Fixadores
continuação
De acordo com o mecanismo de ação os principais
fixadores são classificados em 5 grupos:
Aldeídos
Mercúrios
Álcoois
Agentes Oxidantes
Picratos
Aldeídos: incluem o formaldeído (formol) e glutaraldeído.
O tecido é fixado pelas ligações cruzadas formadas nas
proteínas, particularmente entre os resíduos de lisina. Esta
ligação cruzada não prejudica muito a estrutura das proteínas,
por isso a antigenicidade não é perdida. Portanto, o formaldeído
é bom para técnicas de imunoperoxidase.
O formol penetra bem no tecido, mas é relativamente lento. A
solução-padrão é de 10% de formalina neutra tamponada . A
formalina tamponada previne a acidez que iria promover a
autólise e provocar precipitação de pigmento heme-formol nos
tecidos.
O Glutaraldeído provoca deformação da estrutura alfa-hélice
nas proteínas, portanto, não é bom para imunoperoxidase. No
entanto, ele fixa muito rapidamente, por isso é tão bom para a
microscopia eletrônica.
Ele penetra muito pouco, mas dá ótimos detalhes de toda
estrutura citoplasmática e nuclear. O padrão é uma solução a
2% de glutaraldeído tamponado.
Mercúrio (Zenker)
Fixa o tecido por um mecanismo desconhecido. Este fixador
penetra relativamente pouco e causa alguns danos ao tecido,
mas penetra rápido e dá excelentes detalhes nucleares .
A sua aplicação é ideal para
hematopoéticos e reticuloendoteliais.
a
fixação
de
tecidos
Uma vez que contêm mercúrio, devem ser eliminados
cuidadosamente.
Alcoóis
Incluindo álcool metílico (metanol) e álcool etílico (etanol), são
desnaturantes de proteínas e não são usados rotineiramente
para tecidos, porque causam muita fragilidade e danos aos
mesmos. No entanto, eles são muito bons para esfregaços
citológicos pois agem rapidamente e dão bons detalhes
nucleares.
O fixador em Spray de álcool é comercializado para fazer
esfregaços de Papanicolau.
Agentes Oxidantes
Incluem os fixadores de permanganato (permanganato de
potássio), fixadores dicromato (dicromato de potássio), e o
tetróxido de ósmio.
Eles se ligam às proteínas, mas causam extensa desnaturação.
Alguns deles têm aplicações específicas, mas muito raramente
são utilizados.
Picratos
Incluem os fixadores com ácido pícrico. O primeiro destes é a
solução de Bouin que tem um mecanismo de ação
desconhecido. Ele é quase tão bom quanto o mercúrio em
relação aos detalhes nucleares, mas não causa tantos danos.
Ácido pícrico em sua forma seca é perigoso, pois apresenta
risco de explosão.
Como solução, cora tudo o que toca em manchas amarelas,
incluindo a pele.
Principais fatores que influenciam a fixação dos
materiais
Tampão
PH
Velocidade de penetração do fixador
Volume e concentração do fixador
Temperatura
Tampão e PH
A fixação é melhor realizada com pH perto do neutro, no
intervalo entre 6-8. A hipóxia de tecidos reduz o pH, por isso
deve ser utilizado um fixador tamponado para evitar a acidez
excessiva.
A acidez favorece a formação de pigmento heme-formol que
aparece com coloração preta, causando depósitos no tecido.
Tampões comuns incluem fosfato, bicarbonato, cacodilato, e
veronal. A formalina tamponada é comercializada com fosfato
em um pH de 7.
Penetração
A penetração de tecidos depende da capacidade de difusão de
cada fixador, que é uma constante.
Formalina e álcool são os que melhor penetram e os piores
são os glutaraldeídos. Mercurio e outros estão em posição
intermediária entre eles.
Uma forma para contornar o problema da penetração é
seccionar o tecido finamente (2 a 3 mm). A penetração em um
corte fino irá ocorrer mais rapidamente do que em um espesso.
Volume e concentração do Fixador
O volume do fixador é importante. Deve haver uma razão de
10:1 do fixador para os tecidos. Obviamente, muitas vezes
usamos menos do que isto o que pode dificultar a ideal fixação.
Uma maneira de resolver parcialmente o problema é trocar o
fixador em intervalos de tempo para evitar o esgotamento do
mesmo. A agitação da amostra no fixador também irá reforçar a
fixação.
Em relação à concentração, a formalina é melhor utilizada a
10%; o glutaraldeído geralmente é feito entre 0,25% a 4%. Uma
concentração muito alto pode prejudicar os tecidos e produzir
artefato semelhante ao causado pelo calor excessivo.
Temperatura
O aumento de temperatura, tal como acontece com todas as
reações químicas, irá aumentar a velocidade de fixação, mas
deve-se tomar cuidado para não cozinhar o tecido.
Temperaturas mais baixas levam mais tempo para o fixador
penetrar no tecido, mas também leva mais tempo para haver a
autólise dos mesmo.
Para a fixação de cortes congelados, pode-se usar praticamente
qualquer um dos fixadores habituais, porém o metanol e etanol
são os melhores.
Biópsias de congelação - Exame Transoperatório
O exame transoperatório ou biópsia de congelação é um exame
solicitado pelo cirurgião e realizado pelo patologista durante o ato
operatório, cuja resposta deverá orientar a conduta que o cirurgião
tomará no decorrer do procedimento. Usualmente, esse exame é
requisitado para saber se uma lesão é benigna ou maligna, o grau de
invasão de um tumor e a possibilidade de comprometimento de
margens ou linfonodos.
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