UNIP – Assis
Profa. Dra. Renata Bittencourt
HISTÓRICO
 Papanicolaou criou uma nomenclatura que procurava
expressar se as células observadas eram normais ou não,
atribuindo-lhes uma classificação.
 Classe I indicava ausência de células atípicas ou anormais;
 Classe II, citologia atípica, mas sem evidência de
malignidade;
 Classe III, citologia sugestiva, mas não conclusiva, de
malignidade;
 Classe IV, citologia fortemente sugestiva de malignidade;
 Classe V, citologia conclusiva de malignidade.
HISTÓRICO
 O termo displasia foi introduzido na classificação,
levando
em
conta
alterações
histológicas
correspondentes, identificando displasias leves,
moderadas e severas.
 Displasia: É uma desorganização celular onde há
alterações no tamanho, na forma, na organização e n°
de mitoses aumentado.
 Ultrapassa o limite de adaptação ocasionando lesões
que podem ser reversíveis ou irreversíveis.
DISPLASIAS
HISTÓRICO
 Todos os graus eram grosseiramente referentes à classe III
de Papanicolaou, correlacionando também a IV com
carcinomas escamosos in situ.
 A classe V continuou a indicar carcinoma invasor,
 Pela primeira vez, deu-se ênfase a alterações celulares,
devido à ação do papilomavírus humano (HPV), relatandose a coilocitose.
 Coilocitose significa célula abaulada , vacuolizada com
núcleos localizados na periferia da célula..
Coilocitose
Coilocitose
HISTÓRICO
 Em uma etapa posterior, estabeleceu-se o conceito de
neoplasia intraepitelial e, no caso da cérvice uterina,
de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) subdividida
em três graus, que se mantém para os diagnósticos
histológicos.
 A classificação citológica mais atual do esfregaço
cervical é o Sistema de Bethesda.
Sistema de Bethesda
 Incorporou
vários conceitos e conhecimentos
adquiridos que, resumidamente, são:
 Diagnóstico citológico deve ser diferenciado para as células
escamosas e glandulares;
 Inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo da
infecção por HPV, dividindo-as em lesões intraepiteliais de
baixo (LSIL) e alto (HSIL) graus, ressaltando o conceito de
possibilidade de evolução para neoplasia invasora;
 A introdução da análise da qualidade do esfregaço.
Sistema de Bethesda
EPITÉLIO PLANO ESTRATIFICADO NÃOCORNEIFICADO NORMAL
(da ectocérvice)
EPITÉLIO ENDOCERVICAL METAPLÁSICO
MOSTRANDO
NIC I + CONDILOMA
CONDILOMA PLANO VIRAL As alterações do condiloma plano viral são vistas nas
camadas superficiais do epitélio e caracterizam-se por atipias nucleares (os núcleos ficam
hipercromáticos e de forma e tamanho irregular, às vezes parecendo 'amassados'), e halo
claro em volta do núcleo, o que se chama coilocitose (koilos = buraco). O conjunto é
designado atipias coilocitóticas. É frequente também a binucleação.
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL (NIC)
OU DISPLASIA DO COLO UTERINO.
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL (NIC)
OU DISPLASIA DO COLO UTERINO
Avaliação pré-analítica
 Amostra rejeitada por
 Ausência ou erro de identificação da lâmina e/ou do




frasco.
Identificação da lâmina e/ou do frasco
coincidente com a do formulário.
Lâmina danificada ou ausente.
Causas alheias ao laboratório (especificar).
Outras causas (especificar).
não
Nomenclatura para
Adequabilidade da amostra
 satisfatória :
 Designa amostra que apresente células em quantidade
suficiente, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal
modo que sua visualização permita uma conclusão
diagnóstica.
 insatisfatória
Insatisfatória para avaliação oncótica
 Material acelular ou hipocelular (menos de 10% do







esfregaço).
Leitura prejudicada (mais de 75% do esfregaço) por
presença de:
a) Sangue.
b) Piócitos.
c) Artefatos de dessecamento.
d) Contaminantes externos.
e) Intensa superposição celular.
f) Outros (especificar).
Epitélios possivelmente
representados na amostra
 Escamoso.
 Glandular (não inclui o epitélio endometrial).
 Metaplásico.
Adequabilidade da amostra
 No atual Sistema de Bethesda, a adequabilidade da amostra
também está colocada nesses dois parâmetros.
 Contudo, nesse sistema, a caracterização da junção
escamocolunar (JEC) faz parte dessa definição;
 Na maturidade sexual, é frequente situar-se, essa junção, por
fora do canal cervical, formando a eversão ou ectopia,
chamada clinicamente de mácula rubra durante o exame
especular.
 No climatério, a junção escamo-colunar se faz no interior do
canal cervical.
JEC
Diagnóstico descritivo
 Dentro dos limites da normalidade, no material
examinado.
 • Alterações celulares benignas.
 • Atipias celulares.
Dentro dos limites da normalidade,
no material examinado
 Diagnóstico completamente normal.
Alterações celulares benignas
(ativas ou reparativas)
 Inflamação sem identificação de agente
 Caracterizada pela ação de agentes físicos, os quais podem ser
radioativos, mecânicos ou térmicos e químicos, como
medicamentos, quimioterápicos e acidez vaginal sobre o epitélio
glandular.
 Ocasionalmente, podem-se observar alterações em decorrência
do uso do dispositivo
endometriais.
intrauterino
(DIU),
em
células
 Casos especiais do tipo exsudato linfocitário ou reações
alérgicas, representadas pela presença de eosinófilos, são
observados.
Atipia glandular por dispositivo
intrauterino.
Pequeno grupo
de epitelio glandular com
vacuolizaçao nuclear.
Pode resultar em um
adenocarcinoma
Alterações celulares a Radioterapia
ou Quimioterapia
Resultado indicando metaplasia
escamosa imatura
 A palavra imatura, em metaplasia escamosa, foi
incluída na Nomenclatura Brasileira, buscando
caracterizar que essa apresentação é considerada como
do tipo inflamatório, entretanto o epitélio, nessa fase,
está vulnerável à ação de agentes microbianos e, em
especial, do HPV.
Metaplasia Imatura – Uso do DIU
 Presença de citoplasma multivacuolizados.
Metaplasia – Uso do DIU
Resultado indicando reparação
 Decorre de lesões da mucosa com exposição do
estroma e pode ser determinado por quaisquer dos
agentes que indicam inflamação.
 É, geralmente, a fase final do processo inflamatório,
momento em que o epitélio está vulnerável à ação de
agentes microbianos e, em especial, do HPV.
Resultado indicando atrofia com
inflamação
 Na ausência de atipias, é um achado normal no
período climatérico.
Resultado indicando radiação
 Nos casos de câncer do colo do útero, o exame
citopatológico deve ser realizado para controle de
possível neoplasia residual ou de recidiva da neoplasia
após tratamento radioterápico.
Microorganismos
 BACILOS DE DÓDERLEIN
 Leipzig 1892 – bacilo gram-positivo – maioria
pertence ao Lactobacillus acidophilus.
 Morfologia: bastonete;
 pH vaginal ácido: citólise das células intermediárias –
conversão do glicogênio em ácido lático.
BACILOS DE DÓDERLEIN
TRICOMONAS (TRICHOMONAS
VAGINALIS)
 Sensibilidade do método de Papanicolaou para a
identificação de T. vaginalis 60-70%.
 O T. vaginalis é um protozoário oval ou piriforme,
anaeróbio facultativo, flagelado,
movimento contínuo característico.
e
que
possui
 É responsável por cerca de 10 a 15% dos corrimentos
genitais infecciosos
TRICOMONAS (TRICHOMONAS
VAGINALIS)
 Infecta principalmente o epitélio escamoso do sistema
genital
 Estudos demonstraram que o T. vaginalis favorece a
transmissão do HIV, tanto pelas lesões e sangramento
de mucosa que produz, como pela estimulação de
reação inflamatória, atraindo para o local infiltração
de leucócitos, inclusive Linfócitos T CD4+ e
macrófagos (células alvo do HIV).
TRICOMONAS (TRICHOMONAS
VAGINALIS)
Candida Albicans
 Corresponde cerca de 80 a 90% de candidíase




vulvovaginal;
Fatores de predisposição: Gestação, diabetes
tratamentos prolongados com antibióticos e
imunossupressores;
Uso de anticoncepcionais orais
Morfologia: micélias – pseudohifas;
Vaginite: prúrido esbranquiçado - com leucorréia.
Vírus Herpes Simples
 O herpes simples é moléstia infecto-contagiosa crônica e, por
vezes, recorrente, tendo como agente etiológico duas cepas
diferentes do vírus herpes simples (HSV).
 O herpes genital é uma infecção viral transmitida sexualmente
que afeta a pele ou as membranas mucosas dos genitais.
 O herpes genital é causado por dois vírus:
 Vírus do herpes simples tipo 2 (HSV2) (80 % dos casos)
 Vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) (20% dos casos)

Vírus Herpes Simples
Vírus Herpes Simples
 Corte histológico de uma lesão cervical. Causada por herpes . As células
epitelias na superfície mostram numerosas inclusões intranucleares.
Chlamydia trachomatis
 A Chlamydia trachomatis é uma bactéria gram negativa de
transmissão sexual, causadora da clamidíase.
 Esta bactéria vive obrigatoriamente dentro da célula do
hospedeiro por ser incapaz de sintetizar ATP.
 Tem um período de incubação de 1-2 semanas ou mais,
podendo ser assintomática e persistir durante vários anos.
 Vulvovaginites, cervicites, uretrites e inflamação pélvica.
Chlamydia trachomatis
 Cocos e infiltrado inflamatório
Citomegalovírus (CMV)
 Citomegalovírus são Herpes-vírus com alta especificidade com
relação ao hospedeiro;
 Características: células
intranucleares.
grandes,
que
apresentam
inclusões
Profa. Dra. Renata Bittencourt
Atipias celulares
 Células atípicas de significado indeterminado
 Escamosas (ASC):
 Possivelmente não neoplásicas (ASC-US de Bethesda).
 Não podendo excluir lesão intraepitelial de alto grau
(ASC-H de Bethesda).
 Glandulares (AGC):
 Possivelmente não neoplásicas.
 Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau.
Atipias celulares
 De origem indefinida:
 - Possivelmente não neoplásicas.
 - Não se pode afastar lesão intraepitelial de alto grau.
Em células escamosas
 a) Lesão intraepitelial de baixo grau - (LSIL, do inglês
lowgrade
squamous
intraepithelial
lesion)
(compreendendo efeito citopático pelo HPV e NIC grau I).
 b) Lesão intraepitelial de alto grau - (HSIL, do inglês
 high-grade cervical squamousintraepithelial lesion)
(compreendendo NIC graus II e III).
 c) Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir
microinvasão.
 d) Carcinoma epidermóide invasor.
Lesão intraepitelial de baixo grau
 Compreende o efeito citopático pelo HPV e NIC grau I
HPV
 A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é a doença
sexualmente transmissível mais frequente da atualidade;
 Identifica-se mais de 100 tipos de HPV, dentre os quais
aproximadamente 40 são responsáveis pela infecção do
trato genital e, destes, 15 são carcinogênicos.
 As infecções pelos HPV dos tipos 6 e 11 são as principais
responsáveis pelas verrugas genitais, enquanto os tipos 16 e
18 são encontrados em 70% dos cânceres cervicais.
Os genes L codificam proteínas do capsídeo viral e os genes E codificam
proteínas com funções reguladoras da atividade celular.
HPV
 Os principais métodos utilizados para definir a
conduta
apropriada nas lesões HPV induzidas
incluem a citopatologia oncótica, a colposcopia e o
teste de DNA do HPV, mas existem divergências
quanto às indicações para cada um deles.
 Geralmente, as pacientes que apresentam LSIL são
acompanhadas
Papanicolaou.
pela
repetição
periódica
do
TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO
MOLECULAR PARA HPV
 Dot Blot
 Southern Blot
 PCR
 Captura híbrida
 Sequenciamento
 Hibridização in situ
 PCR in situ
Biópsia
 Biopsia cervical mostrando uma lesão intraepitelial de baixo grau (NIC grau 1) com
perda da polaridade celular e atipia nuclear ligeira.
Biópsia
 Biopsia cervical mostrando uma lesão intraepitelial de alto grau (NIC 2).
Biópsia
 Biopsia cervical mostrando uma lesão intraepitelial de alto grau (NIC 3) com perda da
polaridade e hiperplasia com atipias celulares até a superfície epitelial.
Lesão intraepitelial de baixo grau
Presença de
coilocitose
(aumento do
núcleo
e da relação
núcleo:
citoplasma),
binucleação,
irregularidade
nuclear,
hipercromasia
nuclear e halo
claro
peri-nuclear).
Efeito citopático pelo HPV
Efeito citopático pelo HPV e neoplasia intraepitelial cervical grau II (ou NIC 2, displasia
moderada). Presença de coilocitose, além de perda da polaridade e mitoses no terço
médio do epitélio.
Efeito citopático pelo HPV e neoplasia intraepitelial cervical grau III (ou NIC 3, displasia
acentuada). Perda da polaridade e mitoses no terço superior do epitélio.
Câncer de Colo Uterino
 O câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais
comum de câncer feminino.
 Este câncer pode ser classificado como pré-invasivo ou
invasivo.
 O câncer pré-invasivo é aquele que varia de mudanças
anormais mínimas para o câncer em que o colo
uterino contém células proliferativas anormais.
 Este tipo de câncer tem de 75% a 90% de chances de
cura se descoberto a tempo e tratado de forma correta;
caso contrário, pode passar ao estágio invasivo.
Câncer de Colo Uterino
 No câncer invasivo, as células cancerígenas penetram
na camada mais funda de tecido cervical e podem
chegar a certas estruturas pélvicas diretamente, isto é,
por contiguidade (contato, proximidade), ou
indiretamente, pelo sistema linfático.
 Quase todos casos de câncer cervical invasivo são
chamados de carcinoma de células escamosas.
 Normalmente, este câncer invasivo ocorre entre
mulheres de 30 a 50 anos, raramente aparecendo antes
dos 20 anos.

Câncer de Colo Uterino










Início precoce da relação sexual
relações sexuais antes dos 16 anos, muitas gestações;
Promiscuidade sexual
Baixo nível-sócio econômico
Lesão cervical de qualquer etiologia
Hábito de fumar
Carência nutricional
Agentes imunossupressores
HPV
Fatores genéticos, hormonais e outros
Sintomas
 O câncer no estágio pré-invasivo não apresenta
sintomas específicos.
 Já no estágio invasivo, ocorre hemorragia vaginal,
corrimento vaginal persistente, além de dor e
sangramento após o ato sexual.
 Em estágios avançados, a doença pode causar dor
pélvica, perda de apetite, perda de peso e anemia.
Citologia: Carcinoma de Células
Escamosas











Critérios de malignidade
Aumento do tamanho do núcleo
Aumento da cor do núcleo (hipercromasia)
Contorno irregular do núcleo
Nucléolo aberrante
Distribuição irregular da cromatina
Espaços nucleares vazios
Presença de mitoses atípicas
Nucléolos múltiplos
Multinucleação
Espessamento da membrana nuclear
Carcinoma de Células Escamosas
 É um tumor maligno, invasivo, composto de células




escamosas
Carcinoma
de
células
escamosas
não
queratinizadas
Células apresentam isoladas ou em grupos tipo
sincícios
Há alterações tipo HSIL juntamente com
macronucleolos, distribuição marcadamente irregular
da cromatina
Diátese tumoral, acompanhado de “debris” necróticas
e sangue lisado
Carcinoma de células escamosas
não queratinizadas
Carcinoma de células escamosas
não queratinizadas
Carcinoma de Células Escamosas
Queratinizadas
 Células






apresentam isoladas é menos comum os
grupamentos
Variação notável no tamanho celular, em forma caudadas
ou fusiformes com citoplasma densamente orangeofílico
Núcleo tem marcada configuração e forma, densos e opacos
Cromatina pouco discernível, grosseiramente granular e de
distribuição irregular
Presença de macronucleolos é menos comum que no
carcinoma de cel. escamosas não queratinizadas
Diátese pode estar presente
Carcinoma de Células Escamosas
Queratinizadas
Carcinoma de Células Escamosas
Queratinizadas
Carcinoma- colposcopia
Carcinoma- colposcopia
Tratamento
 O tratamento apropriado depende do estágio clínico de
cada paciente.
 Uma mulher com câncer de colo do útero pré-invasivo pode
ser submetida a uma biópsia, criocirurgia (destruição do
tumor por meio de resfriamento elevado), destruição por
laser ou biópsia de cone (remoção de um cone do tecido
cervical), geralmente seguida por um exame preventivo.
 Em alguns casos, a histerectomia é necessária.

 Mulheres no estágio invasivo podem ser submetidas a uma
histerectomia radical (remoção total do útero e das
estruturas próximas) e radioterapia (que pode ser interna,
externa ou das duas formas).
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Em células escamosas