anexo I Artigo 12: Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) Artigo 17: Mercado de Licenças de Emissão VANTAGENS E CUSTOS DO MERCADO DE CARBONO Vantagem de mercado sobre regulação direta Permitir que as empresas/países possam comprar/vender créditos de carbono 3 Fontes de custo de transação comprador/vendedor se encontrarem; processo de negociação; implementação da operação e seu monitoramento (custos operacionais e de certificação). VANTAGENS E CUSTOS DO MERCADO DE CARBONO Situação: alocar uma quantidade fixa de licenças de emissão entre dois países, i e j COMO OBTER SUCESSO NESTE MERCADO Pilares-chave para o sucesso do mercado a demanda; a padronização; desenvolvimento de instrumentos legais para atestar os direitos de propriedade; desenvolvimento de mercados financeiros, incluindo futuros e opções, para o comércio dos títulos de propriedade. O PROCESSO DE VALIDAÇÃO/CERTIFICAÇÃO DE PROJETOS: No EU ETS (European Union Emission Trading Scheme) as empresas podem negociar as licenças diretamente umas com as outras, mediante um corretor, um banco ou um mercado organizado; Há um sistema de registro eletrônico com a participação de todos os países, com o objetivo de controlar a titularidade das licenças de emissão, sendo que quando há uma transferência de titularidade, há uma transferência nas licenças no sistema; Desta maneira, os custos de transação são reduzidos, permitindo que as diferentes partes tenham a informação necessária para realizar e conhecer as trocas; O PROCESSO DE VALIDAÇÃO/CERTIFICAÇÃO DE PROJETOS: No MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), o projeto necessita estar enquadrado nas especificações do Documento de Especificação de Projetos, estabelecidos pelos Acordos de Marrakesh, no Âmbito do Protocolo de Kyoto; Os projetos devem ser validados por entidades operacionais designadas pelas Conferências das Partes e credenciadas pelo Executive Board. Validados, eles se tornam geradores de reduções esperadas (RE); Há vários riscos na implementação e execução do projeto, logo, o preço das RE no mercado de carbono tende a se deprimir – porém a maior parte das reduções comercializadas no mercado é do tipo RE; Para passar de um projeto potencial a efetivo, as etapas de registro, implementação e verificação devem ser cumpridas para que o Executive Board possa proceder ao registro final. Uma vez cumpridas essas etapas, um projeto é capaz de gerar reduções de emissões certificadas (REC). O MERCADO DE CARBONO: TENDÊNCIAS RECENTES O mercado de carbono negocia dois tipos de ativos: a) licenças de emissão alocadas num regime de metas e negociação (cap and trade) do Protocolo de Kyoto; e b) reduções de emissões baseadas em projetos; Porém pode-se dizer que o mercado é divido em: Kyoto, liderado pela UE; Não Kyoto, com a liderança dos Estados Unidos; O MERCADO DE CARBONO: TENDÊNCIAS RECENTES No segmento de reduções e emissões através de projetos, foi comercializado 107 milhões de toneladas métricas de carbono em 2004. Apesar do protocolo somente ter entrado em vigor em 2007, constata-se a contratação de transações baseadas em projetos como forma de garantir preços competitivos hoje; Pelo lado dos compradores, a demanda é de aproximadamente 60% pelos países da UE, 21% do Japão e 4% do Canadá. Pelo lado da oferta, a Índia responde pela maior parte dos projetos, seguida de Brasil e Chile (2007); Há uma demora na certificação dos projetos, mostrando que há elevados custos na transação presente, neste mercado a variação do preço do carbono foi de US$ 3 a US$ 7, enquanto na comercialização de emissões, o preço alcançou os US$ 17; O Aterro Sanitário Bandeirantes, localizado na zona norte da cidade de São Paulo, realizou o primeiro leilão de RCEs através de bolsa de valores no mundo, cuja empresa vencedora foi a Fortis Bank NV/SA, da Holanda. Créditos de Carbono viram praça em SP: http://www.youtube.com/watch?v=BvkCnUbDyZo&feature=related O MERCADO DE CARBONO: TENDÊNCIAS RECENTES No mercado referente a licenças, os quatro principais de licenças de emissão são o da UE, do Reino Unido, do New South Wales (Austrália) e do Chicago Climate Exchange, existindo certa predominância do mercado da UE, sendo responsável pela maior parte das transações; Diferente dos projetos, as licenças são ativos homogêneos, sendo o seu preço médio de 7-9 euros. Cabe lembrar que o não cumprimento da metas de emissão européias, implica em uma multa de 40 euros. As reduções de emissões através de projetos têm um elevado risco associado às etapas de certificação. No caso das licenças, esse risco inexiste, considerando que, no momento da transação, o ativo a ser negociado já tem a condição de aceitação pelos governos como moeda de troca. Ainda existe a incerteza de vários aspectos de conteúdo pouco claro, tais como o nível de referência sobre o qual as reduções de emissões serão medidas. Além disso, há ainda a incerteza do cenário após 2012, em relação à continuidade ou não do MDL. CONCLUSÕES Brasil x MDL (barreiras regulatórias do mercado ); Novos mecanismos deverão ser criados para quebrar o círculo vicioso de baixo financiamento e reduzida oferta de projetos; Custos de transação originados do longo processo de validação, registro e certificação podem estar agindo como uma barreira à entrada no mercado de muitas instituições que teriam a capacidade de implementar projetos afins com os objetivos do MDL. No quadro regulatório atual, é possível que, por causa dos custos de transação, um projeto que tenha sua principal justificativa no MDL não receba nenhum crédito de carbono, sendo mesmo assim um projeto redutor de emissões. CONCLUSÕES Para reduzir a disparidade entre os preços de carbono nos segmentos licenças de emissão e implementação de projetos é necessário um marco regulatório com os seguintes elementos: a) Considerar que quase todas as transações de carbono seguem um modelo commodity, em lugar de investment, (compra-se os créditos e não o projeto); b) Visando reduzir o risco de um projeto específico, recomenda-se que a BM&F avalie a possibilidade de comercializar créditos de carbono em grupamentos afins; c) Objetivar a inovação financeira como promotora de novos produtos adequados à melhor integração do MBRE com os principais mercados de carbono, regionais e voluntários. d) Garantir que a carga tributária incidente sobre as operações de créditos de carbono não seja inibitória ao desenvolvimento desse mercado. e) Assegurar que o governo brasileiro continue a exercer seu papel de liderança na questão do MDL, pressionando pela simplificação das regras de validação/registro de projetos e a certificação de reduções de emissões; CONCLUSÕES Enfim, cabe destacar que em um marco regulatório/institucional ótimo, deveria haver uma convergência nos preços dos carbonos gerados nos diferentes segmentos do mercado de carbono, com as seguintes conseqüências positivas para o Brasil: a) maior geração de divisas; b) maior número de projetos MDL apresentando rentabilidade econômica/social; e c) contribuição efetiva do MDL ao desenvolvimento sustentável brasileiro e mundial.