INTRODUÇÃO À
TEORIA ATOR-REDE
Profa. Tacyana Arce
Prof. Tiago Barcelos
TEORIA ATOR-REDE
• Anos 1980 : Bruno Latour, John Law, Michel
Clallon, Madeleine Akrich, Wiebe Bijker, entre
outros
 Sociologia das associações
 Sociologia da tradução/translação
 Sociologia da mobilidade
 Ontologia plana ou simetria extensiva
TEORIA ATOR-REDE
• Alternativa aos estudos de ciência e tecnologia
oferecidos pelas escolas de Columbia e Edimburgo
 Columbia : Sociologia da Ciência – Robert Merton
 Edimburgo : Programa Forte da Sociologia do
Conhecimento Científico – Barry Barnes e David
Bloor
• Visões estruturais e funcionalistas : social como
fundo nas práticas científicas e tecnológicas –
explicação social da ciência (inspiração em
Durkheim)
TEORIA ATOR-REDE
• Inovações técnicas e científicas envolvem redes de
atores que não são de ordem científica ou técnica
• Antecedentes : guerra das ciências – hard x soft –
ciências naturais e humanidades
• Inovações técnicas e científicas envolvem redes de
atores que não são de ordem científica ou técnica
BRUNO LATOUR
http://www.bruno-latour.fr/
BRUNO LATOUR
• 1947 – vilarejo de Beaune na Bourgogne, França
• Filho de proprietário de vinhas
• Estudou filosofia e exegese bíblica na Université
de Bourgogne em Dijon no final dos anos 1960
• Estudou teologia na Université de Tours e em 1975
recebe seu Ph.D. em filosofia
• Tese – “Exégèse et ontologie: une analyse des
textes de resurrection”
BRUNO LATOUR
• Estudo de antropologia – serviço militar anos 1970
– Costa do Marfim, África – OSTROM (Institut
Français de recherche scientifique pour le
développement en cooperation)
• Liderança do antropólogo Marc Augé  aprende
os princípios fundamentais de antropologia,
especialmente o trabalho de campo como método
científico
• Anos 1970 : trabalhos em antropologia da ciência
e da tecnologia – estudos etnográficos de
atividades diárias
BRUNO LATOUR
• De aldeões africanos pobres para cientistas euroamericanos
• 1979 : publicação em coautoria com Steve
Woolgar de Laboratory Life: The Social
Construction of Scientific Facts
• Roger Guillemin – pesquisas em
neuroendocrinologia – laboratório em La Jolla,
Califórnia (1975/76)
• Contribuições para o desenvolvimento da TAR
nos anos 1980
BRUNO LATOUR
• Retorno à França – CSI (Centre de Sociologie de
l’Innovation) – École Nationale Superieure des
Mines em Paris – professor (1982/2006)
• Anos 1980 : colaboração com o pesquisador em
sociologia formado em física e economia Michel
Callon – concepções iniciais da TAR como
sociologia da translação
BRUNO LATOUR
• Desenvolvimento baseado em estudos de caso de
projetos de inovação técnica sem êxito :
 Carro elétrico (Callon; Latour, 1981)
 Sistema de comunicação global Minitel
 Sistema de transporte público guiado por
computador em Paris – Aramis ou l’amour des
techniques
(Latour, 1992)
BRUNO LATOUR
• Colaboração com o sociólogo britânico John Law
• Gradualmente a TAR se desenvolve como um
programa de pesquisa reconhecido com o campo
interdisciplinar dos STS (Science Studies)
• Reconhecimento da obra de Latour principalmente
em inglês
• Louis Pasteur – Les Microbes: guerre et paix,
suivi de Irréductions (1984) – atores nãohumanos
BRUNO LATOUR
• Colaboração com a primatologista Shirley Strum
• Anos 1990 : publicação de Nous n’avons jamais
eté modernes (1991) – exploração da história
moderna do mundo ocidental – projeto de
antropologia simétrica
• Pandora’s Hope : Essays on the Reality of
Science Studies (1999)
• Politiques de la nature : comment faire entrer
les sciences en démocracie (1999)
BRUNO LATOUR
• Reassembling the Social : an introduction to
Actor-Network Theory (2005)
• 2006 : nomeado professor da SciencesPo – vicepresidente de pesquisa no Centro de Sociologia
das Organizações (2011) – MediaLab (atual)
• Gabriel Tarde – pai fundador da TAR – tardificação
da sociologia no século XXI
• Ênquete sur les modes d’existences :
une anthropologie des modernes (2012)
BRUNO LATOUR
EIXO TEMÁTICO : FATOS SÃO FABRICADOS
• “I produce books, not a philosophy” (interview,
Crease et al., 2003, p. 19)
• O projeto de Latour pode ser descrito como uma
investigação multifacetada e interdisciplinar por
caminhos complexos pelos quais os fatos
científicos são produzidos (construídos, fabricados)
e distribuídos para além da situação inicial de
produção
BRUNO LATOUR
EIXO TEMÁTICO : FATOS SÃO FABRICADOS
• Um fato não é uma entidade dada ou universal
• Um fato tem uma história específica de produção
que deve ser analisada por estudos históricos e
empíricos
• O interesse de Latour por ciência é antropológico
antes de ser filosófico
BRUNO LATOUR
EIXO TEMÁTICO : FATOS SÃO FABRICADOS
• O objetivo é descrever, com o máximo de detalhes
possíveis, como fatos científicos emergem de
práticas, negociações e inscrições
• Redescrever o mundo moderno para além da
dominação da ciência e da epistemologia
• Filósofo empírico / metafísico experimental
BRUNO LATOUR
EIXO ONTOLÓGICO / METAFÍSICO
• Aproximação anti-epistemológica com os fatos
científicos  romper com a ideia de que o mundo
deveria consistir em 2 tipos distintos de elementos:
 Espírito e Matéria
 Cultura / Sociedade e Natureza
• Inscrição na tradição metafísica conhecida como
monismo (Gottfried Leibniz e Gabriel Tarde)
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Alfred N. Whitehead
• Filosofia processual
• Rompimento com dicotomias sujeito/objeto,
sociedade/natureza, linguagem/mundo
• Categorias básicas de Wjitehead : evento,
proposição e prehension
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Alfred N. Whitehead
• O fundamento natural na natureza é processo
• A natureza não constitui entidades distribuídas no
tempo e espaço – ela constitui eventos em que
tempo e espaço se relacionam
• A realidade é processual e relacional - experiência
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Alfred N. Whitehead
• Bifurcação da natureza – a natureza consiste em
qualidades primárias e secundárias
• Tudo o que está disponível aos sentidos é
igualmente parte da natureza
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Gilles Deleuze
• Ciência, natureza, sociedade, sujeitos são
produzidos e temporariamente estabilizados
através de dinâmicas relacionais
• Plano de imanência (REDE) – ontologia plana
• Ontologia Actante-Rizoma
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Michel Serres
• Mentor filosófico de Latour
• Investigação de relações entre um número
significante de regimes de conhecimento no mundo
ocidental desde a antiguidade: filosofia, ciência,
literatura e mitologia
• História das ideias
BRUNO LATOUR
PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS
Michel Serres
• Terceiro excluído, mediação e movimento
• Translação, circulação e mediação
• Terceiro excluído (HÍBRIDO)
• Quase-objeto / Quase-sujeito
BRUNO LATOUR
OUTRAS INFLUÊNCIAS
Algirdas Greimas
William James
Isabelle Stengers
Madeleine Akrich
Thomas Hobbes
Harold Garfinkel
Friedrich Nietzsche
John Dewey
Étienne Sourrieau
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