Apresentação da Geologia Regional
De Rio do Sul –SC
(trabalho pré-campo da disciplina de
estratigrafia e sedimentação - UNESP/Rio Claro)
Bacia do Paraná
2011
Bacia do Paraná
• Localiza-se na porção
centro-leste da América do
Sul;
• Distribui-se no Brasil de
Mato Grosso até Rio Grande
do Sul (75% da área total da
bacia) e nordeste da
Argentina, leste do Paraguai
e norte do Uruguai.
• Abrange uma área de cerca
de 1.700.00 km².
• Tem formato
alongado na
direção NNE-SSW,
com
aproximadamente
1.750 km de
comprimento e
largura média de
900 km.
• Bacia Intracratônica;
• Região sedimentar circundada por exposição de rochas do
embasamento, com fundo chato e perfil relativamente simétrico;
• Preenchidas por depósitos continentais e de plataforma marinha rasa;
• Desenvolveu-se sobre embasamento previamente consolidado;
Bacia do Paraná
Retirado de “Geologia da Bacia do Paraná por Antonio Liccardo”
Região de Rio do Sul e Alinhamentos principais
• Milani subdividiu
a coluna
estratigráfica da
Bacia em 6
supersequências,
que definem seu
arcabouço
estratigráfico
separadas por
expressivos hiatos
deposicionais.
Carta
Litoestratigráfica
(Milani et al., 1993)
A bacia documenta uma progressiva
tendência à continentalização. Os
estratos marinhos do Neo-Ordoviciano,
persistiram durante o Devoniano com
franca ligação ao oceano e ocorrem até
o Carbonífero.
Gr. Paraná
• Fm Furnas
Arenitos de granulometria média a grossa; com
estratificações cruzadas de diversas naturezas e
portes;
Icnofósseis : ambiente de plataforma marinha rasa
• Fm Ponta Grossa
Folhelhos ,folhelhos siltíticos e siltitos cinza escuros
marinhos de coloração escura;
Abundância de fosséis;
Ambiente plataformal marinho(Assine,1996).
Gr. Itararé
• Fm Campo do Tenente
Base do Gr. Itararé;
Pelitos, Ritmitos e diamictitos (tilitos).
• Fm Mafra
Arenitos mal selecionados, diamictitos,
conglomerados e argilitos subordinados;
Influência glacial.
Gr. Itararé
• Fm Rio do Sul:
Espesso pacote de folhelho negro (glacio-marinho );
(Fonte de informação: Castro et al. - 1994 e Krebs & Menezes Filho - 1984)
Fm Rio do Sul:
Pacote de turbiditos areno-pelíticos (leques submarinos)
associados a diamititos e arenitos fluidizados(fácies de
talude);
Sobre esta formação, afloram depósitos várvicos e de franja de
frente deltaica (início da progradação );
Associação de fácies(testemunho de sondagem): glacial
marinho(diamictitos), deglaciação, fluvial, deltaico e marinho .
A partir do Permiano, a bacia assume,
uma depressão intracratônica
aprisionada no interior do Gondwana
Gr. Guatá
• Fm Rio Bonito
Três membros componentes: Schneider et al. (1974) propõem a formalização das
denominações e Triunfo, Paraguaçu e Siderópolis para os membros desta
formação.
 Mb Triunfo:
arenitos e conglomerados cinzas com estratificações paralelas,
cruzadas, tabulares e acanaladas;
Secundariamente folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuro a pretos,
carbonosos, leitos e camadas de carvão;
Sistema fluvio-deltaico,
Siltitos e arenitos do Membro Triunfo ( T ) cobrindo folhelhos e siltitos cinza da
Formação Rio do Sul ( R ). Local: Rio do Sul, SC. Foto: Ricardo de Cunha Lopes
Leito de carvão associado aos arenitos do Membro Triunfo.
Local: Trombudo Central, SC. Foto Krebs & Menezes Filho (1984).
 Mb Paraguaçu:
Siltitos e folhelhos cinza a esverdeados e subordinadamente
arenitos finos exibindo laminação plano-paralela , ondulda e
bioturbação;
Fácies marinho transgressivo sobre os arenitos fluvio-deltáicos do
Mb. Triunfo.
 Mb Siderópolis:
espesso pacote de arenitos com intercalações de siltitos, folhelhos
carbonosos e carvão;
laminação plano-paralela, truncada por onda cruzada cavalgante
(climbing) acamamento "flaser" e "drapes" de argilas, bioturbação e
fluidização, "wavy", "linsen" e "hummocky".
Ambiente litorâneo (depósitos de barras, mangues e lagunas costeiras
posteriormente recobertos por areias litorâneas);
Abundância de restos vegetais e palinomorfos.
Arenitos com estratificação ondulada "climbing", "drape" e "flaser", com intercalação de
lente de arenito ortoquartzítico com estratificação plano-paralela do Membro Siderópolis.
Local: Mina Treviso, Forquilha, SC. Foto Aboarrage & Lopes (1986) .
Camada de carvão associada a arenitos da
Formação Rio Bonito
Local: Encruzilhada do Sul, RS. Foto Ricardo
da Cunha Lopes
Arenitos e carvão do Mb Siderópolis – Siderópolis
(SC)
Foto de Mina Morozini
Deltas
Permianos
da Fm. Rio
Bonito
Gr. Guatá
• Fm Palermo:
Contato concordante com a Fm Rio Bonito porém de forma abrupta e
erosiva. White (1908) emprega pela primeira vez o termo "schistos do
Palermo" . Segundo Aboarrage & Lopes (1986), é formada
predominantemente por uma interlaminação de silte e areia fina a muito
fina com laminação ondulada "wavy", "linsen", localmente "flaser",
formando um conjunto com intercalações de leitos e lentes de arenitos
finos a médios, ortoquartzíticos, com marcas de onda. Estratificações
onduladas "hummockies" e pequenas lentes de conglomerados de grânulos
com abundante cimento carbonático.
Ambiente marinho transgressivo, de plataforma, sob influência de ondas e
marés, que cobrem o ambiente deltaico-lagunar
(Fonte da informação: Castro et al. - 1994 e Krebs - 2002)
Intercalação de camadas de
arenitos finos ortoquartzíticos,
com camadas de pelitos
bioturbados e apresentando
"wavy" e "linsen". BR-293, rio
Jaguarão, Bagé, RS Foto
Aboarrage & Lopes (1986)
Detalhe dos pelitos bioturbados
com "wavy" e "linsen" da foto
acima
Contato erosivo entre camada de
carvão (C) da Formação Rio Bonito e
os arenitos finos da Formação
Palermo (P), no topo.
Local: BR-293, Hulha Negra, RS. Foto
Aboarrage & Lopes (1986)
Arenito fino a muito fino, lâminas
microgradadas de Formação
Palermo (P) sobre rocha granítica
do embasamento (E) prégonduânico. BR-293, Sta. Tecla,
Bagé, RS. Foto: Aboarrage & Lopes
(1986)
Grupo Passa Dois
• Fm. Irati
 Mb Taquaral: Siltitos e folhelhos cinzas-claros e azulados;
Deposição em ambiente marinho de águas calmas, abaixo do nível
das ondas.
 Mb Assistência: folhelhos cinzas-escuros, dolomíticos
Segundo Schneider et al. (op.cit.) estas litologias representam um
ambiente marinho de águas calmas, do que discordam Petri &
Fúlfaro(1983), por falta de fósseis tipicamente marinhos, atribuindo
para deposição deste membro um ambiente lagunar
Grupo Passa Dois
• Fm Serra Alta: sequência de folhelhos e siltitos
cinzas-escuro a pretos, principal estrutura é fratura
conchoidal, maciços, laminação plano-paralela;
Localmente, contêm lentes e concreções calcíferas.
Folhelhos e siltitos com
estratificação plano-paralela.
Rodovia BR-153, Bagé - Aceguá,
RS. Foto de Ricardo da Cunha
Lopes.
Grupo Passa Dois
• Fm. Teresina: argilitos, folhelhos e siltitos cinza-escuros e
esverdeados, ritmicamente intercalados com arenitos
muito finos, cinza-claros;
Principais estruturas sedimentares: laminação "flaser",
plano-paralela, ondulada e convoluta, estratificação
"hummocky", marcas onduladas e gretas de contração.
Ambiente marinho de águas rasas e agitadas, dominado
por ondas e pela ação de marés (infra-maré a supramaré).
Siltitos e arenitos com
acamamento "wavy" e "linsen".
Serra do Rio do Rasto, SC. Foto de
Ricardo da Cunha Lopes
Arenitos e siltitos intercalados, da
Formação Teresina. Serra do Rio do Rasto,
SC. Foto de Ricardo da Cunha Lopes
Grupo Passa Dois
• Fm. Rio do Rasto:
 Mb Serrinha: arenitos finos, bem selecionados, intercalados com
siltitos e argilitos cinza-esverdeados, amarronados, bordôs e
avermelhados, podendo localmente conter lentes ou horizontes de
calcário margoso.
Arenitos e siltitos: laminação cruzada, ondulada, "climbing" e
"flaser", sendo, às vezes, maciços; camadas síltico-argilosas
mostram laminação plano-paralela, "wavy" e "linsen". Os siltitos e
argilitos exibem desagregação esferoidal.
Ambiente marinho ransicional.
 Mb Morro Pelado: lentes de arenitos finos, avermelhados,
intercalados em siltitos e argilitos arroxeados.
Principais estruturas sedimentares: estratificação cruzada
acanalada, laminação plano-paralela, cruzada.
Sedimentação flúvio-deltaica.
Arenitos avermelhados com estratificação
plano-paralela e cruzada acanalada. Estrada
Pantano Grande - Rio Pardo, RS. Foto por
Ricardo da Cunha Lopes
Siltitos e argilitos avermelhados,
com estratificação plano-paralela.
Sapucaia do Sul, RS. Foto por
Geraldo de Barros Pimentel.
Camadas lenticulares de arenitos avermelhados
intercaladas com camadas de siltitos
avermelhados do membro Morro Pelado. Urubici,
SC. Foto por Aboarrage & Lopes(1986)
A partir do Mesozóico os desertos
arenosos dominaram, gerando as
formações Botucatu e Pirambóia.
Grupo São Bento
• Fm. Botucatu: arenitos bimodais médios a finos,
localmente grossos e conglomeráticos, com grãos
arredondados ou subarredondados, bem selecionados;
• cor cinza-avermelhado (freqüente a presença de cimento
silicoso ou ferruginoso);
• No terço inferior: finas intercalações de pelitos,
interlaminações areia-silte-argila, freqüentes variações
laterais de fácies.
• À medida que se dirige para o terço médio, predomina
espessas camadas de arenitos bimodais, com
estratificação acanalada de grande porte;
• Estruturas sedimentares: estratificação cruzada
acanalada de grande porte, estratificação cruzada tabular
tangencial na base e estratificação plano-paralela;
• Ambiente desértico com depósito de dunas e interdunas.
Arenitos eólicos, com
estratificação cruzada acanalada
de grande porte, em paredão de
cerca de 40 m de altura. Santo
Antônio da Patrulha, RS . Foto de
Mauro Rodrigues Reis
Detalhe da estratificação cruzada
acanalada de grande porte, em
arenitos eólicos da Formação
Botucatu. RS-020, Taquara, RS. Foto
de Luiz F. P. Zanini
Com a ruptura do Gondwana, o
embasamento da Bacia do
Paraná foi intensamente
afetado pela intrusão de
magmatismo basico,sendo
encaixados como diques e
soleiras entre as rochas
sedimentares, e extrusão.
Grupo São Bento
• Fm. Serra Geral: constituída por uma sucessão de derrames
de lavas, predominantemente básicas, contendo domínios
subordinados intermediários e ácidos, principalmente no
terço médio e superior.
• Bastante fraturados - fraturas conchoidais características.
• Conseqüência de um intenso magmatismo de fissura encerramento da evolução gondwânica da bacia do Paraná.
• O contato da Formação Serra Geral com as unidades
sedimentares mais antigas da Bacia do Paraná é
determinado por discordância.
• Intrusão de diabásios em rochas sedimentares
gondwânicas. Em Santa Catarina,principalmente nas
unidades Formação Rio Bonito e Formação Irati.
Fm. Serra Geral
Rochas vulcânicas da
Fm. Serra Geral (divisa
de estados SC/RS)
Topo da sequência
• Associações litológicas primárias
Depósitos de encosta
Depósitos de turfas, de manguezais, eólicos,
lagunares, transicionais lagunares, marinhos praiais,
marinho
• Barreiras, Terraços e Aluviões
Mapa Geológico de Santa Catarina (adaptado de Zanini et al., 1997, Silva et al., 1987)
Bom Campo!
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Bacia do Paraná