1905 - 1914
 O expressionismo foi um movimento artístico que surgiu no final do
século XIX e início do século XX como uma reação ao
impressionismo. Apresentava características subjetivas, ou seja, a
obra de arte é o reflexo direto do mundo interior do artista .
 Com as suas cores violentas e a sua temática de solidão e de
miséria, o expressionismo refletiu a amargura que invadia os
círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como
da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre
guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo de
transformar a vida, de buscar novas dimensões da imaginação e de
renovar as linguagens artísticas.
 Os elementos mais característicos das obras de arte expressionistas
são a cor, o dinamismo e o sentimento. O objetivo primordial dos
expressionistas era transmitir as suas emoções e sentimentos mais
profundos.
 Die Brücke (A ponte) foi fundada a 7 de junho de 1905 em Dresde,
formada por quatro estudantes de arquitetura da Escola Técnica
Superior de Dresde: Edvard Munch, Ernst Ludwig Kirchner, Fritz
Bleyl, Erich Heckel e Karl Schmidt-Rottluff. O nome foi ideado por
Schmidt-Rottluff, simbolizando através de uma ponte a sua
pretensão de estabelecer as bases de uma arte de futuro.
 Outros nomes como Emil Nolde e Max Pechstein uniram-se
posteriormente ao grupo.
 O grupo Die Brücke buscou ligar-se ao público em geral, fazendo-os
participantes das suas atividades. Conceberam a figura do
"membro passivo" que, mediante uma assinatura anual de doze
quadros, recebiam periodicamente um boletim com as atividades
do grupo, bem como diversas gravuras (as "Brücke-Mappen").
 O seu maior interesse era destruir as velhas convenções, assim
como se estava fazendo na França.
Edvard Munch (1893-1944) foi um
pintor e gravador norueguês. Sua
obra mais famosa foi o quadro “O
Grito”, um das maiores
representantes da corrente
expressionista do século XX.
Sua obra “O Grito representa um
dos símbolos artísticos do século
20. O sentimento de angústia e
desespero representados na obra
leva a crer que ela, segundo
muitos críticos, é uma das
sínteses artísticas da
modernidade, época em que
ocorreram duas grandes guerras e
o surgimento de regimes
totalitários, como o comunismo.
Outras obras de grande
expressão: “ Amor e Dor” (189394) “A Menina Doente” (1885)
“Puberdade”, de 1886.
O grito, 1893. Têmpera e pastel sobre cartão, 91 x 73,5cm
Foi um grande desenhista – o seu
pai era professor de desenho–,
mas desde a sua visita a uma
exposição de xilografia de Dürer,
em 1898,
começou a fazer
gravuras em madeira. Utilizava
cores primárias, como os
fauvistas, mas com linhas
quebradas,
violentas
–ao
contrário das arredondadas de
Matisse–, em ângulos fechados,
agudos. Desde 1914 começou a
sofrer transtornos mentais e,
durante a guerra, adquiriu uma
doença respiratória, fatores estes
que influíram na sua obra.
Em 1937 os seus trabalhos foram
confiscados
pelos
nazistas.
Suicidou-se no ano seguinte.

Ernst Ludwig Kirchner, cartazl de apresentação de Die Brücke na Galería Arnold de Dresde (1910)
Ligado a Die Brücke durante
1906-1907, trabalhou sozinho,
desligado de tendências –não se
considerava um expressionista,
mas um "artista alemão".
Dedicado em princípio à pintura
de paisagens, temas florais e
animais, pintava
com pincel
carregado de tinta e pinceladas
curtas.
Durante a sua estadia em Die
Brücke abandonou o processo de
imitação da realidade, denotando
na sua obra uma inquietude
interior. Começou então os temas
religiosos, centrando-se na Paixão
de Jesus Cristo, com rostos
desfigurados,
um
profundo
sentimento de angústia e uma
grande exaltação da cor.
Autumn Sea VII - 1910
 Der Blaue Reiter (O Ginete Azul) surgiu em Munique em
1911, agrupando Wassily Kandinsky, Franz Marc, August
Macke, Paul Klee, Gabriele Münter, Alfred Kubin, Alexej
von Jawlensky, Lyonel Feininger, Heinrich Campendonk e
Marianne von Werefkin.
 De novo, mais que um selo estilístico comum,
compartilhavam uma determinada visão da arte, na que
imperava a liberdade criadora do artista e a expressão
pessoal e subjetiva das suas obras. Der Blaue Reiter não foi
uma escola nem um movimento, mas um agrupamento de
artistas com inquietudes semelhantes, centradas num
conceito da arte não como imitação, mas como expressão
do interior do artista.
De vocação tardia, estudou
direito, economia e política
antes de se passar à pintura,
após visitar uma exposição
impressionista em 1895.
Durante 1906—1909 teve um
período fauvista, para passar
posteriormente
ao
expressionismo. Desde 1908 a
sua obra foi perdendo o
aspecto temático e figurativo
para
ganhar
em
expressividade e colorido,
iniciando progressivamente o
caminho para a abstração, e
desde 1910 criou quadros nos
quais a importância da obra
residia na forma e na cor.
Autumn in Bavaria - 1908
Óleo sobre cartão, Centre Georges Pompidou, Paris
Estudante de teologia, durante
uma viagem pela Europa entre
1902 e 1906 decidiu tornar-se
pintor. Imbuído de um grande
misticismo, considerava-se um
pintor "expressivo", visando a
expressar o seu "eu interior". A
sua
obra
foi
bastante
monotemática, dedicando-se aos
animais,
especialmente
os
cavalos.
As
figuras
eram
simples,
esquemáticas,
tendendo
à
geometrização após o seu
contato com o cubismo. Contudo,
começou como Kandinsky o
caminho para a abstração,
interrompida com a sua morte
durante a II Guerra Mundial.
Os grandes cavalos azuis (1911), Walker Art Center, Minneapolis.
Em 1908, em Paris, entrou em
contato com o fauvismo. Desde
então abandonou a tradição e
renovou temáticas e coloridos,
trabalhando com cores claras e
frias.
Depois receberia a influência do
cubismo: poucas cores, linhas
geométricas,
figuras
esquematizadas, contrastes de
sombra e luz.
Por último chegou à arte abstrata,
influenciado por Kandinsky e
Delaunay: fazia uma abstração
racional,
geométrica,
com
manchas de cor e composições
baseadas em planos geométricos
coloridos.
Nude with Coral Necklace, 1910, Óleo sobre cartão
Sprengel Museum, Hanover
De formação musical, começou a
pintar em 1898, e assim como
Kandinsky sua obra tinha relação
com a música e
tendia
à
abstração, com um ar onírico que
o levaria para o surrealismo.
Buscava
atingir
um
estado
intermediário entre a realidade e a
fantasia ideal.
Mais tarde, após uma viagem para
Paris em 1912, onde conheceu
Picasso e Delaunay, interessou-se
mais pela cor e as suas
possibilidades compositivas.
Klee recriou na sua obra um mundo
fantástico e irônico, próximo do das
crianças ou os loucos, que acercará
o universo dos surrealistas –com
numerosos pontos de contato
entre a sua obra e a de Juan Miró.
Senecio - 1922
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