EFICIENCIA GESTÃO DE NEGÓCIOS EM SAÚDE AULA 3 SERVIÇOS INOVADORES PROFA. VERA MENDES OBJETIVO • Discutir as dimensões da crise dos serviços de saúde, possíveis alternativas a partir de novas configurações da organização hospitalar e redes e da implantação de diversas modalidades gerenciais, da tentativa de implantar o Modelo Assistencial de Vigilância da Saúde (MAVS) e da incorporação de tecnologias gerenciais inovadoras. DIMENSÕES DA CRISE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL SERVIÇOS DE SAÚDE DO SEC. XXI NETWORKING G.I. INTEGRA OS PROCESSOS ASSISTENCIAIS GERENCIAIS E DE SUPORTE INOVAÇÃO GERAÇÃO DE CONHECIMENTOS CONTEXTUALIZANDO • • • • • • • • Txs de mortalidade materna e neonatal estão fortemente associadas à Qualidade e Eficiência da atenção hospitalar, pq 90% dos partos ocorrem no hospital. MM= 53,9/100mil nasc vivos e Mneo=16,5/1000(2004) Transição demográfica (cresc popul = 1,43, Tx de fertil= 2,3; Expectat de vida= 71,6 anos (2004). Causas e morte: Elev das DNT (ap circ =33%;Acidentes =16%; Câncer = 14%) Elevação dos gastos co Saúde – 8,6% do PIB, chegará a 12% em 2025. Gastos públicos com saúde = 11% e baixo retorno decorrente do Modelo Assistencial q prioriza atenção curativa realizada em hospitais ineficientes e de baixa qualidade. 35% dos hosp. são públicos e 65% privados, sendo que destes, 45,4% são financiados pelo SUS. Mais de 60% tem menos de 50 l, Txs de ocupação abaixo de 30% A RMS do RJ tem 75% mais aparelhos de TC e RM do que a RMS de Paris, com pop. Similar. Inovação na Gestão e Execução • O Modelo de gerencial predominante, separa a gestão e execução dos serviços de saúde e é apresentado como servindo simultaneamente a um propósito de adaptação ao mercado e de fazer do Estado um ente com maior capacidade de regulação. SEPARAÇÃO ENTRE GESTÃO E PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PROBLEMATIZANDO • É possível mudar o modelo de gestão e, conseqüentemente, os processos internos de organização da produção NOS SERVIÇOS DE SAÚDE sem mudar o modelo de Atenção á Saúde? • O que se entende por Modelos de Atenção à Saúde? REVISANDO OS MODELOS ASSISTENCIAIS • • • • • • • • MÉDICO-ASSISTENCIAL PRIVATISTA AGENTE PRINCIPAL: médico OBJETO: doença MEIOS DE TRABALHO: conhecimentos e as tecnologias de diagnose e terapia MODELO SANITARISTA AGENTE PRINCIPAL: sanitaristas OBJETO: modos de transmissão e fatores de risco das doenças transmissíveis ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: utiliza um conjunto de meios que compõem a tecnologia sanitária: ed em saúde, saneamento, controle de vetores e imunização (TEIXEIRA; PAIM e VILASBOAS, 1998). MODELO DE ATENÇÃO DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE • Conjunto de intervenções intersetoriais sobre problemas de saúde (danos, riscos e determinantes que merecem atenção continuada, sob a forma de operações voltadas para os grupos populacionais no Território (TEIXEIRA; MENDES; PAIM et al, 1988). • AGENTES - intervenções intersetoriais • OBJETO - problemas de saúde e seus determinantes • ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: operações voltadas para os grupos populacionais no Território. Por que o MAVS é considerado uma inovação organizacional? • Porque propõe mudanças em relação aos sujeitos, objeto, métodos e forma de organização do trabalho, introduzindo-se outras formas de gestão dos hospitais. INOVAÇÕES EM SERVÇOS DE SAÚDE Especificidades da saúde Complexidade das organizações prestadoras O Planejamento como Tecnologia de Gestão O Hserviço como Estação Cuidadora inserido na Rede A Ordem Negociada A INTEGRALIDADE DO CUIDADO INTEGRALIDADE DO CUIDADO A Produção da saúde é resultado de um entrelaçamento e combinação de tecnologias A integralidade do cuidado é a combinação generosa e flexível das tecnologias duras, leve-duras e leves - recursos utilizados na produção do cuidado - de forma universal e segundo o campo de necessidades dos usuários, produzindo projetos terapêuticos cuidadores. O cuidado é necessariamente multidisciplinar e dependente da conjugação dos diversos núcleos de competência profissional para construir o núcleo cuidador. GESTÃO A PARTIR DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO 1 Estratégias para Novos Modelos de Gestão em Saúde: Escuta dos usuários Realização de planejamento participativo Elaboração de Planos Diretores 2 Descentralização administrativo-gerencial Constituição de linhas de cuidado, linhas de apoio técnico e administrativo e unidades de produção Profissionalização das gerências e coordenações Funcionamento de estrutura de poder descentralizada Descentralização do planejamento das ações • Democratização institucional GESTÃO A PARTIR DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO 3. 4. Qualificação dos processos de coordenação Coordenação das linhas de cuidado e de apoio técnico e administrativo Coordenação por unidades de produção Coordenação segundo a lógica das profissões Institucionalização da rede de contratualidade Estabelecimento da rede de contratualidades no serviço entre equipes, setores, unidades de produção e unidades de cuidado com definição das responsabilidades de cada um Estabelecimento da contratualidade do serviço com a rede GESTÃO A PARTIR DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO 4 Definição de indicadores e metas para orientar a gestão e funcionamento institucionais Celebração de Contratos de Gestão com explicitação dos compromissos externos e internos Realização de avaliações periódicas de avaliação de desempenho e negociação de novas metas Implantação de política de incentivo ao desempenho para a organização e trabalhadores das equipes 5. Envolvimento da comunidade com o projeto institucional Definição e acompanhamento dos papéis e responsabilidades dos diversos atores com aperfeiçoamento dos canais de comunicação PRINCÍPIOS DE NOVOS MODELOS DE GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE O trabalho em saúde para defesa da vida individual e coletiva A integralidade do cuidado como eixo da gestão: o serviço como estação cuidadora na rede A definição do projeto institucional a partir dos compromissos com os financiadores A definição do modelo assistencial a partir das necessidades dos usuários A produção do cuidado a partir de projetos terapêuticos usuárioscentrados e que integrem e articulem os saberes e práticas dos diversos profissionais A democratização, transparência na gestão e controle social Como conciliar: • Eqüidade x qualidade • Custo x efetividade • Qual o lugar do SERVIÇO no Sistema de Saúde? Alguns Parâmetros para avaliar os processos • Taxa de ocupação e a média de tempo de permanência praticada por especialidades: clínico (84%;12 dias), reabilitação (83%,19 dias), pediatria (60%; 8 dias), psiquiatria (50%; 21 dias), cirurgia (49%; 4 dias), obstetrícia (44%; 3 dias), tisiologia (44%;19 dias), crônico (40%; 21 dias) respectivamente e a PT MS/GM n° 1.101/2002. • • • • • • • • • • • Comissões hospitalares Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) Comissão de Análise de Prontuários (registros) Comissão de Análise de Óbitos Comissão de Qualidade Comissão de Ética Médica Comissão de Ética de Enfermagem Comissão de Farmacologia Comissão de Licitação Comissão de Custos Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) COMO ESTAS COMISSÕES INTERFEREM NO PROCESSO DE PRODUÇÃO NA UNIDADE HOSPITALAR? ENSINO E PESQUISA _ AULA 4 SERVIÇOS INOVADORES: TENDÊNCIAS PARA REFLETIR: COMO A ORGANIZAÇÃO DO SETOR SAÚDE INFLUI NO PROGRESSO TECNOLÓGICO? • O ESQUEMA DE WEISBROD(1991) nos EUA questiona a pressão da demanda de serviços médicos sobre as atividades de P&D; a forma de organização da assistência médica e a estrutura de incentivos daí derivada que pressionam a P&D produzirem invenções caras e custosas. Mudanças no Sistema inverteriam esta lógica passando a não incentivar tecnologias caras.A OCDE deixa em aberto a questão. As novas tecnologias são parte do problema, da solução ou as duas coisas? • Lewis Thomas (1975) distingue a medicina em 3 estágios: • a) Nível mais baixo ou não tecnologia – pouco pode ser feito pelo doente (câncer não tratável, esclerose múltipla, cirrose avançada) Intern Dom. e Serv Enf.GASTOS BAIXOS • b) Tecnologias intermediárias – lidar com a doença e efeitos incapacitantes, ajustar o pac à doença e adiar a morte (implante de órgãos artificiais, transplantes, etc) – MAIS CARO • c) Alta tecnologia: imunização, antibióticos, prev dist nutri. Tratamento e prevenção são viáveis. Reduz os custos associados à doença. Ex; poliomielite (morte – pulmão artificial – vacinas) É a tecnologia a responsável pela elevação dos custos ou o esquema de incentivos que a orienta? • Para Weisbrod, nos EUA, o desenvolvimento recente de tecnologias intermediárias teria sido implicitamente estimulado pelo esquema de reembolso pelo sistema de seguro que dominou a assist, pq havia pouco ou nenhum incentivo para fornecedores de serviços evitarem tecnologias caras que fossem marginalmente efetivas. • A demanda de seguros médicos tendem a crescer quando as mudanças tecnológicas são encarecedoras. Já as altas tecnologias (vacinas) tendem a diminuir a demanda de seguros.C • OMO SÃO CONTRATADOS PARA TRATAMENTO EM HOSPITAIS, OS SEGUROS INCENTIVAM P&D PARA TRATAR DOENTES E NÃO PARA PREVENIR DOENÇAS (WEISBROD, 1991) E A OCDE (1998) AFIRMAVA: • “Talvez a terapia genética demore mais do que o previsto para alcançar os pacientes” • Iniciada a revolução da biotecnologia é possível que inovações de “alta tecnologia” se tornem disponíveis de acordo com o esquema de Weisbord. Tendência Mundial em relação ao Porte 100 e 450 leitos (viabilidade econômica) 80% dos leitos no Reino Unido em hospitais com mais de 300 leitos (economias de escala) Movimento de Fechamento e Fusão de Hospitais (FERGUSON, TREVOR & POSNETT, 1997) In Concentração e escolha na área da saúde / editado por Brian Ferguson, Trevor A. Sheldon, John Posnett. 1997 ALTERNATIVAS PARA HOSPITAIS DE PEQUENO PORTE Promover ajuste de leitos; Adequar o perfil assistencial da unidade; Implantar sistemas globais de orçamentação; Contratar mediante definição de metas quanti e qualitativas pactuadas; Estimular organização da rede de atenção em nível microrregional; Internações de baixa complexidade orientadas pelo perfil epidemiológico da população: Parto de risco habitual e internações em clínica médica e pediatria; TENDÊNCIAS: Atendimento Domiciliar • “Atendimento prestado no domicílio para pacientes agudamente doentes e que em função disto estejam temporariamente impossibilitados de comparecer à Unidade. Será prestado preferentemente pelo médico do paciente ou pelo médico de plantão." (LOPES & OLIVEIRA, 1998) DESAFIOS DOS MODELOS DE GESTÃO HOSPITALAR Explicitar os auto-governos dos trabalhadores, publicizando os interesses privados e corporativos para a construção de projetos coletivos a partir de valores e convicções comuns. Ordenar o processo gerencial a partir da integralidade do cuidado, diferenciando estratégias no hospital em si e no hospital na rede. Legitimar uma política institucional num território tenso e altamente disputado O QUE FAZER??? – O Redesenho do Modelo Organizativo; – A Reforma do Modelo de Gestão; – Reconstrução do Relacionamento com o SUS; – Reorientação do Ensino e da Pesquisa; – Revisão dos Mecanismos de Financiamento – Adoção do Modelo Assistencial de Vigilância da Saúde COMO DEVEM SER OS SERVIÇOS DE SAÚDE DO SEC XXI • • • • • • • • • Planejado e administrado de modo profissional Humanizado Prestador de serviços de qualidade Autônomo gerencialmente Adequado ao perfil epidemiológico da sua área de abrangência Inserido em uma rede de serviços de saúde, através de mecanismos de referência e contra-referência Descentralizado em sua gestão Prestador de serviços, com responsabilidade social Capaz de inovar, gerar conhecimentos e incorporar tecnologias, baseado em critérios racionais e evidências DESAFIOS DOS SERVIÇOS Aperfeiçoar os processos para gestão da qualidade a partir do diagnóstico institucional (implantação de centros de custo, estruturação da política de RH, estruturação da política de informação institucional, melhoria da segurança profissional e patrimonial, escutar o usuário). Aperfeiçoar e ampliar o desenvolvimento das atividades de ensino e pesquisa e sua integração com a assistência. Aperfeiçoar os mecanismos de articulação com os serviços de saúde da região e municípios. DESAFIOS QTO AO FINANCIAMENTO • Menor sucesso que o esperado, com 41% dos gastos públicos em saúde (2007), Reino Unido = 82% e México = 47% • Parcela relativa ao setor saúde no orç federal permanece estável e o gasto total em saúde = 8,5% do PIB. • Deficiências na infraestrutura, provisão de serviços especializados e distribuição de RH • Os valores pagos e possibilidade de crise financeira é uma ameaça “ Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim.” (Chico Xavier)