Universidade Estadual de Maringá Departamento de Odontologia Fundamentos Pré-Clínicos V – Terapêutica Microbiota Oral Acadêmicas: Aline A. S. Vila Real ra:59782 Camila M. Burbello ra:58985 Mariana S. Boleta ra:60108 Prof.Dr.: Gustavo Jacobucci Farah Introdução • Crianças desde as primeiras horas de vida adquirem uma série de M.O. que vão compor a microbiota bucal indígena; • Cavidade oral: uma das principais áreas de interações microbianas – grande variedade e quantidade de M.O. que nela habita, bem como pelas suas características anatômicas e fisiológicas. Introdução • Interação dinâmica M.O. Hospedeiro Simbiose ou antibiose. • Contato diário dos M.O. com a boca; • M.O. permanecem inconstantes na cavidade oral: ▫ Presença ou ausência de dentes; ▫ Infecções orais; ▫ Administrações de algumas drogas. Fluxo salivar e fluido gengival Aderência nas superfícies Ambiente oral Disponibilidade de oxigênio Nutritientes Introdução • Cada tipo bacteriano habita determinado compartimento da boca . • Os principais nichos da microbiota: ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ Superfície coronária dos dentes; Membranas Mucosas; Saliva; Dorso da língua; Sulco Gengival. Cocos Gram-positivos • • • • • Enterococcus; Staphylococcus; Micrococcus; Peptostreptococcus; Peptococcus; • Streptococcus: ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ ▫ S. Viridans; S. Salivarius; S. Sanguis; S. Mutans; S. Mitis; S. Milleri; S. Oralis; S. Gordonii; S. Vestibularis; S. Pyogenes; S. Pneumoniae; Apenas habitam Provocam a cavidade oral processos patológicos na cavidade oral S. Oralis S. Viridans S.Gordonii S. Sanguis S.Vestibularis S.Salivaius S.Mutans S.Mitis Baixa concentração na cavidade oral S.Pneumoniae Enterococcus S. Milleri Staphylococcus S.Pyogenes Peptostreptococcus Habitats da cavidade oral Algumas bactérias colonizadoras Placa dental supragengival S. mutans, Dorso da língua S. salivarius Mucosa da bochecha S. mitis, S. salivaris Classificação dos Streptococcus • • • • • • • • • • • S. Viridans; S. Salivarius; S. Sanguis; S. Mutans; S. Mitis; S. Milleri; S. Oralis; S. Gordonii; S. Vestibularis; S. Pyogenes; S. Pneumoniae; Cocos Gram-positivos • Streptococcus ▫ Aeróbicos facultativos. ▫ Predomina na cavidade oral desde o nascimento até a morte do indivíduo; ▫ Também estão presentes no intestino, pele ou trato respiratório superior. Cocos Gram-Positivos • Streptococcus ▫ Transmissão: Por contato com outras pessoas (espirros e tosse) ou com objetos. ▫ Cepas patogênicas de Streptococcus agrupadas de acordo com: Comportamento; Características químicas; ▫ Cada grupo tende a produzir tipos específicos de infecções, sinais clínicos e sintomas. Cocos Gram-positivos • Streptococcus mutans: ▫ Principal fator de desenvolvimento de cáries devido à produção de ácido láctico que desmineraliza o esmalte dentário - etapa inicial da doença cárie-(acidogênico e acidúrico). Cocos Gram-positivos • Streptococcus viridans ▫ Maioria das espécies encontradas na cavidade oral; ▫ S. viridans são presentes nos dentes e podem causar abscessos dentários ou endocardite; Cocos Gram-positivos • Streptococcus viridans ▫ Infecções orais: Penicilina G:BENZETACIL®-1.200.000u dose única intramuscular. Dose pediátrica para crianças lactentes e crianças com menos ou até 27kg-300.000 a 600.000u como dose única intramuscular. Penicilina V:PEN-VE-ORAL®posologia adulto - 125 a 500mg a cada 6 ou 8horas. Dose pedriátrica(até 12 anos) e lactantes:2,5 a 9,3mg/kg a cada 4horas. Cefalosporina:CEFACLOR®posologia adulto-250 a 500mg a cada 8horas. Dose pediátrica e lactantes com mais de 1 mês6,7 a 13,4mg/kg a cada 8 horas. Eritromicina:ILOSONE®posologia adultos-250mg a cada 6 horas. Dose pediátrica-15 a 50 mg/kg a cada 12 horas. Cocos Gram-positivos • Streptococcus sanguis ▫ Encontrado no sangue de pacientes com endocardite bacteriana subaguda; ▫ Espécie mais isoladas da placa dental: no início da formação e em superfícies dentárias não cariadas. Cocos Gram-positivos • Streptococcus milleri ▫ Colônias pequenas; ▫ Tem sido isoladas de processos infecciosos purulentos na cavidade oral e de abscesso cerebrais e hepáticos; Penicilina G(BENZETACIL®); Penicilina V(PEN-VE-ORAL®); Cefalosporina(CEFACLOR®); Azitromicina:ASTRO®posologia adulto-500mg dia durante 3 a 5 dias. CONTRA-INDICADO:crianças menores de 3 anos. Cocos Gram-positivos • Streptococcus pyogenes ▫ Não são encotrados na microbiota oral de indivíduos sadios; o Frequentemente associados a quadros infecciosos da orofaringe (faringite e amigdalite); o Possibilidade do isolamento do S. pyogenes em pacientes portadores assintomáticos – reservatórios – disseminação do M.O. para indivíduos susceptíveis às infecções; o Penicilina G benzatina (BENZETACIL®); o Penicilina V(PEN-VE-ORAL®,); o Cefalosporina(CEFACLOR®); o Eritromicina(ILOSONE®). Cocos Gram-positivos • Peptostreptococcus o Anaeróbicos estritos; o Espécie mais isolada na cavidade oral é o Peptostreptococcus anaerobius, principalmente na placa dental subgengival, em associação ou não com doença periodontal e de quadros de infecção endodôntica. o Penicilina G(BENZETACIL®); o Penicilina V(PEN-VE-ORAL®); o Cefalosporina(CEFACLOR®); o Azitromicina(ASTRO®). Cocos Gram-positivos • Staphylococcus o Aeróbios facultativos; o Não predominam cavidade oral de indivíduos sadios; o Colonizadores da pele e mucosa nasofaringe. Cocos Gram-positivos • Staphylococcus ▫ S. aureus é considerado o Streptococcus mais patogênico – produz enzimas e toxinas, e tem maior resistência a agentes antimicrobianos; ▫ Geralmente há reinfecção em áreas próximas – importância da assepsia local; ▫ S. aureus podem ser isolados de quadros de faringite, amigdalite, sinusite, osteomielite da face e abscessos dentários. Cocos Gram-positivos • Staphylococcus ▫ Penicilase-negativo: Penicilia G (BENZETACIL®); Penicilina V(PEN-VE-ORAL®); Cefalosporia(CEFACLOR®); ▫ Penicilinase-positivo: Cefalosporia(CEFACLOR®); Clindamicina(DALACIN-C®); ▫ Meticilina-resistente: VancomicinaCLORIDRATO DE VANCOMICINA®posologia adulto-500mg a cada 6 horas. Cocos Gram-negativos • Neisseria o Aeróbicos; o Várias espécies colonizam, em baixa concentração, as mucosas do trato respiratório superior e da cavidade oral, incluindo o dorso da língua; Cocos Gram-negativos • Veillonella o Anaeróbios; o V. parvula e V. alcalescens colonizam a mucosa do trato respiraório superior e as superfícies da cavidade oral, como:dorso da língua, saliva e sulco gengival; o Ampicilina:AMPICIL®-posologia adulto-250 a 500mg a cada 6 horas. Dose pediátrica:lactentes e crianças até 20kg-12,5mg/kg a cada 6 horas. Bastonetes Gram-positivos • Lactobacillus o Geralmente anaeróbicos facultativos; o Espécies encontradas na cavidade oral: o Homofermentativas (produzem principalmente o ácido láctico): • L. casei • L. acidophilus o Heterofermentativas (produzem vários ácidos orgânicos, etanol e gás carbônico): • L. fermentum • L. cellobiosus • L. brevis • L. buchneri são encontrados na cavidade oral. Bastonetes Gram-positivos • Lactobacillus o Acidogênicos (produtores de ácidos orgânicos) e acidúricos ( resistem ao nível de acidez) – importante papel na etiologia da cárie dentária, explicando a longa sobrevivência do L. cansei na dentina cariada; Bastonetes Gram-positivos • Actynomices ▫ Anaeróbios facultativos; ▫ A. israelli, A. viscosus e A. naeslundii: o Colonizadores primários da placa dental supragengival; o Potencial patogênico na cárie de superfície de raiz; o Doença periodontal; o Formação de abscessos na mucosa da cavidade oral, na lingua e na face; o Doença pulmonar. ▫ Penicilina G(PEN-VE-ORAL®) ▫ Ampicilina(AMPICIL®) Bastonetes Gram-positivos • Corynebacterium o Aeróbio facultativo; o Espécie mais significativa desse gênero para a cavidade oral é o C. matruchotii; o Frequentemente observados na microscopia da placa dental supragengival, revelando-se com o citoplasma calcificado durante o processo de formação do cálculo dentário. Bastonetes Gram-positivos • Eubacterium o Anaeróbios estritos; o Espécies mais encontradas na cavidade oral são: E. saburreum e o E. alactolyticeum isolados com frequência a partir da placa dental supragentgival. Bastonetes Gram-negativos Encontrados na cavidade oral: • • • • • • • Porphyromonas; Prevotella; Haemophilus; Eikenella; Selenomonas; Wolinella e Campylobacter. Bastonetes Gram-negativos • Fusobacterium o Anaeróbios; o Encontrados tanto na placa dental supragengival como na subgengival; o Espécie mais comum na cavidade oral é o F. nucleatum; o F. periodonticum também tem sido isolada na cavidade oral, geralmente associada à doença periodontal ou infecção endodôntica; o Penicilina G(BENZETACIL®); o Clindamicina:DALACIN-C®posologia adulto-600 a 900mg a cada 6/8horas. Bastonetes Gram-negativos • Leptotrichia o Anaeróbios; o A espécie mais encontrada na boca é L. buccalis isolada com freqüência na placa dental supra gengival. Bastonetes Gram-negativos • Bacteroides o Geralmente anaeróbios; o Variedades de habitats, incluindo o sulco gengival (placa dental subgengival), esgoto sanitário, trato intestinal e de secreções purulentas em diversas infecções humanas; o Penicilina G(BENZETACIL®); o Cloranfenicol(CLORANFENICOL®)posologia adulto12,5mg/kg a cada 6 horas. o Clindamicina(DALACIN-SE®); Bastonetes Gram-negativos • Actinobacillus, Capnocytophaga o Aeróbias facultativas que habitam a mucosa oral; o A. actinomycetemcomitans e C. sputigena – muito estudadas por causa da relação etiologica com uma forma agressiva da D.P., a periodontite juvenil localizada e abcessos. o Tetraciclina (TETREX®) posologia adulto-250 a 500mg a cada 6 horas o Cloranfenicol(CLORANFENICOL®)posologia adulto-12,5mg/kg a cada 6 horas. Bastonetes Gram-negativos • Treponema o Aeróbios estritos; o Cavidade oral: T. denticola, T. macrodentium, T. socransky e T. vincentii - Espiroquetas; o Associação de T. denticola com evolução da D.P.; o Espécie patogênica: T. pallidum – ag etiológico da sifilis só encontrada na cavidade oral em indivíduos com lesões 1ª e 2ª. • Além das bactérias outros M.O. podem ser encontrados na cavidade oral: o Leveduras – Candida albicans; o Protozoários – Trichomonas tenax e Entamoeba gingivalis; o Vírus – participação questionável – transitórios, exceto vírus herpes: identificado na saliva de pequena percentagem de indivíduos assintomáticos; o Mycoplasma: 82,7% saliva; 93,7% placa dental coronária; 13,9% em lesões de cárie. Placa Dental 1mm 1mg 10⁸ Bactérias Placa Dental Supragengival • Fase inicial: predominância de sp.aeróbicas; • Com o desenvolvimento da placa há um aumento da sua espessura, favorecendo a multiplicação de M.O. anaeróbios - bacilos Gram-negativos(áreas + profundas). Placa Dental Subgengival • Sulco gengival sadio: Gram-positivos: ▫ Streptococcus e Actinomyces • Gengivite: Gram-negativos: ▫ Fusobacterium nucleatum • Periodontite avançada: bacilos Gram-negativos e M.O espiralados anaeróbios: ▫ Bacteroides, F. nucleatum e T. denticola Placa Dental Subgengival • A medida que a doença periodontal progride: ▫ Cocos e Bacilos Gram-positivos ▫ Bacilos Gram-negativos e M.O. espiralados. Principais M.O. envolvidos no desenvolvimento dos diferentes tipos de lesões de cárie Tipo de Lesão de Cárie M.O. envolvidos Cárie de superfície lisa Streptococcus mutans Cárie de sulcos e fissuras S. mutans, Lactobacillus Cárie de dentina Lactobacillus, Actinomyces viscosus Cárie de cemento (radicular) S. mutans, A. viscosus, A. naeslundii Influência da microbiota e dieta dos pais na determinação do risco de cárie na criança Risco de Cárie na Criança Microbiota dos Pais Dieta dos Pais Alto risco Alto nível de S. mutans na saliva Grande ingestão de sacarose Baixo risco Baixo nível de S. mutans na saliva Ingestão controlada de sacarose Agressão microbiana e doença periodontal ▫ NÃO existe doença periodontal de natureza inflamatória sem a presença de m.o.; ▫ Principal fonte: complexa microbiota da cavidade oral, principalmente a do sulco gengival; • Evidências da importância dos m.o. nas alterações periodontais: 1) Supressão de habitos de higiene oral aumenta a concentração microbiana na margem e sulcos gengivais – gengivite; 2) Os sinais e sintomas da GUNA –gengivite ulcerativa necrozante aguda- são atenuados com administração de antibióticos como penicilina,tetraciclina ou metronidazol. • Loe et. Al. demonstraram a participação da placa bacteriana na doença periodontal: 1º)Rigorosa profilaxia dentária; 2º)Abandono de recursos de higiene oral por 21 dias. 3°)Acompanhamento da formação de placa na margem gengival através de bacterioscopia *Resultado: depósito constituído principalmente por cocos e células descamadas e alguns bacilos Gram-positivos formas filamentosas formas espiraladas e vibriões GENGIVITE Situação clínica do periodonto Principais bactérias envolvidas Acúmulo de placa dental (sem doença) Streptotoccus sanguis Actinomyces viscous Gengivite com sangramento Actinomyces viscous Prevotella intermedia Gengivite da gravidez Prevotella intermedia Gengivite da puberdade Capnocytophaga Prevotella intermedia Gengivite ulcerativa necrotizante aguda Prevotella intermedia Treponema denticola Periodontite juvenil localizada Actinobacillus actinomycetemcomitans Periodontite de progressão rápida Porphyromas gingivalis Treponema denticola Periodontite do adulto Porphyromas gingivalis Fusobacterium nucleatun Bacteroides forsythu Participação microbiana nas infecções da polpa dental e do periápice. Polpa dental células substância fundamental fibras vasos sanguíneos e linfáticos nervos Esterilidade em condições normais fatores físicos,químicos e biológicos Contaminação e proliferação microbiana • Vias de acesso dos M.O. a polpa dental e ao periápice (1) trauma,intervenções,cáries; (2) Canalículos de dentina cortada ou cariada; (3) Sulco gengival –ligamento periodontal; (4) Dentes adjacentes infectados; (5) Corrente sanguínea –bacteriemia ou septicemia Referências Bibliográficas • Neidle, E. A. et al. Farmacologia e Terapêutica para dentistas. Ed Guanabara Koogan, 3ª edição p. 412-446. • Vade-mércum de medicamentos. 14ª ed, 2008/2009 • Uzeda, M. Microbiologia Oral. Ed Guanabara Koogan, 2002, 126p. Obrigada!