Uso e Abuso de Crack e Cocaína e formas de tratamento Faculdade de Tecnologia e Ciências Disciplina: Tópicos Especiais em Psicologia I: Aconselhamento em Dependência Química Profª. Esp. Carla Eloá Ferraz COCAÍNA ASPECTO BRANCO E CRISTALINO GOSTO AMARGO EFEITO ANESTÉSICO LOCAL INODORO OU ETÉREO ESTIMULANTE DO SNC ANESTÉSICO LOCAL Vias de Administração Na primeira metade da década de 1980, era grande o número de usuários de cocaína por via endovenosa. A maioria acabou morrendo infectada pelo vírus HIV. Hoje, no Brasil, esse número é muito baixo. Forma Injetável PORTO ALEGRE (RS) Vias de Administração O efeito da forma aspirada é mais lento, mas com seu uso freqüente faz com que a absorção da droga seja prejudicada pela vasoconstrição nasal, uma vez que os vasos do nariz acabam sendo lesados. VIA INTRANASAL CRACK A pedra de crack é produzida a partir de uma mistura de cocaína e bicarbonato de sódio ou amônia. A forma sólida permite que seja fumada. Vias de Administração O usuário queima a droga e aspira a fumaça. A pedra pode estar misturada em cigarros de maconha. Fumada na forma de crack é a via mais rápida, eficaz e poderosa de absorção, já que a superfície pulmonar é muito grande, e a pessoa consegue inalar o quanto de fumaça quiser sem a limitação da área pequena da mucosa nasal. Via Pulmonar CRACK APARATOS DE CONSUMO O CRACK É HABITUALMENTE CONSUMIDO EM CACHIMBOS IMPROVISADOS. AO SER AQUECIDA, A PEDRA PRODUZ ESTALIDOS (CRACKING), O QUE LHE CONFERIU O NOME. Rápido e potente O crack pode chegar ao cérebro em apenas 10 segundos. O efeito,porém, é passageiro. Mais potente que outras drogas, pode causar dependência no primeiro uso. O que acontece quando a pessoa fuma, injeta ou cheira cocaína? A droga entope os receptores que reabsorvem a dopamina, deixando-a por mais tempo na sinapse e perpetuando a sensação de prazer. A COCAÍNA BLOQUEIA A RECAPTAÇÃO DE DOPAMINA DO SISTEMA DE RECOMPENSA. MECANISMO DA DEPENDÊNCIA CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS SISTEMA DE RECOMPENSA DO SNC (DOPAMINA) EUFORIA E BEM-ESTAR PROPENSÃO A REPETIR O CONSUMO DEPENDÊNCIA DE COCAÍNA ALGUMAS SITUAÇÕES USUAIS: • O INDIVÍDUO ACHA CADA VEZ MAIS DIFÍCIL RESISTIR SEMPRE QUE ELA ESTEJA PRESENTE. • NECESSIDADE DE DOSES FREQÜENTES, TENDO EM VISTA A MEIA-VIDA CURTA. • PADRÃO DE USO INTENSO (HORAS A DIAS), INTERCALADO POR ALGUNS DIAS, ESPECIALMENTE COM O CRACK. • GASTOS EXTREMAMENTE ELEVADOS COM A SUBSTÂNCIA, DENTRO DE UM PERÍODO CURTO DE TEMPO. • ENVOLVIMENTO COM FURTOS, PROSTITUIÇÃO OU TRÁFICO DE NATUREZA AQUISITIVA. • SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA PSÍQUICOS, MARCADOS POR ANEDONIA E DISFORIA. INTOXICAÇÃO AGUDA E OVERDOSE DSM-IV A. USO RECENTE DE COCAÍNA. B. EUFORIA OU EMBOTAMENTO AFETIVO; MUDANÇAS NA SOCIABILIDADE; HIPERVIGILÂNCIA; SENSIBILIDADE INTERPESSOAL; ANSIEDADE; TENSÃO OU RAIVA; COMPORTAMENTOS ESTEREOTIPADOS; JULGAMENTO PREJUDICADO; FUNCIONAMENTO SOCIAL OU OCUPACIONAL PREJUDICADO), QUE SE DESENVOLVEM DURANTE O APÓS O USO DE COCAÍNA. C. DOIS OU MAIS DOS SEGUINTES SINTOMAS, DESENVOLVENDO-SE DURANTE OU LOGO APÓS O USO DE COCAÍNA: (1) TAQUICARDIA OU BRADICARDIA (2) DILATAÇÃO DAS PUPILAS - MIDRÍASE (3) PRESSÃO SANGUÍNEA ELEVADA OU ABAIXO DO NORMAL (4) PERSPIRAÇÃO OU CALAFRIOS (5) NÁUSEAS OU VÔMITOS (6) EVIDÊNCIAS DE PERDA DE PESO (7) AGITAÇÃO OU RETARDO PSICOMOTOR (8) FRAQUEZA MUSCULAR, DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA, DOR TORÁCICA OU ARRITMIAS CARDÍACAS (9) CONFUSÃO, CONVULSÕES, DISCINESIAS, DISTONIAS OU COMA D. OS SINTOMAS NÃO SE DEVEM A UMA CONDIÇÃO MÉDICA GERAL, NEM SÃO MELHOR EXPLICADOS POR OUTRO TRANSTORNO MENTAL. PROBLEMAS FÍSICOS • Sistema Nervoso Central: dores de cabeça, convulsões, hemorragia cerebral, infarto cerebral, edema cerebral, atrofia cerebral, transtornos dos movimentos (ex.: tiques); • Sistema Respiratório: parada respiratória, líquido no pulmão, piora da asma, lesões nas vias aéreas, tosse crônica, danifica as funções dos pulmões, dores torácicas. • Infecções (devido ao compartilhamento de seringas): AIDS, Hepatite B ou C, Tétano. • Disfunções sexuais: impotência, ejaculação precoce, ejaculação retardada, falta de orgasmo, falta de interesse sexual. • Deficiência de vitamina: devido ao efeito da capacidade da droga de reduzir o apetite e conseqüentemente perda de peso; podendo chegar à desnutrição. PROBLEMAS PSÍQUICOS • Doses altas de cocaína podem provocar alterações no comportamento, isso se dá pela perda da capacidade de julgamento, da memória e do controle do pensamento (o usuário parece muito confuso). • Existe uma sensação intensa de medo ou paranóia, podendo levar o indivíduo à violência. • Um grande número de usuários apresenta sinais depressivos, ataques de pânico, sintomas fóbico-sociais, ansiedade, insônia, formigamento, transtornos alimentares e disfunções sexuais. • Um dos pontos mais graves provocado pelo uso da cocaína são os delírios e as alucinações, que podem levar ao suicídio. PROBLEMAS SOCIAIS • Sexo desprotegido, com muitos parceiros, gerando grande risco de propagação de doenças e infecções. • Conseqüências para as crianças, maus tratos, maus cuidados, abuso, risco da criança se torna também dependente. • Menor capacidade de julgamento, que resulta em dificuldades profissionais, familiares, sociais e comportamentos de risco. • Rompimento de laços familiares. • Custos econômicos, gerados por internações, tratamento ao usuário e familiares. • Comportamento violento, Atividade criminosa, roubo para continuar usando. • Prostituição, como troca pela droga. FISSURA • Intenso desejo para consumir uma determinada substância (Beck et al., 1993; Kozlowski et al., 1996; Sayette et al., 2000) • Pode ocorrer tanto na fase de consumo, como no início da abstinência ou após um longo tempo sem utilizar a droga (Araujo, 2002; Marques & Seibel, 2001). Formas de tratamento • Internações em comunidades terapêuticas e clínicas • Atendimentos Psicossociais a) b) c) d) Psicoterapia Individual e de Grupo Farmacológico (clínico e psiquiátrico) Oficinas Atendimento a família • Grupos de Ajuda mútua Estratégias cognitivo-comportamentais: Recomendadas 1.Retardar 2.Pensar nas consequências negativas de fumar 3.Pensar nas consequências positivas da sobriedade 4.Bebida ou comida alternativa 5.Comportamentos alternativos Podem ser usadas 6. Meditação ou métodos formais de relaxamento 7. Fuga ou evitação Geralmente ineficazes 8. Autopunição 9. Apenas força de vontade Monti et al., 1990; Rohsenow et al., 2001 Referências • FIGLIE, Neliana Buzi; BORDIN, Selia; e LARANJEIRA, Ronaldo. Aconselhamento em Dependência Química, São Paulo: Roca, 2004. • LEITE, M.C.; ANDRADE, A.G. (Org.). Cocaína e crack dos fundamentos ao tratamento. São Paulo, 1999. • www.amprs.org.br/crack/ • www.psicmed.com.br