Escola de Médiuns Seara Espírita Caminho, Verdade e Vida Aula de hoje: Perseguidores Invisíveis Libertação - Cap. 9 (resumo) André Luiz – Chico Xavier 6° parte Perseguidores invisíveis No dia imediato, ao encontro com Gregório, em companhia de entidades ignorantes e transviadas, dirigimo-nos a confortável residência, onde espetáculo inesperado nos surpreenderia. Paramos junto à ala esquerda, notando que a casa estava ocupada e vigiada por carcereiros frios e impassíveis, a julgar pelas sombras que os cercavam. O ambiente interno Transpus o limiar, de alma opressa. Entidades inferiores, em grande cópia, afluíram à sala de entrada, sondando-nos as intenções. Com as instruções de Gúbio, tudo fazíamos para nos assemelharmos a delinquentes vulgares. Reparei que o próprio Gúbio se fizera tão escuro, tão opaco na organização perispirítica, que de modo algum se faria reconhecível, à exceção de nós que o seguíamos, atentos, desde a primeira hora. Ante a senha com que Gregório nos favorecera, Saldanha, o diretor da falange admitiu-nos na condição de companheiros importantes. – O chefe deliberou apertar o cerco? – perguntou ao nosso instrutor. – Sim – informou Gúbio, de modo vago –, desejaríamos examinar as condições gerais do assunto e auscultar a doente. – A jovem senhora vai cedendo, devagarinho – esclareceu a singular personagem, indicando-nos vasto corredor atulhado de substâncias fluídicas detestáveis. Acompanhou-nos, um tanto solícito, porem desconfiado, e em seguida, deixou-nos livre a entrada da grande câmara do casal. Margarida Mulher ainda moça, mostrando extrema palidez nas linhas nobres do semblante digno, entregava-se a tormentosa meditação. Dois desencarnados, de horrível aspecto fisionômico, inclinavam-se dominadores, sobre o busto da enferma, submetendo-a a complicada operação magnética. Ovoides Concentrei todo o meu potencial de atenção na cabeça da jovem singularmente abatida e com espanto percebi algumas dezenas de “corpos ovoides”, de vários tamanhos e de cor plúmbea, assemelhando-se a grandes sementes vivas, atadas ao cérebro da paciente através de fios sutilíssimos, cuidadosamente dispostos na medula alongada. Margarida, pelo corpo perispirítico, jazia absolutamente presa, não só aos truculentos perturbadores que a assediavam, mas também à vasta falange de entidades inconscientes, que se caracterizavam pelo veículo mental, a se lhe apropriarem das forças, vampirizando-a em processo intensivo. OVOIDES Diagnostico do quadro Com a devida permissão de Gúbio analisei a zona física hostilizada. Reparei que todos os centros metabólicos da doente apareciam controlados. A própria pressão sanguínea demorava-se sob o comando dos perseguidores. Substâncias escuras não somente lhe pesavam nos pulmões, mas se refletiam, sobremodo, nas células e fibras conjuntivas, formando ulcerações na epiderme. As energias do corpo pareciam transportadas às formas ovoides, que se alimentavam delas, automaticamente, num movimento indefinível de sucção. Secretamente, o chefe da tortura se sentiu-se na obrigação de prestar informações espontâneas a Gúbio em razão das credenciais fornecida por Gregório. – Estamos em serviço mais ativo, há dez dias precisamente. A presa foi colhida em cheio e, felizmente, não contamos com qualquer resistência e acredito, não teremos maior trabalho a fazer. Mais alguns dias e a solução não se fará esperar. – E o marido – interrogou Gúbio? O infeliz, não é mau homem; hoje, conduzirá a esposa à igreja. – Vão à missa, na esperança de melhoras. Mal acabara a informação, tristonho e simpático cavalheiro, em cuja expressão carinhosa identifiquei, o esposo, entrou no aposento, com ela permutando palavras amorosas e confortantes. Decorridos alguns minutos, notei, que os cônjuges, acompanhados por extensa súcia de perseguidores, tomavam um carro na direção dum templo católico. Seguimo-nos sem detença. O veículo, a meu ver, transformara-se como que num carro de festa carnavalesca. Entidades diversas aboletavam-se dentro e em torno dele, desde os paralamas até o teto. A missa Descendo à porta de elegante santuário, observei estranho espetáculo. A turba de desencarnados, em posição de desequilíbrio, era talvez cinco vezes maior que a assembleia de encarnados. Penetramos o templo onde se comprimiam nada menos de sete a oito centenas de pessoas. A algazarra perturbadores era de ensurdecer e influenciados por eles, muitos conversavam, conversas sem proveito. A atmosfera pesava. Alonguei o olhar pela multidão bem vestida. Quase todos ostentavam nas mãos delicados objetos de culto, mas revelavam-se mentalmente muito distantes da verdadeira adoração à Divindade. O halo vital de que se cercavam definia pelas cores o baixo padrão vibratório a que se acolhiam. Em grande parte, dominavam o pardo escuro e o cinzento carregado. Em algumas, os raios rubro negros denunciavam cólera vingativa e incapacidade de perdoar que que, a nossos olhos, não conseguiam disfarçar. Entidades desencarnadas, em deplorável situação, espalhavam-se em todos os recantos, nas mesmas características. Mesmo assim três entidades de sublime posição hierárquica estavam presentes, fluidificando as águas e as hóstias, em ambiente isolado magneticamente na região superior do templo. As hóstias Logo após, quando o ministro se preparou a distribuir o alimento eucarístico entre os onze comungantes, notei que as hóstias, eram autênticas flores de farinha, coroadas, de doce esplendor. Irradiavam luz com tanta força que o magnetismo obscuro das mãos do ministro não conseguia inutilizá-las. Todavia, à frente da boca dos que se dispunha a receber o pão simbólico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, cuja contrição era irrepreensível, recolheu-a com a pureza desejável. Vi a hóstia, qual foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe, alojando-se a claridade em pleno coração. Gúbio esclareceu: – Os que recebem o benefício, cheios de sentimentos rasteiros e sombrios, por si mesmos se incumbem de anular as dádivas celestes, antes que lhes tragam benefícios imerecidos. A cerimônia terminou sem melhora alguma para Margarida, que de volta ao lar, foi acompanhada novamente pelo séquito de infelizes. A visita do médico Mostrava o relógio um quarto para meiodia, quando alguns passos se fizeram ouvidos. – É o médico, disse Saldanha, com manifesta expressão de sarcasmo; debalde, porém, procurará lesões e micróbios... Quase no mesmo instante, um cavalheiro de idade madura penetrou o recinto, em companhia de Gabriel, o esposo da vítima. Abeirou-se da enferma, afagou-a gentil e pronunciou algumas palavras de encorajamento. O especialista incapaz de diagnosticar com precisão, relutou bastante, mas sob a influência de um espírito amigo que o acompanhava ao cabo de alguns minutos, constrangido por sugestão de seu mentor espiritual, disse ao marido: – Porque não tenta o Espiritismo? Conheço ultimamente alguns casos intrincados que estão sendo resolvidos, com êxito, pela psicoterapia... Logo após, deixou ali algumas indicações escritas, relacionando drogas e injeções, e dispôs-se a sair, sob o riso escarninho de Saldanha, que dominava amplamente a situação. Espiritismo não é mediunidade Atento à sugestão do médico amigo, no dia imediato, dispôs-se Gabriel a conduzir a esposa ao exame de afamado professor em ciências psíquicas, no intuito de conseguirlhe cooperação benfazeja. Pude reparar, que Gúbio demonstrou profundo desagrado, asseverando-me, discreto, que tudo faria por impedir a providência. Mediunidade disse-nos Gúbio é atividade comum, tão comum quanto qualquer outra, mas o essencial é desenvolver com ela trabalho santificante. Segundo estou informado, o indicado e vigoroso operador mediúnico, porem, sem iluminação interior de maior vulto. Assalariou ele algumas dezenas de Espíritos desencarnados, de educação incipiente, que lhe absorvem as emanações e trabalham cegamente sob suas ordens, tanto para o bem quanto para o mal. Mediunidade e sombras Minutos antes das onze da manhã, encontrávamo-nos todos em ampla sala de espera, onde mais três grupos de pessoas também aguardavam ansiosos a chamada. Reparei que entidades de reduzida expressão evolutiva iam e vinham como a cumprir tarefas multiplas. O obsessor de Margarida, com fina sagacidade rogou a presença de um dos colaboradores mais influentes do médium, e apareceu diante de nós a esquisita figura de um anão de semblante enigmático. – Saldanha pediu-lhe cooperação sem rebuços, esclarecendo que o médium da casa não deveria penetrar o problema de Margarida, na intimidade. Prometeu-lhe, em troca do favor, não só a ele, mas também a outros auxiliares no assunto excelente remuneração. Descreveu-lhe, com detalhes, quanto poderia lhes proporcionar em regalo de prazeres no cortiço de entidades perturbadas e ignorantes, nos domínios de Gregório. O serviçal manifestou indisfarçado contentamento e assegurou que o médium não perceberia patavina. Logo que chamados o médium, combinou o preço do trabalho, exigindo de Gabriel significativo pagamento adiantado. A consulta Sem detença, reconheci que o médium, se podia controlar, de algum modo, os Espíritos que se alimentavam de seu esforço, era também facilmente controlado por eles. Depois de visivelmente satisfeito no acordo financeiro estabelecido, colocou-se o vidente em profunda concentração. Notei o fluxo de energias a emanarem dele, através de todos os poros, mas muito particularmente da boca, das narinas, dos ouvidos. Reparei que as entidades atrasadas, que ajudavam o médium em suas incursões em nosso plano, sorviam-na a longos haustos, sustentando-se dela, quanto se nutre o homem comum de proteína, carboidratos e vitaminas. Nesse ínterim, reparamos que o médium, desligado do corpo físico, se punha a ouvir, atencioso, a argumentação do assalariado mais inteligente, cuja cooperação Saldanha requisitara. – Volte, meu amigo – asseverava, a entidade, ao médium desdobrado –, e diga ao esposo de nossa irmã doente que o caso é orgânico. Basta-lhe o socorro médico. – Não é uma obsidiada? – inquiriu o médium, algo hesitante. – Não, não, isto não! Esclareça o problema. O enigma é de medicina comum. Sistema nervoso em frangalhos. Esta senhora é candidata aos choques da casa de saúde, nada mais. – Não seria lícito algo tentar em favor dela? – tornou o psiquista. O interpelado riu-se – ora, ora, você deve saber que, individualmente, cada criatura tem o seu próprio destino. Não há o que fazer. Saldanha endereçou-lhe sorriso de satisfação, aprovando o alvitre e fazendo-nos sentir como é possível enganar a muitos, quando o homem apenas confia na estreiteza da sua própria observação. O vidente abriu os olhos, reajustou-se na cadeira e informou a Gabriel que o problema seria solucionado com a colaboração da psiquiatria. Comentou a situação precária dos nervos da doente e chegou a indicar um especialista de seu conhecimento para que novo método de cura fosse tentado. Saldanha, à nossa vista, abraçou os cooperadores, que tão bem haviam desempenhado a deplorável tarefa, combinou a ocasião do encontro amistoso, a fim de comemorarem o que se lhes figurava significativo triunfo e, em seguida, notificou-nos em voz firme: – Vamos, amigos! Quem começa a vingança deve marchar seguro até ao fim. Bibliografia: Livro Libertação Espírito: André Luiz - Médium: Chico Xavier Capítulo - 9. Perseguidores Invisíveis (resumo) Seara Espírita Seara Espírita Caminho, Verdade e Vida. Caminho, Verdade e Vida.