PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL HIDROLOGIA APLICADA Pluviometria PROF: M. Sc. Felipe Corrêa V. dos Santos INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO • Importante: – Determina o balanço de água na região do sistema radicular => crescimento da vegetação; – Escolha e dimensionamento de sistemas de irrigação; – abastecimento dos aquíferos; e (mantém vazão dos rios durante as estiagens) – Influencia o escoamento superficial. • Passagem da água através da superfície do solo, ocupando os poros existentes no solo. FATORES QUE INTERVÊM NA INFILTRAÇÃO - Tipo de solo Textura e a estrutura => K0 => Taxa de infiltração - Macroporos - Arenosos X Argilosos - Argilosos – Estrutura - Dispersa Estrutura granular estável Estrutura instável - Solos mais intemperizados – Al, Fe Equação de Horton f(mm/h) f fc f0 fc e k t K1 (arenoso) k K2(argiloso) t(h) • • • • • f = taxa de infiltração (mm/hora) fc = taxa de infiltração em condição de saturação (mm/hora) fo = taxa de infiltração inicial (mm/hora) t = tempo (minutos) k = parâmetro que deve ser determinado a partir de medições no campo (1/minuto) Tabela . Dados de um ensaio de infiltração em solo bem estruturado. TI= Taxa de infiltração; Iacum = infiltração acumulada e Tacum. = tempo acumulado. Hora Tempo Tacum. ------------------ minutos -------------12:44 0 12:45 1 12:47 2 12:49 2 12:54 5 12:59 5 13:09 10 13:19 10 13:34 15 13:49 15 14:19 30 14:49 30 15:19 30 Leituras DLeituras Iacum ---------------------- cm ---------------10,8 10,3 9,8 9,3 8,7 8,0 7.1/12.4 11,5 10,4 9,4 8.1/11.7 10,4 9,1 TI cm h-1 Condutividade Hidráulica em meio saturado APLICAÇÃO DA CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA Dimensionamento drenos Filtragem Barragem Terraçeamento e outras praticas conservacionistas Estudos hidrológicos Irrigação Construção civil Pedologia outros 40 Experimentalmente, Darcy, em 1850, na busca de soluções para melhorar o tratamento de água municipal, verificou como os diversos fatores geométricos, influenciavam a vazão da água. Sendo: Q – vazão; A - área do permeâmetro; k - coeficiente de permeabilidade; h – carga dissipada na percolação; L – distancia na qual a carga e dissipada. Condutividade Hidráulica do solo saturado 02 É o movimento da água no interior do solo em todos os sentidos e direções, ou seja, no espaço tridimensional, mas com potencial que tende a orientar o fluxo, geralmente em meio saturado, ou na zona de saturação do solo, em razão de uma profundidade. 46 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO Equações e modelos matemáticos Permeâmetro de carga constante LABORATÓRIO Permeâmetro de carga variável Método do poço ou furo do trado (Auger-Hole) Método do piezômetro; Método dos dois poços; Método do poço seco; Permeâmetro de Guelph Outros 47 PERMEÂMETRO DE CARGA CONSTANTE O permeâmetro de carga constante e utilizado para medir a permeabilidade dos solos granulares (solos com razoável quantidade de areia e/ou pedregulho), os quais apresentam valores de permeabilidade elevados, normatizado pela NBR 13292 (1995) h Z L SOLO 48 PERMEÂMETRO DE CARGA CONSTANTE K = condutividade hidráulicas saturada( cm s-¹) V= vazão medida proveta (cm3) L = comprimento da amostra (cm) h = carga hidráulica (cm) T = tempo entre inicio e fim do ensaio (s) A = Área seção transversal amostra (cm2) V .L K h. A.t h Z L SOLO 49 PERMEÂMETRO DE CARGA CONSTANTE O permeâmetro de carga constante geralmente usado para solos de textura argilosa a media, tipo mais comum em laboratório e de fácil construção. V .L K h. A.t h L SOLO 50 PERMEÂMETRO DE CARGA CONSTANTE O permeâmetro de carga constante usando Frasco de Mariotte, normalmente usado para solos de baixa a media condutividade hidráulica saturada V .L K h. A.t Atm VÁCUO h=0 h L SOLO 51 PERMEÂMETRO DE CARGA VARIAVEL O permeâmetro de carga variável e utilizado quando o coeficiente de permeabilidade e muito baixo, porem a sua determinação inconstante e pouco precisa, sofrendo maior influencia da temperatura local. h1 h0 Z L SOLO 52 PERMEÂMETRO DE CARGA VARIAVEL a - área interna da bureta (cm2) A - seção transversal do corpo-deprova (cm2) L - altura do corpo-de-prova (cm) h0 carga hidráulica inicial (cm), no tempo t0; h1 - carga hidráulica final (cm), no tempo t t - intervalo de tempo (t1 - t0) para o nível d água passar de h0 para h1 (cm) h1 h0 Z L SOLO 53 MÉTODO DO POÇO O metodo do poço ou furo do trado (Auger-Hole) é utilizado para a estimativa da condutividade hidráulica no campo, na presença do lençol freático. É adequado para solos homogêneos (não estratificados) e solos altamente estratificados, onde não se tem condições de estimar a condutividade hidráulica em cada camada. MÉTODO DO POÇO 1. Estabelecer a camada de impedimento 2. Abertura dos poços de observação 3. Drenar e aguardar 24h para estabilização 4. Preparar os instrumentos de medida, estaca, trena com flutuador 5. Medir altura inicial do LF 6. Drenar o poço 7. Iniciar as leituras de nível em relação ao tempo 8. Converter as leituras em K por gráficos e equações segundo o tipo de camada de impedimento encontrada h H MÉTODO DO POÇO REGRAS PRATICAS 1. A profundidade da água no interior do poço, ou seja, do espelho d'água até o fundo, deve ser da ordem de 5 a 10 vezes o seu diâmetro (de 40 a 80 cm). 2. Iniciar com pequena lamina no fundo entorno de 5cm 3. Usar tempos constante como 5, 10, 15.... 4. Parar as leituras quando atingir 3/4. Y0 (leitura inicial) MÉTODO DO POÇO EQUAÇÕES EMPIRICAS 1. ERNST (1950) Para solo homogêneo e a camada impermeável muito abaixo do fundo do poço (S 0,5 H); 3 < r < 7 cm; 20 < H < 200 cm; Y > 0,2 H MÉTODO DO PIEZÔMETRO Aplicado para terrenos que têm perfis estratificados, ou seja, heterogêneos, com 2 ou 3 camadas distintas. O procedimento é o mesmo usado no ‘furo do trado’. Embora interessante, o método do piezômetro é pouco usado na prática por ser muito mais trabalhoso... Não mede a condutividade média nos 2 ou 3 estratos, mas sim a condutividade em cada estrato... PIEZÔMETRO DE CASA GRANDE MÉTODO DO PIEZÔMETRO Aplicado para terrenos que têm perfis estratificados, ou seja, heterogêneos, com 2 ou 3 camadas distintas. O procedimento é o mesmo usado no ‘furo do trado’. Embora interessante, o método do piezômetro é pouco usado na prática por ser muito mais trabalhoso... Não mede a condutividade média nos 2 ou 3 estratos, mas sim a condutividade em cada estrato... 59 MÉTODO DO POÇO SECO O método do poço Seco consiste em acrescentar água ao poço e observar a variação do nível. PERMEÂMETRO DE GUELPH O permeâmetro de Guelph, e semelhante ao poço seco porem trabalha com nível constante. PERMEÂMETRO DE GUELPH K = [( 0,0041 ) ( X ) ( R2 ) – (0,0054) ( X ) ( R1 )] (1) K = [( 0,0041 ) ( Y ) ( R2 ) – (0,0054) ( Y ) ( R1 )] (2) Onde: K – Condutividade hidráulica, em cm/s; R1 e R2 – Taxas de infiltração estabilizadas correspondentes a H1 (5 cm) e H2 (10 cm) respectivamente, em cm/s; X e Y – Constantes correspondentes a área do tubo (reservatório d’água) utilizado, em cm2. X (reservatório externo) equivale a 35,36 cm2; Y (reservatório interno) equivale a 2,17 cm2. A utilização do reservatório externo é recomendada para solos mais permeáveis, oposto a isso se recomenda a utilização do reservatório interno, o que não impede o uso invertido dos mesmos, desde que na hora do cálculo seja utilizada a fórmula correta. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO INDIRETO Curva Granulometrica Utiliza-se a equacao de Hazen para o caso de areias e pedregulho, com pouca ou nenhuma quantidade de finos. k = C.d10 onde: k e a permeabilidade, em cm/s d10 e o diametro efetivo, em cm 90 < C < 120, sendo C = 100, muito usado. Para uso da equacao recomenda-se que Cu seja menor que 5. 63 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO INDIRETO Relações Entre Tamanho das Partículas e Condutividade Hidráulica 64 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO INDIRETO C0 = fator que reflete o formato do poro e o empacotamento na equação de Kozeny-Carmen [-] CT = fator que reflete o formato do poro e o empacotamento na equação de Kozeny, mod. por Collins [-] C = fator na equação de Hazen [T/L] d10 = diâmetro da partícula em que 10% das partículas são menores [L] dg = media geométrica do diâmetro da partícula [L] d = diâmetro representativo da partícula [L] g = aceleração gravitacional [L/T2] K = condutividade hidráulica [L/T] φ = porosidade total, responsável pela compactação [-] μ = viscosidade dinâmica [M/LT] ρ = densidade [M/L3] σg = media geométrica do desvio padrão [L] Ssa = área superficial exposta a fluidos por volume unitário de meio solido[1/L] T = tortuosidade [-] 65 GRATO PELA ATENÇÃO Felipe Corrêa [email protected]